Paisagismo, Floricultura, Parques e Jardins
Paisagismo, Floricultura, Parques e Jardins
Paisagismo, Floricultura, Parques e Jardins
PARQUES E JARDINS
Professor(a) Dra. Ticiana Petean Pina
REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença
DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto
DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Caroline da Silva Marques
Eduardo Alves de Oliveira
Jéssica Eugênio Azevedo
Marcelino Fernando Rodrigues Santos
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
Hugo Batalhoti Morangueira
Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz
DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira
Carlos Henrique Moraes dos Anjos
Kauê Berto
Pedro Vinícius de Lima Machado
Thassiane da Silva Jacinto
FICHA CATALOGRÁFICA
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
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obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
AUTOR
Sou uma engenheira agrônoma, entusiasta da Agronomia para todos, uso minha
profissão para construir conhecimento de qualidade com alunos e produtores rurais para
contribuir com o Desenvolvimento Rural Sustentável. Trabalho como docente há mais de
10 anos em cursos de graduação. Já trabalhei em Universidades como UNEMAT (Estadual
do Mato Grosso), Unesp, Fatec (Agronegócio) e tem experiência no Ensino Médio onde
fui docente do curso Técnico em Agroindústria do IFPR de Paranavaí. Atualmente, sou
Docente no Curso de Agronomia na Unifatecie de Paranavaí-PR ministrando disciplinas
do corpo técnico: Fitotecnia, Horticultura, Fertilidade de Solo, Floricultura e Paisagismo,
e Tecnologia de Conservação e Transformação de Produtos Agropecuários, trabalho em
orientações de TCC com ênfase em agricultura orgânica e extensão rural.
INFORMAÇÕES RELEVANTES:
• Engenheira Agrônoma pela Unesp de Ilha Solteira (2006);
• Mestre em Agronomia pela Unesp de Ilha Solteira (2010); e Doutora em Agronomia
pela Unesp de Ilha Solteira (2017);
• Docente do curso de Agronomia da UNIFATECIE em Paranavaí - PR desde 2018.
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APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
A apostila que apresentamos oferece uma abordagem abrangente sobre paisagis-
mo, floricultura e arborização urbana, além de estudos sobre revegetação e fitogeografia
do Brasil. Exploraremos as interações entre os elementos vegetais e o ambiente urbano,
destacando a importância de estratégias sustentáveis para promover a beleza estética e o
equilíbrio ambiental.
Sendo assim, na unidade I vamos estudar sobre paisagismo, aprofundaremo-nos
nos princípios fundamentais de paisagismo, explorando a criação de espaços harmoniosos
e funcionais. Abordaremos elementos arquitetônicos, história e escolha de plantas que
contribuam com ambientes agradáveis e integrados à natureza.
Já na unidade II você irá saber mais sobre arborização urbana: abordaremos a
arborização urbana como elemento crucial para o bem-estar da comunidade, bem como
discutiremos práticas de plantio e manutenção de espécies arbóreas, ressaltando a impor-
tância da escolha das espécies e ainda da legislação municipal.
Na sequência, na unidade III, falaremos a respeito de plantas ornamentais: concen-
tramos nossos esforços em aprender sobre floricultura tropical, mercado e produção.
Já em nossa unidade IV, finalizaremos o conteúdo dessa disciplina com revegeta-
ção e conhecimento da fitogeografia do Brasil: exploramos a complexidade da revegetação
e a riqueza da fitogeografia brasileira. Abordamos estratégias eficazes para a recuperação
de áreas degradadas, considerando a diversidade de ecossistemas presentes no país.
Analisamos as peculiaridades geográficas que influenciam a distribuição das espécies
vegetais, proporcionando uma compreensão aprofundada da interação entre clima, solo e
vegetação. Este capítulo destaca a importância da seleção de espécies nativas e adapta-
ção de técnicas de revegetação às características regionais, promovendo a conservação
da biodiversidade e a resiliência dos ecossistemas brasileiros.
Bons estudos!
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SUMÁRIO
UNIDADE 1
Paisagismo
UNIDADE 2
Arborização Urbana e de Rodovias: Importância
da Arborização, Escolha das Espécies, Técnicas
de Implantação, Manutenção e Normas
UNIDADE 3
Plantas Ornamentais e sua Importância:
Mercado, Produção e Classificação
UNIDADE 4
Revegetação: Conceitos e Técnicas para
Matas Ciliares, Restingas e Áreas Degradadas;
e Conhecimento da Fitogeografia do Brasil
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UNIDADE
PAISAGISMO
Plano de Estudos
• Paisagem Urbana, Rural e Fundamentos de Composição Vegetal;
• Implantação de Parques, Praças e Jardins;
• Projetos de Execução e Manutenção de Jardins e seus Compo-
nentes.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar o paisagismo, o trabalho do paisagista
e a importância da modificação de paisagens ao longo dos tempos;
• Compreender a importância de áreas urbanas livres para a qualidade
de vida da população e como planejar essas estruturas;
• Estabelecer conceitos e diretrizes para a construção e a execução
de um projeto paisagístico.
INTRODUÇÃO
A forma como os centros urbanos foram se desenvolvendo ao longo dos anos diz
muito sobre a qualidade de vida de uma população, portanto, muito se tem trabalhado para
repensar o espaço urbano na busca de sustentabilidade. Por isso, o paisagismo urbano
ganha reconhecimento quando propõe, além de modificar paisagens, a adequação de
espaços antes não utilizados para o público.
Nesta unidade I vamos entender como o paisagismo é instrumento de maior po-
tencial de transformação do meio urbano e, consequentemente, salientar a forma como a
sociedade contemporânea se relaciona com a natureza.
Veremos também conceitos de jardins ao longo do tempo e como eles podem ser
implantados na atualidade. Ao final, caro(a) aluno(a), você estará preparado para planejar
e executar um projeto paisagístico.
UNIDADE 1 PAISAGISMO 7
1
TÓPICO
UNIDADE 1 PAISAGISMO 8
Uma paisagem natural, urbana ou rural pode sofrer alterações ao longo do tempo
de forma natural ou antrópica. Essas variações são constantes e marcam por vezes a
adaptação do homem ao espaço geográfico.
Quanto à composição vegetal, ela é de extrema importância nos projetos paisagís-
ticos. Entretanto, devemos entender que tal composição é influenciada pelo clima e o solo
da região. Para tanto, a escolha das espécies adequadas à região ao qual será instalado o
jardim é de enorme relevância para o sucesso do projeto ao longo do tempo.
Vamos então exemplificar melhor: imagine que um cliente o(a) procure para instalar
um jardim em uma cidade do interior do Brasil, onde a característica principal climática é o
verão quente e chuvoso. As intenções do projeto desse cliente em questão é a instalação
de um jardim estilo inglês com rosas, prímulas, bocas de leão e lindos lírios. Ficariam
perfeitos, não é mesmo? Mas o seu conhecimento sobre essas espécies indica que são
exemplares de clima frio, e que a exuberância e a durabilidade desse jardim estaria rapida-
mente fracassado.
Foi por razões como essa que o paisagista brasileiro mais famoso no mundo, Ro-
berto Burle Marx, obteve enorme relevância ao utilizar plantas tropicais em seus projetos,
trazendo a beleza da Amazônia, da mata atlântica para os jardins, ou seja, vegetação nativa.
No próximo tópico trataremos sobre os estilos e a evolução histórica desses gran-
des jardins.
UNIDADE 1 PAISAGISMO 9
2
TÓPICO
IMPLANTAÇÃO DE
PARQUES, PRAÇAS
E JARDINS
palácio, no qual além de flores, eram cultivadas frutas, plantas medicinais e legumes, ou
de 4.000 anos e eram orientados de acordo com os pontos cardeais. Eram caracterizados
por linhas retas e formas geométricas simétricas e fortemente influenciados pela astrologia
(605-652 a.C.). Foi construído pelo rei Nabucodonosor em oferecimento a sua esposa.
Esse jardim (figura 1) foi considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo pelo fato
de representar uma ousada obra de engenharia, pois era composto por uma sucessão de
UNIDADE 1 PAISAGISMO 10
FIGURA 1 - REPRESENTAÇÃO DE COMO FORAM OS JARDINS SUSPENSOS DA BABILÔNIA
Na idade média (476 d.C a 1453 d.C), a concepção de jardins foi marcada pela
sobriedade. Eram cultivados em locais planos e fechados, principalmente em mosteiros e
castelos, por isso denotavam forte tendência religiosa, além do uso de formas como a cruz
UNIDADE 1 PAISAGISMO 11
(figura 3), também eram produzidas plantas ornamentais para enfeitar altares. A construção
de labirintos (figura 4) nos jardins de castelos são relatados neste período, assim como a
arte de dobrar ramos para formar alamedas.
UNIDADE 1 PAISAGISMO 12
FIGURA 5 - VILLA D’ESTE E A FONTE DE NETUNO, EM TIVOLI NA ITÁLIA. CONSTRUÍDA NO
SÉCULO XVI
UNIDADE 1 PAISAGISMO 13
O Jardim Francês é considerado o mais rígido e formal de todos os estilos, e se
traduz em formas geométricas e simetria perfeita, além disso, é considerado de alto custo
André Le Nôtre. O jardim do Ipiranga foi projetado pelo paisagista belga Arsênio Puttemans
em 1909.
jardins clássicos. No século XVIII, a proposta dos jardins ingleses surgem em inspiração
traços retos e a seriedade. A princípio, o jardim inglês parecia ser informal, pelo cultivo livre
e de grande variedade de flores, mas era muito detalhado com relação às espécies e a
composição em si.
No estilo inglês o jardim seguia uma orientação assimétrica, o que permitia aos
deste estilo temos o Palácio de Buckingham (figura 9) e o Palácio de Kensington (figura 10),
UNIDADE 1 PAISAGISMO 14
FIGURA 9 - PALÁCIO DE BUCKINGHAM EM LONDRES, REINO UNIDO
UNIDADE 1 PAISAGISMO 15
• Praças: têm origem nos antigos largos coloniais onde se situava a igreja, co-
mércio e paços municipais. Devem ser livres de veículos, acessível a todos os
cidadãos e destinados a lazer e convívio da população. Exemplo: Praça do Marco
Zero em Recife - Pernambuco, Brasil.
• Jardim: pode ser público ou privado, com função ornamental com predominân-
cia de espécies vegetais. Quando públicos são referências na cidade de lazer
passivo. Os mais conhecidos são aqueles com funções ambientais nas cidades,
como, por exemplo, Jardim Botânico de Curitiba.
• Parques: os parques são recentes na história da urbanização, surgiram após
a revolução industrial do século XIX em resposta à baixa qualidade de vida da
população de grandes centros. Um dos parques mais conhecidos no mundo é o
“Central Park”. Foi o primeiro parque público dos Estados Unidos, tem mais de 3
km² de extensão e foi inaugurado em 1857.
• Rua: compreende a via veicular e o passeio. Este, por sua vez, é destinado à circula-
ção dos pedestres, e conforme sua implantação protege do tráfego de veículos, além
de ser um local propício para encontro entre moradores. Nas ruas os projetos paisa-
gísticos devem levar em consideração as normas de arborização urbana do município.
• Calçadão: trata-se de uma rua onde não há tráfego veicular, possuindo carac-
terísticas da praça, pois estimula a interação social. Normalmente localiza-se na
área central das cidades e tem função comercial. Podemos dar como exemplo o
calçadão de Copacabana, criado pelo paisagista brasileiro Roberto Burle Marx
(figura 11), inspirado nas ondas do mar e com pedras portuguesas, é referência
mundial de paisagismo urbano.
UNIDADE 1 PAISAGISMO 16
3
TÓPICO
PROJETOS DE EXECUÇÃO E
MANUTENÇÃO DE JARDINS
E SEUS COMPONENTES
Um projeto de paisagismo pode ser complexo ou não, de acordo com o seu potencial,
tamanho e foco. Pode ser um projeto individual para uma área privada ou um espaço públi-
co, no qual muitas características devem ser observadas. Independentemente do tamanho
do projeto, as etapas de planejamento e concepção devem seguir o mesmo caminho. Um
projeto paisagístico cria espaços funcionais, úteis e tecnicamente viáveis, considerando
o projeto arquitetônico, o solo e o clima do local e espécies vegetais adequadas. Já a
jardinagem refere-se a parte do trabalho com a vegetação, como o cultivo das plantas e
manutenção do jardim. Para desenvolver qualquer projeto, inclusive os arquitetônicos, é
preciso seguir alguns passos:
• Primeiro, conhecer o problema: identificar as características do local e especi-
ficidades do cliente.
• Segundo: desenvolver intenções de projetos e lançar primeiras ideias do pro-
jeto. O cliente é chamado para observar os planos de massas, zoneamentos e
escolhas de mobiliários, iluminação e espécies vegetais.
• Por último: desenvolver o projeto completo que será executado.
Vale salientar que o processo de projeto não é linear e direto, o que implica avanços e
retornos em alguns momentos, principalmente no início – zoneamento e estudos preliminares.
UNIDADE 1 PAISAGISMO 17
QUADRO 1 - CONDICIONANTES BÁSICOS EM UM PROJETO
Conhecer o cliente, suas necessidades e costumes. Exemplo: homem, mulher, asso-
ciação, família, empresa, características culturais, tipo de uso, presença de crianças ou
animais (excluindo o uso de plantas tóxicas, embora bonitas podem trazer acidentes).
Conhecer a legislação e restrições legais. Principalmente quando tratamos de espécies
vegetais arbóreas, é necessário pesquisar sobre o plano de arborização do município
que conta com normas de instalação e escolha de espécies vegetais.
Orientação solar – insolação. A visita ao local em horários diferentes do dia é relevante,
uma vez que conheceremos os locais sombreados, aqueles expostos ao sol e o direcio-
namento para melhor trabalharmos a escolha das espécies vegetais.
Identificar os entornos e vistas. Assim, podemos trabalhar o que pode ser “escondido” ou
salientado” no projeto.
Identificar as formas do relevo, é essencial para evitar erosão durante o processo e a
manutenção. O uso e a escolha das espécies vegetais são fortemente influenciadas por
essa condição.
Estudo das condições físicas e químicas do solo. A textura do solo é um condicionante
importante para o projeto, bem como a fertilidade. A maioria das plantas ornamentais
não se desenvolvem bem em solos de baixa fertilidade (V% < 50%), solos ácidos e com
presença de alumínio.
A vegetação existente pode influenciar no projeto, árvores e arbustos, por exemplo, para
serem retirados necessitam de um projeto à parte e com autorização dos órgãos municipais.
Antes mesmo de desenvolver o estilo do jardim é importante qualificar e quantificar o uso da
água, se haverá irrigação, qual o tipo, frequência de regas e se há essa possibilidade no local.
Fonte: Adaptado de Abbud (2006).
UNIDADE 1 PAISAGISMO 18
FIGURA 12 – JARDIM TROPICAL
3.3.2 Mensagem
O conceito escolhido pelo cliente tende a passar uma mensagem daquilo que ele é
ou gostaria de sentir como sensação ao visualizar aquele jardim, alegria, paz, serenidade,
austeridade, se trata então da contemplação.
Sendo assim, quando contemplamos um Jardim Oriental (figura 13) sentimos uma
mensagem de paz, de reflexão, de momento de internalização, e quando contemplamos um
jardim de cactos (figura 14) a sensação é completamente diferente de “não se aproxime”.
UNIDADE 1 PAISAGISMO 19
Como paisagista, Burle Marx é o primeiro a introduzir plantas nativas nos projetos de jardins nacionais,
reconhecendo a beleza da nossa flora e a importância e diversidade da vegetação tropical. Roberto Burle
Marx, além de um paisagista reconhecido mundialmente, é um artista multidisciplinar e visionário, à frente
do seu tempo. Instaura uma linguagem singular no campo do paisagismo, com seus traços marcantes e in-
trodução de plantas nativas, sendo um dos expoentes do movimento modernista no Brasil. Foi um grande
defensor da Flora Brasileira e contra o desmatamento.
Fonte: http://institutoburlemarx.org/roberto-burle-marx
O sítio Burle Marx é um acervo vivo das mais diversas plantas do mundo, situado na Barra de Guaratiba,
bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, a propriedade em que morou e produziu em seus últimos vinte
anos de vida foi – e continua sendo – um grande laboratório de experimentações: mais de 3.500 espécies
de plantas tropicais e subtropicais, organizadas em viveiros e jardins, convivem em harmonia com a vege-
tação nativa. Além disso, possui um vasto acervo de obras literárias. O sítio hoje faz parte do patrimônio
histórico e artístico nacional.
Fonte: https://sitioburlemarx.org/
O Paisagismo Brasileiro é uma verdadeira obra de arte, conta com uma vasta gama de espécies nativas com
grande potencial e ainda possui mais de 10 paisagistas que são referência no mundo. Ser paisagista é uma
profissão em ascensão, pois cada vez mais as pessoas buscam se conectar com a natureza. E você, quer ser
um(a) paisagista?
UNIDADE 1 PAISAGISMO 20
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), nesta unidade foi apresentado o conteúdo para iniciantes em
paisagismo. Conhecemos um pouco do histórico desta arte ao longo dos tempos, as sutilezas
e estilos inspirados para modificação de paisagem pelo homem. Esses estilos são essenciais
para auxiliar o(a) profissional a encontrar o melhor caminho para agradar seus clientes.
Outros conceitos de paisagismo em áreas urbanas livres foram apresentados, são
projetos maiores que necessitam de mais dedicação e conhecimento. Nesse nicho, como
comentado no texto, temos o maior paisagista conhecido, Roberto Burle Marx. Seus proje-
tos foram icônicos e resistem ao tempo e à modernidade.
E agora, como realizar um projeto? A complexidade é relativa ao tamanho do pro-
jeto, portanto, se aplica nos estudos das etapas. Elas são essenciais para evitar erros e
contratempos. E, aproveitando que o foco desta unidade foi o paisagismo em áreas livres
urbanas, na próxima unidade trataremos de arborização urbana. É quase impossível rea-
lizarmos um projeto de uma praça, por exemplo, sem pensarmos em áreas arborizadas e
frescas. Por isso, na unidade II trataremos da importância da arborização, de como escolher
as espécies, da manutenção e da instalação.
Até a próxima oportunidade.
UNIDADE 1 PAISAGISMO 21
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: Paisagismo sustentável para o Brasil: integrando natureza
e humanidade no século XXI.
• Autor: Ricardo Cardim.
• Sinopse: O que pode vir a ser paisagismo sustentável no Brasil?
O que é realmente importante em nossa realidade? Com linguagem
acessível e baseada em ciência e prática, esse livro procura uma nova
visão do paisagismo e do relacionamento humano com a natureza,
apontando problemas históricos e atuais e caminhos futuros para
integrar estética, saúde pública e meio ambiente. Escrita ao longo de
sete anos, é uma obra para profissionais, amadores e interessados no
tema. Por estar diretamente relacionado ao habitat humano, o paisa-
gismo é hoje um assunto de importância vital para a sociedade. Afinal,
ele responde pela criação de áreas verdes que fazem parte de nosso
cotidiano, nas cidades ou fora delas. Suas escolhas refletem em temas
como equilíbrio ecológico, água, solo, bem-estar físico e psicológico e
valorização cultural de remanescentes naturais, desafios ainda mais
complexos em um país extraordinariamente rico em biodiversidade
nativa e com altas taxas de urbanização como o Brasil. Paisagismo
sustentável pode significar um importante caminho de harmonia entre
pessoas e meio ambiente, resultando em uma vida melhor para todos.
E ainda, para muitos, o único contato disponível com a natureza
• Editora: Olhares.
FILME/VÍDEO
• Título: Conhecendo Museus - Ep. 12: SÍTIO ROBERTO BURLE
MARX
• Ano: 22 de ago. de 2016
• Sinopse: um verdadeiro oásis localizado na zona oeste da ci-
dade do Rio de Janeiro, em Guaratiba. São mais de 400 mil m²,
onde estão reunidas uma das mais importantes coleções de plan-
tas tropicais e subtropicais do mundo. A propriedade foi adquirida
em 1949 por Burle Marx e seu irmão, Siegfried. O local passou
por reforma e, em 1973, o paisagista foi morar definitivamente lá,
levando consigo uma coleção de plantas que ele iniciou ainda na
infância, aos 6 anos.
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=3ANxVVPAhro&t=716s
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UNIDADE
ARBORIZAÇÃO URBANA E DE
RODOVIAS: IMPORTÂNCIA
DA ARBORIZAÇÃO, ESCOLHA
DAS ESPÉCIES, TÉCNICAS DE
IMPLANTAÇÃO, MANUTENÇÃO
E NORMAS
Professor(a) Dra. Ticiana Petean Pina
Plano de Estudos
• Introdução à Arborização Urbana;
• Planejamento em Arborização Urbana;
• Espécies Vegetais Indicadas;
• Manutenção De Espécies Arbóreas.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar Arborização;
• Compreender que os tipos de escolhas de espécies vegetais estão
ligadas ao sucesso do projeto;
• Estabelecer a importância da Arborização Urbana.
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a) você consegue se imaginar vivendo em um mundo sem árvores?
Como seria a vida na humanidade sem espécies arbóreas? Quais impactos seriam obser-
vados ao longo do tempo com a diminuição dessas espécies vegetais?
Viveríamos em um ambiente limitado para a vida humana, hoje já sabemos que a
qualidade do ar, a umidade e a temperatura do planeta está intimamente ligada à presen-
ça de matas, florestas e bosques. Nesse sentido, a arborização urbana ganhou enorme
relevância nos estudos ambientais, com o intuito de melhorar a qualidade de vida da po-
pulação que vive em grandes centros, tomados pelas construções, concreto por todo o
lado e grandes áreas de solo coberto. As ruas bem arborizadas e os parques urbanos são
considerados verdadeiros oásis em meio aos desertos cinzas.
Portanto, essa unidade está intimamente ligada à UNIDADE I, na qual abordamos
paisagismo em áreas livres. Inicialmente, a população começa a buscar a implantação
e a manutenção de parques e bosques para lazer e melhoria da qualidade de vida e, na
atualidade, entende-se que esses locais verdes devem se estender às ruas e passeios
como parte da melhoria da qualidade de vida tão almejada nos grandes centros.
Convido você a entender a importância a arborização urbana e a necessidade de
ser realizada com planejamento e entendimento científico para atingir verdadeiramente sua
utilidade.
INTRODUÇÃO À
ARBORIZAÇÃO
URBANA
PLANEJAMENTO
EM ARBORIZAÇÃO
URBANA
De acordo com o Guia de Arborização Urbana de Registro (2017), uma boa árvore
deve ser:
• Tolerante à seca;
• Boa velocidade de crescimento;
• Não ter frutos grandes;
• Não ter espinhos ou acúleos;
• Resistente as pragas, doenças;
• Tolerante a encharcamento.
Esses detalhes podem ser vistos na figura 3, através da ilustração de muda com
torrão, caule e copa.
ESPÉCIES VEGETAIS
INDICADAS
MANUTENÇÃO
DE ESPÉCIES
ARBÓREAS
Não basta plantar as árvores, mantê-las é muito importante. Para tal, um grande
esforço deve ser feito para a conservação delas no meio urbano.
Práticas como poda, adubação, irrigação, controle de pragas, supressão, transplan-
te e substituição são cuidados fundamentais para o sucesso da arborização. Todos esses
procedimentos devem ser realizados de acordo com as normas técnicas e com autorização
ou acompanhamento de profissionais habilitados disponibilizados pela Prefeitura. Sempre
respeitando as Técnicas de Poda ABNT 16.246-1, as Normas de Trabalho em Altura NR 35
e as Normas de Segurança com Motosserra NR 12, que podem ser encontradas no site da
associação brasileira de normas técnicas (ABNT).
Vamos iniciar com a importância do conhecimento em podas de espécies arbóreas.
As razões para podar as árvores são:
• Melhorar a estrutura das árvores;
• Reduzir o sombreamento excessivo e a resistência ao vento;
• Preservar a saúde das árvores;
• Influenciar na produção de flores e frutos;
• Melhorar uma vista;
• Melhorar a estética.
Existem diferentes tipos de podas, cada qual realizada de acordo com suas funções.
As cidades brasileiras com mais de um milhão de habitantes e mais arborizadas são Goiânia, Campinas,
Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Fortaleza, Guarullhos, Rio de Janeiro e Recife, com valores
de 89,5 a 60,8%. (TREEPEDIA, 2010). Acesse a página da Treepedia, do Instituto de Tecnologia de Massa-
chussets (MIT) em: http://senseable.mit.edu/treepedia.
Como é a arborização em sua cidade? Existem bairros mais arborizados? Esses bairros são aqueles de
melhor qualidade de vida? O que você pode propor como cidadão para melhorar a sua cidade, diminuindo
as ilhas de calor?
FILME/VÍDEO
• Título: Sala de Aula na TV | Palmeira Imperial - A Palmeira do
Imperador que conquistou a República.
• Ano: 9 de nov. de 2021.
• Sinopse: Na terceira temporada do Sala de Aula na TV, estudantes
de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Faac, do campus
da Unesp em Bauru, apresentam os resultados dos estudos sobre
a “Circulação das Plantas nos Jardins”. Os trabalhos fizeram parte
da disciplina “Repertório Vegetal e Paisagístico na construção do
Território Paulista”, ministrada pela professora Marta Enokibara, em
2018 e 2020. Nesta edição, vamos saber mais sobre a Palmeira Im-
perial, uma planta que chegou ao Brasil no Império e que conquistou
a República. Participam do episódio: Ananda Rosa e Daniel Ferrari.
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=kV6EY31deVY
WEB
• Cartilha de Arborização Urbana
• Link do site: https://cosmopolis.sp.gov.br/wp-content/uploads/2017/04/
Cartilha-de-Arborizacao-Urbana-1-1-1.pdf
PLANTAS ORNAMEN-
TAIS E SUA IMPOR-
TÂNCIA: MERCADO,
PRODUÇÃO E CLASSI-
FICAÇÃO
Professor(a) Dra. Ticiana Petean Pina
Plano de Estudos
• Mercado de Plantas Ornamentais;
• Classificação de Plantas Ornamentais;
• Produção de Flores de Corte: Flores e Folhagens Tropicais.
Objetivos da Aprendizagem
• Aprender sobre a produção de plantas tropicais de interesse para o
mercado brasileiro;
• Aplicar conhecimentos de horticultura no manejo de plantas
tropicais;
• Compreender a importância do manejo fitossanitário em flores.
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno (a), nesta unidade vamos nos aprofundar na produção de plantas
ornamentais com enfoque nas plantas tropicais. Esse entendimento tem grande ligação
com o paisagismo e o modelo/estilo preconizado pelo paisagista brasileiro mais conhecido
no mundo, Roberto Burle Marx, na unidade I há informações relevantes sobre esse artista
e como as plantas tropicais fizeram parte de seus trabalhos.
As plantas tropicais, mais especificamente sua produção, é de grande significância
para o Brasil. Estudos mostram que o número de produtores dedicados ao cultivo de flores
e plantas ornamentais no Brasil nos últimos anos tem crescido mais de 30% e este mercado
tem crescido aproximadamente 10% ao ano.
O crescimento da cadeia produtiva de plantas ornamentais vem acompanhado de
desafios como: o aumento da escala de produção, a melhoria da qualidade dos produtos,
a necessidade de diminuição dos custos de produção para obter preços mais competitivos
e uma contínua reciclagem de conhecimentos, buscando, em cursos e eventos, as tecnolo-
gias mais adequadas para cada atividade.
Encontraremos aqui dados do mercado de flores, o conhecimento das espécies
tropicais mais utilizadas como ornamentais e como produzir, além de premissas para o bom
desenvolvimento profissional na área de paisagismo.
Bons estudos!
MERCADO
DE PLANTAS
ORNAMENTAIS
A globalização e procura por menor custo de produção fizeram surgir novos pontos
de produção como: Colômbia e Equador (Flores de corte:Rosas, Crisântemo, Gypsophilas
e cravos); Costa Rica (Flores e folhagens tropicais, mudas e plantas verdes); África do Sul
(Bulbos de gladíolos, amarillis); Quênia:(produção de flores de corte Rosas).
A floricultura brasileira gerou US$35,3 milhões em divisas de exportação de flores e
plantas ornamentais em 2017, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX)
do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
A atividade ainda mobiliza no país cerca de 4 mil produtores, numa área estimada
de 5,5 mil hectares, sendo responsável por cerca de 120 mil empregos diretos e indiretos.
A regionalização da produção é uma realidade. Desde a estabilização da moeda nacional,
novos centros de produção foram surgindo em muitos estados do Brasil (IBRAFLOR, 2015)
Entretanto, o Brasil ainda importa flores de corte da Colômbia e Equador, e flores
artificiais da China. A produção de plantas ornamentais divide-se em setores. Os principais são:
• Flores e folhagens de corte*;
Nesses casos (*), os produtos ainda podem ser classificados como plantas tropicais
e temperadas.
CLASSIFICAÇÃO
DE PLANTAS
ORNAMENTAIS
FIGURA 3 - EXEMPLO DE CERCAS VIVAS, A FIM DE COMPOR UM MACIÇO PARA EVITAR UMA
TRANSPOSIÇÃO OU DELIMITAR UMA ÁREA
São também indicadas para maciços as plantas de menor porte ou rasteiras. Podem
fazer parte de projetos de jardins sustentáveis em substituição do gramado.
PRODUÇÃO DE FLORES
DE CORTE: FLORES E
FOLHAGENS TROPICAIS
2 - Singônio
Descrição da planta: Uma planta perene, de crescimento rápido e vigoroso. Suas
folhas são esverdeadas e em formato de coração. Adaptável a qualquer ambiente, pode ser
cultivada em ambientes internos e externos.
Multiplicação: Por rizomas retirados das touceiras.
3 - Costela de Adão
Descrição da planta: Possui folhas grandes e exuberantes, tem crescimento
rápido, é adaptável a vários ambientes, mas não gosta de sol direto por longos períodos.
Gosta de ser regada duas vezes na semana, ou seja, substrato fresco e levemente úmido.
As folhas em locais fechados deve receber higienização com pano úmido, é essencial para
o brilho das folhagens.
Multiplicação: Por rizomas retirados das touceiras.
Cultivo: Em ambiente protegido com 40 a 60% de sombreamento. Não tolera tem-
peraturas baixas, ideal é entre 22 a 35 °C. Solo rico em matéria orgânica, arejado e bem
drenado, porém, sempre úmido.
Urban Jungle é um estilo de decoração que consiste em incluir plantas e elementos ligados à natureza
concentrados no interior de ambientes. Ele é feito com vasos, prateleiras, caixotes de madeira, tijolos de
concreto e diversos outros materiais. Além de resgatar a brasilidade, o Urban Jungle ajuda na saúde física e
mental dos moradores, pois as plantas trazem um ar de tranquilidade. Usam-se principalmente folhagens
tropicais. Acesse: https://www.vivadecora.com.br/pro/urban-jungle/
FILME/VÍDEO
• Título: URBAN JUNGLE: 5 PLANTAS para ter em AMBIENTES
FECHADOS | Plante Você Mesmo | Carol Costa
• Ano: 2022
• Sinopse: A jardineira Carol Costa dá 5 dicas de plantas para culti-
var em ambientes fechados e passa um guia rápido de como cuidar
de cada folhagem. Com o estilo de decoração Urban Jungle, você
enche sua casa (ou apartamento) de verdinhas sem precisar de um
quintal. Já pensou em ter uma pequena selva na sua sala, área de
serviço ou quarto? Mas atenção: para o cultivo indoor, o ideal é que
as plantas sejam de meia-sombra. Dê play e descubra quais!
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=cVbHR5rknIo
WEB
• Plantas de A a Z, com detalhes, fotos, manejo, tipo de uso.
• Link do site: https://www.jardineiro.net/
Plano de Estudos
• Conceitos e Definições de Revegetação;
• Técnicas de Revegetação;
• Fitogeografia do Brasil.
Objetivos da Aprendizagem
• Estudar subsídios para a análise e execução de estudos;
• Entender projetos e ações relacionadas à recuperação de áreas
degradadas com conceitos descritos por especialistas e aceitos
pela comunidade científica.v
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), vamos iniciar uma unidade de grande importância profissional e
de caráter social, vamos falar de responsabilidade ambiental. Desde que o homem inicia
seu caminho pelo planeta, vem fazendo uso da natureza para seu desenvolvimento. Mas
o número crescente de pessoas, a industrialização, a expansão de fronteiras agrícolas, as
instalações não bem planejadas de infraestrutura, mineração e transporte têm colocado o
planeta em grandes prejuízos ambientais.
Para que as futuras gerações possam sobreviver é necessário uma gama de ações
para restituir ou mitigar o processo de degradação ambiental, para isso, iniciei essa introdu-
ção falando sobre responsabilidade ambiental (RE).
A RE é um conjunto de atitudes individuais ou coletivas, realizadas pela sociedade
civil, governamental e empresarial para levar ao crescimento econômico ajustado à proteção
do meio ambiente na atualidade e para as gerações futuras, garantindo a sustentabilidade.
Para isso, futuros profissionais, vamos aprender técnicas que auxiliam nesse pro-
cesso, viabilizando a construção de um planeta limpo, justo e economicamente sustentável.
UNIDADE 4 REVEGETAÇÃO: CONCEITOS E TÉCNICAS PARA MATAS CILIARES, RESTINGAS E ÁREAS DEGRA- 57
DADAS; E CONHECIMENTO DA FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
1
TÓPICO
CONCEITOS E
DEFINIÇÕES DE
REVEGETAÇÃO
Vamos iniciar esse tópico com alguns questionamentos: por que revegetar? Reve-
getar ou Reflorestar? A revegetação é uma proposta para recuperação de áreas degrada-
das. Ou seja, revegetamos porque o ambiente foi modificado a ponto de não apresentar
características necessárias para a diversidade de vida. Então, para compreendermos
melhor esse tópico vamos rever alguns conceitos:
Uma área degradada é aquela que apresenta baixa resiliência, isto é, seu retorno
ao estado anterior pode não ocorrer ou ser extremamente lento, sendo a ação antrópica
necessária (CARPENEZZI et al., 1990). É uma área impossibilitada de retornar por uma
trajetória natural, a um ecossistema que se assemelhe a um estado conhecido antes, ou
para outro estado que poderia ser esperado (IBAMA, 2011). Como exemplo, citamos as
áreas de mineração, nas quais toda camada superficial do solo é retirada, degradando
vegetação e substrato. O subsolo estéril não é capaz de se regenerar sozinho.
Por essa razão, é necessário o desenvolvimento de técnicas que visem à recupera-
ção da área degradada a partir da eliminação ou redução dos impactos causados pela ação
antrópica, pois essas técnicas proporcionam a inserção de determinadas espécies vegetais
UNIDADE 4 REVEGETAÇÃO: CONCEITOS E TÉCNICAS PARA MATAS CILIARES, RESTINGAS E ÁREAS DEGRA- 58
DADAS; E CONHECIMENTO DA FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
que já ocorriam no local, permanência de outras formas de vida, fornecimento de abrigo e
alimento para a fauna local (RODRIGUES et al., 2009).
Para o desenvolvimento e implantação dessas técnicas de forma correta é impres-
cindível a realização de pesquisas sobre as diferentes condições ambientais, bem como de
metodologias para recuperar cada local, proporcionando, dessa forma, melhor avaliação do
ecossistema e dos processos ecológicos que ocorrem no ambiente (FERREIRA et al.,2009).
Entre as técnicas de recuperação de ambientes degradados, destacam-se as téc-
nicas de revegetação, técnicas de remediação e geotécnicas. Algumas diferenças entre as
técnicas são importantes, nesse momento, serem ressaltadas.
A técnica de revegetação consiste no plantio localizado de espécies vegetais que
não ocorriam mais ou nunca ocorreram no local. Já as tecnologias de remediação são
desenvolvidas a partir de métodos de tratamentos químicos ou biorremediação destinados
a neutralizar ou eliminar contaminantes no solo e na água. As geotécnicas envolvem a
construção de estruturas de contenção e retenção visando a estabilidade física do ambiente
(FLORENTINO; SANTOS et al., 2011).
Com esses conceitos fixados, vamos ao próximo tópico, no qual trataremos dos
métodos de revegetação mais conhecidos.
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DADAS; E CONHECIMENTO DA FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
2
TÓPICO
TÉCNICAS DE
REVEGETAÇÃO
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DADAS; E CONHECIMENTO DA FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
e florestais que compõe a muvuca segue a lógica da sucessão florestal, ou seja, o mais
natural possível.
Para realizar a semeadura, as sementes nativas e de adubação verde são mistu-
radas com areia, com o intuito de formar um insumo homogêneo perfeito, auxiliando na
estrutura da floresta. Outro fator importante é que a muvuca consegue gerar o dobro ou até
dez vezes mais árvores por hectare e com metade do custo do que um plantio com mudas.
Como realizar?
• Utilizar de 25 a 50 sementes por m² (250 mil a 500 mil sementes por hectare);
• A semeadura pode ocorrer em linhas (manual ou com plantadeira) ou a lanço;
• Para complementar a semeadura pode-se realizar o plantio de mudas (cerca de
400 mudas por hectare).
Para realizar a escolha das espécies para a muvuca, vamos acompanhar as espé-
cies selecionadas por Rigueira (2015):
Plantas de atestamento ou preenchimento: são aquelas que necessitam de sol
pleno, apresentam rápido crescimento em altura e de copa. Por exemplo: Quaresmeira
(Tibouchina granulosa), Canjão (Senna spectabilis), Pau-pombo (Tapirira guianensis e
Tapirira obtusa), Ingá (Inga spp.), Tamboril (Enterolobium timbouva), Ingazerão (Tachigali
densiflora), Angico (Anadenanthera colubrina) etc.
Plantas de diversas: (excluí-se todas as outras plantas que não tem as caracte-
rísticas das plantas de atestamento). Levamos como exemplos: Pau-d´óleo ou Copaíba
(Copaifera langsdorfii), Sucupira (Bowdichia virgilioides), Leiteira (Sapium glandulosum),
Mucugê-bravo (Clusia nemorosa), Jatobá (Hymenaea courbaril), Embaúba (Cecropia
pachystachya), Ipê-amarelo (Handroanthus chrysotricus), Pau-ferro (Libidibia ferrea), Ce-
dro-d’água (Vochysia pyramidalis), Pau-paraíba (Simarouba amara), Lima d’anta (Hortia
brasiliana), Piolho-de-urubu (Dictyoloma vandellianum), Laranjeirinha (Zanthoxylum rhoifo-
lium) etc.
Espécies consideradas de adubação verde: são aquelas que promovem a me-
lhoria das condições físicas e químicas do solo e melhoram a rizosfera das outras plantas.
Temos como exemplo o Feijão-andú, Feijão-de-porco, Crotalária Mucuna etc.
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DADAS; E CONHECIMENTO DA FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
Apresenta como benefício funcional e ecológico a melhora na estabilização do solo
na superfície, retroagindo para potencial de erosão. Durante o seu crescimento, as placas
de grama beneficiam componentes edáficos fundamentais dos sistemas-suporte da vida no
planeta, tais como o solo e água.
Existe um projeto conhecido como GRAMA LEGAL, que tem como finalidade o
incentivo ao cultivo de gramados como revegetação em rodovias. São indicadas as es-
pécies de gramíneas que possuam raízes fasciculadas, crescimento rápido e rasteiro na
revegetação de rodovias em taludes, acostamentos, canteiros centrais, pois podem ter
enorme vantagem.
2.3 Reflorestamento.
Em áreas degradadas que foram desmatadas e não possuem a capacidade de
revegetação natural, é realizada a técnica de reflorestamento. O tipo de reflorestamento
varia de acordo com a localidade:
• Reflorestamento urbano
Realizado em áreas urbanas, como parques e praças. Os municípios possuem o
plano diretor de Arborização Urbana, que compõe esse aspecto. Já vimos sobre
reflorestamento urbano na unidade que tratamos de Arborização Urbana.
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DADAS; E CONHECIMENTO DA FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
03. Quantificar a eficiência de chegada de sementes e plantas de áreas ao redor
para avaliar se será necessário o plantio de mudas, observando:
Há ocorrência de fragmentos de floresta próximos da área a ser reflorestada?
Identificar o tamanho dessa área (é capoeira, mata nova, mata velha?)
Ocorrem plantas nascendo espontaneamente, sem serem plantadas?
Você já viu sementes ou frutos de plantas que não existem na área?
04. Levantar as características do solo na área a ser reflorestada para escolher
que tipo de manejo do solo será necessário, solicitando análise física e química
do solo.
b. Recuperação do solo:
• Buscar o controle de erosão e voçorocas (barranco ou buracão);
• Recomendar calagem e o manejo da fertilidade do solo (exceto em áreas de
cerrado);
• Utilizar matéria orgânica viva como cobertura do solo (feijão-andu, feijão-de-
-porco, crotalária, mucuna) ou morta (resto de capina ou podas).
Realizadas essas observações, vamos então aos detalhes sobre as técnicas que
podem ser utilizadas no reflorestamento rural. Segundo Rigueira (2015), os tipos de inter-
venção para a restauração ecológica que podem ser utilizados são:
a. Gerenciamento natural da vegetação - áreas com potencial de regeneração
natural.
• Cercar (se necessário) e deixar regenerar;
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DADAS; E CONHECIMENTO DA FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
• Realizar tratos culturais, como coroamento e adubação das mudas que lá se
encontram;
• Controle plantas invasoras (leucena, algaroba, samambaião, capins).
2.4 Hidrossemeadura
A hidrossemeadura é um método de dispersar água misturada com sementes,
geralmente de espécies rasteiras, e fertilizantes para o processo de revegetação de áreas
que sofreram danos ambientais. Por exemplo, na construção de estradas e rodovias há
uma grande modificação da paisagem, com modificações consideráveis na flora nativa
e com mudanças geográficas do solo. Então, para que novos barrancos, áreas livres de
vegetação não sofram erosão e que ocorra rápido crescimento vegetativa, usa-se essa
técnica de semeadura, principalmente com grama.
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DADAS; E CONHECIMENTO DA FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
Nos dias atuais é possível implementar cerca de 4.000 m² de gramados em um dia
de trabalho, tanto em taludes quanto em forrações. Na figura 1 vemos um comparativo de
aplicação de grama em tapetes ou leiva, com a hidrossemeadura, realizada pela empresa
(VERDETEC, 2023).
2.5 Biomanta
As biomantas são técnicas de revegetação principalmente de encostas e taludes,
com declividade que impediria um trabalho rápido de revegetação através de mecanização
tradicional. É uma solução utilizada pela Engenharia destinada ao combate de erosões,
protegendo o solo através de uma ação sustentável e econômica.
Para a fabricação de biomantas são utilizadas fibras vegetais e sintéticas. As fibras
são costuradas, formando uma trama de boa resistência, com o auxílio de juta ou telas de
polipropileno, como exemplificado na figura 2.
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DADAS; E CONHECIMENTO DA FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
FIGURA 2: DEMONSTRAÇÃO ILUSTRATIVA DA CONSTITUIÇÃO DE BIOMANTA DE FIBRA DE COCO
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DADAS; E CONHECIMENTO DA FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
3
TÓPICO
FITOGEOGRAFIA
DO BRASIL
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DADAS; E CONHECIMENTO DA FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
• Mata de Araucárias;
• Floresta Amazônica;
• Zona de cocais;
• Pantanal.
Para melhor entendimento, temos a figura 3 com uma ilustração sobre a localização
dos biomas brasileiros.
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DADAS; E CONHECIMENTO DA FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
Na figura 4 podemos observar uma foto da caatinga, com dois exemplos de plantas:
a macambira (da família das bromélias) e o xique-xique (cacto).
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DADAS; E CONHECIMENTO DA FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
• Araça Amarelo (Psidium cattleianum);
• Babosa Branca (Cordia superba);
• Café de Bugre (Cordia ecalyculata);
• Canafistula (Peltophorum dubium);
• Canela Amarela (Ocotea velutina);
• Canela Guaica (Ocotea puberula);
• Capixingui (Croton floribundus);
• Carne de Vaca (Cletlra scabra);
• Carobão (Jacaranda micrantha);
• Casca D’Anta (Rauvolfia sellowii);
• Castanha do Maranhão (Bombacopsis glabra);
• Cedro Rosa (Cedrela fissilis);
• Cereja do Mato (Eugenia involucrata);
• Chuva de Ouro (Lophantera lactescens);
• Embira de Sapo (Lonchocarpus cultratus);
• Fedegoso (Senna pendula);
• Fruta da Condessa (Rollinia mucosa);
• Goiaba (Psidium guajava);
• Grumixama (Eugenia brasiliens);
• Guaçatunga (Casearia sylvestris);
• Guajuvira (Cordia americana);
• Guaramirim (Plinia rivularis);
• Guarita (Astronium graveolens);
• Ingá de Metro (Inga edulis);
• Ingá Feijão (Inga marginata);
• Jaboticaba sabará (Plinia trunciflora);
• Jerivá (Syagrus romanzoffiana);
• Juquiri (Mimosa regnellii);
• Laranja de Macaco (Posoqueira latifolia);
• Mamica de Porca (Zanthoxylum rhoifolium);
• Maricá (Mimosa bimucronata);
• Monjoleiro (Senegalia polyphylla);
• Morototo (Schefflera morototoni);
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DADAS; E CONHECIMENTO DA FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
• Palmito Jussara (Euterpe edulis);
• Pata de Vaca (Bauhinia forficata);
• Pau Brasil Ornamental (Caesalpinia echinata);
• Pau Cigarra (Senna multijuga);
• Pau d’alho (Gallesia integrifolia);
• Pau Ferro (Caesalpinia ferrea);
• Pau Jacaré (Piptadenia gonoacantha);
• Pessegueiro Bravo (Prunus sellowii);
• Saboeiro (Sapindus saponaria);
• Saguaragi (Colubrina glandulosa);
• Tamanqueiro (Aegiphila sellowina);
• Tucaneiro (Citharexylum myrianthum);
• Urucum (Bixa orellana).
Pampas: conhecido como um bioma simples, porém é uma vegetação muito rica
onde há mais de 3 mil espécies catalogadas. Sua cobertura vegetal do tipo campo é
importante para a preservação do solo quanto à erosão e ótimo para absorção de carbono.
É um bioma compartilhado com Uruguai e Argentina. No Planalto Médio e na área ocupada
pelas Missões, a cobertura original – conhecida como campo de barba-de-bode – já foi
praticamente destruída para dar lugar às atividades agrícolas.
Flora do Pampa
• Grama-tapete;
• Capim-forquilha;
• Flechilha;
• Cabelo-de-porco;
• Babosa-do-campo;
• Trevo-nativo;
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DADAS; E CONHECIMENTO DA FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
• Algarrobo;
• Nhandavaí.
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DADAS; E CONHECIMENTO DA FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
Já que estamos falando de biomas, de revegetação e reflorestamento, que tal conhecermos sobre BIOECO-
NOMIA?
“A natureza como um limitante do processo econômico”
Pesquise mais sobre esse assunto, o profissional tem grande influência sobre esse assunto no mundo.
Acesse o site da Mata Nativa e descubra mais: https://matanativa.com.br/bioeconomia-no-contexto-florestal/
Qual o nosso papel na preservação do meio ambiente? Pense sobre os 5 “R” da sustentabilidade: Repensar,
Recusar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Acesse o site: https://www.mt.senac.br/ecos/dicas/210/#:~:text=Os%20
5%20rs%20s%C3%A3o%20um,em%20compromisso%20com%20meio%20ambiente.
UNIDADE 4 REVEGETAÇÃO: CONCEITOS E TÉCNICAS PARA MATAS CILIARES, RESTINGAS E ÁREAS DEGRA- 73
DADAS; E CONHECIMENTO DA FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a),
Aprendemos nesta unidade sobre a revegetação. Esse instrumento é de grande
importância para a preservação ambiental e da vida, em tempos de grande destruição
do meio ambiente. Cada área a ser recuperada apresentará recomendações e restrições
diferenciadas.
E para nos prepararmos para a revegetação é importante conhecermos os biomas
nativos, para tanto, estudamos sobre fitogeografia do Brasil.
Os resultados da revegetação são mais complexos do que imaginamos, por isso é
importante o conhecimento das plantas escolhidas com maestria.
Não pare por aqui. Gostou do tema? Aprofunde o seu saber. Estude sobre aqueci-
mento global, os impactos do desmatamento no ambiente e ainda sobre crédito de carbono,
planejamento e execução de projetos ambientais.
UNIDADE 4 REVEGETAÇÃO: CONCEITOS E TÉCNICAS PARA MATAS CILIARES, RESTINGAS E ÁREAS DEGRA- 74
DADAS; E CONHECIMENTO DA FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
LEITURA COMPLEMENTAR
Para entender bem situações de revegetação e como elas são importantes, vamos
considerar os acidentes de barragens com rejeitos de mineração ocorridos no Brasil nos
últimos anos. Há muitos estudos sobre o caso. De como preservar as barragens existentes
ou recuperar as áreas. Para isso, indico o artigo: Considerações Gerais sobre Ações de
Revegetação no Fechamento de Barragens de Rejeito.
Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/317688722_Considera-
coes_Gerais_sobre_Acoes_de_Revegetacao_no_Fechamento_de_Barragens_de_Rejeito
UNIDADE 4 REVEGETAÇÃO: CONCEITOS E TÉCNICAS PARA MATAS CILIARES, RESTINGAS E ÁREAS DEGRA- 75
DADAS; E CONHECIMENTO DA FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: Manual para Restauração Florestal Série Boas Práticas
Volume 5 Florestas de Transição
• Autor: Roberta T. S. Cury Oswaldo Carvalho Jr.
• Editora: Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM)
• Disponível em: https://www.terrabrasilis.org.br/ecotecadigital/
pdf/manual-para-restauracao-florestal.pdf
FILME/VÍDEO
• Título: Floresta do Rio Doce - Documentário.
• Ano: 2023.
• Sinopse: o documentário Floresta do Rio Doce - Berçário das
Águas, produzido em conjunto com a TV Cultura mostra como
ações de reflorestamento promovidas pelo Instituto Terra na divisa
de Minas Gerais com o Espírito Santo, recuperaram uma área
degradada da Mata Atlântica após o rompimento da barragem
em Mariana, em 2015. Cidades que viviam tranquilas foram sa-
cudidas pela tragédia. O rastro de morte e destruição se espalhou
pelo curso do Rio Doce e tirou dos pescadores sua única fonte de
subsistência. O documentário conta e mostra como a paisagem
castigada pela erosão se recompôs! Assista agora.
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=3B07A39DQVE
UNIDADE 4 REVEGETAÇÃO: CONCEITOS E TÉCNICAS PARA MATAS CILIARES, RESTINGAS E ÁREAS DEGRA- 76
DADAS; E CONHECIMENTO DA FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
CONCLUSÃO GERAL
Destacamos a importância da integração de paisagismo, floricultura e arborização
urbana para criar cidades mais sustentáveis e esteticamente agradáveis, além da importância
de métodos de revegetação para mitigar impactos ambientais em processos de urbanização.
Além disso, encorajamos a aplicação dos conhecimentos adquiridos para promo-
ver ambientes urbanos que harmonizem a natureza e o desenvolvimento humano. Nesse
percurso, exploramos desde os conceitos fundamentais do paisagismo até as nuances da
fitogeografia brasileira, integrando conhecimentos para criar espaços urbanos que não ape-
nas encantam visualmente, mas também promovem a biodiversidade e a qualidade de vida.
A revegetação, abordada em detalhes, emerge como uma ferramenta poderosa na
restauração de áreas degradadas, unindo esforços para preservar a exuberância natural do
Brasil. Ao implementarmos as práticas aprendidas, aspiramos a cidades onde jardins, flores
e árvores coexistem em perfeita simbiose com a vida urbana.
Assim, acreditamos que ao cultivarmos ambientes sustentáveis, contribuímos não
apenas para o bem-estar presente, mas também para um futuro onde a beleza natural é
preservada e compartilhada por todos.
Espero que essa apostila sirva como um guia inspirador, incentivando à aplicação
prática desses conhecimentos, e que cada passo em direção a um paisagismo consciente
e uma arborização equilibrada seja um compromisso com o futuro verde e florescente de
nossas comunidades.
Sucesso!
77
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABBUD, Benedito. Criando Paisagens: Guia de Trabalho em Arquitetura Paisagística.
São Paulo: Senac, 2006.
CUNHA, Rita Dione Araújo. Os usos, funções e tratamento das áreas de lazer da área
central de Florianópolis. Tese de Doutorado. Engenharia de produção da Universidade
Federal de Santa Catarina. Florianópolis 2002. 353p
IBAMA. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Instru-
ção normativa n. 4, de 13 de abril de 2011. 2011. Brasília, DF, 2011. Disponível em: http://
www.ibama.gov.br. Acesso em: 11 jun. 2023.
78
ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=263011 Acesso em: 20 nov.
2023.
MACEDO, Silvio Soares. Espaços Livres. In: Paisagem Ambiente Ensaios 7. São Paulo:
FAUUSP, 1995. v7. p15-56.
79
SANTOS, A. M.; TARGA, M. S. BATISTA, G. T.; DIAS, N. W. Florestamento
compensatório com vistas à retenção de água no solo em bacias hidrográficas do município
de Campos do Jordão, SP, Brasil. Ambiente e Água, v. 6, n. 3, p. 110-126, 2011.
80
ENDEREÇO MEGAPOLO SEDE
Praça Brasil , 250 - Centro
CEP 87702 - 320
Paranavaí - PR - Brasil
TELEFONE (44) 3045 - 9898