Os Conceitos de Educacao e Sua Historicidade
Os Conceitos de Educacao e Sua Historicidade
Os Conceitos de Educacao e Sua Historicidade
OS CONCEITOS DE EDUCAÇÃO
E SUA HISTORICIDADE
Prof. Dr. Wagner S Chagas
ETIMOLOGIA DA PALAVRA EDUCAÇÃO
A palavra “educação” tem origem em termos latinos, tais como os
verbos “educare” e “educere”. Este último vem de “ex –ducere”, que
significa, literalmente, conduzir (à força) para fora; o primeiro,vem de
“educare”que significa amamentar, criar, alimentar, por isso mesmo se
aproxima do vocábulo latino “cuore”(coração). Daí, a palavra “caridade”:
oferecer algo que vem do coração. É possível, então, chegar a
duas expressões práticas da ação de “educar”: de um lado, a idéia de
conduzir, impondo uma direção, o que a aproxima de “ensino” – introjetar
a sina, o destino de alguém; de outro lado, a idéia de oferta, dádiva que
alimenta, possibilitando o crescimento (SAMPAIO, SANTOS E
MESQUITA, 2002. p. 1 e 2).
ETIMOLOGIA DA PALAVRA PEDAGOGO
A partir do final do primeiro milênio da era cristã surge a ESCOLÁSTICA que buscou
conciliar a razão filosófica grega com a fé cristã. São Tomás de Aquino procura
elaborar uma síntese entre a educação cristã e a educação greco-romana,
procurando, desse modo, estabelecer uma educação integral que favoreça o
desabrochar de todas as potencialidades do indivíduo. Ou seja, para São Tomás de
Aquino, o ensino era uma atividade em virtude da qual os dons potenciais se
tornavam realidade.
Embora nunca tenha tratado expressamente da questão educacional, a escolástica
influiu decisivamente sobre toda a pedagogia católica, sendo inclusive transplantada
para o Brasil pelos Jesuítas que aqui chegaram, em 1549, com o primeiro
Governador Geral do Brasil, Tomé de Souza. Trata-se de um método de ensino que,
até hoje, exerce influência na sala de aula tradicional.
EDUCAÇÃO NO PERÍODO DO RENASCIMENTO
EDUCAÇÃO NO PERÍODO DO RENASCIMENTO
Há, então, um aprofundamento do Humanismo, só que com feição laica.
Destacam-se, nesse quadro, os ensaios de Michel de Montaigne “Da educação
das crianças” e do “Pedantismo”. Todavia, é uma educação que não atinge as
grandes massas que permanecem analfabetas e incultas. Trata-se de uma
educação, basicamente, voltada para a formação do homem burguês que atinge,
principalmente, o clero, a nobreza e a burguesia. Esta, que emerge como nova
classe social, a partir do Renascimento, disputará com a Igreja e a nobreza o
poder político que, finalmente, conquistará, no século XVIII, com o advento da
Revolução Francesa.
De fato, a primeira grande revolução burguesa fora iniciada pelo monge agostiniano
Martinho Lutero (1483-1546). A principal consequência da Reforma Protestante foi a
transferência da escola para as mãos do Estado nos países protestantes. Mas, como
acentua Gadotti (1996, p.64), a escola pública defendida por Lutero não é laica, mas sim
religiosa e também não perde o seu caráter elitista, uma vez que o mesmo entendia que “a
educação pública destinava-se em primeiro lugar às classes superiores burguesas e
secundariamente às classes populares, as quais deveriam ser ensinados apenas os
elementos imprescindíveis, entre os quais a doutrina cristã reformada”. Como se sabe, a
Igreja católica reagiu com a Contra-Reforma encabeçada no terreno cultural e educacional
pela Companhia de Jesus que, para orientar a sua prática no campo educacional, escreveu
o manual de estudos “Ratio atque Institutio Studiorum”. A partir de 1599, esse manual
passou a fornecer aos sacerdotes-professores os planos, os programas e os métodos de
educação católica. No Brasil, com a morte do Padre Manuel da Nóbrega, os jesuítas
passaram a seguir fielmente os preceitos educacionais da Companhia de Jesus, a partir de
1600, consubstanciados na “Ratio Studiorum” e, desse modo, desenvolveram uma
educação que atuava em duas frentes: a formação de elites dirigentes e a formação
catequética das populações indígenas”.
O século XVII marca o surgimento da pedagogia realista que estabelece um
momento de transição entre a pedagogia do renascimento e a pedagogia
iluminista do século XVIII. A pedagogia realista é fortemente influenciada pelo
empirismo de Francis Bacon e pelo racionalismo de Descartes. A pedagogia
realista, que tem Ratke, Comenius e Locke como principais expoentes, busca
substituir o conhecimento verbalista anterior pelo conhecimento das coisas. Para
tanto, procura criar uma nova didática. Segue reafirmando com mais ênfase ainda
a individualidade do educando e, na ordem social e moral, advoga o princípio da
tolerância, do respeito à personalidade e de fraternidade entre os homens.
Ratke introduziu na educação as ideias de Bacon. Muitos dos princípios
pedagógicos enunciados por ele, Locke e, principalmente, Comenius mostram
ainda atualidade, tendo sido, em grande parte, incorporados no fim do século XIX
e início do século XX pelo movimento da Escola Nova
EDUCAÇÃO COMO UM PROJETO DOS ESTADOS NACIONAIS
No século XVIII, as preocupações de reis, pensadores e políticos estão voltadas
para as questões educacionais (LUZURIAGA, 1983, p. 149). Duas figuras
sobressaem-se: Jean Jacques Rousseau e Johann Heinrich. O mesmo processo
ocorre com a figura dos revolucionários de 1789, representada por Condorcet e
Lepelletier. Estes, durante a Revolução Francesa, apresentaram planos para a
organização de um sistema nacional de educação. A partir desse momento,
desenvolve-se a educação pública estatal e inicia-se a educação nacional.
FILHO, João Cardoso Palma A Educação Através Dos Tempos - Disciplina História da Educação,
Módulo Educação, Cultura e Desenvolvimento. UNESP. 2010
https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/173/1/01d06t01.pdf