Trick or Treat - The Immortality
Trick or Treat - The Immortality
Trick or Treat - The Immortality
Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produtos de imaginação do autor.
Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.
Todos os direitos reservados. É proibido o armazenamento e/ou a reprodução de qualquer parte dessa obra, através de
quaisquer meios — tangível ou intangível — sem o consentimento escrito da autora.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela lei n. 9.610./98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Ou clique aqui
AVISO DE GATILHOS
(Recomendado ler antes de iniciar a leitura do livro)
Lentamente abro meus olhos sentindo-me relaxada. Minha mão toca algo macio e a
claridade sobre o meu rosto me deixa aliviada de certa forma. Chuto um edredom branco sobre
as minhas pernas, sentindo um calor fora do comum. Observando o local sento-me na cama
encostando minhas costas na cabeceira quando me dou conta que estou na casa de campo dos
Carringtons, onde Killian e Kaleb me trouxeram após o jogo da morte.
A porta do quarto se abre pegando-me de surpresa e ao colocar os pés para fora da cama,
Killian e Kaleb entram no quarto ficando um de cada lado. Eu penso no que dizer a eles com
toda situação que passei, mas então o que eu deveria dizer quando tudo já está feito e não há
como voltar atrás? Eu me sinto uma estranha, deslocada e totalmente confusa com tudo ao meu
redor.
— Como está se sentindo? — Kaleb pergunta segurando minha mão. Ao contrário da
primeira vez que ele me tocou, agora não sinto que sua pele está gelada, talvez porque agora eu
seja como ele.
— Me sinto melhor — respondo baixo. Killian parece uma estátua parado ao meu lado me
observando como se eu fosse de vidro e pudesse quebrar em mil pedacinhos. — Eu gostaria que
me explicassem sobre... — Olho para ambos, buscando a palavra certa, como se eu não soubesse
o que sou agora.
— Como é ser uma vampira? — Killian completa minha pergunta, colocando-se na minha
frente. Seu olhar imbatível se fixa com o meu e concordo balançando minha cabeça.
— Nós iremos te explicar tudo, mas agora você precisa comer alguma coisa — Kaleb
comenta, alisando minha pele, desviando minha atenção. Vejo meu estado atual e minhas roupas
sujas, a mesma fantasia de freira da festa de Halloween.
— Eu preciso tomar um banho e trocar de roupa. Acho melhor se eu for embora. —
Killian começa a gargalhar loucamente, deixando-me sem entender o que diabos falei de tão
engraçado.
— Eu disse a você que ela não entendeu — ele fala para o irmão, fazendo-me de palhaça.
Então Killian segura meu queixo com uma mão, levantando meu rosto, fazendo-me olhar
diretamente para os seus olhos. Os dois irmãos são bem mais altos do que eu, fazendo meus 1,68
não significarem quase nada para ambos. — Lembra da pergunta que Kaleb fez a mim assim que
encontramos você do lado de fora da casa depois de se alimentar pela primeira vez? — Aceno,
recordando das palavras exatas. — E o que eu disse para ele, freira? — Eu bato em seu braço
com uma força desconhecida, mas Killian parece nem ter sentido. Eu não quero que ele fique me
chamando de freira, embora esteja parcialmente vestida como uma ainda.
— Que você me transformou e que... — Um sorriso presunçoso surge em seu rosto
conforme me dou conta de uma palavra exata que ele usou naquele dia. O aperto no meu queixo
fica mais forte enquanto sou puxada contra o peitoral firme e musculoso de Killian.
— Agora você era nossa, não é? — Começo a ficar perdida com a tamanha tensão entre
nós.
— S-sim — respondo de qualquer forma e Kaleb ameaça a sorrir da cena. Maldito, e eu
que pensei que ele era o meu protetor, o mais amável entre os dois, mas pelo visto ambos
compartilham das mesmas obscenidades.
— Portanto, assim será, minha adorável freira. — Killian solta meu queixo e dá um passo
para trás, dando-me espaço. — Agora tome o seu banho, suas roupas já estão aqui... — Como
assim minhas roupas estão aqui?!
— O quê? — Eles ficaram completamente loucos se acham que me mudarei para cá.
Obviamente, talvez não seria uma má ideia, porém tenho uma vida lá fora, mesmo que agora seja
uma imortal, não deixarei a faculdade e meus amigos.
— Agora você mora aqui, ruiva. Então mandamos trazer suas coisas para cá e a sua vaga
no dormitório já foi preenchida. — Fico abismada com a declaração de Kaleb que no momento
não parece tão diferente de Killian. Realmente as aparências se enganam.
— Até você? — Olho para Kaleb.
— Meu irmão foi um idiota te transformando sem me perguntar ou ao menos a você? Sim,
mas isso não muda o fato de que você é nossa agora. Mesmo se não fosse uma vampira, ainda
assim seria nossa, Maya. Nossa! — Eu acredito nele. Merda, eu acredito em cada palavra deles e
o mais assustador é que por dentro estou pulando de felicidade, saltitando feito uma doida como
se isso tudo não fosse uma loucura.
Com um pouco de raiva deles e de mim mesma, eu os deixo sozinhos e saio do quarto
caminhando pela casa de campo. Será que agora terei que morar aqui ou na mansão dos
Carringtons? Ando pelo corredor e sem pretensão nenhuma vou até uma porta que está fechada
para conhecer a casa. Assim que abro me deparo com uma jacuzzi enorme. Fico parada
admirando o local envolto por paredes de vidro do teto até o chão e do lado de fora uma vista
magnífica de um jardim bem cuidado, porém coberto de neve. Algumas luzes deixam o ambiente
mais aconchegante, assim como o chão de madeira envernizado.
— Não era esse tipo de banho no qual estávamos nos referindo, mas você pode entrar —
Kaleb sussurra em meu ouvido, fazendo minha nuca se arrepiar. Bem, outras coisas também.
— E eu vou. — Saio da porta, entrando no lugar e então começo a tirar minha roupa
fazendo questão de fazer um showzinho para ele. — Até porque essa é a minha casa agora —
concluo.
— Você aprende rápido — Kaleb diz, escorando-se na porta enquanto provavelmente me
observa tirar agora minha minúscula calcinha. Ao invés de responder concentro-me em me
desfazer de minhas roupas e quando estou completamente nua, entro na jacuzzi e solto meu
cabelo, lembrando-me do que Kaleb me disse na noite de Halloween.
Finjo não estar ficando excitada com os olhos dele sobre mim e quando me coloco de
costas para ele, fecho meus olhos, começando a deslizar minha mão pelo meu corpo. É, parece
que ser uma vampira imortal tem mexido não só com os meus neurônios, mas também com a
minha libido. Sinto um movimento dentro da jacuzzi e abro meus olhos, deparando-me com a
entrada não só de Kaleb como de Killian, ambos nus.
— Achei que só eu precisava de um banho — comento, olhando para Killian e depois para
Kaleb.
— E nós achamos que você precisa de mais do que só um banho. — Claro que eles não
deixariam isso passar despercebido, mesmo que seja meu primeiro dia de volta depois de todo o
desastre que aconteceu. Mordo meu lábio inferior, escondendo uma risada e Killian e seu irmão
vêm até mim. Continuo deslizando minha mão pelo meu corpo e assim que ambos ficam
próximos demais de mim, Kaleb coloca sua palma cobrindo a minha mão, seguindo os meus
movimentos até que eu o deixe por conta própria.
Observo os olhos de Killian sobre mim, enquanto seu irmão passeia sua mão nas minhas
pernas, massageando todo o caminho que ele percorre.
— Você é a porra de uma provocadora — Killian diz, levando a mão para o meu seio,
apertando-o e beliscando meu mamilo sensível.
— E você está gostando disso — provoco, sentindo os dedos de Kaleb entre minhas coxas
quando um aceno é tudo que obtenho como resposta antes de Killian trazer sua boca até meu
peito ao mesmo tempo que os dedos de Kaleb começam a deslizar para cima e para baixo em
minha boceta. Encostada na jacuzzi com meus seios para fora da água deixo escapar dos meus
lábios um gemido excitado pela intrusão de ambos. A mistura da mais nova aventura da minha
vida com o desejo enlouquecedor de ter os gêmeos somente para mim parece tão malditamente
errado quanto gostoso.
Killian chupa meu seio, sua língua de vez em quando lambendo minha auréola enquanto
Kaleb desliza seus dedos sem dó entre os lábios da minha boceta, sua outra mão livre apertando
meu outro peito. Deixando espaço para o seu irmão, Killian morde o bico do meu seio, deixando-
o rígido e depois começa a beijar meu colo subindo para o meu pescoço, sua língua habilidosa
trabalhando muito bem o caminho que percorre. Seus lábios logo se encontram com a minha
boca e assim que seu olhar se fixa com meu, ele pisca para mim e me beija puxando meu cabelo
molhado.
Seus lábios carnudos estão macios contra os meus, sua língua deixando um rastro de
uísque na minha ao mesmo tempo em que Kaleb introduz dois dedos de uma só vez em minha
boceta. Eu quase me perco com a sensação, mas quando ele começa a empurrar para dentro e
depois para fora, agarro o ombro dele, me deixando levar, gozando desesperadamente.
— Porra, que boceta apertada — Kaleb diz, arrancando um sorriso do seu irmão que logo
separa nossos lábios. Quando estou a ponto de gozar novamente com as palavras de Kaleb, ele
retira seus dedos de dentro de mim, e Killian se afasta ficando de pé na jacuzzi. Sem entender,
fico observando ambos se movimentar e somente quando Kaleb se coloca sobre as minhas pernas
revelando seu pau totalmente duro, Killian passa seu polegar sobre os meus lábios.
— Abra essa boca pra mim, freira. — O eixo de Killian está bem no meu campo de visão e
sinto-me totalmente perdida com os dois. De qualquer forma, faço como me pediu quando meus
olhos se reviram com a ponta de Kaleb deslizando entre os lábios da minha boceta. — Boa
menina, exatamente assim. — Sem perceber eu abro meus lábios e agora Killian se posiciona
bem no centro do meu rosto, trazendo seu membro para a minha boca. Quando a ponta do seu
pau toca na minha língua, Kaleb empurra seu eixo em minha boceta. Seu comprimento nada
comum me leva quase ao limite e eu grito com a intrusão gostosa dele dentro de mim.
— Ahh, porra, que boceta gostosa. — Começo a lamber o comprimento grosso de Killian
enquanto ele passa a mão entre os meus fios ruivos. Olho para cima, encontrando seu olhar
caloroso sobre mim e Kaleb começa a me foder com uma força que ele não tinha feito antes.
Porque você ainda era humana e não uma vampira. A recordação me atinge e a voz rouca e
sombria de Killian me pega desprevenida quando meu núcleo logo se aperta querendo gozar
novamente.
— Você vai chupar o meu pau até o esquecimento, não vai? — Aceno em concordância, e
ele sorri. — Ótimo, porque não quero que Deus castigue a minha freira. — Gostando das
palavras de Killian destinadas a mim, eu começo a gozar quando os lábios de Kaleb vão para o
meu seio levando-me realmente ao esquecimento. Killian agora segura minha cabeça e
percebendo que comecei a me perder com inúmeras sensações ao mesmo tempo, ele começa a
foder a minha boca sem nenhuma paciência. Lágrimas grossas começam a brotar em meus olhos,
escorrendo em minhas bochechas enquanto Kaleb me come com avidez. Seus impulsos vão cada
vez mais fundo em minha boceta, uma pontada de dor devido a seu cumprimento construindo
outro orgasmo.
A água da jacuzzi está saindo para fora em sincronia com os movimentos de Kaleb que
coloca suas mãos em meu quadril, empurrando seu pau em um ritmo constante e gostoso. Killian
puxa meu cabelo mais forte, seu eixo grosso desliza para dentro e para fora da minha boca, não
deixando espaço para uma breve respiração e quase me fazendo engasgar. Parece sufocante tê-
los tão centrados em mim, a dor entre minhas pernas e nos meus lábios vermelhos deixando-me
perdida em vários sentidos da palavra. Um frio intenso se recarrega dentro de mim, vestígios de
uma nova liberação se aproximando.
— Isso, ruiva, goze bem gostoso no meu pau enquanto meu irmão fode essa linda
boquinha. — Ai meu Deus, eles definitivamente não podem falar esse tipo de coisa para mim.
Como uma bomba relógio sinto o eixo de Killian engrossando ainda mais em minha boca, as
veias em seu pau salteando enquanto ele começa a gozar na minha garganta.
— Engula tudo, freira, ou você será castigada por essa travessia. — Eu nem consigo
responder tomando sua carga de sêmen quando Kaleb começa a gozar também. Seu membro
torna-se imbatível, levando-me juntamente com suas estocadas brutas em minha boceta dolorida.
Eu quero gritar e gemer enquanto nós três estamos gozando juntos, minhas mãos puxam Kaleb
contra o meu corpo, seus lábios beijam toda a minha pele e depois mordem meu seio enquanto
descarrega sua carga na minha boceta.
Eu me sinto cheia de todas as formas, mas mesmo assim passaria horas e horas
entregando-me para eles. Após gozar em minha boca, Killian retira seu pau ainda duro dos meus
lábios, conforme seu irmão o segue saindo de dentro de mim. Por um segundo sinto-me vazia,
porém Killian volta para jacuzzi e se senta puxando minhas pernas para o seu colo. Kaleb o
segue, mas passa a se sentar ao meu lado puxando-me para o seu colo, envolvendo seus braços
fortes ao meu redor e apoiando minha cabeça em seu peito nu. Meus olhos vão para Killian
massageando minhas pernas, um sorriso satisfeito e diabólico surgindo em seus lábios.
— Você tem que parar de me chamar de freira — comento, cortando o silêncio entre nós
três.
— Por quê? — Killian pergunta parando a carícia em minha coxa.
— Porque eu não sou uma freira. — Kaleb sorri da minha resposta lógica. Ele não me
chama assim, mas aposto que gosta desse apelido tanto quanto Killian.
— Você vai ser o que nós quisermos que você seja.
Já faz tempo que não me sinto tão feliz e por incrível que pareça, relaxada. Eu sempre fui
o tipo de garota que adorava ficar quieta no meu quarto somente com as amigas que tinha. Isso
costumava ser o paraíso na terra para mim, no entanto, conforme fui crescendo, senti a
necessidade estranha de me conectar com o mundo, com as pessoas ao meu redor. E então,
aquela necessidade de ter alguém que me desejasse tanto quanto eu acabou brotando na minha
cabeça.
Ontem Killian me trouxe um copo enorme de sangue humano e enquanto eu me
alimentava como uma lunática sedenta, os dois começaram a me dar um banho relaxante. Nunca
sequer passou pela minha cabeça que momentos como aqueles poderiam acontecer comigo e
para ser bem sincera, acho que com nenhuma das garotas da BEU. Nós meninas que ficamos
observando de longe os irmãos Carringtons enquanto desejamos que eles ao menos digam um
bom dia para nós, achamos que tanto Kaleb quanto Killian nunca seriam tão... carinhosos assim.
Bem, Killian ainda é um pouco grosseiro às vezes, mas ele tem o momento leviano dele.
Já que as nossas aulas na faculdade foram suspensas devido à investigação das mortes das
meninas da BEU, pela manhã os gêmeos me levaram para a mansão Carrington onde
estranhamente me receberam bem, mesmo com a recém-morte de Katrina. Pelo que eu pude
escutar, eles não iram mais embora agora que o corpo da filha deles está enterrado no cemitério
municipal da cidade. A cerimônia do sepultamento foi reservada, mas o local estava bem agitado
devido à morte das outras meninas e também de Nick. Eu nunca presenciei um enterro, porém
sem sombras de dúvidas esse foi o mais triste de todos. Foi horrível ver a dor da minha melhor
amiga e dos pais de Nick. Realmente excruciante.
Hoje Sadie ficou algumas horas comigo e como Killian imaginou, Kaleb teve todo o
cuidado de fazê-la esquecer de todas as coisas fora do comum que ela viu e ouviu, deixando
somente a péssima lembrança que seu namorado se foi. Sadie estava inconsolável e eu juro que
tentei de todas as formas possíveis fazer com que ela ficasse comigo por mais algum tempo,
porém, ela precisava ter o tempo dela e então a deixei ir mesmo estando preocupada e triste por
ela. Nick não merecia aquele final, as meninas que morreram e nem mesmo Katrina, sendo uma
pequena cobra, não mereciam nada do que tiveram.
E embora essa nova vida de imortal ainda seja estranha para mim, agora percebo que
Killian ter me transformado em uma vampira pode ter sido um presente. Um presente estranho,
mas ainda assim um presente.
Os Blakes até então desapareceram do nosso caminho. Os pais dos meninos acham que
eles estão escondidos em algum lugar ainda em Fairbanks ou aos arredores já que não é do feitio
deles fugirem de uma boa briga. As pessoas nas quais estavam lutando juntamente com a família
de Killian e Kaleb para resgatarem a mim e o corpo de Katrina, eram amigos de longa data dos
Carringtons e obviamente vampiros também. Eles parecem pessoas legais, porém reservados.
Agora que estou um pouco mais calma em relação à minha nova situação, estou tentando
me adaptar à mudança repentina de círculo social e também de lugares. Quando Kaleb e Killian
colocam seus olhares sobre mim parece que estou vivendo um sonho e quando eles param de me
olhar, eu enfio uma caneta ou a ponta de uma faca em mim mesma para ver se estou mesmo
acordada, já que me beliscar não vai mudar nada, visto que não sinto dor e o processo de
cicatrização é imediato em vampiros.
Como os meninos tinham dito, minhas roupas assim como meus livros e todos os meus
utensílios foram trazidos para a casa de campo, onde parece ser o meu novo lar. Kaleb até
separou um quarto para mim e parte disso me deixou meio deslocada, parecendo que sou uma
intrusa estranha. Tudo mudou da água para o vinho tão rápido.
Mais cedo Killian e Kaleb me explicaram sobre as mais variadas habilidades dos vampiros
tais como: hipnose, força, velocidade, agilidade, fator de cura rápida, emoções aprimoradas,
controle emocional em certos imortais e sentidos aguçados para audição, olfato e paladar. A
minha cabeça em geral ficou uma confusão assim que ambos me contaram e demonstraram
algumas das habilidades do lado de fora da casa. Foi assustador e magnífico, tudo na mesma
proporção.
— Você só precisa segurá-lo e atacar. Fechar os olhos no começo pode ajudar. — Nós
saímos um pouco para poder fazer a minha primeira alimentação com sangue animal. Kaleb já
me mostrou como se faz e explicou sobre a dieta de sangue humano enquanto seu irmão ficava
rindo da minha cara abismada com esse novo mundo.
— Ok! — Abaixo-me devagar perto de um cervo, minhas mãos tocando a pele quente do
animal enquanto Kaleb me instrui. Quando me alimentei daquele homem que cortou o braço no
quintal da casa de campo, senti uma sede enlouquecedora pelo sangue dele. Foi desse mesmo
jeito depois com a bolsa de sangue que Killian me deu no banker e ontem também. Mas agora
não sinto nada, para dizer a verdade, sinto nojo. Pode ser pelo motivo dele ser um animal
inofensivo, não sei, simplesmente não consigo.
— Isso não está funcionando, Kaleb — Killian avisa, colocando-se ao meu lado,
observando minhas mãos tremendo com o animal sangrando bem na minha frente.
— Ela vai conseguir. Maya é novata e não pode se dar ao luxo de se viciar em sangue
humano logo no começo, isso seria péssimo e chamaria atenção — Kaleb retruca, voltando a se
concentrar em mim. Eu fecho os olhos como instruído anteriormente, mas o cheiro de sangue é
diferente e começa a embrulhar o meu estômago. Eu quero fazer o certo, não quero dar trabalho
para Kaleb e nem decepcionar Killian, mesmo que parte do que sou agora seja culpa de ambos.
Desde o período da manhã não estava me sentindo bem, então acho que deve ser muita
pressão e informações novas na minha cabeça. Talvez eu nem esteja com fome e seja esse o
motivo de não estar conseguindo me alimentar. Dividida entre me afastar do cervo e me
alimentar pelo menos um pouco para começar a aprender a viver dessa forma, coloco minha mão
sobre a de Kaleb e imagino ser a mesma cena da primeira vez que me alimentei. Então minhas
presas saltam e meus olhos imaginam a primeira vez quando me abaixo e ataco o animal.
Minha mente foca somente no vermelho, o gosto metálico e superficial chegando ao meu
paladar de uma forma estranha e nada prazerosa. Mesmo assim, me forço a continuar enquanto
agarro o animal e Kaleb se afasta, dando-me espaço. É estranho e confuso, mas é a vida que
tenho agora. Quando me sinto cheia afasto-me do cervo, levantando-me um pouco tonta.
Encosto-me em uma árvore, ajeitando minha jaqueta preta no corpo e Killian se aproxima de
mim, enquanto Kaleb arrasta o cervo para longe.
— Você vai se acostumar, freira. Daqui pra frente ficará mais fácil. — Ele pega um pano
branco do bolso de trás da calça jeans e leva até meus lábios, limpando resquícios de sangue. Seu
olhar malicioso se encontra com o meu, seu polegar tocando ligeiramente meu lábio quando meu
celular começa a tocar. Eu pego o aparelho que achei que tinha perdido na festa de Halloween e
sem olhar o identificador de chamadas, levo para a minha orelha atendendo.
— Oi. — Alguns segundos se passam e quando vou dizer algo a voz da minha mãe me
pega de surpresa.
— Aonde você está, querida? Seu pai e eu ficamos sabendo sobre o que aconteceu e
viemos te ver. — Merda. Com todos os acontecimentos esqueci e não pude me comunicar com
os meus pais e agora que tudo mudou, me sinto mal por tê-los deixado preocupados.
— Desculpe, mãe, estava ocupada com alguns trabalhos da faculdade, mal tive tempo... —
Minhas palavras são cortadas ao meio quando um grito alto me para.
— Você não sabe a surpresa que foi saber que ainda está viva, querida... — Jeff surge na
chamada e eu começo a tremer, meu corpo entrando em colapso. — Como é o nome dela
mesmo, mamãe? — Killian toma o celular da minha mão e coloca no viva-voz quando minha
mãe chorando diz o meu nome. — Amaya, isso mesmo — Jeff diz sorrindo. Começo a chorar
preocupada com os meus pais, a bile subindo para a minha garganta.
— Por favor, deixe eles em paz. Eles não sabem... — Killian tampa a minha boca.
— Eles não sabem que você é uma vampira? — Ele começa a gargalhar. — Ops, agora
sabem. — No fundo ouço meu pai falando alto com possivelmente outro Blake.
— O que vocês querem, porra? — Killian questiona irritado.
— Olá, meu jovem. Vejo que seus pais não ensinam boas maneiras para os filhos. Agora
está explicado por que a outra era tão burra. — O líder dos Blake se refere a Katrina. — Mas vou
esquecer isso e irei responder à sua pergunta. Bom, antes eu queria todos vocês Carringtons
mortos, isso é óbvio. No entanto... — Um silêncio se instala aos fundos da chamada e fico ainda
mais preocupada. — Agora vocês têm algo mais interessante que eu quero. Acho que ela tem
cabelo ruivo e por algum motivo não morreu quando apliquei veneno nela. — Killian olha para
mim e me recordo de Jeff injetando um líquido amarelo diretamente no meu peito. — Vocês têm
até amanhã para entregá-la ou... — Killian cerra os punhos e Kaleb aparece no meu campo de
visão, aproximando-se de nós com um olhar confuso.
— O próximo pode ser o pai e depois o restante dos Carringtons até chegar a vez de vocês.
— A ligação se encerra, deixando-me sem entender quando instantes depois um vídeo enviado
pelo celular do meu pai aparece. Com os dedos trêmulos eu o abro e assim que o vídeo começa
vejo um vampiro se alimentando rapidamente da minha mãe. Rasgando o pescoço dela, ele
estraçalha suas veias, músculos e pele até que tudo que a câmera consegue captar além do sangue
é seu corpo jogado no chão com os olhos sem vida.
— MÃE. — Solto um grito ensurdecedor e antes de tentar evitar, viro-me para o lado
despejando todo o sangue do animal que me alimentei momentos atrás. Caio de joelhos sobre o
chão, minhas mãos se agarram à terra gelada da floresta enquanto coloco tudo para fora. Meus
ossos começam a doer muito e quando meu estômago fica limpo, tudo que consigo fazer é
agarrar meu corpo doente enquanto choro pela morte da minha mãe. Tudo está errado comigo.
— Maya... — Kaleb desesperado se ajoelha na minha frente e seguindo os mesmo passos
do irmão, vejo Killian fazendo o mesmo, tentando me ajudar.
— Ligue para o nosso pai, ele vai saber o que fazer — Killian pede a Kaleb e só então
lembro das palavras exatas deles explicando-me que os vampiros não sentem dor. Um grito alto
sai dos meus lábios, uma nova onda de dor surgindo dos meus ossos quando sinto o estalar na
minha coluna fazendo-me curvar.
— Porra. — Kaleb e Killian se entreolham antes de voltarem a me encarar.
— O que foi? — pergunto assustada em meio às lágrimas e dores.
— Seus olhos estão amarelos.
Continua...
Mais livros na Amazon
Instagram
Facebook
Twitter
Tiktok