Cognition">
A Leitura e Seu Papel Na Formação Do Leitor Crítico
A Leitura e Seu Papel Na Formação Do Leitor Crítico
A Leitura e Seu Papel Na Formação Do Leitor Crítico
CRÍTICO
Por isso esse processo não deve ser visto como apenas um processo cognitivo, mas
também de linguagem e uma eficaz maneira de aprendizagem.
O ato de ler leva a elaboração de significados então é nesse ato que
um texto concretiza seu significado. Por muito tempo vinculou-se a leitura a
capacidade do leitor descobrir verdades que estavam no texto de forma implícita ou
explicita. É Sartre fundamentado no estudioso Heidegger (1997) que confere ao
leitor a função de um agente construtor de sentidos. O leitor assume papel
importante no ato de leitura, ele evolui assim como a história que lê; ele passa a
construir a história e não somente a desvenda ou constata.
E com isso Aebersold e Field (apud FARREL, 2003, p. III) irá
concordar quando nos diz que “leitura é o que acontece quando as pessoas olham
um texto e atribuem significado aos símbolos escritos naquele texto”, a leitura não se
restringe a decodificar esses símbolos, é na verdade um processo interativo entre o
leitor, o texto e o contexto.
Assim, se os alunos não forem devidamente monitorados e
incentivados a leitura não passará de mera decodificação feita de forma relapsa. O
primeiro resultado da leitura é o aumento de conhecimento geral ou específico. Ler
não é só receber. Ler é comparar as experiências próprias com as narradas pelo
escritor, comparar o próprio ponto de vista com o dele, recriando idéias e revendo
conceitos. É desse modo que uma leitura crítica pode evoluir e se tornar uma leitura
criativa.
É corroborando com essas ideias e por acreditar que a leitura se
refere as várias fases de desenvolvimento que Bamberger a define como:
Isso nos permite ver o ato leitura como ampliador da percepção. Ler é ser motivado
a observar os aspectos da vida que antes nos passavam despercebidos. A leitura é
um caminho promissor capaz de transformar a realidade de modo que não mais se
tenha lugar para a ignorância e o conformismo. Para tanto é necessário começar
com as crianças, pois elas são a promessa de uma sociedade futura melhor e
crítica.
É a leitura também que proporcionará o vencimento de
algumas dificuldades educacionais, uma vez que ela gera desenvolvimento do
exercício intelectual. Desse modo, ainda que se fale em desinteresse ou até
abandono da pratica de leitura, o livro atualmente não pode ser considerado com
menos importância do que no passado. Mesmo diante do avanço tecnológico, e
ainda com as conseqüências dele dificilmente os livros perderão seu espaço, já que
são eles que guardam muitas vezes os conhecimentos que são passados de
geração para geração. E pensando no futuro há quem defenda que a tarefa futurista
seja desenvolver uma educação permanente, na qual aperfeiçoada o individuo
possa se auto-educar permanentemente. Nessa educação os livros terão
O escritor Rubem Alves (2002, p.45) afirma que ensinar “é uma tarefa
mágica, capaz de mudar a cabeça de pessoas, bem diferente de dar aulas”. Isso nos
leva a pensar na diferenciação que se tem feito entre a leitura que se preocupa
primordialmente com a decodificação de signos e a leitura que forma, que permite
ao leitor criar novos sentidos.
Um dos desafios da escola é levar seu aluno ao aprendizado da leitura, o que
percebemos muitas vezes nas escolas é a permanência da postura que prioriza a
alfabetização e assim perde-se a noção de escrita salientada por Foucambert
(1994,1995) como aquela que permite a elaboração de pontos de vista e de uma
visão de mundo, atribuindo a esse mundo sentido. Enquanto á leitura caberia o ir em
busca desse ponto de vista, verificando, questionando e investigando os meios
usados em sua elaboração.
Desse modo a leitura é compreendida não apenas como atividade social, mas
que também leva a reflexão que em conjunto a escrita gera uma relação criativa e
crítica. E em consonância a esse pensamento acreditamos que assim como outras
habilidades, só se aprenda ler, lendo. Ou seja, com a prática, em contato com os
mais variados tipos de textos. Foucambert corrobora com o pensamento de que
saber ler não se confunde com saber decodificar signos gráficos, mas que leve o
individuo a ler considerando os sentidos presentes mesmo na etimologia da palavra
ler, de origem latina legere, apresentados por Walty (1995). Os sentidos que podem
ser dados são o de primeiramente, ler significar contar, enumerar letras, o que se
relacionaria a decodificação; em seguida significaria colher, seria a percepção de um
sentido para o que se ler e por último, roubar, aqui o leitor não se limitaria ao que o
autor escreve, mas construiria novos sentidos a partir do que o próprio autor fornece.
“Ler não é, pois, traduzir, repetir sentidos dados como prontos, é construir uma
cadeia de sentido a partir dos índices do texto dado” (WALTY, 1995, p.19).
Com isso podemos voltar a discussão sobre a leitura ir além da
decodificação, mas sobre isso é relevante ressaltar o que diz Solé (1998, p.52) “ler
não é decodificar, mas para ler é preciso saber decodificar”, o ensino do código
então, deve ser feito para criança de modo a basear-se em contextos que a leve a
significação, condizente com sua realidade e especificidade e não de forma
descontextualizada.
É ainda a autora Solé (1998) que apresentará uma estratégia de ensino de
leitura para crianças, que as incluem no processo de aprendizado que é construído
por elas em etapas: 1) antes: predições iniciais sobre o texto e objetivos de leitura;
2) durante: levantamento de questões e controle da compreensão; 3) depois:
construção da idéia principal e resumo textual. Assim a criança constrói em conjunto
com o professor o aprendizado e este deve procurar incentivá-lo e desenvolver nela
o hábito da leitura.
A leitura deve ser apresentada como um processo de construção de sentidos,
“ler e escrever são atos que se inserem num processo cultural” (WALTY, 1995,
p.19). Portanto deve ser trabalhado de maneira contextualizado com os aspectos
sociais, o que torna necessário que a criança tenha um orientador da atividade de
leitura, um adulto-leitor que a possa conduzir, papel desempenhado na escola pelo
seu professor.
É pensando nessas especificidades do ensino de leitura que Staiger apud
Bamberger (1995) salienta que para um ensino eficaz, deve-se estipular objetivos a
serem alcançados e cita quatro como exemplo, os quais são:
Com isso podemos notar que o ensino de leitura não deve ser realizado de
forma coercitiva, mas pelo contrário dando ao aluno estímulos agradáveis para
desenvolver seu gosto literário.
É importante também para uma maior eficácia no ensino de leitura que a
escola tenha uma biblioteca que supra e atenda as necessidades dos professores e
alunos. Uma vez que dificilmente temos como comprar todos os livros pelos quais
nos interessamos e ainda pelo fato de muitas vezes o aluno não contar com livros
em sua casa. Assim é relevante que se trabalhe com o aluno o costume de utilizar a
biblioteca escolar e também a pública quando sua cidade possuir. E essas
bibliotecas precisam ter funcionários também capacitados a orientar o aluno em sua
busca ou pesquisa. Uma vez que uma das principais tarefas da biblioteca “é
complementar o ensino e proporcionar oportunidades para o uso de livros de
consulta e não-ficção”. (Bamberger, 1995, p.77).
Uma biblioteca bem equipada pode ser decisiva nos resultados do ensino
com a leitura, pois se “não oferece escolha suficiente as crianças têm de pegar o
que encontram, e, quando o livro não se ajusta aos seus interesses, sentem-se
decepcionadas” (Bamberger, 1995, p.78). Isso acarretará em prejuízo para trabalho,
pois ao invés de desenvolver o hábito de leitura, ela poderá criar aversão ao mesmo.
Por isso o acervo de uma biblioteca deve ser constituído com diversidade de temas
e também com numero que corresponda à demanda de alunos da escola.
O ensino das estratégias de leitura deve acontecer de modo que possam ser
relacionadas a outras situações, não deve ser feito de modo único, infalível. Mas de
modo a enfatizar a capacidade de cognição do aluno, por isso não é o bastante
conhecer diversas estratégias se não se sabe usá-las. Pois se bem trabalhado o
aluno atingirá com o tempo autonomia diante a leitura, como destaca Solé (1998,
p.76) “o bom ensino não é apenas o que se situa um pouco acima do nível atual do
aluno, mas que garante a interiorização do que foi ensinado e seu uso autônomo por
parte dele”.
Segundo Solé (1998) ainda, o ensino que utiliza estratégias de
leitura deve se pautar em três características. A primeira coloca professor e aluno
revezando de lugares na prática educativa, sendo os dois elementos indispensáveis
para o processo educativo. A segunda apresenta o professor como o orientador da
atividade, é ele o responsável por fazer a ponte entre os conhecimentos escolares e
as situações sociais. E a terceira traz a idéia de que o aluno possui capacidade de
resolver questões que ás vezes lhe são evitadas, sozinho, ainda que seja ele uma
criança.
Esse terceiro pressuposto refere-se ao grau de complexidade dos
textos e das atividades com textos. Não é aconselhável poupar os alunos de novos
desafios. À escola cabe ensinar novidades, aumentar o repertório do aluno com
exposição de maior diversidade de gêneros textuais. A dosagem e as exigências
serão planejadas considerando que a formação do leitor é um processo gradual.
Que quanto mais cedo começar, mais sentido fará para o aluno-leitor.
Com isso podemos observar que a intenção é incluir a criança nesse
processo, o ensino não deve ser realizado de forma mecânica ou pautado somente
em boas estratégias é importante que haja o envolvimento do aluno, aprendiz de
forma afetiva e não só cognitiva. Ao professor, cabe a função de facilitar o processo
de construção de conhecimentos que a leitura requer do aprendiz.
Ainda é importante ressaltar que Solé 1998 quer salientar que o
importante no ensino da leitura não está somente na “explicitação” de como se
trabalhará a leitura, mas também como é importante o papel do professor nessa
atividade.
Essas estratégias de leitura que permite que por meio dela produza-
se novos sentidos, mobilizam vários tipos de conhecimentos que temos
armazenados na memória. O processamento textual então, recorre a três sistemas
de conhecimento, são eles:
▪ Conhecimento lingüístico, que abarca o conhecimento gramatical e lexical
do individuo, compreende a organização do material lingüístico na superfície do
textual, que seria, por exemplo, os meios coesivos usados pelo individuo para
retomar um referente.
▪ Conhecimento enciclopédico ou de mundo, refere-se ao conhecimento geral
sobre o mundo, assim como os alusivos à vivências pessoais e eventos espacio-
temporalmente situados.
▪ Conhecimento interacional, este refere-se à forma de interação por meio da
linguagem e engloba outros conhecimentos, como:
- locucional: que permite que o leitor conheça os objetivos ou propósitos
pretendidos pelo produtor do texto, em uma dada situação interacional;
- Comunicacional: Diz respeito a quantidade de informações necessárias,
seleção da variante lingüística adequada á situação de interação e adequação do
gênero á situação comunicatica;
-Metacomunicativo: através dele o locutor certifica a compreensão do texto
por parte de seu ouvinte e consegue que ele aceite os objetivos com que produz o
que fala, para isso faz uso de várias ações lingüísticas como, sinais de articulação e
atividades de construção textual, a fim de obter a atenção do leitor;
- Supraestrutural: permite a identificação do texto como exemplares
adequados aos diversos eventos da vida social, diz respeito ao conhecimento de
gêneros e tipos textuais, bem como da ordenação textual em conexão com os
objetivos pretendidos.
O conjunto desses conhecimentos é determinado socioculturalmente e eles
são adquiridos conforme a vivência de circunstâncias que farão com que se haja de
uma maneira em particular em determinadas situações e atividades especificas.
Construir significado para o texto é compreendê-lo, Soligo (1999, p. 53) afirma que:
Por isso esse processo não deve ser visto como apenas um processso
cognitivo,mas também de linguagem e uma eficaz maneira de aprendizagem.
O ato de ler leva a elaboração de significados então é nesse ato que um
texto concretiza seu significado. Por muito tempo vinculou-se a leitura a capacidade
do leitor descobrir verdades que estavam no texto de forma implícita ou explicita. É
Sartre fundamentado no estudioso Heidegger(1997) que confere ao leitor a função
de um agente construtor de sentidos. O leitor assume papel importante no ato de
leitura, ele evolui assim como a história que lê ; ele passa a construir a história e não
somente a desvenda ou constata.
E com isso Aebersold e Field (apud FARREL, 2003, p. III) irá concordar
quando nos diz que “leitura é o que acontece quando as pessoas olham um texto e
atribuem significado aos símbolos escritos naquele texto”, a leitura não se restringe
a decodificar esses símbolos, é na verdade um processo interativo entre o leitor, o
texto e o contexto.
Assim, se os alunos não forem devidamente monitorados e incentivados a
leitura não passará de mera decodificação feita de forma relapsa. O primeiro
resultado da leitura é o aumento de conhecimento geral ou específico. Ler não é só
receber. Ler é comparar as experiências próprias com as narradas pelo escritor,
comparar o próprio ponto de vista com o dele, recriando idéias e revendo conceitos.
É desse modo que uma leitura crítica pode evoluir e se tornar uma leitura criativa.
É corroborando com isso e por acreditar que a leitura se refere as várias
fases de desenvolvimento que Bamberger a define como:
Um processo perceptivo durante o qual se reconhecem símbolos. Em
seguida, ocorre a transferência para conceitos intelectuais. Essa tarefa mental
se amplia num processo reflexivo à proporção que as idéias se ligam em
unidades de pensamento cada vez maiores. O processo mental, no entanto,
não consiste apenas na compreensão das idéias percebidas, mas também na
sua interpretação e avaliação. Para todas as finalidades práticas, tais
processos não podem separar-se um do outro; fundem-se no ato da leitura.
(BAMBERGER,1995, p. 23).
Isso nos permite ver o ato leitura como ampliador da percepção. Ler é ser
motivado à observação de aspectos da vida que antes nos passavam
despercebidos. A leitura é um caminho promissor capaz de transformar a realidade
de modo que não mais se tenha lugar para a ignorância e o conformismo. Para tanto
é necessário começar com as crianças, pois elas são a promessa de uma sociedade
futura melhor e crítica.
É a leitura também que proporcionará o vencimento de algumas
dificuldades educacionais, uma vez que ela gera desenvolvimento do exercício
intelectual. Desse modo, ainda que se fale em desinteresse ou até abandono da
pratica de leitura, o livro atualmente não pode ser considerado com menos
importância do que no passado. Mesmo diante do avanço tecnológico, e ainda como
conseqüência dele dificilmente os livros perderão seu espaço, já que são eles que
guardam muitas vezes os conhecimentos que são passados de geração para
geração. E pensando no futuro há quem defenda que a tarefa futurista seja
desenvolver uma educação permanente, na qual aperfeiçoada o individuo possa se
auto-educar permanentemente. Nessa educação os livros terão
Primeiro a necessidade de satisfazer os interesses, necessidades e
aspirações individuais através da seleção individual do material de leitura.
Todo ser humano pode ser ajudado pelos livros a se desenvolver á sua
maneira, pode aumentar sua capacidade crítica e aprender a fazer escolha
entre a massa da produção geral dos meios de comunicação.
(BAMBERGER,1995, p12)
O escritor Rubem Alves (2002, p.45) afirma que ensinar “é uma tarefa
mágica, capaz de mudar a cabeça de pessoas, bem diferente de dar aulas”. Isso nos
leva a pensar na diferenciação que se tem feito entre a leitura que se preocupa
primordialmente com a decodificação de signos e a leitura que forma, que permite
ao leitor criar novos sentidos.
Um dos desafios da escola é levar seu aluno ao aprendizado da leitura, o que
percebemos muitas vezes nas escolas é a permanência da postura que prioriza a
alfabetização e assim perde-se a noção de escrita salientada por Foucambert
(1994,1995) como aquela que permite a elaboração de pontos de vista e de uma
visão de mundo, atribuindo a esse mundo sentido. Enquanto á leitura caberia o ir em
busca desse ponto de vista, verificando, questionando e investigando os meios
usados em sua elaboração.
Desse modo a leitura é compreendida não apenas como atividade social, mas
que também leva a reflexão que em conjunto a escrita gera uma relação criativa e
crítica. E em consonância a esse pensamento acreditamos que assim como outras
habilidades, só se aprenda ler, lendo. Ou seja, com a prática, em contato com os
mais variados tipos de textos. Foucambert corrobora com o pensamento de que
saber ler não se confunde com saber decodificar signos gráficos, mas que leve o
individuo a ler considerando os sentidos presentes mesmo na etimologia da palavra
ler, de origem latina legere, apresentados por Walty (1995). Os sentidos que podem
ser dados são o de primeiramente, ler significar contar, enumerar letras, o que se
relacionaria a decodificação; em seguida significaria colher, seria a percepção de um
sentido para o que se ler e por último, roubar, aqui o leitor não se limitaria ao que o
autor escreve, mas construiria novos sentidos a partir do que o próprio autor fornece.
“Ler não é, pois, traduzir, repetir sentidos dados como prontos, é construir uma
cadeia de sentido a partir dos índices do texto dado” (WALTY, 1995, p.19).
Com isso podemos voltar a discussão sobre a leitura ir além da
decodificação, mas sobre isso é relevante ressaltar o que diz Solé (1998, p.52) “ler
não é decodificar, mas para ler é preciso saber decodificar”, o ensino do código
então, deve ser feito para criança de modo a basear-se em contextos que a leve a
significação, condizente com sua realidade e especificidade e não de forma
descontextualizada.
É ainda a autora Solé (1998) que apresentará uma estratégia de ensino de
leitura para crianças, que as incluem no processo de aprendizado que é construído
por elas em etapas: 1) antes: predições iniciais sobre o texto e objetivos de leitura;
2) durante: levantamento de questões e controle da compreensão; 3) depois:
construção da idéia principal e resumo textual. Assim a criança constrói em conjunto
com o professor o aprendizado e este deve procurar incentivá-lo e desenvolver nela
o hábito da leitura.
A leitura deve ser apresentada como um processo de construção de sentidos,
“ler e escrever são atos que se inserem num processo cultural” (WALTY, 1995,
p.19). Portanto deve ser trabalhado de maneira contextualizado com os aspectos
sociais, o que torna necessário que a criança tenha um orientador da atividade de
leitura, um adulto-leitor que a possa conduzir, papel desempenhado na escola pelo
seu professor.
É pensando nessas especificidades do ensino de leitura que Staiger apud
Bamberger (1995) salienta que para um ensino eficaz, deve-se estipular objetivos a
serem alcançados e cita quatro como exemplo, os quais são:
a) Incentivo ao pleno uso das potencialidades do individuo em sua leitura de
modo a influir ao máximo no seu bem-estar e levá-lo à sua auto-realização.
b) Emprego eficiente da leitura como um instrumento de aprendizado e critica
e também de relaxamento e diversão.
c) Ampliação constante dos interesses da leitura dos estudantes.
d) Estímulo a atitudes que levem a um interesse permanente de muitos
gêneros e para inúmeros fins. (BAMBERGER, 1995, p.24)
Com isso podemos notar que o ensino de leitura não deve ser realizado de
forma coercitiva, mas pelo contrário dando ao aluno estímulos agradáveis para
desenvolver seu gosto literário.
É importante também para uma maior eficácia no ensino de leitura que a
escola tenha uma biblioteca que supra e atenda as necessidades dos professores e
alunos. Uma vez que dificilmente temos como comprar todos os livros pelos quais
nos interessamos e ainda pelo fato de muitas vezes o aluno não contar com livros
em sua casa. Assim é relevante que se trabalhe com o aluno o costume de utilizar a
biblioteca escolar e também a pública quando sua cidade possuir. E essas
bibliotecas precisam ter funcionários também capacitados a orientar o aluno em sua
busca ou pesquisa. Uma vez que uma das principais tarefas da biblioteca “é
complementar o ensino e proporcionar oportunidades para o uso de livros de
consulta e não-ficção”. (Bamberger, 1995, p.77).
Uma biblioteca bem equipada pode ser decisiva nos resultados do ensino
com a leitura, pois se “não oferece escolha suficiente as crianças têm de pegar o
que encontram, e, quando o livro não se ajusta aos seus interesses, sentem-se
decepcionadas” (Bamberger, 1995, p.78). Isso acarretará em prejuízo para trabalho,
pois ao invés de desenvolver o hábito de leitura, ela poderá criar aversão ao mesmo.
Por isso o acervo de uma biblioteca deve ser constituído com diversidade de temas
e também com numero que corresponda à demanda de alunos da escola.
O ensino das estratégias de leitura deve acontecer de modo que possam ser
relacionadas a outras situações, não deve ser feito de modo único, infalível. Mas de
modo a enfatizar a capacidade de cognição do aluno, por isso não é o bastante
conhecer diversas estratégias se não se sabe usá-las. Pois se bem trabalhado o
aluno atingirá com o tempo autonomia diante a leitura, como destaca Solé (1998,
p.76) “o bom ensino não é apenas o que se situa um pouco acima do nível atual do
aluno, mas que garante a interiorização do que foi ensinado e seu uso autônomo por
parte dele”.
Segundo Solé (1998) ainda, o ensino que utiliza estratégias de leitura deve se
pautar em três características. A primeira coloca professor e aluno revezando de
lugares na prática educativa, sendo os dois elementos indispensáveis para o
processo educativo. A segunda apresenta o professor como o orientador da
atividade, é ele o responsável por fazer a ponte entre os conhecimentos escolares e
as situações sociais. E a terceira traz a idéia de que o aluno possui capacidade de
resolver questões que ás vezes lhe são evitadas, sozinho, ainda que seja ele uma
criança.
Esse terceiro pressuposto refere-se ao grau de complexidade dos textos e das
atividades com textos. Não é aconselhável poupar os alunos de novos desafios. À
escola cabe ensinar novidades, aumentar o repertório do aluno com exposição de
maior diversidade de gêneros textuais. A dosagem e as exigências serão planejadas
considerando que a formação do leitor é um processo gradual. Que quanto mais
cedo começar, mais sentido fará para o aluno-leitor.
Com isso podemos observar que a intenção é incluir a criança nesse
processo, o ensino não deve ser realizado de forma mecânica ou pautado somente
em boas estratégias é importante que haja o envolvimento do aluno, aprendiz de
forma afetiva e não só cognitiva. Ao professor, cabe a função de facilitar o processo
de construção de conhecimentos que a leitura requer do aprendiz.
Ainda é importante ressaltar que Solé quer salientar que o importante no
ensino da leitura não está somente na “explicitação” de como se trabalhará a leitura,
mas também como é importante o papel do professor nessa atividade.
Essas estratégias de leitura que permite que por meio dela produza-se novos
sentidos, mobilizam vários tipos de conhecimentos que temos armazenados na
memória. O processamento textual então, recorre a três sistemas de conhecimento,
são eles:
▪ Conhecimento lingüístico, que abarca o conhecimento gramatical e lexical
do individuo, compreende a organização do material lingüístico na superfície do
textual, que seria por exemplo os meios coesivos usados pelo individuo para retomar
um referente.
▪ Conhecimento enciclopédico ou de mundo, refere-se ao conhecimento geral
sobre o mundo, assim como os alusivos à vivências pessoais e eventos espacio-
temporalmente situados.
▪ Conhecimento interacional, este refere-se à forma de interação por meio da
linguagem e engloba outros conhecimentos, como:
- Ilocucional: que permite que o leitor conheça os objetivos ou propósitos
pretendidos pelo produtor do texto, em uma dada situação interacional;
- Comunicacional: Diz respeito a quantidade de informações necessárias,
seleção da variante lingüística adequada á situação de interação e adequação do
gênero á situação comunicatica;
-Metacomunicativo: através dele o locutor certifica a compreensão do texto
por parte de seu ouvinte e consegue que ele aceite os objetivos com que produz o
que fala, para isso faz uso de várias ações lingüísticas como, sinais de articulação e
atividades de construção textual, a fim de obter a atenção do leitor;
- Supraestrutural: permite a identificação do texto como exemplares
adequados aos diversos eventos da vida social, diz respeito ao conhecimento de
gêneros e tipos textuais, bem como da ordenação textual em conexão com os
objetivos pretendidos.
O conjunto desses conhecimentos é determinado socioculturalmente e eles
são adquiridos conforme a vivência de circunstâncias que farão com que se haja de
uma maneira em particular em determinadas situações e atividades especificas.