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O Bom Samaritano
O Bom Samaritano
O Bom Samaritano
RESUMO ABSTRACT
A parábola do Bom Samaritano The parable of the Good Sa-
contém lições universais e atemporais maritan has universal and timeless
e em qualquer época a aplicação lessons and at any time the appli-
de sua mensagem beneficiará os cation of your message will benefit
homens, produzindo sociedades me- men, producing best societies in
lhores em suas relações humanas. their human relations. In this article
Neste artigo pretendemos entender o we aspire to understand the histori-
fundo histórico no qual a parábola foi cal background in which the parable
proferida, o que aumentará a nossa was given, which will increase our
compreensão da sua mensagem understanding of its message and
e nos ajudará a contextualizarmos help us to contextualize their les-
suas lições. A partir do bom exem- sons. From the good example of the
plo do samaritano e da indiferença Samaritan and the indifference of
do sacerdote e do levita diante do the priest and Levite in the face of
necessitado, poderemos entender need, we understand how prejudice
como o preconceito e o desprezo pelo and contempt for others are feelings
próximo são sentimentos que causam that cause damage to the soul and
dano à alma e como o amor puro, as pure love, coming from whom we
vindo de quem menos esperamos, least expect is the key for peaceful
é a chave para o convívio pacífico coexistence between men and true
entre os homens e para a verdadeira spirituality.
espiritualidade.
Palavras-chave: Preconceito. Keywords: Prejudice. Indiffer-
Indiferença. Compaixão. Próximo. ence. Compassion. Neighbor.
INTRODUÇÃO
Eis o que Gundry comenta sobre isso: “A pergunta feita pelo escriba:
‘Quem é o meu próximo?’, tentou arrastar Jesus ao debate rabínico sobre
se o termo ‘próximo’ incluía não-fariseus e os inimigos pessoais” (GUNDRY,
1991, p. 179). É importante observamos o detalhe acrescentado por Lucas,
de que o intérprete da Lei fez a pergunta para “justificar a si mesmo”, já
demonstrando conhecimento de que, apesar de saber de cor o mandamento,
no seu íntimo ele sabia que não o guardava integralmente. Pela informação
de Gundry, parece-nos que o círculo de “próximos” do intérprete da Lei era
bastante restrito, seletivo, pelo que ele, certamente, foi provocado ao extremo
por Jesus com o teor da parábola do Bom Samaritano.
Notamos que no início do texto Lucas afirma que o intuito do intérprete
da Lei era testar a Jesus, provavelmente vendo-o como um adversário que
atraía multidões e que precisava ser envergonhado publicamente, mas, com
a rápida resposta que recebeu, o foco muda e a sua motivação passa a
ser a si próprio, gerando uma pergunta defensiva, que não visava enten-
der sinceramente a Lei para alcançar o cumprimento mais elevado exigido
por ela, mas sim adaptar a verdadeira interpretação da Lei ao que ele já
fazia, ou seja, “amar” apenas aos poucos que faziam parte do seu círculo
de convívio religioso. Esta parábola torna-se extremamente provocadora e
profunda a partir da maior dificuldade humana, a saber, o convívio com o
próximo e suas diferenças. Apesar de simples e curta, ela é proferida para
ficar nas páginas da história como uma mensagem universal e atemporal,
continuando a provocar-nos todos os dias, adentrando às nossas almas nas
partes mais íntimas, onde escondemos os nossos preconceitos e, muitas
vezes, ódio teológico.
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
Bíblia sagrada, Almeida revista e corrigida. São Paulo: Sociedade Bíblica do
Brasil, 1969.
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GUNDRY, Robert H. Panorama do novo testamento. 4ª edição. São Paulo: Edi-
ções Vida Nova, 1991.
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