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Relatório IEF.2

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Instrumentação eletrónica para a Física

Relatório trabalho n.º 9: Microeletrónica: sensores com protocolo de


comunicação oneWire e i2c

Ana Carolina Guerra, 110299; Maria Pereira, 109020

Introdução:
O Ecossistema Arduíno é um equipamento e uma plataforma de prototipagem eletrónica
que foi desenvolvida para permitir o desenvolvimento de controlo de sistemas interativos. É
característico de fácil acessibilidade e de baixo custo. No presente trabalho, este irá ser o
equipamento chave para um bom desenvolvimento.
Além disso, é possível enviar e receber informações de praticamente qualquer sistema
eletrónico, neste caso, o estudo irá ser realizado com diferentes sensores, nomeadamente, um
sensor de temperatura e humidade, um sensor de pressão barométrica e um sensor de proximidade
digital e luz ambiente.
Os protocolos de comunicação OneWire e i2c são dois tipos de comunicação utilizadas
em programação com Arduíno, no entanto, apresentam algumas diferenças no que diz respeito ao
funcionamento e aplicação.
No que diz respeito à comunicação OneWire, opera através de um fio entre o dispositivo
controlador e o dispositivo periférico, sendo mais frequentemente utilizado em sensores de
temperatura [3]. Já a comunicação i2c permite conectar vários dispositivos em dois fios
denominados SDA (Serial Data) e SCL (Serial Clock) e, geralmente, é utilizada para sistemas que
requerem uma comunicação mais rápida e complexa [4].

• Ecossistema Arduíno:
O Arduíno UNO (Figura 1) considera-se
um dos modelos mais geral e recomendado
permitindo enviar e receber informações de outro
sistema eletrónico. Todo este sistema envolve o
hardware e o software. Consiste, então, numa placa
com um microcontrolador, pinos analógicos e
digitais, LEDs e uma entrada USB. Envolve ainda,
um ambiente de desenvolvimento integrado que
permite, dessa forma, a programação do
microcontrolador com linguagem de programação
C/C++. Figura 1: Arduíno UNO

• Objetivos:
No presente trabalho, a configuração e montagem de um circuito com sensores
elementares e a comunicação OneWire e i2c em microcontroladores destacam-se como os
objetivos principais desta atividade. Para além disso, visa a proporcionar uma noção das principais

1
características de funcionamento de um Ecossistema de desenvolvimento Arduíno, face à
utilização de sensores de temperatura/ humidade, pressão barométrica e intensidade luminosa.

Material Necessário:
Para a montagem dos circuitos foram necessários vários fios de ligação, uma resistência,
um LED, placa de ensaio, placa de microcontrolador Arduíno Uno e sensores de
temperatura/humidade, pressão barométrica e intensidade luminosa.

Resultados/Discussão:
• Sensor de temperatura e humidade DHT22 (AM2302) (comunicação OneWire)
O sensor de temperatura e humidade DHT22 também conhecido como AM2302 é um
equipamento de medição muito preciso e versátil para vários projetos de monitorização. É usado
para medir a humidade e a temperatura em ambientes internos ou externo. A sua simplicidade
acaba por torná-lo uma escolha habitual em vários programas, nomeadamente o Ecossistema
Arduíno. Este sensor em específico é capaz de detetar uma ampla faixa de temperatura ([-40; +80]
ºC) [1].
Sistemas de automação, aplicações agrícolas, monitorizações ambientais de controlo de
clima e controlo de humidade em laboratórios são algumas das situações práticas onde estes
sensores podem ser usados.
Como protocolo de utilização iremos utilizar a comunicação OneWire, esta é
característica por operar através de um fio entre um dispositivo controlador e um dispositivo
periférico [3].
Na prática, o sensor de temperatura e humidade apresenta
4 pinos: o primeiro corresponde ao Vcc (5V ou 3,3V), o segundo
pino liga ao pino analógico 1, o pino 3, não tem nenhuma
correspondência e o pino 4 liga à terra (Figura 2). Esta ligação irá
ser necessária para a ligação ao Arduíno.
Segundo o datasheet, este sensor tem uma tensão de
operação que varia entre 3-5V. Neste sentido, e para verificar a
voltagem correta de alimentação, começámos por conectar à porta
de 3,3 V (Figura 3) [2].
Figura 2: Esquema
Posteriormente, colocámos na porta 5V, uma vez que o representativo dos pinos de um
sistema funcionava melhor. Foi com esta configuração (Figura 4) sensor de temperatura e
que o restante procedimento associado a este sensor foi realizado. humidade

Figura 3: Ligação do Sensor ao Arduíno (porta 3.3V) Figura 4: Ligação do sensor ao Arduíno (porta 5V)

2
Após a montagem experimental, extraímos o código “DHT sensor library” da biblioteca
de programas e fizemos uso das suas funcionalidades. Tal como é possível observar, foi definido
o pino digital 2 e, dessa forma, a configuração descrita na figura 3 foi alterada, o pino analógico
para a segunda entrada do sensor foi agora trocada para o pino digital 2.
Geralmente, num código Arduíno temos dois comandos importantes, o “void setup ()” e
o “void loop ()”.
A função setup é chamada quando se abre um sketch e usada para iniciar variáveis ou
bibliotecas, configurar o modo dos pinos (INPUT ou OUTPUT), entre outras funcionalidades [5].
Já a função loop é utilizada em prol da anterior e, tal como o seu nome indica, inicia loops
consecutivos, permitindo que o programa responda a variadas condições que lhe são impostas [6].
No código relativo ao sensor em estudo, após a definição da variável dht, fizemos uso da
função void setup, onde se colocou a taxa de dados em bits por segundo para transmissão de
dados através do comando Serial.begin (9600). Com o Serial.println(F (“DHTxx test!”)
conseguimos imprimir dados na porta serial, nomeadamente para testar se o sistema está
operacional, se assim o estiver, irá ser devolvido no output “DHTxx test!”

Depois de testado o sistema, irá ser devolvido o valor da humidade presente no local bem
como a temperatura em graus Celsius. Para isto é iniciado o void loop, e é através do comando
float que é possível ter acesso a estes valores. Este possibilita que o número apresentado tenho
casas decimais.

Caso o sistema não esteja operacional, o software irá devolver no output a mensagem
“Failed to read from DHT sensor!”, e, neste sentido, o valor da temperatura e da humidade não
irão ser exibidos.

3
Por último, para printar os valores que este sensor deteta, são usados novamente os
comandos Serial.print (). Cada conjunto de valores é apresentado de 1 em 1 segundo, daí colocar-
se um delay de 1000ms.

Para a avaliar a influência deste código bem como, a sensibilidade e precisão do sensor
em causa, colocámo-lo exposto a três situações diferentes.
Primeiramente, testamos os valores no laboratório tendo recolhido os seguintes valores
distribuídos no gráfico da Figura 5.

No laboratório: Humidade em função da Temperatura


Humidade (%) Temperatura (ºC)

60

50

40

30

20

10
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Tempo (s)

Figura 5: Gráfico do efeito da temperatura e da humidade no laboratório

De acordo com os dados, é possível constatar que durante 12 segundos, tal como seria
expectável, a temperatura e a humidade não sofram grandes alterações. Neste sentido, a
temperatura manteve-se aproximadamente nos 24,5ºC com 55% de humidade. Caso o objetivo
fosse observar a sensibilidade deste sensor a alterações climáticas no laboratório, uma das
possibilidades seria efetuar esta medição por mais tempo.
Com o intuito de estudar as características deste sensor, colocámo-lo ao ar livre (gráfico
da Figura 6). No entanto e tendo em consideração que a temperatura exterior se encontrava amena,
a diferença registada em relação ao laboratório não foi muito significativa. Ainda assim, para os
últimos segundos registados, é percetível, ainda que pequena, uma relação inversa entre a
temperatura e a humidade.
A temperatura registada encontrava-se aproximadamente nos 25ºC e a humidade nos
54%.

4
Ambiente: Humidade em função da Temperatura
Temperatura (ºC) Humidade (%)

60
55
50
45
40
35
30
25
20
15
10
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28
Tempo (s)

Figura 6: Gráfico do efeito da temperatura e da humidade ao ar livre

Para além destes, expusemos o sensor a uma situação mais complexa, neste caso, num
secador, um aparelho eletrónico utilizado para remover a humidade de objetos ou superfícies.
No gráfico da Figura 7, é possível observar que houve mudanças drásticas na temperatura
e na humidade. De realçar que os dados são relativos a 15 segundos de atividade do sensor ao
secador, em que a temperatura aumentou até aos 39,3ºC e a humidade decresceu até aos 28%, tal
como seria expectável.
Normalmente e tal como referido anteriormente, os secadores são utilizados para
retirarem a humidade, no entanto, muitos tendem a aquecer para tornar esse processo mais rápido,
como é o caso do aparelho que foi usado para esta atividade experimental. Dessa forma, pode
explicar-se o aumento drástico da temperatura em relação à temperatura ambiente.
Além disso, apesar de nos gráficos anteriores ser pouco evidente, neste é possível
observar uma relação inversa mais clara entre a temperatura e a humidade, ou seja, à medida que
a temperatura aumenta, a humidade presente no ambiente em questão é menor.

Secador: Humidade em função da Temperatura


Temperatura (ºC) Humidade (%)

65
60
55
50
45
40
35
30
25
20
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Tempo (s)

Figura 7: Gráfico do efeito da temperatura e da humidade ao secador

5
• Sensor de pressão barométrica BMP180 (comunicação i2c)
O sensor de pressão barométrica também conhecido como BMP180 apresenta a
funcionalidade de medir a pressão atmosférica e a temperatura ambiente bem como, determinar a
altitude ajudando, dessa forma, a monitorizar as mudanças de clima.
A navegação GPS, cálculo de posição e inclinações, informações em estações
meteorológicas são algumas das aplicações deste sensor na prática [7].
O BMP180 apresenta 4 pinos de ligação [8] (Figura 8)
que são extremamente importantes e usados para a ligação ao
Arduíno, dos quais, o pino de alimentação, VIN (3,3V), o pino
referente à terra, GND, o pino clock serial, SCL, e ainda o pino
de dados serial, SDA, ambos para a interface i2c.
Segundo o datasheet, a tensão de operação deste sensor
é 3,3 V e o intervalo de pressão que consegue medir varia de 300
a 1100hPa. Já a temperatura, é possível ser medida de 0ºC a
65ºC. Figura 8: Sensor de pressão
barométrica: Pinos
Tendo esta configuração do sensor em consideração,
pôde estabelecer-se a ligação com o Arduíno UNO, de acordo
com a Figura 9.

Figura 9: Esquema representativo da ligação do sensor ao Arduíno Figura 10: Ligação do sensor ao Arduíno

Após a montagem experimental, extraímos o código “Adafruit BMP085 library” da


biblioteca de programas e fizemos uso das suas funcionalidades.
Numa primeira parte, foi definido, pela própria livraria uma variável,
“Adafruit_BMP085”. Tal como nos restantes códigos em Arduíno, inicializou-se um “void setup”
com o comando Serial.begin (9600) que nos dá a taxa de dados em bits por segundo para
transmissão de dados. Além desse, foi inserido uma função if que é ativada apenas quando o
sensor não está em devidas condições. Caso isto se verifique, o sistema irá devolver no output
a mensagem “Could not find a valid BMP085 sensor, check wiring!”.

6
No “void loop”, usou-se o comando Serial.print, uma vez que era necessário que o
programa devolvesse a temperatura, pressão e a altitude, dadas as especificações do sensor. Para
além destas variáveis ainda se considerou a pressão ao nível do mar e um parâmetro que executa
a conversão de Pascal para metro definida por “Real altitude”.

No presente trabalho e no sentido de avaliar a viabilidade deste sensor, apenas se considerou


os parâmetros referentes à temperatura e à pressão.
Com os resultados devolvidos pelo sistema, registaram-se os valores que, neste caso, eram
mais relevantes, nomeadamente a temperatura e a pressão, tendo obtido os gráficos representados.

Sensor de pressão barométrica: Registo da temperatura


24,02

24

23,98
Temperatura (ºC)

23,96

23,94

23,92

23,9

23,88
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Tempo (s)

Figura 11: Resultados obtidos para a Temperatura no laboratório

7
Sensor de pressão barométrica: Registos da pressão
101585

101580

101575
Pressão (Pa)

101570

101565

101560

101555

101550
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Tempo (s)

Figura 12: Resultados obtidos para a Pressão no laboratório

Como é possível observar pelos gráficos das Figuras 11 e 12, a temperatura e a pressão
mantiveram-se aproximadamente constantes. Visualmente, estes evidenciam grandes alterações,
no entanto, os valores registados de ambas as variáveis são relativamente próximas. A temperatura
esteve entre os 23,9ºC e os 24ºC, que coincidia com a temperatura presente em laboratório. Já a
pressão rondou os 101555 Pa e os 101581 Pa.

Pressão em função da Temperatura


101585

101580

101575
Pressão (Pa)

101570

101565

101560

101555

101550
23,88 23,9 23,92 23,94 23,96 23,98 24 24,02
Temperatura (ºC)

Figura 13: Gráfico da pressão em função da temperatura

Ao comparar a pressão em função da temperatura (Figura 13) verificam-se pequenas


alterações não muito significativas, dado que não existe uma variação suficiente em cada um dos
parâmetros para podermos tirar conclusões definitivas.
De seguida, com o objetivo de fazer variar tanto a pressão como a temperatura,
pressionou-se o sensor com o dedo, observando-se um aumento de ambos os parâmetros em
estudo, conforme indicado nos gráficos das Figuras 14 e 15.

8
Sensor de pressão barométrica: aplicação de pressão
33
32
31
30
29
Temperatura (ºC)

28
27
26
25
24
23
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Tempo (s)

Figura 14: Gráfico da temperatura em função do tempo ao ser aplicada pressão no sensor

A partir do momento em que se pressionou o sensor com o dedo, a aproximadamente 16s


onde a temperatura era de 24,4ºC, verificou-se um aumento de cerca de 7,8ºC, atingindo uma
temperatura máxima de 32,2ºC, aos 32s. De seguida, após se retirar o dedo do sensor, voltou a
verificar-se uma diminuição gradual da temperatura, tal como seria esperado.

Sensor de pressão barométrica: aplicação de pressão

103000
102800
102600
Pressão (Pa)

102400
102200
102000
101800
101600
101400
0 5 10 15 20 25 30 35
Tempo (s)

Figura 15: Gráfico da pressão em função do tempo ao ser aplicada pressão no sensor

Do mesmo modo, verificou-se para a pressão um aumento de cerca de 1238Pa entre os 16s e
os 28s, onde as pressões medidas eram, respetivamente, 101574Pa e 102812Pa, referente ao
tempo em que o sensor esteve pressionado. No entanto, ao contrário do que aconteceu com a
temperatura, após se levantar o dedo verificou-se que a pressão medida voltou imediatamente
para o valor da pressão ambiente (aproximadamente 101580Pa).

9
• Sensor de Proximidade Digital e Luz Ambiente APDS-9960 (comunicação i2c)

O sensor de proximidade digital e luz ambiente também conhecido como APDS-9960, tem
no seu espetro de aplicações funções como deteção de movimento, sensor de cor, sensor de
proximidade digital, sensor de luz ambiente, entre outros. Neste trabalho iremos apenas focar nas
duas últimas funcionalidades identificadas [9].
Como detetor de proximidade, indica a distância a que o objeto se encontra através da
emição/reflexão de radiação infravermelha.
Por outro lado, como sensor de luz ambiente e de cor, consegue, através de vários fotodiodos
que filtram a radiação infravermelha e de luz visível, medir as componentes de luz vermelha,
verde e azul (RGB), para além da componente ambiente.
Este sensor, representado nas Figuras 16 e 17, apresenta 6 pinos, no entanto apenas 5 são
utilizados, o pino que é ligado à terra, GND, o de alimentação (3,3V), VCC, o de serial data,
SDA, e o de clock signal, SCL, ambos para a interface i2c, e, por fim, o de interrupção, INT [9].

Figura 16: Esquema das ligações entre o sensor e o Arduíno Figura 17: Fotografia da ligação do
sensor ao Arduíno

o Proximidade de um objeto
Para a primeira parte da utilização deste sensor, foi utilizado o código
“SparkFun_APDS9960.h”, com o objetivo de medir a proximidade de um objeto.

10
Mais uma vez, utilizou-se um “void setup” com o comando Serial.begin (9600) que nos
dá a taxa de dados em bits por segundo para transmissão de dados. Foi também utilizada uma
função if para que, caso o sensor não esteja nas condições adequadas e o código não consiga
iniciar, seja devolvida a seguinte mensagem: “Something went wrong during APDS-9960 init!”.
É utilizada outra função if para o ajuste do ganho, sendo devolvido “Something went wrong
trying to set PGAIN” caso haja algum problema neste processo.

De seguida, no “void loop”, usou-se o comando Serial.print para que sejam dados os
valores de proximidade medidos, com um intervalo de 250 ms entre cada medida. Caso haja um
erro na leitura da proximidade é devolvido “Error Reading proximity value”, devido a uma função
if inserida dentro do “void loop”.

1 2 3

4 5 6
Figura 18: Fotografias das várias distâncias para as quais se mediu a proximidade ao sensor (1-6)

Os valores obtidos para cada uma das proximidades indicadas de 1 a 6 na Figura 18 são,
respetivamente, 255, 80, 35, 12, 7 e 5. Isto significa que quanto mais próximo o objeto está do
sensor, maior o valor devolvido pelo sistema, já que se trata de um sensor de proximidade.

o Luz Ambiente e sem luz no sensor


Para a segunda função estudada utilizando este sensor, é necessário um LED e uma
resistência ligada a este. É, então, preciso definir este LED no código utilizado, indicado abaixo.

11
São definidos limites de luz para os quais o LED é apagado (abaixo de 20 e acima de
1000), isto é, para quando é interrompido, e são ainda definidas as variáveis globais.

Inicia-se o “void setup”, utilizando-se mais uma vez o comando Serial.begin (9600) e
funções if para devolver mensagens caso haja algum erro, tal como anteriormente.

Caso esteja tudo bem, o código devolve a informação de que o sensor de luz está a correr
e são indicados os limites superior e inferior para os quais ocorre a interrupção.

12
Por fim, no “void loop”, é utilizada a função if. Esta apresenta duas finalidades, verificar
o sistema consegue ler todas as variáveis descritas no código, caso isto não se verifiques o sistema
devolve a mensagem “Error reading light values”. Em contrapartida, com tudo funcional, tanto o
código como o sensor, foram possíveis ler e devolver os valores da luz ambiente, vermelha, verde
e azul. Se isto acontecer, é então utilizado o comando digitalWrite() para acender o LED e, 500
ms depois, apagar o mesmo.

Como é possível observar nas Figuras 19 e 20, quando aproximamos a mão do sensor,
limitando a luz recebida por este, atingimos o limite inferior de luz (20) imposto no código,
levando a que o LED seja apagado, enquanto que quando não temos a mão como obstáculo para
o sensor, o LED encontra-se aceso, uma vez que os valores de níveis de luz recebidos pelo sensor
se encontram entre 20 e 1000. No caso de o limite superior (1000) ser atingido, por exemplo
apontando uma luz forte na direção do sensor, verificar-se-ia mais uma vez que o LED seria
apagado.

Figura 19: Fotografia de quando se aproxima a Figura 20: Fotografia de quando não se tapa o
mão do sensor, LED apagado sensor, LED aceso

o Luz ambiente e cores (color sensor)


Finalmente, para a última funcionalidade estudada utilizando este sensor, é novamente
apenas necessário o sensor, o Arduíno e fios de ligação entre estes. O código utilizado é
semelhante ao anterior, com exceção das funcionalidades relacionadas com o LED e com os
limites de interrupção.

13
Assim, após serem definidas as variáveis globais, define-se, mais uma vez, o “void setup”
com o comando Serial.begin (9600) e as funções if para devolver avisos na eventualidade de
ocorrer algum erro.

Após a última função if do “void Setup”, é importante haver um delay, neste caso de 500
ms, de forma a esperar que a inicialização e a calibração do sistema sejam completadas.

No “void loop” são lidos e imprimidos os valores da luz ambiente, vermelha, verde e azul
a cada 1s.

As Figuras 21 e 22 mostram as duas situações para as quais foram registados os dados


referentes aos níveis de luz.

14
Figura 21: Fotografia do sensor de luz Figura 22: Fotografia do sensor de luz
sem estar tapado tapado

De seguida são apresentados os resultados obtidos (Figura 23), sem obstruir o sensor e
tapando o mesmo. É facilmente percetível que, ao tapar o sensor, como seria de esperar, os níveis
de todos os tipos de luz diminuem significativamente. Verifica-se também que em ambos os casos
os valores de luz ambiente são mais elevados do que os de RGB.

Níveis de diferentes tipos de luz ao tapar e sem tapar o sensor


1200

1100

1000

900

800
Nível de luz (u.a.)

700

600

500

400

300

200

100

0
1 2 3 4 5 6 7

Tempo (s)

ambiente sem tapar vermelho sem tapar verde sem tapar azul sem tapar
ambiente tapar vermelho tapar verde tapar azul tapar

Figura 23: Gráfico dos níveis de luz em função do tempo ao tapar e sem tapar o sensor

O gráfico seguinte (Figura 24) mostra de forma mais ampliada os níveis de luz quando o
sensor é tapado. Neste, é possível observar que os valores do nível de luz, tal como seria
expectável, estão consideravelmente mais baixos e, dessa forma, a captação das cores pelo sensor
também é mais reduzida

15
Níveis de diferentes tipos de luz ao tapar o sensor
90

80

70

60
Nível de luz (u.a.)

50

40

30

20

10

0
1 2 3 4 5 6 7
Tempo (s)

ambiente tapar vermelho tapar verde tapar azul tapar

Figura 24: Gráfico dos níveis de luz em função do tempo ao tapar o sensor

Conclusão:
Com a realização deste trabalho foi possível estudar o funcionamento de três sensores,
um sensor de temperatura/ humidade, um sensor de pressão barométrica e um sensor de
proximidade/intensidade luminosa, e aprofundar o conhecimento em microeletrónica.
Para o primeiro, após a verificação da voltagem mais indicada a ser utilizada (5V),
procedeu-se à leitura da temperatura e humidade ambiente no laboratório e, de seguida, fez se
variar estes parâmetros fazendo uma medição no exterior e outra utilizando um secador.
Observou-se uma relação inversa entre as duas variáveis em estudo.
O segundo sensor estudado, um sensor de pressão barométrica, mede a temperatura e a
pressão. Mais uma vez mediram-se os valores ambiente obtidos em laboratório e, para verificar a
variação dos mesmos, pressionou-se o sensor com o dedo de forma a aumentar tanto a temperatura
(∆𝑇 = 7,8ºC) como a pressão (∆𝑃 = 1238𝑃𝑎). Após voltar a retirar o dedo, a temperatura sofreu
uma diminuição progressiva, enquanto a pressão regressou de imediato à pressão ambiente.
Por fim, para o sensor de proximidade digital e luz ambiente, verificaram-se três
funcionalidades deste. A primeira consistiu em medir a proximidade a que um objeto se
encontrava do sensor, tendo-se obtido valores sucessivamente maiores quanto menor a distância
entre os dois. De seguida, fazendo uso de um LED e através da imposição de limites de níveis de
luz recebidos pelo sensor, aproximou-se a mão do sensor para limitar a quantidade de luz recebida
por este, o que levou a que o LED fosse apagado, pois os níveis de luz recebidos pelo sensor
deixaram de se encontrar no intervalo [20;1000]. Finalmente, com o objetivo de verificar a
variação dos níveis de luz ambiente, vermelha, verde e azul, registou-se estes mesmos valores
tapando o sensor e comparou-se com os valores obtidos sem tapar o sensor. Como seria de esperar,
todos os níveis de luz sofreram uma diminuição ao se tapar o sensor.

16
Bibliografia:
[1] MarkerHero. Sensor de humidade e temperatura DHT22. Consultado a 1.06.2024
https://www.makerhero.com/produto/sensor-de-umidade-e-temperatura-am2302-dht22/
[2] AOSONG. Temperature and humidity module- AM2302. Datasheet
https://www.makerhero.com/img/files/download/DHT22-AM2302-Datasheet.pdf
[3] Arduino. 1-Wire Protocol. (2022). Consultado em 2.06.2024.
https://docs.arduino.cc/learn/communication/one-wire/
[4] Arduino. Serial Protocols. (2024). Consultado em 2.06.2024.
https://docs.arduino.cc/micropython/micropython-course/course/serial/
[5] Arduino. Setup (). (2024). Consultado em 3.06.2024.
https://www.arduino.cc/reference/pt/language/structure/sketch/setup/
[6] Arduino. Loop (). (2024). Consultado em 3.06.2024.
https://www.arduino.cc/reference/en/language/structure/sketch/loop/
[7] Viana, Carol Correia. Como utilizar o sensor de pressão atmosférica – Barômetro BMP180
com Arduino. Blog da Robótica. (2022) Consultado em 3.06.2024
https://www.blogdarobotica.com/2022/10/06/como-utilizar-o-sensor-de-pressao-atmosferica-
barometro-bmp180-com-arduino/
[8] Sensor de Temperatura e Pressão Atmosférica BMP180. Arduíno Portugal (2017). Consultado
em 3.06.2024 https://www.arduinoportugal.pt/sensor-temperatura-pressao-atmosferica-bmp180/
[9] Avago Technlogies. APDS-9960 Digital Proximity, Ambient Light, RGB and Gesture Sensor.
Datasheet. https://content.arduino.cc/assets/Nano_BLE_Sense_av02-4191en_ds_apds-9960.pdf

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