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Coisas Deste Mundo

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COISAS

DESTE
MUNDO

Edição comemorativa dos cinqüenta anos de mediunidade


de Francisco Cândido Xavier — Primavera de 1977 •—
Francisco Cândido Xavier
José Roberto Teixeira Bento
Wallace Leal V. Rodrigues

Coisas deste mundo

Autor espiritual
C A S A EDITORA 1» Edição — 1977

UM ATA O 1 0 0 0 0
exemplares
Cornélio Pires
CENTRO ESPÍRITA "AMANTES DA POBREZA"
C G.C. 52313780/0001-23 — lnsc. Est. 441002797
M a t ã o - S P . — Caixa Postal, 9 — C E P — 15.990
CORNÉLIO PIRES
Sequência

de

Wallace Leal V. Rodrigu


O MOMENTO DA CRIAÇÃO

O volume que temos à mão não é, exatamente um


livro. É antes, o desenho de produção, em moldes cine-
matográficos, de idéias de filmes versando sobre a reen-
carnação.
É uma tentativa pioneira, tanto no que tange ao
Espiritismo, quanto a bibliografia em geral e a comu-
nicação de massas.
Sua história? . . . Curiosa, quase fantástica.
Através da psicografia de Francisco Cândido Xavier,
o Espírito de Cornélio Pires nos enviava um material
que, aparentemente, não passava de uma série de qua-
dros sobre a reencarnação.
Examinando-os detidamente, uma grande surpresa
se apossou de nós. Uma luz vermelha se acendeu. Ha-
via algo ali!
Com extrema habilidade e um malabarismo sur-
preendente de síntese, Cornélio Pires construíra as qua-
dras de modo que, duas das primeiras linhas, relacio-
navam-se à CAUSA; as duas seguintes, ao EFEITO, nos
parâmetros da Lei da Reencarnação.
A elaboração, — como se, pode ter uma idéia, — im-
plica um trabalho intenso por parte do autor espiritual,
que desenvolve os seus temas em 143 quadras divididas
em nada menos de 24 capítulos variados, todos eles no
esquema palingenésico.
A surpressa^ não é menor, mesmo sabendo-se que
Cornélio Pires, encarnado, foi um autor de sínteses su-
maríssimas. Não foi romancista, não possuía estrutura
de ficcionista. Era um autor de narrativas curtas. Não
obstante, dele não se pode dizer que tinha imaginação

1
escassa. Pelo contrário! Este volume prova em seu fa- CP miras o receberiam com hostilidade passiva, f e c h a r -
se-iam c o m o sensitivas, escondendo do intruso o s 2 u
vor.
viver, seus hábitos e costumes.
Não foi fácil, com quatro sucintas linhas, oferecer,
visualmente, os lances propostos, os flagrantes da AÇÃO, Cornélio Pires igualava-se a eles. Era o Nhô Comelo.
imediatamente seguidos pelos da REAÇÃO. O poeta era um notável observador, arguto, dotado de
Mas, obviamente, era isso que o Espírito propunha. extraordinária memória verbal e visual, um pintor sem
Ele oferecia, versificada, uma espécie de sinopse do pincel. Enquanto caçava, dançava e proseava, ia ano-
"script" e, a nós outros, cabia situar os personagens em tando mentalmente tipos, mímica, canções e desafios,
suas paisagens, dar-lhes as roupas das épocas ou situa- iendas, processos de cultura agrícola, costumes, festas,
ções, levantar cenários para o lance a ser representado, tradições, paisagens, superstições, as dores e alegrias
e, finalmente, apropriar os diálogos que seriam troca- dos João Matoso, das Nha Maricas, dos Zé Bino que
dos através do recurso já clássico dos "baloons". emergem, da sua "Enciclopédia de Anedotas e Curiosi-
Em cada quadra, necessariamente, os intérpretes dades", na obra psicografada.
deviam ser vistos duas vezes: na AÇÃO e na REAÇÃO. Isso prova enormemente em favor da psicografia de
Em termos de comunicação de massa, a obra é um Francisco Cândido Xavier.
achado. Por detrás de cada quadra, ilustrada ou não, de ca-
Em cada trova, espécie de telegrama rimado, há, da "anedota palingenésica", há uma soma de proposi-
levado à perfeição, o cuidado na objetividade da men- ções de primeira ordem, visando, ao mesmo tempo, —
sagem folkcomunicada, a tentativa de, — sem nenhum com recursos intelectuais e gráficos, — o entretenimen-
processo de deformação, — integrá-la ao pensamento e to e a educação do espírito.
à necessidade do leitor. Cornélio Pires, mais uma vez, transmite coisas sim-
Tido hoje como "o pioneiro do folclore paulista", ples e úteis, visando o bem-estar do homem, prevenin-
denominado sociólogo e até mesmo antropologista cul- do-o contra as adversidades, anunciando-lhe bons tem-
tural, não possuia, na realidade, formação universitá- pos para os empreendimentos.
ria. Encarnado, o que lhe faltava em cultura e sobra-
Leva, contudo, enorme vantagem até mesmo em va-lhe em capacidade de ver, desponta agora, pela psi-
relação a muitos vultos do sofisticado folclore da a- cografia de Francisco Cândido Xavier, propositadamen-
tualidade, donos de vários idiomas e de vastas estantes te sem a erudição da Terra, —• flecha de curto alcance, —
especializadas. em naturais advertências, inteligentes e lúcidas.
Encarnado tinha as virtudes indispensáveis à fre- Desencarnado, o que viu e levou desta crosta, não se
qüência íntima com a gente do mato. Entrava nos ca- desfigurou. Não tem, como não teve, intenções satíri-
sebres, pescava, tomava café, jogava truco, proseava, cas ou mordazes; ama^tão profundamente quanto amou.
penetrando sorrateiramente na sociedade caipira, hoje Compreende tanto quanto compreendeu. Mas o que se
em decadência, mas esplendida de vitalidade naqueles potencializou foi o seu poder de fixação da alma humana
dias. em seus tipos, sobretudo na cultura caipira, só que, no
Se fosse um elegante folclorista da atualidade, os momento, sob o microscópio da reencarnação.

2 3
Já em outras situações, igualmente pela psícogra- Acreditamos que a obra, agora editada, graças à
fia de Francisco Cândido Xavier, ele enfrentou temas técnica empregada, — cenários inspirados na própria
da sobrevivência humana. Em "O Espírito de Cornélio obra de Cornélio, figuras de almanaque, — possa ser
Pires", 1965, edição da FEB, — conforme apreciação compreendida por olhos que não vêem o cinema, por
do escritor, Dr. Elias Barbosa, — a s u a . . . "tônica prin- lábios de quem jamais, talvez, chegou ao quarto ano
cipal é o combate à avareza, descrevendo Cornélio, pa- primário, sentidas pelos insensíveis às linhas e nuan-
ra tanto, autênticos personagens que poderiam compe- ças, da arte dos salões é; galerias.
tir com um Harpagon, de Moliere, ou um Pai Goriot, As mensagens transmitidas por este processo co-
de Balzac". municativo, singular, poderão produzir os mais decisi-
vos efeitos no ânimo e no comportamento da massa,
Não é um filósofo reencarnacionista, — este é um
apática às solicitações do jornalismo e da literatura
título que ele recusaria. É o folclorista da reencarnação
ortodoxos.
•— sem diploma.
Há, ainda, uma outra preocupação: demolir os ter-
Ainda recentemente, pelo Suplemento Literário de rores que, em alguns espíritos, desfiguram o processo
" O Estado de São Paulo, o escritor Macedo Dantas per- reencarnativo. Cornélio Pires chega mesmo, por vezes, ao
guntava:" primor de torná-lo engraçado e pitoresco. Brincando,
"Esse Cornélio Pires não está superado? Não era desmoraliza o aspecto de castigo, que a tantos aflige,
um mero contador de anedotas cuja graça a morte di- modificando-o em abençoada alavanca do progresso sem
luiu?" fim do ser humano.
Cornélio Pires não morreu e sua graça não se di- Com relação à alimentação na roça, — nesta obra
luiu. há inúmeras citações, por exemplo, quanto à mandioca
Se por folclore entendermos o estudo e conhecimen- e à beringela, — na obra de Cornélio Pires encarnado,
to das tradições de um povo, expressas nas suas lendas, a informação é tão rica e surge tão expontânea, que
crenças, canções e costumes, sendo a reencarnação con- Antônio Cândido valeu-se do material em "Parceiros ão
vicção da maioria dos brasileiros, Cornélio Pires com- Rio Bonito", anotando que . . . " ele descreve os recursos
pleta e aglutina, preenchendo uma lacuna. virtuais do homem rural sem considerar a sua classe
Sendo assim, esta obra estabelece algo de novo no nem as possibilidades, o cardápio compatível com o mo-
inédito em que consiste: a vinculação estreita entre o mento, a situação financeira, o lugar".
Espiritismo, o folclore e a comunicação de massa em E a lição da reencarnação estará introjetada na
nivel popular, em Um tipo de transmissão de notícias e compreensão filosófica popular.
expressão de pensamento que, hoje, com muita proprie- Todo o esforço foi feito neste sentido.
dade, podemos denominar flokcomunicação, definindo-a
como " o processo de intercâmbio de informações e ma- Araraquara, 1977
nifestação de opiniões, idéias e atitudes da massa, atra-
vés de agentes e meios ligados direta ou indiretamente
ao folclore".

4 5
CORNÉLIO PIRES — INTERPRETAÇÃO início pôs-me o Evangelho nas mãos e mandou-me pa-
ra a escola instalada nos fundos da Igreja Presbiteriana.
Ali fui aluno daqueles belos e cultos espíritos que, na
matéria, se chamaram Eduardo Carlos Pereira e Bene-
dito Ferraz de Campos; homens que pregavam a letra
do Evangelho e, com seus exemplos, o espírito vivifica-
Cornélio Pires nasceu na cidade de Tietê, no Esta- dor.
do de São Paulo. Li os Evangelhos; e, mesmo não lhes alcançando o
Desencarnou em Tietê, no dia 17 de fevereiro de 1958. espírito, fiquei encantado com os ensinamentos de Je-
Viveu, portanto, 74 anos. siís. Quando ia a Tietê, falava a todos sobre a doutri-
Em 1884, aos 17 anos, mudou-se para São Paulo, na de Jesus e despertei o interesse de minha mãe e de
onde, após uma tentativa infrutífera de participar de minhas irmãs pelos Evangelhos.
Um vestibular para a Faculdade de Farmácia, resolveu Tais benefícios recebemos desse livro que, mesmo
dedicar-se à lide jornalística, onde experimentou difi- não crendo, ao irmos para o Espaço, para lá levamos a
culdades próprias aos iniciantes dessa carreira. letra e mais fácil nos será alcançarmos o seu espírito,
Foi nessa época que iniciou o decisivo capítulo de a sua luz; creio, que, no Espaço, seremos esclarecidos
sua vida que o levou ao Espiritismo. Em "Coisas do ou- com grande facilidade se já levarmos na bagagem os
tro mundo", editado em 1944, ele próprio narra o ocor- conhecimentos evangélicos.
rido em uma espécie de profissão de fé, a que deno- Conhecedor dos Evangelhos, mais tarde, comecei a
mina: "Por que me tornei espírita": me entristecer. Cá, no meu íntimo, minha Razão não
"Não desejava cuidar de mim neste livro, mas tão queria aceitar um Deus que criava filhos para depois
constantes são as perguntas, por que me tornei espírita, dar preferência a uns, sacrificando a outros; um Deus
que me resolvi a dar, neste capítulo, ligeira história de que, sendo Amor e Piedade, criava entes fracos para
minha vida. depois dá-los ao Fogo Eterna. Comecei a me entristecer
Caipirinha tímido, vim de Tietê para a Capital em e grande risca corri de cair na descrença.
começos de 1901. Vim morar em casa de minha tia, Comecei a encontrar contradições nos Evangelhos . . .
dona Belizaria Ribeiro, viúva do grande filólogo e po- Jesus dissera que "Não viera alterar a Lei", mas con-
lemista, invicto, o gramático e romancista Júlio Ribei- firmá-la, no entanto a lei mandava: — "Olho por olho,
ro. Minha tia, qüe já havia criado uma ninhada de so- dente por dente", — e Jesus me dizia: "Perdoa aos teus
brinhos e parentes e não parentes, vestindo e dando inimigos", — a lei mandava' que morresse a pedradas
livros a estudantes sem recursos, sempre achou manei- aqueles que fossem apanhados em adultério e Jesus
ra de tirar da sua pobreza de dona de pensão, o neces- dizia a Madalena: "Aquele que não tiver pecado atire,
sário para os necessitados. a primeira pedra", — "Alguém te condenou?" — "Nin-
Era protestante aquela santa criatura, que ficou guém, Senhor!" — "Vai, não peques mais, pois eu tam-
conhecidíssima de diversas gerações de bacharéis em bém não te condeno". Contradições . . . contradições . . .
direito, engenheiros, professores e comerciários. Logo de Quando os ministros me perguntavam por que não

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dono da garage: as chaves haviam desaparecido. "Que
fazia minha profissão de fé, eu lhes apresentava essas
fazer?" Escrevi à Casa Muniz & Cia., mandando-lhe o
objeções, eles, me respondiam com sua constritora, dog-
número do motor e pedindo as chaves para Poços de
mática e sofisticada Teologia e maior era a minha con-
Caldas.
fusão.
É que eu estava apegado à "letra" e nem sabia que Que fosse o que quizesse.
os primeiros apóstolos eram analfabetos e que as se- Atravessando o sul de Minas, cheguei a Poços e lá
leções dos tópicos evangélicos haviam passado por tra- não recebi as chaves. Massada! pedindo-as para São
duções e retraduções, e que deles apenas devia apro- João da Boa Vista e, lá chegando, nada de c h a v e s . . .
veitar a "doutrina" e não as palavras. Segui para Lindoia e Serra Negra. Andando sempre
Eu acreditava num Pai de todos nós, indiferentes, muito doente, constantemente atordoado, comprei uma
ateus," católicos-romanos, protestantes, muçulmanos, caixa de "Eparseno" e fui tomar a primeira injeção. Eu
maometanos, budistas e dos indígenas e dos irracionais. e o farmacêutico ficamos impressionados: três agulhas
Eu queria um Deus que aceitasse a prece de todos, bus- entortadas! Não penetravam e não quis mais saber de
cando a um pai, Criador de todas as coisas. histórias... Apesar de não ser supersticioso, disse logo
Eu queria essa religião e não encontrava e me en- ao boticário:
tristecia, desorientado, fugindo, como podia, à descren- — Desisto! Aqui tem coisa . . .
ça. Fora encontrar meu maior tropeço justamente nos Prosseguindo na minha vida de judeu-errante, dias
Evangelhos,! depois estava em São Carlos, para onde pedira as cé-
Que coisa dolorosa! É que a "letra" estava me ma- lebres chaves, que lá__não chegaram. Nessa cidade, eu,
tando aos poucos e logo eu seria um dos "mortos que que não visitava ninguém, senti irresistível vontade de
enterram seus mortos". visitar o meu amigo Lobo. Palestrávamos quando che-
Chegou, porém, o meu dia, — graças a Dsus, — o gou um pretinho, cozinheiro, o Alfredo, e que foi muito
mais feliz durante minha estadia na Terra! festejado e logo me dizia o Lobo:
Para chegar, porém, a esse dia passei por inte- — Este é um médium sonâmbulo formidável.
ressantes peripécias.
Brinquei com meu amigo:
Indo a Caxambu, — era meu motorista o sr. José
— Cuidado que o Juqueri está l o t a d o . . . — Mas
Minholo, — lá estive uns dias e seguimos para Lam-
assustado vi o Alfredo entrar em convulsões e logo o
bari; nesta cidade o motorista, batendo a mão na testa,
Espírito, depois de nos saudar, disse:
disse-me:
— Aqui, o meu amigo da esquerda, — indicando-me,
— Seu Cornélio... esqueci a bolsinha de chave de
fez muito bem em não tomar as injeções; aquilo é ar-
stepenei, porta e contato, na garage onde guardamos
sênico e o meu irmão tem o figado em péssimo estado.
o carro em Caxambu! Üiguei o motor sem perceber, com
E receitou-me chá de uma planta medicinal e con-
a chave sobressalente. Como vai ser agora, se estoura
tra a dispepsia, pele de moela de frango reduzida a pó
um peneu?
impalpável, dizendo-me que, vivendo eu em hotéis, fá-
— Não há outro recurso; voltemos a Caxambu. —
cil me seria conseguir moelas.
Realmente voltamos e nada adiantou discutir com o

9
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Piquei impressionado com o caso, pois nem ao Lo- Tomando de um lápis, escreveu: " É uma troça ino-
bo contara o caso das injeções. cente — Emílio".
Segui viagem e, depois de muitos zigue-zagues, che- Seria o meu Emílio de Menezes? E, antes que per-
gamos a Novo Horizonte, sempre temendo um estouro guntasse, respondeU-me: "Sim, sou quem estás pensan-
de p n e u . . . Assim que chegamos, tomei de minha ma- do".
quinazinha fotográfica. Deu-me na fantasia mandar o Tendo o médium me dito que julgava que esse es-
José "bater" uma chapa. Outra surpresa: feita a reve- pírito estivesse em melhor situação, fiquei aflito e pe-
lação e tirada a cópia, aparece-me sobre a cabeça, fir- nalizado, sem, então, saber a maneira de auxiliá-los,
mando os pés traseiros em minha testa, vendo-se-lhe mas o Espírito logo me confortou dizendo-me:
as serrilhas das pernas, uma barata! Medida a propor- — Sempre o velho coração a m i g o . . . Não te preo-
ção do seu comprimento, seria do tamanho de meu ros- cupes comigo, pois estando mal aqui, estou um milhão
to... de vezes melhor que vocês a í . . .
— Aqui tem coisa, seu Zé! Dizia eu desconfiado. Regressamos a Curitiba e ali me esperava outro fato.
Fui apresentado ao Hugo Marçal e subimos ao meu quar-
Dirigimo-nos à Noroeste, sempre pedindo as chaves
to no Braz Hotel. Logo que entramos, Hugo ficou to-
e as chaves não> vinham.
mado por um Espírito, de surpresa, e, empunhando um
Dias depois, paramos para almoçar no Hotel do
lápis, abriu meu bloco e escreveu de diante para trás,
Pires, em Pirajuí.
assinando.
Ao tomarmos o carro, tivemos a incrível surpresa
Fui ao espelho e, oh! maravilha! Dizia o bilhete:
de encontrar a bolsinha de couro, com as chaves den-
"Amigo Cornélio, abraços e beijos: eu não te beijaria
tro, sobre o tapete, onde o motorista teria de por os
nem por um conto de reis. Emílio"
pés ! ! !
Ora, eu nem tempo tivera para contar o caso de
— Aqui tem coisa, Zé! Continuava eu desconfiado.
Ponta Grossa. Lembrei-me logo de conferir as assina-
Maior, porém, foi nossa surpresa, quando, dali a cin-
turas: perfeitamente idênticas!
co quilômetros, estourou o pneu! Recebi também, nessa mesma ocasião, uma mensa-
— Graças a Deus temos a chave! Exultou o Zé. gem assinada por O. B. recomendando-me: "Leia, es-
Viaja daqui, viaja dali, fomos a Curitiba e, de lá, tude, medite e ore". E então, pela primeira vez, com-
a Ponta Grossa. No hotel do Bismara, contava eu o prei livros espíritas. "No Invisível" foi a primeira escolha,
caso da fotografia quando um senhor, ao meu lado, mas ao ver "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, eu,
pediu-me para vê-la. Notei que o homem, — hoje o meu que temia até tocar num livro que trouxesse na capa
bom confrade João Viana, — estava como que concen- esse nome, abri-lhe a esmo uma página e li: "É prefe-
trado, com a fotografia na mão, quando, com voz gros- rível recusar 99 verdades a aceitar uma só mistificação".
sa e amiga, me disse: Que me dizem?!!! Pois os espíritas concordam que po-
— É uma troça inocente . . . dem ser mistificados?!' E eu, que tanto combatia o Es-
Percebendo que se tratava de um médium, pedi: piritismo, perdi o medo e comprei "O Evangelho Segundo
— Escreva isso nas costas da fotografia... o Espiritismo", "O Livro dos Médiuns"... Depois não

10 11
houve mãos a m e d i r . . . Li as obras de Leon Denis e de — Mas, veja também a pesagem que diz: "Pelo fru-
Bozzano. to conhecerás a árvore; se o fruto é bom, boa será a
Era a sede da Verdade que eu queria saciar de uma árvore, pois, más árvores não podem produzir bom fru-
vez, m a s . . . Tive então a felicidade de, em Uberlândia, to". E, para isso, foi que João, o Evangelista, recomen-
entrar em contacto com Bezerra de Menezes que, logo dou: "Aprendei a conhecer os espíritos que são de Deus".
de início, me aconselhou: Aí mesmo, na Terra, vocês, com um pouco de argúcia,
— Calma, meu amigo . . . Calma . . . Chegaste à Fon- não distinguem logo um mistificador de um homem de
te da Água Viva, mas. toma-a aos poucos... Cuidado, bem? Ele mistificará uma vez, mas_ não duas, se esti-
muito cuidado com o fanatismo; ele é mil vezes pior que verem atentos. Quanto à prevenção contra os de cá:
a descrença. "oração e vigilância". E saiba que os "curiosos e fú-
Porém, lá muito dentro de mim, continuava, como teis" são as vítimas, escolhidas pelos enganadores.
um espinho doloroso, o caso das contradições dos Evan- Assim foi que, recebendo claras instruções, me tor-
gelhos; mas antes que eu interpelasse, disse-me Bezerra: nei espírita, dos menorzinhos e dos mais ignorantes".
— Onde estão as contradições nos Evangelhos? Segundo Joffre Martins Veiga, em "A Vida Pitores-
Fiquei chocado pelo inesperado da pergunta e citei ca de Cornélio Pires ", o jornalista Amadeu Amaral, pri-
1

os casos. /
mo do folclorista, recomendou-lhe ao deixar " O Comércio
— E Jesus não alterou um til da Lei de Deus! Dis- de São Paulo":
se-me. — Seja bom, Cornélio... Acrescentando o biógrafo:
— Como assim? •— Conselho que o grande humorista sempre seguiu.
E ele me respondeu com outra pergunta e todo o O mesmo escritor comenta: "Ninguém amou tanto
meu espírito se iluminou na justa compreensão: sua gente como Cornélio Pires; ninguém se preocupou
tanto com seus semelhantes como esse homem que foi,
— Qual é a "Lei de Deus", meu amigo?
antes de tudo, um bom.
— Os dez mandamentos . . .
Cornélio fruiu da amizade e do apreço do posta
— E Jesus alterou um só deles? Martins Fontes que, a respeito do mesmo, escreveu: "É
— Não... U m puro bandeirante, u m artista incançável, enobrece-
— Então não confundas a Lei de Deus com as leis dor da Pátria e enriquecedor da língua".
que estão na Bíblia e que eram leis dos homens para Foi a conselho do jornalista Amadeu Amaral que
homens, de grande atraso e profunda ignorância. Seus resolveu tornar-se escritor regionalista, destacando-se,
autores aparentes eram médiuns a ditar leis de acordo então, como um dos maiores divulgadores do folclore
com a época, local e necessidades de cada povo. brasileiro.
Continuando nossa conversa, tão franca e elucida- No ano de 1910 lançou a lume "Musa Caipira", livro
tiva, disse-lhe: que foi saudado pela crítica, por seu conteúdo tipica-
— O que me apavora no Espiritismo é aquela pas- mente brasileiro, pois Cornélio Pires "soube mergulhar
sagem: "Pode o Espírito do Mal transformar-se em um no coração de sua gente e de lá trazer, para a litera-
anjo de luz para seduzir"... tura, toda a riqueza da alma simples e boa do caboclo".

12 13
Por volta de 1914, deixou Cornélio Pires a impren- para que se aproveitem, — alguns pobres, — das rou-
sa e passou a dar espetáculos públicos, com seus núme- pas e calçados que usei. Ntsto não há caridade. Como
ros inconfundíveis, percorrendo o interior paulista e tam- não posso usá-los, os dou . . . "
bém vários Estados brasileiros. Nessas atividades en- Alguns críticos julgam que, em Cornélio Pires, o fol-
controu sua consagração, alcançando o ano de 1946 com clorista, era bem melhor do que o poeta, o humorista, o
o seu já famoso "Teatro Ambulante Gratuito Cornélio contista, valorizados; mais pelos elementos folclórico do
Pires," percorrendo cidades e se consagrando h a opinião que o estético. Mas, já Sílvio Romero detectava aquilo
pública, Foi, como se costuma dizer, um integrador, sem- que a sua produção psicografada leva à ênfase: . . . " o
pre se notabilizando pela brasilidade e pelo amor ao gênero que cultiva é, muito ao contrário do que geral-
sertão, como seus ancestrais, vindos de velhos troncos mente se pensa: de grandes dificuldades".
piratininganos. É esse o. homem qUe, anualmente, os tieteenses ho-
Alguns anos antes da sua desencarnação, voltou pa- menageiam, através da "Semana Cornélio Pires".
ra Tietê, onde comprou, nas imediações da cidade, uma
chácara na qual, em três alqueires e meio, fundou a Bibliografia
"Granja de Jesus," com o objetivo de agasalhar e edu-
car menores até 18 anos, tendo desencarnado antes da "Musa Caipira", 1910; "Versos", 1912; "Versos Velhos",
conclusão da obra. 1912; "Cenas e Paisagens áe Minha Terra", 1912; "Mon-
turo", 1915; "Quem Conta um Conto", 1919; "Conver-
Poeta, escritor, editor, conferencista, radialista, pro-
sas ao pé do fogo", 1921; "Cenas e paisagens da Minha
fessor de ginástica, despachante e rábula em Botucatu,
Terra (Musa Caipira), 1921; "Estrambóticas Aventuras
deixou numerosos discos, produziu o filme sonoro "Va-
de Joaquim Bentinho, o Queima Campo", 1925; Tra-
mos Passear", focalizando cenas do folclore paulista, es-
gédia Cabocla", 1926; "Patacoadas", 1926; "Seleta Cai-
te em 1934. Fez outro filme precursor, "Brasil Pitores-
pira", 1927; "Almanaque do Saci", 1927; "Mixórdia", 1927;
co", em 1923, fundou a revista "O Saci", aom Voltolino.
"Meu Samburá", 1928; "Sambas e Cateretês", 1932; "Tar-
Foi um pioneiro no tocante à gravação de pios de pas-
rufadas", 1932; "Chorando e Rindo", 1933; "De roupa
sarinhos, com dois discos; ajudou a fundar a "Associa- Nova...", 1933; "Só rindo", 1934; "Tá no Bocó", 1935;
ção Cristã de Moços". "Quem conta um conto e Outros Contos" (Coisas do
Três meses antes de desencarnar, pressentindo que passado), 1934; "Enciclopédia de Anedotas e Curiosida-
os dias lhe estavam contados, Cornélio Pires tomou de des", 1945; "Coisas do Outro Mundo", 1944; "Onde es-
uma folha de papel e escreveu sua última vontade, ver- tás, ó morte?", 1947; estas duas últimas obras encer-
dadeiro testamento de um homem caridoso, que sem- ram exclusivamente assuntos espíritas.
pre se preocupou com, o bem-estar do próximo:
"Em qualquer tempo em que eu deixe este corpo, Do Além Túmulo
— que tanto me serviu para minha estada na Terra,
para me "consertar" um pouco, — desejo que ele seja Pela atividade mediúnica de Francisco Cândido X a -
sepultado descalço e de pijama. Não por vaidade, mas vier e de Waldo Vieira, expressando-se nos gêneros mais

14 15
difíceis — o soneto e a trova, — vem se revelando um au-
JOSÉ ROBERTO TEIXEIRA BENTO —
têntico mestre.
"Antologia dos Imortais", 1963; "Trovadores do A- O ILUSTRADOR
lém", 1965; "Poetas Redivivos", 1969; "O Espírito de
Cornélio Pires", 1965, "Retratos da Vida", "Conversa
Firme" e "Baú de Casos 1977.

José Roberto Teixeira Bento, o jovem artista que


aceitou o desafio de dar a este livro a feição inovadora
que tem, nasceu em Araraquara, Estado de São Paulo.
Pouco antes do- médium Francisco Cândido Xavier
ter oferecido este livro, devido ao Espírito de Cornélio
Pires, à nossa Casa Editora, José Roberto realizara, com
grande êxito, uma mostra individual de figuras de ar-
gila, todas elas inspiradas no popular.
Essa experiência com a galeria dos elementos do
"folk" em seus momentos mais, íntimos e, também, nos
mais flagrantes, inspirou-lhe o desejo de trabalhar com
o Espírito de Cornélio Pires nas quadras-episódicas em
que o grande folclorista de Tietê fazia os seiis perso-
nagens viverem os lances da reencarnação, da lei de
causa e efeito, da ação e da reação.
Para essa integração, estudou demoradamente. Até
certo ponto ia se arriscar em uma aventura em "qua-
drinhos", gênero em que nunca fizera a menor tenta-
tiva. Era preciso optar por um estilo de desenho que
se aproximasse, o mais possível, dos tipos populares,
da atmosfera, dos cenários que o próprio Cornélio Pires
sugeria. José Roberto diz:
"Aparentemente tudo é muito simples, mas exata-
mente nessa, simplicidade é que residem as maiores di-
ficuldades na transposição. Além disso, o clima é tão
brasileiro, que eu não me podia valer das insinuações
dos "comics" de nenhum dos grandes artistas, no gê-
nero, do estrangeiro. Antes de mais nada, era preciso

16 17
distinguir com cuidado as cenas que, vizualizadas pe- mento de todas as quadras, criando, inclusive, as épo-
lo desenho, pudessem induzir à agressividade. Cornélio cas. Deu-me, entretanto, liberdade de escolha daquelas
Pires procura traduzir que a reencarnação não deve ser em que eu pudesse, de acordo com meu pendor natural,
vista como um castigo, porém,como uma bênção, uma extravazar os meus, conceitos pessoais. Em comum tí-
oportunidade de ressarcimento e evolução espiritual ao nhamos um mesmo pensamento: cada quadra ilustra-
mesmo tempo. Então tornava-se necessário fazer a da era, em si e por si, uma história em quadrinhos
dramatização sem nenhum aspecto de tragédia. O li- inteira; podiam, outrossim sugerir, como tema central,
vro é um compêndio de amor e sadia alegria, e o meu muitas e muitas histórias nesse estilo de "cartoon".
trabalho não podia fugir a esse escopo. "Muito mais e melhor pode ser realizado. O desejo
"Compreende-se de imediato que Cornélio Pires tea- de ver o livro a lume, quando exatamente se comemo-
tralizá todas as quadras, com exceção daquelas que têm ra 50 anos; de apostólica tarefa mediúnica de Francisco
cunho eminentemente filosófico. Não sei bem porque Cândido Xavier, nos apressou. No entanto está em nos-
estas últimas, conforme o leitor verá, fizeram afluir sas cogitações explorar mais, em profundidade, este
mais à minha criatividade. filão.
"A aproximação entre o cinema e os quadrinhos é "É para mim uma honra trabalhar em um livro
inevitável, pois os dois surgiram da preocupação de re- do inigualável Chico Xavier. E colaborar para que a
presentar e dar a sensação do movimento. A teatrali- Lei da Reencarnação seja difundida e bem compreen-
zação de Cornélio Pires indicava, uma feitura em estilo dida é uma oportunidade que se afigura como um ver-
de produção cinematográfica. Como todos sabem, essa dadeiro "acréscimo da Divina Misericórdia". Quanto ao
"produção" consiste em desenhar, por especialistas, o mais, a minha esperança é ser compreendido e dese-
ângulo e a movimentação do "take", ou "tomada" da jar uma triunfante trajetória para o livro, conforme
cena a ser rodada. As grandes realizações cinemato- vem acontecendo à obra inteira, devida à psicografia
gráficas são feitas deste modo. Ora, por que não pro- de Francisco Cândido Xavier, a quem apresentamos
ceder assim? A palavra é linear, a visão é espacial — excusas e homenagens".
pode-se desenvolver em todas... as. direções. E é preciso,
também, cultivar ai visão. A nossa, é a era do espaço. * * *
Agora, de certo modo, não temos mais lei, pois quase
tudo se fez possível. A "decupagem" era possível e tor- Excelente e imaginoso capista, José Roberto Teixeira
naria a obra factível, inclusive prevendo o que os "bo- Bento vem colaborando no trabalho de Cairbar Schu-
necos" iriam dizer através dos "baloons". Wallace Leal tel, já tendo realizado as capas para os seguintes lan-
V. Rodrigues é um prático e um teórico em cinema. çamentos da "Casa, Editora O CLARIM":
Ele tinha a experiência de ter feito o tratamento e a
Segue-me\ — de Francisco Cândido Xavier.
direção exatamente de um filme folclórico, "Santo An-
Meu Filho Vive no Além — de Walter Wynn.
tônio e a Vaca". Ele também se deixara fascinar pelo
livro do Espírito de Cornélio Pires e quanto ele poderia Memórias Pitorescas de Meu Pai •— de Carlos de
inaugurar na literatura espírita. Então fez o levanta- Brito Imbassay.

18 19
Remotos Cânticos de Belém — de Wallace Leal V.
r Rodrigues.
Parábolas e Ensinos de Jesus — de Cairbar Schutel.

Araraquara, 1977

20 ! 21
TIÃO PISOU JOSEFINA,
TATÃO PERSEGUIU QUINQUIM FALECEU ZOMBANDO DELA...
ATÉ MATÁ-LO A FACÃO;
HOJE, É UM MENINO ENJEITADO
MAS QUINQUIM HOJE NASCEU
QUE JOSEFINA TUTELA.
C O M O FILHO DE TATÃO.

22 23^
RITA M A T O U O VELHO TIO
COM PANCADA NO MONJOLO,
QUE RAZÕES DO AMOR EM NIRA,
HOJE ELE É O N E T O QUE RITA
SE O FILHO NEM A PROCURA?
ACARICIA NO COLO.
ELE É O HOMEM DO PASSADO
QUE ELA INDUZIU À LOUCURA.


OBSERVA O QUE SEMEIAS, FURTAVA OURO E DIAMANTES
SE O A M O R OU LUZ, ó D l o ' OU PAZ O OURIVES JOAQUIM CAZUZA.
TUDO QUE DAMOS À VIDA RENASCIDO, HOJE TRABALHA
A VIDA PEGA E NOS TRAZ. EM FORNO DE FERRO GUZA.

27
MARINA EXPULSOU A SOGRA
POR CAUSA DE UMA TIJELA-
A POBRE MORREU MA CHUVA
MAS AGORA É FILHA DELA

28
SUICIDARAM-SE POR JONAS PARA LIVRAR-SE DA GULA,
DILA E DUCA DE M O R A I S . . . PEDIU JUQUINHA GARRIDO
RENASCERAM FILHAS DELE, VIDA NOVA EM CORPO NOVO
MENINAS EXCEPCIONAIS. DE ESTÔMAGO ENFRAQUECIDO.

31
POR QUE J O A Q U I M TANTO APOIA J O Ã O VAI N A S C E R . . . MAS NAS CULPAS

A FILHA QUE O NÃO RELEVA? ! . . . QUE LHE AMARGAM NA LEMBRANÇA,

ELA É A MULHER QUE ELE MESMO ROGA UM PROBLEMA NERVOSO

UM DIA, A T I R O U NA TREVA..." QUE LHE GUARDE A TEMPERANÇA.

33
LIBERANDO-SE DA INTRIGA,
LEONOR ENGANOU FIMFIM, TEMENDO QUEDA OUTRA VEZ,
QUE MORREU DE RAIVA E DOR, TEO ESPERA REGRESSAR
MAS FIMFIM TORNOU À TERRA... NA P R O V A Ç Ã O DA SURDEZ.
HOJE É FILHO DE LEONOR.

35
NUMA CONTENDA DE AFETO,
JOÃO SE M A T O U POR CIRILA... TINTINA FEZ TANTAS LUTAS,

REENCARNADO, É O FILHO ENFERMO TANTOS DELITOS NO LAR...

QUE NÃO A DEIXA TRANQUILA. AGORA QUER NOVO CORPO


QUE NÃO POSSA PROCRIAR.

DR. IVAN NUNES


GINECOLOGIA
E
OBSTETRÍCIA

^> caN5ULTáfíia y

JÁ FUI EMVÁRIOsX
ESPECIALISTAS, M A S )
NENHUM RESOLVEU O I
MEU P R O B L E M A " /

37
DOIS PROBLEMAS! . . . DOIS SUICÍDIOS, EMPEÇOS, ENFERMIDADES,
O DE L A N A E JUVENAI OBSTÁCULOS, NO FUNDO,
V O L T A R A M . . . ELA, IDIOTA, SÃO RECURSOS DE DEFESA
ELE, DOENTE MENTAL. QUE NOS AMPARAM NO MUNDO.

39
EIS A HISTÓRIA DE TINTINA:
QUE ÓDIO ENTRE FILHO E MÃE!
ABORTO E CRIANÇA MORTA.
QUE HAVIA ENTRE JUCA E SARA?
ELA FORA, NOUTRO TEMPO, HOJE ELA Q U E R RENASCER,

A ESPOSA QUE O RENEGARA. TODA GENTE FECHA A PORTA

41
COM SENTIMENTOS ALHEIOS, TONHO MORREU NA GARRAFA.

NÃO BRINQUES, MESMO DE LEVE . NÃO TRABALHAVA, DORMIA...

TANTO NO AMOR QUANTO EM TUDO MORREU E NASCEU DE NOVO


CADA QUAL PAGA O QUE DEVE. SOFRENDO PARALISIA.
RENASCEU TÉO QUE VIVIA
MORREU TÓNICO DE SOUZA,
DE T O M A R A TERRA ALHEIA
TEM AGORA O GANHA-PÃO VIVIA A CALUNIAR...

SUANDO NA PÁ DE AREIA R E E N C A R N A D O , GRITA, GRITA,


MAS NÃO CONSEGUE FALAR.

45
LEONEL, VENDENDO TECIDOS, NA G R A N D E ESCOLA DA VIDA,

MORREU DE TANTA AMBIÇÃO. ERRO NENHUM PASSA E M VÃO;

ENCONTREI-O REENCARNADO DEUS TEM POR MESTRA E VIGIA

NA LAVOURA DE ALGODÃO. A LEI DA REENCARNAÇÃO.


NHÔ TICO MATOU O GENRO,
PREJUDICOU TANTA GENTE
ACHOU QUE SE FOSSE EMBORA,
O CONSTRUTOR JOÃO TEIXEIRA.
VIVE A G O R A N O U T R O CORPO MAS O GENRO NASCEU DELE,

SERVINDO NUMA PEDREIRA. É O CAÇULA QUE ELE ADORA.

. E AMA-
NHÃ OCÊ VAI
PESCA CO
PAI T Â A ! (OBAAAIT
Hl15 i 1 1 \V

49
Q U E M D E S P R E Z A A LEI D O BEM FOh-SE J O A N A EM COCAÍNA,
NÃO FOGE AO PRÓPRIO DEVER, SÓ PROCURAVA ESQUECER.
TORNA APENAS MAIS DIFÍCIL AGORA NASCEU DOENTE
O QUE SE DEVE FAZER. PARA A C O R D A R NO DEVER.
MORREU TÓNICO SAMPAIO,
CANSADO DE MUITOS ERROS,
SÓ DE CALÚNIA VIVIA...
NA CULTURA COM VANGLÓRIA,
HOJE T E M LÁBIO RACHADO,
SIMÃO QUER NOVA EXISTÊNCIA
ESMOLANDO CIRURGIA.
COM DEFEITO DE MEMÓRIA.

53
POR CAUSA DE TERRA E NOTA,
ANTÔNIO TEMENDO EXCESSOS
LÍLIU M A T O U JOÃO BRAÚNA,
COM QUE JÁ FOI À LOUCURA,
MAS JOÃO NASCEU DE LÍLIU
IMPLORA UM CORPO DOENTE
PARA HERDAR TODA A FORTUNA.
SEMPRE ATIVO, MAS SEM CURA.

55
ACEITA COM PACIÊNCIA
XANDOCA MORREU NO ÓDIO CRISE, GOLPE, PROVAÇÃO...
DE MARICOTA DO ESTEIO.
O SOFRIMENTO É REMÉDIO,
HOJE XANDOCA É A FILHINHA
Q U E ELA A M A M E N T E A O SEIO. BENDITA A REENCARNAÇÃO.

57
FINOU-SE JOANA PACHECO.

FALECEU NICO. NO PRATO, VIVEU TÃO SÓ DE PESAR...


COMIA ATÉ À LOUCURA... RENASCEU E VIVE EM LUTA,
NOUTRO CORPO SOFRE AGORA SEM TEMPO DE SE QUEIXAR.
AZIA QUE NÃO TEM CURA.

59
RECORDO ANINHA PACHOLA...
NAS PLAGAS DO SOFRIMENTO,
MORREU RICAÇA E SOVINA.
VEJO ESTA REGRA CONCISA.
HOJE, ACHEI-A REENCARNADA,
CADA QUAL TEM SEU PROBLEMA
MENDIGANDO NUMA ESQUINA.
NO RESGATE QUE PRECISA.

61
MORREU NiCO, O MATADOR; JULIO INVENTANDO CALUNIAS,

COBRAVA CARO OS BALAÇOS. DEIXOU MUITA GENTE PASMA...


PEDIU NOVO BERÇO À TERRA MORA HOJE NOUTRO CORPO,
E TRAZ UM CORPO SEM BRAÇOS. SOFRENDO A C E S S O S DE ASMA...

63
BRAZ M O R R E U . . . FEZ MUITOS CRIMES,
DODÉLIA ACABOU COM OS PAIS
USANDO INTRIGA E BOATO...
PARA LUXAR A CAPRICHO.
RENASCIDO, É UM SURDO-MUDO,
REVIVE A G O R A NA TERRA
NUMA CABANA DO MATO.
V I R A N D O LATA DE LIXO.

65
FINOU-SE JUCA PACHECO,
AGRADECE O SOFRIMENTO,
SOVINA COMO NINGUÉM...
ALMA CANSADA E FERIDA.
RENASCIDO, LUTA E SOFRE
A DOR NA REENCARNAÇÃO
MAS NÃO AJUNTA VINTÉM.
É B Ê N Ç Ã O DE DEUS NA VIDA

66 67
DANÇANDO, GINA CRIOU LILI D E U F I L H O S À FOSSA,
MUITA DOR, MUITO REVÉS... CULTIVAVA ESSE COSTUME.
EM BREVE, REENCARNARÁ HOJE, NASCEU ENJEITADA
COM REUMATISMO NOS PÉS. NUM CURRAL CHEIO DE ESTRUME.

69
NINO, A O PIANO, FEZ CRIMES QUANTOS DELITOS DE AMOR!-
POR MÚSICAS E VOTOS VÃOS... FINOU-SE A BELA IRACEMA.
MAS HOJE ROGA OUTRO CORPO ELA AGORA QUER VOLTAR
COM ATROFIA DAS MÃOS. NA PROVAÇÃO DO ECZEMA.

71
JOAQUIM, ORADOR DE PROL,
PUNHA LAMA E FOGO EM TUDO.
RETORNARÁ PARA A TERRA.
HOJE, PORÉM, QUER SER MUDO.

73
MARICOTA SUICIDOU-SE
POR CAUSA DE ANÍSIO PRADO,
MORREU LINO QUE FURTAVA
NOS GÊNEROS QUE VENDIA; MAS HOJE É A FILHINHA DELE

AGORA TORNOU À TERRA, DE CÉREBRO RETARDADO.


SOFRENDO COM PADARIA.

75
74
ABENÇOA O SOFRIMENTO LEOLINO VIVEU DE CAÇA
A QUE A TERRA TE DESTINA . E SO DE CAÇA SE FOI...
A DOR NA REENCARNAÇÃO ENCONTREI-O RENASCIDO,
É B Ê N Ç Ã O DA LUZ DIVINA. CURTINDO COURO DE BOI.

77
O MÉDICO JOÃO LIMUNDO ASTOLFO ESCREVEU MAUS LIVROS
LARGOU DIPLOMA E DEVER. ENDOIDANDO A MULTIDÃO,
RENASCIDO, TEM DOENÇA D O ALÉM,- R E T O R N O U AO MUNDO
QUE NINGUÉM SABE ENTENDER. NAS T E I A S DA OBSESSÃO.

79
POR ÓDIO TROCADO, ANTÔNIA
MORREU LÉO CINTRA, O ESCRITOR.
MATOU LINA D O LAGARTO...
ERA UMA PENA CRUEL.
NOUTRO CORPO, É SERVIDOR HOJE, ELAS SÃO MÃE E FILHA

EM FÁBRICA DE PAPEL. DOENTES NO MESMO QUARTO.

81
DEUS NOS DÁ, V I D A POR VIDA,
UM CURSO DE C A D A VEZ. JOAQUIM ARRASOU SIMÃO

PRESENTE É SEMPRE O RETRATO PARA T O M A R - L H E ANA VERA

DAQUILO QUE JÁ SE FEZ. MAS SIMÃO TORNOU A ELE


É O FILHO QUE O NÃO TOLERA.

83
MATOU-SE QUIRINO SANCHES POR T É O , NANÁ LARGOU JUCA
POR PEQUENINO PESAR... QUE SE MATOU PELA INGRATA,
VOLTOU MORRENDO AO NASCER E JUCA V O L T O U À ELA,
PARA APRENDER A LUTAR. É O FILHO QUE A DESACATA.
MANOEL SEDUZIU PERCÍLIA,
ANÉSIA PÔS FOGO À CHOÇA
DEIXANDO-A EM TOMBOS LOUCOS...
ASSASSINANDO O MARIDO.
ELA MORREU E VOLTOU:
MORREU E NASCEU DE NOVO
É A FILHA Q U E O MATA AOS POUCOS.
DE CORPO TODO FERIDO.

87
NÍNI PROMETEU SER MÃE POR ZINA, M A T O U - S E JOÃO...

DE D E S A F E T O S PASSADOS... UM CARRO FÊ-LO AOS PEDAÇOS...


RECUSOU, MAS VIVE AGORA, HOJE ELE É O FILHO DOENTE
N U M POUSO DE ALIENADOS. Q U E ZINA BEIJA N O S BRAÇOS.

89
MARINA FEZ TRÊS ABORTOS TESOURO MAIOR DA VIDA
DIZENDO TEMER FEJÚRA . . . É A MENTE TRANQÜILA E SÃ.
MORREU E VOLTOU À TERRA ERRO QUE A GENTE FAZ HOJE
ENCADEADA À LOUCURA, A VIQA A C E R T A AMANHÃ.

91
GINA EXTRAIA CRIANÇAS, MORREU GIL... FERIU A MUITOS
MATANDO-AS N'ÁGUA FERVENTE . PARA T E R MANSÃO NO MORRO.
RENASCEU DE PELE EM FOGO, RENASCEU SERVINDO NELA
CHORANDO CONSTANTEMENTE. PARA TRATAR DO CACHORRO.

93
QUANTO ABORTO ACUMULADO JOÃO ODIAVA GILBERTO,

DA PARTEIRA DONA EVA! . . . GILBERTO ODIAVA JOÃO.

HOJE, MORTA, ELA VAGUEIA MORRERAM E RENASCERAM,

OUVINDO CHORO NA TREVA. DOIS G Ê M E O S EM PROVAÇÃO.

95
ANTÔNIO ABUSOU DE DANÇA FINOU-SE JUCA VELUDO;
E ATORMENTOU MUITOS LARES, SÓ VIU M A L A VIDA INTEIRA...
PRESENTEMENTE NASCEU AGORA PEDIU AOS CÉUS
SOFRENDO DOS CALCANHARES. REENCARNAÇÃO EM CEGUEIRA.

97
MORREU AVARENTA E INÚTIL
REVI A R M Ê N I O , O ESCRITOR...
A RICAÇA ROSABELA;
VIVIA NA CAMOECA.
VOLTOU À TERRA EMPREGADA
REENCARNADO, É 0 ZELADOR
NO ANTIGO PALÁCiO DELA.
DE ANTIGA BIBLIOTECA.

99
FINOU-SE NÉLIA, A ENFERMEIRA, CASO ESQUISITO!... UM GUERREIRO

QUE SÓ AGIA NO MAI DA A N T I G Ü I D A D E ESQUECIDA

REENCONTREI-A TRABALHANDO É HOJE UM CIRURGIÃO


E M L I M P E Z A DE HOSPITAL. QUE AMPARA E REFORMA A VIDA.

1.01
s~OC ROUBANDO
NO MERCADO HEIN?'
C O M O CASTIGO TERÁ
A SOA M Ã O D I R E I T A ;
C O R T A DA, VIU?!

LEMBRO ZICO, ADVOGADO . . . A NINGUÉM BATAS N E M FIRAS,


SÓ BRIGAVA E CONFUNDIA... QUE O TEMPO VAI C O M O VEM...
MORREU E VOLTOU À TERRA, E, U S A N D O S U P O S T O M A L ,
SOFRENDO HIDROCEFALIA.
A VIDA R E F A Z O B E M .

103
OBRIGAÇÃO PARA HOJE, MORREU O AGRÔNOMO PRATES.
SEJA A T E N D I D A DE VEZ, TROCOU PROFISSÃO POR NOTA.
QUE A VIDA ESPERA AMANHÃ AGORA, EM OUTRA EXISTÊNCIA,
AQUILO QUE N Ã O SE FEZ. ZELA ANIMAIS DE UMA GROTA.

104
105
SERTÓRIO ABUSOU DE JOANA O E N G E N H E I R O JUCA PONTES
E ASSASSINOU-A TRANQUILO QUIS SÓ FORMATURA E NADA...
ELA HOJE É A FILHA DELE MORREU E VOLTOU À TERRA,
COM GANAS DE DESTRUÍ-LO. NASCENDO NUMA CALÇADA.

106
107
POR ZENA, J O Ã O M A T O U NICO DINO, ESCULTOR PRIMOROSO,
E DESPOSOU-A DEPOIS... NADA FEZ DO QUE SABIA...
MAS NICO VOLTOU A ELES, HOJE, SÓ M E D E TIJOLO,
É O CAÇULA DELES DOIS. NUM RECANTO DE OLARIA.

108
109
INIMIGO DO PASSADO COCOTA MATOU O SOGRO
PERSEGUIA GABRIELA. COM VENENO EM BERINGELA,
NO AJUSTE DAS PRÓPRIAS CONTAS MAS O SOGRO RENASCEU...
ELE A G O R A É FILHO DELA. É UM FILHO NOS BRAÇOS DELA.

111
TANTO ODIOU CIRO AO NEI PAULINHO MATOU MARCELO

ATÉ QUE O MATOU A TIRO . . . E SUICIDOU-SE POR LIA...


LOUCURA! . . . NEI REGRESSOU RENASCEU... É FILHO DELA
É O FILHO DO PRÓPRIO CIRO. QUE SOFRE ESQUIZOFRENIA.

HOSPITAL PSIQUIÁTRICO

E LAMENTA
<..QUÍR D12ÍÍ "VEL SENHORA, A ME ^
QUE HÃO EXIS- E VES6A E TEM
TE CURA DOUTORH OS PES TORTOS E.

113
O DELITO NÃO COMPENSA,
Q U I S SER PAI DE OBSESSORES
AS CULPAS PERSISTIRÃO
QUE O FERIAM SEM CESSAR . . .
ATÉ QUE A VIDA AS APAGUE
TEVE ANTÔNIO O QUE PEDIA:
UM SANATÓRIO NO LAR. NA L E I DA REENCARNAÇÃO.

115
A DÍVIDA, COMO SEJA, MORREU DIVA... Q U A T R O ABORTOS!...
MESMO DE L O N G O PASSADO, À PREGUIÇA ANDAVA ENTREGUE.
ENQUANTO NÃO RESOLVIDA RENASCEU E QUER TER FILHOS,
MORA SEMPRE AO NOSSO LADO.
SONHA, SOFRE E NÃO CONSEGUE.

117
POR O R G U L H O FEZ SINHANA TININHA FEZ QUATRO ABORTOS
MUITOS CAMINHOS ERRADOS... SEM PROPÓSITO E SEM CAUSA
NO A L É M , PEDE NOVO CORPO E OS FILHOS QUE NÃO NASCERAM
COM NERVOS DESTRAMBELHADOS. HOJE A P E R S E G U E M SEM PAUSA.

119
A B O R T O N A S L E I S DA VIDA
PARA GUARDAR-SE DE FALTAS
PRATICADAS NA INJUSTIÇA, É DÍVIDA Q U E S E ATRASA...
ROGA ARMÊNIO VIDA NOVA FELIZ DE Q U E M PAGA CONTAS
QUE LHE DÊ MENTE ENFERMIÇA. POR DENTRO DA P R Ó P R I A CASA.

121
LIBÓRIO, POR SOVINICE,
TIÃO TRATAVA A MÃEZINHA
ENTERROU PRATA NO CHÃO...
A CHUTES E BOFETADAS.. .
HOJE LUTA NOUTRA VIDA
HOJE ANSEIA RENASCER
CAÇANDO TESOURO EM VÃO.
NUM CORPO DE M Ã O S MIRRADAS.

123
TOTÔNIO FEZ QUATRO MORTES NINITA ARRUINOU A CASA,
NA M A T A DO MOACIR . . . M O R R E U NOVA, INGRATA E BELA.
QUER RENASCER, MAS SEM BRAÇOS, HOJE É MENINA ENJEITADA
COM MEDO DE REINCIDIR.
NA FAMÍLIA Q U E ERA DELA.

125
POR VOZ LINDA, QUANTOS CRIMES JOSÉ, R E T E N D O DINHEIRO,

EM MARICOTA CERQUEIRA!... LARGOU O FILHO À MATROCA...


HOJE QUER NOVA EXISTÊNCIA MORREU E VOLTOU... MAS HOJE,
EM QUE VIVA NA CEGUEIRA. SÓ GANHA EM VENDER PIPOCA.

126
127
FOI-SE JOÃO, SÁBIO ISOLADO,
MULTILAÇÕES SOBRE A TERRA,
A QUE NINGUÉM TINHA ACESSO.
CERTAS ANGÚSTIAS MARCADAS . . .
HOJE, NASCEU ENTRE OS ÍNDIOS
SÃO REFÚGIOS CONTRA OS ERROS
PARA AJUDAR O PROGRESSO.
DE NOSSAS VIDAS PASSADAS.

128 129
LINDOLFO ATADO A CIÚME
PESSOAS QUE NOUTRO TEMPO
SUICIDOU-SE POR JOANINHA,
PLANTAVAM DIFAMAÇÃO,
FORMAM AGORA FAMÍLIAS MAS VOLTOU DE CORPO INERTE,

NO ENREDO DA OBSESSÃO. QUER ANDAR MASJMÃO CAMINHA.

130 131
CICINIA USOU DE SERPENTE
DOIS GRUPOS QUE ASSASSINAVAM
E LIQÙIDOU COM JOSÉ,
COM FOGO EM CARROS NA ESTRADA,
FALECERAM NOUTRO CORPO AGORA, M O R R E U MENINA

NUMA LOJA INCENDIADA. DE UM SIMPLES BICHO DE PÉ

132 133
DESASTRES, CALAMIDADES, TRABALHO, DIFICULDADE?
D O S Q U A I S A LEI NÃO SE PRIVA, NÃO TE LASTIMES EM VÃO,
CONSTITUEM PAGAMENTO O CÉU NOS DISSOLVE OS ERROS
EM PROVAÇÃO COLETIVA.
NA L U Z DA REENCARNAÇÃO.

134
135
F O I - S E GINA, A PROFESSORA...
RECEBE A DIFICULDADE TINHA NOJO DE ENSINAR;
COM FÉ S E R E N A E INTEIRIÇA, MAS RENASCEU... É A PORTEIRA
SOFRIMENTO EM QUALQUER PARTE, DE HUMILDE GRUPO ESCOLAR.
É SOCORRO DA JUSTIÇA.

137
136
RENASCEU JUCA... VIVIA
PEDIMOS O DOM DA DOR
DE TOMAR A TERRA ALHEIA.
QUE NINGUÉM ACOLHE EM VÃO
AGORA GANHA SOMENTE
POR G U I A DA PRÓPRIA VIDA,
SUANDO NA PÁ D E AREIA.
NO RUMO DA PERFEIÇÃO.

138 139
NÃO CREIAS QUE DEUS TE HONRA A IMPONENTE DONA JOANA,

COM TEUS CRÉDITOS E DONS FINADA EM PAIXÃO E TREVA,


PARA QUE ENTENDAS E SIRVAS PEDIU CORPO E VIDA HUMILDE
SOMENTE AOS JUSTOS E BONS. NO MATO DA GENOVEVA.

141
DOIS ENGANOS NO CAMINHO QUEM FEZ OS PIRES EM GUERRA?

DE CONSEQÜÊNCIAS FATAIS: FOI N H Ô B E M DE MONSARAZ


SER S U R D O À S DORES ALHEIAS, QUE VAI R E N A S C E R DOS PIRES,
ENCLAUSURAR-SE DEMAIS. A FIM DE FAZER A PAZ.

142
143
EVITAR EM QUALQUER TEMPO
ESTE DESASTRE COMUM:
CONTENTAR-SE EM CRITICAR
SEM PRESTAR AUXÍLIO ALGUM.

144
HONRAR AS OBRIGAÇÕES AS M U L T I D Õ E S QUE ESTIMULAM

M E S M O EM LUTA, A N O S INTEIROS, ASSALTO E CRIME NA TERRA


SEM DEIXAR AS PRÓPRIAS CARGAS COSTUMAM DESENCARNAR
NOS OMBROS DOS COMPANHEIROS. EM OCORRÊNCIAS DE GUERRA.

147
LEGENDA AOS SERVOS DO BEM PESSOAS QUE ENVENENAM
AOS "DE AGORA E AOS QUE VIRÃO DE ALMA SARCÁSTICA E FRIA,
N U N C A SE FAÇA A MISTURA PEDIRAM MORTE CONJUNTA
DE ESCLEROSE E TRADIÇÃO.
NUM SURTO DE EPIDEMIA. i

149
CORSÁRIOS DE ANTIGAS ERAS
NÃO FAÇAS AOS SEMELHANTES
S E J A O Q U E FOR, O N D E ESTEJAS, ROGARAM AO REENCARNAR
QUE, EM SE T R A T A N D O DE Tl, PARA MORREREM UNIDOS
NÃO APROVAS, NEM DESEJAS. EM ACIDENTE DE MAR.

151
1
IMPERA EM TODO O UNIVERSO
EM SEIS VIDAS, SUICIDOU-SE
ESTE PRINCÍPIO C O M U M :
O AMIGO ARSÊNIO FARIA...
A JUSTIÇA É LEI DA VIDA
ELE AGORA QUER NASCER
NA PROVA DA IDIOTIA. POR D E N T R O DE CADA UM.

152 153
SE SÃO FILHA E MÃE PORQUE
ESCULTOR, VIVIA INERTE,
TANTAS RIXAS AS CONSOMEM?
CULTIVANDO FALCATRUA . . .
NOUTRA VIDA SE ARRASARAM,
VIVE HOJE NOUTRA FORMA
DISPUTANDO O MESMO HOMEM
TRABALHANDO PISOS DA RUA.

155
N H Ô NILO PARA BEBER
ESCREVIA APEDREJANDO . . .
NÃO VIA M E I O S N E M FINS...
ASSIM MORREU HÉLCIO LINS.
MORREU E N A S C E U DE. N O V O
ENCONTREI-O NOUTRO CORPO
TRAZENDO PEDRAS NOS RINS. COM SOFRIMENTO DOS RINS.

156 157
LIBERDADE FAZ O GESTO,
DE GÊNIO PERDIDO EM FURTO,
CONSEQÜÊNCIA VEM APÔS.
O IRMÃO QUELIDÕNIO ALPACA
O PERDÃO NASCE DA VIDA,
00 ALÉM QUER VOLTAR À TERRA,
SOFRENDO CABEÇA FRACA. A PUNIÇÃO VEM DE NÓS.

158 159
POR B E L A FEZ M U I T O S CRIMES
AMÉLIA DA CONCEIÇÃO,
HOJE ROGA CORPO ENFERMO
EM QUE SE A R R A S T E NO CHÃO.

161
MANOEL LIQUIDOU JOAQUINA . . FINOU-SE ATOLADO EM PINGA
POR ELA FOI PERDOADO. O RICAÇO VIDIGAL.
MAS HOJE, A FIM DE PUNIR-SE RENASCEU... HOJE É UM DOENTE
QUER RENASCER MUTILADO.
ZELANDO UM CANAVIAL.

163
TÉO MATOU-SE POR CIÚME TRÊS HOMENS FORAM AO CRIME
DE MARIA DO SOSSEGO .. . POR CAUSA DE FLORISBELA...
MAS VOLTOU... É FILHO DELA, NOUTRA VIDA, TODOS TRÊS
APRENDENDO DESAPEGO.
SÃO AGORA FILHOS DELA.

165
LARGANDO-SE DE UMA TORRE, HÁ NA JUSTIÇA DOS CÉUS

SUICIDOU-SE AMARO LUNA . . . ESTA NOTA QUE É SUBLIME:

NOUTRO CORPO, VIVE INERTE — "RECEBA C A D A CULPADO


COM PROBLEMAS DE COLUNA. A LUTA EM QUE SE REDIMA".

166 167
PLANO GERAL DA OBRA

Pgs.

Seqüência de Wallace Leal V. Rodrigues

O momento da criação 1
Cornélio Pires — Interpretação 6
José Roberto Teixeira Bento — o ilustrador . . . 17

* * *

Psicografia de FRANCISCO CANDIDO XAVIER


Espirito de Cornélio Pires

Quadros da Reencarnação

Quadra 1 22
Quadra 2 . >• > > £ 24
Quadra 3 . ^ x x r . : a >. >• . . . . 26
Quadra 4 — Cena 1 21

Quadra 5 26

Amor e Reencarnação

Quadra 1 — Cena 2 23
Quadra 2 30
Quadra 3 32 Quadra 1 — Cena 15
Quadra 4 34 Quadra 2 — Cena 16
Quadra 5 36 Quadra 3 — Cena 17
Quadra 6 38 Quadra 4 — Cena 18
Quadra 7 40 Quadra 5 — Cena 19
Quadra 8 — Cena 3 25
Quadra 9 42 Problema e Reencarnação

Dever e Reencarnação Quadra 1 — Cena 20


Quadra 2 —- C e n a 21
Quadra 1 — Cena 4 27 Quadra 3 . . .
Quadra 2 44 Quadra 4 — Cena 22
Quadra 3 — Cena 5 29 Quadra 5 — Cena 23
Quadra 4 46 Quadra 6 . . .
Quadra 5 48
Quadra 6 50 Notas da Reencarnação

Defesa e Reencarnação Quadra 1 — Cena 24


Quadra 2 — Cena 25
Quadra 1 — Cena 6 31 Quadra 3 . . .
Quadra 2 52 Quadra 4 . . .
Quadra 3 — Cena 7 33 Quadra 5 . . .
Quadra 4 — Cena 8 35
Quadra 5 54 Doença e Reencarnação
Quadra 6 — Cena 9 37
Quadra 7 — C e n a 10 39 Quadra 1 — Cena 26
Quadra 2 . . .
7 e / a s da Reencarnação Quadra 3 . . .
Quadra 4 . . .
Quadra 1 — Cena 11 41 Quadra 5 — Cena 27
Quadra 2 56
Quadra 3 — Cena 12 43 AulcS da Reencarnação
Quadra 4 — Cena 13 45
Quadra 5 —Cena 14 . 47 Quadra 1 . . .
Quadra 2 — C e n a 28
Trilhas da Reencarnação Quadra 3 — C e n a 29
Quadra 4 — Cena 30 79 Quadra 5 — Cena 48

Quadra 5 76 Aborto e Reencarnação

Delito e Reencarnação Quadra 1 — Cena 49


Quadra 2
Quadra 1 — C e n a 31 81 Quadra 3 . . .
Quadra 2 — C e n a 32 83 Quadra 4 . . .
Quadra 3 — C e n a 33 85 Quadra 5 — Cena 50
Quadra 4 — C e n a 34 87 Quadra 6 . . .
Quadra 5 — Cena 35 89 Quadra 7 — Cena 51
Quadra 6 — C e n a 36 91
Reajuste e Reencarnação Cenas da Reencarnação

Quadra 1 — Cena 37 93 Quadra 1 — Cena 52


Quadra 2 — Cena 38 95 Quadra 2 — Cena 53
Quadra 3 — Cena 39 97 Quadra 3 — Cena 54
Quadra 4 — Cena 40 99 Quadra 4 . . .
Quadra 5 — Cena 41 101 Quadra 5 — Cena 55
Quadra 6 — Cena 42 103 Quadra 6 — Cena 56
Quadra 7 — Cena 57
Corrigenda e Reencarnação Quadra 8 — Cena 58

Quadra 1 — C e n a 43 . . . 105 Desleixo e Reencarnação


Quadra 2 — C e n a 44 107
Quadra 3 — C e n a 45 109 Quadra 1 — Cena 59
Quadra 4 78 Quadra 2 . . .
Quadra 5 80 Quadra 3
Quadra 6 82 Quadra 4 . . .
Quadra 5 — Cena 60
Delito e Reencarnação Quadra 6 — Cena 61
Quadra 7 . . .
Quadra 1 84
Quadra 2 86 Rixa e Reencarnação
Quadra 3 — Cena 46 111
Quadra 4 — Cena 47 113 Quadra 1 . . .
Quadra 2 — Cena 6 2 . 143
Quadra 3 108
Quadra 4 110
Quadra 5 112
Quadra 6 114
Quadra 7 116
Quadra 8 — C e n a 63 145

Expiação e Reencarnação

Quadra 1 1 1 8

Quadra 2 120
Quadra 3 122
Quadra 4 124
Quadra 5 126
Quadra 6 128

Prova e Reencarnação

Quadra 1 130
Quadra 2 . 132
Quadra 3 — Cena 64 147
Quadra 4 — Cena 65 149
Quadra 5 — Cena 66 151
Quadra 6 134
Quadra 7 . . . ' 136
Quadra 8 . 1 3 8

Vacinas contra o mal


Nesta página, a Casa Editora O Clarim, presta singela
homenagem a

JOSÉ ROBERTO TEIXEIRA BENTO,

pelos relevantes serviços prestados na ilustração deste


livro e criação inovadora na capa do mesmo, bem como
por todos os seus serviços, que com dedicação vem pres-
tando ao trabalho de Cairbar Schutel.

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