DE Adão A Jesus
DE Adão A Jesus
DE Adão A Jesus
ISBN 978-85-7343-930-4
9*78857311439304
De Adão a Jesus — O perfil de 50
personagens que mudaram a História
T736p
ISBN 978-85-7343-930-4
CDD- 220.92
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De Adão a Jesus — O perfil de 50
personagens que mudaram a História
Jim George
Traduzido por
Maria de Lourdes Vaz Sppezapria
graça
EDITORIAL
Rio de Janeiro, 2012
De Adão a Jesus — O perfil de
50 personagens que mudaram a História
C ontexto básico
No principio, criou Deus os céus e a terra (Gn 1.1). Essas famosas palavras abrem a
Bíblia e apontam para o início de toda a criação e para Adão, nosso cabeça e o princípio
de toda a humanidade. Nele todos possuem o privilégio de terem sido criados à imagem de
Deus. Com ele aprendemos o que nossa existência deveria ter sido desde o início: santa.
Em Adão também ficamos face a face com o efeito do seu pecado.
S intetizando
Deus, contudo, não deixou Adão, Eva e a humanidade sem esperança. Ele
prometeu que um descendente da mulher algum dia derrotaria o mal e, especialmente,
Satanás, representado pela serpente no jardim do Éden. O Altíssimo explicou ao diabo
que alguém viria (Jesus) e lhe feriria a cabeça (Gn 3.15), referindo-se ao golpe fatal que
será dado em Satanás.
O CENÁRIO
10
A dão - O primeiro homem
total conhecimento de que sua atitude é errada (1 Tm 2.14). O pecado do casal vai
além da ingestão do fruto: eles desobedecem à palavra revelada de Deus. Adão e Eva
acreditam nas mentiras do diabo e colocam sua própria vontade acima da divina.
O RETRATO
Deus comunica a Adão com clareza: De toda árvore do jardim comerás livremente,
mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás (Gn 2.16,17). Quando Adão e
Eva escolhem comer o fruto proibido assim mesmo, o pecado entra na raça humana com
todas as suas terríveis consequências (Rm 5.12), incluindo:
• Vergonha (Gn 3.7).
• Rompimento da amizade íntima com Deus e imediata morte espiritual
(Gn 3.8).
• Dissensão no relacionamento conjugal quando sua unidade decaiu em
acusação (Gn 3.12).
• Dissensão no relacionamento de Adão com Deus quando ele escolhe
culpar o Criador: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da
árvore, e comi (Gn 3.12).
• Sofrimento, fadiga, dor e inevitável morte física (Gn 3.16-19).
Deus expressou Sua vontade objetiva e claramente a Adão, e hoje Ele nos fala com a
mesma objetividade e a mesma clareza por meio de Sua Palavra. Ouça como:
• Deus comunica Sua vontade - O Senhor, de forma pessoal e direta, deu
a Adão um limite: não comer o fruto de uma árvore específica. O Senhor
também disse a Adão exatamente o que aconteceria se ele infringisse a
regra. Mesmo assim, o primeiro homem escolheu desobedecer a Deus e
fazer as coisas do próprio jeito. Hoje, você pode evitar muito remorso, muita
tristeza e angústia buscando a Deus e fazendo as coisas do jeito divino.
• Deus comunica Sua Palavra, a Bíblia - E óbvio que Deus Se comunicou
com Adão de forma diferente da que usa com Seu povo hoje, quando revela
Sua vontade pela Bíblia. Nas Escrituras, você descobrirá tudo aquilo de que
precisa para a vida e a piedade (2 Pe 1.3).
• Deus comunica o caminho da salvação - Pecado e morte começaram no
jardim do Éden. Ainda no mesmo jardim, Deus deu a esperança de que
11
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
A queda
A queda é o momento em que Adão e Eva desobedeceram ao Criador e
caíram de uma posição justa diante de um Deus santo. Tal atitude trouxe
para a vida de cada pessoa o pecado (Rm 5.12), o qual é inato - parte da
nossa natureza - e reside em nós. Isso significa que cada ser humano herdou
os efeitos do pecado de Adão (Rm 3.23).
A graça de Deus
(Gn 3.9-24)
...procurou Adão,
...prometeu-lhe um Salvador,
...vestiu-o,
...retirou-o do jardim e
...supriu suas necessidades físicas.
12
EVA
A primeira mulher
Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como
diante dele.
G ênesis 2.18
w
Característica mais marcante: inocência
Conquista mais marcante: primeira mulher, esposa e mãe
Quando viveu: desde o início da história registrada
Nome: Esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada (Gn 2.23b); nomeada Eva
após a queda porquanto ela era a mãe de todos os viventes. Seu nome significa vida ou que
dá vida (Gn 3.20).
Texto principal: Gênesis 2.18-4.1
C ontexto básico
S intetizando
O CENÁRIO
14
EVA - A PRIMEIRA MULHER
Senhor manda Caim embora, multiplicando a perda de Eva e fazendo dela a primeira mãe
a ter um filho morto. Ainda em tempo, Adão e Eva têm outro filho, Sete, por intermédio
de quem o Criador aperfeiçoará Suas promessas.
O RETRATO
Nenhuma mulher desfrutou como Eva do privilégio de andar e falar com Deus em
um lugar perfeito. Eva teve mais do que qualquer uma desde então - um casamento
ideal, um ambiente sem problemas e tudo aquilo de que precisava. Mesmo assim, ela quis
mais: desejou comer de uma árvore que Deus declarou estar fora dos limites; ansiou por
mais conhecimento, mais poder, mais sabedoria e por ser como o Criador. Assim, vendo
a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável
para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu
com ela (Gn 3.6). Eva viu, desejou, pegou, comeu e ofereceu. Por intermédio da mulher,
o pecado e a morte entraram no mundo (1 Tm 2.13,14). Contudo, pela semente dela,
também veio a redenção do pecado - o Messias, o Redentor, o Salvador Jesus Cristo.
Eva provou o amargo do próprio pecado e a sua consequência, mas também participou
da bondade, provisão e proteção de Deus quando Ele os vestiu, ensinando-os a fazerem as
próprias vestimentas (Gn 3.21); levou-os para fora do jardim do Éden e pôs querubins e uma
espada flamejante na entrada para que não pudessem comer da árvore da vida (Gn 3.24).
15
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
16
CAIM
O primeiro assassino
E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse:
Alcancei do SENHOR um varão.
G ênesis 4.1
C ontexto básico
S intetizando
Com Caim, Eva deve ter pensado que Deus lhe havia concedido o Salvador
prometido, conforme Gênesis 3.15. De que forma dolorosa ela aprenderá que não será
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
assim! Antes de Eva ter muito tempo para pensar sobre o nascimento de seu primogênito,
Caim, ela tem o segundo filho, Abel.
O CENÁRIO
( 18 j
CAIM - O PRIMEIRO ASSASSINO
recusa a arrepender-se. Como Deus alertou, o pecado da inveja que jazia à porta de Caim
se levanta e, como um leão, consome-o e transforma-o no primeiro assassino do mundo:
Se levantou Caim contra o seu irmão Abel e o matou.
O RETRATO
Os relacionamentos de Caim com Deus e com seu irmão são um estudo relevante,
porque demonstram a velha e constante luta entre o certo e o errado, o bem e o mal. Há
dois modos de viver: o divino e o humano. As escolhas e o estilo de vida de uma pessoa
levam a dois destinos: à aceitação ou à rejeição por parte de Deus.
Com certeza, Caim é um exemplo do mal. Ele é considerado no Novo Testamento
um representante dos que não possuem o novo nascimento em Cristo; são filhos do
maligno, amantes do mal e filhos dos perversos (1 Jo 3.12), bem como daqueles que não
praticam a justiça nem amam o próximo. Caim não amou a Deus nem seu irmão.
As ações erradas de Caim ecoaram pelas gerações com uma lista de alertas e
instruções:
• Quando se cultua a Deus, é obrigatório ter uma atitude correta.
• E sempre possível fazer o que é certo.
• O pecado está sempre à nossa espreita, mas pode ser superado.
• A raiva incontrolada leva ao pecado.
• A raiva acompanhada de más ações jamais alcança o plano justo de
Deus.
• Escolhas erradas sempre trazem consequências.
Suas ações refletem o que está em seu coração. Jesus disse: O homem bom
tira boas coisas do seu bom tesouro, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
(Mt 12.35). Peça a Deus que sempre sonde o seu coração em busca de pecado e
perversidade (SI 139.23).
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ABEL
O primeiro mártir
w
Característica mais marcante: representante do bem
Conquista mais marcante: coração voltado para Deus
Quando viveu: no início da época registrada
Nome: Abel, que significa sopro, sopro fugaz, um vapor
Texto principal: Gênesis 4.1-17
C ontexto básico
Abel é um dos primeiros filhos de Adão e Eva. Seu irmão mais velho é Caim, repre
sentação da maldade. A Bíblia não cita a diferença entre os nascimentos de Caim (Gn 4.1)
e Abel (Gn 4.2). Tudo o que sabemos é que são irmãos com ocupações distintas, corações
diferentes e disposições opostas. Não imagino como a vida deles se tornou tão diversa!
S intetizando
Você pode imaginar o desafio de criar um filho perverso e o desgosto que ele pode
dar? O primogênito de Adão e Eva, Caim, não é só cruel, mas também tão vil, que seu
nome se torna sinônimo de todos os filhos do diabo, amantes do mal e filhos dos perversos
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
(1 Jo 3.12). Abel, por sua vez, nasce e é conhecido como o justo (Hb 11.4). A alegria
finalmente entra na vida de Adão e Eva. No entanto, uma tristeza ainda maior está por
vir: Caim mata Abel. O que aconteceu?
O CENÁRIO
O RETRATO
Bem e mal, certo e errado. Percebemos a batalha entre duas posições antagônicas
com Abel e seu irmão. A justificação tem preço e custou a Abel sua vida. Mesmo assim,
Abel foi referência do bem e um dos poucos da Bíblia que não tiveram nada de negativo
dito a seu respeito. De fato, Jesus tratou Abel como símbolo dos que, ao longo da História,
foram mortos por seu comportamento justo (Mt 23.35).
t 22 \
A bel - O primeiro mártir
Deus perguntou a Caim: A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra
(Gn 4.10). O autor de Hebreus observou que Abel, depois de morto, ainda fala (Hb 11.4).
Abel foi considerado justo por Deus; por isso, suas mensagens clamam e continuam a
falar conosco hoje. Preste bastante atenção a elas:
Assim como aconteceu com Caim, o que está em seu coração acabará sobressaindo
em seus atos. Em Abel, um coração justo gerou reverência e obediência às ordens divinas.
Sua fé é um exemplo a ser seguido.
O primeiro cordeiro...
oferecido por um homem, Abel (Gn 4.4).
O primeiro cordeiro pascal...
oferecido por uma congregação, os escravos israelitas (Ex 12).
O primeiro cordeiro no Dia da Expiação...
oferecido por uma nação, Israel (Lv 16).
O Cordeiro de Deus...
oferecido por um mundo de pecadores, incluindo você e eu (Jo 1.29).
i 23 I
NOE
O homem que construiu a arca
C ontexto básico
Até chegar à biografia de Noé, a Bíblia passa por nove gerações desde que Deus
criou Adão e Eva. A humanidade havia-se tornado tão perversa, que o Criador resolveu
destruir a raça humana (Gn 6.13). No meio do pecado crescente, da violência e da
corrupção, o Senhor percebeu a exceção na vida de um homem: Noé, porém, achou
graça aos olhos do SENHOR (Gn 6.8).
S intetizando
A vida de Noé nos mostra o caráter moral que Deus procurava havia anos: Noé era
justo e reto (Gn 6.9) e obediente a tudo o que o Senhor lhe ordenava (Gn 6.22).
De A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que m udaram a H istória
O CENÁRIO
26 1
NOÉ - O HOMEM QUE CONSTRUIU A ARCA
O RETRATO
• Ele era um homem justo —Noé vivia segundo os justos padrões de Deus.
• Ele era íntegro entre os seus contemporâneos —apesar de ter pecados, a
vida de Noé refletia a imagem de Deus e brilhava em relação à ofuscada
moralidade que se via nos homens perversos ao seu redor.
• Ele andava com Deus - somente outro ser humano teve essa honra:
Enoque, bisavô de Noé (Gn 5.24).
L ições de vida de N oé
O relacionamento de Noé com Deus refletiu-se na influência que ele teve em seu
tempo. Noé era totalmente rendido ao Senhor; por isso, estava qualificado para ser ins
trumento da salvação e do julgamento divinos. Noé não se importava com o que os outros
pensavam dele antes de o Criador pedir que fizesse a arca nem durante os 120 anos que
levou para construí-la. Noé achou graça diante do Senhor (Gn 6.8) e Lhe agradou. O
que se pode aprender com a vida e o caráter desse servo fiel?
Noé era um reflexo de Deus, e isso era tudo de que o Criador precisava para agir
poderosamente por intermédio dele. O mesmo vale hoje: o Senhor ainda procura por
| 27 1
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
homens e mulheres justos e obedientes. Se Ele vê tais qualidades em sua vida, você pode
ser usado poderosa e extraordinariamente para transformar sua família, seu trabalho, sua
igreja e até o seu tempo. Faça as mudanças necessárias para assegurar que você viva para
Deus. Pela fé, aja como for preciso para seguir o Senhor por completo.
Antes do Dilúvio,
qual o testemunho de Deus para a humanidade?
A aliança noética
(Gn 9.16)
28
ABRA AO
O pai do povo judeu
C ontexto básico
S intetizando
Por cerca de cem vezes, a Bíblia se refere a Deus como “o Deus de Abraão”
ou chama Abraão de “pai” do povo hebreu. Cada referência das Escrituras diz res
peito ao homem a quem Deus fez promessas de aliança independentemente de seu
De A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
com portam ento instável. Em cada uma somos lembrados da graça de Deus para
com Abraão.
O lugar de Abraão na História não se deve a seus descendentes, embora tanto
judeus quanto árabes o reivindiquem como pai. Tampouco vem de suas tentativas de ser
um marido e pai ideal. Na verdade, ele é muito admirado por causa do chamado de Deus,
da aliança com Ele e de sua fé amadurecida, a qual lhe deu a coragem para obedecer
mesmo frente ao mais difícil dos desafios.
O CENÁRIO
30
A braão - O pai do povo judeu
• Ter de mandar embora Agar, serva de Sara, e Ismael, seu filho com ela
(Gn 21.8-21).
• A ordem desafiadora de Deus para que Abraão oferecesse seu filho
Isaque como sacrifício (Gn 22.1-19).
• A morte de Sara (Gn 23.1-20).
O RETRATO
Abraão teve de aprender por conta própria como perseverar na sua fé. Hoje,
consideramos Abraão um modelo; ele pode ser nosso guia e exemplo. Suas mensagens de
vida são maravilhosamente encorajadoras:
• Mesmo que algumas vezes suas atitudes sejam pecaminosas ou, na melhor
das hipóteses, tolas, Deus conhece seu coração e não desistirá de você.
31
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
32
SARA
A mãe do povo judeu
P ela fé , ta m b é m a m e sm a S a ra re ce b eu a v irtu d e d e
co n c e b e r e d e u à lu z j á f o r a d a id a d e ; p o rq u a n to
te v e p o r f i e l a q u ele q u e Iho tin h a p ro m e tid o .
H ebreus 11.11
C ontexto básico
S intetizando
O patriarca Abraão e sua esposa, Sara, viviam na próspera e populosa Ur, na região
bastante fértil do vale do rio Eufrates. Ainda assim, Deus mandou Abraão deixar sua
casa e sua parentela e viajar centenas de quilômetros em direção a uma Terra Prometida
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que m udaram a H istória
desconhecida. Sara seguiu seu marido até o local onde eles viveríam e morreríam como
nômades, sem ter um lugar que pudessem chamar de lar.
A princípio chamada S a r a i - uma princesa Sara é parte integral do plano de
redenção de Deus. Quando o Senhor reafirma a aliança com Abraão e muda o nome dele,
também muda o de Sarai para S a ra , que significa princesa. Isso reflete a importância
dessa mulher no plano de Deus, O qual fez dela a mãe da grande nação de Israel. Deus
prometeu: P orqu e eu a h ei d e a b e n ç o a r e te h ei d e d a r a ti d e la u m filh o ; e a a b en ço a rei, e se rá
m ã e d a s n ações; reis d e p o v o s sa irã o d e la (Gn 17.16).
O CENÁRIO
34 *
Sara - A m ãe do povo judeu
Por fim, Deus cumpre a promessa, e Abraão tem um filho com Sara - mas somente 16
anos depois (Gn 21.5).
O RETRATO
Sara, como Abraão, mostrou grande fé em Deus (Hb 11.11). Por vontade própria,
ela viajou centenas de quilômetros rumo a uma terra desconhecida, deixando sua
cidade e sua família para viver como nômade, seguindo seu marido, enquanto ele
obedecia ao chamado divino. Com paciência, duas vezes ela suportou se passar por
solteira porque o esposo, temendo pela vida, não quis revelar o estado civil deles.
Além disso, enquanto esperava pelo filho prometido por Deus, Sara aguentou 25
anos de esterilidade. A confiança dela no Todo-Poderoso cresceu devagar, como
aconteceu com seu marido. Sua confiança amadureceu, e sua esterilidade terminou
com o nascimento de Isaque.
A postura de Sara com o marido e sua conduta digna por mais 60 anos de casamento
são tão marcantes, que o Novo Testamento a coloca como exemplo para todas as esposas
(1 Pe 3.1-6).
L iç õ e s d e v i d a d e S a r a
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De A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
Creia - O ra , a f é é o f ir m e fu n d a m e n to d a s co isa s q u e se e sp e ra m e a p r o v a d a s
co isa s q u e se n ã o v e e m (Hb 11.1).
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ISAQUE
O pacificador
W
Característica mais marcante: espírito manso
Conquista mais marcante: passou a aliança de Deus para seu filho, Jacó
Quando viveu: 2005 a.C. (viveu 180 anos)
Nome: lsa q u e, que significa ele ri
Texto principal: Gênesis 21-27
C ontexto básico
S intetizando
lsaque é uma importante figura transitória. Ele herda a promessa de Deus a Abraão,
seu pai, de fazer dele uma grande nação (Gn 12.2). Mais tarde, o filho de lsaque também
a herdará. Além da promessa, são transferidas a lsaque muitas das riquezas de Abraão.
Para os padrões da época, lsaque era um homem abastado.
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
O CENÁRIO
í 38 i
ISAQUE - O PACIFICADOR
O RETRATO
O caráter manso de Isaque foi visto pela primeira vez quando seu pai, Abraão, sob a ordem
de Deus, levou-o para ser oferecido em sacrifício no monte Moriá. As Escrituras relatam que ele
não se opôs nem mesmo quando seu pai levantou o cutelo para amolá-lo (Gn 22.1-13).
Esse comportamento se repetiu quando, em duas ocasiões diferentes, ele se negou
a ser provocado pelos inimigos que queriam seus poços. Isaque simplesmente se mudou
para mais longe e cavou mais poços até a disputa estar terminada (Gn 26.18-22).
O temperamento passivo de Isaque também teve seu lado negativo. Assim como o pai,
por medo de ser morto pelos filisteus, que poderíam desejar Rebeca por sua beleza, Isaque pediu
à esposa que fingisse ser sua irmã (Gn 26.7). O rei dos filisteus viu Isaque acariciando Rebeca e
concluiu que eles eram casados. Então, confrontou Isaque seriamente por sua covardia.
L iç õ e s d e v i d a d e Is a q u e
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De A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
• A manipulação pode dar o que se quer, mas não o que é melhor - Deus
revelou a Rebeca que Jacó deveria ser abençoado em lugar de seu irmão, mas
ela falhou em confiar que o Senhor cumpriría a promessa em Seu tempo e de
Sua maneira. Ela fez as coisas de seu modo, o que lhe custou a presença de
Jacó (nunca mais o viu) e, provavelmente, o amor de Esaú. Aprenda a confiar
que o Pai celeste vai operar na sua vida e nas circunstâncias no tempo e do
jeito dEle. Você sempre receberá o melhor.
Últimos dias - Os dias de Isaque foram 180 anos; ele morreu e foi sepultado
ao lado de Abraão, Sara e Rebeca, sua esposa (Gn 35.28;49.31).
Ponto forte —Confiou em Deus quando aceitou que seu pai o oferecesse
em sacrifício.
Ponto fraco - Negou que Rebeca fosse sua esposa (Gn 26.7).
40
JACO
Tocado por Deus
w
Característica mais marcante: natureza transformada
Conquista mais marcante: tornou-se o pai da nação israelita
Quando viveu: aproximadamente em 1950 a.C.
Nome: J a c ó , que significa enganador ou trapaceiro, renomeado Israel, que significa
aquele que tem poder com Deus
Texto principal: Gênesis 25-50
C o n t e x t o b á s ic o
Abraão, Isaque e Jacó são três nomes citados juntos várias vezes na Bíblia para designar os
patriarcas de Israel, o povo escolhido de Deus na linha de promessa da aliança que o Senhor fez
com Abraão, de gerar u m a gran de n ação a partir dele (Gn 12.1-3). Com o nascimento de Isaque,
a promessa começou a se cumprir e continuou com Jacó. Por intermédio de Abraão, Isaque e
Jacó, Deus estava formando de modo soberano Seu povo escolhido (Rm 9), o qual algum dia
geraria Aquele profetizado em Gênesis 3.15, que derrotaria Satanás: o Messias, Jesus Cristo.
S in t e t iz a n d o
Jacó viveu sua juventude como nômade na terra de Canaã, com seus pais, Isaque
e Rebeca, e seu irmão gêmeo, Esaú. No entanto, rivalidades e trapaça envolvendo Esaú
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
O CENÁRIO
f 42 )
J acó - T o cado por D eus
43
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
José fora para lá como escravo, mas depois se tornou um governante submisso apenas
ao Faraó. José convida Jacó e toda a sua família de 66 pessoas para irem ao Egito e
serem poupados da fome devastadora.
O RETRATO
< 44
J acó - T o cado por D eus
j
Os 12 filhos de Jacó
Rúben Gade
Simeão Aser
Levi Issacar
Judá Zebulom
Dã José
Naftali Benjamim
45
JOSE
Fiel e perdoador
Vás b e m in te n ta s te s m a l c o n tra m im , p o ré m D e u s o to rn o u e m b em , p a r a f a z e r
c o m o se v ê n e ste d ia , p a r a c o n se rv a r e m v id a a u m p o v o g ra n d e.
G ênesis 50.20
C ontexto básico
José - o décimo primeiro dos 12 filhos de Jacó, nascido de Raquel, a esposa que Jacó
mais amava - era, sem dúvida, o filho predileto de Jacó. A terra que Deus deu a Abraão,
Isaque e Jacó - Canaã - estava situada entre as grandes potências do Norte e o Egito,
ao Sul. Por ser um acesso entre o Norte e o Sul, era um campo de batalha permanente.
Para que os descendentes de Abraão prosperassem e se desenvolvessem como a grande
nação prometida por Deus, eles precisariam de um lugar seguro para crescer e viver. Ao
se restabelecer em uma das áreas de agricultura mais ricas do Egito, a nova nação poderia
multiplicar-se e formar um povo capaz de, um dia, voltar a Canaã com força suficiente
para expulsar as nações de lá. José desempenharia um papel importante quanto a isso. Ele
ajudaria seu pai e o resto da família a se fixar no Egito durante um longo e severo período
de fome.
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
S in t e t iz a n d o
O CENÁRIO
48
J osé - F iel e perdoador
O RETRATO
49
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
Como José explicou: Vos bem intentastes mal contra mim, porém Deus o tornou em bem,
para fazer como se vê neste dia, para conservar em vida a um povo grande (Gn 50.20).
50
J osé - F iel e perdoador
51
MOISÉS
O libertador
C ontexto básico
Cerca de 300 anos se passaram desde a morte de José, o filho de Jacó que foi
chefe na terra do Egito durante um período desesperador de escassez. Sob a proteção
de José, toda a sua família - 66 membros - mudou-se de Canaã e encontrou refúgio
no Egito.
Novas regras começam a vigorar sob o poder de quem nada conhece sobre José e
sobre sua contribuição à provisão do Egito. Temendo o grande número de descendentes
de Jacó, o novo Faraó escraviza os hebreus. Angustiado, o povo de Israel clama a Deus,
que vê sua opressão, ouve o seu choro de dor e intervém mandando um libertador
chamado Moisés (Êx 3.7,8).
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que m udaram a H istória
S intetizando
O CENÁRIO
Moisés é uma das pessoas mais importantes na Bíblia. Sua significância se evidencia
nos mais de 800 versículos das Escrituras que se referem a ele. Podemos dividir sua vida em
três fases distintas de 40 anos cada uma:
► A vida pregressa de Moisés - Êxodo 2.1-15
Na época da infância de Moisés, o Faraó tinha dado ordens de matar todos os
meninos hebreus ainda bebês a fim de diminuir a população de escravos hebreus. A
mãe de Moisés, sabendo disso, colocou-o em um cesto de vime no rio Nilo, e ele foi
encontrado pela filha do Faraó. Pela providência divina, chamaram a mãe de Moisés
para cuidar do bebê nos seus três primeiros anos de vida, antes que fosse levado para
viver definitivamente na casa do Faraó. Como filho adotivo da filha do governante,
Moisés recebeu a melhor educação que o Egito tinha a oferecer.
Contudo, aos 40 anos, Moisés se lembrou de suas “raízes” - provavelmente pela
influência anterior de sua mãe - e se envolveu em uma briga, na qual matou um feitor
( 54 |
M oisés - O libertador
egípcio que destratava um escravo hebreu. Ao saber que o Faraó descobrira o delito,
ele fugiu para o deserto a Fim de preservar a sua vida.
• Confronta o Faraó com as dez pragas. A décima delas traz a morte dos
primogênitos de todas as famílias egípcias. Então, o Faraó Finalmente
permite que o povo de Deus deixe o Egito e suas fronteiras (Êx 5—13).
• Lidera o povo de Deus pelo mar Vermelho, onde o exército do Faraó, que os
perseguia, é afogado milagrosamente (Éx 14—15).
• Recebe os Dez Mandamentos de Deus no monte Sinai (Êx 20).
• Intercede ao Altíssimo em favor do povo, que havia construído um altar e
cultuava um bezerro de ouro em vez do Senhor (Êx 32).
• Constrói, com o povo, o tabernáculo pelo “modelo” que Deus dá a Moisés
(Êx 27).
• Conta os homens para formar um exército e invadir a Terra Prometida
(Nm 1,2).
• Intercede a Deus, mais uma vez, quando o povo amedrontado se recusa a
invadir a nova terra (Nm 13,14).
• Lidera a nação pelo deserto até que uma nova geração substitui a anterior e
se apronta para tomar e ocupar a Terra Prometida (Nm 15-Dt 31).
| 55 |
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que m udaram a H istória
O RETRATO
Moisés é a única pessoa na Bíblia a ter um relacionamento face a face com Deus, o
que o distingue de todos os outros indivíduos do Antigo Testamento. O Senhor revelou-Se a
Moisés mais do que a qualquer outro ser humano até aquele momento. A amizade de Moisés
com o Altíssimo permitiu que ele atuasse como um sacerdote em oração pelo povo, realizasse
milagres poderosos perante o Faraó como um profeta de Deus e liderasse uma multidão.
Como representante do Altíssimo, Moisés comunicou os grandes planos do Senhor para a
vida social e moral da nova nação. Ele foi uma figura dominante na Bíblia e continua a ser um
ícone central no judaísmo até os dias de hoje.
L i ç õ e s d e v i d a d e M o is é s
; 56 i
M oisés - O libertador
de sua vida foi alterado definitivamente. Você também pode contar com a
graça, o amor e o perdão do Senhor; mas, assim como Moisés, você lamentará
a consequência do seu pecado pelo resto da vida. Escolha obedecer a Deus e
viva sem remorsos.
A instituição da Páscoa
Ê x o d o 12.1-13
57
ARAO
O primeiro sumo sacerdote
C o n t e x t o b á s ic o
A nação de Israel deixa o Egito como uma massa de 2 milhões de pessoas divididas em
12 tribos, mas sem estrutura organizacional ou religiosa unificada. Deus leva o povo até o
monte Sinai, onde usa a liderança de Moisés para organizar os homens em um exército de
guerra. Além disso, é lá que Ele dá a Moisés as instruções exatas quanto ao principal lugar
de adoração - o Tabernáculo - e fornece os detalhes sobre a regulamentação dos sacrifícios
e das festas que devem ser observados. Um sumo sacerdote, um sacerdócio formal, e um
grupo de obreiros do tabernáculo também precisam ser estabelecidos. Tudo isso deve ser
feito antes de as tropas se dirigirem à Terra Prometida. Assim como Deus escolheu Moisés
para líder, também elegeu seu irmão, Arão, para primeiro sumo sacerdote.
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
S intetizando
Arão nasceu sob a escravidão egípcia. Seu pai, Anrão, era da tribo de Levi, e sua mãe
se chamava Joquebede. Arão tinha uma irmã mais velha, Miriã, e um irmão de três anos,
Moisés. Quando estava com 83 anos, Deus o chamou para ser o porta-voz de Moisés para
o povo. Juntos, ele e Moisés resistiram ao Faraó e testemunharam a libertação de Israel do
Egito. Ele era um dos dois homens que apoiaram os braços de Moisés enquanto ele segurava
o cajado de Deus e obtinha vitória militar sobre o exército dos amalequitas (Ex 17.8-13).
Quando eles chegaram ao monte Sinai, Deus deu a Moisés os detalhes das vestes e
da função do sacerdócio. Após a construção do tabernáculo, Moisés consagrou Arão e
seus filhos aos ofícios do sacerdócio. O Senhor escolheu Arão para ser o primeiro sumo
sacerdote. Ele e seu irmão suportaram incontáveis ataques verbais durante os 40 anos de
peregrinação pelo deserto. Arão pecou junto com seu irmão em Meribá (Nm 20.12) e, como
Moisés, não teve permissão para entrar na Terra Prometida. Pouco antes da morte de Arão,
no monte Hor, nas fronteiras de Edom, o sumo sacerdócio foi passado para seu filho Eleazar.
O CENÁRIO
Arão, seus filhos e os que vieram após eles eram responsáveis por supervisionar as
várias funções do sistema de sacrifícios religiosos de Israel. Por causa do treinamento e da
educação na Lei de Deus, eles se tornaram notáveis professores do povo.
► O papel de Arão como sumo sacerdote - Tinha de fazer um sacrifício anual pelos
pecados do povo no Dia da Expiação. Arão representava e servia como mediador do povo
perante o Altíssimo.
f 60 |
A r ÃO - O PRIMEIRO SUMO SACERDOTE
O RETRATO
• Arão e Míriã criticam Moisés (Nm 12) - Os filhos de Israel deixaram o Sinai
após receberem as leis. Quando estavam viajando para a Terra Prometida, os
irmãos de Moisés tomaram a liderança e, para disfarçar o real motivo dessa
atitude, disseram que agiram assim por se oporem ao casamento de Moisés
com uma etíope. Eles perguntaram: Porventura, fa lo u o S E N H O R som ente
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
por Moisés? Nãofalou também por nós? E o SENHOR o ouviu (Nm 12.2). Deus
interferiu e confrontou os dois. Miriã ficou leprosa, e Arão foi fortemente
repreendido. Outra vez, a fraqueza do caráter de Arão foi exposta.
• Tenha convicções fortes - Arão era um líder fraco. Ele não quis
posicionar-se quanto ao pedido maldoso do povo para fazer um bezerro de
ouro. Sem convicções fortes, Arão cedeu ao desejo profano dos israelitas.
Você tem um nível de liderança, seja como progenitor ou como alguém
que deseja ser exemplo para outros. Estabeleça suas convicções bíblicas e
as sustente quando pedirem a você que faça um “bezerro de ouro”.
• Seja um seguidor fiel - Arão e sua irmã, Miriã, estavam com inveja da lide
rança de Moisés. Eles queriam a sua posição de autoridade, e, por isso, murmu
raram. Deus tratou do pecado deles. Talvez você também deseje o papel de
liderança de outra pessoa. Se o seu motivo fòr orgulho, inveja ou poder, então,
você está agindo como Arão e Miriã. A Bíblia nos manda obedecer aos líderes.
A obediência começa quando se é um seguidor fiel. Ore por seus líderes e peça
a Deus que lhe revele maneiras de demonstrar o seu apoio a eles.
f 62 )
A r ÃO - O PRIMEIRO SUMO SACERDOTE
A família de Arão
Irmão: Moisés.
Irmã: Miriã.
Local de morte: monte Hor, próximo a Edom.
Honrado: 30 dias de luto (o mesmo tempo de Moisés, o que mostra a
importância de Arão para Israel).
Filhos:
Nadabe, Abiú —Os dois filhos mais velhos que foram mortos pelo fogo.
Eleazar —Herdou o sumo sacerdócio do pai.
Itamar —Líder dos levitas que eram responsáveis pelo Tabernáculo.
63
JOSUE
O conquistador da Terra Prometida
E sobre ele pôs as mãos e lhe deu mandamentos, como o SENHOR ordenara
pela mão de Moisés.
N úmeros 27.23
C ontexto básico
“Vem com Josué lutar em Jericó...” diz o refrão de um antigo e conhecido louvor.
Quem foi Josué? Sua história começa no Egito.
Os filhos de Israel viveram e se multiplicaram na terra do Egito por quase 400 anos,
passando o final desse período como escravos. Mesmo assim, a vida era considerada boa,
pois o Egito era uma das nações de maior desenvolvimento naqueles dias. Porém, com o
passar do tempo, os feitores egípcios se tornaram cruéis, e os israelitas clamaram a Deus,
que lhes deu Moisés como libertador. Pela força das dez pragas, Moisés retirou o povo do
Egito através do deserto do Sinai.
Um dos escravos libertos - que aos 50 anos se tornou ajudante, espia, chefe militar
e, por fim, sucessor de Moisés - foi Josué.
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
S intetizando
Josué, como o restante dos israelitas, nasceu sob o jugo egípcio. Pelos 40 anos em
que o povo peregrinou no deserto devido à infidelidade, ele esteve ao lado de Moisés
como seu ajudante e discípulo. Antes de Moisés morrer, Deus o fez comissionar Josué
para entrar na Terra Prometida. Embora Josué estivesse com quase 90 anos, ele era um
estrategista notável que conquistou Canaã - a terra que Deus prometera aos patriarcas
Abraão, Isaque e Jacó —e estabeleceu naquele lugar o povo.
O CENÁRIO
66 1
J osué - O conquistador da T erra Prometida
Josué para lhe suceder. Moisés orou a Deus para eleger um substituto, e o Senhor disse
publicamente que seria Josué.
O RETRATO
67
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
ainda viveram muito depois de Josué e que sabiam toda a obra que o SENHOR tinha feito a
Israel (Js 24.31). Homem algum podería querer palavras póstumas melhores que estas! As
Escrituras não registram nenhuma palavra que denigra esse servo de Deus e de Moisés.
L ições d e v id a d e J osué
• Estabeleça um padrão alto —Josué nunca pediu que seu povo fizesse
ou fosse algo que ele mesmo não pudesse fazer ou ser. Ele estabeleceu
um alto padrão para si próprio, e o povo seguiu o exemplo dele. Certi-
fique-se de ser um bom modelo para seus filhos, seu patrão, seus em
pregados e outras pessoas. Nunca subestime o poder que seu exemplo
reverente tem para outros.
68
J osué - O conquistador da T erra Prometida
69
RAABE
A meretriz
Pela fé, Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos,
acolhendo em paz os espias.
H ebreus 11.31
C o n t e x t o b á s ic o
S in t e t iz a n d o
ajuda a escapar deixando-os descer pelo muro para fora da cidade e alerta-os sobre qual
estrada tomar a fim de não serem capturados. Quando Jerico cai, somente Raabe e seus
familiares são poupados. Posteriormente, eles se misturam à nação israelita. Raabe se
torna uma ancestral distante do rei Davi e, assim, uma parte da linhagem do Messias,
Jesus Cristo (Mt 1.5).
O CENÁRIO
72
RAABE - A MERETRIZ
O RETRATO
Raabe representa o tipo de transformação que ocorre quando alguém coloca sua fé
no Senhor. Do ponto de vista humano, não há por que a Bíblia falar tão favoravelmente
sobre Raabe. Ela foi idólatra, mentirosa, prostituta e uma traidora que ajudou na queda
de sua cidade. Não se pode descer muito abaixo disso na escala social. Porém, quando
olhamos para Raabe sob uma perspectiva divina, vemos uma mulher com um temor
saudável a Deus, pois se prontificou a receber e esconder os espias. A Bíblia diz que
esse ato foi uma demonstração clara de sua fé (Hb 11.31;Tg 2.25). Ela se tornou parte da
genealogia do maior rei de Israel, Davi, e, ainda, do Rei do mundo, Jesus Cristo.
73
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
(-------------------------------------------------------------------------------------------------
O lugar de Raabe na história bíblica
74
SANSAO
O homem mais forte da Terra
Porque eis que tu conceberás e terás um filho sobre cuja cabeça não passará
navalha; porquanto o menino será nazireu de Deus desde o ventre
e ele começará a livrar a Israel da mão dos filisteus.
J uízes 13.5
w
Característica mais marcante: fé em Deus (Hb 11.32)
Conquista mais marcante: combateu os inimigos de Deus
Quando viveu: reinou de 1095 a.C. a 1075 a.C. aproximadamente
Nome: Sansão, que significa pequeno sol
Textos principais: Juízes 13.16; Hebreus 11.32-34
C ontexto básico
Os juízes foram um grupo especial de líderes apontados por Deus para libertar
o povo da opressão das forças estrangeiras. A submissão de Israel foi resultado da
sua desobediência. Sempre que o povo se afastava do Senhor, era entregue por Ele
a opressores como castigo pelo pecado. No entanto, quando orava por livramento,
Deus levantava juízes para livrá-lo de seus algozes. Esse ciclo ocorreu sete vezes até
Samuel. Sansão, o último juiz a ser citado, viveu no fim desse período de 350 anos.
S intetizando
Sansão nasceu como resultado dos planos de Deus na vida de Manoá e sua esposa.
Os pais de Sansão receberam instruções específicas sobre como deveríam criá-lo.
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que m udaram a H istória
Ele faria uma grande obra para o Senhor livrando Israel das mãos de seus arqui-inimigos,
os filisteus. Para ajudar Sansão no cumprimento dessa tarefa, Deus lhe deu uma força
física sobrenatural. Mas, em vez de cumprir o plano divino, Sansão cresceu usando a sua
força para satisfazer os próprios caprichos. Ao fim de seus 20 anos como juiz, Sansão
foi enganado por Dalila, uma meretriz, a quem revelou o segredo da sua força: o cabelo
comprido. O segredo não estava exatamente no cabelo, mas no relacionamento exclusivo
que Sansão tinha com Deus, simbolizado pelo voto de não cortar o cabelo. Então, quando
Dalila corta seu cabelo, ele enfraquece e passa os últimos dias de sua vida moendo grãos
em uma prisão filistina. Seu ato final de redenção ocorre quando o Senhor ouve sua última
oração e lhe dá força para derrubar os pilares de um templo pagão lotado. A atitude final
de Sansão para com Deus destruiu mais filisteus do que ele matara durante a vida inteira.
O CENÁRIO
76
Sa NSÃO - O HOMEM MAIS FORTE DA TERRA
O RETRATO
Sansão foi um homem cativo de suas próprias paixões e do orgulho. Ele não é um
exemplo a se seguir. Apesar de ter tido grandes dons, seus erros foram maiores. Seus pais
fiéis possuíam grandes expectativas sobre ele, mas sua natureza voluntariosa o induziu a
buscar prazeres pessoais, em vez de defender e proteger o povo de Deus. O Senhor lhe
deu grande força a fim de que ele a usasse para o bem do Seu povo, mas Sansão empre
gou suas habilidades em seus próprios propósitos. Ele não ficou perto do Altíssimo; por
isso, não desenvolveu seu potencial. Embora tenha julgado Israel por 20 anos, nunca foi
igual aos líderes anteriores. Era um grande guerreiro, mas não inspirou outras pessoas a se
envolverem na batalha. Portanto, os filisteus continuaram a oprimir Israel pelos 20 anos
em que ele atuou como juiz. Mesmo assim, com todos os seus motivos falhos e egoístas,
Sansão serviu ao propósito do Senhor quando frustrou os filisteus em seu plano de domi
nação total de Israel. Por causa disso, ele está entre os servos fiéis a Deus (Hb 11.32-34).
• Ter dons não se compara a ser santo - Sansão foi o homem mais
talentoso de seu tempo. Ele recebeu todas as ferramentas para fazer
boas obras para Deus. Apesar disso, em seu orgulho e sua obstinação,
ele viveu para suas paixões, e não para os propósitos divinos. Hoje, o
Senhor oferece a você a administração tanto das habilidades espirituais
quanto das físicas. Não desperdice seu talento para servir a Deus e a Seu
povo. Seja um administrador sábio, coloque seu potencial nas mãos do
Todo-Poderoso e veja como Ele multiplicará sua capacidade.
• Deus não desiste de Seus filhos - Sansão bagunçou a própria vida. Ele
não alcançou o próprio potencial. Mesmo assim, olhou para Deus uma
última vez. O Senhor respondeu à sua oração e lhe concedeu força para
desferir um forte golpe de julgamento sobre o líder dos filisteus. Você
está sentindo-se pecador e separado de Deus por causa de escolhas
pecaminosas? O Altíssimo está pronto para ouvir, perdoar e restaurar sua
alegria e a amizade com Ele. Leia a oração de restauração de Davi (SI 32).
77
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
que isso lhe custasse a visão, a liberdade e, por fim, sua vida. Não teste
o quanto você pode chegar perto da tentação unindo-se à turma errada,
frequentando lugares questionáveis ou fazendo coisas duvidosas.
Em vez disso, veja o quanto pode se aproximar de Jesus. Passe seu
tempo aprendendo e crescendo com o povo de Deus. Siga o conselho
do apóstolo Paulo para seu jovem amigo Timóteo: Foge, também, dos
desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, a caridade e a paz com os que,
com um coração puro, invocam o Senhor (2 Tm 2.22).
■ P r-
Lista dos juizes
78
RUTE
Uma mulher virtuosa
C ontexto básico
Rute, a moabita, aparece nas Escrituras depois do tempo dos Juizes. Eram dias
difíceis, pois não havia rei em Israel, porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos
(Jz 21.25). Ao Leste do mar Morto, Moabe, uma das nações que oprimiram Israel durante
esse período (Jz 3.12-4.1), vivia hostilizando o povo de Deus. Até que uma grande fome
faz uma família israelita migrar de Belém para Moabe em busca de comida. Lá, quando
o pai dessa família morre, os dois filhos se casam com mulheres moabitas, sendo Rute
uma delas. Depois, os dois filhos também morrem. Noemi, agora viúva, e suas duas noras
viúvas precisam decidir o futuro.
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
S intetizando
Rute, uma viúva moabita, decidiu deixar sua família, seu país e seus deuses e ir para
Belém com a sogra israelita, Noemi. Sua cunhada, diferentemente dela, preferiu ficar em
seu próprio país, e não se soube mais de seu paradeiro. Com a única nora que se importava,
Noemi faz a viagem de volta para Israel e sua cidade natal, Belém. Ao chegarem, Noemi
ensina a Rute o costume de dar provisão aos pobres deixando espigas nos campos recém-
-colhidos. Rute vai ao campo de um homem chamado Boaz, um parente de Noemi. Ele
tinha ouvido falar sobre a devoção de Rute a Noemi e disse-lhe que não fosse a nenhum
outro campo, prometendo cuidar dela. Por fim, Rute se torna esposa dele, e eles têm um
filho chamado Obede. Este, mais tarde, será pai de Jessé e avô do rei Davi.
O CENÁRIO
Rute era uma viúva pobre vivendo uma situação desesperadora. Ela havia-se casado
com um “inimigo” vindo do outro lado de sua nação. Mas, quando seu marido morre, e
sua sogra decide retornar a Israel, Rute tem algumas decisões a tomar. Apesar de tudo,
pela fé, ela decide ir embora e forma três relacionamentos importantes:
► Relacionamento 2: Rute decide seguir sua sogra de volta a Israel, em vez de retornar
à sua casa em Moabe. Ela não hesita. Expressa com firmeza o forte compromisso com
Noemi: Aonde quer que tu fores, irei eu. Essa declaração desafia a lógica: Rute e Noemi
poderíam não ser próximas. Rute é jovem; Noemi, idosa. Rute é moabita; Noemi, israelita.
Seus países são inimigos. Elas têm barreiras nos costumes e no idioma. Noemi não tem
nada a oferecer a Rute, exceto mais angústia e pobreza. Ainda assim, Rute quer ir com
Noemi para Israel e cuidar dela na velhice. Como se explica isso? A primeira escolha tornou
a decisão pelo relacionamento 2 mais fácil!
80
Rute - U m a mulher virtuosa
O RETRATO
Rute tinha tudo contra ela. Era viúva de um inimigo de seu país, não possuía
dinheiro nem perspectivas futuras. Ela poderia ter-se tornado amarga ou revoltada
com a vida e desenvolvido raiva por deuses em geral, incluindo o Deus de sua sogra.
Mas alguma coisa a levou para o único Deus verdadeiro, o de Noemi. Não há indícios
de que Rute tenha, alguma vez, olhado para trás depois de tom ar a decisão de seguir
Noemi e seu Senhor.
Rute se mostrou leal, gentil, trabalhadora e confiante. Mesmo tendo enfrentado
adversidades, Rute e Noemi eram comprometidas uma com a outra e com o cuidado
de Deus. Como uma se preocupava com a necessidade da outra, ambas encontraram
a felicidade - Rute no novo casamento e na maternidade, e Noemi em seu papel de
avó coruja.
81
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
Outras características:
82
AN A
Uma mãe reverente
C ontexto básico
Ana é apresentada nos últimos dias dos juizes de Israel, quando não havia rei em
Israel, porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos (Jz 21.25). A poligamia era
comum naquele tempo, e Elcana, marido de Ana, embora fosse homem justo, seguia essa
prática. Além de Ana, sua favorita, ele também tinha como esposa Penina. A vida era
dura, e a sobrevivência dependia da quantidade de filhos, pois estes ajudavam a trabalhar
a terra, a cuidar das ovelhas e a perpetuar o nome da família. Logo, a esterilidade era uma
maldição para as mulheres casadas. Infelizmente, Ana sofria desse mal.
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
S intetizando
O CENÁRIO
84
A n a - U m a mãe reverente
O RETRATO
Ana é uma das mulheres hebreias mais nobres da Bíblia; uma pessoa dona de uma fé
extraordinária e profundamente comprometida com o Senhor. Em sua oração de gratidão,
ela reconhece o poder de Deus e expressa a certeza da Sua justiça absoluta. Ana confiou que
o Todo-Poderoso manteria Sua promessa e agora se alegra pelas orações atendidas e exala
gratidão. O cântico de Ana faz a primeira citação da profecia do futuro “rei” ungido pelo Pai
celeste (1 Sm 2.10). Enquanto muitas pessoas demonstravam pouca compreensão de Deus
e nenhum desejo de servir a Ele, a oração de Ana revelou um entendimento incomum das
coisas divinas.
Lições de vida de A na
• Ana ensina a passar tempo moldando a vida dos filhos - Ela teve
apenas alguns anos com Samuel. Mesmo assim, durante esse curto
85
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
86
SAMUEL
O último juiz
C ontexto básico
S intetizando
Samuel tornou-se o maior juiz de Israel, além de sacerdote e profeta. Nos seus anos
como juiz, as tribos mal unificadas puderam ganhar e manter um grau de independência
de seus grandes inimigos, os filisteus. Samuel recebeu de Deus a responsabilidade de
supervisionar a transição de uma fraca associação de tribos para um reino com um rei
único. Samuel ungiu Saul como o primeiro rei de Israel e foi seu conselheiro durante os
anos iniciais de reinado. Quando Saul falhou na obediência ao Senhor, Samuel recebeu
ordem divina para ungir Davi como sucessor ao trono.
O CENÁRIO
88
Samuel - O último juiz
O RETRATO
89
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que m udaram a H istória
uma grande vitória sobre seus inimigos, os filisteus. Por toda a sua vida, Samuel se
manteve totalmente comprometido com o Senhor. Em tudo o que fazia, ele se mostrava
um homem de fé e oração. Samuel teve influência marcante quando seu povo assumiu
a nova forma de governo.
90
SAUL
O primeiro reí de Israel
C ontexto básico
A pequena nação de Israel estava em ascensão. O profeta Samuel tinha deixado o país
renovado espiritualmente. Suas orações e seu compromisso com Deus haviam inspirado
o povo a derrotar os invasores filisteus. Agora, os israelitas tinham um sentimento de
orgulho nacional e desejavam mudança. Eles acreditavam que um rei lhes daria vantagem
nas batalhas. Rejeitaram, então, os dois filhos corruptos de Samuel e pediram um rei
humano, como nas nações vizinhas. Samuel estava chateado, não por si mesmo, mas
pela honra do Altíssimo. Até ali, Israel tinha sido governada pelo Senhor por intermédio
dos juizes. Contudo, Deus autorizou Samuel a dar um rei aos israelitas e o encarregou de
ungir, para tal cargo, um homem de 30 anos chamado Saul, da tribo de Benjamim.
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
S intetizando
Saul era justamente o que o povo queria: um homem imponente que sobressaía.
Depois de coroado, ele obteve vitórias militares que solidificaram o apoio do povo, mas
Saul logo depois começou a sucumbir diante da pressão da liderança. Esse colapso
ocorreu devido à sua incapacidade de confiar no Todo-Poderoso e à sua falta de vontade
de obedecer a Deus. Samuel tentou trabalhar com Saul, que, apesar de ser capaz de
agir corretamente, não o fazia. O Altíssimo rejeitou Saul como governante, mas ele
continuou a reinar por 40 anos. Um ponto positivo na vida de Saul era seu filho mais
velho, Jônatas, que se tornou amigo próximo e defensor de Davi. Jônatas era um ponto
de equilíbrio tanto no palácio quanto no campo de batalha. No final, Saul e três de seus
filhos, inclusive Jônatas, morreram em batalha contra os filisteus. Com o rei morto, o
exército fugiu derrotado do campo de batalha.
O CENÁRIO
92
SAUL - O PRIMEIRO REI DE ISRAEL
Depois disso, Samuel manda Saul aniquilar os amalequitas e todos os seus rebanhos.
Contra a ordem divina, Saul permite que o rei dos amalequitas viva e por fim fica com uma
parte do gado e com outros valores como espólio. Quando confrontado por Samuel, Saul
mente, dizendo que pretendia oferecer o gado em sacrifícios, mas, em seguida, desculpa-
-se, alegando que agiu daquela maneira por temer o povo de Israel. Saul admite haver
pecado contra o Senhor, mas pede que sua transgressão seja mantida em segredo. Em
vez de fazer uma confissão humilde diante do povo, Saul solicita a Samuel que o “honre”
diante de toda a nação (1 Sm 15.30). Mais uma vez, Samuel o repreende.
O RETRATO
93
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
94
DAVI
O doce salmísta de Israel
C ontexto básico
Após a morte de Saul, Davi foi coroado rei pela tribo de Judá, que ficava ao sul de Israel.
Depois de sete anos de guerra civil, ele foi ungido rei sobre toda a Israel. Durante seu reinado, os
grandes impérios - o Egito, ao sul, e a Babilônia e a Assíria, ao Norte - estavam em diferentes
estágios de fraqueza. Eles não apresentariam nenhum perigo aos 40 anos de reinado de Davi.
As únicas ameaças reais seriam os filisteus ao Ocidente e os amonitas ao Oriente.
S intetizando
Como o seu antecessor - Saul -, Davi tinha origem simples. Mesmo assim, ele foi
levantado para ser o maior rei da história de Israel. Era um líder nato e formou um exército
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que m udaram a H istória
que fez da pequena nação de Israel a mais poderosa do Oriente Médio daquele tempo. Davi
estabeleceu Jerusalém como capital política e centro religioso, levando a arca de Deus para
lá. Ele era um poeta talentoso; 73 de seus poemas estão incluídos no livro de Salmos.
Apesar de seus excelentes dons e de suas habilidades, Davi caiu em tentação
e pecado. Deus lhe perdoou, mas sua família e seu reino nunca se recuperaram das
consequências do adultério dele com Bate-Seba.
O CENÁRIO
96
D avi - O doce salmista de Israel
O RETRATO
97
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
98
D avi - O doce salmista de I srael
pensar que você não precisa mais do Senhor para ajudar nas demandas
diárias. E no dia a dia que mais necessitamos do Todo-Poderoso.
A v id a d e Davi A v id a d e Saul
99
SALOMAO
O homem mais sábio da Terra
Eis que fiz segundo as tuas palavras, eis que te dei um coração
tão sábio e entendido, que antes de ti teu igual não houve,
e depois de ti teu igual se não levantará.
1 R eis 3.12
C ontexto básico
Depois que o rei Davi morreu, o manto da liderança passou para Salomão, que
foi o segundo rei da dinastia davídica em Israel. Deus prometeu que essa dinastia
não terminaria (2 Sm 7.13). Salomão herdou um reino estável e bem administrado.
Nenhuma das nações vizinhas era forte o suficiente para invadir Israel ou causar-
-Ihe problemas. Além disso, Salomão estendeu seu controle do Egito ao rio Eufrates.
Durante seus 40 anos de reinado, a região esteve em paz, enfrentando poucas e
pequenas rebeliões.
De A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
S intetizando
Salomão, o terceiro rei de Israel, era filho de Davi e Bate-Seba. Seu reinado de
40 anos sustentou a nação como uma grande influência na região. Sua sabedoria é
vastam ente conhecida; ele foi o homem mais sábio de sua época e escreveu milhares
de provérbios. Também foi um construtor arrojado não só do templo, mas também de
palácios para si mesmo e para suas mulheres. Salomão mantinha um extenso exército
de carruagens, porém, com diplomacia, vivia em paz com as nações vizinhas. Além
disso, foi o único rei hebreu a ter uma frota de navios mercantes. Contudo, apesar da
inimaginável riqueza, seu reino sempre estava precisando de dinheiro, devido à vida
suntuosa que Salomão levava e às construções que erguia. Para arrecadar valores, ele
taxava seus súditos pesadamente.
O CENÁRIO
102
Salo m ão - O homem mais sábio da T erra
103 ‘
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
O RETRATO
Salomão nasceu privilegiado: herdou o trono de seu pai. Ele teve muitos encontros
com Deus em sonhos. Começou bem o seu reinado, pedindo sabedoria ao Altíssimo para
governar, em vez de riqueza e vida longa. O Senhor Se agradou disso e lhe deu não só
sabedoria, mas também prosperidade. Salomão cumpriu o pedido de seu pai e construiu o
templo. A sua oração de consagração do templo revelou um coração para Deus e desafiou
o povo de Israel a andar nas leis divinas (1 Rs 8.61). Porém, diferente de seu pai, Salomão
não se manteve comprometido com o Senhor. No fim da vida, suas esposas estrangeiras
viraram seu coração para outros deuses. No livro de Eclesiastes, Salomão mostra o alto
preço que ele mesmo pagou por se apartar do Todo-Poderoso; e também descreve a
miséria e a desesperança de se viver longe dEle. A vida de Salomão se iniciou com uma
grande promessa, mas teve um fim trágico.
í 104
Salo m ão - O homem mais sábio da T erra
A riqueza de Salomão
105
i
ELIAS
Um profeta ardoroso
W
Característica mais marcante: relacionamento com Deus
Conquista mais marcante: confrontou os sacerdotes de Baal
Quando viveu: aproximadamente 875 a.C.
Nome: Elias, que significa Jeová é meu Deus
Textos principais: 1 Reis 17-19; 2 Reis 1-2
C ontexto básico
S intetizando
Elias, originário de uma cidade chamada Tesbe, localizada a oeste do rio Jordão, era
um orador ardoroso, enviado pelo Todo-Poderoso para confrontar os hostis governantes
do reino do Norte por seu culto a Baal, um falso deus cananita. Elias manifestou o poder de
Deus: primeiro, gerando três anos e meio de seca; depois, derrotando 450 profetas de Baal
em um encontro poderoso no monte Carmelo. A resposta do povo a essa demonstração
do poder divino foi afirmar: Só o SENHOR é Deus! Só o SENHOR é Deus! (1 Rs 18.39). As
tentativas maldosas de Acabe e Jezabel de destruir o culto ao Senhor foram frustradas,
e, embora o falso sistema religioso continuasse a existir em Israel, o coração do povo se
voltou de novo para Deus, pelo menos por um tempo.
O CENÁRIO
108
E lias - Um profeta ardoroso
quilômetros. Vendo-se sem esperança, Elias pede ao Senhor que tire sua vida, mas Ele
lhe dá água, pão e o toque de um anjo. Isso o sustenta por 40 dias de jornada até o monte
Sinai, onde o Altíssimo:
• Falou do Seu amor —Deus falou com uma voz mansa edelicada (1 Rs 19.12).
• Providenciou um novo companheiro para ele - Eliseu, que viria a ser amigo,
companheiro e sucessor de Elias (1 Rs 19.16).
• Incumbiu-o de uma nova tarefa - Elias deveria ungir dois reis que dariam
fim à maldosa família de Acabe (1 Rs 19.15-17).
• Deu-lhe uma nova perspectiva - Elias não estava só; sete mil pessoas
não se dobraram a Baal (1 Rs 19.18).
O RETRATO
109
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
110
ELISEU
O profeta do povo
Sucedeu, pois, que, havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me
o que queres que tefaça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu:
Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim.
2 R eis 2.9
w
Característica mais marcante: compaixão do povo
Conquista mais marcante: sucessor de Elias
Quando viveu: de 867 a.C. a 797 a.C. (viveu 70 anos)
Nome: Eliseu, que significa Deus é salvação
Textos principais: 1 Reis 19.16-2 Reis 13.20
C ontexto básico
Quando Israel se dividiu em dois reinos, o Norte teve uma sucessão de reis maus, cada
um mais perverso do que o outro. Deus julgaria esse reino pelo pecado da idolatria. Cerca
de 120 anos antes de o Senhor destruí-lo, Eliseu foi chamado para o ministério profético
naquele lugar. Sua função era restaurar o respeito ao Altíssimo e a Sua mensagem por meio
de uma sucessão de milagres que mostrariam o controle do Todo-Poderoso não apenas
sobre os grandes exércitos, mas também sobre os fatos do dia a dia.
S intetizando
Eliseu teve um ministério muito diferente do de Elias, cujo papel havia sido
o do confronto durante um tem po de grande apostasia. Eliseu, seu sucessor,
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
O CENÁRIO
Eliseu pediu a seu mentor, Elias, uma porção dobrada do seu espírito (2 Rs 2.9). O
propósito de Eliseu era somente continuar o trabalho de seu mestre. O Senhor parece ter
honrado o pedido de Eliseu, porque as Escrituras registram sete milagres feitos por Elias
e 14 realizados por Eliseu, os quais estão listados a seguir. Esses milagres expressaram o
desejo de Deus de abençoar toda a nação caso ela se voltasse para Ele. Eliseu:
O RETRATO
O ministério de Eliseu não foi tão grandioso quanto o de Elias, porém era
igualmente importante. Voltava-se para o povo, não para os governantes. As atitudes
de Eliseu foram o reflexo de sua natureza dócil e amável, e seus milagres revelaram o
amor, o cuidado e a preocupação de Deus com as necessidades dos menos afortunados.
Eliseu começou como discípulo e servo de Elias. Quando se aproximou a hora de Elias
partir, Eliseu pediu-lhe uma porção dobrada do seu poder, não para obter fama, mas
112 J
E l ISEU - O PROFETA DO POVO
para suceder seu mentor no ofício profético com poderes espirituais acima de suas
próprias habilidades. Eliseu percebeu as grandes responsabilidades que tinha diante de
si e desejou que a poderosa força de Elias continuasse por intermédio dele. Seu pedido
foi nobre, e o Senhor lhe deu 50 anos a mais de ministério dinâmico, com uma vida que
abarcou os reinados de Acabe a Jeoás.
113 j!
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
114
EZEQUIAS
Fiel a Deus em todas as coisas
C ontexto básico
S intetizando
No ano em que assumiu o trono, Ezequias começou uma campanha agressiva para
desfazer todo o dano espiritual causado por seu pai. Ele reabriu o templo, removeu os lugares
altos de culto pagão, destruiu todos os pilares sagrados e as imagens idólatras e reinstituiu as
festividades religiosas. Ezequias se recusou a submeter-se à Assíria quando esta invadiu Judá;
ele orou a Deus, que milagrosamente interveio. Depois, Ezequias adoeceu, mas o Senhor
respondeu às suas orações sinceras, assegurando-lhe mais 15 anos de vida. O Altíssimo
continuou a abençoar a devoção de Ezequias, e Judá se tornou uma nação próspera. Contudo,
a fama de Ezequias começou a deixá-lo orgulhoso, e ele, tolamente, exibiu a riqueza da nação
ao filho do rei da Babilônia. Foi, então, repreendido pelo profeta lsaías por desempenhar papel
tão pobre. Com sua morte, seu filho, Manassés, reinou em seu lugar.
O CENÁRIO
116
Ezequias - Fiel a D eus em todas as coisas
O profeta Isaías, então, orientou-o a pôr a casa em ordem antes de morrer. Quando
Isaías estava saindo, Ezequias começou a orar, pedindo ao Senhor que se lembrasse de
sua fidelidade e sua devoção. Ele não solicitou especificamente que fosse curado, mas o
Todo-Poderoso lhe deu mais 15 anos de vida. Ezequias pediu um sinal de como poderia
subir à Casa do Senhor; então, Deus retrocedeu a sombra do sol dez graus (2 Rs 20.8-11).
O RETRATO
O caráter de Ezequias tinha nítidos contrastes com o de Acaz, seu pai, o qual
acreditava que os deuses de outras nações eram fonte de poder, força e proteção para ele
e sua nação. Por outro lado, Ezequias foi um dos poucos reis comparados positivamente
pelo Senhor ao rei Davi. Ele foi o rei que promoveu a maior reforma espiritual na nação.
Com todas as qualidades de Ezequias, faltou-lhe uma importante: a visão do futuro
bem-estar espiritual do povo. Parece que ele deu poucos passos para preservar os efeitos
de suas reformas radicais. O mais grave foi que ele não passou sua paixão para o filho,
Manassés, que se tornou um dos mais perversos reis de Judá. Os pecados e as práticas
ocultas de Manassés aceleraram a última derrota de Judá.
117
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que m udaram a H istória
A sa—E Asa fez o que era reto aos olhos do SENHOR, comoDavi, seupai (1 Rs 15.11).
Ezequias —E fez o que era reto aos olhos do SENHOR, conforme tudo o que
fizera Davi, seu pai (2 Rs 18.3).
Josías - Efez o que era reto aos olhos do SENHOR; e andou em todo o caminho
de Davi, seu pai, e não se apartou dele nem para a direita nem para a esquerda
(2 Rs 22.2).
118
ESDRAS
O mestre fiel
Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a Lei do SENHOR,
e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus direitos.
E sdras 7.10
C ontexto básico
S intetizando
Desde que foi comissionado a levar o segundo grupo de judeus de volta a Jerusalém,
Esdras liderou pelo exemplo. Ele demonstrou a sua confiança em Deus tanto para o rei
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
da Pérsia quanto para o grupo de repatriados orando e jejuando antes de iniciar a perigosa
viagem para Jerusalém. Quando chegou à sua terra natal, Esdras ficou desapontado
com a desobediência do povo; os homens haviam-se casado com mulheres pagãs e não
faziam oração coletiva nem confissão dos pecados. Esdras tinha recebido autoridade para
administrar a Lei do Senhor mesmo por força, se necessário (Ed 7.25), mas, em vez de
fazer a imposição forçosa da Lei divina, ele começou a orar para que o Todo-Poderoso
trabalhasse na vida das pessoas. O povo reagiu e admitiu seus pecados, concordando com a
elaboração de um plano para lidar com seus problemas. O esforço inicial da parte de Esdras
estabeleceu a base para o que mais tarde seria cumprido junto a outro líder, Neemias, que
se uniria a Esdras. Eles começariam um avivamento que se espalharia por toda a nação.
O CENÁRIO
O RETRATO
Muito antes de o rei da Pérsia ter autorizado Esdras a liderar o grupo de repatriados
a Jerusalém, Deus já vinha preparando Esdras para essa tarefa. Primeiro, como escriba,
Esdras dedicou seu tempo ao estudo minucioso da Palavra. Segundo, ele mesmo decidiu
aplicar o que estava aprendendo da Lei. Terceiro, Esdras queria ensinar a outras pessoas o
conhecimento da Palavra e a obediência a Ela. Com tais prioridades, não foi surpresa que ele
causasse um impacto tão grande no povo de Jerusalém e, por fim, em todo o país. Esdras
era um exemplo vivo do que o Senhor queria para o Seu povo e um modelo de santidade.
Um grande avivamento aconteceu sob a liderança espiritual dele.
121
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
122
NEEMIAS
O grande construtor
E o rei me disse: Que me pedes agora? Então, orei ao Deus dos céus e disse ao
rei: Se é do agrado do rei, e se o teu servo é aceito em tua presença, peço-te que
me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a edifique.
N eemias 2.4,5
C ontexto básico
S intetizando
Neemias estava envergonhado pelo descaso na cidade sagrada de Deus. Quando come
çou a orar a respeito disso, ele sentiu um peso por Jerusalém e pediu permissão ao rei para se
ausentar e ir a Judá como governador a fim de restaurar a reputação de Jerusalém.
Ao chegar, Neemias encontrou Jerusalém exatamente como lhe falaram. Ele motivou toda
a população a reconstruir o muro, que estava em ruínas havia 130 anos. A proeza foi terminada
em apenas 52 dias! Neemias precisou lidar com o entorno hostil, os líderes invejosos e um povo
que havia perdido o zelo por Deus. Com a ajuda de Esdras, o sacerdote, a Lei foi ensinada, o povo
reagiu, e as reformas foram instituídas novamente. Neemias retomou ao reino, mas depois voltou
a Jerusalém para um segundo período como governador, pois percebeu que as pessoas haviam-se
afastado do Senhor mais uma vez. Ele insistiu e conseguiu que elas obedecessem às Leis divinas.
O CENÁRIO
124
NEEMIAS - O GRANDE CONSTRUTOR
O RETRATO
A partir do dia em que Neemias compreendeu o seu papel no plano do Altíssimo para
o povo de Judá, a sua confiança na provisão e na proteção divinas ficou inabalável. Sua fé era
contagiante, e as pessoas responderam trabalhando juntas na reconstrução do muro da cidade.
Neemias não pediu nada que ele não vivesse pessoalmente. Além disso, supriu as necessidades
próprias e as do povo, o que ajudou a diminuir o peso das taxas sobre eles. Finalmente, sua
integridade e sua compaixão serviram como exemplo de liderança espiritual para os nobres e
governantes que estavam explorando os pobres de Jerusalém. A vida e as práticas de Neemias
continuam a ser modelo e orientação para líderes espirituais da Igreja hoje.
125
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
126
ESTER
A rainha
C ontexto básico
Mardoqueu esqueceram que o Senhor tinha mandado o rei Saul, um benjamita, matar
todos os amalequitas e seu rei, Agague.
S intetizando
Ester, filha órfã de Abigail, cresceu na Pérsia com o seu primo mais velho, Mardoqueu,
que a criou como se fosse sua própria filha. Ela era muito bonita e foi escolhida para substituir a
rainha deposta. A vida de Ester no palácio mostra não só como as forças do mal trabalhavam
para destruir os judeus, mas também como a fidelidade de Deus preservou Seu povo de maneira
soberana. A influência de Ester junto ao rei salvou os judeus. Quando o risco de sua extinção
terminou, o povo instituiu por dois dias a festa de Purim, que significa sortes (Et 3.7;9.26), a qual
se tornou uma observância anual para celebrar sua sobrevivência.
Nunca mais houve registro de Ester, mas alguns historiadores sugerem que ela foi
madrasta de Artaxerxes. Ela pode tê-lo influenciado em favor dos judeus, especialmente
com relação a Neemias, o copeiro real, e seu desejo de reconstruir o muro de Jerusalém.
O CENÁRIO
128
E ster - A r ain ha
todo o seu povo (seria a vingança perfeita contra os judeus pelas ações de seus ancestrais).
Hamã obteve a permissão do rei para fazer isso e estabeleceu uma data para o massacre.
129
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que m udaram a H istória
O RETRATO
A beleza física de Ester foi o veículo usado por Deus para colocá-la em uma posição
de influência, mas havia muito mais em Ester além da beleza. Parece que ela possuía
também uma graça natural e uma dignidade que atraíam o favor de todos no palácio.
Mesmo depois de estar na posição poderosa de rainha, Ester continuou a ponderar e a
acatar o conselho de seu primo mais velho, Mardoqueu. A sua qualidade mais relevante,
entretanto, era seu desejo de sacrificar a vida para preservar o destino dos judeus. Sua
coragem ficou evidente quando afirmou: Vai, e ajunta todos os judeus que se acharem em
Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e
as minhas moças também assim jejuaremos; e assim irei ter com o rei, ainda que não é segundo
a lei; e, perecendo, pereço (Et 4.16).
• Servir a Deus pode exigir que você saia da sua zona de conforto
- Apesar de Ester ser a rainha, sua vida nunca esteve em segurança,
especialmente quando ela se apresentou ao rei. E se o Senhor pedisse
que você saísse de sua “zona de conforto”? Como Ester, você teria uma
escolha: permanecer protegido onde estivesse ou seguir a direção divina
- o que, talvez, significasse arriscar sua segurança. O Altíssimo tem um
propósito para você, que é servir-Lhe. Peça ao Todo-Poderoso que lhe
dê coragem para sair de sua zona de conforto e assumir riscos por Ele,
sempre em Sua presença.
130
E ster - A r a in h a
131
JO
Um homem íntegro e reto
C ontexto básico
Jó viveu em Uz, área próxima a Midiã, onde Moisés moraria 40 anos mais tarde
como pastor. No livro que leva o seu nome, não há referência à Lei de Moisés ou a qualquer
das alianças que Deus fez com os patriarcas hebreus. Jó conduzia as funções sacerdotais
em favor de sua família e viveu quase 200 anos. Todos esses fatos sugerem que ele era
contemporâneo de Abraão, o pai dos hebreus.
S intetizando
Jó era um homem reverente, que levou uma vida próspera e sem problemas por
muitos anos. Rico e influente, possuía um grande rebanho de ovelhas, bois e camelos.
Era um marido amoroso, além de pai cuidadoso de sete filhos e três filhas. Um dia, em
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
um curto espaço de tempo, seus filhos e sua riqueza foram tomados dele por desastres
traumáticos e por ladrões impiedosos. Para piorar a situação, Jó foi afligido por bolhas
dolorosas da cabeça aos pés. Ele perdeu tudo, menos a sua fé em Deus, e questionava
por que tais calamidades haviam ocorrido. Seus amigos lamentaram com ele, mas,
logo, o conforto que ofereciam se transformou em acusações e debates. Finalmente,
o Senhor interveio com a Sua perspectiva e repreendeu os amigos de Jó. A história
desse homem termina com a restauração da sua riqueza e felicidade.
O CENÁRIO
► Jó é testado - Jó 1-2
Jó era um homem rico, de caráter íntegro, e que amava a Deus. Satanás acusou-o
de só seguir o Altíssimo por ter uma vida abençoada. Então, o Senhor permitiu ao diabo
destruir toda a família e as posses de Jó. Assim, ficaria provado que sua devoção não
dependia dessas coisas. Firme, Jó manteve a fidelidade. Satanás imaginou que, se tirasse
a saúde do patriarca, ele negaria a Deus. Contudo, em vez de ficar aflito com as bolhas
por todo o seu corpo, Jó continuou a confiar no Todo-Poderoso.
► Jó é acusado - Jó 3-37
Os amigos de Jó, depois de várias discussões, presumiram, de forma errada, que
seu sofrimento era resultado de algum pecado cometido. Eles tentaram fazer Jó se
arrepender. Em meio a cada debate, Jó argumentava que não havia pecado de forma a
merecer tal sofrimento; mas, a cada negativa sua, as acusações se intensificavam.
► Jó é abençoado - Jó 42
Em resposta à confrontação de Deus, Jó se humilhou. O Altíssimo, então, repreendeu
os amigos de Jó por aumentarem o seu sofrimento com falsas acusações e críticas. Jó,
assim, recebeu o dobro de sua riqueza e uma nova família com sete filhos e três filhas.
134 ''
Jó - Um hom em íntegro e reto
O RETRATO
Jó nunca entendeu por que Deus permitiu o seu sofrimento, mas aprendeu a aceitar
a situação sem questionar a sabedoria e o julgamento do Altíssimo. O Jó que perseverou
nesse comportamento conheceu o Senhor melhor e confiou nEle mais profundamente do
que aquele Jó do início. Na Bíblia, o patriarca é mencionado, junto a Noé e Daniel, como
um homem reto (Ez 14.14-20), e é citado no Novo Testamento para encorajar os que
sofrem mesmo tendo uma vida justa (Tg 5.11).
L ições de vida de J ó
136
ISAIAS
O servo voluntário
C ontexto básico
S intetizando
O CENÁRIO
1 138
ISAÍAS - O SERVO VOLUNTÁRIO
O RETRATO
Isaías direcionou a maior exortação de seu ministério ao reino de Judá, ao Sul. Ele condenou
o ritualismo vazio da época e a idolatria em que muitos do povo de Deus caíram e profetizou o
cativeiro de Judá pela Babilônia por causa do pecado da idolatria. Mais do que qualquer outro
profeta do Antigo Testamento, Isaías forneceu dados sobre o dia vindouro do Senhor e o tempo
em que viria; também descreveu muitos aspectos do futuro reino de Israel na Terra - dando
detalhes que não são encontrados em outros versículos. Ele também é conhecido como “o
profeta evangelista” devido ao seu foco - especialmente nos últimos 27 capítulos de seu livro -
na graça de Deus, não somente para os arrependidos de Israel, mas também para todos os que
se arrependem dos seus pecados.
140
ISAÍAS - O SERVO VOLUNTÁRIO
141
JEREMIAS
O profeta “ chorão”
Então, disse eu: Ah! Senhor JEOVA! Eis que não sei falar; porque sou uma
criança. Mas o SENHOR me disse: Não digas: Eu sou uma criança; porque,
aonde quer que eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás. Não temas
diante deles, porque eu sou contigo para te livrar, diz o SENHOR.
J erem ia s 1.6-8
C ontexto básico
S intetizando
O CENÁRIO
144
J eremias - O profeta “ chorão '
O RETRATO
145
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
Sozinho na maior parte da vida, ele se voltou para o Senhor, diante de quem
derramava o coração, expressando raiva (pelo fato de o povo rejeitar os alertas),
lamentando o julgamento vindouro e agonizando (por causa da visão da destruição
de Jerusalém). Deus encorajava Jeremias continuamente, mas não permitiu que o
profeta retrocedesse em seu desconfortável ministério. O grande pesar pelo povo deu
a Jeremias o título de profeta “chorão”.
i 146
J eremias - O profeta “ chorão '
147
EZEQUIEL
O pregador das ruas
C ontexto básico
S intetizando
O CENÁRIO
150
EZEQUIEL - O PREGADOR DAS RUAS
O RETRATO
Desde o início do ministério de Ezequiel, o Senhor o colocou como vigia dos muros da
cidade. Era um cargo de muita responsabilidade, pois ele deveria exercer grande vigilância.
Caso falhasse em seu posto, toda a cidade poderia ser destruída. Como vigia espiritual,
tinha a função de alertar o povo acerca do juízo vindouro. Enquanto os avisos dos profetas
Isaías e Jeremias dirigiam-se à nação, os de Ezequiel comunicavam a obrigação individual.
Cada pessoa em Judá e no exílio na Babilônia era responsável por sua confiança e sua
obediência a Deus independentemente da atitude dos que a cercavam.
Ezequiel usou visões, profecias, parábolas, sinais e símbolos enquanto andava pelas
ruas proclamando a mensagem de Deus para os exilados. Ele morreu na Babilônia 40
anos antes de suas profecias serem parcialmente cumpridas por um grupo de judeus que
retornou a Judá sob a liderança de Zorobabel, um descendente do rei Davi.
• Deus está chamando você para ser vigia dEfe - O Senhor chamou
Ezequiel para alertar os israelitas sobre o julgamento que ocorrería se eles
continuassem em pecado. Voltando-se para Deus, seriam poupados. O
Altíssimo responsabilizaria Ezequiel por seus companheiros judeus caso
ele fracassasse em avisá-los das consequências do pecado. Hoje, o Pai
celeste está recrutando você para ser vigia. Você tem a responsabilidade
de alertar sua família, seus amigos e seus colegas de trabalho a respeito
das consequências de uma vida longe de Deus. Como eles vão reagir é
uma questão entre cada um e o Senhor. Você está pronto para assumir
esse papel?
j
151
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
• O sarmento da videira - Judá não tinha outro propósito que não fosse
ser queimada (Ez 15).
• Uma criança abandonada - Descreve a traição de Israel ao amor e à
compaixão de Deus (Ez 16).
• A águia e o cedro - Retratam a rebelião do rei Zedequias e a resultante
destruição de Jerusalém (Ez 17).
• O fogo do furor - Explica o processo que Deus usará para purificar o
povo pelo “calor” do cerco a Jerusalém (Ez 22.17-22).
• As duas irmãs meretrizes - Simbolizam o adultério espiritual de Israel
e Judá (Ez 23).
• A panela - Mostra como o Senhor purificará Jerusalém (Ez 24.1-14).
• O naufrágio - Ilustra o julgamento que cairá sobre a cidade de Tiro
(Ez 27).
• Os pastores perversos - Significam os líderes irresponsáveis de
Jerusalém e o julgamento deles (Ez 34).
• Os ossos secos - Descrevem a renovação espiritual da nação de Israel
(Ez 37).
152
DANIEL
Um homem de convicções
C ontexto básico
S intetizando
Daniel era adolescente quando foi brutalmente arrancado de sua terra natal e
obrigado a participar de um treinamento preparatório a fim de que ele e outros jovens
servissem ao governo babilônico. Usando a sabedoria que o Senhor lhe deu e sua
integridade pessoal, Daniel fez o seu melhor no exílio e, com a ajuda divina, logo subiu
ao cargo de estadista e conselheiro de reis. Ele não somente interpretou os sonhos de
reis, como também recebeu visões de Deus dos sucessivos estágios da queda mundial
dos gentios ao longo dos séculos até o tempo em que o Messias derrubará todo domínio
pagão e governará em Seu grande e abençoado Reino.
O CENÁRIO
154
D aniel - U m hom em de convicções
O RETRATO
Por toda a sua longa vida, Daniel se manteve totalm ente comprometido com
Deus, embora exercendo função política nos governos de duas sociedades seculares e
pagãs. Ele era uma pessoa de grande integridade e fé; sua honestidade e sua lealdade
renderam-lhe o respeito e a admiração de poderosos governantes pagãos. Mesmo na
alta posição de conselheiro de confiança, Daniel permanecia um servo humilde cuja
honestidade irritava constantemente os companheiros políticos invejosos, que tinham
fome de poder. A credibilidade de Daniel se estendeu para além do palácio, chegando
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
156
D aniel - U m ho m em de convicções
157
JONAS
O profeta indisposto
Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua
malícia subiu até mim.
JONAS 1.2
w
Característica mais marcante: nacionalismo
Conquista mais marcante: pregou em Nínive
Quando viveu: de 793 a.C. a 758 a.C. (ministrou durante o reinado de Jeroboão II)
Nome: donas, que significa pomba
Texto principal: livro de Jonas
C ontexto básico
S intetizando
Jonas, filho de Amitai, era um nativo do reino do Norte a quem Deus ordenou que
fosse a Nínive. Jonas não estava interessado no chamado do Senhor e, em vez de seguir para
Nínive, rebelou-se, entrando em um navio no porto de Jope e indo para Társis, uma cidade
da atual Espanha. Esse é o único registro bíblico de um profeta que recusou o chamado do
Altíssimo! Por fim, Deus repreendeu Jonas, que, então, obedeceu-Lhe, dirigindo-se a Nínive
para pregar arrependimento. A cidade se arrependeu, mas Jonas não gostou disso. O Senhor,
pacientemente, arrazoou com Seu profeta, revelando Seu amor e Sua compaixão por um povo
perdido, o que contrastou com a insensibilidade de Jonas.
O CENÁRIO
160
JONAS - O PROFETA INDISPOSTO
O RETRATO
Jonas foi um profeta relutante, que não queria cumprir a missão dada pelo Senhor.
Ele cresceu odiando os assírios e temendo a sua crueldade. Seu ódio era tão forte, que
ele preferia fugir de Deus a obedecer-Lhe. Depois de ter sido engolido pelo grande
peixe, Jonas retomou o senso e voltou a cumprir o mandamento. Ele viajou para Nínive
e pregou a mensagem do julgamento do Todo-Poderoso. Com certeza, o seu pior
medo se concretizou - a maioria da cidade se arrependeu! Jonas ficou furioso, porque
o Altíssimo poupou Nínive, e ele a queria destruída. Estava mais preocupado com seu
nacionalismo do que com a perda - em especial, por ser uma nação inimiga.
\ 162
JONAS - O PROFETA INDISPOSTO
A d e s tru iç ã o
O badias 8 4 0 a .C . J u d á /E d o m
de Edom
O d ia v in d o u ro
Joel 8 3 5 a .C . R eino d o Sul
do Senhor
A rrependim ento
Jonas 760 a .C . N ínive
o u juízo
A fid elid ad e d e
O seias 740 a .C . R eino d o N o r te
D eu s
P a ra o s líd eres
M iqueias 7 3 0 a .C . R eino d o Sul n ã o e x p lo ra re m
o s p o b re s
A d e s tru iç ã o
N aum 6 6 0 a .C . R eino d o Sul
d e N ínive
“O D ia d o
Sofonias 6 2 5 a .C . R eino d o Sul
S e n h o r”
Por que os
H abacuque 6 0 7 a .C . R eino d o Sul p e rv e rs o s n ã o
sã o p u nidos?
A re c o n s tr u ç ã o
Ageu 52 0 a .C . Judá
d o te m p lo
A v in d a d o
Z acarias 515 a .C . J e ru s a lé m
M e ssia s
N ã o e v ita r o
M alaquias 4 3 0 a .C . J e ru s a lé m
Senhor
163
MARIA
A serva do Senhor
Disse, então, Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a
tua palavra. E o anjo ausentou-se dela.
L ucas 1.38
w
Característica mais marcante: humildade
Conquista mais marcante: mãe de Jesus
Quando viveu: de 20 a.C. até depois da ressurreição de Jesus e do nascimento da Igreja
Nome: Maria, que significa bendita
Textos principais: Mateus 1,2; 12.46; Lucas 1,2; João 2.1-11; 19.25; Atos 1.14
C ontexto básico
Tinham-se passado mais de 400 anos desde o último livro do Antigo Testamento,
Malaquias, e mais de 500 anos desde o último registro bíblico de um milagre. Durante esse
tempo, a pequena nação de Judá ficou sujeita a numerosas forças estrangeiras. Naquele
momento, ela estava dominada por Roma. Em meio às lutas políticas, um pequeno número de
fiéis aguardava o Messias, o Prometido, Aquele que os libertaria da dominação estrangeira.
Maria, uma adolescente da cidade de Nazaré, ao norte do país, era um deles. No tempo
certo de Deus, ela viveria o maior milagre desde o início da História da humanidade.
S intetizando
Maria era uma adolescente judia de uma pequena cidade que ficava em uma parte
desconhecida do mundo. Pertencente à tribo de Judá e à linhagem real de Davi, ela gerou
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
Cristo ainda virgem, de forma milagrosa. Após o nascimento de Jesus, casou-se com José,
um homem reto, carpinteiro, também da linhagem de Davi. Eles viviam humildemente em
Nazaré e, depois de Jesus, tiveram quatro filhos —Tiago, José, Judas e Simão —e várias filhas.
As Escrituras não registram se ela falava a seus outros filhos sobre a experiência anterior com
o anjo, os pastores, os sábios do Oriente ou a fuga para o Egito. Maria estava presente quando
Jesus realizou o Seu primeiro milagre, transformando água em vinho (Jo 2.1-8). Depois disso,
somente menções breves são feitas a ela, que é citada pela última vez em Atos 1.14, como
membro de um grupo de cristãos que oravam e esperavam pela promessa do Espírito de Deus.
O CENÁRIO
166
M aria - A serva do Senhor
uma profunda consciência de quem era, de onde provinha e de qual seria Sua missão
no mundo. Esse entendimento fez grande diferença na Sua relação com a mãe. Vários
incidentes fizeram com que Maria percebesse, com tristeza, que Jesus não era submisso
a ela do jeito esperado em um relacionamento de mãe e filho:
• Quando Jesus foi deixado para trás em Jerusalém, aos 12 anos, não era
uma criança dependente. Ele disse: Por que é que me procuráveis? Não
sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai? (Lc 2.49).
• Quando Maria pediu que Jesus fizesse alguma coisa quanto à falta de vinho
na festa de casamento, Ele declarou: Mulher, que tenho eu contigo?Ainda não
é chegada a minha hora (Jo 2.4).
• Quando Jesus foi perguntado sobre Sua família enquanto falava à
multidão, Ele respondeu: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E,
estendendo a mão para os discípulos, disse: Eis minha mãe e meus irmãos.
Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão,
irmã e mãe (Mt 12.48-50).
O RETRATO
Maria aparece nas Escrituras como uma mulher quieta e humilde. Depois de
saber, pelo anjo Gabriel, como seria seu futuro, ela poderia ter assimilado cada novo
episódio com interesse único e dado à sua vida o significado de seu nome. Ela passaria
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
por muitas experiências árduas e, daquele momento em diante, ela poderia nunca mais
ser a mesma. Oito dias depois do nascimento de Jesus, de acordo com a Lei, Maria e
José apresentaram Jesus no templo em Jerusalém, que ficava a alguns quilômetros de
Belém. Simeão havia sido avisado pelo Espirito Santo de que ele veria o Cristo do Senhor
antes de morrer (Lc 2.26). Ele pegou a criança, consagrou-a a Deus e fez uma profecia
sobre Jesus e outra sobre o futuro de Maria: (E uma espada traspassará também a tua
própria alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos corações (Lc 2.35).
Por ter engravidado antes de se casar com José, Maria teria sua reputação manchada (Mt
1.18-25). Também seu filho mais velho seria para sempre mal entendido, até por ela - como
quando, aos 12 anos, falou sobre estar no serviço de Seu Pai (Lc 2.49). Além disso, os irmãos de
Jesus não acreditavam nEle - pelo menos, não de imediato. Na verdade, escarneceram dEle e,
em certa ocasião, concluíram que era louco. Queriam retirá-lO de um grande ajuntamento onde
estava falando (Mc 3.21,3.31; Jo 7.3-5). Maria, depois de tolerar 30 anos de vergonha e escárnio,
agora suportava a rejeição das alegações de seu Filho, a tristeza do Seu julgamento e, finalmente,
a agonia de Sua crucificação e morte. Ela achou difícil vê-lO morrer, mas não poderia deixá-lO.
A última referência bíblica a Maria é feita em Atos 1.14. Ela está no Cenáculo, com
seus filhos, que agora creem e oram; todos esperam juntos pela vinda do Espírito Santo, o
qual os capacitaria para servir na Igreja. Apesar de todo o sofrimento que Maria suportou,
seu lampejo final foi feliz. Seu Filho vive eternamente, e sua vida mudou. Jesus havia sido
filho dela; mas, agora, ela tornou-se filha dEle. Maria pôde descansar e tomar seu lugar
junto aos outros que adoravam Cristo como o Filho de Deus.
: 168
M aria - A serva do Senhor
viajou para ver sua prima, Isabel, que também estava grávida. A canção
de adoração que Maria entoou quando chegou à casa de Isabel é
chamada de magnificat, porque engrandece o Senhor. Nesse cântico,
há pelo menos 15 referências ao Antigo Testamento - Maria declamou
o que estava em seu coração. Que palavras você profere hoje? Guarde a
Palavra em seu coração, para que, ao abrir a boca, você deixe jorrar em
adoração a exuberância dEla.
• Passe tempo a sós com Deus - Lucas disse que, após o nascimento
de Jesus e a chegada dos pastores, que contaram como seres angelicais
lhes apareceram e cantaram louvores a Deus, Maria guardava todas
essas coisas, conferindo-as em seu coração (Lc 2.19). Ela passou tempo
meditando nos fatos de sua vida. Deixe o exemplo de Maria servir como
um lembrete de sua necessidade de estar a sós com o Senhor para refletir
sobre o que Ele está fazendo em sua vida. Há quanto tempo você não fica
sozinho com Deus? É nos momentos de contemplação que aprendemos
a apreciar tudo o que o Senhor fez, está fazendo e fará. Muitas vezes,
é esse tipo de solicitude que difere um cristão extraordinário de um
simples cristão.
169
JOAO BATISTA
O precursor do Messias
Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu
alguém maior do que João Batista; mas aquele que é o menor no Reino dos
céus é maior do que ele.
M a t eu s 11.11
C ontexto básico
Tinham-se passado mais de 400 anos desde que as palavras proféticas finais
de Malaquias apontaram a vinda de Elias, o profeta (Ml 4.5). Elias, ou uma pessoa
similar a ele, viria e anunciaria a chegada do Messias (Ml 3.1). Após centenas de anos,
o nascimento dessa pessoa foi anunciado por um anjo a um velho sacerdote chamado
Zacarias. O anjo disse que a esposa estéril de Zacarias, Isabel, geraria um filho
e que seu nome seria João. Ele prepararia o povo de Israel para a vinda do Senhor.
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
S intetizando
O CENÁRIO
172
J oão Batista - O precursor do M essias
O RETRATO
Jesus chamou João de o último e maior dos profetas - um grande tributo vindo
do Maior do mundo (Lc 7.28). João era uma figura imponente; tinha uma posição
extremista, como Elias. Sua vida também foi marcada por renúncia, humildade e
coragem. Sua aparência e seu modo de viver eram tão rígidos, que muitos acreditavam
que ele estava possesso. Em sua humildade, via-se como apenas uma voz que clamava a
fim de que as pessoas se preparassem para o Único - o qual ele era indigno de descalçar.
E, quando o Único veio, João direcionou seus discípulos a segui-lO. Por sua coragem,
João foi aprisionado e, por fim, morto aos 30 anos, tendo ministrado por somente um
ano aproximadamente.
173
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que m udaram a H istória
Eis que eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do
SENHOR.
M alaquias 4.5
174
J oão Batista - O precursor do M essias
O batismo de João
C o n t e x t o b á s ic o
Desde que Israel retornou do cativeiro na Babilônia, a nação foi controlada por
várias forças estrangeiras. No tempo em que Mateus nasceu, era o Império Romano que
comandava Israel. O povo falava o aramaico - idioma nativo o grego - idioma comercial
- e o latim - idioma de seus conquistadores. Os romanos dominavam as rotas comerciais
entre o Egito, ao Sul, e a Síria, ao Norte. Os judeus residentes que quisessem fazer o
mesmo podiam comprar franquias tributárias do governo romano e coletar impostos de
quem usava as rotas. Grande parte dos coletores de impostos cobrava tarifas maiores do
que o necessário, dava a porcentagem de Roma e embolsava o restante. Muitos desses
cobradores de impostos eram vilões desprezíveis e sem princípios. No meio desse grupo
infame estava Levi, um judeu também conhecido como Mateus, seu nome em grego.
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
S intetizando
Embora Mateus tenha escrito um dos quatro evangelhos, pouco se conhece a seu
respeito. O que sabemos mesmo é que ele era judeu, filho de Alfeu (Mc 2.14) e coletor
de impostos para o governo romano. Talvez tenha adquirido um bom conhecimento sobre
Jesus - Seus milagres e Sua afirmação como o Messias prometido - devido ao seu contato
com diferentes viajantes. E possível também que tenha ouvido o sermão de Cristo no monte
da Galileia, onde nasceu e viveu. Independentemente da informação que possuía ou da sua
ligação com Jesus, isso mexeu de tal forma com a sua herança judaica, que, quando Cristo
apareceu na alfândega, Mateus sabia e cria o suficiente para deixar tudo e segui-lO. Como
muitos dos seus amigos coletores, Mateus era rico, o que ficou claro em sua primeira atitude
registrada como seguidor do Mestre —ele ofereceu um grande banquete para apresentar
seus amigos a Jesus. Então, tornou-se um dos Seus 12 apóstolos. Diz a tradição que Mateus
morreu queimado, tento aberto mão de tudo para seguir Jesus.
O CENÁRIO
► A herança de Mateus
O nome judeu de Mateus, Levi, indica que ele pertencia à linhagem de sacerdotes de Levi,
um dos filhos de Jacó, o pai das 12 tribos. A tribo de Levi foi separada para a adoração e o serviço
a Deus, o que significa que Levi recebeu boa educação e entendimento adequado do Antigo
Testamento (isso é visto em seu evangelho, no qual ele sempre cita o Antigo Testamento ao
contar a vida de Jesus).
► O ministério de Mateus
Desde o princípio de sua conversão, Mateus demonstrou zelo ao apresentar o seu
Salvador. O evangelho de Lucas registra o banquete evangelístico dado por Mateus em
sua casa para todos os amigos rejeitados pela sociedade judaica. Seguem alguns fatos
sobre o banquete evangelístico de Mateus:
178
M ateus - O homem que deixou tudo
Mateus nunca deixou de ter um ônus para o seu povo e ministrou por muitos anos
aos judeus tanto em Israel quanto fora de lá. Cerca de 30 anos depois da morte e da
ressurreição de Jesus, Mateus descreveu a vida e os momentos de Cristo para o benefício
de seus ouvintes judeus. Em seus relatos, ele citou muitas profecias do Antigo Testamento
que identificavam Jesus como o Messias profetizado.
► O livro de Mateus
Treinado para ler e estudar adequadamente a Lei e dotado de habilidade com a pena,
Mateus foi usado por Deus para registrar a vida de Jesus de modo sistemático, relatando
muitas profecias cumpridas do Antigo Testamento sobre a vinda do Messias na Pessoa de
Jesus. O evangelho de Mateus foi escrito em uma época em que os apóstolos, as testemunhas
oculares, estavam morrendo ou sendo martirizados. As igrejas se multiplicavam, e era
necessário registrar a recente comunidade cristã como ferramenta evangelística para dividir
o Evangelho com as comunidades judaicas espalhadas pelo Império Romano.
O RETRATO
Embora tenha sido escolhido como discípulo de Jesus, Mateus era um homem
humilde. Em todo o seu evangelho, somente duas vezes ele falou sobre si mesmo:
quando relatou o seu chamado (Mt 9.9) e quando listou os 12 apóstolos (Mt 10.1-4).
Mateus era um estudioso do Antigo Testamento e fez referências à Lei, aos salmos e
aos profetas mais do que todos os autores dos evangelhos juntos - 99 vezes. Depois
de começar a seguir Jesus, a primeira atitude do evangelista foi convocar todos os
seus amigos para conhecerem Cristo. Ele levou o fardo de seu povo o tempo inteiro
e escreveu seus primeiros relatos da vida e do ministério de Cristo para benefício dos
judeus. Seu objetivo era convencê-los de que Jesus era o tão esperado Messias.
179
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
180
M ateus - O homem que deixou tudo
181
MARCOS
O homem que recebeu
uma segunda chance
C o n t e x t o b á s ic o
S intetizando
O CENÁRIO
184
M arcos - O hom em que recebeu u m a segunda chance
porém, quando Barnabé pediu permissão a Paulo para levar Marcos em uma segunda
viagem missionária, Paulo negou com veemência. Não era possível contar com Marcos.
O RETRATO
185
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
pagou-se anos mais tarde, quando Marcos esteve com Paulo enquanto este estava em
uma prisão romana (Cl 4.10). Antes de enfrentar a execução, ao final de seu segundo
encarceramento, Paulo pediu a Marcos que, juntamente a Timóteo, ajudasse-o, pois o
apóstolo considerava Marcos útil ao ministério (2 Tm 4.11). Mais tarde, Marcos serviu
com Pedro em Roma (1 Pe 5.13), onde deve ter escrito sobre a vida e o ministério
de Jesus.
L ições de vida de M arcos
• Invista nos jovens - O jovem Marcos foi feliz por ter um membro
da família que nunca desistiu dele; Barnabé o encorajou e o conduziu
à maturidade. Você conhece algum jovem que precise de seu apoio
em tempos difíceis - como um filho, uma filha, um sobrinho ou uma
sobrinha? Olhe a sua família primeiro. Depois, os jovens da sua igreja.
Eles são a próxima geração de cristãos que executará a obra de
Deus. Talvez o Senhor esteja mandando você discipular e encorajar
outro Marcos!
I 186 j
M arcos - O hom em que recebeu u m a segunda chance
187
LUCAS
O primeiro médico missionário
'SsSftf
C ontexto básico
se seu amigo amado (Cl 4.14), além de um historiador preciso tanto da vida e do ministério
de Jesus quanto da expansão do Evangelho.
S intetizando
O CENÁRIO
► A história de Lucas
Em seus relatos históricos sobre o crescimento da Igreja, Lucas mostrava grande
interesse na Antioquia, levando muitos a cogitarem que ele tenha nascido lá e se tornado
cristão na igreja em que Paulo e Barnabé integravam a liderança. Não há indicação de
onde estudou, mas seu excelente estilo literário e seu conhecimento médico sugerem que
era um homem grego muito bem formado.
: 190
L ucas - O primeiro médico missionário
► Lucas, o historiador
A formação de Lucas fez dele um historiador hábil e consciente. Credita-se a ele mais
de um quarto da escrita do Novo Testamento - uma quantidade maior que de qualquer
outro escritor da Bíblia. A pesquisa moderna atestou a excelência do seu trabalho.
► Lucas, o evangelista
Lucas não se declarou testemunha da vida de Jesus. Ele afirmou que as coisas
por ele registradas foram segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde
o princípio e foram ministros da palavra (Lc 1.2). Sendo grego, Lucas escreveu para
fortalecer a fé dos gentios, especialmente dos cristãos gregos. Ele também queria
encorajar os incrédulos gregos a considerarem Jesus Cristo como o Homem perfeito
- o Filho do Homem que veio em serviço sacrifical para morrer pelos pecadores a fim
de salvá-los.
O RETRATO
O uso do termo amado por Paulo nos diz muito sobre o caráter de Lucas, um
médico treinado para cuidar das necessidades físicas do povo. Em seus escritos,
vemos sua preocupação com as pessoas - especialmente os pobres, as mulheres e os
desprezados pela sociedade judaica (como Zaqueu, o coletor de impostos) —e com o
modo como elas reagiam ao ministério de Jesus. Também notamos o seu envolvimento
no ministério com Paulo. Devido aos perigos e às privações que ocorriam nas viagens
com o apóstolo, Lucas ficou perto desse velho evangelista e fundador de igrejas. Nos
dias difíceis em Roma, quando os jovens estavam deixando Paulo, Lucas se manteve fiel
ao lado dele.
•• 191 ?
De A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
192
JOAO
O apóstolo do amor
C ontexto básico
S intetizando
João era filho de Zebedeu e Salomé, e irmão mais novo de Tiago. Ele e a família
viviam na Galileia, onde os homens eram pescadores no mar da Galiieia. Seus familiares
tinham alguma ligação com Caifás, o sumo sacerdote (Jo 18.15), o que indica uma posição
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
de influência e posses. João e seu irmão seguiram João Batista até que este os direcionou
para Jesus. Desse momento em diante, seguiram Cristo por períodos de tempo intercalados
até o Mestre escolhê-los, juntamente a outros dez, para serem Seus discípulos. Jesus os
comissionou para levarem a Sua mensagem ao mundo. João sobreviveu a todos os outros
discípulos e experimentou, em primeira mão, com outros cristãos no Império Romano,
a severa perseguição de governantes corruptos e pagãos - homens maus que temiam a
força poderosa dos comprometidos seguidores de Cristo. Próximo ao fim de sua vida,
João ainda veria falsas doutrinas e heresias aparecerem na igreja.
João, a última testemunha vivade Jesus, escreveu o seu evangelho para complementar
as outras três narrativas que estavam circulando havia mais de 20 anos. Grande parte do
seu ministério como autor de cartas de alerta durante os seus últimos anos foi exercido na
cidade de Efeso, que se tornou sua sede. Por causa da pregação fiel da Palavra de Deus,
o governo romano mandou João para uma ilha deserta no mar Egeu, na costa de Efeso,
chamada Patmos. Foi nesse lugar que ele recebeu uma série de visões da futura história do
mundo. Por fim, João foi libertado de Patmos e retornou a Efeso, onde a sua “Revelação
de Jesus Cristo” começou a circular. Ele morreu ali aproximadamente um ano depois,
finalizando a era dos apóstolos.
O CENÁRIO
► O discípulo João
• Ele foi discípulo de João Batista (Jo 1.35-39).
• João Batista o direcionou para Jesus (Jo 1.36,37).
• João seguiu Jesus de volta à Galileia e testemunhou Seu milagre de
transformação da água em vinho (Jo 2.2).
• João foi com Jesus para Jerusalém, depois voltou à sede de Cristo na
Galileia. Ele retornou ao ofício de pescador (Jo 2.13-4.54), mas continuou a
seguir Jesus de forma intermitente.
► O apóstolo João
• Na metade dos três anos de Seu ministério, Jesus selecionou um grupo
de 12 homens com os quais Ele desenvolveu um relacionamento íntimo
de discipulado. João, seu irmão Tiago e Pedro se relacionaram mais de
perto com Cristo do que os outros apóstolos.
• João foi o único discípulo que ficou junto de Jesus durante o Seu julga
mento e a Sua crucificação.
f 194 í
J oão - O apóstolo do amor
• Da cruz, Jesus apontou João para cuidar de Sua mãe, Maria (Jo 19.25-27).
• João e Pedro foram os primeiros discípulos a verem a tumba vazia (Jo
20. 1- 10).
► O evangelista João
• João e Pedro foram presos por pregarem na área do templo.
• João e Pedro pregaram para os samaritanos.
• João foi descrito por Paulo como “coluna” da igreja de Jerusalém (Gl 2.9).
• João e os outros apóstolos ficaram em Jerusalém pregando e ensinando
à multidão de novos cristãos.
► O autor João
• Depois de Lucas e Paulo, João foi o autor que mais escreveu no Novo
Testamento.
• O evangelho de João é considerado o mais teológico dos quatro relatos
da vida de Jesus. Ele apresenta a abordagem mais poderosa e direta da
divindade e da humanidade de Jesus, o Filho de Deus, o Messias, Deus
encarnado.
• As três cartas de João descrevem, de uma perspectiva pessoal, o que
significa ter amizade com Deus. Além disso, alertam sobre falsos mestres
que estavam negando tanto a humanidade quanto a divindade de Jesus,
o que era contrário à sua própria experiência. Elas também falam sobre a
hospitalidade que era oferecida a esses falsos mestres.
• A escrita do Apocalipse começa com um comentário sobre a condição
espiritual de cada uma das sete igrejas das regiões ao redor de Efeso;
depois, continua a descrever a futura luta da igreja até que a vitória final
seja alcançada na segunda vinda de Jesus Cristo como Rei dos reis e
Senhor dos senhores.
195
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
O RETRATO
Provavelmente, João era o mais novo dos discípulos, o mais impetuoso e ardoroso.
Seu testemunho inicial nas Escrituras não era bonito. Três fatos bíblicos ilustram a
necessidade que ele tinha de ser transformado por Jesus:
• João era egoísta - João e os outros discípulos pensaram estar em um
clube exclusivo e de elite. Fora do clube, alguém estava expulsando
demônios em Nome de Jesus, e João e os outros contestaram essa
pessoa. Jesus repreendeu João por seu espírito possessivo com relação
a outros ministrarem em nome dEle, independentemente da afiliação ao
grupo (Lc 9.49,50).
• João era vingativo —João e seu irmão estavam furiosos porque uma
vila em Samaria lhes havia recusado hospitalidade quando os discípulos
se dirigiam para Jerusalém. Eles pediram que Jesus mandasse fogo do
céu e matasse todos daquele lugar! É surpreendente que, logo depois de
ter confrontado João, Jesus tivesse de repreender tanto ele quanto seu
irmão Tiago pela sugestão maldosa (Lc 9.51-56).
• João era ambicioso - João e seu irmão se juntaram para solicitar à sua
mãe que fosse a Jesus e Lhe pedisse posições de poder em Seu reino
vindouro. Não lhes importava terem de pisar em seus dez companheiros
discípulos para ganharem essas posições. O utra vez, Jesus os repreendeu
e aproveitou a oportunidade para ensinar aos discípulos sobre a liderança
servil (Mt 20.20-28).
A morte de Jesus e a vinda do Espírito de Deus mudaram tudo isso em João. O livro de
Atos e os próprios escritos de João revelam que ele se tornou um amável, humilde e paciente
servo do Senhor, vivendo por quase cem anos. Diz a tradição que suas palavras finais foram
a sua mensagem de vida: “Filhinhos, amem uns aos outros” (veja 1Jo 3.18; 4.7).
196
J oão - O apóstolo do amor
197
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
Testemunhos:
C o n t e x t o b á s ic o
A lista e a ordem dos nomes dos 12 apóstolos são quase idênticas em todas as
narrativas bíblicas sobre o chamado e o treinamento dos discípulos de Jesus. Nos quatro
evangelhos, o nome de Pedro vem sempre primeiro. Desde o início, ele foi escolhido por Cristo
para ser “a pedra” que fortalecería os outros. Pedro era um líder nato que logo se tornou o
porta-voz de todo o grupo. Além de autoconfiante e ousado, ele também era discipulável:
aberto à correção e ao ensino quando exortado pelo Mestre por coisas que dizia ou fazia.
O verdadeiro segredo da grandiosidade de Pedro como líder espiritual está no seu próprio
crescimento, que ocorria quando ele se mantinha sensível à liderança do seu Senhor. Ao
escrever-nos, encorajando-nos, ele queria nos ver crescer na graça e conhecimento de nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo (2 Pe 3.18a).
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
S intetizando
Simão era filho de Jonas, nativo de Betsaida, localizada na Galileia. Ele e seu irmão
André eram antes discípulos de João Batista. Primeiro, André encontrou Jesus e O levou a
Pedro. De modo profético, o Messias mudou o nome de Simão para Cefas, que, no dialeto
local, significava pedra e, no grego, traduzia-se como Pedro. O encontro com Cristo
não resultou em nenhuma mudança imediata no comportamento externo de Pedro. Ele
retornou à Galileia e continuou a trabalhar como pescador. Mais tarde, foi chamado por
Jesus para ser um dos 12 discípulos.
Somente após negar Jesus e ser restaurado por Ele, Pedro se posicionou como uma
“pedra” para os outros discípulos. Ele agora estava pronto para ser um líder espiritual.
Depois da ressurreição e da ascensão de Cristo, e da descida do Espírito Santo, Pedro
se tornou um líder importante e o porta-voz da recém-formada igreja de Jerusalém. Ele
ministrou à comunidade judaica dentro e fora de Jerusalém por muitos anos.
Mais velho, Pedro já devia ter viajado e ministrado para a dispersa comunidade judaica
e também para os gentios na Ásia Menor, pois sua primeira carta, 1 Pedro, foi direcionada
aos cristãos que viviam em várias províncias daquela região. É possível que ele tenha chegado
a Roma nos anos 50 d.C. ou 60 d.C. Suas duas cartas foram escritas no meio dos anos 60,
na companhia de Silas - missionário companheiro de viagem de Paulo - e de João Marcos.
Nessa época, Paulo estava preso em Roma. Pedro e Paulo foram ambos martirizados por
Nero no mesmo período, 67 d.C. a 68 d.C. A tradição diz que Pedro morreu crucificado. Sua
participação nos primeiros anos da formação do cristianismo fez dele um dos mais importantes
homens do Novo Testamento.
O CENÁRIO
► Pedro, o pescador
Pedro começou a vida como pescador em Betsaida, uma cidade perto do mar da
Galileia. Ele e seu irmão André eram sócios de Tiago e João. Os quatro se tornaram
discípulos de Jesus mais tarde. O negócio prosperou, permitindo que tivessem contato
social com o sumo sacerdote de Jerusalém. Pedro era mais velho que os outros e
se tornou o consultor da empresa de pescaria. Ele era casado (Mc 1.29-31), e, quando se
tornou missionário, sua esposa o acompanhava nas viagens (1 Co 9.5). Foi durante uma
pescaria que Jesus disse a Pedro e a seus sócios: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores
de homens (Mt 4.19).
200
Pedro - O pescador e líder de homens
► Pedro, o discípulo
O contato próximo de Pedro, André, Tiago e João continuou quando todos foram
chamados para serem discípulos de Jesus com mais oito homens. Eles viveríam com
Cristo e aprenderíam ao ouvirem os Seus ensinamentos. Alguns fatos da vida de Pedro
como discípulo revelam muito de sua natureza impetuosa:
Pedro andou sobre a água - Uma noite, durante uma tempestade no mar da Galileia,
a impulsividade de Pedro o levou a tentar andar sobre a água para ficar perto de Jesus. Ele
conseguiu... Até tirar seus olhos de Cristo e começar a afundar (Mt 14.28-31).
A confissão de Pedro - Quando Jesus perguntou aos discípulos: E vós, quem dizeis
que eu sou?, Pedro logo respondeu: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16.15,16).
Então, o Mestre disse que construiría a Sua igreja sobre a “pedra” da sólida e verdadeira
afirmação feita por Pedro referente à divindade e à autoridade de Jesus (Mt 16.18).
O excesso de confiança de Pedro - Na noite da Ultima Ceia, Jesus declarou que um dos
discípulos O trairia. Pedro, em sua usual carnalidade e muito confiante, prontamente declarou
que sob nenhuma circunstância faria isso. Jesus, então, profetizou que, antes do amanhecer,
Pedro O negaria três vezes.
► Pedro, o pregador
Após a ressurreição de Jesus, Pedro falou a uma grande multidão de judeus reunidos
na área do templo para um dos maiores feriados judaicos. Milhares creram em Jesus, e a
igreja nasceu. Pedro pregou um segundo sermão, e outros milhares acreditaram também.
A mensagem se espalhou por Samaria, e Pedro e João foram mandados pela igreja de
Jerusalém para confirmarem a reação e o testemunho da descida do Espírito sobre os
samaritanos. Pedro foi ainda o primeiro a apresentar o Evangelho aos gentios, ou não
judeus (At 10—11).
► Pedro, o missionário
No início, o ministério de Pedro se concentrou nas comunidades judaicas dentro e
fora de Jerusalém. Mais tarde, ele viajou para outros lugares e dividiu Cristo com judeus
espalhados pelo Império Romano. Em certo momento, Marcos se juntou a Pedro e
escreveu o próprio evangelho.
O RETRATO
201
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
Mas algumas das repreensões mais afiadas de Jesus foram feitas ao seu entusiasmo
descontrolado. A fidelidade e o compromisso intensos de Pedro com Cristo se expressaram
por sua vontade de andar sobre as águas tempestuosas do mar da Galileia para encontrar
Jesus e por seu destemido uso da espada para proteger o Mestre. Todavia, Pedro era tão
fraco quanto ousado - negou o Senhor diante de uma humilde serva e fugiu de Cristo na
crucificação. A ousadia e a devoção de Pedro eram aspectos positivos inspiradores e que
valiam ser moldados. Seus traços negativos —as explosões impensadas, a impetuosidade
e o entusiasmo descontrolado - podem nos servir de alerta para evitarmos tais
comportamentos. Acima disso tudo, Pedro se manteve um exemplo excelente de lealdade
ao nosso Senhor e um ministro proveitoso para Ele.
• A luta espiritual pode não ser fácil - Quando Jesus alertou sobre a
perseguição vindoura, Pedro foi rápido em afirmar que se manteria fiel
a Cristo. Em seu excesso de confiança, ele acreditou que permanecería
forte mesmo quando Satanás o pressionasse espiritualmente. Jesus sabia
que Pedro não poderia manter-se fiel por conta própria e profetizou a
restauração dele (Lc 22.32). A queda de Pedro é um lembrete de que
ninguém está imune a tentações ou erros. Nenhum de nós pode se
sustentar na própria força. Jesus disse: Sem mim nada podereis fazer (Jo
15.5b), o que inclui resistir à tentação. Esteja sempre pronto com toda
a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo Jeito
tudo, ficar firmes (Ef 6.13).
202 ,
Pedro - O pescador e líder de homens
O conteúdo e os resultados do
primeiro sermão de Pedro
203
SAULO
O perseguidor de cristãos
E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me
persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a
quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.
A tos 9.4,5
C ontexto básico
S intetizando
O CENÁRIO
>■ 206
SAULO - O PERSEGUIDOR DE CRISTÃOS
O RETRATO
£ 207
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
• Jesus está pedindo que você sofra por Ele - Paulo soube que
poderia ser chamado para sofrer por Jesus. Quase que de imediato,
essa profecia se tornou realidade na vida dele. Mais tarde, o apóstolo
escreveu a um jovem pastor e amigo dizendo que todos os que
piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições (2 Tm
3.12). O próprio Cristo disse que neste mundo teríamos aflições (Jo
16.33). Você está sofrendo algum tipo de perseguição pela sua fé?
Não se assuste, Jesus avisou que isso aconteceria. Se você não está
experimentando perseguição no momento, seja grato, mas também
se preocupe. Verifique a temperatura do seu coração. Ele está em
chamas por Cristo? O mundo não se importa com cristãos “mornos”.
208
SAULO - O PERSEGUIDOR DE CRISTÃOS
209
PAULO
O apóstolo dos gentios
Mas levanta-te e põe-te sobre teus pés, porque te aparecí por isto, para te pôr
por ministro e testemunha tanto das coisas que tens visto como daquelas pelas
quais te aparecerei ainda.
A tos 26.16
C ontexto básico
S intetizando
Era cidadão romano —Tinha liberdade irrestrita para viajar pelo Império Romano.
Como cidadão de Roma, era protegido da perseguição dos judeus por motivos religiosos
e não podia ser punido sem julgamento. A cidadania romana permitia, ainda, que ele se
misturasse a todos os níveis sociais em qualquer lugar para onde viajasse.
Foi educado em grego - Capaz de falar e escrever a língua universal do
comércio no império. A sua formação também lhe dava condições de organizar seus
argumentos teológicos dentro da lógica do pensamento grego.
Formou-se na Lei judaica - Foi ensinado por Gamaliel, um dos mais respeitados
professores do judaísmo. Ele era perito nas Escrituras do Antigo Testamento.
Foi ensinado pelo Espírito Santo —Depois da sua conversão, Paulo passou um
período no deserto da Arábia, onde recebeu a revelação de que precisava para entender
e expor o plano salvífico de Deus por intermédio de Jesus. O entendimento de Paulo dos
assuntos profundos do Senhor possibilitou-lhe escrever os ensinamentos que são a base da
teologia cristã.
Tinha dupla vocação - Era um excelente artesão de tendas - habilidade valiosa nos
períodos em que precisava de suporte financeiro para si e para sua equipe. Paulo nunca
poderia ser acusado de usar o Evangelho em benefício próprio.
212
Paulo - O apóstolo dos gentios
Era experiente - Quando Deus mandou Paulo pregar aos gentios, ele ministrou e
serviu por cerca de dez anos em Damasco, Jerusalém, Tarso e Antioquia. Paulo exerceu
o apostolado para os gentios por mais de 20 anos até ser martirizado por Nero em Roma.
O C EN Á RIO
O RETRATO
Depois do nosso Senhor Jesus, Paulo foi a figura mais relevante da era cristã. Ele tinha
grandes dons intelectuais e uma força de vontade pouco comum. Nos seus primeiros anos
como cristão, evidenciou alguns padrões rígidos. Mais tarde, como revelam suas cartas,
tornou-se uma pessoa mais dócil e gentil. Paulo cresceu no amor pelo seu Salvador e pelo povo
de Deus. Ele queria pagar qualquer preço para servir ao Senhor e ao próximo - mesmo que
isso significasse sofrimento pessoal e dor. Paulo manteve sua ousadia para se posicionar pelo
que era certo, e continuou sendo um líder exigente e inflexível em suas convicções.
213
De A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
N os enfrentamentos, ele exibia amor maduro e compaixão pelos que não tinham Cristo.
Seguem mais algumas qualidades de Paulo:
• Investia na vida de outras pessoas.
• Era um jogador de equipe.
• Era um encorajador.
• Era um motivador.
• Despertava o melhor das pessoas.
• Vivia o que pregava.
• Não exigia de ninguém o que ele mesmo não quisesse fazer.
A história mostra que Paulo foi o primeiro arquiteto da teologia cristã, tendo sido
ensinado pelo Espírito Santo sobre a signifícância da morte de Jesus e a natureza da nova
vida em Cristo. Ele foi, ainda, o principal modelo de estratégia bíblica para missionários.
214
Paulo - O apóstolo dos gentios
215
TIMOTEO
O formador da próxima geração
C ontexto básico
S intetizando
Alguns anos depois, Paulo e seu novo companheiro, Silas, refizeram o percurso
da primeira viagem missionária. Mais uma vez, eles foram a Derbe, cidade natal de
Timóteo, que Paulo havia conhecido na primeira viagem. Quando Timóteo estava mais
velho (cerca de 20 anos) e bem conceituado entre os cristãos da localidade, o apóstolo
o convidou para ser seu aprendiz. Timóteo era ideal para o serviço missionário porque
seu pai era grego, e sua mãe, judia. Tal combinação lhe dava acesso tanto à cultura grega
quanto à judaica.
Com o passar dos anos, Timóteo se mostrou fiel e leal a Paulo. Em várias ocasiões,
Paulo pedia a Timóteo que fizesse a comunicação entre as congregações onde ele
havia ministrado.
Próximo ao fim da vida, Paulo enviou Timóteo como seu representante oficial para
acompanhar a escolha e o treinamento dos líderes na igreja de Efeso, implantada por
Paulo. Foi ali que Timóteo recebeu do apóstolo, que estava preso em Roma, duas cartas
de encorajamento e orientação. Ambas, 1 e 2 Timóteo, fornecem um último registro do
amor e da preocupação de Paulo com Timóteo e com a sua filosofia de ministério para
uma igreja local.
O CENÁRIO
• Timóteo viajou com Paulo para Filipos, onde começou a demonstrar sua
fidelidade e seu zelo evangelístico (Fp 2.22). Timóteo permaneceu ali
cuidando da igreja recém-formada, enquanto Paulo foi para Tessalônica
(At 17.1).
218
T imóteo - O formador da próxima geração
O RETRATO
Muito antes da primeira ida de Paulo a Derbe, Timóteo tinha sido bem ensinado
nas Escrituras do Antigo Testamento por sua mãe e por sua avó. Deus usou Sua Palavra
para tocar o coração e a mente de Timóteo quando Paulo lhe pregou sobre Jesus, o
Messias. Timóteo continuou a crescer e a amadurecer na ausência de Paulo. Ele era
bíblica e culturalmente adequado para se juntar à equipe do apóstolo, que viu grande
potencial no jovem. Paulo demonstrava confiança em Timóteo lhe dando importantes
219 '
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
responsabilidades. Timóteo parecia ser reservado e, algumas vezes, até tímido. Sua
juventude não o ajudava, pois as igrejas menosprezavam a sua idade quando ele levava as
instruções de Paulo. Enquanto aguardava a execução, Paulo pediu a Timóteo que fosse
encontrá-lo em Roma. Não se sabe se Timóteo conseguiu estar com Paulo antes de este
ser morto.
O próprio Timóteo foi preso pelo menos uma vez depois da morte de Paulo.
Sabemos disso porque o escritor de Hebreus registrou sua saída da cadeia (Hb 13.23).
Não há mais nenhum relato bíblico do ministério ou da morte de Timóteo, mas a
tradição atesta que ele continuou o seu ministério em Efeso e foi martirizado no reinado
de Domício (de 81 d.C. a 96 d.C.), imperador de Roma.
220
T imóteo - O formador da próxima geração
221
AQUILA E PRISCILA
Uma dupla dinâmica
C ontexto básico
S intetizando
O CENÁRIO
Uma breve descrição desse casal surpreendente revela duas pessoas interligadas em
uma vida mútua de serviço.
► Eles eram disponíveis - Toda vez que Priscila e Aquila são citados na Bíblia,
encontram-se em uma cidade diferente ou a caminho de outro lugar; além disso, estão
envolvidos em várias atividades do serviço:
Atos 18.1-3 - Abriram sua casa para Paulo e dividiram seu local de comércio com o
companheiro que fazia tendas.
► Eles eram hospitaleiros - Hospedaram Paulo por mais de um ano quando ele foi a Co
rinto. Também abriram a casa paira a nova igreja em Efeso e, mais tarde, para a igreja em Roma.
224
Á q uila e Priscila - U m a dupla dinâm ica
► Eles eram destemidos - Ser cristão nos primórdios da igreja era muito perigoso. O
governo romano e os grupos religiosos pagãos perseguiam os fiéis. Paulo era perito em sofrer
perseguição, apanhar, ser aprisionado e, em geral, maltratado aonde quer que fosse. Esse
casal maravilhoso recebeu muito do mesmo tratamento quando se arriscou pelo apóstolo.
O RETRATO
O serviço deve ser sacrifical - O serviço que conta é o que custa (Rm 12.1).
O serviço deve beneficiar outras pessoas - Deus lhe deu dons espirituais
para servir ao Seu corpo, a Igreja (1 Co 12.7).
226
TITO
A imagem refletida de Paulo
Mas graças a Deus, que pôs a mesma solicitude por vós no coração de Tito.
Quanto a Tito, é meu companheiro e cooperador para convosco; quanto a
nossos irmãos, são embaixadores das igrejas e glória de Cristo.
2 C oríntios 8.16,23
C ontexto básico
Paulo era educado, excelente professor, muito motivado e cheio do Espírito Santo.
Seus dons e suas habilidades fizeram dele uma força dinâmica na expansão do Evangelho
e na implantação de igrejas durante a formação do cristianismo. Contudo, o apóstolo
sabia que a igreja deveria ser edificada em Cristo, e não em personalidades. Ele também
entendia que, para crescerem, as igrejas precisavam de lideranças bem treinadas, pois ele
era apenas um homem e logo partiría. Outros teriam de ser preparados para assumirem
o papel de edificar, encorajar, ensinar e disciplinar. Para isso, o apóstolo capacitava jovens
pastores para tomarem a liderança depois de sua morte. Isso ocorreu com Tito, ensinado
por Paulo a pregar a Palavra de Deus (2 Tm 3.16,17) e a preparar outros (2 Tm 2.2) para
continuarem o ministério depois da partida do apóstolo.
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que m udaram a H istória
S intetizando
Tito era um cristão grego treinado por Paulo. Quando a controvérsia sobre a
salvação dos gentios eclodiu, ele foi com o apóstolo a Jerusalém a fim de mostrar que
não era necessário que o gentio guardasse a Lei judaica para ser salvo. Como Timóteo,
Tito era um fiel companheiro de viagem e amigo de Paulo. Quando amadureceu na
fé, ele foi designado para resolver situações difíceis que surgiram na igreja de Corinto.
Então, com a vida de Paulo se encaminhando para o fim, Tito foi deixado em Creta
para supervisionar todas as igrejas da ilha e para escolher e treinar líderes. Paulo fez
pelo menos uma substituição, com Artemas e Tíquico, para que Tito o encontrasse em
Nicópolis, cidade ao Sul da Grécia onde Paulo planejou passar o inverno (Tt 3.12). Diz-
se que Tito depois retornou a Creta, tornou-se o líder espiritual efetivo dali e morreu
em idade avançada.
O CENÁRIO
• Paulo enviou Tito a Corinto com uma carta escrita com muitas lágrimas
(2 Co 2.4b), esperando o arrependimento dos que estavam em pecado
(2 Co 7.5,6).
• Paulo deixou Éfeso e foi para Trôade na esperança de encontrar Tito
e obter notícias de Corinto. Embora houvesse uma grande porta para
o ministério naquela cidade, Paulo estava ansioso pelas informações e
partiu para a Macedônia procurando Tito (2 Co 2.12,13).
228
T lT O - A IMAGEM REFLETIDA DE PAULO
O RETRATO
Tito teve um impacto profundo nos primórdios da igreja; era um fiel e habilidoso
homem de Deus a quem o apóstolo atribuiu grande responsabilidade. Ele recebeu
funções que nem o cooperador favorito de Paulo, Timóteo, poderia assumir. Tito era
um membro tão forte e dedicado da equipe, que Paulo podia incumbi-lo dos assuntos
mais difíceis - por exemplo, quando Timóteo não conseguiu fazer os coríntios
respeitarem o apóstolo, Tito foi enviado e alcançou os resultados desejados. Também
no momento em que Paulo precisou deixar a ilha de Creta, foi solicitado que Tito
permanecesse a fim de terminar o que o apóstolo começara com as novas igrejas. Em
outras palavras, Tito era um homem em quem Paulo podia confiar para completar até
as tarefas mais complicadas. Por quê? Porque Tito andava no mesmo espírito e nos
mesmos passos de seu mestre (2 Co 12.18).
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que m udaram a H istória
• Problemas são fatos da vida - O apóstolo Paulo teve uma vida muito
difícil. Ele estava sempre lidando com dificuldades e pessoas complicadas.
Porém, em algumas ocasiões, Paulo podia enviar outros, especialmente
Tito, para resolver certas situações. Siga o exemplo de Tito da próxima
vez que estiver enfrentando um problema:
230
T lT O - A IMAGEM REFLETIDA DE PAULO
231
FILEMOM
O homem com uma escolha a fazer
W
Característica mais marcante: um espírito obediente
Conquista mais marcante: o coração dos santos era revigorado por ele
Quando viveu: na metade final do primeiro século
Nome: Filemom, que significa amigo, amoroso
Texto principal: livro de Filemom
C ontexto básico
A escravidão se espalhou pelo Império Romano. Alguns estimam que pelo menos um
terço da população do império era constituída de escravos. Nos dias de Paulo, os escravos
podiam ser médicos, músicos, professores, artistas e ter muitas outras profissões. Alguns
usufruíam de situações favoráveis e tinham uma vida melhor do que muitos trabalhadores
livres, mas muitos também eram tratados com crueldade.
Em nenhum lugar do Novo Testamento a escravidão é diretamente combatida,
pois isso poderia ter resultado em uma insurreição, e a mensagem do Evangelho seria
confundida, irremediavelmente, com reforma social. A influência do cristianismo na
sociedade começou a minar os malefícios da escravidão ao mudar os corações tanto dos
escravos quanto dos seus senhores. A mudança espiritual produziría mudança social. A
carta de Paulo ao senhor de Onésimo, escravo fugitivo que pertencia a Filemom, trouxe à
luz esse processo transformador.
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
S intetizando
O CENÁRIO
► O crime de Onésimo
Onésimo não era cristão quando roubou dinheiro (v. 18) de Filemom e fugiu para
Roma esperando perder-se em meio à grande população de escravos da cidade. Pela
providência de Deus, Onésimo encontrou Paulo em Roma e converteu-se. O apóstolo
logo se afeiçoou a Onésimo (v. 12,16) e quis mantê-lo em Roma por causa da sua utilidade
para o próprio Paulo enquanto este estava preso (v. 11).
► O problema de Paulo
Onésimo quebrou a lei romana ao roubar dinheiro do seu senhor e fugir. Paulo sabia que
deveria devolver Onésimo ao seu dono. Ambos estavam cientes de que a lei dava ao senhor
o direito de matar o escravo fugitivo. Paulo mandou uma carta a Filemom pedindo que ele
perdoasse a Onésimo e o recebesse de volta para servir como um irmão em Cristo (v. 15-17).
Como era perigoso para Onésimo viajar sozinho, por causa dos caçadores de escravos, Paulo
enviou Tíquico - que estava retornando a Colossos com a carta para a igreja (Cl 4.7-9) - para
acompanhá-lo. Na nota final, Paulo expressa a esperança de ser logo solto da prisão e pede
que Filemom lhe prepare um quarto de hóspede antecipadamente à sua visita.
234 •
FlLEMOM - O HOMEM COM UMA ESCOLHA A FAZER
O RETRA TO
Tudo o que sabemos sobre o caráter de Filemom está descrito na pequena carta
que leva seu nome. Ele tinha grande notabilidade; foi elogiado por sua fé e seu amor, sua
generosidade e sua hospitalidade, sua obediência e seu espírito perdoador. Filemom foi
transformado pelo seu relacionamento com Deus, o que resultaria em uma transformação
no relacionamento com o próximo, em particular com Onésimo. Não sabemos como
Filemom recebeu a carta, mas, devido à persuasão diplomática de Paulo e ao caráter
transformado de Filemom em Cristo, podemos nos aventurar a dizer que Onésimo
e Filemom se reconciliaram e que uma nova era no relacionamento escravo-senhor
começou... Pelo menos naquela igreja.
235
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
pregressos, mas ainda deveria responder por suas ações. Ele mostrou
transformação de vida ao desejar retornar e se submeter ao julgamento
do seu senhor. Há alguma coisa passada que você precise consertar?
Peça coragem e força a Deus para fazer o que for necessário a Fim de
reparar qualquer relacionamento quebrado ou desfeito por algum erro
que você tenha cometido.
236
TIAGO
O servo de Cristo
'$§5p
C ontexto básico
S intetizando
Tiago era o filho mais velho de José e Maria, meio-irmão de Jesus, que nasceu só
de Maria. Ele tinha mais três irmãos: José, Simão e Judas —e, pelo menos, duas irmãs,
cujos nomes nunca foram mencionados. Do início de sua vida até a ressurreição de Cristo,
Tiago não reconhecia Jesus como o Messias. Apenas quando Cristo apareceu ressurreto
para ele e outras pessoas (1 Co 15.5,7), Tiago passou a crer. Como irmão mais velho, ele
deve ter tido um papel importante na conversão de seus outros irmãos, pois estes estavam
no Cenáculo com os apóstolos e outros fiéis após a ascensão de Jesus.
Tiago logo se tornou líder na igreja de Jerusalém. Quando Paulo retornou,
convertido e após três anos em Damasco, Tiago recebeu o título de apóstolo (G1 1.19)
e foi o único líder, além de Pedro, que Paulo encontrou ao visitar Jerusalém. Depois de
muitas perseguições, quando muitos judeus convertidos se dissiparam, Tiago escreveu
uma carta para encorajá-los. Alguns anos mais tarde, ele presidiu o conselho de
Jerusalém (At 15). Depois, ele e os presbíteros receberam Paulo no retorno da terceira
viagem missionária (At 21.18). Conta a tradição que Tiago foi martirizado em 62 d.C.,
logo após a morte do governador Festo, mencionado em Atos 24.27-26.32.
O CENÁRIO
s 238
T iago - O servo de C risto
com grande vigor. Depois disso, o cristão Tiago aparece junto a seus irmãos e sua mãe,
Maria, no Cenáculo, orando e esperando a descida do Espírito de Cristo para habilitá-
los ao serviço.
O RETRATO
Eusébio, o grande líder cristão do segundo século, descreveu Tiago como um homem
de excelência moral notável. Ele foi chamado o justo por causa de seu caráter virtuoso.
239
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
Diz a tradição que era muito piedoso e recebeu o apelido de "joelhos de camelo” porque
tinha calosidades nos joelhos de tanto orar.
A vida de Tiago é de certo modo envolvida em mistérios, mas a sua carta nos dá
uma breve noção do seu caráter. Para reforçar a sua credibilidade como autor e líder, ele
poderia ter-se apresentado como irmão de Jesus (somente mais três homens tinham essa
condição) ou se gabado de ser um dos líderes de uma igreja com milhares de membros.
Em vez disso, Tiago humildemente se intitulou servo de Deus e de Cristo (Tg 1.1). Embora
fosse um dos principais líderes em Jerusalém, sua carta traz a marca de um humilde servo
do Senhor - alguém que desejava que seus leitores seguissem o caminho de humildade,
representando de maneira adequada o seu Senhor.
240
T iago - O servo de C risto
Tiago - Pai de Judas (não foi o que traiu Jesus), um dos 12 discípulos.
241
JUDAS
O batalhador da fé
C ontexto básico
S intetizando
Judas foi o filho mais novo de José e Maria, irmão de Tiago e meio-irmão de Jesus
(Mt 13.55). Ele e a família viviam ao N orte da Palestina, perto do mar da Galileia.
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
Durante os anos de ministério de Jesus, nem Judas nem seus irmãos mais velhos
acreditavam que Ele fosse o Messias. Isso só aconteceu depois da ressurreição de Cristo.
Judas e os irmãos estavam reunidos no Cenáculo após a ascensão do Senhor. Judas se
tornou um porta-voz ferrenho do Reino de Deus; quando escreveu sua carta, todos
os apóstolos, exceto João, tinham sido martirizados. A igreja estava sofrendo ataques
políticos e espirituais. Embora o cristianismo estivesse difundido pelo império, a pureza
espiritual encontrava-se em grande risco. Judas chamou a igreja para brigar pela verdade
no meio de uma grande batalha espiritual. Não há outras referências a ele nas Escrituras,
e não existe quase nenhum dado histórico sobre a data de sua morte.
O CENÁRIO
244 -
J udas - O batalhador da fé
O RETRATO
Como o irmão Tiago, Judas se apresentou humildemente como servo de Jesus Cristo
em sua carta. Para ajudar os leitores a identificarem-no, ele também se declarou irmão
de Tiago (Jd 1), o qual era conhecido e respeitado por toda a comunidade cristã. Pouco
se sabe de Judas, exceto o que pode ser extraído de sua carta. Ele escreveu com ousadia
profética do Antigo Testamento quando falou pelo Altíssimo. Judas chamou o povo do
Senhor de volta dos falsos ensinamentos para as verdades do imutável Deus, que os levaria
à vitória no final.
Judas de Damasco - Abriu sua casa para Paulo depois que este ficou
temporariamente cego no caminho para a cidade (At 9.11).
246
OS PRIMEIROS
ANOS DE JESUS
O Prometido
Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de
mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, afim de
recebermos a adoção de filhos.
GÁLATAS 4 .4 ,5
C ontexto básico
Desde o início da história bíblica, Deus prometeu um Salvador para o homem caído
(Gn 3.15). Os descendentes de Abraão seriam o povo por intermédio do qual esse Salvador
viria. Durante séculos, os judeus fiéis de todo o mundo habitado sempre pesquisaram as
profecias do Antigo Testamento na esperança de conhecer quando e onde o Salvador, o
Messias, aparecería.
Na plenitude dos tempos, uma estrela apareceu no céu. Os sábios do leste, Pérsia,
reconheceram a estrela brilhante como o cumprimento da seguinte profecia: Uma estrela
procederá de Jacó, e um cetro subirá de Israel (Nm 24.17), e começaram uma longa jornada
para achar o Rei profetizado. O aparecimento da estrela e o nascimento do Filho de Deus,
D e A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
o Rei Jesus, deram fim aos milhares de anos de espera. Cristo veio cumprir as promessas de
aliança feitas a Israel que moldaram a estrutura do Antigo Testamento. Depois, a história se
daria em volta dos poucos anos que Jesus viveria na Terra.
S intetizando
E impossível tratar Jesus apenas como mais um homem da Bíblia. Ele é único. O
evangelho de João o apresenta como o Verbo que existia com Deus e como Deus por
toda a eternidade. O evangelista diz que essa Pessoa única se tornou carne, o Senhor
Jesus Cristo, e viveu entre os homens. João pôde atestar isso porque foi uma testemunha
ocular: E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do
Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade (Jo 1.14).
Os breves 33 anos de vida e ministério de Jesus compõem quase metade de todo o
Novo Testamento. Muito mais poderia ter sido escrito, como João afirma na conclusão do
seu evangelho: Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e, se cada uma das quais
fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem.
Amém! (Jo 21.25).
O CENÁRIO
248
OS PRIMEIROS ANOS DE JESUS - O PROMETIDO
No seu evangelho, Lucas conclui essa fase da vida de Jesus afirmando: E crescia
Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens (Lc 2.52).
249
De A dão a J esus — O perfil de 50 personagens que mudaram a H istória
formal antes das lOh e depois das 15h, lendo e memorizando as Escrituras. Entre os
dois horários, Ele podia aprender o ofício de Seu pai, a carpintaria. E provável que os
mestres em Jerusalém não tenham ficado surpresos com o conhecimento de Jesus,
pois todos os meninos da idade dEle memorizavam as Escrituras. Deve ter sido Sua
capacidade de interpretar, relacionar e aplicar algum trecho que O destacou, como
na vez em que ouviu e questionou os mestres no templo.
í 250 \
Os PRIMEIROS ANOS DE JESUS - O PROMETIDO
Porque um menino nos nasceu, um fdho se nos deu; e o principado está sobre
os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai
da Eternidade, Príncipe da Paz. Do incremento deste principado e da paz, não
haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar em
juízo e em justiça, desde agora e para sempre; o zelo do SENHOR dos Exércitos
fará isto.
Isaías 9.6,7
251
OS ÚLTIMOS
ANOS DE JESUS
O Superior
Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar
o que se havia perdido.
L ucas 19.10
C ontexto básico
S intetizando
Jesus passou três anos viajando por todos os lados do pequeno território da Galileia,
área em que morava, e pela Judeia, centro da religião judaica, curando e ensinando. Para
alguém que causou um impacto maior que o de qualquer outro homem que já viveu, suas
viagens eram muito limitadas: a Galileia tinha 70km de comprimento e 40km de largura,
e a Judeia era ainda menor.
Como Jesus impactou tanto o mundo tendo vivido e ensinado em uma região tão
pequena? Seus discípulos, capacitados pelo Espírito de Deus, são a resposta. Cristo
separou um grupo de 12 homens comuns e, em três anos, treinou-os como uma força que
abalou as próprias fundações do mundo quando eles levaram a mensagem da ressurreição
de Jesus e a Sua oferta de perdão dos pecados aos confins da terra.
O CENÁRIO
| 254 )
Os ÚLTIMOS ANOS DE JESUS - O SUPERIOR
João se interessaram por Ele, mas nenhum seria chamado até que Cristo Se estabelecesse
na Galileia. Quando soube da prisão de João Batista, o Mestre foi para o norte e passou
quase todo o resto do Seu ministério dentro e ao redor da Galileia.
Pode parecer que o foco principal do Messias era o evangelismo, pois Ele convocava
o povo para responder ao Rei e ao Reino vindouro. Esse era um elemento essencial em Seu
ministério, mas não o objetivo principal. Sua estratégia era treinar discípulos que alcançariam
o mundo com a Sua Mensagem. Ele não estava interessado em multidões, e sim em poucas
pessoas - especificamente, nos 12 homens que chamou para O acompanharem em Seu
ministério. Desse momento até a crucificação, Jesus preparou-os para continuarem Sua
obra depois que Ele retornasse ao Céu.
O RETRATO
256
Os ÚLTIMOS ANOS DE ÜESUS - O SUPERIOR
Que você não seja como ele, que necessitou de provas, em vez de agir
pela fé. Os discípulos creram como testemunhas oculares, mas você tem
a oportunidade de acreditar em tudo o que a Bíblia diz sobre Jesus e
sobre o nosso destino eterno pelos olhos da fé. Creia que você pode ver.
Igualdade com Deus —Dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a
Deus (Jo 5.18b).
Presença eterna —E eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação
dos séculos. Amém! (Mt 28.20b).
257