A Felicidade Segundo Jesus - Russel Shedd
A Felicidade Segundo Jesus - Russel Shedd
A Felicidade Segundo Jesus - Russel Shedd
SHEDD
a
felicidade
segundo Jesus
Quem não deseja ser feliz? A busca
<la felici<lade. camas vezes confundida
com sucesso pessoal. prosperidade
material e oulrm simulacros desses
tempos pós-modernos, sempre foi
um dos remas mais discmidos
pda humanidade.
a
felicidade
segundo Jesus
TRADUÇÃO
GORDON CHOWN
0•
VIDA NOVA
© 1998 Edições Vida Nova
Bibliografia.
ISBN 978-85-275-0261-0
98-4476 CDD-226.93
sua justiça a todos quantos nele crerem (1Co 1.30). Deve haver,
no entanto, um reflexo da santidade interior que o Espírito Santo
implanta naqueles que o conhecem. Há mandamentos a serem
obedecidos por aqueles que declaram que Deus neles habita Go
14.23). C. R Hogg e J. B. Watson declaram: "Nada existe no sermão
que não se ache noutra forma nas epístolas; e, realmente,
pouquíssima coisa que não se ache implícita ou explicitamente
naquelas escritas pelo apóstolo enquanto era prisioneiro em
Roma". 4 As verdadeiras características dos "filhos do reino" são
demonstradas nas bem-aventuranças mais claramente do que em
qualquer outra parte do sermão. Nesse trecho, não há maneira de
deixar despercebida a contracultura do caráter do Rei vivendo a
sua vida nos seus discípulos e através deles. Aqui descobrimos a
"imagem" do Filho de Deus (cf. Rm 8.29) e a perfeição que o Pai
exige dos seus filhos (Mt 5.48). Devemos imitar essa viva descrição
de Cristo. Somente ele pôs em prática na carne humana a bem-
aventurança das bem-aventuranças, pois somente ele exemplificou
com perfeição todas elas. Nisso conseguimos captar melhor a
intenção de Paulo ao escrever: "Mas revesti-vos do Senhor Jesus
Cristo e nada disponhais para a carne ... " (Rm 13.14).
Antes de convidar o leitor a notar a riqueza de significado
em cada uma das bem-aventuranças, quero ressaltar algumas
considerações. Em se tratando da unidade das bem-aventuranças,
não há dúvida de que Stott tem razão. As oito bem-aventuranças
não descrevem cristãos diferentes que possuem uma ou outra dessas
características. Pelo contrário, visam caracterizar todos os segui-
dores genuínos de Cristo. As bem-aventuranças não são como
presentes dados aos misericordiosos, ou humildes, mas que, entre-
tanto, não são mansos. O cristão que possui uma das bem-aventu-
ranças deve possuir todas elas.
Cada uma das oito descrições é de uma qualidade espiritual
fundamental, mais do que uma representação de realidades físicas
ou políticas. Isso não significa, no entanto, que essas virtudes t~m
pouca ou nenhuma aplicabilidade ao mundo real e à nossa
Introdução ~ 13
NOTAS
1 Veja John F. Genung: "Proverbs", International Standard Bible Encyclopaedia.
A Felicidade dos
Humildes de Espírito
~
NOTAS
1 Thomas Watson: The Beatitudes. Edimburgo: The Banner of Truth Trust,
1660/1971, p. 42.
2 The Cospe! ofMatthew, Filadélfia: Westminster Press, 1975, p. 91.
3
Op. cit., p. 43.
4
J. Edwin Orr: My All His All. International Awakening Press, Wheaton, Ill.:
1989, p. 83.
5 Is 14.12-13, ibid., p. 84.
6
J. Edwin Orr, ibid., p. 84.
7 McDermott: O Deus Visível. São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 177.
g Jbid., p. 178.
9 D. Bonhoeffer: Life Together, p. 74, citado por G. McDermott, p. 163.
p. 21.
11 Grand Rapids: Eerdmans, 1993.
12
P. 179.
13 McDermott, p. 163.
2
A Felicidade do§
que Choram
~
NOTAS
1
True Christianity, p. 106-7, citado em G. McDermott: O Deus Visível. São
Paulo: Vida Nova, 1998, p. 196-7.
A Felicidade dos que Choram 'Q.' 43
2
T. Beougher e L. Dorsett, eds.: Accounts of a Campus Reviva/. Wheaton:
Harold Shaw Publishers, 1995, p. 64.
3
Jbid., p. 135.
4 Erlo Stegen: Reavivamento na África do Sul, trad. Augustus Nicodemos Lopes,
A Gloriosa
Felicidade dos Mansos
~
tâncias da vida. Ele não buscou a igualdade com Deus. (Fp 2.6),
ao contrário de Adão, que tentou usurpá-la.
O Espírito levou Jesus ao deserto para ser tentado pelo diabo.
Quarenta dias de jejum e de lutas contra o grande adversário não
produziram nenhum sinal de desgosto nem de autocomiseração
lamuriante. Sua mansidão venceu o inimigo, pois Satanás não
achou nele nenhum ponto fraco por onde pudesse influenciá-lo.
Sua extrema fraqueza física como homem, depois de jejuar durante
quase seis semanas, não o obrigou a nenhuma mudança na sua
atitude. Estava totalmente dentro de sua capacidade transformar
as pedras em pães para saciar a fome, mas pensaria em fazer isso
somente se seu Pai assim desejasse que fizesse. Jesus é o exemplo
de como um homem manso sempre deixa Deus determinar o
que é melhor em todas as circunstâncias.
Jesus bebeu o cálice que o Pai lhe deu, a despeito de ser um
cálice de extrema amargura, e isso sem o menor sinal de rancor
nem de hostilidade (Lc 22.41). Até mesmo a injustiça da cruz,
exigida pelos cruéis clamores da multidão amotinada e sedenta
de sangue, não abalou a mansidão que sempre fez parte da sua
pessoa: "Foi obediente até à morte, e morte de cruz" (Fp 2.8). Em
favor dos que o crucificavam, Jesus pediu que o Pai lhes perdoasse.
Gerald McDermott conta a história de Elizabeth Morris,
mãe de um filho único que, aos 18 anos de idade, foi atropelado e
morto por um motorista bêbado. Essa mãe sentiu-se acometida
por dor e mágoa indescritÍveis. Além disso, ela se encheu de ódio
venenoso contra Tommy Pigage, um balconista que, aos 24 anos
de idade, matara o filho dela. Esse ódio cheio de mágoa aumentou
quando o tribunal concedeu a Tommy liberdade condicional, em
vez de condená-lo a longos anos de cadeia. Tommy, porém, violou
os termos da condicional e acabou indo para a cadeia. Elizabeth
sentiu-se compelida a visitá-lo. Enquanto conversavam, Tommy
exclamou, de repente:
52 'Q.' A FELICIDADE SEGUNDO JESUS
"Sra. Morris, [... ]eu lamento tanto. Por favor, me perdoe." Até
essa hora parecera impossível perdoar, mas pela primeira vez
Elisabeth viu Tommy não como o assassino do seu filho, mas
como alguém que precisava de amor e orientação. Ela perdoou
Tommy e pediu-lhe que a perdoasse por tê-lo odiado. Tommy
foi batizado na igrej:,i dos Morris pelo marido de Elisabeth,
Frank, e o casal pediu ao juiz que os deixasse buscá-lo todo
domingo para o culto. Em pouco tempo ele estava passando
todos os domingos na cust6dia deles, almoçando com eles depois
do culto e estudando a Bíblia com eles por quase toda a tarde,
até ser levado de volta à cadeia. A última notícia que tive é que
Tommy estava novamente em liberdade condicional e não bebera
mais desde que fora solto. 4
A mansidão é o elemento-chave dessa história, pois deu a
Elizabeth a possibilidade de perdoar um inimigo. Isso não lhe
trouxe o filho de volta da sepultura, mas certamente trouxe outra
pessoa da morte para a vida.
"Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo" (Rm 13.14). Com essas
palavras, Paulo apela aos leitores romanos para inculcarem no
coração a virtude da mansidão. A alguns dos cristãos em Corinto
faltava principalmente essa qualidade, de modo que Paulo apela a
eles:" ... pela mansidão e benignidade de Cristo" (2Co 10.1). Jesus
incluiu a mansidão entre as virtudes que seus discípulos apren-
deriam se aceitassem o seu jugo e se tornassem seus discípulos
(Mt 11.28-30).
A Mansidão na Prática
Em primeiro lugar, a mansidão nos ensina a sofrer sem
reclamações. Pedro aponta para Jesus como nosso exemplo: "Para
isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em
vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos,
o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua
boca, pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando
maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga
retamente" (1Pe 2.21-23).
A Gloriosa Felicidade dos Mansos ._...., 53
NOTAS
1 NIV Study Bible, Zondervan, 1985, nota sobre Mt 5.5.
2 "The Christian Message to the World" em Great Sermons o/the 20th Century,
ed. P. F. Gunther, Westchester, Crossway Books, 1986, p. 41.
3 A Imitação de Cristo. Chicago: Moody Monthly, s.d., p. 33.
4 McDermott, p. 183-4.
5 J. Piper: Let the Nations be Glad. G. Rapids, Baker Books, 1993, p. 92.
6 Citado por David Jeffrey em "Alive to God", do livro Ladder o/Perfection,
p. 117.
7
D. Jeffey, ibid., p. 157.
8 W. Hilton: The Ladder of Perfectíon, p. 88, citado por D. Jeffrey, op. cit.,
p. 156.
4
qual, pela graça, a sua justiça vem a ser nossa. Em Lucas, Jesus
disse: "Tenho... um batismo com o qual hei de ser batizado; e
quanto me angustio até que o mesmo se realize" (Lc 12.50).
Novamente, Jesus fala do batismo na morte que outorgaria a justiça
divina a todos os que nele crêem.
Existe uma justiça, portanto, que não se produz por esforço
humano. Vejamos a mensagem de Jesus, após ter multiplicado os
pães para cinco mil homens, conforme João. Nessa ocasião, Jesus
se oferece aos seus ouvintes como o maná celeste, o "pão" que
desce do Pai para dar vida ao mundo. Tanto Mateus quanto João
apresentam Jesus como a justiça que ele trouxe e que oferece
gratuitamente a todos quantos crêem. No entanto, os pecadores
necessitam ter fome espiritual, para tirarem o devido proveito dessa
justiça graciosa da parte de Cristo. Disse Jesus, num contexto que
voltaremos a estudar mais adiante: "Trabalhai, não pela comida
que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o
Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou
com o seu selo" Go 6.27).
NOTAS
1
Is 55.1, The Beatitudes, p. 123.
2 Veja p. 124-126.
3
lJo 2.1.5. Cf. R. Shedd: O Mundo, a Carne e o Diabo, São Paulo: Vida Nova,
1991, p. 37.
4
Watson, op. cit., p. 126.
A Felicidade dos que Têm Fome e Sede de Justiça "Q..' 73
5 Autobiography, vol. II, p. 37, citado em Albertus Pieters: Fundamentos da
Doutrina Cristã, trad. Gordon Chown, São Paulo: Vida Nova, 1979, p. 6.
6
Citado, ibid., p. 7.
7
As Maravilhas do Corpo, trad. Adiel Almeida de Oliveira, São Paulo: Vida
Nova, 1989:
8 Op. cit., p. 72.
9 Citado em Leane Payne: Listening Prayer. Gr. Rapids: Baker Books, 1994,
p. 29-30.
5
A Felicidade dos
Misericordiosos
~
A Felicidade dos
Limpos de Coração
~
1. A Pureza Sexual
Jesus ensinou nesse sermão que filtrar os pensamentos deve
ser uma prioridade para o homem de Deus. Olhar com intenção
impura para uma mulher equivale - aos olhos de Deus - ao ato
sexual cometido no coração (Mt 5.28). Comete-se, assim, o pecado
do adultério sem qualquer contato físico. É provável que nenhuma
comissão de disciplina eclesiástica recomende que um irmão seja
88 "\a.' A FELICIDADE SEGUNDO JESUS
1. A Obediência
"Tendo purificado a vossa alma pela vossa obediência à verda-
de ... " (1Pe 1.22) é um texto que centraliza o assunto da pureza da
alma (e do coração) em escutar e obedecer aos mandamentos do
Senhor. No texto citado, Pedro não se refere a um legalismo farisai-
co, mas à sujeição à verdade do evangelho. A lei dos mandamentos
foi cumprida por nosso Salvador na cruz, e suas penalidades foram
canceladas (Ef 2.15; Cl2.14), mas alei do Espírito (Rm 8.2) continua
92 ~ A FELICIDADE SEGUNDO JESUS
rico, que procurou Jesus para saber que mais lhe faltava para ser
salvo e herdar a glória eterna, e descobriu que o Senhor exige
muito mais do que o jovem estava disposto a sacrificar. A graça
salvadora realmente é gratuita, mas o preço é altíssimo, conforme
ilustrou Jesus quando contou a parábola do comerciante de pérolas,
que deveria vender tudo quanto tinha, pois de outra forma nunca
adquiriria a pérola de grande valor.
Não existe a possibilidade de alguém resolver tornar-se
cristão e, ao mesmo tempo, rejeitar os plenos direitos que Cristo
tem sobre a sua vida. Ainda que exista uma teologia que apresente
a "carnalidade" como opção para o cristão, a verdade é que para
se converter é necessário que a pessoa entregue ao Senhor os direi-
tos sobre a sua vida. Ouçamos as palavras do Dr. John Piper, na
conversa gue teve com um monge católico que se converteu, certa
noite na Africa do Sul, durante as orações vespertinas. Sabia que
passara da morte para a novidade de vida quando, na madrugada
seguinte, seu companheiro idoso ficou orando em voz alta. Antes,
sentia raiva por causa disso; agora, não! Com altos e baixos após a
saída do mosteiro, integrou-se num ministério. Aprendeu então a
descrever a sua conversão em duas etapas, de modo semelhante
aos colegas que afirmavam que Cristo era seu Salvador durante
certo período, mas que depois se tornou, também, Senhor da sua
vida. O Dr. Piper lhe disse:
Sabe... penso que Jesus era seu Senhor antes daquele ato posterior
de submissão. Acho que ele era seu Senhor na noite em que
você foi convertido, e que, a partir de então, a sua experiência
tem sido de submissão cada vez maior aos seus direitos soberanos
como Senhor sobre a sua vida. E não acho que você tem se
curvado constantemente desde o momento em que você "tomou-
º Senhor". Nem agora você está plenamente submisso, pois nesse
caso estaria sem pecado. Mas ele continua sendo seu SENHOR
agora. E, naqueles tempos, você não estava plenamente submisso,
mas assim mesmo, ele era o seu Senhor. 2
94 <'Q..' A FELICIDADE SEGUNDO JESUS
2. O Arrependimento
Ap6s a primeira pregação evangelística no poder do Espírito
Santo, no dia de Pentecostes, a multidão de ouvintes convictos
dos seus pecados perguntou aos ap6stolos: "Que faremos, irmãos?"
(At 2.37). O sofrimento interno (o texto diz: "compungiu-se-lhes
o coração") foi o peso da consciência. A única solução apresentada
foi esta: "Arrependei-vos, e cada um de v6s seja batizado em nome
de Jesus Cristo para remissão de vossos pecados" (v. 38).
A remissão, ou perdão, envolve remoção. Todo pecado man-
cha o coração. O arrependimento e a confissão pública (concreti-
zada na celebração da ordenança do batismo) purificam o Íntimo.
Jesus instituiu a Ceia com essa mesma finalidade, não mais para
os pecadores que estão abandonando o mundo e os seus valores,
mas para os filhos de Deus que abandonam seu pecado. Foi essa a
lição que Jesus transmitiu a Pedro quando este não queria permitir
quP lesus lhe lavasse os pés Go 13.8). Jesus convenceu-o de que,
sem essa lavagem, Pedro não teria mais comunhão com ele (v. 8).
Pedro, apavorado, rogou imediatamente que Jesus lhe lavasse o
corpo todo, mas Jesus respondeu que quem já tomou banho (no
batismo) não precisa de nada mais além de lavar os pés. Assim,
somos levados a reconhecer que Jesus usava linguagem simbólica
para ensinar a importância do arrependimento na Ceia. Nesses
momentos da participação na comunhão do corpo e do sangue
de Cristo, ele oferece a si mesmo para perdoar aos que sinceramente
se arrependem. João escreve: "Se confessarmos os nossos pecados,
ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de
toda injustiça" (1Jo 1.9).
96 ~ A FELICIDADE SEGUNDO JESUS
3. A Eliminação do Estranho
A pureza de coração também caracteriza o cristão que
enxerga claramente um único alvo na vida: o sumo bem. Jesus
descreveu essa atitude em termos de um olho bom que permite
que somente a luz penetre no Íntimo. O coração dividido procura
agradar a dois senhores. O Senhor, porém, disse: "Ninguém pode
servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar
ao outro, ou se devotará a um e desprezará o outro. Não podeis
servir a Deus e às riquezas" (Mt 6.24).
O primeiro e grande mandamento exige essa mesma singe-
leza de visão, esse único propósito na vida. Amar a Deus de todo
o coração, de toda a alma, de todo o entendimento e de toda a
força (Me 12.30 e paralelos) exclui o amor dominante a qualquer
outra pessoa ou coisa, já que o coração fica concentrado em um
só propósito - amar a Deus. A razão por que Deus nos criou foi
que lhe concedamos a supremacia em tudo quanto ambicionamos
e que a glória dele seja a prioridade em todas as nossas atividades
e esforços.
Mas, se formos honestos, descobriremos que não estamos
buscando em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça (Mt
6.33). Outros alvos e interesses nossos deslocam o Senhor do trono
de nossa vida, pelo menos temporariamente. Assim como Acã,
vemos entre os despojos "uma capa babilônica, e duzentos sidos
de prata, e uma barra de ouro" Os 7.21) que nos seduzem,
contaminando o coração. Paulo afirma que "o amor do dinheiro
é raiz de todos os males" (1Tm 6.10), não porque o dinheiro seja
algo pecaminoso em si mesmo, mas porque ele tem uma facilidade
impressionante de se tornar nosso deus e de dominar toda a nossa
atenção. Não é só dinheiro que pode contaminar o coração, pois
98 .._., A FELICIDADE SEGUNDO JESUS
NOTAS
1
Agostinho, Confissões, X. 40, citado em H. Bettenson, Documentos da Igreja
Cristã, São Paulo: ASTE, 1967, p. 89.
2
John Piper: The Pleasures of God. Portland, Multnomah Press, 1991,
p. 281.
7
Felizes os Pacificadores
~
era mera teoria, mas uma realidade essencial que exigia ação e
dedicação total.
É impossível calcular os danos que a igreja teria sofrido se
Paulo não tivesse assumido esse compromisso pacificador. De mo-
do bem ativo, perseguia a paz e a promovia. 6 Paulo, tendo esse
alvo em vista, defendia seu próprio modo de adaptar-se ao mundo
gentio e judeu dentro das circunstâncias que surgiam (lCo 9.19-
27). Estando, em Cristo, independente de todos, fez-se "escravo
de todos, a fim de ganhar o maior número possível" (lCo 9.19).
Entendia, mais claramente do que seus colegas, que ser revestido
de Cristo implica na eliminação das divisões entre judeus e gentios,
entre escravos e livres, entre homens e mulheres, e afirmou
categoricamente: "Todos sois um em Cristo Jesus" (Gl 3.28).
O pacificador se preocupa, em última análise, com o alvo
de todos os homens, que é alcançar a paz com Deus. "Aí está o
retrato essencial do pacificador... alguém que não provoca conflitos,
mas que tudo faz a fim de estabelecer a paz." 7 O pacificador investe
suas energias em solucionar as contendas e em eliminar as
hostilidades entre os homens.
NOTAS
1
Veja R.V.G. Tasker: Imortalidade, Russell Shedd e Alan Pieratt, eds., São
Paulo: Vida Nova, 1992, p. 65.
2
Ibid., p. 69.
3 Citado em J. R. W Stott: A Cruz de Cristo, São Paulo: Editora Vida, 1991,
p. 118.
4
P. T. Forsyth: WtJrk of Christ, p. 80, citado por J. Stott, ibid., p. 119.
5 Estudos no Sermão do Monte, São Paulo: Editora Fiel, 1984, p. 113.
6
Jbid., op. cít., p. 113.
7
Jbid., op. cít., p. 113.
8
NOTAS
1 David Wells: "Persecution", Dictionary of the Christian Church, ed. J. D.
Douglas, G. Rapids: Z.Ondervan, 1974, 1978, p. 766.
124 'Q..-' A FELICIDADE SEGUNDO jESUS
2
Ibid.
3
Ibid.
4
P. 203-4.
5 J. Piper: Let the Nations be Glad. G. Rapids: Baker, 1993, p. 93.
6 Joel Belz: "Blood-stilling Silence" em World, 6-13 de julho de 1996.
7
Vttmos Orar, publicação da Missão Portas Abertas, São Paulo: setembro de
1996, p. 1, 5.
8 Cf. R. Shedd: Andai Nele, São Paulo: Vida Nova, 1979, p. 39.
Conclusão
~
NOTAS
1
Mt 7.3-5. Cf. Rick Love: Four Stages o/Team Development. Evangelical Missions
Quarterly, vol. 32, nº 3, julho de 1996, p. 313.
Impressão e Acabamento
na Gráfica Imprensa da Fé