Books">
Livros Didaticos de Historia Entre Politicas e Nar
Livros Didaticos de Historia Entre Politicas e Nar
Livros Didaticos de Historia Entre Politicas e Nar
2019v25n1p561
Erinaldo Cavalcanti1
1
Doutor em História pela UFPE. Professor do mestrado interdisciplinar e da Faculdade de
História (Unifesspa). Líder do grupo de pesquisa iTemnpo. E-mail:
ericontadordehistorias@gmail.com.
561
Erinaldo Cavalcanti
562
Resenha
563
Erinaldo Cavalcanti
564
Resenha
565
Erinaldo Cavalcanti
acadêmicos, predomina nos livros didáticos uma história factual e linear que
apresenta a participação dos negros de forma passiva e a partir da sucessão
cronológica das leis do Ventre Livre, do Sexagenário e da Lei Aurea.
Marcelo Magalhaes e Rebeca Gontijo analisam a proclamação da
república em três temporalidades distintas, a partir das narrativas didáticas
produzidas nos tempos atuais, na década de 1940 e no período imediato à
instauração da república. Nesse sentido, os autores demonstram como os
textos representaram de formas distintas os acontecimentos, bem como
algumas variações que sofreram ao longo do tempo. No período imediato à
instauração da república, esta é apresentada como resultante de uma
revolução democrática conduzida por Deodoro da Fonseca e Benjamin
Constant. Na década de 1940, as explicações centram o foco da escrita em
torno do ―15 de novembro‖, com ênfase no caráter político do evento,
destacando, ainda, a atuação de personagens políticos como sujeito
individuais, antes que coletivos. As narrativas nos dias atuais deslocam o fio
condutor para apresentar a república como resultante de um processo,
representado, sobretudo, a partir da crise vivenciada no império. Nesse
enredo, a república é filha da crise, que é apreendida em uma
temporalidade mais ampliada para além do ano de 1989.
Helenice Rocha analisa em seu capítulo como a ditadura militar no
Brasil é explicada nos livros didáticos de história. Segundo a autora, esse
acontecimento da história recente do país é representado em uma
sequência cronológica que se inicia na crise no governo João Goulart. Essa
estrutura explicativa permanece ao apresentar o período ditatorial por meio
da sequência dos ditadores que ocuparam a presidência da república.
Segundo a autora predomina nos livros didáticos analisados explicações
simplistas em que associam que forma mecânica os setores considerados
―mais conservadores‖ ou de direita a grupos políticos e econômicos ligados
aos militares. Em oposição, os segmentos sociais denominados de
esquerdas aparecem como os grupos de vanguarda. A partir das reflexões
apresentadas por Rocha compreende-se que os livros didáticos constroem
explicações simplistas, generalizadoras e dualistas. Em suas páginas não há
566
Resenha
567
Erinaldo Cavalcanti
568
Resenha
569