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Aula 1 - Leptospirose

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DOENÇAS

BACTERIANAS DOS
ANIMAIS DOMÉSTICOS
Profa. Maíra Meira
maira.meira@grupounibra.com
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Carga horária: 60h
 Leptospirose
 Brucelose,
 Tuberculose
 Clostridioses
 Tétano, Botulismo, Carbúnculo sintomático, Gangrena Gasosa,
Carbúnculo Hemático
 Hepatite necrótica infecciosa, Hemoglobinúria bacilar, Enterotoxemias
 Salmonelose; Listeriose; Campilobacteriose; Nocardiose;
Ceratoconjuntivite infecciosa bovina
 Mormo; Garrotilho; Pneumonia dos potros por Rhodococcus equi
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Carga horária: 60h

 Dermatofilose;
 Actinomicose e Actinobacilose;
 Rinite atrófica progressiva; Pleuropneumonia suína; Erisipela com
enfoque em suínos; Podridão dos cascos
 Linfadenite caseosa ovina
 Mastite bacteriana e fúngica
 Colibacilose em mamíferos e Diarréias bacterianas no neonato e animais
jovens
 Dermatites e otites bacterianas em pequenos animais
 Pasteurelose
LEPTOSPIROSE
DEFINIÇÃO
A leptospirose é uma doença infectocontagiosa aguda que acomete humanos,
animais domésticos e silvestres por meio do contato direto ou indireto com a
urina de hospedeiros infectados, principalmente roedores.

É uma das zoonoses mais difundidas do mundo.


No Brasil a doença é endêmica em todas as unidades da federação e epidêmica,
principalmente, em períodos chuvosos. Sua ocorrência está relacionada às
precárias condições de infraestrutura sanitária e alta infestação
de roedores infectados.
ETIOLOGIA
A leptospirose é causada por bactérias de:

 Ordem - Spirochaetales
 Família – Leptospiraceae
 Gênero – Leptospira

De forma espiralada ou helicoidal (espiroquetas), flexível, com extremidades


similares a pontos de interrogação, por isso a denominação Leptospira interrogans
FATORES DE PATOGENICIDADE
DAS LEPTOSPIRAS
 Endoflagelo – Motilidade da bactéria em meios viscosos/ invade e se
dissemina após a infecção inicial
 Fibromectina – Proteína que interage com o tecido do hospedeiro e se adere
às mucosas invadidas
 Esfingomielinase H – Proteína que forma poros nas células do hospedeiro e
penetra na célula, agravando as lesões
 Pepitidioglicanos – Atuam nas células endoteliais vasculares causando
inflamação vascular
LEPTOSPIROSE CANINA

Enfermidade infectocontagiosa de caráter agudo com apresentação


clínica complexa e de grande variedade de sinais clínicos.

Febre, Icterícia, insuficiência renal aguda, hemorragias pulmonares letais,


vômitos e diarréia.
Quadro clínico reflete lesões nos órgãos envolvidos:

PULMÕES
INTESTINOS
FÍGADO
RINS

ELEVADA LETALIDADE DOS ANIMAIS ACOMETIDOS!

Sinonímias: Doença de Weil e enfermidade de Stuttgart


EPIDEMIOLOGIA

 A leptospirose canina tem distribuição mundial


 Mais frequente em países ou regiões tropicais e subtropicais ( pluviosidade)
 Acomete cães sem distinção de sexo/raça/faixa etária
 Apesar da distribuição mundial, há regionalização de alguns sorovares em
países/localidades
 Transmissão direta- contato com urina/sangue animais doentes (ocasional)
Via venérea, via placentária ou ingestão de tecidos contaminados (predação)
 Transmissão indireta- exposição a solo úmido e água ou mesmo alimentos
contaminados
EPIDEMIOLOGIA
 As leptospiras são eliminadas pela urina de cães doentes ou portadores
inaparentes
 Infecção pelas vias: ORAL, NASAL E CONJUNTIVAL
 As leptospiras fora do hospedeiro não se multiplicam, mas podem
permanecer viáveis de semanas a meses – em solo e ambientes aquáticos
quando eliminadas pela urina
 Sobrevivência no solo PH próximo ao neutro ou levemente alcalino
 Temperatura 0° a 25°C
 Cães são principais HOSPEDEIROS DE MANUTENÇÃO de L. Interrogans –
Portadores Convalescentes – Manutenção do agente nos túbulos renais e
eliminação pela urina por período prolongado
EPIDEMIOLOGIA
 No ambiente a bactéria infecta outros cães – contato direto ou água, alimentos
e fômites
 Hábito canino de cheirar genitália de outros cães – infecção via direta (nasal
em contato com urina)
 Cães errantes em fase de leptospiúria ou infecção subclínica – GRANDES
DISSEMINADORES da doença
 Roedores são principais hospedeiros de manutenção – PORTADORES SADIOS

ELIMINAM A BACTÉRIA NO MEIO AMBIENTE


ATRAVÉS DA URINA

Contaminação de água e alimentos dos cães


e utensílios (bebedouros e comedouros)

POSIÇÃO DE DESTAQUE!!!
EPIDEMIOLOGIA

 Ratos e cães – Leptospiúria INTERMITENTE


 Meio também importante de contaminação dos cães: PREDAÇÃO de
ROEDORES – manifestação clínica GRAVE!
EPIDEMIOLOGIA

Sorovares prevalentes no Brasil


 Copenhageni – Grandes capitais como SP
 Pyrogenes – Interior de SP
 Outros sorovares: Grippotyphosa, Pomona, Tarassovi, Autumnalis, Hardjo e Castellonis

*O aumento da ocorrência de sorovares pode ser justificado pelo controle da doença


com uso massal de vacina bivalente contendo os sorovares clássicos (Canícola e
Icterohaemorrragiae)
PATOGENIA
 Invasão das mucosas das vias DIGESTÓRIA, RESPIRATÓRIA E GENITAL e PELE ÍNTEGRA
ou LESADA.
 Disseminação pela corrente sanguínea
 Multiplicação ativa no endotélio dos vasos, sistema linfático, líquor e órgãos (rins, fígado,
pulmões, baço, olhos, trato geniturinário e SNC)
 Quadro agudo ou sistêmico da doença: LEPTOSREMIA
 Período de incubação até início dos 1°s sinais clínicos: 5 a 10 dias
 Leptospira fica “protegida” nas células dos túbulos renais- baixa resposta do sistema imune

-ESTRATÉGIA EXITOSA DE SOBREVIVÊNCIA-

Poucos antimicrobianos conseguem alcançar


o interior das células tubulares renais
CLÍNICA
 Sintomatologia e gravidade dos sinais clínicos dependem:

Virulência do sorovar infectante

Estado imune do hospedeiro

Status vacinal

Idade

Cães velhos ou jovens são mais susceptíveis a quadros graves!!!


A precocidade do diagnóstico, comprometimento renal e/ou hepático
e início do tratamento x gravidade dos quadros
CLÍNICA
 Apatia
 Anorexia
 Letargia
 Mialgia ou tremores musculares
 Febre (39,5°a 40°C)
 Diarréia branda
 Urina de aspecto mais escuro
Após 2 ou 3 dias de evolução inespecífica: PULSO RÁPIDO e IRREGULAR,
VÔMITOS FREQUENTES (amarelados com conteúdo biliar)
Esclera e mucosas conjuntival, oral, perianal e vaginal e áreas de pele clara
(abdominal) com aspecto AMARELADO – Subicterícia ou Icterícia
CLÍNICA
Com evolução da doença, outros sinais clínicos:
 Hematoquezia
 Melena
 Conjuntivite
 Uveite
 Hematêmese
 Epistaxe
 Urina com coloração escura
 Redução da frequência de micções
 Sensibilidade dolorosa à palpação abdominal (áreas hepática e renal)
 À auscultação pulmonar- Mais diversos graus de comprometimento –
QUADRO PNEUMÔNICO
DIAGNÓSTICO

 Histórico do animal
 Exame clínico cuidadoso
 Achados de patologia clínica
 Sorologia

Outros exames: achados necroscópicos, histopatológicos e diagnóstico molecular.

FEBRE, ICTERÍCIA, VÔMITO, DIARRÉIA, INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA E


ALTERAÇÕES PULMONARES em cães sem histórico vacinal ou vivendo em
ambientes com presença de roedores.
Patologia clínica

 Leucocitose por neutrofilia


 Trombocitopenia
 Anemia moderada
Provas de função hepática e renal

 Elevação acentuada da ALT (400 ATÉ 500UI/l-10x mais que o normal)


*Indica destruição de hepatócitos
 Aumento da Bilirrubina total em média 20mg/dl (valor normal 0,1 e 0,3 mg/dl)
 Elevação dos níveis de ureia e creatinina – Vai crescendo com a evolução da gravidade
Dosagem sérica de eletrólitos

 Hiponatremia
 Hipocloremia
 Hiperfosfatemia
 Hipopotassemia *Só é observada na falência renal oligúrica terminal
Urinálise
 Indica elevação da densidade urinária
 Proteinúria
 Bilirrubinúria
 Presença de corpos cetônicos, sais biliares, glicosúria
 Coloração variando amarelo-escuro a marrom- escuro
***Urina analisada em microscopia de contraste de campo escuro – Podem ser
vistas LESPTOSPIRA com movimentos.
CAUTELA pois podem ser cães convalescentes em leptospiúria.
Isolamento do agente

 O isolamento de leptospiras e a identificação do SOROGRUPO/SOROVAR


envolvido são definitivos para FIRMAR DIAGNÓSTICO.
 A partir de SANGUE, DERRAMES CAVITÁRIOS, URINA, FÍGADO e RINS –
Isolamento em meios seletivos (Líquido de Fletcher)
 As amostras devem ser encaminhadas ao laboratório sob refrigeração (4° a
8°C) no máximo até 6h após coleta.
 Culturas avaliadas semanalmente por até 6 semanas.
 Casos postivos = ANEL de Dinger
 Não deve ser o único método diagnóstico em virtude da espera em iniciar o
tratamento
Diagnóstico sorológico

 Teste de soroaglutinação microscópica (SAM) com antígenos vivos- Indicado


pela Organização Mundial de Saúde
 ELISA (Poucos laboratórios têm disponíveis para cães)
 Aglutinação em látex
 Imunofluorescência indireta
 Diagnóstico por imagem: Não são utilizadas para diagnóstico definitivo –
Podem auxiliar a avaliar extensão das lesões
 Técnicas de biologia molecular – PCR Rápida detecção de sorogrupos (sangue
cardíaco, urina, derrames cavitários, fígado e rins) - MESMO ANIMAIS EM
TRATAMENTO COM ANTIMICROBIANOS!
*Reações positivas na PCR devem ser associadas a achados epidemiológicos,
sinais clínicos e resultados clinicolaboratoriais e/ou sorológicos.

 Exames post mortem: NECROPSIA – Lesões características pulmonares,


hepáticas e renais (icterícia)
Visualização de leptospiras em cortes histopatológicos corados (sais de prata),
argentametamina de Gomori e Fontana
Anatomia patológica macroscópica
 Icterícia – em geral bastante grave – ACHADO MAIS SIGNIFICATIVO
Em mucosas aparentes, esclera e na pele do abdômen e pavilhões auriculares
Em abertura de cavidade – todo tecido subcutâneo (pode ter edema gelatinoso e
hemorrágico)
Em mucosa oral, na língua, no esôfago, na traquéia, glote, grandes vasos, serosas dos
órgãos torácicos e abdominais
Em esôfago, estômago e intestino
 Fígado congesto, aumentado, bordas rombas
 Os pulmões ictéricos e pneumônicos bilateralmente, com edema e líquido espumoso
 Rins com petéquias e sufusões subcapsuladas. Coloração verde-escura a enegrecida
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Devido ao quadro polissistêmico, diferentes doenças devem ser levadas


em consideração:

 Intoxicação por dicumarínico (hemorragia, diarréia sanguinolenta e vômitos, não há


trombocitopenia nem leucocitose, apenas anemia moderada)
 Babesiose (mucosas ictéricas mas sem alteração hepáticas e renal nem leucocitose
por neutrofilia)
 Erlichiose canina (não apresentam icterícia. Há anemia, leucopenia e
trombocitopenia)
 Anemia hemolítica autoimune (quadro de icterícia e urina escura. Hemograma sem
trombocitopenia nem leucocitose)
 Neoplasias hepáticas (apatia, icterícia e hepatomegalia. Porém de curso prolongado)
TRATAMENTO
 Eficácia do tratamento depende do DIAGNÓSTICO PRECOCE.
Três objetivos principais:
1. INATIVAÇÃO do AGENTE PATOGÊNICO
2. Manutenção ou reestabelecimento da FUNÇÃO HEPÁTICA
3. Manutenção da integridade da FUNÇÃO RENAL

➢ ANTIMICROBIANOS
PENICILINA – Excelente ação contra as leptospiras mas não penetra nas células
tubulares renais. Animal se torna portador renal com leptospiúria prolongada!
Recomenda-se aplicação imediata intravenosa(cristalina), logo a seguir
(benzatina) subcutânea ou intramuscular.
TRATAMENTO

 Após recuperação da função renal – ESTREPTOMICINA para eliminar as


leptospiras do interior das células tubulares renais
*Evitar que animal se torne portador convalescente com leptospiúria – FONTE DE
INFECÇÃO para outros cães e humanos!
➢ Reposição de fluidos e eletrólitos
➢ Diuréticos
➢ Dopamina
➢ Furosemida
➢ Corticóides nos quadros graves de pneumonia
PROFILAXIA E CONTROLE

 Combater ROEDORES
 Remoção diária de restos de comida e água
 Higienização periódica de comedouros e bebedouros dos cães
 Evitar que cães tenham contato com animais de sem domicílio, especialmente
com URINA
 Desinfecção do ambiente: solução de hipoclorito (a 5%, ação de 30-60 min.)
 Quarentena para animais recém-adquiridos em canis
 Isolar e tratar animais doentes
 VACINAÇÃO é o recurso profilático específico e fundamental contra
leptospirose canina mas deve-se unir as outras medidas profiláticas
 Vacinas são efetivas em reduzir ocorrência da doença e gravidade dos sinais
clínicos mas NÃO impedem a infecção de animais portadores
SAÚDE PÚBLICA
 Uma das ZOONOSES mais frequentes e preocupantes em todo mundo
 A bactéria é transmitida dos animais para os humanos de maneira direta ou
indireta, pelo contato com urina de roedores, animais domésticos ou
silvestres, água e alimentos contaminados.
 Cães apresentam importante ELO na CADEIA EPIDEMIOLÓGICA de
transmissão da leptospirose para humanos
 Controle da doença deve contemplar:
Medidas de saneamento básico, melhorias das condições de habitação da
população, controle de roedores, vacinação de animais, isolamento e tratamento
de animais doentes
➢ Educação continuada em saúde para a população a fim de reduzir ocorrências
da doença em humanos e animais
LEPTOSPIROSE EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO
EPIDEMIOLOGIA
 Enfermidade infecciosa re-emergente, de ocorrência mundial
 Prevalência em países tropicais e subtropicais – Temperatura e umidade
(manutenção do agente no ambiente)
 Disseminação entre a MESMA ESPÉCIE, espécies diferentes (cíclica)
 Contaminação sem distinção de sexo/idade
 Principais vias de eliminação: Urina, fetos abortados, placenta, descargas cervicais e
sêmen
 Vias diretas de transmissão - Monta natural e IA
 Via indireta – contato com ambiente contaminado (tanques, mananciais, rios e lagos,
pastos, instalações, equipamentos rurais, bebedouros, ração e alimentos)
 Porta de entrada: PELE ÍNTEGRA ou LESADA, mucosas conjuntiva, nasofaríngea e
geniturinária.
 Sorovares universais e prevalentes: L. interrogans sorovar Icterohaemorragie e
sorovar Canicola.
PATOGENIA
 Após penetração – vias linfáticas e sanguíneas – DISSEMINAM-SE pelo organismo
Órgãos acometidos: PULMÕES, FÍGADO e BAÇO

MULTIPLICAÇÃO por aproximadamente uma semana


 Fêmeas gestantes quando infectadas a bactéria pode atravessar placenta – QUALQUER
ESTÁGIO DA GESTAÇÃO (Perdas embrionárias, abortamentos, natimortalidade ou
nascimento de crias debilitadas).
 Lesão direta na membrana das células endoteliais de pequenos vasos – extravasamento
sanguíneo e hemorragia disseminada.
 Média do aparecimento dessas lesões: 48 e 72h. PETÉQUIAS HEMORRÁGICAS
 Em seguida LEPTOSREMIA, FEBRE, produção de anticorpos.
 Animais que sobrevivem à fase aguda as leptospiras PERSISTEM em pequena quantidade
TÚBULOS RENAIS, CÉREBRO, CÂMARA ANTERIOR dos OLHOS, TRATO GENITAL.
CLÍNICA

BOVINOS E BUBALINOS
 Sorovares mais frequentes no Brasil : Hardjo e Wolfii, Gippotyphosa, Icterohaemorragie e
Pomona – Associados a ABORTAMENTO
 Bovinos leiteiros – MASTITE FLÁCIDA – Diminuição da produção de leite- Síndrome da
queda do leite “milk drop syndrome”
 Rebanhos de corte – Não se observou impacto sobre taxas reprodutivas reprodutivas
 Rebanhos leiteiros sorovar Hardjo – Interferência negativa PRENHEZ e PARIÇÃO
 RISCO DE EXPOSIÇÃO HUMANA – Motivo de preocupação!
 Bovinos jovens: SURTOS GRAVES – FEBRE ALTA, ANEMIA HEMOLÍTICA, HEMOGLOBINÚRIA,
ICTERÍCIA, CONGESTÃO PULMONAR, MENINGITE (ocasional), MORTE.
 Bovinos adultos: infecção pode ser inaparente ou como enfermidade reprodutiva,
abortamento, infertilidade, esterilidade, nascimento de animais fracos
CLÍNICA

SUÍNOS
 Todas as idades
 Animais jovens: FEBRE, ANOREXIA, PROSTRAÇÃO, CONJUNTIVITE, ICTERÍCIA,
HEMOGLOBINPURIA e DISTURBIOS NEUROLÓGICOS, ÓBITO.
 Animais adultos e fêmeas não prenhes – Infecção benigna e inaparente
 Fêmeas gestantes infectadas – MORTE FETAL e ABORTAMENTO (FETOS
DEGENERADOS e MUMIFICADOS)
 Sorovares mais frequentes no Brasil: POMONA, ICTEROHAEMORRAGIE,
CANICOLA, TARASSOVI, BRATISLAVA e GRIPPOTYPHOSA.
CLÍNICA

OVINOS e CAPRINOS
 Evento raro
 Nos casos registrados: clínica semelhante aos bovinos com esfera reprodutiva
envolvida.
 Na infecção aguda: ANOREXIA, DIFICULDADE RESPIRATÓRIA, ANEMIA
HEMOLÍTICA, ICTERÍCIA, URINA VERMELHA-ESCURA, FEBRE.
 Sorovares mais frequentes:
OVINOS - HARDJO, WOLFI, ICTEROHAEMORRAGIE e HEBDOMADIS
CAPRINOS – ICTEROHAEMORRAGIE,PYROGENES e HARDJO
CLÍNICA
EQUINOS
 DOENÇA SISTÊMICA e REPRODUTIVA
 Sinais aparecem 4-5 dias pós-infecção: PROSTRAÇÃO, APATIA,
PERDA DE APETITE, EMAGRECIMENTO, FEBRE POR ATÉ 3 DIAS, CONJUNTITIVE e
LACRIMEJAMENTO, MUCOSAS PÁLIDAS ou ICTÉRICAS com PETÉQUIAS.
 Potros podem desenvolver HEMORRAGIA PULMONAR e HEMATÚRIA, Sinais
neurológicos e de irritabilidade (encefalite)
 Adultos e jovens – CORPO ARQUEADO – DOR!
 ANEMIA HEMOLÍTICA, LEUCOCITOSE com neutrofilia ou linfocitose
 Leptospiúria por 10 semanas- RISCO ZOONÓTICO!
 Abortamentos, filhotes fracos, prematuros e portadores renais
 Sorovares predominante: Icterohaemorragie (casos graves)
DIAGNÓSTICO
 Não é tarefa fácil! SINAIS CLÍNICOS VARIADOS...
 Testes laboratoriais diretos e indiretos – Base do diagnóstico
Métodos diretos: Microscopia de campo escuro (suspensão de tecidos/urina)
Exames histopatológicos
Isolamento por cultivo e/ou inoculação
Técnicas moleculares de DNA bacteriano (PCR)
*Ferramenta fundamental em ocorrência de fetos abortados
Métodos indiretos: ELISA
SAM
Amostras clínicas para análise laboratorial
▪ Animal vivo: sangue, urina e sêmen
▪ Fetos abortados (até 5° mês enviar inteiro)
▪ Soro sanguíneo materno e fetal, exsudato torácico e abdominal
TRATAMENTO

 FASE AGUDA – foco em rebanhos – bovino, suíno, ovino e caprino


Di-hidretreptomicina, 25mg/kg, IM, 3-5 dias
Oxitetraciclina e amoxicilina – estado de portador renal ou genital
Para suínos (evitar abortamento)- oxitetraciclina ou clortetraciclina

A relação CUSTO/BENEFÍCIO da antibioticoterapia – VALOR dos ANIMAIS

TRATAMENTO SEMPRE É RECOMENDÁVEL QUANDO HOUVER RISCO DE TRANSMISSÃO AOS


HUMANOS!
PROFILAXIA E CONTROLE

 Medidas de redução da prevalência da infecção pelos sorovares mantidos na


população(rebanho)
 Redução de associação ecológica com hospedeiros de vida livre
 Não introdução de animais sem exames prévios (sorologia, cultivo e/ou PCR de
urina e sêmen)
 Remoção e destino adequado de excretas e fetos abortados e anexos
 Água e alimentos de boa qualidade
 Drenagem de pastos que acumulam água
 Desinfecção das instalações (estábulo, ordenha, pocilga, baia, maternidade, canil)
 Desrratização e antirratização sistemáticas
PROFILAXIA E CONTROLE
 Separar lote infectado do sadio por ao menos 6 meses
 Animais doentes/reagentes isolados e tratados
 Normas sanitárias definidas no Código Zoossanitário Internacional da World
Organosation for Animal Health (OIE) e pelo Subcomitê da Sociedade Internacional
de Transferência de Embriões (IETS)
 Há vacinas disponíveis comercialmente (cultivos de células bacterianas íntegras
inativadas) POLIVALENTES – 10 Sorovares com base na prevalência regional
 Programa de vacinação sistemático (semestral ou anual, conforme fabricante)
 Animais monitorados sorologicamente
 Bezerros 1ª dose aos 4 meses
 Vacas em gestação vacinadas 2 meses antes do parto
SAÚDE PÚBLICA
➢ Em humanos, DOENÇA OCUPACIONAL
Granjeiros, magarefes, médicos-veterinários, tratadores de animais e outros
profissionais que têm contato direto com animais
➢ Principal grupo de risco em âmbito mundial: profissionais que têm contato
com excretas, carcaças e fetos abortados
➢ Trabalhadores que atuam em esgotos, canaviais e arrozais, e também
mineiros – infecção por contato com ambiente contaminado pela urina de
roedores
➢ Acidentalmente: pescarias, natação em águas naturais e próximas às zonas
rurais.
➢ Nos centros urbanos: em meses com alto nível pluviométrico, contato com
água ou solo contaminado por urina de roedores (Icterohaemorrhagie e
Copenhageni)

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