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Módulos Neurofisiologia

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NEUROFISIOLOGIA

APRESENTAÇÃO ​DA DISCIPLINA

Organização do material:

Nesta disciplina você terá a oportunidade de estudar o funcionamento do Sistema


Nervoso integrado com os fatores psicológicos que afetam as condições médicas.
Compreenderá o funcionamento das principais estruturas e regiões do Sistema
Nervoso Central e Periférico como também a anatomia. De modo a articular os
aspectos biológicos, psicológicos, comportamentais e sociais inerentes ao
desenvolvimento integral do homem.

O material poderá ser utilizado como orientação para seu estudo e como complemento
das atividades realizadas nas aulas presenciais.

O programa da disciplina está distribuído em oito módulos, que devem ser estudados
ao longo do semestre letivo. Alguns tópicos serão objeto de avaliação na NP1
(Módulos 1 a 4) e outros serão avaliados na NP2 (Módulos 5 a 8).

Sugerimos que você siga a ordem abaixo apresentada, ao planejar seu estudo, uma
vez que os temas mantém entre si uma relação lógica. Em cada um dos módulos,
haverá uma breve apresentação do assunto, indicação de material para leitura,
atividades de estudo e exercícios de verificação da aprendizagem. Lembre-se que a
mera realização dos exercícios não permitirá a aprendizagem dos temas. É
imprescindível que você realize todas as atividades descritas em cada módulo.

O presente conteúdo, por se tratar da apresentação do curso, não inclui exercícios.


Em seguida, observe o planejamento temático dos módulos:

Módulo1:

1. Célula Nervosa
2. Divisão Anatômica e Funcional do S.N. – Sistema Nervoso Central e Periférico
3. Divisão Eferente Visceral do SN Sistema Nervoso Autônomo ou Neurovegetativo
3.1. Sistema Nervoso Simpático e Parassimpático
3.2. Ações da adrenalina, noradrenalina e acetilcolina nos órgãos

Módulo2:

1. Sensibilidade
1.1. Sensibilidade Somestésica ou Geral

Módulo3:

1. Motricidade
1.1. Motricidade Reflexa
1.2. Motricidade Automática - Sistema Extrapiramidal
1.3. Motricidade Voluntária - Sistema Piramidal
Módulo 4:

1- Cerebelo

11. Anatomia e Fisiologia


1.2. Divisão Filogenética
1.3. Vias Cerebelares
1.4. Funções do Cerebelo
1.5. Engramas do Movimento
1.6. Síndromes Cerebelares

Módulo 5:
1. Córtex Cerebral – Áreas e Funções Corticais

Módulo 6:
1. Hipotálamo e Tálamo
2.Substância Reticular Ativadora

Módulo 7:
1. Sistema Límbico - Estruturas e Conexões

Módulo 8:
1. Doenças Psicossomáticas
1.1. Classificação
Módulo 1
Célula Nervosa
Divisão Anatômica e Funcional do S.N. – Sistema Nervoso Central e Periférico

1.​ ​Célula Nervosa

No sistema nervoso, existem 2 classes distintas de células: as células neurais


ou neurônios e as células da glia ou gliais.
Estima-se que o cérebro humano é formado por cerca de 25 bilhões de
neurônios.
Um​ neurônio​ apresenta 4 regiões morfológicamente definidas: o corpo celular,
os denditros, o axônio e suas terminações pré
sinápticas.

Figura 1: Estruturas Anatômicas do neurônio


Fonte: ​http://jmelobiologia.zip.net/arch2008-05-18_2008-05-24.html

O corpo celular (soma) é o centro metabólico da célula. Do corpo celular


originam-se dois prolongamentos, os dendritos e o axônio. Os neurônios apresentam
diversos dendritos que se ramificam, tendo como principal função à recepção de sinais
de outras células neurais.
Do corpo celular só origina um axônio, que é a principal unidade condutora do
neurônio. É capaz de conduzir sinais elétricos por distancias curtas e longas. Os
axônios se dividem em diversos ramos conduzindo informações para diversos alvos.
Os sinais elétricos propagados ao longo do axônio são chamados de potenciais de
ação, são impulsos nervosos rápidos.
Os axônios mais calibrosos são circundados por bainha isolante, chamada de
mielina. Essa bainha é interrompida a intervalos regulares, pelos nodos de Ranvier.
Próximo à sua terminação, o axônio se divide em ramos muito finos que fazem
contato com outros neurônios. O ponto de contato é chamado de sinapse. A célula
transmissora de um sinal é designado como célula pré - sináptica, enquanto que a
célula que recebe o sinal é a célula pós - sináptica.
As dilatações nas extremidades das ramificações axônicas são chamadas de
botões sinápticos, estes não se comunicam anatomicamente com outra célula neural.
As células neuronais são separadas, por um espaço chamado de fenda sináptica.
Os neurônios podem ser classificados, em termos de sua função, em três
grandes grupos: sensoriais, motores, e interneurônios. Os neurônios sensoriais ou
aferente conduzem informações para o sistema nervoso, tanto para a percepção como
para a coordenação motora. Os neurônios motores conduzem comandos para os
músculos e glândulas. Os interneurônios formam a maior classe, conduzem
informações de uma região cerebral para outra.

Figura 2: Classificação dos neurônios

Os corpos celulares neurais e seus axônios são cercados por ​células da glia​.
Existem cerca de 10 a 50 vezes mais células da glia do que neurônios no SNC dos
vertebrados.
As células da glia têm as seguintes funções:

1- Atuam como elementos de sustentação, dando firmeza e estrutura ao cérebro.


Separam e isolam grupos de neurônios entre si.
2- Dois tipos de células da glia produzem mielina.
3- Algumas células da glia removem os dendritos após lesão ou morte neural.
4- As células da glia tamponam e mantém a concentração dos íons potássio no
espaço extracelular; algumas também captam e removem transmissores químicos
liberados pelos neurônios durante a transmissão sináptica.
5- Durante o desenvolvimento cerebral, certas classes de células da glia guiam a
migração dos neurônios e dirigem o crescimento do axônio.
6- Certas células da glia participam da criação de um revestimento, especial e
impermeável, dos capilares e vênulas cerebrais, criando uma barreira
hematoencefálica que impede o acesso de substâncias tóxicas ao cérebro.
7- Existe evidência de que algumas células da glia, no SN do vertebrado, têm
participação na nutrição das células neurais.

Neurotransmissores - Os Mensageiros Químicos

Pode-se inicialmente defenir que um transmissor é como uma substância que é


liberada numa sinapse por um neurônio e que afeta uma outra célula.

A transmissão sináptica química passa pelas seguintes fases:


* síntese da substância transmissora;
* armazenamento e a liberação do transmissor;
* interação do transmissor com o receptor na membrana pós sináptica e
* remoção do transmissor da fenda sináptica.

O neurotransmissor é aquele que atende os seguintes critérios:


* é sintetizado no neurônio;
* está presente na terminação pré sináptica afim de exercer uma ação
sobre o neurônio pós sináptico;
* quando administrada de forma exógena exerce a mesma função do
transmissor endógeno;
* existe um mecanismo específico para sua remoção do sítio de ação
(fenda sináptica).
Exemplos de Neurotransmissores:

Acetilcolina​ - é o neurotransmissor usado pelos neurônios motores da medula


espinhal, é liberado em todas as junções neuromusculares dos vertebrados. No SNA é
o transmissor de todos os neurônios pré - ganglionares e também dos neurônios pós -
ganglionares parassimpáticos.

Transmissores catecolamínicos - dopamina, norepinefrina e epinefrina​ No SNP, a


norepinefrina é o transmissor dos neurônios pós - ganglionares simpáticos. A
serotonina, a dopamina e a norepinefrina são importantes nos mecanismos
subjacentes a algumas das mais comuns e importanttes disfunções mentais e
neurológicas: a depressão, a esquizofrenia, a dependência a drogas e a doença de
Parkinson. A maioria dos antidepressivos acentua a neurotransmissão nas sinapses
cerebrais serotoninérgicas ou adrenérgicas. Acredita-se que defeitos da
neurotransmissão cerebral dopaminérgica desempenham um papel importante na
esquizofrenia. Uma diminuição acentuada na produção de dopamina é característica
da doença de Parkinson, que é tratada pela administração de L - DOPA.

Aminoácidos - GABA e a glicina​ são aminoácidos neutros que servem como


transmissores inibitórios. ​Ácido glutâmico ​são aminoácidos ácidos que agem como
transmissores excitatórios.

Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

O neurônio é a principal unidade funcional do sistema nervoso. A respeito dessa célula


assinale a alternativa INCORRETA:

a) O local de sinapse entre um neurônio e uma musculatura é chamada de “Junção


Neuro-Muscular”.
b) O neurônio pode fazer sinapse com um tecido, caracterizando uma sinapse
química.
c) Os impulsos nervosos são propagados através do axônio até as terminações
pré-sinápticas.
d) A bainha de mielina são células especializadas da glia que se enrolam nos axônios
fazendo com que o impulso elétrico seja conduzido de forma mais lenta.
e) O neurônio pré-sináptico gera impulso nervoso pela fenda sináptica que irá atingir o
neurônio pós-sináptico na sinapse elétrica.

Se você compreendeu a fisiologia das células nervosas, assinalou como alternativa


incorreta a letra ​d​. A bainha de mielina que é formada por células gliais tem a função
de fazer com que o estímulo elétrico se propague rapidamente. Quanto mais bainha de
mielina mais rápida se dá a transmissão sináptica.

2. Divisão Anatômica e Funcional do S.N. – Sistema Nervoso Central e Periférico

Todas as atividades humanas são coordenadas e controladas pelo sistema


nervoso, que é extremamente complexo e de alta operacionalidade.
A função primordial deste sistema é de relacionar o ser com o meio ambiente.
Sistema nervoso didaticamente é dividido em critérios anatômicos,
embriológicos e funcionais.

Divisão Anatômica do Sistema Nervoso


O Sistema Nervoso Central (SNC) localiza-se na cavidade craniana e canal
vertebral.
O Sistema Nervoso Periférico (SNP) localiza-se fora desse esqueleto.
O Sistema Nervoso Central é composto por dois órgãos: o encéfalo e a medula
espinhal.
No encéfalo encontra-se o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico
(mesencéfalo, ponte e bulbo).
O Sistema Nervoso Periférico é constituído por: nervos (cranianos e espinhais;
sensitivos e viscerais), gânglios (sensitivos e viscerais; cranianos e espinhais) e
terminações nervosas (sensitiva e motora).
Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

O sistema nervoso central (SNC) é uma das divisões do sistema nervoso, sendo
composto das seguintes partes:

a) medula espinhal e cerebelo


b) encéfalo e medula espinhal
c) nervos e gânglios
d) encéfalo e nervos espinhais
e) cérebro e medula espinhal

Se você compreendeu a divisão anatômica do Sistema Nervoso, assinalou como


alternativa correta a letra ​b.​ Pois o S​istema Nervoso Central (SNC) é caracterizado
pelo encéfalo e pela medula espinhal.
O encéfalo é protegido pela caixa craniana e composto pelo cérebro, cerebelo, ponte e
bulbo. A medula espinhal é protegida pela coluna vertebral.
Os nervos caracterizam o sistema nervoso periférico.

Divisão Embriológica do Sistema Nervoso

telencéfalo
prosencéfalo cérebro
diencéfalo

mesencéfalo mesencéfalo

metencéfalo cerebelo

rombencéfalo
mielencéfalo bulbo e ponte

Divisão Funcional do Sistema Nervoso

O Sistema Nervoso é dividido funcionalmente em Sistema Nervoso Somático


(vida de relação) e Sistema Nervoso Visceral (vida vegetativa)

O Sistema Nervoso Somático​ - “vida de relação”, relaciona o organismo com


o meio ambiente.
Apresenta um nervo aferente que conduz os estímulos sensitivos para o SNC e
um nervo eferente que leva ao músculo estriado esquelético o comando motor
originado do SNC.

O Sistema Nervoso Visceral​ - “vida vegetativa”, é aquele que se relaciona


com a inervação e controle das vísceras. Tem a função de fornecer a manutenção da
constância do meio interno.

Apresenta um nervo aferente que conduz os impulsos nervosos originados em


receptores das vísceras a áreas específicas do SNC. O nervo eferente leva o impulso
originado no SNC até as vísceras, terminando em glândulas, músculos lisos ou
músculo cardíaco.

O nervo eferente (motor) do sistema nervoso visceral é chamado de ​Sistema


Nervoso Autônomo​ (SNA) e é dividido em dois nervos: simpático e parassimpático

DIFERENÇAS SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO

localização dos nervos craniossacral toracolombar

localização dos gânglios próximo ou dentro dos longe dos órgãos


órgãos viscerais viscerais efetuadores
efetuadores

Neurotransmissores Noradrenalina acetilcolina


adrenalina (luta e fuga)
ORGÃO ALVO SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO

Coração vasodilatação vasoconstrição

Pulmão bronquiodilatação bronquioconstrição

Figado a liberação de glicose nenhum efeito

 atividade das glândulas e dos peristaltismo e secreção


Sistema Digestivo
músculos lisos glandular

Pupila midríase (dilatação) miose (constrição)

Vasos Abdominais constrição dilatação

Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

Quando uma pessoa enfrenta uma situação em que tenha que lutar ou fugir, ou seja,
de grande esforço físico, que subdivisão do Sistema Nervoso Autônomo é responsável
para que isso seja possível:

a) Sistema nervoso central


b) Sistema nervoso parassimpático
c) Sistema nervoso periférico
d) Sistema nervoso límbicol
e) Sistema nervoso simpático

Se você compreendeu a fisiologia do Sistema Nervoso Autônomo, assinalou como


alternativa correta a letra ​e.​ O Sistema Nervoso Simpático entra em ação liberando o
neurotransmissor adrenalina em situação de luta e fuga. Situações estas que são
percebidas como ameaça para o indivíduo. Por exemplo, um assalto, causa reações
orgânicas como: taquicardia, taquipnéia, dilatação da pupila, sudorese, boca seca,
entre outros
Módulo 2

Sensibilidade
1. Sensibilidade
1.1. Sensibilidade Somestésica ou Geral

Bibliografia Básica​: DOUGLAS, C. R. ​Tratado de Fisiologia Aplicado na Saúde​, 5ª


ed. São Paulo: Robe Editorial, 2002. Cap. 9 e 10.

GANONG, W. F. ​Fisiologia Médica.​ 15ª ed. Rio de Janeiro: Prentice/Hall do Brasil,


1993. Seção II – Cap. 7.

MACHADO, A. ​Neuroanatomia Funcional​. 2ª ed. São Paulo: Atheneu, 2000. Cap. 29.

1. Sensibilidade

As sensações podem ser viscerais quando oriundas das vísceras e somáticas quando
originadas nos demais regiões do organismo.
Existem sensibilidade somáticas específicas que estão relacionadas aos órgãos do
sentido (visão, audição, paladar e olfato), e sensibilidade geral que está relacionada a
sensibilidade somestésica (dor, tato, pressão e temperatura).

A classificação fisiológica dos receptores segundo Machado (2000) tem como critério
os estímulos que ativam os receptores, estes podem ser classificados como:

a) Quimiorreceptores – são receptores sensíveis a estímulos químicos.


b) Osmorreceptores - são receptores que detectam a variação da pressão
osmótica.
c) Fotorreceptores - são receptores sensíveis a luz.
d) Termorreceptores - são receptores que detectam frio e calor
e) Nociceptores - são receptores sensíveis a dor.
f) Mecanorreceptores – são receptores sensíveis a estímulos mecânicos.

Os receptores também podem ser classificados conforme a localização


(MACHADO,200):

a) Exteroceptores – localizam-se na superfície externa do corpo


b) Proprioceptores – localizam-se nos músculo, tendões, ligamentos e cápsulas
articulares.
c) Interoceptores ou visceroceptores – localizam-se nas vísceras e nos vasos
sanguíneos.
1.1. Sensibilidade Somestésica ou Geral

A Sensibilidade Geral Somestésica se refere, a dor, tato, pressão e temperatura. A


Sensibilidade Geral possui áreas no córtex ,são bilaterais e se encontram no lobo
parietal, no giro pós-central (áreas 3, 1, 2 de Brodman ou área de projeção primária
sensitiva segundo Lúria). Faz parte também às áreas gnósicas da Sensibilidade
Somestésica (áreas 5 e 7 de Brodman ou área de associação secundária sensitiva
conforme Lúria)

F
VIAS DA SENSIBILIDADE GERAL:

 ​Propriocepção Consciente, Tato Epicrítico e Sensibilidade Vibratória

 O 1º neurônio sai do proprioceptor e entra por trás da medula.

 Sobe até o bulbo e faz sinapse com o 2º neurônio da propriocepção, onde se


cruzam.

 Sobe até o tálamo e faz sinapse com o 3º neurônio.

 O 3º neurônio chega ao Córtex Somestésico (áreas 3, 1, 2 de Brodman).

 Posteriormente enviam fibras de associação para as áreas 5 e 7, gnosia da


sensibilidade somestésica (área de associação sensitiva)

O neurônio mais importante é o que vai do tálamo até o córtex. Junto com a
propriocepção vai uma parte do Tato. O tato fino ou Epicrítico.

 ​Dor e Temperatura

 O 1º neurônio da dor e temperatura entra por trás da medula e faz sinapse com
o 2º neurônio.

 Estas vias cruzam-se na medula espinhal.

 2º neurônio sobe até o tálamo, faz sinapse com o 3º neurônio.

 O 3º neurônio atinge a área somestésica do córtex cerebral (áreas 3, 1, 2 de


Brodman).

 Posteriormente enviam fibras de associação para as áreas 5 e 7, gnosia da


sensibilidade somestésica (área de associação sensitiva)

Junto com a dor e temperatura também sobe uma parte do Tato, o mais grosseiro
chamado Protopático.

 ​Pressão e Tato Protopático


 O 1º neurônio da pressão e do tato entra por trás da medula e faz sinapse com
o 2º neurônio.

 Estas vias cruzam-se na medula espinhal.

 2º neurônio sobe até o tálamo, faz sinapse com o 3º neurônio.

 O 3º neurônio atinge a área somestésica do córtex cerebral (áreas 3, 1, 2 de


Brodman).

 Posteriormente enviam fibras de associação para as áreas 5 e 7, gnosia da


sensibilidade somestésica (área de associação sensitiva)

Estes impulsos originados nos receptores de pressão e tato, localizados no tronco e


membros, tornam-se conscientes quando chegam ao tálamo. (MACHADO,200).

Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

A percepção de um estímulo somente acontece após a transdução que ocorre no


córtex cerebral. Para cada tipo de estímulo existe uma região específica cortical,
obedecendo ao princípio da “linha marcada”. Quanto ao trajeto da sensibilidade até a
área do córtex 3-1-2 (área somestésica que localiza exatamente os pontos do corpo
em que as sensações se originam) podemos dizer que:

a) a sensibilidade entra pela medula e vai diretamente ao córtex


b) a sensibilidade entra via aferente pelo cérebro e este o transmite a medula
c) a sensibilidade entra pela medula, vai até o tálamo e esse o transmite ao
córtex
d) a sensibilidade entra pelo córtex e vai para medula saindo pelo
motoneurônio
e) a sensibilidade entra é sentida pela pele, passa pelas vísceras e chega ao
córtex que determina qual é o tipo de dor.

Se você compreendeu a fisiologia da sensibilidade geral, assinalou como alternativa


correta a letra ​c​. A sensibilidade entra pela via aferente por trás da medula, vai até o
tálamo e do tálamo para a área cortical correspondente ao estímulo sensitivo recebido.
Módulo 3

Motricidade
1.1. Motricidade Reflexa
1.2. Motricidade Automática - Sistema Extrapiramidal
1.3. Motricidade Voluntária - Sistema Piramidal
Bibliografia Básica​: DOUGLAS, C. R​. Tratado de Fisiologia Aplicado na Saúde​, 5ª
ed. São Paulo: Robe Editorial,2002. Cáp. 16 e 17.

GANONG, W. F. ​Fisiologia Médica,​ 15 ed. Rio de Janeiro: Prentice/Hall do Brasil,


1993. Seção III – Cap. 6 e 12.

MACHADO, A.​ Neuroanatomia Funcional​.​ 2ª ed. São Paulo: Atheneu, 2000. Cap. 26
A e Cap. 30.

1. Motricidade

O Sistema Nervoso Central (SNC) funciona de três formas, com relação a motricidade
somática: reflexa, automática e voluntária. As duas primeiras formas compreendem
atividade motora que independe da nossa vontade.

Os movimentos reflexos são respostas motoras estereotipadas frente a um estímulo


sensitivo e os automáticos podem ou não exigir aprendizado. Estes movimentos
necessitam da ação dos centros medulares e do tronco cerebral. Na motricidade
voluntária indispensável à participação do córtex cerebral.

1.1. Motricidade Reflexa

A motricidade reflexa é a mais primitiva inicia por volta do 3º mês de vida intra-uterina.
A motricidade reflexa é um processo involuntário que ocorre quando um receptor
sensorial é estimulado. A base morfológica do reflexo é o arco reflexo, que consta
basicamente de um neurônio sensorial que capta o estímulo; de um centro reflexo
situado na medula espinhal, onde se recebe a informação transmitida pelo anterior; e
um neurônio motor ou eferente (nervo alfa), que provoca a resposta motora reflexa no
músculo estriado. Como exemplos de respostas motoras reflexas pode-se citar: o
reflexo patelar, que provoca a extensão da perna em conseqüência do estiramento do
tendão da rótula; a tosse; o ato de piscar; os reflexos posturais, com os quais se
mantém o equilíbrio do corpo em condições estáticas e dinâmicas; o tônus muscular; o
rubor e a palidez.
1.2. Motricidade Automática - Sistema Extrapiramidal

A motricidade automática se vincula ao funcionamento do sistema extrapiramidal,


através de representações corticais e dos núcleos da base O movimento automático
atua incessantemente no comando da musculatura esquelética, atua sinergicamente
no sistema motor voluntário e tônus muscular e postura.
O automatismo do movimento inclui estruturas do córtex cerebral e do subcórtex
(núcleos da base). Considera-se como áreas da motricidade automática áreas 6 e 8 de
Brodman, essas áreas constituem a região pré-motora (área de associação 2ª motora
de Lúria)

O automatismo primário​, ou seja, a motricidade automática primária são movimentos


relacionados à sobrevivência, como por exemplo: sucção, deglutição, mastigação.
Inicia por volta do 6º mês de vida intra-uterina, quando muitas vezes a mulher pode
observar durante o exame de ultrasonografia, o bebê chupando o dedo.

O automatismo secundário ​são movimentos aprendidos ao longo da vida. Inicia ao


nascer e necessita do córtex e do subcortex (núcleos da base). E do nervo gama para
que a motricidade automática seja executada no músculo estriado.
1.3. Motricidade Voluntária - Sistema Piramidal

No homem os movimentos voluntários são comandados fundamentalmente pelo córtex


da área motora (área 4 de Brodman ou área de projeção primária motora para Lúria),
situada no giro pré-central. Os axônios desta área descem pelo trato corticoespinal em
direção ao subcórtex, passando pela cápsula interna em direção ao tronco encefálico,
na parte interna do bulbo (pirâmide) cruzam os tratos corticoespinais. Descem em
direção a medula espinhal onde farão sinapse com o nervo alfa, que levará a
motricidade voluntária ao músculo estriado.
Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

(RYAN & TUMA,2000) O giro pré-central e o trato corticoespinhal são essenciais para:

a) A visão
b) O olfato
c) A identificação auditiva
d) A cinestesia
e) O movimento voluntário

Se você compreendeu a fisiologia da motricidade, assinalou como alternativa correta a


letra ​e.​ O giro pré-central é a área motora do córtex e o trato corticoespinhal é o
próprio trato piramidal. Essas duas estruturas são essenciais para o movimento
voluntário.
MÓDULO 4
CEREBELO
1. Anatomia e Fisiologia
2. Divisão Filogenética
3. Vias Cerebelares
4. Funções do Cerebelo
5. Engramas do Movimento
6. Síndromes Cerebelares

Bibliografia Básica​: DOUGLAS, C. R. ​Tratado de Fisiologia Aplicado na Saúde​. 5


ed. São Paulo: Robe Editorial, 2002. Cap. 17.

GANONG, W. F. ​Fisiologia Médica​. 15ª ed. Rio de Janeiro: Prentice/Hall do Brasil,


1993. Seção III – Cap. 12.

MACHADO, A. ​Neuroanatomia Funcional​. 2ª ed. São Paulo: Atheneu, 2000. Cap. 22


e 30.

1. ANATOMIA E LOCALIZAÇÃO​:

 Parte posterior do tronco encefálico e abaixo do lóbo occipital;

 Está preso ao tronco encefálico pelos pedúnculos cerebelares;

 Possui 2 lobos ou hemisférios (D e E);

 É todo formado por lâminas ou folhas cerebelares.

2. DIVISÃO FILOGENÉTICA

 ​ARQUICEREBELO​: surge com o aparecimento dos vertebrados mais


primitivos.

 Ligado à manutenção do equilíbrio.

 Relacionado com motricidade reflexa.

 ​PALEOCEREBELO​: surge mais recentemente.

 Recebe informações que o ajudam na regulação do tônus muscular e


da postura.
 Relacionado com motricidade automática.

 ​NEOCEREBELO​: surge com os mamíferos que desenvolvem movimentos mais


delicados e assimétricos.

 Coordena os movimentos voluntários, comparando a intenção e a


execução dos mesmos, podendo ajustá-los se necessários.

 A função de coordenação dos movimentos feita pelo cerebelo


chama-se TAXIA.

3. VIAS CEREBELARES

 Área 4 no córtex: saem os tratos corticoespinais que vão aos músculos.

 Ponte: os tratos se dividem e o ​Trato Ponto Cerebelar​ avisa ao cerebelo da


intenção do movimento.

 Proprioceptores: através dos ​Tratos Espinocerebelares​ avisam da execução


do movimento.

 Cerebelo: compara a intenção e a execução do movimento.

 Ajuste do movimento: se necessário é feito pelo ​Trato Cerebelo - Tálamo -


Córtex.
4. FUNÇÕES DO CEREBELO

 ​Função básica​ é coordenar os movimentos.

 Coordena:

 Força
 Harmonia
 Rítmo
 Seqüência
 Sinergismo
 Antagonismo
 ​Principais Funções ​Cerebelares:

 ​MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO E DA POSTURA

 Feitas basicamente pelo arquicerebelo e pela zona medial.


 Promovem a contração adequada dos músculos dos membros,
de modo a manter o equilíbrio e a postura normal.
 A influência do cerebelo é transmitida aos neurônios motores
pelos tractos vestíbulo-espinhal e retículo-espinhal.
 ​CONTROLE DO TÔNUS MUSCULAR

 ​CONTROLE DOS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS

 O controle dos movimentos envolve duas etapas:

 planejamento do movimento (via córtico-ponto- cerebelar)

 correção do movimento já em execução ( via


interpósito-tálamo-cortical)

5. ENGRAMAS DO MOVIMENTO
(Aprendizagem motora)
 Sempre que executamos um movimento com determinada finalidade,
registramos a impressão que ele proporciona às áreas sensoriais.

 Essa impressão memorizada denomina-se “engrama sensorial do movimento”.

 Quando desejamos reproduzir a mesma ação:

 a área motora aciona os efetores

 as áreas sensoriais começam a captar as impressões proprioceptivas


desencadeadas pelo movimento.

 Essas impressões são confrontadas com os engramas correspondentes


e a área motora é avisada se o movimento está correto ou necessita de
correção.

6. SÍNDROMES CEREBELARES

 ​SÍNDROME DO ARQUICEREBELO

 Ocorre com certa freqüência em crianças de menos de 10 anos.

 Causa: Tumores que comprimem o nódulo e o pedúnculo do flóculo.

 Sintomas:

 Perda de equilíbrio. As crianças não conseguem ficar em pé.


- ​DISTASIA

 Não há alteração do tônus muscular

 Deitadas, a coordenação dos movimentos é praticamente


normal.

 ​SÍNDROME DO PALEOCEREBELO

 Ocorre no homem como conseqüência da degeneração do córtex do


lobo anterior (Ex.: alcoolismo crônico).

 Sintomas:

 Perda do equilíbrio – ​DISTASIA.

 Paciente anda com a base alargada – ​DISBASIA.

 Ataxia dos membros inferiores.

 ​SÍNDROMES DO NEOCEREBELO

 As lesões do neocerebelo causam como sintoma fundamental uma


incoordenação motora (Ataxia), que pode ser testada por vários sinais.

 ​DISMETRIA: ​execução defeituosa de movimentos que visam atingir um


alvo, pois o indivíduo não consegue dosar exatamente a ‘quantidade’ de
movimentos necessários para isso.
 quando ultrapassamos o ponto desejado ao fazermos um
movimento.

 ​DECOMPOSIÇÃO - ​movimentos complexos que normalmente são


feitos simultaneamente por várias articulações.

 São decompostos, ou seja, realizados em etapas sucessivas por


cada uma das articulações

 ​DISDIADOCOCINESIA - ​dificuldade de fazer movimentos rápidos e


alternados

 Exemplo: tocar rapidamente a ponta do polegar com os dedos


indicador e médio, alternadamente.

 ​ADIADOCOCINESIA​: incapacidade de efetuar rapidamente um


movimento seguido de seu inverso.

 ​RECHAÇO​: verifica-se esse sinal mandando o paciente forçar a flexão


do antebraço contra uma resistência que se faz no pulso.

 Indivíduo normal: resistência retirada, a flexão pára

 Doente: músculos custam a agir e o movimento é violento.

 ​TREMOR - ​característico que se acentua ao final do movimento ou


quando o paciente está prestes a atingir um objetivo

 Exemplo: apanhar um objeto (tremor intencional)

 ​NISTAGMO​ - movimento oscilatório rítmico dos olhos, que ocorre


especialmente em lesões do sistema vestibular e do cerebelo.

Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

(RYAN & TUMA,2000) Um paciente que apresenta um tremor de intenção, dismetria e


marcha “ebriosa” ou cambalenate pode apresentar uma lesão envolvendo:

a) O cerebelo
b) Amedula oblonga
c) Cápsula interna
d) Os gânglios ou núcleos da base
e) Nervos eferentes periféricos

Se você compreendeu as funções e patologias cerebelares, assinalou como alternativa


correta a letra ​a.​ A ataxia, a dismetria é um tremor de intenção são achados clássicos
num paciente com lesão em cerebelo. As pessoas afetadas também apresentam
adiadococinesia, que é a perda da capacidade de realizar uma sucessão rápida de
movimento oscilatórios, como a rotação externa e interna do pé.


MÓDULO 5
CÓRTEX CEREBRAL
1. Funções do Córtex Cerebral
2. Classificação Funcional do Córtex
2.1 – Áreas de Projeção Primária Sensitiva
2.2 – Área de Projeção Primária Motora
2.3 – Áreas de Associação Secundária Motora
2.4 – Áreas de Associação Secundária Sensitiva
2.5 – Áreas de Associação Terciária

Leitura Obrigatória​:
MACHADO, A. ​Neuroanatomia Funcional​. 2ª ed. São Paulo: Atheneu, 2000. Cap. 27.

Leitura Complementar:
ROHEN, J. W. & YOKOCHI, C. ​Anatomia Humana – Atlas Fotográfico de Anatomia
Sistêmica e Regional.​ 3ª ed. São Paulo: Manole, 1993. Cap. II.

1. Funções do Córtex Cerebral


O córtex cerebral é a fina camada de substância cinzenta que reveste o centro branco
medular do cérebro.
No córtex chega impulsos de todas as vias da sensibilidade que tornam-se
conscientes e são interpretadas. Do córtex saem os impulsos impulsos nervosos que
iniciam e comandam os movimentos voluntários e com ele estão relacionados os
fenômenos psíquicos.

2. Classificação Funcional do Córtex


As várias áreas funcionais do córtex foram inicialmente classificadas em dois grandes
grupos, áreas de projeção e áreas de associação.
As áreas de projeção são as que recebem ou dão origem a fibras relacionadas
diretamente com a sensibilidade e com a motricidade.
As áreas de associação de um modo geral estão relacionadas com funções psíquicas
complexas (centro de processamento de ordem superior para informação sensorial ou
motora).
Estimulações ou lesões nas áreas de projeção podem causar movimentos, paralisias
ou alterações na sensibilidade; e nas áreas de associação podem causar alterações
psíquicas.
As áreas de projeção podem ser divididas em dois grupos de função e estrutura
diferentes: áreas sensitivas e áreas motoras.
2.1 ÁREAS DE PROJEÇÃO PRIMÁRIA SENSITIVA

 ​Área somestésica ou área somestésica primária:​ a área somestésica ou


área da sensibilidade somática geral esta localizada no giro pós - central, que
corresponde às áreas 3-2-1 do mapa de Brodmann. Está relacionado à
temperatura, dor, pressão, tato e proprioceptores. Lesões da área
somestésica, há perda sensibilidade discriminativa do lado oposto à lesão. O
indivíduo perde a discriminação de dois pontos, a capacidade de perceber
movimentos de partes do corpo, ou de reconhecer diferentes intensidades de
estímulos. Apesar de distinguir as diferentes modalidades de estímulos, ele é
incapaz de localizar a parte do corpo tocada, ou de distinguir graus de
temperatura, o peso e a textura dos objetos tocados. Devido a isto, o paciente
perde a estereognosia, ou seja, a capacidade de reconhecer objetos
colocados em sua mão.
 ​Área visual: ​localiza-se nos lábios do sulco calcarino e corresponde a área 17
de Brodmann. Estimulações elétricas da área 17 causam alucinações visuais
nas quais o indivíduo vê círculos brilhantes, mas nunca objetos definidos. A
ablação bilateral desta área causa cegueira completa no humano.
 ​Área auditiva:​ está situada no giro temporal superior e corresponde à área 41
e 42 de Brodmann. Estimulações elétricas destas áreas causam alucinações
auditivas, nunca são muito precisas, manifestando-se principalmente como
zumbido. Lesões unilaterais causam pequenos déficits auditivos, pois a via
auditiva não é totalmente cruzada.
 ​Área gustativa:​ corresponde à área 43 de Brodmann, se localiza na porção
inferior do giro pós - central. Estimulações nesta região causam alucinações
gustativas. Lesões nesta área acompanham-se de diminuição da gustação na
metade oposta da língua.

2.2 ÁREA DE PROJEÇÃO PRIMÁRIA MOTORA


 ​Área motora piramidal:​ ocupa a parte posterior do giro pré - central. Lesões
da área 4 determinam paralisia nos músculos estriados situados do lado
oposto da lesão. Inicialmente a paralisia é flácida, os músculos perdem o
tônus, ficando abolidos ou diminuídos os reflexos. Algumas semanas depois, a
paralisia torna-se espástica, ou seja, há aumento de tônus muscular e exagero
dos reflexos. Esta área 4 de Brodmann é responsável pela motricidade
voluntária (área motora primária).

2.3 ÁREA DE ASSOCIAÇÃO SECUNDÁRIA MOTORA


 ​Área extrapiramidal:​ mais conhecida como área pré - motora, corresponde à
área 6 de Brodmann e a área 8 que geralmente é incluída entre as áreas
extrapiramidais. Estas áreas localizam-se no lobo frontal, ocupando partes do
giro frontal superior, médio e inferior.
2.4 ÁREAS DE ASSOCIAÇÃO SECUNDÁRIA SENSITIVA​:

Áreas Gnósicas
São áreas de interpretação. Para identificar um objeto faz-se necessário a sensação e
a interpretação. A sensação toma-se consciência das características sensoriais do
objeto, sua forma, dureza, cor, tamanho, etc... Na etapa da interpretação (gnosia) as
características sensoriais são comparadas com o conceito do objeto existente na
memória do sujeito, o que permite a identificação.
Existem as seguintes ​áreas gnósicas​:

 ​psico - somestésica​: corresponde às áreas 5 e 7 de Brodmann, localizadas


no giro parietal superior.
 ​psico - visual​: corresponde às áreas 18 e 19 de Brodmann, próximo da área
17 situada nos lábios da fissura calcarina. Também se estendendo ao lobo
parietal (posterior) e temporal, onde localizam-se as áreas 20,21,37 de
Brodmann
 ​psico - auditiva​: corresponde à área 22 de Brodmann, giro temporal superior,
próximo da área auditiva 41 e 42.

Lesões destas áreas geralmente associam-se a quadros clínicos


denominados ​agnosias​, nos quais há perda na capacidade de reconhecer objetos,
apesar das vias sensitivas e das áreas de projeção cortical estarem perfeitamente
normais.

Agnosias são defeitos psíquicos relacionados com a percepção. Os defeitos


correspondentes relativos à motricidade são denominados de ​apraxias​, dificuldade de
executar determinados atos voluntários, sem que exista qualquer déficit motor. Neste
caso a lesão esta nas áreas corticais de associação, relacionados com o planejamento
dos atos voluntários.

Um sujeito apráxico é incapaz de executar corretamente a seqüência de movimentos


necessários para acender um palito de fósforo para apagá-lo.
Tipos especiais de apraxias são os defeitos de linguagem nos quais o indivíduo tem
dificuldade de falar (​anartria​), ou de escrever (​agrafia​).

Áreas Relacionadas com a Linguagem

Certas lesões corticais resultam em déficits de linguagem denominados afasia, que


ocorrem na ausência de qualquer déficit motor ou sensitivo. Ocorrem por
acometimento das áreas de associação do córtex relacionadas à linguagem.
As afasias podem ser de expressão (motora) e de percepção (sensorial).
Na afasia de expressão o sujeito perde total ou parcial a capacidade de falar (anartria),
ou de escrever (agrafia). Na afasia de percepção ou de compreensão (Afasia de
Wernicke, área 22) perde a capacidade total ou parcial de entender a linguagem falada
(surdez verbal) ou a linguagem escrita (cegueira verbal).
É muito difícil afasia pura, geralmente estas formas de afasias se combinam de
maneira muito variada.
As áreas corticais cujas lesões resultam mais freqüentemente em agrafia ou anartria
situam-se próximo à área motora de projeção, ou seja, no giro frontal médio e na parte
opercular e triangular do giro frontal inferior (giro de Broca - área 44 - 45 de Brodmann
- centro da palavra escrita e falada). As áreas cuja lesão resulta em surdez verbal e
cegueira verbal situa-se próximo às áreas auditivas e visuais, correspondem as áreas
psico - auditiva e psico - visual.

2.5 ÁREAS DE ASSOCIAÇÃO TERCIÁRIA

As áreas de associação terciária do córtex são consideradas aquelas que não se


relacionam diretamente com a motricidade, ou com a sensibilidade.

 ​Área Relacionada com o Esquema Corporal - ​área do esquema corporal


permite ao sujeito ter uma imagem das partes componentes de seu corpo. Esta
área está localizada no giro supramarginal (área 40) e regiões vizinhas, giro
angular (área 39) no hemisfério não dominante. Estas áreas também são
conhecidas como área temporoparietal. Lesões nesta área resultam em
perturbações psíquicas, o sujeito não reconhece a existência de uma metade
ou de partes de seu corpo (​Síndrome de negligência)​ .

▪ Áreas Relacionadas com a Memória - ​certas áreas corticais participam mais


diretamente no fenômeno da memória. As impressões passadas são
armazenadas no lobo temporal, e a estrutura mais importante é o hipocampo.
O hipocampo é importante para o aprendizado e para a memória de fatos
recentes assim como a amigdala. Acredita-se que a memória para fatos antigos
necessite de áreas corticais muito maiores, que envolve todo o córtex cerebral.
Áreas Relacionadas com as Emoções - ​participam destas áreas corticais (área pré
frontal 9 – 10 – 11) subcorticais as que fazem parte do Sistema Límbico (giro do
cíngulo, istmo do giro do cíngulo, giro parahipocampal, hipocampo, partes do
hipotálamo, núcleos anteriores do tálamo, partes do epitálamo, área septal e corpo
amigdalóide).

Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

A.M.R., sexo feminino, 18 anos, após um trauma crânio-encefálico, apresentou


dificuldades na compreensão da comunicação falada e escrita, apresentando um
quadro de afasia de compreensão. Com base no quadro clínico acima, certamente a
área cortical lesada trata-se:

a) Área 4 de Brodmann.
b) Área de Broca.
c) Área de Wernicke.
d) Área 3,2,1 de Brodmann.
e) Área 17 de Brodmann

Se você compreendeu as funções das áreas corticais, assinalou como alternativa


correta a letra c​.​ A Afasia de percepção ou de compreensão ou ainda de Wernicke o
indivíduo perde a capacidade total ou parcial de entender a linguagem falada (surdez
verbal) ou a linguagem escrita (cegueira verbal).

MÓDULO 6
TÁLAMO E HIPOTÁLAMO

1. Tálamo
1.1. Funções do Tálamo
1.2. Patologia do Tálamo
2. Hipotálamo
2.1​ Funções do Hipotálamo
1. TÁLAMO:
• Situado no diencéfalo acima do sulco hipotalâmico.
• Estão unidos pela aderência intertalâmica.
• Constituído de substância cinzenta.
• Formado por agregado de núcleos de conexões muito diferentes, com
funções diferentes.

1.1 FUNÇÕES DO TÁLAMO:

• ​ ENSIBILIDADE​ – todos os impulsos sensitivos, antes de chegar ao córtex,


S
param em um núcleo talâmico, fazendo exceção apenas os impulsos olfatórios
• ​MOTRICIDADE​ – relaciona-se com os circuitos do cerebelo - corticais
• ​COMPORTAMENTO EMOCIONAL​ – conexões com a área pré- frontal
• ​ATIVAÇÃO DO CÓRTEX​ – conexão com o sistema ativador reticular

1.2 PATOLOGIA:

Síndrome Talâmica​ – m
​ anifesta importante alteração da sensibilidade. Uma delas é o
aparecimento de crises da chamada dor central, dor espontânea e pouco localizada,
que freqüentemente se irradia a toda metade do corpo situado do lado oposto ao
tálamo comprometido.
​Certos estímulos térmicos ou táteis desencadeiam sensações
desproporcionalmente intensas. Há casos que até mesmo estímulos auditivos se
tornam desagradáveis.

2. HIPOTÁLAMO

Localiza-se no diencéfalo, abaixo do sulco hipotalâmico, que o separa do tálamo


Área pequena, com apenas 4g. Em um cérebro de 1.200g.
Constituído por substância cinzenta que se agrupa em núcleos

2.1. FUNÇÕES DO HIPOTÁLAMO


A maioria das funções do hipotálamo se relaciona com a homeostase, ou seja, com a
manutenção do meio interno dentro de limites compatíveis com o funcionamento
adequado de diversos órgãos.
O hipotálamo tem um papel regulador sobre o Sistema Nervoso Autônomo e o Sistema
Endócrino, além de controlar vários processos motivacionais importantes para a
sobrevivência do indivíduo e da espécie, como a fome, a sede e o sexo.

 ​CONTROLE DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO


• O hipotálamo anterior controla o Sistema Parassimpático (aumento do
peristaltismo gastrointestinal, constrição da pupila, diminuição do ritmo
cardíaco e da pressão sangüínea entre outros).
• O hipotálamo posterior controla o Sistema Simpático (diminuição do
peristaltismo gastrointestinal, dilatação da pupila, aumento do ritmo
cardíaco e da pressão sangüínea entre outros).

 ​REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL


• O hipotálamo é informado da temperatura corporal pelos
termorreceptores periféricos e também por neurônios localizados no
hipotálamo anterior.
• O hipotálamo funciona como um termostato capaz de detectar as
variações de temperatura do sangue que por ele passa e ativar os
mecanismos de perda ou de conservação do calor necessários à
manutenção da temperatura normal.

 ​REGULAÇÃO DO COMPORTAMENTO EMOCIONAL


• Hipotálamo + Sistema Límbico + Área Pré Frontal = regulação de
processos emocionais – como: raiva, medo, prazer, sexualidade, entre
outros.

 ​REGULAÇÃO DO SONO E DA VIGÍLIA


• Lesões na parte posterior do hipotálamo podem causar sono - Encefalite
letárgica (patologia).
• Parte posterior do hipotálamo relaciona-se com a vigília, reforçando a
ação do sistema ativador reticular (SARA).

 ​REGULAÇÃO DA INGESTÃO DE ALIMENTOS


• Centro da Fome e da Saciedade - a base para este centro é a glicemia
(açúcar). O hipotálamo percebe as quedas de glicemia (jejum) e estimula o
indivíduo a comer. Quando o indivíduo se alimenta aumenta os níveis de
glicose então se dá a sensação de saciedade.

 ​REGULAÇÃO DA INGESTÃO DE ÁGUA


• Metabolismo de água e sais minerais - o centro da sede funciona através
da concentração do sangue no organismo. Se a concentração de sangue
aumenta ela rouba líquido dos tecidos, se ela diminui ela manda líquido
para os tecidos. Controla o metabolismo através do centro da sede e
também através do hormônio anti diurético (HAD), quando em ação retém
líquido e quando em inibição libera líquido.

 ​REGULAÇÃO DA DIURESE
 O Hipotálamo tem importante papel na regulação da quantidade de
água no organismo. Isto se faz não só pelo controle da ingestão de água,
mas também pela regulação da quantidade de água eliminada na urina.
Para isso os núcleos supra-ópticos e paraventriculares do hipotálamo
sintetizam o hormônio antidiurético, também chamado vasopressina, que
age aumentando a absorção de água nos túbulos renais e,
conseqüentemente diminuindo a eliminação de água pela urina (diurese).

 ​REGULAÇÃO DO SISTEMA ENDÓCRINO


 O Hipotálamo regula a secreção de todos os hormônios produzidos e
armazenados na adeno-hipófise e deste modo exerce ação controladora
sobre quase todo o sistema endócrino.
 O Hipotálamo produz e regula a secreção dos hormônios armazenados
na neuro-hipófise.

 ​GERAÇÃO E REGULAÇÃO DE RITMOS CIRCADIANOS


 A maioria dos parâmetros fisiológicos, metabólicos ou mesmo
comportamentais sofre oscilação que se repetem no período de 24 horas.
Ex.: temperatura corporal, nível hormonal, de glicose, nos padrões de
atividade motora e de sono e vigília,... – Essas variações rítmicas são
endógenas.
 Os ritmos circadianos ocorrem em quase todo o organismos e são
geradores em marcapassos ou relógios biológicos. O principal situa-se em
um dos núcleos hipotalâmicos (supraquiasmático). Este núcleo recebe
informações sobre a luminosidade do ambiente através do tracto retino
hipotalâmico, o que lhe permite sincronizar os ritmos circadianos com o
ritmo claro/escuro.

 ​REGULAÇÃO DE SECREÇÃO E MOTILIDADE DO APARELHO DIGESTIVO


 O hipotálamo controla o peristaltismo e também o ácido clorídrico no
organismo. Se o Indivíduo apresentar um problema emocional, como o
sistema límbico está muito ligado a ele, este pode estimular a secreção de
HCL aumentar muito sua quantidade no estômago e com isso a acidez
aumenta causando uma ferida na parede do estômago (úlcera).

Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

A maioria das funções do hipotálamo se relaciona com a homeostase, ou seja,


com a manutenção do meio interno dentro de limites compatíveis com o funcionamento
adequado de diversos órgãos. Leia as afirmações e assinale a alternativa correta,
em relação às funções desempenhadas pelo nosso hipotálamo:

1 – É errado afirmarmos que o controle do sistema nervoso autônomo está sob


o comando do hipotálamo, o correto é sob o comando do sistema nervoso simpático.
2 – Está correto afirmarmos que a regulação da temperatura corporal é
função do hipotálamo.
3- Há sensibilidade de todos os impulsos sensitivos, antes de chegar ao córtex,
param no núcleo hipotalâmico, fazendo exceção apenas os impulsos olfatórios.
4 – É correto afirmarmos que o hipotálamo é responsável também
pela motricidade – circuitos cerebelo – hipotálamo.

a) – 1 e 2 estão corretas e 3 e 4 estão incorretas


b) – 1 e 3 estão corretas e 2 e 4 estão corretas
c) – Somente o item 3 esta correto
d) – 1 e 4 estão incorretas e 2 e 3 estão incorretas
e) – 1 e 3 estão incorretas e 2 e 4 estão corretas

Se você compreendeu as funções do hipotálamo, assinalou como alternativa correta a


letra ​e.​ O hipotálamo tem como função primordial a homeostase do organismo. Nesse
sentido, o hipotálamo tem um papel regulador sobre o Sistema Nervoso Autônomo
como também sobre o Sistema Endócrino, além de controlar vários processos
motivacionais importantes para a sobrevivência do indivíduo e da espécie, como a
fome, a sede e o sexo. Em relação à sensibilidade, para esta chegar ao córtex cerebral
passará obrigatoriamente pelo Tálamo fazendo exceção apenas os impulsos olfatórios.
O Tálamo tem por função retransmitir e integrar os impulsos sensitivos.

MÓDULO 7

FORMAÇÃO RETICULAR
1. Formação Reticular
2. Relações da Formação Reticular
3. Funções da Formação Reticular
4. Vigília
5. Sono
5.1 Sono Não REM
5.2 Sono REM

Leitura Obrigatória:
DOUGLAS, C. R. ​Tratado de Fisiologia Aplicado na Saúde​, 5ª ed. São Paulo: Robe
Editorial, 2002. Cap. 21.

Leitura Complementar:
GANONG, W. F. ​Fisiologia Médica.​ 15ª ed. Rio de Janeiro: Prentice/Hall do Brasil,
1993. Seção III – Cap. 11.
MACHADO, A. ​Neuroanatomia Funcional​. 2ª ed. São Paulo: Atheneu, 2000. Cap. 20
– A.

1. FORMAÇÃO RETICULAR (SARA)


A Formação Reticular Ativadora é uma trama, uma rede de neurônios, que vai do
Bulbo até região de Tálamo. Uma das mais antigas estruturas do cérebro.
A Formação Reticular Ativadora pode ter momentos de maior ou menor ativação.
Podemos perceber se ela está estimulada através da pupila e do
eletroencefalograma.
A integração da FR, Sistema Límbico, Cérebro e Glândula Pineal forma o que
chamamos de “consciência” (estado de percepção).

2. RELAÇÕES DA FORMAÇÃO RETICULAR (SARA)


 Córtex
 Cerebelo
 Medula
 Sistema Límbico
 Hipotálamo

3. FUNÇÕES DO SARA
 Regulação dos Motoneurônios do Tronco Medular
 Regulação do ritmo Sono-Vigília
 Ativação do Córtex - Atenção
 Integração de Reflexos
 Manutenção do Tônus e Postura
 Regulação do SNA

 ​REGULAÇÃO DOS MOTONEURÔNIOS - ​ Regula os motoneurônios do tronco e


medula. É capaz de inibir os neurônios motores para que o cérebro trabalhe
durante o sono.
 ​REGULAÇÃO DO RITMO SONO-VIGÍLIA - ​Responsável pelos mecanismos de
regulação de sono e vigília. Tem todo o controle do dia a dia.
 ​REGULAÇÃO DO RITMO SONO-VIGÍLIA​ - O sono corresponde a um estado da
baixa atividade do SARA. Se nessa situação o sistema for excitado, encaminhará
ao córtex cerebral um fluxo de impulsos que irão colocar em atividade células
corticais; o indivíduo acorda.
 ​ATENÇÃO - ​Admite-se que o SARA juntamente com o Tálamo seriam
responsáveis pela regulação dos graus gerais e específicos da Atenção.
Atividade cortical é controlada pelo SARA e Tálamo que formam o “Sistema
Centrencefálico”.
Atenção geral - SARA
Atenção mais específica - Tálamo
O SARA e o Tálamo são uma central de triagem de estímulos sensoriais que chegam
ao córtex. São capazes de processar toda e qualquer informação sensorial.
 ​INTEGRAÇÃO DE REFLEXOS - ​Reflexos complexos: Vômito. Para que ele ocorra
é necessário que haja uma integração de vários sistemas.Essa integração é dada
pelo SARA.

 ​TÔNUS E POSTURA - ​A Formação Reticular tem a capacidade de regular o Tônus


Muscular controlado pelo Sistema Extra-Piramidal. Há um controle de todo o Tônus
com a possibilidade de aumento ou diminuição. Esse controle depende de inibição
ou facilitação do SARA.
 ​REGULAÇÃO DO S.N.A​. - Os efeitos dos neurotransmissores liberados pelo
Sistema Nervoso Simpático e pelo Sistema Nervoso Parassimpático são regulados
pela Formação Reticular Ativadora.

4. VIGÍLIA
Para que o indivíduo permaneça em estado de vigília é necessário que haja atividade
muscular, a qual estimula o SARA que ativará o Córtex. Os maiores estímulos para a
vigília são os impulsos proprioceptivos das articulações e músculos.

5. SONO
O sono é uma alternativa vital da atividade cerebral.Não é um desligamento do
cérebro. Ocorre uma baixa atividade do SARA. O número de horas de sono varia de
indivíduo para indivíduo. Não importa o número de horas que dormimos e sim a
qualidade do sono. Durante o sono há uma restauração de componentes celulares.
Durante o sono ocorre depressão metabólica:

 ​Bradicardia
 ​Bradipnéia
 ​Hipotensão Arterial
 ​Hipotermia

O sono é dividido em:


 sono não REM (70 a 80% do tempo total)
 sono REM ou paradoxal (+ ou - 30% do tempo total)

A cada 90 minutos de sono não REM temos 20 minutos de sono REM num período
aproximado de 8 horas de sono. O sono varia em estágios de maior ou menor
profundidade​.

5.1 SONO NÃO REM


 Inicia o ciclo do sono.
 Estágios de 1 a 4.
 Apresenta ondas leves no EEG
 Diminuição:
 ​Tônus Muscular
 ​Frequência Cardíaca
 ​Frequência Respiratória
 ​Pressão Arterial
 ​Vias Serotoninérgicas

l
5.2 SONO REM
 No Sono REM cai toda a atividade metabólica:
 ​O tônus muscular cai ao máximo;
 ​FC diminui até 30 b.p.m.
 ​PA diminui até 30mm HG
 ​EEG é idêntico ao captado durante a vigília o que denota
intensa atividade do S.N.
 ​Ocorrem leves abalos musculares
 ​Oscilações rápidas dos globos oculares
 ​Vias de Noradrenalina

Os sonhos ocorrem nos momentos de sono REM e às vezes no sono Não REM no
estágio 3. O momento do sonho deve ser muito seguro, pois, o indivíduo está com
uma vulnerabilidade orgânica muito grande. Parece demonstrado que o sono REM
predomina nas fases de formação das estruturas mais complexas do córtex
cerebral.
Há uma região que controla o sono e o sonho que é o Locus Cerúleo que está
na Ponte junto com o Corpo Geniculado e Córtex Occipital que origina a atividade
PGO. Ela inibe os motoneurônios e é responsável pela maturação cortical.

Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:


A Formação Reticular Ativadora é uma rede de neurônios e fibras celulares,que vai do
tronco encefálico até o tálamo e está relacionada com duas vias que são via reticular
ascendente e via reticular descendente.Ela é responsável por várias funções e entre
outras pela regulação do ritmo do sono e vigília.Para alguns neurofisíologistas, o Sono
pode ser dividido em dois períodos .Assinale a alternativa incorreta:

a) Sono REM aumenta a formação reticular

b ) Sono não REM diminui a atividade neural

c ) Forma alternativa de atividade neuronal ---Sono

d) Forma de atividade cerebral ativadora ----Sono Paradoxal

e) Sono Paradoxal ----Sono Não REM.

Se você compreendeu a Fisiologia do SONO, assinalou como alternativa correta a


letra ​e.​ O SONO REM caracteriza-se por uma intensa atividade registrada no eletro
encefalogramaseguida por flacidez e paralisia funcional dos músculos esqueléticos.
Nesta fase, a atividade cerebral é semelhante à do estado de vigilia. Deste modo, o
sono REM é também denominado por vários autores como sono paradoxal, podendo
até mesmo falar-se em estadodissociativo.
MÓDULO 8
SISTEMA LÍMBICO E PSICOSSOMÁTICA​
Leitura Obrigatória:
DOUGLAS, C. R. ​Tratado de Fisiologia Aplicado na Saúde​, 5ª ed. São Paulo: Robe
Editorial, 2002. Cap. 20.

MACHADO, A. ​Neuroanatomia Funcional​. 2ª ed. São Paulo: Atheneu, 2000. Cap. 28.
PASTORE, C. ​ eurofisiologia
A.​ N para psicólogos e Temas de
Psicossomática. ​São Paulo: Textos para fins didáticos.

Leitura Complementar:
ROHEN, J. W. & YOKOCHI, C. ​Anatomia Humana – Atlas Fotográfico de Anatomia
Sistêmica e Regional.​ 3ª ed. São Paulo: Manole, 1993. Cáp. II.
GANONG, W. F. ​Fisiologia Médica​, 15ª ed. Rio de Janeiro: Prentice/Hall do Brasil,
1993. Seção III – Cap. 15.

1. SISTEMA LÍMBICO

A emoção é um fenômeno visceral. É um fenômeno psicossomático. Ela parte de um


fato, de uma vivência que desencadeia alterações orgânicas, viscerais e que também
se dá a nível psíquico. Estas alterações ocorrem de uma maneira tal que até pode
desencadear uma atividade motora.

DEFINIÇÃO DE EMOÇÃO -​ Estados afetivos dado pela introspecção mediado por


atos interpretativos. Conjunto de alterações fisiológicas internas que visam ao retorno
do equilíbrio normal entre o organismo e o meio ambiente. Os vários tipos de
comportamento manifestos, expressivos do estado fisiológico e psicológico.

As áreas cerebrais relacionadas com a emoção ocupam regiões importantes do


Sistema Nervoso Central. Como por exemplo, o hipotálamo, a área pré-frontal e o
sistema límbico. A maioria destas regiões está relacionada com os processos
motivacionais primários, que são os estados de necessidade ou de desejo essenciais
a sobrevivência do indivíduo, como por exemplo a fome, sede e sexo (MACHADO,
2000).

Historicamente ​Papez​ foi um cientista que estudou a emoção e criou um circuito,


chamado ​“circuito de Papez”.​ Ele descobriu que a emoção ocorre à partir de uma
integração de sistemas. Conseguiu demonstrar como isso era desencadeado.

Direção predominante dos impulsos nervosos: ​hipocampo, fórnix, corpo mamilar,


fascículo mamilo-talâmico, núcleos anteriores do tálamo, cápsula interna, giro
do cíngulo, giro para-hipocampal e novamente o hipocampo,​ fechando o circuito.

Depois de Papez surge ​Mc Lean​ que definiu estas estruturas como Sistema Límbico
que está intimamente ligado a ​Substância Reticular e Hipotálamo​.

Este sistema é o mais primitivo do cérebro e esta ligado à emoção. Ele pode ser
dividido em Andar Inferior (ligado ao córtex orbitário e temporal) que é ligado à
sobrevivência e Andar Superior (área septal, hipocampo, giro do cíngulo) que é ligado
ao prazer, ligado à área genital que conduz à preservação da espécie.

O prazer ou o ciclo de resposta sexual está ligado à excitação, platô, orgasmo e


relaxamento - Sistema EPOR. O ciclo de resposta da mulher pode ser igual ao do
homem que pode ter múltiplos orgasmos.

O importante é que a excitação e platô é muito ligado ao Hipotálamo e o orgasmo é


muito ligado ao Sistema Límbico. Por isso que o Hipotálamo e o Sistema Límbico tem
que estar bem integrados para que o EPOR funcione adequadamente.

Tem uma parte da fome que é ligada ao Sistema Límbico, à emoção, de saciedade.
Uma determinada emoção pode desencadear a fome.O Sistema Límbico também
controla o ciclo circadiano que é o ritmo fisiológico do indivíduo.
O córtex é uma estrutura mais recente do Sistema Nervoso e o Sistema Límbico é
uma estrutura arcaica. O ​córtex é o ​Pensar​ e o Sistema Límbico é o ​Sentir. ​O
pensar tem que estar ligado ao sentir. O Importante é estabelecer uma ponte virtual
entre o sentir e o pensar. Nascemos com o sentir e quando vamos crescendo vamos
adquirindo o pensar. É fundamental a integração entre o pensar e o sentir que é o
crescimento (desenvolvimento) psicológico do indivíduo. O sentir, afeto é a carga
energética do pensar. Colocar o afeto no pensar é a ​Vida​. ​A ponte virtual entre o
pensar e o sentir é o PSIQUISMO​. Quando entendemos isso, começamos a entender
como ocorrem as doenças.

Exemplo: Neurose. O indivíduo tem muitos conflitos e não consegue achar uma saída
a nível mental então cria a neurose.

Outra saída para os conflitos que não acham uma saída é o corpo e aí surge a Doença
Psicossomática.

A psicoterapia o que faz? Trabalha o afeto em relação ao pensar.

CÉREBRO TRIÚNICO - C ​ órtex cerebral: estrutura do pensar. Toda cognição está no


córtex. Funções intelectuais.

Sistema Límbico: abaixo do córtex. Responsável pelas emoções. O indivíduo deve


usar a emoção colorindo o seu dia-a-dia. Se ficar só no pensar e não usar a emoção
esta procura outra via de saída, o corpo.

CÉREBRO REPTILIANO​ - (Tronco Encefálico, Substância Reticular Ativadora,


Núcleos da Base, Mesencéfalo): controla funções de sobrevivência.

2. PSICOSSOMÁTICA

DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS são pontos de cristalização doentios que podem ser


hereditário. Esses pontos podem ser veículo da memória do passado dos pais e avós.
Como por exemplo, existem famílias de asmáticos, ulcerosos, entre outros

▪ HEREDITARIEDADE​  Os choques picológicos (vida fetal e infância), os


sofrimentos afetivos, carência de amor dos pais, são quimicamente codificados
no sistema límbico.

▪ Esta memória afetiva pode inscrever-se nas fibras do corpo, no DNA.


HIERARQUIA DAS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS

As doenças psicossomáticas mais comumente aparecem no:

▪ SISTEMA DIGESTIVO

▪ SISTEMA RESPIRATÓRIO

▪ SISTEMA CIRCULÁTORIO, ETC...

CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS

▪ DOENÇAS DO ESTADO DE ALERTA

▪ DOENÇAS LIGADAS AO SISTEMA IMUNITÁRIO

▪ DOENÇAS LIGADAS AO ESTADO AFETIVO

DOENÇAS DO ESTADO DE ALERTA

 CHOQUES EMOCIONAIS

 DIVERSAS FORMAS DE ESTRESSES

EXEMPLO  5% - 10% CAUSA DA INFERTILIDADE MASCULINA

 15% - 20% CAUSA DE ESTERILIDADE PSICOGÊNICA

 CAUSA DE ABORTAMENTO ESPONTÂNEO

 ESTRESSES NA ESCOLA

AMENORRÉIA PSICOGÊNICA

EX.: * ESTUDANTE QUE NÃO MENSTRUA PRÓXIMO AO EXAME

* JOVENS QUE IAM PARA O CONVENTO

* MULHERES DETENTAS

Alterações emocionais influenciam na relação hipotálamo x sistema límbico,


modificando os processos hormonais, não permitindo a descamação e o fluxo uterino.

INFARTO DO MIOCÁRDIO OU ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL - Os estados de


angústia, estresses liberam adrenalina (catecolaminas) nos vasos sangüíneos que
provocam aumento da coagulação facilitando a trombose ou o infarto agudo do
miocárdio ou o acidente vascular encefálico.

ALTERAÇÕES GASTRO-INTESTINAIS

EX.: um peso no estomago, bola na garganta. O estresse produz no organismo um


grupo de substâncias químicas que provocam contração das fibras musculares do tubo
digestivo, podendo causar espasmos no esôfago.
DOENÇAS LIGADAS AO SISTEMA IMUNITÁRIO

 DIMINUIÇÃO DAS DEFESAS DO ORGANISMO – CAPAZES DE DEPRIMIR O


SISTEMA IMUNITÁRIO

 DEPRESSÃO PSICOLÓGICA PODE ESTAR LIGADA A DEPRESSÃO


IMUNOLÓGICA

MORRER DE DESGOSTO

Exemplo: A depressão que surge pela perda de um ente querido, quando chega a
limites extremos, o corpo se auto-suicída sem avisar a consciência

AS CHAMADAS “IDÉIAS NEGRAS”

Atingem o hipotálamo, estimulando os fatores liberadores da cortisona que agem


diminuindo as dores corporais, porém destrói o sistema imunitário. Nesse sentindo
abrindo a porta de entrada para ulcera, pneumonia e câncer

A DOENÇA PSICOSSOMÁTICA IRÁ DEPENDER DA INTENSIDADE, DA


SITUAÇÃO EMOCIONAL, DA DURAÇÃO, DA REPETIVIDADE, DA BAGAGEM
HEREDITÁRIA, BIOLÓGICA E CULTURAL DO INDIVÍDUO, COMO TAMBÉM DA
FORMA QUE IRÁ GERENCIAR SUAS ANGÚSTIAS

DOENÇAS LIGADAS AO ESTADO AFETIVO

 LIGADAS AO “MAL DE VIVER

 AOS PROBLEMAS AFETIVOS

 AOS CONFLITOS MAL RESOLVIDOS

 AOS RECALCAMENTOS

Estas emoções são geradoras das doenças funcionais. Como por exemplo,
enxaquecas, constipação intestinal, falsas dores cardíacas, etc...

ESTRESSE E AGRESSÃO FÍSICA ​ Ocasionam reações químicas que provocam o


aumento da freqüência cardíaca, pressão arterial, corticóides e de hormônios. Essa
reação é caracterizada por reação de luta e fuga.

Atualmente o estresse mudou de natureza, são mais psíquicos do que físicos

Exemplo: conflitos afetivos, familiares, ansiedade profissional, angustias existenciais.

Raramente temos respostas de luta e fuga, pois a educação, moral, polidez,


convenções sociais dominam a cólera, portanto não permite as atuações físicas.

O cérebro reage como a 4 milhões de anos diante de uma situação de estresse, libera
adrenalina que por sua vez provoca o aumento da pressão arterial, da freqüência
cardíaca, as plaquetas se aglutinam, os hormônios ficam em ebulição, porém são
alterações passageiras.

Estes estados de estresse podem se tornar crônicos, em função das tensões


profissionais ou conjugais cotidianas. O sistema de defesa e adaptação passam a
atuar contra nos mesmos, como se fossemos um automóvel com o freio de mão
puxado, sendo acelerado.

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