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4.

ELABORAÇÃO DE FICHAS DE ESTUDO E DE BLOCOS DE SÍNTESES

4. Elaboraçã o de fichas de estudo e de blocos de sínteses


Galliano, A. G. (1986) uma ficha de estudo/leitura é um registo da informação mais importante
que recolheste sobre o conteúdo do texto. Para que uma ficha de estudo/leitura seja completa,
deves ter em conta vários aspectos:
• Referências bibliográficas: número de páginas, edição, editora…
• Informações sobre o autor.
• Breve resumo dos conteúdos.
• Transcrição das citações mais importantes: usar uma cor diferente para destacar.
• Comentários pessoais, ao longo do resumo: colocá-los entre parênteses rectos a cores
• Outras observações, se necessário.

Exemplo de uma ficha de estudo/leitura

Página Referências bibliográficas Observação

Conteúdos
4.1.O que é Síntese:
Síntese é um substantivo feminino proveniente da palavra que indicava uma composição ou
arranjo. Uma síntese pode ser um resumo,  sumário,  sinopse, ou seja, uma descrição abreviada
de um texto.
Andrade, M. M. (2006), no contexto da didáctica tradicional, a síntese é o acto de abordar as
principais ideias e pontos de conexão de uma determinada lição.
Síntese de texto a síntese de um texto é um resumo do texto original, onde são apenas
considerados os pontos principais abordados pelo autor.

4.2.Como Fazer uma Síntese?


Uma síntese é um tipo de texto que contempla as principais ideias de outro texto.
O próprio nome já indica que ela é um pequeno resumo, um apanhado geral das ideias
essenciais e sem aprofundamento. Portanto, ela nunca pode ser maior que o texto original.
Assim, a síntese é um texto com poucas palavras, no qual é dispensado tudo o que for
secundário.
Note que a síntese pode ser de um livro, de um filme, de uma novela, de uma aula, etc. As
sínteses académicas são aquelas produzidas pelos estudantes universitários, feitas por exemplo,
de um artigo científico.

4.3.Passo-a-passo para elaborar uma síntese


Antes de mais nada, devemos ler atentamente o texto que vamos sintetizar para que as ideias
mais importantes estejam presentes na síntese.
Portanto, não avance na produção do texto se você ainda tiver dúvidas sobre o tema e as ideias
principais apontadas pelo autor.
Se achar necessário, você pode sublinhar e anotar os trechos mais importantes ou ainda, resumir
cada parágrafo.
Feito isso, é hora de pontuar as principais ideias abordadas no texto. Por conseguinte, devemos
conectar essas ideias para que a síntese seja um texto corrido, ou seja, com parágrafos elaborados
e não em tópicos.
Nesse caso, a coesão e a coerência textual são primordiais para que sua síntese seja clara e
objectiva. O uso de conectivos pode auxiliar na construção dos parágrafos de modo que a
organização do texto é um factor essencial para o entendimento dos leitores.
Lembre-se que esse tipo de texto é escrito em terceira pessoa e não se deve colocar opiniões
próprias. O desafio aqui é não alterar as ideias originais do autor do texto.
Tente perceber qual são as palavras-chave, o método utilizado, os objectivos, a justificativa, os
argumentos, as conclusões do autor, etc.
É importante também que no seu trabalho tenha a indicação bibliográfica, ou seja, o nome do
texto e do autor que você fará a síntese.

4.4.Síntese e Resumo
Muitas vezes ficamos confusos sobre a definição de resumo e síntese. É verdade que esses dois
tipos de textos contêm uma proposta parecida: a de produzir outro texto sintetizado a partir de
uma fonte.
Embora sejam muito parecidos, eles são diferentes no que se refere as dimensões do texto. Ou
seja, uma síntese é menor que um resumo e pontua somente o estritamente essencial e
necessário para a compreensão de um texto.

4.5.Síntese e Fichamento
Numa síntese não devemos copiar trechos da obra, o que podemos fazer quando se trata de um
fichamento.
Esse tipo de texto é muito utilizado por estudantes universitários, que organizam as principais
ideias dos textos e artigos lidos em fichas.

4.6.Diferença entre síntese do resumo e da resenha


Resumo é uma exposição abreviada de um acontecimento,  obra literária ou artística. Um
resumo é acto de resumir alguma coisa através de uma síntese ou sumário.

Fazer um resumo significa apresentar o conteúdo de forma sintético, destacando


as informações essenciais do conteúdo de um livro, artigo, argumento de filme, peça teatral, etc.
Em algumas ocasiões, a palavra sinopse é usada como sinónimo de resumo.
A elaboração de um resumo exige análise e interpretação do conteúdo para que sejam
transmitidas as ideias mais importantes.
Um resumo pode ser indicativo,  informativo ou crítico  (com opiniões críticas do autor).O
resumo é um exercício escolar cobrado frequentemente pelos professores. Escrever um texto em
poucas linhas ajuda o aluno a desenvolver a sua capacidade de síntese, objectividade e clareza:
três factores que serão muito importantes ao longo da vida escolar. Além de ser um óptimo
instrumento de estudo da matéria para fazer um teste.
Resumo é sinónimo de "recapitulação", quando, ao final de cada capítulo de um livro é
apresentado um breve texto com as ideias chave do assunto introduzido. Outros sinónimos de
resumo são: sinopse, sumário, síntese, epítome e compêndio.
O resumo dos capítulos de uma novela é um recurso muito utilizado pelos canais de televisão,
revistas ou sites específicos para apresentação diária de uma sequência dos principais
acontecimentos em determinado capítulo.
Uma resenha é um texto onde existe a opinião crítica da pessoa que escreve em relação ao livro
ou documento sobre o qual foi elaborada a resenha. Apesar de transmitir a opinião do escritor, a
utilização da primeira pessoa em uma resenha não é recomendada. É importante referir que no
caso da resenha descritiva, a opinião do autor pode não estar presente.
Por outro lado, o resumo não contém a opinião (a não ser que se trate de um resumo crítico), e se
trata apenas de uma síntese das principais ideias do livro ou documento.

O primeiro passo para fazer um resumo consiste na leitura atenta do texto que vai ser resumido.
Depois devem ser identificados nos diferentes parágrafos os conceitos-chave, ou seja, as ideias
mais importantes. Em seguida, deve ser feito o resumo, onde os parágrafos são descritos de
forma concisa, nunca esquecendo de abordar os conceitos mais importantes. Como conclusão,
deve ser feita uma leitura atenta do resumo, para comprovar que as principais ideias do texto
original estão incluídas no resumo.
Resenha é uma abordagem para a construção de relações entre as propriedades de um
determinado objecto,  analisando-o,  descrevendo-o e enumerando aspectos considerados
relevantes sobre ele. Resenha também é um texto que serve para apresentar outro, que seja
desconhecido do leitor.
No jornalismo, resenha é utilizado como forma de prestação de serviço, é um texto de origem
opinativa que reúne comentários de origem pessoal e julgamentos do resenhador sobre o que está
sendo analisado. O objecto da resenha pode ser de qualquer natureza: um filme, livro, álbum,
peça de teatro ou até mesmo um jogo de futebol, e pode ser uma resenha descritiva ou crítica.
Para apresentar uma resenha é importante dar uma ideia resumida dos assuntos tratados,
apresentar o maior número de informações sobre o trabalho, para dar ao leitor os requisitos
mínimos para que ele se oriente (Ruiz, J. A. 2002)
A resenha consiste em uma descrição minuciosa de uma determinada obra literária, filme ou
outra expressão artística. Uma resenha crítica consiste na elaboração de um resumo da obra em
questão, seguida da escolha das ideias principais, e elaboração de um juízo sobre o valor da obra.
Desta forma, o leitor fica informado a respeito da obra.
Existe também a resenha científica, trabalho académico ou resenha académica, que são
resenhas elaboradas e ensinadas na universidade. Esse tipo de resenha apresenta uma síntese e
uma crítica sobre um trabalho científico, e pode ser elaborada com base em leitura motivada por
interesse próprio ou sob demanda. Resenha de livros é uma forma de crítica literária, em que
um livro é analisado com base no conteúdo, estilo e mérito. Muitas vezes, a resenha é realizada
em periódicos, como escola, trabalho ou online, essa revisão contém avaliações do livro com
base no gosto pessoal.

Exercício

1.Diferencia síntese do resumo.


2.Faça uma ficha de leitura dobre esta unidade em estudo.
1.1. Estudo da Ficha de Leitura
Na nossa vida de estudantes, temos, vezes sem contar, deparado situações em que empreendemos
leituras de livros e/ou outros materiais de consulta diversos, onde a memorização constitui o
elemento chave no processo de busca, sistematização e armazenamento das informações. Ora, é
difícil, senão mesmo impossível, memorizar tudo o que se lê ou se consulta.
Vamos tratar, nesta unidade, sobre a mais recomendável técnica, que quando estruturada de
maneira específica e em formato próprio, dá-se-lhe o nome de ficha de Leitura.

Objectivo geral
Reconhecer uma ficha de leitura.
Específicos
 Explicar a essência das fichas de leitura;
 Identificar as utilidades das fichas de leitura;
 Produzir fichas de leitura

A Ficha de Leitura

Na nossa vida de estudantes, temos, vezes sem contar, deparado situações em que empreendemos
leituras de livros e/ou outros materiais de consulta diversos, onde a memorização constitui o
elemento chave no processo de busca, sistematização e armazenamento das informações. Ora, é
difícil, senão mesmo impossível, memorizar tudo o que se lê ou se consulta

A Ficha de Leitura ou de conteúdo

Segundo Kellogg, (1999) é um texto que documenta o conteúdo de uma obra. Resulta da leitura
profunda da obra documentada e destina-se a facilitar a localização da informação desejada
durante um simples confronto de ideias ou uma pesquisa.

Constitui um instrumento muito útil e importante para melhorar a eficácia dos serviços prestados
por uma biblioteca.

Tipos de fichas
Segundo Kellogg, (1999):
“Ficha analítica – aquela que contém uma análise sumária da obra ou do artigo, podendo referir,
entre outros, os seguintes elementos: - campo do saber abordado; - problemas tratados; - conclusões
alcançadas; - contribuições especiais para o tema (descobertas); - métodos utilizados: indutivo,
dedutivo, dialéctico, histórico, comparativos recursos empregados: tabelas, quadros, gráficos,
mapas”.

Entre as suas qualidades, destacam-se as seguintes: - brevidade; - uso de verbos activos; -


ausência de repetições.
Ficha de citação – aquela que reproduz fielmente frases consideradas relevantes num texto.
Essas frases devem estar entre aspas e acompanhadas das páginas onde foram retiradas. Caso as
mesmas contenham erros, esses devem ser transcritos, seguidos imediatamente pelo termo sic,
entre parênteses rectos (ex.: O homem é um ser em contante [sic] evolução.). Em casos de
supressão de palavras na frase transcrita, ela deve ser feita preservando a compreensão integral
da frase e a parte em falta deve ser representada por reticências entre parênteses rectos ou curvos.

Ficha de resumo ou síntese: – apresenta um resumo ou síntese das principais ideias ou dos
aspectos essenciais. Portanto, as ideias são apresentadas respeitando as normas específicas de
construção textual, conforme o fichamento seja em resumo ou em síntese.

Ficha de comentário – é uma interpretação crítica das ideias de um dado autor: Para além de
prestar atenção às ideias, a crítica deve ter como outros pontos de referência: a forma do texto
(versos/períodos e parágrafos); a clareza/obscuridade do texto e a pertinência do conteúdo
abordado. As fichas de leitura não têm modelos de apresentação acabados. Assim, a sua
apresentação esta sujeita a criatividades do autor, desde que respeitadas as particularidades
inerentes a cada um dos seus tipos. Sugerimos que aprecie o modelo seguinte

a) d)
b)
c) e) f)

Legenda:
a) Referência bibliográfica do livro/revista ou texto;
b) Tema abordado;
c) Página do livro em que se encontra a informação/texto;
d) Classificação da obra (conto, romance, ensaio etc.)
e) Conteúdo: síntese do conteúdo do texto consultado, podendo ser
Apresentado sob forma de esquema (notas) ou em texto corrido;
f) Observações do Autor da ficha sobre alguns aspectos pertinentes
Relacionados com o assunto do texto ou livro, ou qualquer outra informação
Particular encontrada em e).
Outrossim, apresentamos em seguida um exemplo de ficha de citação.
Carmo, Mário & Dias, Carlos, (1999) Introdução ao Texto Literário, 15ª ed., Didáctica Editora,
Lisboa, , p. 68 e 206.
Pagina Citação Observação
68 “Retórica é uma compilação de modelos de expressão literária que se
destinavam a ser imitados ou a servir de norma para a apreciação
crítica de qualquer obra literária.
206 e) “O objecto primeiro da Teoria da Literatura é a obra literária.”

Referências bibliográficas

Ribeiro, Helga et al,( 2010) Gramática Moderna da Língua Portuguesa, Escolar Editora,

Celso Cunha, (2008) Nova Gramática do Português Contemporâneo 4ª Ed. S/E, Lisboa.

Exercícios
1.“As fichas de leitura constituem um contributo valioso para múltiplas pesquisas.” Comente a
afirmação
2. Elenque as vantagens/utilidades duma ficha de leitura.
3. Produza cada um dos tipos de fichas de leitura estudados, a partir duma obra à sua escolha.

1.2.O SUMÁRIO
Em várias ocasiões da vida enfrenta-se a necessidade de se estabelecer uma comunicação breve,
mas bem estruturada e que emita uma ideia da globalidade sobre um dado assunto. Esta unidade
é dedicada ao sumário, um texto que é construído nessa perspectiva, mas que se tem sujeitado a
muita contrariedade conceptual, sobretudo ao nível da sala de aula.

Ao completar esta unidade / lição, esperamos que o estudante seja capaz de:
Distinguir o sumário do índice e do tema;
 Elaborar um sumário.

Definição

De acordo com Eatanqueiro, A, (2001) :


É um pequeno resumo que se oferece ao leitor, quer no início da obra, quer no início de cada
capítulo, com o fim de informá-lo sobre o conteúdo do texto. Enumera as divisões principais e
os artigos contidos na obra, apresentando o conteúdo sob forma de plano. Quando se refere a um
relatório (complexo ─ de pesquisa por exemplo) deve apresentar as etapas do estudo, bem como
a súmula dos conteúdos, manifestando uma coerência textual desde o título até à conclusão.

O sumário tem uma dupla função: ─ Permite ao leitor orientar-se na leitura do texto ou ler
apenas a parte que lhe interessa – trata-se de um ponto de vista prático.
─ Permite, ainda, apreender a globalidade do tema ou as propostas avançadas e o modo adoptado
para a sua apresentação – é o plano que se encontra aqui em questão.

Qualidade essencial dum sumário


É importante que um sumário seja sucinto, mas que veicule uma problemática, mostre as
questões e esboce as respostas; quer por outra dizer que deve conter um raciocínio original e
assegurar uma comunicação fluida entre o autor e o leitor do mesmo.

O sumário duma aula


Na perspectiva de Ribeiro, Helga et al, (2010) “O sumário duma aula tem por objectivo relatar
fielmente as actividades decorridas ao longo da mesma. Trata-se de um texto objectivo
construído na 3ª pessoa gramatical e que usa expressões nominalizadas no lugar de verbos
conjugados”.
Sendo um relato de actividades do passado, aconselha-se que seja redigido no fim da aula, e não
no princípio, como muitos dos professores erradamente o fazem, confundindo o com o tema
(tópico) da aula, salvo se a essência da aula for uma actividade concreta (como exercícios de
aplicação por exemplo). Portanto, uma aula pode comportar um tema (no início), mas deve ter
um sumário (no fim).

Quem deve elaborar o sumário duma aula?


O sumário da aula é um texto de construção colectiva. Todos os participantes/intervenientes da
aula devem participar da sua elaboração.
Logo, deve-se abandonar a prática de aulas centralizadas no professor. O aluno deve participar
activamente em todas as etapas da aula, ou seja, na sua construção. O aluno pode, e muito bem,
saber dizer o que foi tratado numa aula em que dela fez parte. É errado julgar que ele é um
objecto que se limita a ouvir, copiar e escrever o que o professor dita. Aliás, os compêndios da
didáctica moderna enfatizam a célebre concepção de que “o aluno não é uma tábua rasa, ou um
simples receptáculo passivo dos conteúdos da aprendizagem”.

Nota: actualmente, os sumários são tão resumidos a ponto de conterem apenas os títulos dos
artigos ou dos capítulos, o que suscita uma confusão com o índice. Entretanto, no índice, os
assuntos são acompanhados de números que indicam as páginas em que os mesmos se
encontram.

Exercícios
1. Explique pormenorizadamente uma das vantagens do sumário.
2. “Aquilo que não foi possível tratar na aula, ainda que tenha sido planificado, não deve constar
do sumário da aula.” Apresente o seu ponto de vista acerca deste pensamento.
3. Quais são os riscos que advêm da redacção do sumário no início da aula?
4. Argumente a favor do envolvimento (e até liderança) dos alunos na elaboração do sumário.

1.3.O RESUMO
Qualquer estudante do ensino superior deve ser capaz de resumir textos de carácter científico ou
didáctico, pois por meio dos resumos os resultados adquiridos nos estudos são mais eficazes e
mais amplos.
Nesta aula veremos as estratégias usadas para a redução de um texto – a técnica de resumo -
especificamente o método RASERO.
Ao completar esta unidade / lição, esperamos que o estudante seja capaz de:
Detectar as ideias transmitidas num texto;
Distinguir o essencial dessas ideias do seu acessório;
Resumir textos de vária natureza.

A actividade de resumir um texto destaca-se pelo facto de tratar – se simplesmente de tornar o


texto mais curto, contraído, condensado ou de abreviá-lo. Porém, não se deve confundir um
plano com um resumo, pois, este, é correctamente redigido, claro e construído. Deve pôr em
realce o essencial, sem ser nem uma análise nem um comentário.

De acordo com Lemitre (1986: 158) “o resumo dá uma visão de conjunto do conteúdo e
acentua a progressão dos pontos principais. Ele respeita a linearidade do discurso inicial. Não
pode retomar todas as ideias expostas, mas não deverá tão-pouco limitar-se a um sobrevoo
abstracto (não conservando senão os conceitos sem explicações)”.

Em suma, resumir é apresentar de forma contraída, reduzida ou abreviada, as ideias principais de


um texto. E para chegarmos a ele, há que fazermos uma operação mental insubstituível:
dispensarmos o que não é significativo. Ao dispensarmos o que é secundário, valorizaremos só o
que é fundamental. Por isso, um resumo bem feito é económico em palavras e rico em
significado.
Estrutura
A estrutura do resumo é composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Entretanto, esta
ordem está dependente da estrutura do texto original, ou seja, é à estrutura do texto desenvolvido
que o resumo respeita. Assim, se a estrutura do texto original estiver invertida (se começar pela
conclusão por exemplo) a estrutura do resumo também o será.

Características
No que se refere às características, o resumo não se difere tanto da síntese (ver as características
da síntese). A distinção nota-se em alguns aspectos estruturais:
─ Não admite a exploração simultânea de vários textos.
─ Não é permitida a indicação do nome do autor de nenhum dos textos (nem do texto original
nem do resumo).
─ A enunciação é feita na pessoa gramatical do texto original.
São alguns dos exemplos de resumo: as manchetes, os títulos e as legendas. Assim, dar títulos,
fazer manchetes ou construir legendas é uma actividade que muitas vezes nos ajuda no domínio
do significativo num texto.

Técnicas de elaboração
Na elaboração de um resumo são aplicadas técnicas como:
─ O apagamento, que consiste em apagar as partes que são desnecessárias. Geralmente essas
partes são os adjectivos e os advérbios, ou frases equivalentes a eles. Ex. A menina do Bairro dos
Enfermeiros era muito vaidosa. Ela espreguiçava-se bastante em público. Pelo processo de
apagamento, as duas frases podem ser resumidas ao seguinte: A menina era vaidosa. Na primeira
frase, cortamos o sintagma “do Bairro dos Enfermeiros” e o advérbio “muito”. Já a segunda frase
teve que ser eliminada por completo, pois que criava uma redundância com a primeira: se a
menina era vaidosa é porque, dentre outras coisas, “espreguiçava-se em público”).
─ A construção, que consiste em substituir uma sequência de fatos ou proposições por uma
única, que possa ser presumida a partir delas, também baseando-se no significado. Ex. A banda
limpou a sala e verificou o estado do sistema eléctrico instalado na mesma. Já no final do dia,
ligou a aparelhagem e exibiu alguns acordes do seu reportório musical. Em síntese, podemos
passar estas palavras ao seguinte: A banda actuou no final do dia.
─ A generalização, que consiste em reduzir os elementos da frase através do critério semântico,
ou seja, da compressão do significado. Ex.: Ela gosta de salada de goiaba, papaia, banana e
laranja. Nesta frase, notamos que os sublinhados são, por natureza, frutas. Então, a síntese da
frase poderia ser: Ela gosta de salada de frutas.
─ O sublinhado, que consiste em sublinhar as palavras ou frases mais significativas, que
expressam ideias que tenham mais importância. Depois, junta-se os sublinhados e, com eles, se
forma um texto. Finalmente, aplica-se as três primeiras técnicas.

Para detectar, referenciar, descobrir, apreender, e apontar as ideias de fundo, directrizes, mestras,
essenciais ou centrais, é necessário seguir o método rasero.
 Rápida leitura do texto;
 Atenta leitura do texto;
 Sublinhar as ideias Chave;
 Esquematizar;
 Resumir e;  Operatividade.
Nestas actividades a maior dificuldade é de identificar o conteúdo mais importante, pelo que é
preciso recordar-se que as ideias principais encontram-se em constelações de ideias.
Defeitos a evitar:
 A utilização de frases ou expressões inteiras do texto que se quer resumir;
 Acrescentamento de comentários pessoais;
 A ausência de elos de ligação entre as frases e os parágrafos.

Exercícios
1. “O resumo dá uma visão de conjunto do conteúdo e acentua a progressão dos pontos
principais, entretanto, respeita a linearidade do discurso inicial.”. Clarifique a afirmação.
2. Como se procede a identificação duma ideia principal numa constelação de ideias?
3. Em que consiste a operatividade de um resumo?
4. Elabore o resumo de um texto à sua escolha.
1.4.A SÍNTESE
Para a elaboração de qualquer texto, seja de que natureza for, é necessário seguir um
determinado percurso de forma a atingir uma hiper estrutura textual coerente e coesa.
Ao completar esta unidade / lição, esperamos que o estudante seja capaz de:
 Reconhecer a importância da síntese, sobretudo no contexto académico;
 Explicar os percursos da sua elaboração;
 Sintetizar textos

Conceito
Segundo Esteves (2002:82), a síntese é “um género de texto elaborado, de dimensão reduzida,
mas redigida de forma simples, clara e consistente”. Portanto, o seu autor deve ter um amplo
conhecimento do assunto abordado no texto por sintetizar, o que implica, em parte, um bom
domínio das técnicas de leitura e de escrita.
Ainda de acordo com o autor acima, o mundo actual apela crescentemente a uma escrita
sintética, devido a dois aspectos: por um lado, aos vários suportes de informação existentes e por
outro às exigências do próprio leitor que se interessa por escritos recheados de “paginação, cor,
abundância de títulos, subtítulos e cabeçalhos, quadros, gráficos, resumos e sínteses, estrutura e
plano em destaque, frases curtas (20 a 30), estilo concreto e vivo, próximo da oralidade, usando a
forma activa e o infinitivo.

Estrutura
A estrutura duma síntese é tripartida: introdução, desenvolvimento e conclusão. Entretanto, o seu
ordenamento não segue estritamente esta sequência, ou seja, admite-se que uma síntese comece
pela sua conclusão, desde que não sejam postas em causa as principais ideias do texto.

Características
A linguagem duma boa síntese tem como características:
─ Clareza ─ as possíveis adaptações que originam o novo texto devem preservar a fácil
compreensão consagrada no texto original.
─ Precisão ─ as supressões efectuadas sobre o texto original devem propiciar a construção dum
texto que diz com palavras exactas o que foi inicialmente explicado e argumentado.
─ Objectividade ─ do texto original deve sobrar apenas a essência, ou seja, a síntese faz-se de
ideias e os elementos acessórios (exemplos e argumentações) ficam de fora. Em termos
estruturais:
─ A síntese deve conter ¼ do total das palavras do texto sintetizado, admitindo-se uma tolerância
de apenas 10%.
─ Ao longo da mesma, não é permitido fazer citações, muito menos dar exemplos ou apresentar
argumentos.
─ As frases devem ser curtas e obedecer a uma correcção formal, sintáctica e ortográfica.
─ Admite a exploração simultânea de vários textos, procedendo a confrontação e restituição
exaustiva das ideias dos mesmos.
─ São referenciados os nomes dos autores dos textos explorados.
─ A enunciação é feita no presente do indicativo e na terceira pessoa gramatical.

Percurso de elaboração
Os passos a seguir para a elaboração de uma síntese assentam na compreensão do texto, na
elaboração de um plano ou no reagrupamento das ideias e na redacção.
I. Compreensão do texto
Deve-se fazer uma leitura activa, tal como no resumo. Implica destacar as palavras-chave, ideias-
chave e fazer anotações numa folha, usando frases soltas.
II. Plano ou reagrupamento de Ideias
Engloba os seguintes pontos:
1. Apresentação – “Identifica o texto, o tema tratado, o nome do autor e eventualmente a tese”;
2. Ilustração – “expõe os factos respeitantes ao tema; noutros casos, historia o problema”;
3. Causas – “diagnostica o estado da questão, indo até às suas origens”;
4. Efeitos – “reúne as consequências”;
5. Remédios – “indica as soluções apresentadas pelos autores para alterar os efeitos ou resolver
os problemas”;
6. Conclusão – “apresenta as considerações finais do texto.”

III. Redacção
É a conexão das partes soltam resultantes da desconfiguração do texto original. O texto dele
resultante deve:
1. Apresentar no estilo indirecto as posições de cada autor;
2. Respeitar o pensamento de cada autor;
3. Ser conciso, claro e preciso;
4. Ter em atenção a construção frásica.

Aspectos a evitar
1. Não se deve utilizar frases e expressões inteiras do texto original;
2. Não se deve fazer comentários ao texto.

Exercício
1.Que utilidade tem o domínio das técnicas de síntese para si como estudante.
2. Partindo de exemplos concretos, explique o valor da concisão, clareza e precisão na produção
duma síntese.
3. Leia atentamente o texto seguinte e faça a sua síntese.
O exame de Zé Pinto
No tempo dos teus avós para se ter o diploma da quarta classe era preciso fazer-se um exame
com duas provas difíceis: a prova escrita e a prova oral. Alunos e professores tinham muito
respeito ao exame. É que aquilo não era para brincadeiras…Quem não mostrasse ao
excelentíssimo júri que sabia tudo na ponta do dedo e da língua, levava uma raposa para casa,
quer dizer: reprovava. Por causa desse medo, muitas vezes aconteciam coisas extraordinárias,
como foi o célebre caso do Zé Pinto. Como os exames eram feitos na vila, a uns bons pares de
quilómetros da sua aldeia, o Zé Pinto levantou-se cedo, vestiu o fato que tinha sido comprado
para a Comunhão Solene e meteu-se a caminho. A meio da manhã, o presidente do
excelentíssimo júri, um velho professor com grandes bigodes e enorme catarro, chamou o Zé
Pinto para a prova oral. O moço, metido do fatinho da Comunhão, começou a transpirar. Mas leu
muitíssimo bem um pedacinho dum texto do livro de leitura que, por acaso, até sabia de cor.
Respondeu sem hesitação a todas as perguntas, tanto de interpretação e gramática, como de
História e Geografia. Finalmente pegou no giz e no apagador e resolveu um problema
complicado. Que era o de saber quanta água cabia num tanque que media de comprimento
metade da largura; e a largura o dobro da altura, medindo esta a quarta parte de um decâmetro. ─
Muito bem! ─ disse o professor. ─ Muito bem! Agora, para terminar, vamos lá saber se o
menino é capaz de desenhar uma semi-recta … O Zé Pinto pôs-se a coçar a cabeça: ─ Alto lá!
Essa pergunta é uma ratoeira… porque uma semi-recta tem princípio, mas não tem fim! Como é
que eu vou fazer?! Pensou, cogitou e resolveu a questão. Como? Pegou no giz e começou a
desenhar uma linha. Caminhou pelo quadro, passou nas paredes da sala, saiu em grande
velocidade pela porta, continuou a caminhada até ao meio da rua. Aí, foi interrompida…porque
lhe vieram dizer que o tempo de exame tinha terminado. Claro que o Zé Pinto teve direito a
diploma. E a este conto, que agora chega ao fim.

António Mota, Uma Abada de Histórias, Edinter

Referências bibliográ ficas


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1.º ciclo do ensino básico, Culturais, Linguísticos e Literários) Covilhã: Universidade da Beira
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