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Ervaterapia Horta Comunitaria Com Ervas Medicinais

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ERVATERAPIA

Horta comunitária com ervas medicinais

HERBATHERAPY

Community garden with medicinal herbs

Autores: Eric SCHWAMBERGER¹*, Adrian José RAMOS¹, Alicia WEBER², Eduarda NUNES¹, Emile
de Lima POLLHEIM¹, Gabriela Santos PATRIARCA², Giovana SCHWAMBERGER², Isadora
BOMBASSARO², Jamily ASSINI², Vitor Gomes², Kassia Kathellyn BARBOZA¹, Roberta Hoepers
MASCARENHAS¹, Rossie Katherine dos SANTOS², Samuel Carvalho de MATOS-FILHO², Vinícius
VERWIEBE¹, Tatiane Sueli COUTINHO3.

Identificação autores: ¹Discentes bolsistas do curso técnico integrado ao ensino médio (Editais 130,
135/2018 e 03/2019) ; ²Discentes voluntários; 3Professora Orientadora do IFC Campus Brusque.

RESUMO

A horta comunitária com ervas medicinais é uma ótima ferramenta de estudo e


conscientização ambiental, tanto para os discentes envolvidos no projeto e outros do
meio acadêmico, quanto para as comunidades interna e externa que usufruem das
ervas disponíveis em canteiros de fácil acesso. Neste projeto, foram elaborados e
mantidos canteiros com diferentes ervas medicinais, dentre elas, ora-pro-nóbis,
menta, manjericão, cavalinha, boldo, alfavaca, babosa, erva-cidreira, capim-limão,
entre outras. O projeto não envolve apenas o fornecimento de tratamento natural
para a comunidade, mas, principalmente, busca a conscientização quanto aos
malefícios que o uso excessivo de remédios alopáticos pode acarretar ao
metabolismo.

Palavras-chave: Horta; Ervas; Ensino.

ABSTRACT

The community garden with medicinal herbs is a great tool for study and
environmental awareness, both for students involved in the project and others in
academia, as well as for internal and external communities who use herbs available
in easily accessible beds. In this project, beds were made and maintained with
different medicinal herbs, among them, ora-pro-nóbis, menta, manjericão, cavalinha,
boldo, alfavaca, babosa, erva-cidreira, capim-limão, among others. The project not
only involves providing natural treatment to the community, but mainly seeks to raise
awareness of the harm that excessive use of allopathic remedies can lead to
metabolism.
Keywords: Vegetable garden; Herbs; Teaching.

INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

O uso de plantas medicinais é a forma mais prática e antiga de se tratar


doenças, além de ser muito acessível e eficaz. A partir do conhecimento e uso
popular, foram descobertos alguns medicamentos utilizados na medicina tradicional,
entre eles estão os salicilatos como é o caso do ácido acetilsalicílico - AAS
(ARMOUS; SANTOS; BEINNER, 2005).
A partir do uso de ervas medicinais que surgiu o estudo da fitoterapia, sendo
a medicina alternativa que mais cresce atualmente, por seus estudos científicos de
satisfatória eficácia, utilizadas pela população com finalidade terapêutica, através
dos estudos químicos e farmacológicos (SANTOS, GUIMARAES, PORTELA,
NOBRE, 2011).
Uma das principais ervas pesquisadas durante o projeto, que apresenta
grande popularidade no meio acadêmico e comunidade externa, é o gengibre. Esta
possui diversos efeitos sobre o metabolismo como: antipirético, analgésico, inibidor
da angiogênese, atividades imunomoduladoras, antitumoral, antioxidante,
bactericida e antiviral (PALHARIM et al. 2008).
Outras ervas muito utilizadas na medicina popular são o alecrim e a hortelã. A
primeira tem ações relacionadas geralmente na atividade de seu óleo essencial e
seus compostos fenólicos antioxidante, apresentando efeito analgésico, anti-
inflamatório, antifúngico e possível antineoplásico. Já a hortelã é rica em vitaminas A
e C, e minerais, como ferro, cálcio, fósforo e potássio, com propriedades
antioxidantes e estimuladoras da imunidade, e tem efeito analgésico, antisséptico,
refrescante (ABÍLIO, 2011).
O boldo (Peumus boldus) é um das ervas medicinais mais difundidas na
cultura brasileira, com efeito em problemas estomacais e digestivos, hepáticos e
diuréticos. Porém, deve ser utilizado com cautela pois quando usado por período
prolongado pode causar irritação gástrica e ser abortivo (RUIZ, 2008).
Desde seu início, o projeto demonstrou capacidade de conscientizar os
alunos do ensino técnico sobre os benefícios que as diferentes plantas medicinais
possuem, além de trazer a reflexão da necessidade do uso de remédios alopáticos,
que já estão impregnados em nossa sociedade como melhor forma de tratar
doenças, mesmo que estes desencadeiam problemas colaterais. Desta forma, faz-
se necessário em muitos casos o uso das plantas medicinais como melhor forma de
tratamento de doenças metabólicas.

METODOLOGIA

O projeto iniciou suas atividades no segundo semestre de 2018, no Instituto


Federal Catarinense Câmpus Brusque, com alunos bolsistas e voluntários que se
reúnem semanalmente para desenvolver estratégias de divulgação e manutenção
das hortas plantadas pela escola.
Concomitantemente, eram realizadas pesquisas bibliográficas sobre a ação
das ervas medicinais no tratamento de disfunções do metabolismo humano,
comparando-a com os efeitos de remédios amplamente comercializados na região.
RESULTADOS E DISCUSSÕES

O projeto vem crescendo dentro da comunidade acadêmica do IFC - Brusque


pelo trabalho que os alunos envolvidos no mesmo vêm exercendo.
Por meio de divulgação do estudo, foram arrecadadas diversas mudas
doadas pelos discentes e servidores do campus, sendo que atualmente,
disponibilizamos em torno de 15 espécies de ervas medicinais utilizadas
constantemente para a preparação de infusões (Tabela 1).

Tabela 1. Ervas medicinais cultivadas pelo Projeto Ervaterapia


Erva Medicinal Efeitos sobre o metabolismo
Nome Nomes
científico populares
Ocimum Alfavaca Ação inibitória sobre organismos altamente patogênicos;
gratissimum auxilia no tratamento da tosse e doenças respiratórias;
alivia os sintomas de estresse e ansiedade
Plectranthus Boldo Apresenta atividade antiespasmódica e colagoga, sendo
barbatus brasileiro utilizada no tratamento de problemas digestivos e
hepáticos.
Zingiber Gengibre e Apresenta propriedades anti-inflamatória, antibacteriana
officinale mangarataia e antitumoral. Utilizado no tratamento das várias
doenças gastrointestinais, respiratórias e doenças
metabólicas.
Mentha sp. Hortelã e Ações terapêuticas como anti-inflamatória,
menta; expectorante, antiespasmódica, vermífuga e colagoga
Costus Cana do Sudorífica, diurética, anti-inflamatória e analgésica.
spicatus brejo;
Pereskia Ora-pró- Contribui para o bom funcionamento intestinal e
aculeata nóbis digestivo, saciedade e é reconstituinte da flora intestinal.
Aloe sp. Babosa Apresenta funções anti-inflamatória, cicatrizante, anti-
alérgica, antibacteriana, antiviral, hidratante e protetora
dos raios UV.
Melissa Erva- Alivia as dores de cabeça; combate os gases; distúrbios
officinalis cidreira digestivos; alivia as cólicas menstruais e intestinais.
Cymbopogo Capim- Ajuda a desintoxicar o corpo, prevenir a anemia, tratar a
n citratus limão insônia, aliviar a dor e ajuda o sistema imunológico
Alternanther Penicilina Propriedades anti-inflamatória, analgésica, e antiviral.
a brasiliana
Rosmarinus Alecrim Ação expectorante, antioxidante, ajuda na digestão e
officinalis diminui os gases.
Equisetum Cavalinha Diurético, anti-inflamatório, antioxidante e indicado para
sp. diversas patologias, como ácido úrico, anemia,
ansiedade, arteriosclerose, bexiga, cálculos renais,
celulite, estrias, rins e pulmões.
Achillea Mil-folhas Adstringente, analgésico, antiinflamatório,
millefolium antiespasmódico, anti-séptico, hemostático, carminativo,
antipirética, cicatrizante.
Salvia Sálvia Anti-inflamatória, anti-reumática, balsâmica, cicatrizante,
officinalis digestiva,, estimulante da memória e regulação do ciclo
menstrual, diurética, antibacteriano, antifúngico, antiviral,
antialérgico, antioxidante.
Plantago Tanchagem Antisséptico, anti-inflamatório, antibacteriano,
major desinfetante.
Fontes: BARRETOS, TOSCANO, FORTES, 2012; MARTINS et al, 2014; MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2015; CLEMENTE, STEFFEN, 2010; RUIZ, 2008); RAMOS, MACHADO, ROCHA, FREITAS, 2014.

Dentre as ervas solicitadas as mais procuradas são capim-limão (capim-santo


ou cana-de-cheiro), erva-cidreira, menta, alfavaca, boldo e babosa. A busca por
estas ervas pode ser explicada pelos benefícios ou palatividade das mesmas.
Dentre os sintomas mais frequentes que estimulavam a busca pelas ervas
medicinais para o tratamento estavam: dor de cabeça, cólicas menstruais,
ansiedade, gripe e/ou dores de garganta e dores de estômago ou mal-estar.
Apesar da crescente procura pelas ervas medicinais pela comunidade interna,
observou-se pouca participação da comunidade externa, o que pode ser explicado
pela escassa divulgação da disponibilidade de ervas medicinais de nossos canteiros.
Visando ampliar a interação da comunidade com o projeto, foram elaboradas nas
redes sociais Instagram e Facebook, a página do projeto Ervaterapia, além de
estarem sendo promovidas palestras de conscientização do uso de ervas medicinais
nas escolas primárias da rede municipal de ensino.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se por meio deste que o uso excessivo de remédios muitas vezes se
dá pela falta de instrução e de uma alternativa de fácil acesso e utilização das ervas
medicinais. Pôde-se observar um comprometimento e conscientização da
comunidade interna o que se ampliará com a divulgação em mídias sociais e
escolas da região.

REFERÊNCIAS

ARMOUS, A. H. SANTOS, A. S. BEINNER, R. P. C. Plantas Medicinais de Uso


Caseiro - conhecimento popular e interesse por cultivo comunitário. Revista Espaço
para a Saúde, v.6, n.2, 2005.
CLEMENTE P., STEFFEN, S.J. Plantas Medicinais - Usos Populares Tradicionais.
2010. Disponível em:
http://www.anchietano.unisinos.br/publicacoes/botanica/avulsas/clemente.pdf Acesso
em: 01 de agosto de 2019.

BARRETOS, A. M. C.; TOSCANO, B. A. F.; FORTES, R. C. Efeitos do gengibre


(Zingiber officinale) em pacientes oncológicos tratados com quimioterapia. Comun.
ciênc. saúde, v. 22, n. 3, p. 257-270, 2012.

MARTINS, J.R et al . Armazenamento de sementes de Alfavaca-cravo (Ocimum


gratissimum L.). Rev. bras. plantas med., Botucatu, v. 16, n. 4,p. 789-793, 2014.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. MONOGRAFIA DA ESPÉCIE Mentha x piperita L.


(HORTELÃ PIMENTA). Disponível em
http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/11/Monografia-
Mentha-piperita.pdf. Acesso em 5 jun 2018.

PALHARIM, L.H et al. Estudo do gengibre na medicina popular. Revista científica


eletrônica de agronomia, n. 14, 2018.

RAMOS, MACHADO, ROCHA, FREITAS, 2014 Disponível em


http://farmacia.saude.pe.gov.br/sites/farmacia.saude.pe.gov.br/files/cartilha.pdf

RUIZ, Ana Lúcia T. G. et al . Farmacologia e Toxicologia de Peumus boldus e


Baccharis genistelloides. Rev. bras. farmacogn., João Pessoa , v. 18, n. 2, p. 295-
300, 2008.

SANTOS, R.L.; GUIMARAES, G.P.; PORTELA, A.S.; NOBRE, M.S.C; 2011


Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
05722011000400014

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