Texto3 - Como Utilizar Livros e Estórias No Processo Educacional
Texto3 - Como Utilizar Livros e Estórias No Processo Educacional
Texto3 - Como Utilizar Livros e Estórias No Processo Educacional
EDUCATIVO
Está cada vez mais em pauta a dificuldade de fazer com que as crianças leiam livros, estórias
ao invés de ficarem presas na frente de um computador assistindo a filmes e seriados
baixados da internet, ou até mesmo presos em sites de relacionamentos jogando “entre
amigos” jogos presentes nessas páginas.
A contação de estórias, quando trabalhada de forma adequada, contribui para que as crianças
desenvolvam e ampliem habilidades essenciais para sua vida pessoal e estudantil, pensa-se
que esta é indiscutivelmente uma prática digna de ser utilizada pelos professores dos anos
iniciais.
Valorizando a ideia que a criança, ao escutar estórias de seu interesse, é levada a fazer
associações e relações desta com fatos e situações do cotidiano, percebe-se que o ato de contar
estórias possibilita que a mesma tenha uma maior e melhor compreensão do mundo. Isto
facilitará e proporcionará a ela o desempenho de papéis sociais de forma autônoma e crítica.
A Arte de Contar Histórias
A arte de contar estórias é uma prática milenar que se teve seu início desde os primórdios da
humanidade por meio da tradição oral, sendo intensificadas na Grécia Antiga e no Império
Árabe – por meio das famosas estórias presentes na obra “As mil e uma noites”, contadas por
Sherazade. Essa arte amplia o universo literário, desperta o interesse pela leitura e estimula a
imaginação através da construção de imagens interiores. Narrar uma estória será sempre um
exercício de renovação da vida, um encontro com a possibilidade, com o imaginário e o desafio
de, em todo tempo e em todas as circunstâncias de construir um final a maneira de cada
leitor/ouvinte.
As escolas devem promover a formação de seus professores das séries iniciais possibilitando o
contato com conceitos e técnicas de formação para contadores de estórias para capacitá-los
para a percepção e uso dos valores do texto, das múltiplas possibilidades de abordagem do
texto literário, para vivenciarem o contar estórias associando à teoria e a prática a partir do
acervo pessoal como a memória afetiva e as estórias da infância e assim promover a interação
de suas interfaces com os demais textos, e posteriormente, divulgar a arte de contar estórias
com seus diversos enfoques de leitura, (re)apresentação e representação.
Os Contos de Fadas
Os contos de fadas são tão ricos que têm se tornado fonte de estudo de muitos profissionais
nos dias de hoje, psicanalistas, sociólogos, antropólogos, psicólogos, cada um vem dando a sua
interpretação de maneira aprofundada de acordo com o seu eixo de interesse. Entre eles
aparece Bruno Bettelheim que é um destes estudiosos.
Ele alerta sobre o equívoco enorme que podemos cometer no momento que tentamos explicar
para uma criança porque um conto de fada é tão cativante para ela, isto pode destruir, acima
de tudo o encantamento pela estória, e este encantamento só acontece pelo fato da criança
não saber absolutamente porque está maravilhada. “Se abrirmos o jogo e acabarmos
decodificando a estória para criança, esta estória então perderá o seu potencial de ajudá-la a
lutar sozinha e dominar exclusivamente por si só o problema que fez a estória estimulante
para ela”.
Todas ou quaisquer interpretações adultas por mais corretas que sejam, rouba da criança a
possibilidade de sentir que ela mesma possa através de repetidas audições e de pensar muito
a respeito da estória, ela consiga enfrentar com êxito esta situação difícil, é muito importante
para a criança. Todos nós crescemos, encontramos sentido na vida e em nós mesmo, por
termos entendido ou resolvido problemas pessoais e não por eles nos terem sido explicados
por outras pessoas.
È fundamental para o desenvolvimento infantil que a criança descubra sozinha como resolver
problemas e descobrir-se como uma pessoa capaz de conhecer e aprender, é imprescindível
para a sua formação humana dentro de uma sociedade cheia de desafios e problemas a serem
resolvidos.
Acreditar em fadas, papai Noel, super-heróis é muito significante para os pequenos, pois ter
um aliado quando se enfrenta um problema é muito gratificante, nós nos sentimos mais fortes
e encorajados. Mesmo quando crescemos continuamos com a necessidade de acreditar que
existem forças superiores a nós que nos ajudam a resolver os nossos problemas, então porque
não deixar que as crianças façam também o uso desta necessidade que é essencialmente
humana.
Referências:
Christiane Jaroski Barbosa - Mestre em Linguística Aplicada. Professora da Faculdade Cenecista de Osório - RS
Luciane Rodrigues da Silva Santos - Graduada em Pedagogia pela Faculdade Cenecista de Osório – RS