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Aula 02 - Coesão Textual TRE

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INTENSIVO PORTUGUÊS casas exclusivamente portas e teto.

O arquiteto: o que abre para o homem


Aula 01 – 4.1 Emprego de elementos de referencia- (tudo se sanearia desde casas abertas)
ção, substituição e repetição, de conectores e de ou- portas por-onde, jamais portas-contra;
tros elementos de sequenciação textual. por onde, livres: ar luz razão certa.
Este x Esse x Aquele
Até que, tantos livres o amedrontando,
renegou dar a viver no claro e aberto.
Onde vãos de abrir, ele foi amurando
opacos de fechar; onde vidro, concreto;
Anáfora x Catáfora até fechar o homem: na capela útero,
com confortos de matriz, outra vez feto.

7. Em “Até que, tantos livres o amedrontando” e


“ele foi amurando”, as formas pronominais “o” e
“ele” têm o mesmo referente: o arquiteto.
Considere o texto abaixo:
8. A ausência de pontuação na enumeração pre-
Esse indicador é calculado desde 1971; na- sente em “por onde, livres: ar luz razão certa”
quele ano, a humanidade atravessou o limite em de- (primeira estrofe) contraria a norma culta quanto
zembro. Já em 2023, isso aconteceu em 2 de agosto. ao emprego dos sinais de pontuação, mas
Isso significa que, no ano de 2022, usamos 75% mais atende à especificidade do gênero textual poé-
recursos do que o planeta pode suportar. tico.
Ao mesmo tempo, há algo diferente aconte-
cendo. Nada menos que 124 países estão com nata- 9. Na segunda estrofe, o significado das expressões
lidade inferior a 2,1 filhos por mulher. Essa é a cha- “vãos de abrir” e “opacos de fechar” está em
mada “taxa de reposição”, que, segundo a ONU, é consonância com a tensão que estrutura o po-
necessária para manter a população estável (2 pes- ema: a transformação do sujeito que abre novos
caminhos para o homem em alguém capaz de
soas novas substituem os pais, e o 0,1 adicional com-
encerrá-lo por trás de muros confortáveis.
pensa o número de indivíduos que não geram des-
cendentes).
Considere o texto abaixo:

1. A expressão “naquele ano” faz referência a


O eucalipto é cortado, e dele se faz o papel. Processo
“1971”.
quase alquímico. O inflexível se dobra, o marrom se
torna branco, onde cabiam folhas verdes agora ca-
2. A palavra essa (em destaque no texto) se refere
bem ideias maduras. Chegada a obra-prima, alguém
a natalidade e exerce função coesiva anafórica
trabalha o preenchê-la. E era isso que fascinava tanto
no texto.
o jornalista Pinheiro Júnior — fosse jovem fosse experi-
ente.
3. A palavra indivíduos retoma “pessoas” (ocorrên-
— Por que arquitetura? Por que arquitetura
cia na mesma frase).
quando o senhor já havia contribuído tanto com esse
talento, com esse dom?
Considere a frase: “Ele estava chegando lentamente — Uma das coisas que mais me atraiu na Última Hora
e dava os primeiros sinais de seu humor. Não seria fácil foi a diagramação da UH, a paginação da UH. En-
suportar o inverno nesse ano.” quanto os outros jornais eram jornais duros, feios, a UH
era um jornal bonito, era um jornal, inclusive, a cores.
Os outros jornais não eram. Arquitetura, em jornalismo,
4. A palavra “ele” se refere a inverno e exerce fun- é exatamente a diagramação dos jornais.
ção coesiva catafórica.

5. Nesse faz referência ao presente já que o inverno 10. No primeiro parágrafo, “inflexível”, “marrom” e
já está próximo. “folhas verdes” relacionam-se a “eucalipto”, en-
quanto “dobra”, “branco” e “ideias maduras”
associam-se a “papel”, apontando para as es-
6. Em “e dava os primeiros sinais” ocorre elipse do
pecificidades de seus significados, mas sem des-
pronome pessoal.
cartar a origem comum de ambos os termos —
“eucalipto” e “papel”.
Considere o poema:
11. O uso dos travessões no início do segundo e do
A arquitetura como construir portas, terceiro parágrafos é um dos indicativos de que
de abrir; ou como construir o aberto; o gênero textual do fragmento apresentado é
construir, não como ilhar e prender, entrevista.
nem construir como fechar secretos;
construir portas abertas, em portas;
12. Seria preserva a correção gramatical e os senti-
dos do texto caso o termo “Por que”, no trecho 19. No terceiro período do segundo parágrafo, o
“– Por que arquitetura?”, fosse substituído por Por termo “a elas” poderia ser corretamente substi-
qual. tuído por lhes, escrevendo-se obedecer-lhes.

13. No trecho “Uma das coisas que mais me atraiu


na Última Hora foi a diagramação da UH, a pa- 20. No primeiro período do terceiro parágrafo, a
ginação da UH” (terceiro parágrafo), a forma forma pronominal “se” poderia ser corretamente
verbal “atraiu” poderia ser corretamente empre- deslocada para logo após a forma verbal “tor-
gada no plural — atraíram. naram” — escrevendo-se tornaram-se.

21. No segundo período do terceiro parágrafo, o


Considere o texto emprego do sinal indicativo de crase no trecho
“ainda existe uma enorme dificuldade de
Quando falamos em direito, estamos falando acesso às coisas do direito” é obrigatório.
inicialmente de um enorme conjunto de regras obri-
gatórias, o chamado direito positivo. Mas o vocábulo
direito é usado também para os estudos, o curso de 22. Sem prejuízo de sua correção gramatical ou de
direito, a assim chamada “ciência do direito”. Numa seu sentido original, o último período do texto po-
terceira acepção, a palavra designa os direitos de deria ser reescrito da seguinte forma: Esse ex-
cada um de nós, chamados de direitos subjetivos, cesso de litigiosidade bem como as pessoas,
pois somos os sujeitos, os titulares, desses direitos. cuja a incapacidade em resolver questões de
Ninguém ignora que paira sobre nossas ca- convivência social, com bom senso, compreen-
beças uma gigantesca teia de normas, que atinge são e respeito têm sua parcela de culpa na so-
praticamente todas as nossas atividades. Muitos pen- brecarga dos tribunais, e em sua lentidão.
sadores têm destacado que o direito atual parece ter
invadido tudo: há direito em toda parte, para todos,
Considere o fragmento do texto abaixo:
para tudo. A contrapartida é que, assim como temos
de seguir as normas, os outros também têm de obe-
decer a elas e, desse modo, respeitar os direitos de Foi nesse caldo cultural que o almirante Álvaro Al-
cada um de nós, os ditos direitos subjetivos. berto ganhou mais argumentos para persuadir o go-
Vivemos num tempo em que as questões le- verno brasileiro. Segundo seus depoimentos reprodu-
gais se tornaram corriqueiras. Apesar dessa populari- zidos na coletânea 50 anos do CNPq contados pelos
zação, ainda existe uma enorme dificuldade de presidentes, organizada por Shozo Motoyama, em
acesso às coisas do direito. Ao mesmo tempo, os me- maio de 1949, após a leitura de relatórios sobre a
canismos da justiça são cada vez mais acionados, questão atômica, o presidente Dutra enviou ao Con-
até para resolver quem fica com o cachorro depois gresso Nacional um anteprojeto para criação do
da separação, ou se o condomínio pode impedir seus Conselho Nacional de Pesquisas, já prevendo seu pa-
moradores de ter animais. A sobrecarga dos tribunais, pel na política nuclear. Depois de uma longa tramita-
e sua lentidão, é parcialmente consequência desse ção na Câmara dos Deputados e no Senado Federal,
excesso de litigiosidade e da incapacidade das pes- nascia o CNPq, com o almirante como seu primeiro
soas de resolver com bom senso, compreensão e res- presidente.
peito as questões de convivência em sociedade
23. No penúltimo período do segundo parágrafo, o
14. Infere-se das ideias do texto que, em princípio, segmento “seus depoimentos” refere-se aos de-
não caberia ao direito legislar sobre questões re- poimentos do presidente Dutra reproduzidos na
lativas à convivência em sociedade. coletânea 50 anos do CNPq contados pelos pre-
15. Conforme o texto, os diretos subjetivos de cada sidentes.
pessoa de uma sociedade são respeitados
quando essas mesmas pessoas observam e se- Considere o fragmento:
guem as normas.

16. No primeiro parágrafo, as expressões “o vocá- No entanto, todos são argumentativos: de um lado,
bulo direito” (segundo período) e “a palavra” porque o modo de funcionamento real do discurso é
(terceiro período) fazem parte da mesma ca- o dialogismo; de outro, porque sempre o enunciador
deia semântica de referência. pretende que suas posições sejam acolhidas, que
ele mesmo seja aceito, que o enunciatário faça dele
17. Alterando-se o segmento “Ninguém ignora” (pri- uma boa imagem.
meiro período do segundo parágrafo) por Não
se ignora, opera-se uma mudança na estrutura 24. No último período do texto, as formas pronomi-
sintática do período, que não interfere, contudo, nais “suas” e “ele” são elementos de coesão re-
na classificação do sujeito, que é indeterminado ferencial que remetem à expressão “o enuncia-
em ambas as orações. dor”.
25. A expressão porque tem valor causal e poderia
18. Estaria mantida a correção gramatical do texto ser substituído por “já que”
caso se substituísse “atinge” (primeiro período do
segundo parágrafo) por atingem.

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