Science">
Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

A Origem Da Psicologia e Sua História

Fazer download em doc, pdf ou txt
Fazer download em doc, pdf ou txt
Você está na página 1de 7

Página | 1

CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SÁ


GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Xxxxxx Xxxxxx
Matrícula 2023 0000 0000

Xxxxxx Xxxxxx
Matrícula 2023 0000 0000

Xxxxxx Xxxxxx
Matrícula 2023 0000 0000

BELO HORIZONTE
2024
Página | 1

Xxxxxx Xxxxxx
Matrícula 2023 0000 0000
Xxxxxx Xxxxxx
Matrícula 2023 0000 0000

Xxxxxx Xxxxxx
Matrícula 2023 0000 0000

A ORIGEM DA PSICOLOGIA E SUA HISTÒRIA NA LINHA DO TEMPO


Professora: Xxxxxxxxxxxxxx
Página | 2

PSICOLOGIA DE FILOSOFIA À CIÊNCIA

O que é Psicologia? - Essa pergunta embora aparentemente simples seja fácil


de ser definida tanto no senso comum quanto no ambiente escolar, especialmente
no ensino superior, não é nova, mas tão antiga quanto à compreensão da existência
humana nas primeiras civilizações, apesar de ser possível definir antecedentes
históricos de este saber entre egípcios, hebreus e mesopotâmicos, é na Grécia
Antiga através da arte, da medicina e da filosofia que as concepções de mundo e do
homem, bem como as discussões em busca de estabelecer comportamentos ideais
e investigar a alma sejam como princípio vital ligado ao corpo e a natureza ou como
princípio separado, livre, imortal e por ser concedida pelos deuses persistiria além
da morte (MASSIMI, 2016), e por se tratarem de visões tão antagônicas geravam
debates diversos entre os filósofos.
É neste Zeitgeist, que pode ser destacado uma primeira resposta à pergunta
norteadora deste texto, a psicologia é o estudo da alma – a reunião de tratados
sobre a alma, pois à medida que a filosofia recebia contribuições de importantes
filósofos essas concepções sobre a alma, corpo, natureza, sociedade e saúde
fortaleciam as bases da psicologia. Destacam-se entre estes filósofos Sócrates com
uma visão da alma como “centro intelectual e moral do homem, com personalidade
própria” (MASSIMI, 2006, P.51) podendo destacar entre suas ideias o
autoconhecimento e consciência, esta última vista como algo divino e que seria
discutido posteriormente por seus discípulos Platão e Aristóteles, Platão trazia uma
tripartição da alma associando a partes do corpo, a cabeça estava relacionada a
razão, o peito às emoções, e o ventre às nutrição, já Aristóteles retoma as
concepções de seu mestre Platão, porém define que todos os organismos possuem
uma alma, no entanto aportada por diferentes aspectos, com a seguinte
classificação: a) Plantas – possuem uma alma apenas com o aspecto vegetativo que
está relacionado às funções de nutrição e reprodução; b) Animais – contemplam os
aspectos vegetativos e sensitivos (responsável pela sensibilidade e locomoção); c)
Homem: possui uma alma com aspectos vegetativos, sensitivos e racional (ligado ao
pensamento) (MASSIMI, 2016).
Página | 3

Roma, a próxima potência do período histórico que sucede ao helenismo,


incorpora a cultura grega, logo as ideais que foram desenvolvidas sobre a alma
foram fortalecidas e ampliadas conforme as novas corretes filosóficas. Durante o
período romano a psicologia recebe grandes contribuições da Escola Patrística,
escola filosófica criada por padres, teólogos e santos que fundamentaram a fé
católica durante os três primeiros séculos de sua existência, as principais
colaborações vieram através de Santo Agostino de Hipona. Tendo coma base os
filósofos da Grécia, Agostinho desenvolve uma interlocução original e metafísica
sobre a alma chegando a se aproximar do que seria desenvolvido na psicologia
moderna. Ainda sob influência da Igreja Católica durante a Idade Média a noção de
pessoa e alma é amplamente divulgada para todo ocidente cristão através de São
Tomaz de Aquino representante da escolástica (MASSIMI, 2016), corrente filosófica
que substitui a patrística e segue conciliando a teologia cristã com a filosofia grega.
Lembrando que até o início da Idade Moderna, a psicologia ainda é uma
vertente de estudo da filosofia, e como já citado um tratado sobre a alma modelado
conforme as correntes filosóficas que vão emergindo em cada época. Contudo o
debate entre racionalismo e empirismo irão gerar a necessidade de estruturar a
psicologia como ciência indo além da visão ontológica e metafísica que sustentou o
estudo da alma durante a Idade Média, pois a igreja estava satisfeita com os
pensamentos agostinianos e tomistas sobre o homem.
René Descartes, principal representante do racionalismo apresentou
contribuições que aceleraram as ideias psicológicas que se despontavam, suas
discussões sobre problema cor-mente possibilitou uma transição entre a forma de
estudar a psicologia antes analisada sob um viés metafísico subjetivo agora possui
fortes argumentos para uma experimentação objetiva, sua participação vai além do
problema corpo-mente, ele chega a debater sobre a teoria do ato reflexo, localização
das funções mentais no cérebro e estudo das ideias inatas (SCHULTZ; SCHULTZ,
2019). Em seu livro O Discurso do Método e Meditações Metafísicas Descartes
declara que a razão humana deve ser a principal fonte de obtenção do
conhecimento e que a raiz da afirmação está na dúvida metódica (MASSIMI, 2016),
logo valoriza a sistematização através de uma matematizarão específica dos
resultados experimentais obtidos.
Com a publicação do livro Ensaio sobre o entendimento humano, John Locke
inspira uma corrente filosófica denominada empirismo, a base do empirismo está na
Página | 4

experiência, considerando o homem como uma tábua rasa e os conhecimentos


adquiridos vinham das suas experiências com o meio. Além filosofia empirista Locke
colaborou com o estudo das ideias simples e complexas e as associações
fomentando muitas teorias futuras sobre a aprendizagem (SCHULTZ; SCHULTZ,
2019).
Com a confluência do racionalismo, empirismo e o pensamento científico da
época sobre o conceito de mente, por concordarem que a mente seria um conceito
mais científico sobre o objeto de estudo psicologia do que alma, pois a alma remetia
à uma visão mais teológica dessa entidade, assim uma nova definição para
psicologia se ascende naturalmente para atender a esse contexto histórico - A
psicologia como o estudo da mente, o conjunto de doutrinas sobre a mente humana.
Com a predominância do racionalismo e empirismo nas discussões sobre a
mente, Christian Wolff organizou os campos de estudo da filosofia e vislumbrou a
psicologia como disciplina dentro do campo da metafísica, para ele a psicologia
poderia ser dividida entre psicologia empirista e psicologia racionalista. Essa divisão
reforça o estudo da psicologia nas universidades e motiva o debate sobre a
possibilidade de esta vir a ser ciência. Mas para ser ciência seria necessário atender
às exigências epistemológicas estabelecidas por Immanuel Kant, o que ficou
conhecido como os vetos kantianos.
Para Kant, não seria possível construir uma ciência a partir da psicologia
racional, uma vez que seu objeto de estudo era um ente imaterial a mente/alma, isso
a direcionaria para uma sistematização metafísica sem uma possibilidade de uma
demonstração experimental ou matematizável de sua validade. No entanto, Kant
acredita na possibilidade da psicologia empírica vir a ser ciência, desde que
formalizasse seu corpo de conhecimento, em seu livro Princípios Metafísicos da
Ciência da Natureza, Kant argumenta que, para se tornar ciência, a psicologia
empírica deveria ter um objeto de estudo preciso, desenvolver uma metodologia
própria para estudo desse objeto e elaborar uma matematizarão sobre tal objeto,
esta última deveria ser mais complexa que a geometria de uma reta (FERREIRA,
2006).
O desafio proposto por Kant efervesceu os estudiosos da época,
principalmente os fisiologistas que acreditavam na possibilidade do nascimento
dessa nova ciência, estamos diante de um século marcado pelo mecanicismo,
materialismo, empirismo, experimentalismo e a medição (SCHULTZ; SCHUTZ,
Página | 5

2019) e a luz dessas ideias que vetos referenciados por Kant, como a objeção da
psicologia como ciência, são perseguidos e consequentemente respondidos com as
contribuições de Johannes Müller, Hermann Von Helmholtz, Enest Weber e Gustav
Fechner (FERREIRA, 2006).
Johannes Müller desenvolve a teoria das energias nervosas específicas que
tem como uma de suas ideias principais a descrição das sensações internas como
correlatas a estímulos externos, por ser um elemento preciso e corporalmente
situado como fenômeno a sensação passa a ser o nome objeto de estudo da
psicologia, atendo à primeira exigência de Kant (FERREIRA, 2006). O trabalho de
Müller levou o seu aluno Hermann Von Helmholtz a se debruça na compreensão
sobre as representações psicológicas resultando na teoria das inferências
inconscientes e como consequência a determinação do método da introspecção
experimental como um método de estudo da psicologia baseada nas sensações,
algo totalmente diferente do que era praticado no século XVIII, “O modo de análise
das sensações, a introspecção experimental, se processaria de modo inverso a
essas sínteses inconscientes, visando neutralizar os efeitos dessa inferência
silogística operada pela experiência passada” (FERREIRA, 2006 P. 87).
Com método Helmholtz responde ao segundo veto kantiano, mas a questão
da matematização mais elaborada que a geometria de uma reta ainda precisa ser
contestada, este trabalho foi elaborado a princípio por Ernst Weber através da Lei
das Diferenças Apenas Percebidas – DAP, que determina que quanto maior a
magnitude dos estímulos (Ea, Eb) mais difícil é notar pequenas diferenças entre eles,
DAP = (Ea-Eb)/Eb. Gustav Fechner aprimora o trabalho de Weber propondo a Lei
Weber-Fechner (FERREIRA, 2006), essa função era capaz de relacionar
matematicamente o mundo externo a uma medida objetiva do mundo interno, logo
atendendo satisfatoriamente ao terceiro veto lançado por Kant, assim S = k log R,
em que S corresponde a sensação, k é uma constante matemática e R é o limiar da
percepção do estímulo.
O que fica claro depois da resposta destes vetos kantianos é que agora a
resposta à pergunta - O que é psicologia? - Seria o estudo das sensações e tem
como método a introspecção experimental, lembrado as indagações de Kant foram
respondidas, mas a psicologia ainda caminha na transição entre ser uma área de
estudo da filosofia para a classificação como ciência, e apesar de Helmhotz, Weber
e Fechner apresentarem trabalhos baseados na psicologia experimental (SCHULTZ;
Página | 6

SCHULTZ, 2009), é Wilhelm Wundt que recebe dos historiadores o título da Pai da
Psicologia Experimental, tal nomeação tem uma relação direta pelo fato de ser o
primeiro a criar e coordenar o primeiro laboratório de Psicologia Experimental, em
1879, na Universidade de Leipzig, na Alemanha, assim Wundt promove psicologia
como ciência e passa a ser considerado em muitos trabalhos historiográficos como o
primeiro psicólogo (ARAUJO, 2006).
Para Wundt as Ciências Naturais estudam os objetos externos mediada pelos
sentidos, e a Psicologia estuda as sensações internas geradas pelo contato com
esses objetos e sem mediação, dessa forma a definição de psicologia ganha uma
definição bem específica com Wundt, a Psicologia é a ciência empírica que estuda a
experiência imediata (sem mediação) (ARAUJO, 2006).
As várias repostas para a pergunta inicial deste texto continuarão a existir à
medida que a psicologia se desenvolve como ciência, haverá contribuições
comportamentalistas, humanistas, dos gestaltistas, cognitivistas, psicanalistas enfim
cada um delimitando um conceito que se aproximasse de suas doutrinas, mas ainda
assim continua sendo a psicologia tão múltipla e complexa quanto o homem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAUJO, Saulo de Freitas. Wilhelm Wundt e o estudo da experiência interna. In:
JACÓ-VILELA, Ana Maria; FERREIRA, Arthur Arruda Leal; PORTUGAL, Francisco
Teixeira (Orgs.). História da Psicologia: rumos e recursos. Rio de Janeiro: Nau,
2006. Cap. 4, p. 93-104.
FERREIRA, Arthur Arruda Leal. A Psicologia no recurso aos vetos kantianos. In:
JACÓ-VILELA, Ana Maria; FERREIRA, Arthur Arruda Leal; PORTUGAL, Francisco
Teixeira (Orgs.). História da Psicologia: rumos e recursos. Rio de Janeiro: Nau,
2006. Cap. 4, p. 85-91.
MASSIMI, Marina. História dos saberes psicológicos. São Paulo: Paulus, 2016.
SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna. 4. Ed. São
Paulo: Cengage Learning, 2019.

Você também pode gostar