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A Distribuição de Matéria Nos Seres Vivos

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A DISTRIBUIÇÃO DE MATÉRIA NOS SERES VIVOS

- Os seres vivos necessitam de sistemas de transporte especializados de


substâncias no seu interior?
- Os seres vivos podem ser classificados quanto à organização celular em
seres unicelulares e seres multicelulares.

Seres unicelulares Seres multicelulares

Não necessitam de sistemas de Nos seres multicelulares, mais


transporte especializados internos, por complexos (reino Animalia e Plantae), é
serem constituídos por uma única necessário que os nutrientes e os gases
célula. (O2 nos animais e O2 e CO2 nas
Neste caso, as substâncias difundem-se plantas) cheguem a todas as células. É
livremente no seu interior. Este necessário, também, que alguns
fenómeno verifica-se em todos os seres produtos metabólicos resultantes da
do reino Monera, Protista e Fungi atividade celular sejam eliminados
(mesmo nos seres multicelulares dos (como o CO2 ). Para tal, é necessário
dois últimos reinos). existirem sistemas de transporte
especializados no transporte dessas
substâncias.
Nota: nem todos os seres do reino Plantae e Animalia
apresentam sistemas de transporte ,como os musgos e a planária, respetivamente.

O TRANSPORTE NAS PLANTAS


Nas plantas não existe um sistema de bombagem de fluídos internos, como o
coração, presente nos seres do reino Animalia.
As plantas terão evoluído a partir de algas (seres protistas).

➔ No meio aquático, as algas multicelulares não necessitam de sistemas de


transporte especializados, porque as substâncias que necessitam se
encontram no meio líquido que as envolve. Deste modo, estas substâncias
difundem-se para o interior das mesmas por difusão.

➔ No meio terrestre, porém, a água encontra-se apenas no solo, tendo que


chegar às células mais afastadas do mesmo.
➔ As plantas briófitas, como o musgo, apresentam pequena dimensão, pelo que
os nutrientes e os gases se difundem no interior da planta por difusão,
enquanto a água se difunde por osmose.
➔ Estas plantas não necessitam, portanto, de um sistema de transporte - são
plantas avasculares.

➔ As plantas vasculares, porém, podem apresentar grandes dimensões, pelo


que necessitam de sistemas de transporte especializados.

Como é que ocorre o transporte nas plantas vasculares?


Como é que as plantas efetuam o transporte de substâncias?
➔ Nos mamíferos, o transporte de substâncias é efetuado através de vasos
sanguíneos, sendo o sangue impulsionado pelo coração.
➔ As plantas, porém, não apresentam,
sistemas de bombeamento, como o
coração.

As plantas vasculares são as mais adaptadas ao ambiente terrestre,sendo mais abundantes. Apresenta
uma grande diversidade de tamanho e formas.

Em que estruturas se efetua o transporte numa Planta Vascular?


Tecidos condutores

Xilema: onde se movimenta a seiva bruta, constituída por água


e sais minerais, desde a raiz até às folhas.
No geral, o xilema apresenta:
➔ Elementos condutores (tracoides e os vasos xilémicos ou
elementos de vaso), constituídos por células mortas, onde
circula a seiva bruta;
➔ Fibras lenhosas, com função de suporte, constituídas por
células mortas, com paredes celulares espessas;
➔ Parênquima lenhoso, constituído por células vivas, com
função de reserva.

Nota: Os vasos xilémicos encontram-se apenas nas plantas angiospérmicas (plantas


com flor).
Floema: é o tecido onde se movimenta a seiva elaborada, constituída
por água e substâncias orgânicas produzidas pela planta.
No geral, o floema apresenta:
➔ Células dos tubos crivosos, são células vivas, unidas entre si
ao nível dos topos, onde apresentam a parede celular com
orifícios (parecendo um crivo) e por onde circula a seiva
elaborada;
➔ Células de companhia, também são células vivas, que
transportam açúcares e outras moléculas de e para os tubos
crivosos;
➔ Fibras lenhosas, com função de suporte; Parênquima, com função de
reserva.
Estomas
São estruturas especializadas que permitem as
trocas gasosas entre a planta e a atmosfera, a nível
da epiderme.
As plantas perdem grande quantidade de água por
transpiração através dos estomas.

Absorção Radicular
A planta absorve através da raiz água e sais minerais (que se
encontram em solução sob a forma de iões). Na raiz podem-se
distinguir 3 zonas: a epiderme, a zona cortical (ou córtex) e o
cilindro central.

Transporte no xilema
Os fenómenos de exsudação e de gutação verificados em algumas plantas
evidenciam a existência de um transporte sob pressão da seiva bruta nos vasos
xilémicos.
Hipótese da Pressão Radicular
➔ Esta hipótese considera que ocorre o transporte ativo de
iões para o interior da raiz (cilindro central), o que gera o
aumento da pressão osmótica 1 (e, logo, uma
diminuição do potencial hídrico 2 ) no xilema. Como
consequência, ocorre a entrada contínua de água do
solo para o cilindro central, gerando-se assim uma
pressão no xilema que impulsiona a seiva bruta no
sentido ascendente.

➔ 1Pressão/potencial osmótico(a): encontra-se diretamente relacionado com


a concentração de soluto - se num meio a sua concentração for maior (meio
hipertónico), o potencial osmótico é maior, sendo menor no meio hipotónico.
A água tende a deslocar-se do meio de menor para o de maior potencial
osmótico.
➔ 2 Potencial hídrico: A água tende a deslocar-se do meio de maior para o de
menor potencial hídrico. O meio hipotónico possui maior potencial hídrico;
contrariamente, o meio hipertónico possui menor potencial hídrico. A água
tende a deslocar-se do meio de maior para o de menor potencial hídrico.

Constituem apoios a esta hipótese a ocorrência, em certas plantas da:


➔ exsudação, quando são feitas podas tardias;
➔ gutação, como resultado de uma elevada pressão radicular.

Porém, a pressão radicular não pode ser o único processo que explica a ascensão
do conteúdo xilémico porque:
➔ a maior parte das plantas que não apresenta pressão radicular;
➔ esta pressão é insuficiente para explicar a ascensão de água a altura
superiores a 10 metros.

Hipótese da Adesão-Coesão-Tensão
➔ As moléculas de água são polares, estabelecendo-se ligações por pontes de
hidrogénio entre si que geram forças de coesão entre elas.
➔ A polaridade das moléculas de água também possibilita a ligação a outras
moléculas hidrofílicas como a celulose, presente nos vasos xilémicos,
fenómeno designado por adesão.
➔ Os vasos xilémicos são muito finos, pelo que as forças de adesão permitem
a formação de uma coluna de água espontaneamente ao longo dos
mesmos.
➔ Porém, a existência de colunas de água no interior dos vasos xilémicos, por
si só, não explica a sua movimentação.
➔ O vapor de água que é perdido pelas folhas por transpiração origina o aumento da
pressão osmótica nas células do mesófilo foliar. Como consequência, a água desloca-
se do xilema em direção a essas células (osmose). Como as moléculas de água se
ligam por ligações por pontes de hidrogénio (forças de coesão), movimentam-se em
conjunto ao longo dos vasos de xilema. Deste modo podemos afirmar que a
transpiração ,ao originar esta movimentação de água, gera uma tensão na coluna de
água no xilema. A nível da raiz o potencial osmótico aumenta (o potencial hídrico
diminui) pelo que a água tende a entrar do solo para a raiz (por osmose) . Ao longo dos
estreitos vasos xilémicos, as moléculas de água, tendem a ascender, devido a
apresentarem forças de adesão às paredes, que facilitam a formação de uma coluna de
água ao longo destes vasos.
Transporte no floema
A seiva floémica, ou elaborada, contém compostos orgânicos resultantes da
fotossíntese – sacarose (10 a 20%) ou outros glícidos – aminoácidos, nucleótidos,
hormonas vegetais e sais minerais.
- Quais são as características do transporte no Floema?
A seiva floémica circula sob pressão e flui em todas as direções:
-dos órgãos de produção em direção ao órgãos consumo armazenamento;
-dos órgãos de armazenamento em direção aos órgãos de consumo.

Hipótese do Fluxo de Massa


➔ Nas folhas (órgãos de produção) ocorre a síntese de
glícidos que são transformados em sacarose;
➔ A sacarose difunde-se do parênquima clorofilino para as
células de companhia e destas passa, por transporte
ativo, para os elementos dos tubos crivosos;
II - Origem da translocação no floema: tecidos de
armazenamento
➔ Nas tecidos de armazenamento a sacarose difunde-se
para as células de companhia e destas passa, por
transporte ativo, para os elementos dos tubos crivosos;
➔ O aumento da concentração de sacarose nas células dos
tubos crivosos origina um aumento da pressão osmótica
e, logo, a entrada de água nestes, por osmose,
proveniente do xilema;
➔ Como consequência dessa entrada de água, as células dos elementos dos
tubos crivosos ficam túrgidas, aumentando a pressão de turgescência;
➔ O aumento da pressão de turgescência nas células obriga a solução de
sacarose a deslocar-se no interior das células dos tubos crivosos em direção
aos locais de menor concentração da solução de sacarose (logo, dos locais
de maior pressão osmótica locais de menor pressão osmótica, locais onde
ocorre consumo ou armazenamento);
➔ Nestes locais, a sacarose sai por transporte ativo dos elementos dos tubos
crivosos, movimentando-se por difusão para o interior das células de
consumo ou armazenamento.
➔ Onde
se
inicia
o

processo de translocação da seiva floémica?


O processo de translocação da seiva floémica inicia-se nas folhas (parênquima
clorofiliano) ou nos tecidos de armazenamento.

➔ Qual é o fenómeno que inicia o processo de translocação?


O fenómeno que inicia o processo de translocação é a concentração, por transporte
ativo, de sacarose nos vasos floremicos/elementos dos tubos crivosos.

➔ Como é que ocorre a translocação no interior dos vasos floémicos?


Nos elementos dos tubos crivosos o aumento da concentração de sacarose provoca
um aumento da pressão osmótica no seu interior (diminuindo a pressão hídrica), o
que provoca a entrada de água (osmose) e consequente aumento da pressão de
turgescência. A pressão assim originada obriga a solução de sacarose/conteúdo
floémico a movimentar se.

➔ Qual é o sentido de movimento da seiva elaborada?


A movimentação da seiva elaborada ocorre dos órgãos de produção em direção
aos órgãos em que se verifica consumo ou armazenamento de sacarose, ou dos
órgãos de armazenamento em direção aos órgãos de consumo.

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