PROJETUAL COLABORATIVO UsoplataformaBIM - Souza - 2020
PROJETUAL COLABORATIVO UsoplataformaBIM - Souza - 2020
PROJETUAL COLABORATIVO UsoplataformaBIM - Souza - 2020
Natal
2020
IRAN LUIZ SEABRA SOUZA
Natal
2020
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Dr. Marcelo Bezerra de Melo Tinôco - DARQ - -CT
Aprovado em _11_/_12_/_2020_
BANCA EXAMINADORA
Natal
2020
AGRADECIMENTOS
Tony Stark
RESUMO
The collaborative design process aided by BIM (Building Information Modeling), in general,
presents an interaction between designers favored by the system, being increasingly
popularized in Brazil. According to Kowaltowski et al. (2013), BIM brings the idea of an
integrated design practice, from the first design phases, opening the possibility for the various
designers involved in the process to collaboratively participate in all stages, making the projects
compatible in a single model - model federated. Most studies on BIM cover content about its
use, but not in a collaborative way. Thus, it is possible to perceive the need to advance on the
theme, mainly with regard to the practice in the collaborative process with the use of it between
architects and engineers, and the respective resources and skills that influence it. However,
there are cultural barriers, especially in the reality of the Northeast of the country, and the
demand for understanding these processes, considering the resources available or in the process
of assimilation by most professionals. Therefore, the general objective of the research is to
identify, based on a model exercise, resources of BIM tools and competencies that contribute
to the realization of collaborative projects between architects and engineers in training, in the
Northeast region of Brazil. The specific objectives are: (i) Understanding BIM and its concepts
and definitions, highlighting the methods of design with the aid of the platform; (ii) Explore the
concepts of collaborative processes, presenting the categories of project integration; (iii). To
verify how the model of projectual exercise through BIM, reveals the collaboration with the aid
of BIM tools; Among the methodological procedures, techniques and instruments adopted, the
elaboration of a planned process stands out, in order to obtain some control, characterized as an
extension activity, where architects and engineers work collaboratively with the use of the
platform, where the necessary data were collected . Then, the content analysis was carried out,
according to Bardin (2011), of the audios and video recordings of the discussions of the
designers of each group. To this end, the research universe comprises undergraduate students
in Architecture and Urbanism and Civil Engineering, from universities in the state of Rio
Grande do Norte and recent graduates in the same courses. The results showed that the most
used resources and competences were: a. Prescribing, for presenting the importance of each
discipline in the project; b Predict, since the knowledge and experiences acquired previously
are differentials in the process; ç. Validate, as it is a joint project, which requires constant
approvals; d. Visualize, for supporting the decisions taken; and finally, e. Transform, the main
differential in the collaborative process through BIM, for contributing to the speed and
transparent exchange between files. Finally, there is a need for training and advances in
knowledge of technology, not only in practice - handling tools - but also in theory, in view of
the greater use of the platform's potential.
1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................14
1.1 Objetivos .......................................................................................................................................16
1.2 Procedimentos Metodológicos ................................................................................................16
1.3 Estrutura do Trabalho .................................................................................................................17
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................................117
REFERÊNCIAS................................................................................................................................122
APÊNDICES .....................................................................................................................................122
Apêndice 01 – Exercício Modelo ..................................................................................................127
Apêndice 02 – Planta Baixa - Exercício.......................................................................................128
Apêndice 03 – Questionário ..........................................................................................................129
Apêndice 04 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) ....................................130
1
INTRODUÇÃO
1 INTRODUÇÃO
1 INTRODUÇÃO
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1 INTRODUÇÃO
pode dar os primeiros passos para introduzir o paradigma BIM, seguindo etapas diferentes e
adequadas aos programas acadêmicos de cada curso e universidade. Já no que se refere ao
âmbito do mercado profissional, segundo Netto (2015), apesar de contar com inúmeras fontes
de informação, boa parte dos profissionais da área ainda demonstram desconhecimento no
assunto.
Contudo, poucos apresentam como ele o BIM pode ocorrer na prática, principalmente
quando consideramos o contexto da região Nordeste, a qual esta dissertação está inserida. Outra
lacuna verificada está na falta de produções de pesquisas que abordem o processo colaborativo
entre arquitetos e engenheiros, o que favorece o desenvolvimento deste estudo. Ademais,
observações e inquietações advindas da atuação profissional do pesquisador, apesar da
discussão presente na literatura, provoca um aprofundamento sobre o uso do BIM e favorece o
processo colaborativo entre arquitetos e engenheiros, sobretudo no que se refere a realidades
específicas, como a dos profissionais que atuam no estado do Rio Grande do Norte.
Segundo Martin Jr. (2018), no estado do Rio Grande do Norte há um predomínio no uso
de ferramentas CAD no processo de projeto arquitetônico, como AutoCAD e Sketchup,
principalmente no uso do primeiro. Ainda segundo o autor, o Estado está em processo de
transição, saindo do processo CAD para o BIM, mesmo que lentamente, utilizando softwares
com a finalidades de colaboração e coordenação de projetos.
Vale ressaltar que, no Brasil, em maio de 2018 foi publicado o Decreto N°9.377, que
Institui a Estratégia Nacional de Disseminação do Building Information Modelling (Estratégia
BIM BR), que tem como finalidade promover um ambiente adequado ao investimento em BIM
e a difusão dele no País. Conforme o Artigo 2° do referido decreto, a Estratégia BIM BR tem
entre seus objetivos: I – difundir o BIM e seus benefícios e IV – estimular a capacitação em
BIM (BRASIL, 2018). Dessa maneira, essa pesquisa se torna mais importante para âmbito da
utilização da plataforma.
Essa discussão conduz a seguinte questão de pesquisa: De que maneira o uso de
ferramentas BIM pode favorecer a colaboração nas primeiras fases do desenvolvimento de
projetos de arquitetura e de engenharia civil (hidrossanitários e estruturas)? Pretende-se simular
um processo projetual colaborativo e promover uma reflexão, considerando o contexto da
região.
O objeto de estudo consiste no BIM e sua aplicação no processo colaborativo entre
Arquitetos e Engenheiros Civis em formação. O universo de pesquisa compreende os
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1 INTRODUÇÃO
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo Geral
Para atender ao objetivo geral desse trabalho, foram discriminadas várias etapas, cada
uma com seus respectivos procedimentos e visando atender a cada um dos objetivos específicos.
Inicialmente, foi feita uma revisão de literatura sobre os temas aqui tratados – Conceitos sobre
o BIM e Processos de Projeto Colaborativos, mais especificamente, com o auxílio da
tecnologia, que despertou a necessidade de entender quanto a sua aplicabilidade para tais
processos. O levantamento e a revisão de bibliografia ajudaram a elucidar o primeiro objetivo
específico, que buscou identificar e caracterizar o Building Information Modeling (BIM) e seus
conceitos, de forma a melhor compreender suas lacunas e potencialidades. Essa etapa da
pesquisa foi realizada por meio de leitura de livros, artigos em periódicos, dissertações e teses,
que abordassem quanto ao assunto.
Logo após foram realizados estudos quanto aos processos de projeto colaborativo,
visando identificar as possibilidades de aplicação do método, com objetivo de otimizar e
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1 INTRODUÇÃO
contribuir com a construção do exercício modelo. Para melhor compreensão dos procedimentos
utilizados, foi desenvolvido um capítulo apresentando, os instrumentos utilizados para
sistematização e análise dos dados, bem como a construção do exercício que foi aplicado.
O exercício aplicado visou atender ao terceiro objetivo específico, fazendo com que
projetistas da área da Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC) trabalhassem
colaborativamente. Ao final desta etapa, os dados colhidos foram tabulados e expressos através
de gráficos e analisados de forma comparativa com os dados e informações colhidas na fase
anterior, de revisão bibliográfica, sendo possível, assim, responder o objetivo geral da pesquisa.
Após aplicação da metodologia e sistematização dos dados por meio de planilhas de
registros das atividades, foram analisadas as informações colhidas e realizadas entrevistas junto
aos coordenadores de cada escritório. Os dados coletados foram tabulados e organizados a partir
da lógica discutida na revisão bibliográfica e na análise crítica nela fundamentada.
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1 INTRODUÇÃO
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BUILDING INFORMATION MODELING
2 BUILDING INFORMATION MODELING
Para este capítulo, são apresentadas as revisões teóricas quanto aos conceitos e às
definições da plataforma BIM e de processos projetuais colaborativos. Todos os conceitos
apresentados serão embasados nos autores que mais abordam sobre esta temática. Para melhor
entendimento, o capítulo apresentará os conceitos de Building Information Modeling (BIM),
Estágios de Maturidade, Interoperabilidade, Dimensões BIM, Níveis de Desenvolvimento
(LOD) e Especialidades BIM, itens recorrentes quando se discute o assunto.
Sendo assim, o autor define o BIM como uma “tecnologia de modelagem e um conjunto
associado de processos para produzir, comunicar e analisar modelos de construção”
(EASTMAN et al. 2014, p.13).
1
Entende-se como “Ferramentas BIM”, os aplicativos e/ou softwares que apresentam suporte à tecnologia.
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2 BUILDING INFORMATION MODELING
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2 BUILDING INFORMATION MODELING
para descrever e representar componentes do real ciclo de vida da construção, como apresentado
na figura 3 a seguir:
Dessa forma, o BIM pode ser utilizado em todas as fases de vida de uma edificação,
desde a elaboração de programa de necessidades, sendo possível extrair detalhamentos,
simulações e documentações, até os acompanhamentos nas fases de execução e manutenção.
Para melhor compreensão quanto aos conceitos desse recurso, torna-se necessário discutirmos
sobre Dimensões do BIM, Estágio de Maturidade, Interoperabilidade Nível de desenvolvimento
e Especialidades BIM.
em planta, corte, elevação e ajudam na detecção de conflitos dentro do projeto. Além de uma
melhor visualização espacial, o BIM 3D traz como benefício o poder de compatibilização de
projetos, onde podemos ver onde estão os conflitos entre eles, como podemos melhor visualizar
na figura 4:
Figura 4 - Dimensões BIM - 2D e 3D.
A próxima dimensão é o 4D, e é nesse momento, segundo Menezes et al. (2012), que a
base de dados é alimentada com o parâmetro planejamento, sendo possível gerar documentação
de análise das fases da construção do edifício. Sendo assim, o foco passa a ser a logística, a
utilização do espaço e as fases de construção do projeto: quanto mais detalhes dos objetos
apresentados nesta fase, mas fácil será lidar com as informações (KRONA, 2016). Além de
permitir elaborar o planejamento geral da obra, o BIM 4D permite simular a execução de uma
etapa específica, como a concretagem.
Em seguida, tem-se o 5D, e nessa dimensão é possível determinar os custos para
execução do projeto. Em relação a isso, a VICO Softwares®, empresa desenvolvedora de
aplicativos BIM, destaca que, nessa fase, as potencialidades da plataforma são: fornecer o
cronograma de custos, mostrar ao proprietário o que acontece com o cronograma e o orçamento
quando é feito uma alteração no projeto, organizar o banco de dados com custos e preços de
informação, taxas de produtividade do trabalho, dados de composição da equipe e subKPIs2
(MENEZES et al., 2012). Pode-se dizer então que, a partir da modelagem 5D, proprietários
podem usar modelo de informações de construção para obter estimativas de custos confiáveis
e precisas através da extração automática de quantidades de modelo de construção (EASTMAN
et al., 2014).
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Detalhamento do key performance indicator, ou indicador-chave de desempenho, que mede o nível de
desempenho do processo.
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2 BUILDING INFORMATION MODELING
Para implementação do 6D, Menezes et al. (2012) afirma que é a dimensão em que é
possível simular a operação e a manutenção, e assim, podemos controlar o ciclo de vida de uma
edificação, permitindo determinar as intervenções de manutenção preventiva de um imóvel. O
BIM 6D também permite a medição e a verificação de instalações durante a ocupação da
construção, e ainda melhora o recolhimento de informações que tiramos de instalações de alto
desempenho.
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2 BUILDING INFORMATION MODELING
Com tais definições, podemos separar os níveis de maturidade BIM e suas dimensões.
Pode-se ter projetos com 4D, 5D, 6D ou até 7D, como veremos no próximo item, no nível de
maturidade 2 ou 3; entretanto, no nível 1 e pré-BIM, essa possibilidade é mais difícil de
acontecer, uma vez que os modelos não são integrados, ou seja, cada profissional trabalha de
forma separada, sem integração de documentação.
O BIM pode ser entendido de diversas formas, de acordo com a perspectiva de quem
estuda ou utiliza, seja baseado em experiências prévias ou percepção pessoal. A partir disso,
surge então, a necessidade de estabelecer uma definição comum em termos de nível de
maturidade BIM (KHOSROWSHAHI; ARAYICI, 2012 apud FEITOSA, 2016). Há, dessa
maneira, a necessidade de criar um quadro que posicione o BIM como uma “integração de
modelagem de processos e não apenas como um conjunto tecnologias e processos” (SUCCAR,
2009, p. 02).
Assim, surge o Framework, uma estrutura de trabalho que organiza o nível de
conhecimento, incentiva a especialização e facilita a criação de novos conhecimentos. Por se
tratar de um modelo de conhecimento tri-axial, o BIM Framework apresenta diferentes
abordagens à informação dentro de um todo. Segundo Succar (2009, p. 03),
[...] essa estrutura dividida em: Campos BIM, que identifica os projetistas e seus
produtos baseado em três campos de atividade: Tecnologia, Processos e Políticas;
Estágios BIM que delineiam os níveis de maturidade da implementação; e por fim as
Lentes e Filtros BIM, os quais fornecem a profundidade e amplitude de consultas
necessárias para identificar, avaliar e qualificar campos BIM e estágios BIM.
Para fins de estudo, serão utilizados apenas os conceitos de Estágios BIM, uma vez que
os Campos BIM são generalistas e o Lentes e Filtros BIM são mais específicos. Existem
diversos estágios para adoção do BIM, como apropriação gradual da tecnologia e transformação
dos processos correlacionados, levando ao uso máximo da plataforma (ANDRADE; MORAES;
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RUSCHEL, 2013). Segundo modelo, seria os Estágios BIM que delineiam os níveis de
maturidade da implementação: ela pode ser identificada como uma série de etapas que as partes
interessadas precisam implementar gradualmente e consecutivamente. Para essa identificação,
Succar (2009) define a subdivisão de níveis de maturidade BIM em cinco componentes – Pré-
BIM, Estágio 01, Estágio 02, Estágio 03 e o Integrated Project Delivery –, que podem auxiliar
na classificação da implementação BIM, como apresentado na Figura 6:
Figura 7 – Pré-BIM
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2 BUILDING INFORMATION MODELING
do CAD para o BIM, onde deixamos de utilizar desenhos de linhas, arcos, círculos e outros
elementos geométricos e passamos a modelar o objeto virtualmente e parametrizado. Quando
passamos a modelar uma edificação baseada em objetos paramétricos, não estamos apenas
representando, mas criando a possibilidade de analisar e simular a construção (FEITOSA,
2016). Segundo Andrade, Morais e Ruschel (2013), nesse estágio, verificam-se pequenas
mudanças em políticas, médias mudanças em processos e grandes mudanças em tecnologia.
Ainda para os autores, tais diferenças ocorrem em virtude da ênfase na aplicação da ferramenta
BIM em projeto, causando a falsa impressão de que a plataforma é apenas uma tecnologia
(ANDRADE; MORAIS; RUSCHEL, 2013). As figuras 8 e 9 ilustram a potencialidade do
estágio:
Figura 8 - Estágio 01
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2 BUILDING INFORMATION MODELING
2016 apud FEITOSA, 2016) (Ver figura 10). Quando os profissionais trabalham em equipes de
forma a se chegar ao melhor produto possível, deixando o isolamento de seus locais de trabalho,
temos um processo colaborativo. Para adoção desse estágio, é necessário a implementação de
coordenação nos processos de projeto, associado a uma mudança de cultura da empresa
(ANDRADE; MORAIS; RUSCHEL, 2013). Para Succar (2009, p. 8), “no estágio 2 do BIM,
os projetistas colaboram ativamente com outros projetistas disciplinares, podendo chegar a
dimensões acima da terceira (3D)”, como apresentado na figura 11:
Figura 10 - Estágio 02
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2 BUILDING INFORMATION MODELING
Figura 12 – Estágio 03
2.4 Interoperabilidade
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2 BUILDING INFORMATION MODELING
Figura 13 - Interoperabilidade
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2 BUILDING INFORMATION MODELING
topológico geral entre dois objetos. Para propriedades, o IFC inclui todas as informações
relacionadas a custo, ao tempo, a extração de quantitativos, os espaços, a segurança, o uso do
terreno e outros. Por fim, a metapropriedade foi pensada em lidar e precisar transferir dados de
gerenciamento de informações. Para tanto, o IFC “é o único modelo existente de dados
públicos, não proprietário e bem desenvolvido para construções e arquitetura” (EASTMAN et
al., 2014, p. 84).
Criado em 1997, o modelo padrão de dados IFC está continuamente evoluindo, sendo
liberado uma nova versão a cada dois anos. Por isso, é importante sempre estar atento às
novidades no tema para que o tempo de projeto e execução possa ser sempre otimizado, visando
a máxima qualidade.
Considerando essa organização básica para caracterizar dada empresa como utilizadora
do BIM no processo, é importante entender quais momentos cada profissional deve ser inserido,
a partir de sua função na hierarquia. No eixo profissional estão os seguintes especialistas:
Analista BIM, Facilitador BIM, Modelador BIM e o Operador BIM de facilidades. Nesse eixo,
todos os profissionais envolvidos devem ter conhecimento e prática no manuseio de softwares
da plataforma para que as demandas sejam supridas. Esses profissionais assumem funções
diferentes, de acordo com o local e nível ao qual estão trabalhando.
No eixo de gerenciamento, no nível do projeto, estão os Gerentes BIM, que podem atuar
em Organizações Proprietárias, Construção Geral e Empresas Subcontratadas (KYMMELL,
2008), sendo também esse especialista conhecido como Gerente de Modelagem em Escritórios
de Projeto (EASTMAN et al., 2014). Essa especialidade é bastante requisitada, pois sua
principal função é gerenciar pessoas na implementação e na manutenção do processo BIM. Ao
atuar em nível de projeto, a principal função do Gerente BIM será de produzir o modelo de
arquitetura; caso trabalhe em uma construtora, ele tem como tarefa central a produção do
modelo de construção (BARISON; SANTOS, 2016).
No Empreiteiro Geral e Empresas Subcontratadas, o Gerente BIM pode ocupar dois
cargos: Gerente de Projeto BIM ou Construção BIM Oficial (EASTMAN et al., 2014), e cada
consultor/projetista pode designar um Gerente do Modelo para o projeto. Esse especialista
estabelece as diretrizes e os padrões de modelagem de sua disciplina, que envolve o
mapeamento do uso do modelo e a identificação das ferramentas e aplicativos BIM que serão
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2 BUILDING INFORMATION MODELING
utilizados. Sendo uma função de coordenação, essa pode ser exercida por um arquiteto, já que
ele pode ser designado também como coordenador do projeto.
O conhecimento dessas especialidades é de suma importância para implementação BIM
e sua consequente organização. Cada empresa deve estabelecer suas prioridades quanto aos
profissionais que serão envolvidos, sendo essas definições primordiais para que os Fluxos de
Trabalho BIM possam ser seguidos e que o processo de projeto não sofra “desvios”. Associado
a isso, temos os Níveis de desenvolvimento ou Level of Developmente (LOD), que auxiliam os
usuários no controle das etapas dos projetos.
Em um processo de projeto BIM, não seria necessário definir as etapas, mas apenas
pontuar a associação das informações desejadas a cada elemento projetado, em cada fase da
evolução do projeto. Contudo, a cultura existente deve prevalecer por algum tempo, o que exige
a adaptação de alguns conceitos do BIM. Segundo ABDI (2017), cada etapa de projeto possui
objetivos de usos BIM diferenciados e por isso pode requerer um modelo BIM composto por
elementos com níveis de desenvolvimento diferentes.
Sendo assim, o Level of Development (LOD), ou em português Nível de
Desenvolvimento do BIM, é um critério que define a maturidade e a utilização da ferramenta
BIM em diferentes etapas de um projeto. Além disso, um plano colaborativo indica aos
profissionais envolvidos na elaboração do projeto a compreensão da evolução de um elemento
da ideia conceitual até a definição exata. Dessa forma, a estrutura do nível de desenvolvimento
(LOD) informa em que nível uma informação deve estar em determinada etapa de
desenvolvimento do projeto, fazendo com que todos os profissionais envolvidos na constituição
dele possam utilizar o modelo de forma estabelecida pelo autor, resultando em uma
comunicação eficiente de informações e etapas de projeto (DELATORRE; SANTOS, 2015).
Pensando em disseminar as boas práticas do uso da plataforma entre os profissionais, a
AsBEA lançou o Guia de Boas Práticas em BIM (2015), e em um dos itens abordados, está a
do Levantamento dos Requisitos do Projeto, a qual apresenta ao leitor as condições do processo
BIM, que incluem a definição do nível de desenvolvimento do modelo. O guia destaca que os
modelos desenvolvidos apenas para coordenação e documentação do projeto podem exigir
diferentes níveis de detalhamento. Os níveis são enquadrados em cinco LOD’s, que são
definidos pelo AsBEA (2015), e baseado no AIA Document E202 (2008), como: LOD 100,
LOD 200, LOD 300, LOD 400 e LOD 500. Vejamos a Figura 15:
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2 BUILDING INFORMATION MODELING
O modelo do LOD 100 pode ser utilizado ao nível do Projeto Esquemático, onde são
fornecidas informações de massas e volumes de objetos. A informação disponível nesse nível
é limitada à disposição de espaços, cálculos de volumes, áreas e orientação dos espaços.
Segundo ABDI (2017, p. 26):
Esse tipo de modelo permite estimativa de custos baseadas em áreas típicas, tanto de
pisos como de fechamentos, volumetria e indicadores derivados, como proporção de
áreas privativas/construídas, compacidade, entre outros. A definição dos limites da
volumetria é um elemento importante a ser considerado no desenvolvimento da etapa
seguinte, pois se constitui no “envelope” da obra, seus limites espaciais que deverão
ser respeitados nas etapas seguintes.
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2 BUILDING INFORMATION MODELING
Já no LOD 200, o modelo é mais desenvolvido que o nível anterior por apresentar
volume dos objetos, como visto na Figura 17. Em geral, possui mais informações que
possibilitam uma análise básica de sistema estrutural, através da realização de exportação para
ferramentas específicas de cálculo automático das estruturas do projeto. Nesse modelo, pode
incluir informações não geométricas, utilizadas na elaboração de estimativa de custos, além de
incluir, nesse nível, uma aparência escalada no tempo dos elementos principais, com a
finalidade de dividir o projeto em fases e organizar como será o planejamento da obra. Um
modelo BIM constituído por elementos no ND 200 ou superiores, permite a extração de
documentos para compor o Estudo Preliminar e o Projeto Legal.
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2 BUILDING INFORMATION MODELING
O LOD 400 é o nível onde se incluem detalhes adicionais e insere todas as estruturas
primárias e secundárias de suporte, como visto na figura 19. Nesse momento, tem-se o objetivo
de representar virtualmente a estrutura que pode ser utilizada durante a construção, devendo ter
informações completas como fabricação, montagem ou construção. É possível, nessa fase, fazer
um levantamento de custos mais precisos, já que os elementos que devem ser utilizados para a
construção são mais detalhados, assim como também conseguiremos mostrar uma aparência
escalada de alguns elementos utilizados na constituição do projeto.
Por fim, o LOD 500 é o último nível, que tem os mesmos objetivos do LOD 400, mas é
utilizado para manutenção, quando autorizado. Nesse nível, os elementos e os sistemas
modelados devem estar de acordo com a construção e ter todos os detalhamentos precisos
(SILVA, 2013), como visto na Figura 20. O Quadro 4 apresenta o resumo das atividades e em
quais etapas essas podem ser desenvolvidas diante de cada LOD.
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2 BUILDING INFORMATION MODELING
Por fim, ressalta-se que a inserção das informações no modelo é realizada de maneira
gradativa, na medida em que o projeto evolui e, portanto, tem mais definições sobre seus
elementos. É importante que reuniões de planejamento, para a inserção dessas informações,
aconteçam no início ou antes que o processo projetual inicie, para evitar trabalhos excessivos e
desnecessários.
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PROCESSO DE PROJETO E COLABORAÇÃO
3 PROCESSO DE PROJETO E COLABORAÇÃO
também reflexivo, devido ao diálogo entre o interior e o exterior do projetista, pelo qual as suas
ideias são desenhadas, desenvolvidas, rejeitadas, revistas e refinadas (CROSS, 1999 apud
SANTOS, 2014).
Ao discorrer sobre os problemas de projeto, Lawson (2011) aponta que a estrutura
desses varia a partir dos geradores de restrições, do campo e da função do projeto. Os Geradores
de Restrições são: os clientes – fornecedores das demandas iniciais a serem atendidas, os quais
nem sempre são os usuários finais do edifício, assim como no caso de projetos de edifícios
públicos; os usuários do espaço construído; os projetistas, que contribuem com a definição dos
problemas de projeto através dos seus interesses e do seu olhar interpretativo; e os legisladores,
que definem os parâmetros de uso e ocupação do solo (LAWSON, 2011). Por fim, à função
assumida no processo de projeto, as restrições são definidas como radicais, práticas, formais e
simbólicas, como podemos ver na figura 21:
Lawson (2011, p. 55) afirma que “o mais provável é que projetar seja um processo no
qual problema e solução surgem juntos”. O autor ainda ressalta que essas etapas não são as
únicas e nem são lineares (figura 22), ou seja, elas se entrelaçam e articulam continuamente
durante o processo. Para o autor, a compreensão do problema (Análise) aumenta a cada tentativa
de solução (Síntese), de modo que a análise e síntese se retroalimentam durante o processo de
projeto, sendo denominado por ele de “análise através da síntese”, destacando que “[…] sem
dúvida as atividades de análise, síntese e avaliação estão envolvidas nessa negociação, mas o
mapeamento não indica pontos de partida e de chegada nem a direção do fluxo de uma atividade
a outra” (LAWSON, 2011, p. 55).
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3 PROCESSO DE PROJETO E COLABORAÇÃO
Figura 22- Mapeamento do processo de projeto visto como negociação entre problema e solução, por
meio da Análise, Síntese e Avaliação
Em estudo sobre processo de projeto em equipe, desenvolvido por mais de três meses,
Brandão (2008) constatou que a falta de contornos precisos dos problemas de projeto – discutida
por Lawson (2011) – possibilita que os arquitetos definam estratégias e procedimentos para tal,
ao invés de somente recorrer à métodos, às ideias ou às fórmulas prontas para o enfrentamento
das questões de projeto. Isso significa que essa indeterminação aos problemas de projeto,
possibilita que, durante o processo, sejam criados procedimentos não previstos para solucionar
questões não mensuráveis antes do início dos trabalhos. Sobre a dinâmica de um processo de
projeto observado em campo, Brandão (2008, p. 201) comenta:
Na visão do autor, o produto gerado por meio do processo de projeto resulta do diálogo
profícuo entre duas esferas, sendo um interior, incluso as intenções do arquiteto, e outro externo,
que inclui os condicionantes externos de projeto. Nesse sentido, a relação com fatores externos
é tão influente quanto as ideias do projetista (BRANDÃO, 2008).
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3 PROCESSO DE PROJETO E COLABORAÇÃO
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3 PROCESSO DE PROJETO E COLABORAÇÃO
Com o uso de BIM, essas incompatibilidades podem ser identificadas mais cedo
(BARISON; SANTOS, 2016). Para que a transição entre o processo de projeto e a tecnologia
BIM seja bem-sucedida, a primeira parte a ser feita é compreender o conceito de projeto e
construção virtual. Para definir os papéis dos profissionais durante o processo de um dado
projeto é necessário entender como será o fluxo de trabalho dos envolvidos e qual o processo
projetual utilizado.
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3 PROCESSO DE PROJETO E COLABORAÇÃO
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3 PROCESSO DE PROJETO E COLABORAÇÃO
Segundo o ABDI (2017), a primeira fase a ser desenvolvida é a de incepção, onde será
iniciada a análise da possibilidade de realização do empreendimento desejado, sendo assim, é
o início da organização do projeto, com dados iniciais coletados, avaliados e validados. Após
todas essas definições, é preciso consolidar as tarefas para os fluxogramas do projeto e elencar
todas as tarefas necessárias para serem inseridas nas planilhas de serviço, já que é possível todos
os agentes participarem em cada etapa, como previsto pela plataforma BIM. Na planilha dessa
etapa, a coluna do uso do BIM é sempre preenchida como N.A (não se aplica), pois é uma das
tarefas a serem desenvolvidas nessa fase. Esse procedimento precisa ser repetido em todas as
outras etapas incluídas no processo BIM, precisando haver o cuidado de manter a coerência
entre os processos indicados.
Seguindo a ordem de desenvolvimento, o AsBEA (2015) recomenda que para cada etapa
do trabalho deve ser utilizado um fluxo de projeto, deixando claro qual é a etapa desenvolvida,
quais as informações devem ser inseridas no modelo, como deve ser o processo desenvolvido
e quais informações podem ser produzidas e extraídas.
a) Estudo de Viabilidade: o uso primordial do BIM a ser utilizado nessa fase é para a
elaboração e a coordenação de modelos 3D de massas que possuam informações legais
e toda a dimensão do terreno utilizado, requisitos de projeto, e o produto final será um
estudo consolidado de massas, sendo esse estudo referente ao modelo 3D da arquitetura.
Os agentes envolvidos nessa fase são os consultores específicos, arquiteto e o cliente
contratante. O nível de desenvolvimento do modelo segue baixo, onde é normalmente
considerado volumetria, definição de áreas e vazios, porém, quantitativos básicos da
fase de projeto já podem ser extraídos nessa etapa e utilizado pela equipe de estudo de
viabilidade do cliente contratante e do arquiteto.
b) Estudo preliminar e anteprojeto: tem por objetivo a elaboração e a coordenação de um
modelo 3D já consolidado e compatibilizado nos níveis estabelecidos de
desenvolvimento no Plano de Execução BIM, onde contém informações de estrutura,
infra e superestrutura, e as necessidades de instalações já modeladas, assim como a
coordenação e compatibilização e a consolidação desses modelos (ver figura 28). Os
agentes envolvidos são: cliente contratante, escritório de arquitetura e os projetistas de
estrutura, instalações e consultores necessários. Nessa fase, o modelo ganha uma
maturidade um pouco maior que na fase anterior e o produto final é um modelo
tridimensional consolidado nos níveis estabelecidos. Os quantitativos básicos relativos
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3 PROCESSO DE PROJETO E COLABORAÇÃO
podem ser extraídos desse modelo para ser utilizado pela equipe de orçamento do cliente
e do arquiteto.
c) Projetos legais: é considerado o principal uso do BIM, por permitir a análise de normas
e verificação de legislação. O controle da documentação do projeto deve ser feito
respeitando os padrões da prefeitura local de onde será realizada a execução do projeto.
Para extrair as informações necessárias, o projeto pode ser dividido em categorias de
ambientes e por tipologias para ser analisada a legislação. O trabalho de modelagem na
fase legal se trata da extração de informações, ao contrário das outras fases que
objetivam o acréscimo de informações. Enquanto é desenvolvido as fases de anteprojeto
e projeto básico, os projetos legais devem ser desenvolvidos para que os órgãos
pertinentes e as concessionárias públicas competentes o aprovem. Há a importância de
que essa fase seja realizada simultaneamente para que possa ser compatibilizada todas
as exigências de cada órgão e/ou concessionária, com as interfases do projeto como um
todo.
d) Projeto básico (pré-executivo): nesta fase, ocorre a elaboração e a coordenação de um
modelo tridimensional consolidado e compatibilizado nos níveis estabelecidos com
estrutura, sendo a infra e superestrutura, assim como instalações já modeladas, e a
análise da coordenação, da compatibilização e da consolidação desses modelos. Ainda
nessa fase, os modelos são trabalhados, revisados e compatibilizados de tal modo que
chegue ao resultado de um modelo consolidado. O cliente contratante, o arquiteto, o
projetista de estrutura, o projetista de instalações e demais projetistas e os consultores
necessários são os agentes envolvidos nessa etapa. A maturidade do projeto nessa fase
é significativamente grande e os documentos que podem ser extraídos são: plantas,
cortes, fachadas e detalhes específicos, assim como quantitativos que estão mais
aproximados ao orçamento esperado no final do projeto.
e) Projeto executivo: última fase do processo, onde o principal uso do processo BIM diz
respeito à elaboração e à coordenação do modelo tridimensional já executado,
compatibilizado e liberado para a obra, a nível de detalhamento suficiente, onde há todas
as informações necessárias para a construção da obra e quantitativo final de orçamento,
como ilustrado na figura 31. O modelo de arquitetura é alimentado novamente com os
demais modelos de estrutura e instalações de modo que chegue à liberação final do
modelo para a execução. Nessa fase, o cliente contratante não faz parte dos agentes
envolvidos, devendo estar em consonância somente o arquiteto, o projetista de estrutura,
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3 PROCESSO DE PROJETO E COLABORAÇÃO
tridimensional também pode ser utilizado para extração de quantitativos e ser exportado para
outros programas de forma a melhor visualizar o volume da edificação (ADDOR et al. 2015).
Até esse momento, entende-se que o arquiteto necessita organizar um molde próprio para que
possa extrair quantitativos necessários. É importante destacar aqui que esse modelo não é para
extração e estimativas de custo ou orçamento, mas para controle do próprio arquiteto. Nas
próximas etapas, a participação do arquiteto é mais restrita, ao contrário dos engenheiros
projetistas; os projetos complementares são desenvolvidos por meio do modelo desenvolvido
nas etapas anteriores.
Os projetistas usam o modelo de coordenação para revisar e completar seus projetos e
depois os devolvem para o Coordenador BIM, que os revisa, os une e os atualiza em um novo
modelo de coordenação; as etapas que devem ser executadas podem ser observadas na figura
27. O Coordenador BIM utiliza o modelo de coordenação resolvido como uma base para extrair
informações para o desenvolvimento de modelos de: (A) custos e (B) etapas da obra. Nessa
fase, o proprietário revisa e valida o projeto, o orçamentista finaliza o processo de estimativa
de custos e o planejador da obra finaliza o cronograma de construção, com dados do modelo
BIM extraídos pelo Coordenador BIM.
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3 PROCESSO DE PROJETO E COLABORAÇÃO
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3 PROCESSO DE PROJETO E COLABORAÇÃO
Nesse sentido, para que as atividades dos processos colaborativos sejam realizados,
recomenda-se a busca por alcançar as metas do projeto. É necessário assim, criar
padrões/modelos em que a equipe saiba como agir, solucionando problemas que, porventura,
possam aparecer.
Em seu artigo intitulado Computers, words and pictures, Lawson e Loke (1997) destaca
a importância do diálogo entre projetistas. Para ele, tanto os desenhos quanto as palavras são
essenciais para o processo de projeto, uma vez que possibilitam a geração e a seleção, entre os
arquitetos, dos conceitos norteadores do desenvolvimento do projeto. O autor ainda observa
que os arquitetos que trabalham em escritórios, que fazem uso da colaboração no processo
projetual, utilizam frases como “formas redondas em recipientes quadrados” ou palavras como
“mirante”, que designam situações de espaço e proporcionam uma comunicação eficiente, pois
compõem um quadro de referências comuns, as quais são prontamente reconhecidas e
assimiladas por todos participantes da atividade, facilitando a interação entre os membros
componentes da equipe, enquanto buscam, em conjunto, soluções para o projeto.
Nesse sentido, Campestrini et al (2015) afirmam que, para se formar uma equipe
colaborativa, é necessário que seja realizada uma análise da composição da equipe, como um
todo. Para os autores,
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3 PROCESSO DE PROJETO E COLABORAÇÃO
A base está nas disciplinas tradicionais para a realização do projeto e, caso haja metas
específicas ou complexidades no projeto, pode ser necessário a contratação de
profissionais especialistas. Nem todos precisam atuar desde o início ao fim do projeto
e, nesse caso, é importante analisar especialmente sua forma de atuação.
(CAMPESTRINI et al., 2015, p. 23).
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3 PROCESSO DE PROJETO E COLABORAÇÃO
a. Modelos Separados
Nesse cenário, cada participante cria os modelos de maneira separada, que geralmente
se relacionam com diferentes disciplinas. Os envolvidos no processo, dos coordenadores aos
clientes, têm visões diferentes dos modelos, sendo muitas vezes desenhos redundantes. Alguns
moldes são apresentados nesse formato repetido e as mudanças que ocorrem levam mais tempo
para serem corrigidos em todos os projetos que estão sendo desenvolvidos, já que não existe
um modelo único. Ver figura 29:
Esse cenário é o do mesmo modelo do anterior, porém, esse é agregado, ou seja, passa
por compatibilizações constantes. O objetivo principal desse modelo é o suporte para a
coordenação do projeto, que pode se beneficiar das vistas do molde agregado diretamente e
muitas vistas dele podem ser produzidas para os clientes (JØRGENSEN et al. 2008). A
compreensão desse modelo pode ser observada na figura 30:
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3 PROCESSO DE PROJETO E COLABORAÇÃO
c. Modelos Compartilhado
Sendo assim, para que os cenários anteriores possam ser utilizados dentro da
metodologia BIM, é necessário entender como serão realizados os compartilhamentos de
arquivo, já que a transferência de dados entre os colaboradores é essencial para que o processo
colaborativo possa acontecer. O mercado da construção tem à disposição diversas tecnologias
de Informação e Comunicação (TICs), que estão voltadas para o compartilhamento e a troca de
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MÉTODOS E TÉCNICAS
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4 MÉTODOS E TÉCNICAS
texto audiovisual em texto escrito para analisá-lo segundo os pressupostos utilizados na análise
desse tipo de material.
Já as fotografias têm alta qualidade icônica, o que pode auxiliar a ativar lembranças das
pessoas ou estimulá-las a elaborarem enunciados sobre situações e processos complexos
(FLICK, 2009). Por outro lado, as imagens são ambíguas e passíveis de múltiplas
interpretações. Por isso, é necessário um aprendizado desse código e uma cuidadosa discussão
teórico-metodológica. Atendo-se à ligação das imagens com a pesquisa e com as incursões
científicas, infere-se que ora a fotografia se apresenta como fonte de dados em si mesma, ora
como objeto de pesquisa, mas que também pode ser instrumento e resultado (SANTOS, 2000),
ou ainda, como defende Warren (2009), uma combinação dessas categorias. As fotografias são
gravações detalhadas de fatos, além de que proporcionam uma apresentação mais abrangente e
holística de estilos e condições de vida (MEAD apud FLICK, 2009).
Embora a videogravação e o uso de registros fotográficos sejam recursos bastante
utilizados em pesquisas qualitativas, há pouca produção bibliográfica a respeito desses tipos de
análise, o que dificulta o manuseio do material coletado. Sendo assim, foi necessário, para esta
pesquisa, a adequação das ferramentas para o tratamento dos dados.
Por meio dos métodos mencionados, os dados coletados foram sistematizados e tratados
para análise. O exercício realizado gerou aproximadamente 10 horas de gravações de áudios
das discussões entre os participantes de cada equipe e 9 minutos e 18 segundos de gravação em
vídeo da apresentação final, além das fotos realizadas pelo pesquisador.
Sendo assim, objetivando extrair e analisar a maior quantidade de informações
relevantes, seguindo os conceitos das formas de análise apresentadas, a sistematização dos
dados foi alcançada da seguinte forma: a) Pré-análise e Organização Inicial dos dados; b)
Sistematização e Codificação; e c) Interpretação e Análise dos dados (Figura 36):
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4 MÉTODOS E TÉCNICAS
Para realização da fase de pré-análise dos dados, foi efetuada a transcrição literal do
material coletado durante o exercício, garantindo assim, que nenhum dado deixasse de ser
considerado, sendo posteriormente organizado em “quem falou” e “qual equipe” o participante
fazia parte. A análise dessa etapa objetivou apenas a extração dos dados, sem buscar
significados no que era dito (Figura 37).
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4 MÉTODOS E TÉCNICAS
aprofundada. Para tanto, o instrumento utilizado foi o sistema de classificação do The Uses of
BIM (KREIDER; MESSNER, 2013), guia desenvolvido para auxiliar na classificação do uso
do BIM, com propósito de implementá-lo ao longo da vida de uma edificação. Essa
classificação também permite que o usuário defina melhor alguns atributos para a realização do
projeto, como: Elemento da Instalação, ou seja, qual o projeto que será implementado o uso do
BIM; Fase de Instalação, o ponto que o uso do BIM será implementado; Disciplina, sendo a
parte pela qual o Uso BIM será implementado; e Level of Development (LoD’s), sendo o nível
de desenvolvimento ao qual o Uso do BIM será implementado:
Para definir a estrutura de análise dos dados, foi realizado estudo aprofundado quanto
aos cinco objetivos primários e seus seguintes objetivos secundários, evidenciado por Kreider
e Messner (2013): Reunir; Gerar; Analisar; Comunicar e Perceber, como observado na figura
38. Os objetivos primários utilizados como categorias de análise foram: Gerar, Analisar e
Comunicar, por apresentarem informações pertinentes para o resultado desta pesquisa, sendo
os respectivos objetivos secundários utilizados para a codificação dos dados. Assim, o roteiro
de análise está estruturado e aprofunda-se nos seguintes temas:
a. Gerar: essa categoria buscou entender os momentos de interação entre as disciplinas
e como elas geram informações pertinentes para o desenvolvimento do que é
produzido.
Os códigos são:
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4 MÉTODOS E TÉCNICAS
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verificar a frequência em que os códigos das categorias e subcategorias apareciam, como auxílio
da seleção dos dados. Os códigos levantados devem responder questões como a equipe discutiu
acerca das regras durante o processo ou se existiu planejamento antes das inserções dos
elementos, pertinentes às categorias e subcategorias já estabelecidas (Figura 39). Para que um
dado pudesse ser considerado relevante para o estudo, esse deve se relacionar com, no mínimo,
duas categorias de análise.
O âmbito da análise é o mais importante dessa etapa, uma vez que nos apresenta os
resultados da pesquisa. Nesse, buscou-se relacionar a descrição com a quantificação,
interpretando, por exemplo, o “porquê de algo ser feito ou não” ou “como algo foi feito” durante
o exercício.
Para coleta de dados, foi desenvolvido exercício projetual, onde os participantes foram
submetidos à simulação de uma atividade real. O principal objetivo do exercício é de verificar
a interação entre os participantes das equipes (multidisciplinares) e identificar, recursos de
ferramentas BIM e competências que contribuem para a realização de projetos colaborativos
entre arquitetos e engenheiros em formação. Por apresentar formato semelhante a um jogo, o
exercício tomou como base a metodologia SG+, do Gamification, apresentada por Alves
(2015), utilizando características como: participação voluntária, meta, regras e término de
atividade.
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4 MÉTODOS E TÉCNICAS
O exercício foi desenvolvido tendo como público-alvo graduandos do último ano dos
cursos de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil, de universidades e/ou faculdades
situadas na cidade de Natal/RN. A partir dessas informações, seis participantes foram
selecionados, com as seguintes competências: conhecimento em projeto (arquitetônico e
complementares de estrutura e de instalações hidrossanitárias), técnicas construtivas,
representação gráfica e noção básica na utilização do Autodesk REVIT®, devendo ser também
estudantes do último ano de formação ou recém-formados para viabilizar a atividade e
promover uma discussão pertinente. É importante destacar que, do total de participantes
envolvidos, dois são de Arquitetura e Urbanismo e quatro de Engenharia Civil, sendo dois com
conhecimento em estruturas e dois em instalações hidráulicas, que além de projetistas, atuam,
como modeladores BIM. Para contribuir no desenvolvimento da atividade, três monitores
assumiram funções BIM, sendo dois Facilitadores, que atuam auxiliando na modelagem dos
entregáveis e um Gerente de Modelagem, que tem por função, compatibilizar e gerar as
documentações necessárias para o andamento do processo. O quadro abaixo apresenta o resumo
das disciplinas, especialidades e funções dos participantes.
Quadro 6 – Resumo dos participantes
DISCIPLINA ESPECIALIDADE BIM FUNÇÕES
Desenvolver a proposta Arquitetônica,
ARQUITETURA
baseado nas restrições apresentadas neste
Arquiteto
documento.
MODELADORES BIM
ESTRUTURA Desenvolver a proposta Estrutural, baseado
São profissionais que realizam
Eng. Estrutural na proposta arquitetônica desenvolvida.
modelagem em BIM
Desenvolver a proposta de Instalação
HIDROSSANITÁRIO
Hidráulica, baseado na proposta
Eng. Hidrossanitário
arquitetônica desenvolvida.
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O exercício foi dividido em quatro etapas e aplicado em dois dias, sendo 12 horas de
aplicação total. O primeiro dia de execução foi destinada a 1° Etapa, a de Nivelamento,
possuindo quatro horas disponíveis para desenvolvimento. Já o segundo dia, foram
disponibilizados o total de oito horas para as 2°, 3° e 4° Etapas, respectivamente, Estudos
Iniciais, Desenvolvimento do Estudo e Finalização do Estudo, como mostra a Figura 40:
3
Os participantes assinaram o documento denominado de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),
o qual consentem a participação e o colhimento de materiais necessários (fotos, gravações e outro necessário)
para serem utilizados na pesquisa. Ficam resguardados também de não terem seus nomes divulgados.
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4 MÉTODOS E TÉCNICAS
do exercício. Após a explanação dos conteúdos, o programa Autodesk REVIT® foi aberto para
que, de fato, fossem apresentadas as ferramentas e as formas de modelagem adequadas, que
auxiliem o participante na produção do material proposto. Essa etapa fora finalizada com a
divisão dos participantes em duas equipes, sendo cada uma composta por um Arquiteto, um
Engenheiro Estrutural e um Engenheiro Hidrossanitário.
No segundo dia, são iniciadas as etapas práticas do exercício, onde os participantes
começaram as propostas de projetos. A 2ª Etapa, denominada de Estudos Iniciais, teve 4 horas
disponibilizadas para desenvolvimento de croquis, modelagens iniciais e/ou descrições das
ideias. Os participantes que assumem o papel dos Arquitetos iniciaram os projetos
arquitetônicos e, consequentemente, o Modelo Base BIM, importante para as próximas etapas.
É fundamental destacar que, nessa etapa, o modelo Arquitetônico foi entregue para
compatibilização no nível de Projeto Esquemático e os modelos Estrutural e Hidrossanitário, a
nível de Pré-dimensionamento, ambos em LoD 200. A etapa fora finalizada com a apresentação
das equipes quanto ao desenvolvimento da fase e a compatibilização dos modelos no Autodesk
NAVSWORKS®4, realizada pelo Gerente de Modelo.
A 3ª Etapa, denominada de Desenvolvimento do Estudo, teve duração de duas horas e
30 minutos para que os participantes continuassem o desenvolvimento das propostas. A
diferença para a etapa anterior é que as equipes estavam cientes dos problemas de cada modelo
após a primeira compatibilização. Sendo assim, o modelo Arquitetônico deveria ser
desenvolvido em nível de Estudo Preliminar, contendo mais informações e soluções bem
resolvidas, sendo entregue no LoD 2505, enquanto os modelos Estrutural e Hidrossanitário
seguiram com os ajustes necessários. Diferente da etapa anterior, essa é finalizada apenas com
a compatibilização dos modelos para que as equipes possam retornar ao desenvolvimento do
exercício.
Na 4ª etapa, a Finalização do Estudo, as equipes corrigiram os problemas encontrados
na compatibilização anterior e finalizaram os modelos BIM para a última entrega. Os modelos
mantiveram os níveis de projeto da etapa anterior, bem como os LoD’s, sendo apenas
4
O Navisworks permite que os usuários abram e combinem modelos 3D, navegue em tempo real e revise o modelo
usando um conjunto de ferramentas, incluindo comentários, linhas de marcação, ponto de vista e medidas. Uma
seleção de plug-ins melhora a detecção de interferências em um pacote, simulação 4D de tempo, renderização
fotorrealista e publicação semelhante a PDF. Disponível em: <https://knowledge.autodesk.com/pt-
br/support/navisworks-products/troubleshooting/caas/sfdcarticles/sfdcarticles/PTB/What-is-Navisworks.html>.
Acesso em: 10 mar. 2020.
5
Esse Nível de Desenvolvimento (LoD) não é definido de maneira clara pelos autores. Contudo, para esse
exercício, ficou definido que o LoD 250 seria para o modelo que está no nível intermediário entre 200 (Projeto
Esquemático) e 300 (Anteprojeto).
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4 MÉTODOS E TÉCNICAS
O exercício foi desenvolvido para ser aplicado da fase inicial do projeto até a
finalização6, de modo que fosse possível verificar e observar como os participantes se
comportam durante o processo. Dessa maneira, o exercício tem como embasamento o estudo
de todas as fases de projeto, descritas por Lawson (2011) – Assimilação, Estudo Geral,
Desenvolvimento e Comunicação –, desde a apresentação dos problemas, como na busca das
6
Entende-se como finalização do projeto não a entrega final, mas o da etapa desenvolvida.
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4 MÉTODOS E TÉCNICAS
soluções e sua entrega. Além do projetista, também foram considerados os agentes reguladores
de projeto: cliente, usuário e legisladores.
O formato de exercício apresentado, por si só, já traz dinâmica diferenciada para o tipo
de prática abordada. Outro aspecto que contribui para o engajamento dos participantes é a do
nivelamento que foi aplicado previamente à atividade proposta, onde eles teriam a oportunidade
de aprender e compreender melhor como poderiam utilizar a teoria com a prática quanto a
plataforma BIM. Por fim, também é possível caracterizar como estímulo a participação, o
próprio trabalho em formato colaborativo com projetistas de outras áreas, experiência essa que
não é vivida no período acadêmico e pouco estimulado na vida profissional.
Para a elaboração da proposta, foi delimitado um espaço físico, bem como seu entorno
imediato, levando-se em consideração todos os elementos que pudessem interferir no processo
projetual. O exercício projetual teve como objeto de desenvolvimento uma residência
unifamiliar, com dois pavimentos, que deveria ser inserido em terreno padrão de 10x20m
(Figura 41), localizado no bairro de Lagoa Nova, na cidade de Natal/RN. Na busca por garantir
o foco total da atividade, nas relações e nas discussões quanto ao processo colaborativo
proposto, todas as informações necessárias foram fornecidas.
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4 MÉTODOS E TÉCNICAS
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4 MÉTODOS E TÉCNICAS
Os participantes não podiam ficar totalmente livres, uma vez que precisavam iniciar e
finalizar a atividade dentro de uma programação de tempo. No Quadro 08 a seguir, são
apresentadas as ações que puderam ou não ser realizadas.
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4 MÉTODOS E TÉCNICAS
equipe, desde que não seja antecipada nenhuma - Não entregar os arquivos para compatibilização.
etapa do processo;
- Modificar as alturas dos níveis trabalhados;
- Os demais componentes, presentes no template,
podem ser modificados sem restrições.
Fonte: Produzido pelo autor (2019).
Por fim, todos os arquivos dos modelos desenvolvidos foram salvos no aplicativo
Dropbox®, para que o trabalho pudesse ocorrer simultaneamente. Este software foi escolhido
devido às limitações tecnológicas apresentadas pelo Laboratório de Informática do curso de
Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, local onde as
atividades foram realizadas.
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ANÁLISES E DISCUSSÕES
5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
Diante das discussões e observações realizadas foi possível perceber como o uso do
BIM interferiu no processo do trabalho. Relacionando o que foi feito ao que estava sendo
discutido, o início do desenvolvimento de trabalho da equipe foi contrário ao que tinha sido
proposto. A equipe apresentou bastante dificuldade no desenvolvimento desta etapa,
demonstrando em alguns momentos “desconforto” no formato de trabalho, deixando-os sem
saber como desenvolver ou sequer planejar o que iriam fazer. Um dos pontos que podemos
destacar para essa questão é a organização interna. Esperava-se que antes de iniciar a atividade,
a equipe realizasse a organização de como seria executado o processo de trabalho, algo não
feito.
A primeira ação realizada pela equipe foi a leitura das orientações para desenvolvimento
do exercício. Diferente do sugerido, que indicava a busca por referências projetuais, a equipe
iniciou a atividade diretamente no Autodesk REVIT®. Esta decisão partiu do Engenheiro
Hidrossanitário 01, por considerar que se não fizessem isso naquele momento, perderiam
tempo. Sendo assim, o Arquiteto 01 abriu o software em seu computador, enquanto os demais
projetistas da equipe sentaram-se ao seu lado, e ao mesmo tempo que a equipe fez a leitura das
regras do exercício, fizeram também um estudo sobre o arquivo RVT disponibilizado. Sendo
assim, as primeiras ideias que surgiam eram desenvolvidas diretamente no software, sendo as
folhas disponibilizadas pouco utilizadas.
Neste momento, a ferramenta não se mostrou “participativa”, sendo mais uma forma de
visualização do que algo que trouxesse grandes informações. A atividade prévia estabelecia um
tempo inicial para organização e planejamento do que seria feito, além de apresentar uma
estrutura básica de fluxo de atividades a serem desenvolvidos, que foi desconsiderado pela
equipe, os quais partiram diretamente para a idealização e modelagem do projeto. Essa decisão
deixou a equipe desorganizada e sem liderança, que abaixo do gerente de modelagem, faria a
organização das atividades desenvolvidas. Ainda sobre esse ponto, a equipe pouco discutiu
quanto a organização dos modelos para compatibilização, sendo poucas as vezes em que a
tecnologia foi utilizada para coordenar e transformar os modelos, ou seja, não era realizada a
verificação da harmonia entre as disciplinas envolvidas para que fosse realizada a transferência
de dados com mais organização e menos erros.
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
“Eu pensei em fazer conjugada mesmo, por que normalmente essas casas maiores não
têm divisão da sala por q parede...deixa eu pensar aqui, qual o lado aqui que tem o
portão...será que já pode baixar, que aí você pode fazer isso no REVIT...” (EH 01,
2019).
“Não então, vamos já tentar fazer isso no REVIT, porque senão a gente perde muito
tempo. A gente tem que pensar, (...) em relação a caixa d’água e a estrutura maior tem
que estar próximo a escada, que aí consegue sustentar a caixa d’água.” (EH 01, 2019)
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
ruim, um pouco, para a tubulação. Porque a tubulação vai ficar virado para cá. Ai é ruim, porque
qualquer coisa que você queira deixar fixado, um armário ou qualquer coisa, fica ruim”
(Engenheiro Hidrossanitário 01 respondendo ao Arquiteto 01, em relação a uma decisão de
projeto arquitetônico que influenciou em sua disciplinas). Essas discussões serviam para a
equipe validar o que estava sendo feito. Ainda assim, verificou-se pouca relevância e discussão
dos projetistas, quanto ao projeto que desenvolvia, não elegendo ou apresentando as prioridades
das disciplinas sobre o projeto, sendo todos voltados para a arquitetura.
Ao decidirem que o modelo estava pronto para ser repassado para o desenvolvimento
dos demais projetos – e dentro do tempo previsto pelo exercício – a equipe se separa, com
exceção do Engenheiro Hidrossanitário, alegando precisar de mais informações do
modelo/projeto arquitetônico para desenvolver sua proposta.
Como trabalhavam em computadores separados, o ato de se levantar e ir em direção ao
colega que precisava questionar tornou-se cada vez mais frequente. Por ter iniciado depois do
que estava programado, o Engenheiro Hidrossanitário 01 apresentou dificuldades para
representar no modelo o que havia planejado com os demais projetistas, à medida que os
projetos arquitetônico e estrutural avançavam com maior facilidade.
Ao final da etapa, percebeu-se que apesar de utilizarem bastante o programa para
visualizarem o projeto, essa forma de visualização na maioria das vezes não era para resolver
problemas, mas apenas para comunicar algo que queria ser feito, mesmo que ainda no início do
processo. A pouca comunicação por meio da transferência de dados e relação de coordenação
das disciplinas foram fatores primordiais para o resultado desta etapa (Figura 46).
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
A partir das sistematizações dos dados realizados e do relato apresentado, foi possível
justificar o modus operandi da equipe, bem como verificar quais recursos foram mais relevantes
para a equipe em cada etapa. Conforme o gráfico 01, a categoria de maior relevância nos debates
da equipe na primeira, é a Gerar, que apareceu 47% das discussões, seguido do Analisar e
Comunicar, com 33% e 20%, respectivamente. Como se trata da etapa inicial do processo,
entende-se que este é o momento em que as disciplinas envolvidas mais interagem e assim,
produzem mais informações e que para isso, é necessário verificar a viabilidade do que é
desenvolvido. Pode-se destacar também, que apesar de ser a categoria que menos foi citada nos
discursos, os recursos de comunicação esteve envolvido com as demais categorias, seja de
forma direta – por meio de citações – ou indireta – quando não é citado, mas que por observação,
estava presente.
Comunicar
20%
Gerar
47%
Analisar
33%
Prescrever
19%
Dimensionar
34%
Organizar
47%
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
Coordenar
17%
Validar
49%
Prever
34%
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
Modelar
17%
Transformar
2%
Visualizar
81%
Com a finalização da primeira etapa, foi sinalizado o início da segunda etapa. Desta vez,
os projetistas possuíam as informações para melhorar o processo de trabalho e realizarem as
modificações necessárias dos modelos. Contudo, para a equipe, as dificuldades e problemas
ficaram mais evidentes após a compatibilização. O fato desta etapa ter menos tempo que a
primeira – duas horas no total – a comunicação verbal entre os projetistas não era constante, em
contrapartida, a busca por auxílio dos facilitadores e do gerente de projetos, ficou mais intensa.
Foi possível perceber que a equipe ficou desestabilizada após a primeira
compatibilização. Acreditava-se que o problema com a comunicação fosse sanado, mesmo que
parcialmente, mas o pouco tempo para organização e compreensão de como trabalharem
colaborativamente, bem como finalização do exercício, foram primordiais para que a equipe
mantivesse os problemas da etapa anterior. O tempo previsto para esta etapa foi a menor,
propositalmente, uma vez que se entendia que neste momento, a equipe estaria com os modelos
mais desenvolvidos, além do fato da entrega não está condicionada a uma apresentação, o que
demandaria menos tempo de compatibilização.
O problema da comunicação ainda persistia, levando o Engenheiro Estrutural 01 a
trabalhar com o modelo base não atualizado – que não seria problema por um curto tempo, mas
que poderia ser prejudicial ao andamento do trabalho a longo prazo – uma vez que o Arquiteto
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
Então você vai fazer assim: Fala para o Arquiteto que você vai fazer isso, para que ela
abra o espaço para o shaft (parte inaudível)...e você fala para ela que tem 3 opções de
shafts: Uma aqui, outra ali e outra lá! Na verdade, não pode ser aqui, mas pode ser aqui,
aqui ou aqui! (FACILITADOR 02 – MEP).
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
disponibilizado para desenvolvimento da etapa, foram primordiais para que o processo perdesse
relevância.
Numa etapa em que as decisões de projeto passam a ser mais especificas, em conjunto
aos comentários do Gerente de Modelagem, que destacou o desalinhamento no processo entre
os projetos, entende-se que competências relacionadas a Prescrever – onde os projetistas
demonstrariam mais imposição nas discussões quanto a decisões de projeto que interferem na
sua disciplina – Coordenar – sendo o projetista líder responsável pela organização do que está
sendo feito, para garantir a integridade do projeto e modelo – e o Transferir – no qual os modelos
estariam organizados e disponíveis para todos os projetistas, seriam as que deveriam ter maior
relevância e as que os projetistas do equipe deveriam fazer uso. Contudo, o que ficou evidente
foi a individualidade no processo e a permanência dos mesmos erros em relação a etapa anterior,
ou seja, até este momento a colaboração não ocorria. Uma prova disto está no produto
compatibilizado: Modelo arquitetônico avançado, Estrutural e Hidrossanitário em atraso, como
visto na figura 47, onde uma das tubulações hidráulicas passa por dentro de uma viga.
Na última etapa, esperava-se que os modelos já estivessem mais integrados e que o fluxo
de trabalho já estivesse estabelecido entre as disciplinas. Apesar de mudarem a forma de
trabalho interna, o tempo destinado para a etapa não foi suficiente para que a equipe usufruísse
das melhorias. Ao afirmar que “Para o LoD 200 eu já terminei [...]”, o Arquiteto reitera o que
Lawson (2011) afirma quanto ao processo do projeto que não “chega ao fim”, mas que
naturalmente é posto um ponto final. É importante destacar que o respaldo do projetista não
está nas definições de projeto – que poderiam levar mais tempo – mas no modelo BIM
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
desenvolvido, separando a função de arquiteto/projetista do modelador BIM, uma vez que para
o nível de desenvolvimento exigido para a modelagem foi considerada alcançada.
Contudo, mesmo entendendo que o primeiro projeto/modelo que deveria ser finalizado
deveria ser a arquitetura, demonstra a falta de sintonia entre os projetistas envolvidos, que
estavam muito atrasados. Até este momento, pode-se afirmar que a colaboração não ocorre. O
BIM propõe a participação antecipada dos projetistas envolvidos no projeto, para garantir a
integridade do modelo como um todo, o que neste ponto ficou perdido. Além disso, o retorno
de discussões verbais quanto ao que poderia ou não ser feito de um projetista para outro, em
detrimento ao uso da ferramenta para tal, fez a equipe novamente perder o potencial da
ferramenta.
Assim como na etapa anterior, o tempo destinado não oferecia margem para grandes
modificações, por entender-se que neste momento, o modelo não exigiria. Aqui o fator tempo
versus organização interfere mais uma vez na produtividade da equipe. A princípio, percebeu-
se a mudança no modus operandi da equipe, agregando a comunicação verbal ao da tecnologia.
Esse fator fica evidente com a aparição de discussões relacionadas a visualização (Visualizar –
Comunicar), usando mais o programa para comunicar.
Entretanto, pouco foi transferido dados de modelo entre os projetistas, mantendo a
dificuldade no andamento dos projetos/modelos. Apesar do pouco contato entre projetistas,
algumas definições de projeto ainda estavam sendo tomadas nesta etapa, a maioria entre
Arquiteto e Engenheiro Hidrossanitário, relacionados à disposição dos shafts: “Isso aqui, eu
acho que a gente vai ter que fazer um shaft aqui [...]” ou “Então, é por que o shaft ele pode ser
tudo, nesse caso acho que dá para a hidráulica também...é pode passar a água fria também [...]”.
Após passar pelas compatibilizações, entendia-se que os problemas seriam sanados a
cada etapa subsequente, o que não ocorreu. Apesar de melhorarem o fluxo de trabalho, ainda
assim percebeu-se que a equipe trabalhava de maneira individualizada. Isso ficou evidente ao
verificar que os projetistas continuavam a não utilizar o REVIT como ferramenta de verificação
dos modelos, função esta que poderia ter sido realizada pelo arquiteto. Essa ação poderia prever
erros mais simples, não sendo preciso esperar que os modelos passassem por compatibilização
para verificá-los. Como esperado, diante de tudo que foi discutido e desenvolvido, a equipe
avançou bem nas disciplinas de arquitetura e estruturas, mas apresentou ainda problemas no
modelo hidrossanitário, devido às dificuldades apresentadas pelo projetista/modelador durante
todo o processo de modelagem.
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
Sendo assim, as competências que eram previstas para a etapa anterior se mantiveram –
Prescrever, Coordenar, Visualizar e o Transformar – por apresentarem mais características de
finalizações e definições de etapa de projeto e modelagem. Contudo, as falhas no fluxo de
trabalho, a pouca utilização da comunicação por meio da tecnologia, e a não preocupação com
a frequente verificação dos arquivos entre si, foram primordiais para os problemas que
percorreram por todas as etapas. As Figuras 48 e 49 apresentam o modelo finalizado e
compatibilizado, onde é possível verificar as últimas incompatibilidades do projeto.
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
Diante do que foi discutido nas duas etapas verifica-se que, diferente da primeira etapa,
a categoria Analisar, com 37%, é a que apresenta maior frequência nos debates entre os
projetistas, seguido das categorias Gerar, com 34% e Comunicar, com 29%, como observado
no gráfico 05. Observa-se uma inversão nos assuntos discutidos em relação a primeira etapa,
sendo mais relevante para a equipe, conferir a viabilidade do produto, em conjunto a, ainda,
expressiva influência entre as decisões de cada disciplina sobre o projeto/Modelo. Já em relação
a comunicação, se mantéem assim como na primeira etapa, sendo constante em todo o
andamento das etapas.
Comunicar Gerar
29% 34%
Analisar
37%
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
Como visto no gráfico 06, os dados referentes a categoria Gerar apresentaram 40% da
frequência dos códigos relacionados a subcategoria Prescrever, 40% do Organizar e 20% do
Dimensionar. Aqui se observa a crescente preocupação no que se refere a prioridades do que é
desenvolvido.
Dimensionar
20%
Prescrever
40%
Organizar
40%
Quanto a categoria analisar gráfico 07, do universo das discussões, 54% estavam
relacionados a subcategoria Validar, enquanto o Prever e Coordenar apresentaram 32% e 14%,
respectivamente. Pode-se observar que, mesmo com o avanço no desenvolvimento dos
modelos, a preocupação da equipe ainda estava em garantir que as decisões tomadas para o
projeto, eram pertinentes, lógicas e razoáveis.
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
Coordenar
14%
Validar
54% Prever
32%
Por fim, na categoria Comunicar, 70% das frequências dos códigos estavam
relacionados a subcategoria Visualizar, enquanto 18% eram transformar e 12% modelar
(Gráfico 08). Aqui, como na categoria anterior, foram poucas mudanças no discurso dos
projetistas, sendo o aumento expressivo dos momentos de transferência de dados, o fato mais
relevante das etapas.
Gráfico 8 – Equipe 01 – Comunicar - Etapa 02 e 03
COMUNICAR - ETAPA 02 e 03
Modelar
12%
Transformar
18%
Visualizar
70%
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
Quero puxar os dois para ficar despreocupada com a área permeável, aqui atrás eu
posso até...essa área de serviço estou pensando em deixar alguma coisa parte
inaudível pensando em deixar os dois assim, mas não sei, acho que esse espaço aqui
vai ser coberto, vou ver ainda, mas acho que não vou colar nenhum dos dois lados não
[...] ai lá em cima, eu posso inclusive deixar lá em cima...é...deixa eu fazer aqui...os
dois banheiros, o banheiro da suíte perto do banheiro do social (ARQUITETO 02,
2019).
E quando o problema era definido, a parte estética era posta em questão, para que a
decisão tomada não fosse apenas técnica.
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
Mas se der o principal, eu acho que tem que ver como isso vai ficar na volumetria,
que pode ser que ainda se altere, né? Dependendo como fique na volumetria, em
espaço, área [...] Mas acho que essa ideia principal vai ficar legal. Aqui suíte casal,
quarto dois, aí. (ARQUITETO 02, 2019).
Ai aqui teria que ter o que? Uma viga? [...] Uma viga, ali atrapalha? (Arquiteto 02).
Não. Pode até ver de fazer uma janelinha aqui, só teria que ver como faria a
manutenção dela (Engenheiro Estrutural 01) [...] por conta da ventilação, porque ele
quer ventilação, só que a ventilação ela vem do fundo do terreno, quer dizer, na lateral,
né? A ventilação ela vem daqui ne? Eu estava pensando em deixar que alguma área
com pé direito duplo [...] porque em cima tem que ter menos área, né?! Então pensei
em esse pé direito duplo ele só conta como uma vez né? [...] Porque ele não tem dois
pavimentos, e aí eu pensei em fazer alguma coisa aqui nesse lado para que o vento
pudesse entrar nesse pé direito duplo e vim para esses cômodos aqui né?! Quem sabe
algo mais ou menos assim, eu quero ver uma referência aqui que seja de acordo com
essa ideia, fazer uma coisa mais ou menos assim. (Arquiteto 02). (ARQ. 02 e EE 02,
2019)
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
Deixa eu fazer aqui a cobertura, acho que a cobertura [...] ‘tava’ pensando em fazer.
No caso ela vai ser coberto assim, ela vai ter esse rasgo aqui [...] vai ser assim... desse
jeito assim, vai ser assim [...] vai cobrir por conta da garagem, né? Aqui? Aqui vai ser
uma varanda agora, e ai eu ‘tava’ pensando, normalmente é o que eu faço né? Fazer
aqui uma calha, e fazer duas águas, não sei se isso ‘pra’ você seria [...] fazer uma calha
única aqui. (ARQ. 02 e EH 02, 2019)
Aí a caixa d’água a gente pode ver que aqui tem a concentração maior de banheiros,
então a caixa d’água pode tentar colocar pra cá, agora aqui tem a cozinha, cozinha e
área de serviço e agora? Eu gosto sempre de deixar em cima dos banheiros porque eu
acho que é o que utiliza mais, mas o que você acha melhor? Como que a gente pode
pensar nisso ai [...] Mas acho que não é problema não, quando descer pelos banheiros
passa pelo forro assim, meio que pra cozinha e tal. (ARQ. 02 e EH. 02, 2019).
A comunicação estava eficaz, principalmente quando esta passou a ser realizada por
meio do REVIT. Boa parte das resoluções dos problemas partiu de decisões de comunicação
por meio da Visualização. Diferente da equipe 01, que fez bastante uso deste recurso apenas
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
para comunicar algo, a equipe 02 fez uso deste recurso de forma mais objetiva e resolutiva,
buscando compreender “o como” poderiam resolver tal questão.
Destaca-se a comunicação efetiva entre Arquitetura e Engenharia Estrutural, sendo dois
motivos possíveis para isso ocorrer: o primeiro é o fato de estarem próximos durante o processo
– ao lado – e o segundo é no fato do Engenheiro Estrutural 02 ser mais comunicativo que o
Engenheiro Hidrossanitário 02, o que garantia mais questionamentos da arquitetura para a
estrutura. Deve ser considerado também, a falta de segurança por parte do arquiteto quanto à
estrutura, o que gerava mais questionamentos na área. Outro ponto que também deve ser
relevante é a questão da coordenação do modelo e sua Transferência. Isso fez com que os
projetistas utilizassem a ferramenta apenas para modelagem, a princípio. Pouco foi discutido
como organizar os arquivos para a primeira compatibilização, ou em como utilizar o próprio
Autodesk REVIT® como ferramenta de coordenação do projeto. A figura 50 representa o
resultado da compatibilização da equipe na etapa 01 do processo, sendo possível verificar
incompatibilidades entre as disciplinas, principalmente entre a estrutura e o hidrossanitário com
a arquitetura.
Por fim, esperava-se que a arquitetura, de fato, fosse o projeto mais discutido nesta
etapa, até por ser a primeira disciplina a ser discutida para que os demais pudessem desenvolver
as deles, mas o que se questiona é: Por que num processo colaborativo multidisciplinar, onde
foi utilizado uma tecnologia que favorece esse processo, as demais disciplinas não expuseram
mais suas necessidades? De fato, os projetistas complementares só eram acionados quando a
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
arquitetura tinha algum questionamento. Diferente da equipe 01, em que os demais projetistas
indagavam, questionavam ou até mesmo impunham algumas decisões que pudessem interferir
no processo.
Após a sistematização dos dados, a categoria Gerar apresentou maior relevância nas
discussões da equipe, com 54%, seguido do Analisar, com 24% e o Comunicar, com 22%
(Gráfico 09). Semelhante ao ocorrido na outra equipe, por se tratar da fase inicial de projetação
e modelagem, a interação entre as disciplinas que participam do processo ocorre com maior
frequência, em simultâneo a constante validação da viabilidade do que era feito. A troca de
informações segue o mesmo processo da equipe 01, sendo recorrente diretamente ou
indiretamente.
Comunicar
22%
Gerar
54%
Analisar
24%
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
sendo desenvolvido, mas que para isso, também foi necessário avaliar as necessidades de cada
disciplina envolvida, tendo em vista a precisão de dimensionamento do que era projetado.
Dimensionar Prescrever
27% 29%
Organizar
44%
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
Coordenar
13%
Validar
50%
Prever
37%
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
Modelar
23%
Transformar
4%
Visualizar
73%
organização dos dados que seriam compartilhados, bem como com a coordenação deles.
Contudo, quem realizou essa ação foi o Engenheiro Estrutural, que em determinados momentos,
cobrou ao arquiteto essa transferência.
Isso ocorreu devido a arquitetura ainda necessitar realizar modificações, que
considerava importantes para o andamento do processo. A intenção era que isso fosse ocorrendo
durante o processo, mesmo que as ações das disciplinas não fossem definidas, ou seja, mesmo
que a arquitetura não tivesse chegado as melhores soluções, era preciso que o mesmo fosse
compartilhado com os demais, para que as atividades não fossem perdendo a integridade, bem
como as decisões pudessem ser tomadas da melhor maneira e em conjunto, como o modelo do
exercício previa. Mesmo assim, a arquitetura perdeu esse controle, mas o fato de outro projetista
da equipe cobrar isso, demonstrou comprometimento com o andamento dos modelos. Isso foi
primordial para o resultado da etapa e muito importante para o processo. As discussões seguiam
o mesmo caminho, como esse entre o arquiteto e o engenheiro Estrutural:
A gente faz o que agora? Pega um novo arquivo ou contínua o outro? (Engenheiro
Estrutural) [...] vou apagar a minha estrutura aqui viu?! O Arquiteto 02 pediu para
apagar e adicionar de novo [...] A gente manda já, vou só fazer o shaft pra ajudar ele,
é rápido [...] eu não posso linkar, não posso [...] é mesmo? Por quê? [...] Ó, eu aperto
aqui e descarrego, fica só os pilares que é o vínculo que ele estava me explicando, aí
quando carrego vem tudo de volta. (ARQ. 02 e EE. 02, 2019)
O caminho escolhido pelos projetistas foi buscar os facilitadores, mesmo que o uso do
recurso de transferência seja “simples” e que deveria ser bastante recorrente durante os
processos colaborativos, mas como os projetistas nunca haviam participado de um processo
semelhante com o uso do BIM, não tinham conhecimento e consequentemente dificuldade de
fazer uso.
Na metade da segunda etapa, as discussões passaram a ser muito mais técnicas e
objetivas, sendo o recurso de validação utilizado de maneira recorrente pela equipe, que
buscavam entender melhor e saber se as decisões tomadas eram realmente as melhores. As
discussões permeavam em: “Que pilar é esse? [...] Aqui tá alinhado com a parte de dentro, se
eu alinhar essa parte com a parte de dentro tá desencontrando”, entre o Arquiteto 02 e o
Engenheiro Estrutural 02, ou nesse questionamento do Arquiteto 02 ao Engenheiro
Hidrossanitário 02:
A caixa d’água eu quero cobrir ela todinha, sabe? Parte inaudível pra poder definir o
telhado. Esse telhado vai ficar péssimo pra fazer. Porque o telhado está todo recortado
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
Parte inaudível já tá um metro, mas agora eu preciso saber da medida dela. Tu “botou”
ela dentro do banheiro foi? Deixa eu olhar aí. (ARQ. 02, 2019)
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
lembrar o arquiteto que deveria fazer isso. Isso ficou compreensível, pois o arquiteto ainda tinha
bastante material para desenvolver e não recordava de fazer as transferências ou até mesmo a
coordenação. As figuras 52 e 53 apresentam o resultado final da equipe 02, sendo possível
verificar a diminuição das incompatibilidades entre as disciplinas e as que permanecem, são
erros de modelagem simples de simples resoluções.
a modelagem e a decisões de projeto, assim como na equipe 01, mas que diferente deles, as
decisões pareciam ser mais adequadas e sensatas e que podem ser justificadas ou pela
experiência já adquirida, com esse tipo de projeto. Apesar de todos os problemas e dificuldades,
o produto final da equipe foi dentro do esperado. (Desenvolvimento x Produto), apresentando
mais pontos positivos, do que negativos.
Gerar
31%
Comunicar
36%
Analisar
33%
No que se refere a Categoria Gerar, a subcategoria Prescrever foi a que apresentou maior
relevância para a equipe, com 65% das discussões, seguido da Dimensionar com 21% e da
Organizar com 14% (Gráfico 14). Em relação ao início do exercício até o momento da terceira
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
etapa, fica evidente a “inversão de valores”, quando a preocupação com as necessidades de cada
disciplina, sobrepõe a do planejamento, que estava em evidência no início do processo.
Dimensionar
21%
Organizar
14%
Prescrever
65%
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
Coordenar
16%
Prever
Validar 24%
60%
Por fim, em relação a categoria Comunicar, 40% das discursões foram sobre a
subcategoria Visualizar, 35% sobre o Modelar e 25% sobre Transformar (Gráfico 15). Dentre
as categorias desta etapa, esta foi a que apresentou maior equilíbrio. A visualização do modelo
continuou sendo o recurso mais utilizado, como esperado. Contudo, destaca-se o aumento da
transferência de dados entre os membros da equipe, que mesmo não sendo focado na
coordenação dos modelos, auxiliou para que os modelos seguissem com integridade.
Gráfico 16 – Equipe 02 – Comunicar - Etapa 02 e 03
COMUNICAR - ETAPAS 02 E 03
Modelar
35%
Visualizar
40%
Transformar
25%
Com os dados apresentados pelas duas equipes, esperava-se que os modelos estivessem
mais integrados e que o fluxo de trabalho já estivesse estabelecido entre as disciplinas.
Entendia-se que os erros, após passar pelos pontos marcos, seriam sanados nas etapas
subsequentes, o que não ocorreu parcialmente com a Equipe 01, mas que não ocorreu na Equipe
02.
Com respeito a modelagem, foi verificado que o cuidado e a preocupação com que o
modelo seria apresentado e entregue, não foram colocados como prioridade para a Equipe 01,
diferentemente da Equipe 02, que apesar de não deixar isso transparecer durante a primeira
etapa, deixou evidente nas duas últimas. Em relação a projetação, a participação dos projetistas
da engenharia inibe os avanços e as decisões tomadas pelo projetista da arquitetura, deixando-
os em alguns momentos, receosos em solucionar problemas sem ter o respaldo dos colegas de
equipe.
Verificou-se que o modelo de transferência de dados, nos estudos de referência
abordados, o Revit Serve, da Autodesk® é um dos exemplos de aplicativo de compartilhamento
de arquivos, para arquivos originados em softwares da fornecedora. Contudo, pensando na
realidade do local e em se tratando de um aplicativo gratuito, foi utilizado o Dropbox® como
ferramenta de compartilhamento de dados. O ponto mais crítico para que o exercício ocorresse
sem grandes perturbações externas estava na qualidade da internet (um dos motivos da escolha
do Laboratório de Informática de Arquitetura da UFRN, por ter internet por fiação a cabo de
rede) e em relação ao compartilhamento dos dados, para não evitar perda de dados. Nesse
contexto, a integração das disciplinas e detecção de interferências ocorreu principalmente por
meio de softwares proprietários, fazendo uso de arquivos vinculados, quando a equipe
coordenava e revisava por meio do Revit, e com uso do padrão IFC, para os momentos de
compatibilização.
Em relação às compatibilizações, acreditava-se que com os conselhos do Gerente de
Modelagem, as equipes ficariam mais atentas às questões referentes à comunicação e que,
consequentemente, fariam com que a categoria fosse cada vez mais relevante para o processo,
principalmente após a primeira detecção de interferências com foco na compatibilização dos
dados geométricos e menor atenção nos demais parâmetros construtivos. Os softwares
utilizados para compatibilização e os de modelagem são da mesma fabricante, o que resultaria
em baixo nível de interoperabilidade com pouco uso do padrão IFC, logo, maior integridade
dos produtos desenvolvidos. Contudo, notou-se que os recursos de comunicação, revisão de
projeto e detecção de interferências, foram subutilizados pelas equipes e apenas a Equipe 02
demonstrou entendimento e colocou em prática as sugestões realizadas pelo Gerente de
Modelagem, fazendo cada vez mais uso das transferências dos dados e mantendo assim, a
integridade dos modelos.
Os resultados da pesquisa apontam que na Equipe 01 e 02, das discussões ocorridas na
Etapa 01 do exercício, 47% e 53% estavam relacionadas à categoria Gerar, respectivamente.
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
Tais resultados indicam que nessa etapa inicial do exercício, as disciplinas interagiram mais
com o projeto e que dessa forma, gerariam informações. Já nas Etapas 02 e 03, essa recorrência
muda, sendo a categoria analisar a que mais aparece, com 37,28% na Equipe 01 e 34,78% na
Equipe 02, como apresentado no gráfico 17, indicando que as equipes estavam preocupadas em
avaliar a viabilidade do que está sendo feito.
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Etapa 01 - Categoria Gerar Etapa 02 e 03 - Categoria Analisar
Equipe 01 Equipe 02
Em se tratando das subcategorias é que se pode observar qual a real necessidade de cada
recurso/categoria utilizado. Verifica-se que na Etapa 01, ambas equipes estavam com as
mesmas preocupações, com exceção do uso do recurso da Análise, que, enquanto a Equipe 01
validava as soluções tomadas, buscando verificar a lógica nelas, a Equipe 02 foi mais cautelosa
e focou na previsão das decisões dentro do projeto. Já nas Etapas 02 e 03, a diferença estava no
objetivo da geração de informações, uma vez que a Equipe 01 ainda estava nas organizações e
planejamentos do material que seria entregue, a Equipe 02 buscava refinar o material,
verificando as necessidades de cada disciplina no projeto.
Os resultados demonstram que as competências mais relevantes no processo projetual
colaborativo auxiliado por ferramentas BIM ensaiado na pesquisa são: a.) Prescrever, por
apresentar a importância de cada disciplina no projeto; b.) Prever, já que o conhecimento e as
experiências adquiridas anteriormente, são diferenciais no processo; c.) Validar, por se tratar
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5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
de um projeto em conjunto, o que exige constantes aprovações; d.) Visualizar, por servir de
apoio nas decisões tomadas; e.) Transformar, principal diferencial no processo colaborativo por
meio do BIM, por contribuir com a celeridade e com o intercâmbio transparente entre dos
arquivos. Sendo assim, fica evidente que os recursos utilizados em cada etapa são semelhantes,
seguindo um padrão, o que pode indicar que os recursos mais utilizados num processo
colaborativo por meio do BIM são: Gerar/Organizar, para etapas de concepção; e
Analisar/Validar, para etapas de desenvolvimento e finalização de produto.
Por fim, deve-se destacar também a presença constante dos recursos de Organização e
o de Modelagem, que por mais que não tenha sido os que mais apareceram nos discursos dos
projetistas, apresentaram resultados expressivos em todas as etapas, já que se entende a
constante necessidade de planejar e pensar o projeto e que em se tratando de BIM, precisa ser
modelado para observar e analisar as soluções.
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6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
discussões das equipes não foi a melhor escolha, uma vez que dificultou as transcrições, não
sendo possível fazer uso de aplicativos que pudessem realizar esse trabalho automaticamente.
Sendo assim, todos os áudios foram transcritos manualmente, atrasando um pouco o
desenvolvimento. Uma solução para a essa questão é a utilização de mais de um equipamento
de captação de áudio, além da realização de exercícios com cada equipe em momentos distintos,
para evitar ruídos.
O terceiro e último problema destacado está no formato da seleção dos participantes,
que determinava pré-requisitos, mas não avaliava e/ou exigia nível de conhecimento, fosse no
software ou no processo colaborativo. Verificou-se que a maioria das dificuldades no uso do
REVIT eram por parte dos engenheiros, que alegavam pouco contato com a ferramenta durante
a faculdade. Já no que se refere ao processo colaborativo, nenhum dos participantes havia
participado ou realizado projetos nesse modelo, dificultando o entendimento entre eles.
Segundo Martin Júnior (2018), verifica-se uma tendência à expansão no uso do BIM em
Natal/RN, mas há dificuldade de arquitetos em encontrarem profissionais da engenharia que
sejam habilitados em BIM, e vice-versa; isso vem desmotivando os profissionais a trabalharem
de maneira colaborativa. Vale destacar que a necessidade de aprovação da pesquisa pelo comitê
de ética atrasou um pouco o desenvolvimento e que, apesar de ser necessário, existem alguns
entraves/termos solicitados pelo comitê que podem incomodar ou intimidar participantes da
pesquisa.
De maneira geral, considera-se que os objetivos da pesquisa foram atendidos. Apesar de
ser uma investigação inicial sobre a temática do BIM aplicado ao processo de projeto
colaborativo no universo de estudo local, as pesquisas bibliográficas mais recentes apontam
que se trata de um tema com interesse crescente, tendo em vista que novos dados sobre o assunto
vêm sendo publicados, por exemplo, o trabalho de Martins Júnior (2018). Durante o
desenvolvimento desta pesquisa, verificou-se a existência de questionamentos que os dados
coletados, ou a análise deles, não foram suficientes para responder. Para tanto, sugere-se uma
nova aplicação do modelo de exercício com os mesmos participantes. Os resultados desse
exercício podem ser abordados em um artigo, complementando esse estudo.
Vemos também como possibilidade de pesquisa futura, a realização de estudos e
pesquisas que complementem essa experiência, definindo diretrizes que estabeleçam maneiras
de implementação do BIM para pequenos escritórios e faculdades locais, que estimulem o
trabalho colaborativo. Seria definido também a forma de compartilhamento de modelos que
melhor favorecesse a estrutura de trabalho de cada escritório/faculdade, bem como as metas de
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
entrega dos produtos alcançáveis com o trabalho colaborativo. Para o meio acadêmico, propõe-
se a criação de disciplinas que incentive a participação de arquitetos e engenheiros que
pudessem explorar o conteúdo teórico do BIM, principalmente os relacionados aos processos e
às políticas. Já para o mercado profissional, além de disciplinas ou cursos de pós-graduação que
abranjam esses conteúdos, a busca por profissionais habilitados que auxiliem na implementação
BIM é o primeiro passo a ser dado.
Por fim, cabe assinalar que esta pesquisa pode abrir caminhos para novas investigações
sobre a inserção dos conteúdos sobre o BIM em cursos de graduação de Arquitetura e
Urbanismo e Engenharia Civil, por meio de disciplinas optativas, assim como portas para novos
estudos no campo de processos colaborativos por meio do BIM, aplicados à área da construção
civil.
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REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
ABNT. NBR 16636. Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos especializados de
projetos arquitetônicos e urbanísticos. Brasil, 2017.
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APÊNDICES
APÊNDICES
Apêndice 01 – Exercício Modelo
2. Pretende-se que o projeto tenha como programa de necessidades: Garagem coberta, Sala de Estar,
Sala de Jantar, Cozinha, Área de Serviço, Dois Banheiros Sociais, Suíte do Casal, Três
Quartos.
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APÊNDICES
4. O terreno escolhido para o desenvolvimento da proposta está localizado no bairro de Lagoa Nova,
com dimensões de 10x20m, na cidade de Natal/RN. Considerar que o bairro já possui Rede de
Esgoto Público.
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APÊNDICES
Por fim, temos também, a presença do profissional que fará a gestão do modelo final.
● Gerente do Modelo (Andrew): Irá compatibilizar e gerar as documentações finais do modelo.
PROGRAMAÇÃO
DIA 01 – 17/07 – 14h00 às 17h00
14h00 às 14h45 - Apresentação do conteúdo e da atividade que será desenvolvida (Etapa 01) e divisão das equipes;
14h45 às 16h00 - Nivelamento dos participantes – Revisão sobre o uso do REVIT® (Arquitetura e Estruturas);
16h00 às 17h00 – Nivelamento dos participantes – Revisão sobre o uso do REVIT® (MEP).
DIA 02 – 18/07 – 08h00 às 17h00
ETAPA 01 – INÍCIO DAS ATIVIDADES – 08h00 às 12h00
08h30 às 10h00 – ARQUITETOS – Inicialização da Proposta Arquitetônica;
08h30 às 10h00 – ENGENHEIROS ESTRUTURAIS – Inicialização no Pré-dimensionamento dos Pilares e Vigas;
08h30 às 10h00 – ENGENHEIROS DE INSTALAÇÕES – Inicialização no Pré-dimensionamento das instalações.
10h00 às 11h30 – ARQUITETOS – Modelagem BIM – Desenvolvimento da Proposta Arquitetônica;
10h00 às 11h30 – ENGENHEIROS ESTRUTURAIS – Modelagem BIM – Desenvolvimento da Proposta
Estrutural;
10h00 às 11h30 – ENGENHEIROS DE INSTALAÇÕES – Modelagem BIM – Desenvolvimento da Proposta de
Instalações Hidráulicas;
11h30 às 12h00 – COMPATIBILIZAÇÃO 01 – ARQUITETURA, ESTRUTURAS E INSTALAÇÕES
12h00 às 13h00 – INTERVALO PARA ALMOÇO
ETAPA 02 – DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE – 13h00 às 15h30
13h00 às 15h00 – ARQUITETOS – Modelagem BIM – Desenvolvimento da Proposta Arquitetônica;
13h00 às 15h00 – ENGENHEIRO ESTRUTURAL - Modelagem BIM – Desenvolvimento da Proposta Estrutural;
13h00 às 15h00 – ENGENHEIROS DE INSTALAÇÕES – Modelagem BIM – Desenvolvimento da Proposta de
Instalações Hidráulicas;
15h00 às 15h30 – COMPATIBILIZAÇÃO 02 – ARQUITETURA, ESTRUTURAS E INSTALAÇÕES
ETAPA 03 – FINALIZAÇÃO DA ATIVIDADE – 15h30 às 17h00
15h30 às 16h30 – ARQUITETOS – Modelagem BIM – Finalização da Proposta Arquitetônica;
15h30 às 16h30 – ENGENHEIRO ESTRUTURAL - Modelagem BIM – Finalização da Proposta Estrutural;
15h30 às 16h30 – ENGENHEIRO INSTALAÇÕES - Modelagem BIM – Finalização da Proposta Instalações
Hidráulicas;
16h30 às 17h00 – COMPATIBILIZAÇÃO 03 E FINALIZAÇÃO DA ATIVIDADE
REGRAS E OBJETIVOS DA ATIVIDADE
Para a atividade alcançar o objetivo final, foram estabelecidas regras e objetivos específicos, como visto
a seguir.
ENG.
ETAPA ARQUITETO ENG. ESTRUTURAL
HIDRÁULICO
Etapa 01
Participação de todos os Profissionais Envolvidos
Nivelamento
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APÊNDICES
O Projetista de Arquitetura
iniciará o desenvolvimento
Etapa 01
da ideia inicial da proposta.
Estudo Preliminar x X
Modelagem LOD 150
Arquitetônico
Início de modelagem da
Arquitetura
O Projetista Estrutural fará
os primeiros
Etapa 01 dimensionamentos e
Pré-dimensionamento da x lançamentos da estrutura. x
Estrutura Modelagem LOD 200
Início de modelagem da
Estrutura
O Projetista Hidráulica
fará os primeiros
dimensionamentos e
Etapa 01
lançamentos das
Pré-dimensionamento da x x
instalações.
Estrutura
Modelagem LOD 200
Início de modelagem das
Instalações
Ponto marco 01 Compatibilização inicial, para encontrar os primeiros problemas. Só serão
Compatibilização 01 compatibilizadas ARQUITETURA e ESTRUTURAS.
Etapa 02
Modelagem LOD 200
Desenvolvimento de Estudo
Desenvolvimento da x x
Preliminar Arquitetônico e
modelagem e do Projeto.
Modelagem BIM
Etapa 02
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APÊNDICES
Finalização do
dimensionamento da
Estrutura
Etapa 03
Modelagem LOD 300
Finalização do
X x Finalização da
dimensionamento das Inst.
modelagem e do Projeto.
Hidráulicas
Compatibilização inicial, para encontrar os primeiros problemas. Serão
Ponto marco 03
compatibilizadas ARQUITETURA, ESTRUTURAS e INSTALAÇÕES.
Compatibilização Final
Neste momento o processo deverá ser finalizado.
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APÊNDICES
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APÊNDICES
Apêndice 03 – Questionário
QUESTIONÁRIO - PERGUNTAS
ETAPA 01 – INÍCIO DAS ATIVIDADES – 08h00 às 12h00
1. O que deu CERTO nesta etapa?
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APÊNDICES
Caso decida aceitar o convite, você será submetido(a) ao(s) seguinte(s) procedimentos:
Participação na Atividade de Extensão, bem como a gravação de voz e realização de fotos.
Será aplicado questionário estruturada que tem por objetivo, obter feedback na participação
do evento.
Os riscos envolvidos com sua participação são mínimos, já que os instrumentos de coleta de
dados corresponderão apenas a participação da Atividade de Extensão, havendo a manutenção
do sigilo absoluto das informações coletadas e da identidade de todos os participantes. Caso
sinta-se mobilizado(a) ou desgastado(a) emocionalmente no decorrer das atividades, serão
realizadas intervenções por parte da equipe organizadora, para que o problema seja sanado.
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APÊNDICES
guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar
os voluntários. Em qualquer momento, se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente
desta pesquisa, você terá direito a indenização, durante todo o período da pesquisa você poderá
tirar suas dúvidas ligando para o pesquisador responsável Iran Luiz Seabra Souza, contato
(84) 99446-3410 ou por e-mail iran.arq@gmail.com. Você tem o direito de se recusar a
participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo
para você.
Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em
congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe
identificar. Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em
local seguro e por um período de 5 anos.
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá entrar em contato com o Comitê de
Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes, telefone: 3342-5003, endereço: Av.
Nilo Peçanha, 620 – Petrópolis – Espaço João Machado – 1° Andar – Prédio Administrativo -
CEP 59.012-300 - Nata/Rn, e-mail: cep_huol@yahoo.com.br.
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador
responsável Iran Luiz Seabra Souza.
Participante da Pesquisa:
Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, , de
forma livre e esclarecida, autorizo e manifesto interesse em participar da pesquisa.
Local e Data: .
Pesquisador Responsável:
Assinatura do Pesquisador: .
Assinatura do Orientador: .
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