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Análise Da Bacia Do Médio Parnaíba
Análise Da Bacia Do Médio Parnaíba
Análise Da Bacia Do Médio Parnaíba
As bacias do Médio Parnaíba apresentam limites que vão desde a confluência do rio Poti até ao
encontro com o Rio Gurguéia, entre as coordenadas 5° 10’ e 6° 50’ de latitude, e entre 42° 45’
e 43° 25’ de longitude. Essas bacias são de porte pequeno e deságuam no Parnaíba de forma
distribuída.
O espaço perene do Vale do Médio Parnaíba corresponde a uma área de 160.200 km², com
vazão média de cerca de 1.505 m³/s, disponibilidade hídrica de 47,5 bilhões de m³ por ano
para a circulação superficial e recarga de aqüíferos, dos quais o deflúvio direto é de cerca de
27,4 % 1. Os principais afluentes pela margem direita do rio Parnaíba, são o riacho Fundo e o
riacho Mulato.
O clima varia de sub úmido na parte sul da bacia a úmido na parte norte. A precipitação média
anual é de cerca de 1.000 mm, na parte sul, até 1.400 mm na parte norte da bacia. O regime
pluviométrico caracteriza-se por dois períodos, um seco, e outro chuvoso. O período de chuvas
inicia em outubro e se estende até abril. Em média, mais de 90% do total ocorrem no período
que vai de outubro a abril, sendo fevereiro e março os meses mais chuvosos, enquanto que
julho e agosto são os meses de menor pluviometria. A temperatura média anual é de 27,2° C,
com variações em função do período chuvoso. A média das máximas atinge os 30° C e média
das mínimas 25,3° C. A umidade relativa média anual varia de 60% a 65%, crescendo de
sudeste para norte. A evaporação total média anual (medida em tanque classe A) é da ordem
de 2.506 mm. A evapotranspiração potencial é avaliada em torno de 1.882 mm (Floriano).
Na região das bacias do Médio Parnaíba estão os contatos entre savana e estepe e savana e
floresta estacional, que existem desde Luis Correia se estendendo para o sul até as nascentes
do rio Gurguéia. Nos contatos entre savana e estepe aparecem espécies vegetais tipo murici,
goiabinha, araçá, jatobá, pinhão, aroeira-da-praia, jurema-preta, quebra-faca, lixeira. Nos
1
IBGE.1996. Macrozoneamento Geoambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba. Série Estudos e Pesquisas em
Geociências, n. 4, 111 p. Coordenação de Margarete Prates Rivas. Rio de Janeiro/RJ.
contatos entre savana e floresta ocorrem espécies como aroeira, braúna, jatobá, jacarandá,
mangabeira, angico-de-bezerro, sucupira, coração-de negro 1.
Na área das bacias do Médio Parnaíba, pelo lado do Piauí, predominam a Formação Pedro do
Fogo e a Formação Corda, do Grupo Balsas, além da ocorrência da Formação Pastos Bons, do
Grupo Mearim e a Formação Sardinha. A Formação Pedra do Fogo é composta por rochas
sedimentares: sílex e calcário oolítico episolítico creme a branco, intercalado com arenito fino a
médio amarelado, folhelho cinzento e anidrita branca; a Formação Corda é composta por
arenito cinza esbranquiçado e avermelhado, e raro níveis de sílex. A Formação Pastos Bons é
composta por rochas sedimentares: siltitos e folhelho, argilito verde e castanho-avermelhado.
A Formação Sardinha, de origem ígnea, é composta por basaltos escuros, predominantemente
alterados; diabásios, gabros e micromangeritos (CPRM - Mapa geológico do estado do Piauí,
1995).
De acordo com o censo de 2000, a população das bacias do Médio Parnaíba é de 31.554
pessoas, sendo que 11.893 habitantes (37,7 %) residem no meio urbano e 19.661 habitantes
(62,3 %) no meio rural. O município mais populoso é Palmeirais com 12.151 habitantes, e o
menor é Miguel Leão com 1.368 habitantes.
14000
12000
10000
número
8000
de habitant es
6000
4000
2000
0
Cur ralinhos Hugo Jar dim do Miguel Leão Nasária Palmeirais Sant o São Gonçalo
Napoleão Mulat o Ant ônio dos do Piauí
Milagr es
Hugo Napoleão é o município com há maior população no meio urbano (79,5 %). Em Miguel
Leão há um equilíbrio relativo entre habitantes no meio urbano (54,6 %) e meio rural (45,4
%). Nos demais municípios: Curralinhos, Jardim do Mulato, Palmeirais, Santo Antonio dos
Milagres, São Gonçalo do Piauí, há maior número de habitantes no meio rural. Nazária, por ser
um município recentemente desmembrado de Teresina, ainda não há dados disponíveis.
Distribuição Populacional nos Municípios com Sedes com < 5.000 habitantes
Bacias Difusas do Médio Parnaíba
100,0
90,0
80,0
70,0
60,0
% 50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
Curralinhos Hugo Jardim do Miguel Leão Nasária Palmeirais Santo São Gonçalo
Napoleão Mulato Antônio dos do Piauí
Milagres
% urbana % rural
0,900
0,800
0,700
0,600
0,500
IDH
0,400
0,300
0,200
0,100
0,000
Curralinhos Hugo Jardim do Miguel Nasária Palmeirais Santo São
Napoleão Mulato Leão Antônio Gonçalo do
dos Piauí
Milagres
IDH(1991) IDH (2000) IDH baixo (< 0,499) IDH médio (0,499 < IDH < 0,799)
As sedes municipais das bacias do Médio Parnaíba constam de rede pública de água, cuja fonte
exclusiva são as águas subterrâneas.
• Águas Subterrâneas
Nas Bacias Difusas do Médio Parnaíba foram identificados 28 poços tubulares: 19 poços ativos;
06 poços abandonados e 03 poços paralisados. A profundidade dos poços é muito variada.
Alguns são relativamente rasos como em São Gonçalo do Piauí e Miguel Leão, e outros chegam
até 170 m de profundidade como em Curralinhos. O gráfico abaixo mostra a distribuição dos
poços, as profundidades (informadas), e as condições em cada sede municipal.
5
48 m
número 4
> 100m
de poços 3
110 m
2 69m
170 m 120 m 42 m
57 m
1
> 100 m 150 m
126 m 140 m 96 m 115 m 74 m
0
Curralinhos Hugo Jardim do M iguel Leão Nasária Palmeirais Sant o São
Napoleão M ulat o Antônio Gonçalo do
dos Piauí
M ilagres
at ivo paralisado abandonado
• Oferta de água
Considerando as vazões informadas, o tempo de bombeamento dos poços e o número de
habitantes pelo censo de 2000, a oferta de água estimada para algumas sedes, como por
exemplo, Curralinhos é de 200 L/hab/dia; Jardim do Mulato é, no mínimo, de 360 L/hab/dia;
Miguel Leão, 320 L/hab/dia; Palmeirais, 140 L/hab/dia e São Gonçalo, 290 L/hab/dia.
Problemas identificados
Além da capacidade de reservação insuficiente em Hugo Napoleão, há ocorrência de falta de
água quando há falhas no sistema de fornecimento de energia.
A sede de Jardim do Mulato, tem uma oferta de água excelente, mas apresenta baixa
capacidade de reservação.
Miguel Leão, cerca de 25 % da sede sofre com falta de água por falta de rede. Palmeirais é
outra sede em que a parte alta da cidade está sem atendimento
Em Santo Antonio dos Milagres, o poço operado pela AGESPISA vem apresentando diminuição
de vazão. As águas captadas nos poços da Prefeitura são distribuídas por chafarizes. Nesta
sede, cerca de 46 % está sem cobertura.
Em São Gonçalo do Piauí foram detectadas diminuições de vazão nos poços operados, onde
três poços foram abandonados por este motivo.
Em relação à classe de água, obteve-se informação que do total de poços (28), 14 (50 %)
apresentam água doce (13 poços estão ativos; 01 paralisado), e 08 (29 %) apresentam água
salobra (06 ativos, 02 paralisados). Não foi possível obter informações de 06 poços (21 %).
• Classe de água
Em relação à classe de água, foram identificados 13 poços ativos com água doce e 06 ativos
com água salobra/salina (Curralinhos, Miguel Leão e Nazária). Além desses poços, existem 02
poços paralisados com água salobra/salina, 01 poço paralisado e 01 poço abandonado com
água doce.
A situação é crítica em Miguel Leão e Nazária onde todos os poços apresentam água
salobra/salina. Curralinhos também apresenta problemas, mas segundo informações um dos
poços ativos apresenta água doce.
7
6
5
n úm e r o 4
de po ços 3
2
1
0
Curr alinhos Hugo Jardim do Miguel Leão Nazár ia Palmeirais Sant o São Gonçalo
Napoleão Mulat o Ant ônio dos do Piauí
Milagr es
Perímetro de Proteção
Em relação às condições de preservação das condições de operação e condições sanitárias dos
poços, observou-se que 18 poços têm perímetro de proteção2. Mas, em Miguel Leão e Hugo
Napoleão, todos poços estão sem muro ou cerca de proteção. Além desses municípios,
Curralinhos, Jardim do Mulato também apresentam poços sem perímetro de proteção.
5
núm e r o 4
d e p oço s
3
0
Curr alinhos Hugo Jardim do Miguel Leão Nazár ia Palmeirais Sant o São Gonçalo
Napoleão Mulat o Ant ônio dos do Piauí
Milagr es
• Lajes de Cimento
Em relação às lajes de cimento, necessárias para evitar o escoamento de poluentes pelas
paredes laterais do poço, observou-se que 16 poços estão sem laje de proteção, 10 poços
estão com laje, e para 02 poços não foi possível obter informação.
Os casos mais críticos são de Miguel Leão e Santo Antonio dos Milagres, onde nenhum poço
está protegido com laje de cimento. Curralinhos, Palmeirais e São Gonçalo do Piauí também
apresentam poços sem este tipo de proteção.
7
6
5
n úm e r o 4
de po ços
3
2
1
0
Curr alinhos Hugo Jar dim do Nazária Miguel Leão Palmeir ais Sant o São Gonçalo
Napoleão Mulat o Ant ônio dos do Piauí
Milagr es
• Vedação
Para conservar a qualidade das águas é necessário que os poços e reservatórios estejam
vedados totalmente. No caso das bacias do Médio Parnaíba, 25 poços estão vedados, sendo
que 15 poços têm tampas preservadas, mas dois poços estão sem vedação (Miguel Leão e São
Gonçalo do Piauí). Onze das 25 tampas não estão preservadas, sendo que 08 tampas só estão
vedando parcialmente, permitindo a entrada de poluentes e a degradação da qualidade das
águas subterrâneas.
2
O perímetro de proteção é a área de operação do poço ou conjunto de poços onde nenhuma atividade é permitida,
devendo abranger um raio de 10 m a 20 m (Decreto 32.955/91 da Lei 6134/88 – SP).
P r ot e ção S a ni t ár i a de P oço s da s S e d e s M un i c i p a i s ( < 5 . 0 0 0 h a b i t a nt e s)
B a c i a D i f u sa s d o M édi o P a r na í b a - Ve d a ção
n úm e r o 3
de po ços
2
0
Curr alinhos Hugo Jar dim do Miguel Leão Nazária Palmeirais Sant o São Gonçalo
Napoleão Mulat o Ant ônio dos do Piauí
Milagres
c om t a mpa se m t a m pa t a m p a p r e se r v a da t a m p a n ão p r e se r v a da se m i nf o r m a çõe s