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RESUMO História Do Brasil e Geografia Do Brasil

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RESUMO História do Brasil e Geografia do Brasil

CONCURSO DE ADMISSÃO
FORMAÇÃO E GRADUAÇÃO DE SARGENTOS 2021-2022

Exame Intelectual (EI) no dia 12 de julho de 2020

Autor: Marcelo Henrique Alves Espindola

Contato: (33)9 9936-7803

Expansão Marítima Europeia


A expansão marítima europeia foi o período compreendido entre os séculos
XV e XVIII quando alguns povos europeus partiram para explorar o oceano que
os rodeava.
Estas viagens deram início ao processo da Revolução Comercial, ao encontro
de culturas diferentes e da exploração do novo mundo, possibilitando a
interligação dos continentes.

Expansão Ultramarina
As primeiras grandes navegações permitiram a superação das barreiras
comerciais da Idade Média, o desenvolvimento da economia mercantil e o
fortalecimento da burguesia.

A necessidade do europeu lançar-se ao mar resultou de uma série de fatores


sociais, políticos, econômicos e tecnológicos.

A Europa saía da crise do século XIV e as monarquias nacionais eram levadas


a novos desafios que resultariam na expansão para outros territórios.

Veja no mapa abaixo as rotas empreendias em direção ao Ocidente pelos


navegadores e o ano das viagens:
Rota das viagens
A Europa atravessava um momento de crise, pois comprava mais que vendia.
No continente europeu, a oferta era de madeira, pedras, cobre, ferro, estanho,
chumbo, lã, linho, frutas, trigo, peixe, carne.

Os países do Oriente, por sua vez, dispunham de açúcar, ouro, cânfora,


sândalo, porcelanas, pedras preciosas, cravo, canela, pimenta, noz-moscada,
gengibre, unguentos, óleos aromáticos, drogas medicinais e perfumes.

Cabia aos árabes o transporte dos produtos até a Europa em caravanas


realizadas por rotas terrestres. O destino eram as cidades italianas de Gênova
e Veneza que serviam como intermediárias para a venda das mercadorias ao
restante do continente.

Outra rota disponível era pelo Mar Mediterrâneo monopolizada por Veneza. Por
isso, era necessário encontrar um caminho alternativo, mais rápido, seguro e,
principalmente, econômico.

Paralela à necessidade de uma nova passagem, era preciso solucionar a crise


dos metais na Europa, onde as minas já davam sinais de esgotamento.

Uma reorganização social e política também impulsionava à busca de mais


rotas. Eram as alianças entre reis e burguesia que formaram as monarquias
nacionais.

O capital burguês financiaria a infraestrutura cara e necessária para o feito ao


mar. Afinal, era preciso navios, armas, navegadores e mantimentos.
Os burgueses pagavam e recebiam em troca a participação nos lucros das
viagens. Este foi um modo de fortalecer os Estados nacionais e submeter à
sociedade a um governo centralizado.

No campo da tecnologia foi necessário o aperfeiçoamento da cartografia, da


astronomia e da engenharia náutica.

Os portugueses tomaram a dianteira deste processo através da chamada


da Escola de Sagres. Ainda que não fosse uma instituição do modo que
conhecemos hoje, serviu para reunir navegadores e estudiosos so patrocínio
do Infante Dom Henrique (1394-1460).

Brasil Colônia
O Brasil Colônia, na História do Brasil, é a época que compreende o período
de 1530 a 1822.
Este período começou quando o governo português enviou ao Brasil a primeira
expedição colonizadora chefiada por Martim Afonso de Souza.

Em 1532, ele fundou o primeiro núcleo de povoamento, a Vila de São Vicente,


no litoral do atual estado de São Paulo.

Período Pré-Colonial
Logo após a chegada dos portugueses à sua nova colônia, a primeira atividade
econômica girava em torno da exploração do pau-brasil, existente em grande
quantidade na costa brasileira, principalmente no nordeste do País. Esse
período ficou conhecido como Ciclo do Pau-Brasil.

A exploração do pau-brasil foi meramente extrativista e não deu origem a uma


ocupação efetiva.

O trabalho de derrubar árvores e preparar a madeira para embarque era feito


pelos indígenas e uns poucos europeus que permaneciam em feitorias na
costa.

Explorado de forma predatória, as árvores próximas da costa desapareceram já


na década de 1520.

Veja também: Período Pré-Colonial

O Início da Colonização
Mapa do Brasil no Período
Colonial
Várias expedições foram enviadas por Portugal, visando reconhecer toda costa
brasileira e combater os piratas e comerciantes franceses.

As mais importantes foram as comandadas por Cristóvão Jacques (1516 e


1526), que combateu os franceses.

Também Martim Afonso de Sousa (1532), combateu a pirataria francesa. Da


mesma forma, ele instalou em São Vicente, a primeira povoação dotada de um
engenho para produção de açúcar.
Para colonizar o Brasil e garantir a posse da terra, em 1534, a Coroa dividiu o
território em 15 capitanias hereditárias. Estas eram imensos lotes de terra que
se estendiam do litoral até o limite estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas.

Esses lotes foram doados a capitães (donatários), pertencentes à pequena


nobreza lusitana que, por sua conta promoviam a defesa local e a colonização.

A empresa açucareira foi escolhida, porque apresentava possibilidade de vir a


ser um empreendimento altamente lucrativo, abastecendo o grande mercado
de açúcar da Europa.

Foi no nordeste do país que a atividade açucareira atingiu seu maior grau de
desenvolvimento, principalmente nas capitanias de Pernambuco e da Bahia.

Nos séculos XVI e XVII, o Nordeste tornou-se o centro dinâmico da vida social,
política e econômica do Brasil.

Veja também: Ciclo da Cana-de-Açúcar

O Governo Geral
O sistema de Governo Geral foi criado em 1548, pela Coroa, com o objetivo de
organizar a administração colonial.
O primeiro governador foi Tomé de Souza (1549 a 1553), que recebeu do
governo português, um conjunto de leis. Estas determinavam as funções
administrativas, judicial, militar e tributária do Governo Geral.

O segundo governador geral foi Duarte da Costa (1553 a 1558), e o terceiro


foi Mem de Sá (1558 a 1572).

Em 1572, depois da morte de Mem de Sá e de seu sucessor Dom Luís de


Vasconcelos, o governo português dividiu o Brasil em dois governos cuja
unificação só voltou em 1578:

 Governo do Norte, com sede em Salvador


 Governo do Sul, com sede no Rio de Janeiro
Em 1580, Portugal e todas as suas colônias, inclusive o Brasil, ficaram sob o
domínio da Espanha, situação que perdurou até 1640. Este período é
conhecido como Unificação Ibérica.
Em 1621, ainda sob o domínio espanhol, o Brasil foi novamente dividido em
dois estados: o Estado do Maranhão e o Estado do Brasil. Essa divisão durou
até 1774, quando o Marquês do Pombal decretou a unificação.

A Formação Social do Brasil Colônia

Representação de uma aldeia


no período colonial
Fundamentalmente três grandes grupos étnicos, o índio, negro africano e o
branco europeu, principalmente o português, entraram na formação da
sociedade colonial brasileira.

Os portugueses que vieram para o Brasil pertenciam a várias classes sociais


em Portugal. A maioria era formada por elementos da pequena nobreza e do
povo.

Também é preciso ter em conta que as tribos indígenas tinham línguas e


culturas distintas. Algumas eram inimigas entre si e isto era usado pelos
europeus quando desejavam guerrear contra os portugueses.

Da mesma forma, os negros trazidos como escravos da África possuíam


crenças, idiomas e valores que foram sendo absorvidos pelos portugueses e
indígenas.
No Brasil Colônia, o engenho era o centro dinâmico de toda a vida social. Isso
possibilitava o “senhor da casa grande” concentrar em torno de si, grande
quantidade de indivíduos e ter a autoridade máxima, o prestígio e o poder local.

Em torno do engenho viviam os mulatos, geralmente filhos dos senhores com


escravas, o padre, os negros escravos, o feitor, o mestre do açúcar, os
trabalhadores livres, etc.

Ameaças ao Domínio Português


Nos primeiros anos logo depois da descoberta, a presença de piratas e
comerciantes franceses no litoral brasileiro foi constante.

A invasão francesa se deu em 1555, quando conquistaram o Rio de Janeiro,


fundando ali a "França Antártica", sendo expulsos em 1567.

Em 1612, os franceses invadiram o Maranhão, ali fundaram a "França


Equinocial" e a povoação de São Luís, onde permaneceram até 1615, quando
foram novamente expulsos.

Os ataques ingleses no Brasil se limitaram a assaltos de piratas e corsários


que saquearam alguns portos. Invadiram as cidades de Santos e Recife e o
litoral do Espírito Santo.

As duas invasões holandesas no Brasil se deram durante o período em que


Portugal e o Brasil estavam sob o domínio espanhol. A Bahia, sede do Governo
Geral do estado do Brasil, foi invadida, mas a presença holandesa durou pouco
tempo (1624-1625).

Em 1630, a capitania de Pernambuco, o maior centro açucareiro da colônia, foi


invadida por tropas holandesas.

A conquista foi consolidada em 1637, com a chegada do governante holandês


o conde Maurício de Nassau. Ele conseguiu firmar o domínio holandês em
Pernambuco e estendê-lo por quase todo o nordeste do Brasil.

A cidade do Recife, o centro administrativo, foi urbanizada, saneada,


pavimentada, foram construídos pontes, palácios e jardins. O governo de
Maurício de Nassau chegou ao fim em 1644, mas os holandeses só foram
expulsos em 1654.

O Século do Ouro e dos Diamantes


A procura de metais preciosos sempre constituiu o sonho dos colonizadores.
As descobertas começaram na década de 1690, na região de Minas Gerais.

A partir daí se espalhou em várias partes do território nacional. No século XVIII


a mineração era a grande fonte de riqueza da metrópole.

O Ciclo do Ouro e do Diamante foram responsáveis por profundas mudanças


na vida do Brasil colônia, com o crescimento urbano e do comércio.
A Crise do Sistema Colonial

Em 1640, Portugal contava apenas com as rendas do Brasil. Por isso passou a
exercer um controle mais rígido sobre a arrecadação de impostos e as
atividades econômicas, chegando a proibir o comércio com estrangeiros.

O descontentamento com a política econômica da metrópole fez surgir algumas


revoltas, entre elas:

 Revolta de Beckman (1684), no Maranhão


 Guerra dos Emboabas (1708-1709), em Minas Gerais
 Guerra dos Mascates (1710), em Pernambuco

Em fins do século XVIII, teve início os movimentos que tinham como objetivo
libertar a colônia do domínio português, entre elas:

 Inconfidência Mineira (1789)


 Conjuração Baiana (1798)

No início do século XIX, as condições para a emancipação brasileira estavam


maduras. Contribuíram também a conjuntura criada pelas Guerras
Napoleônicas e pela Revolução Industrial Inglesa.

Com a invasão de Portugal, a sede do reino transferiu-se para o Brasil. Em


1822, deu-se o passo decisivo para consolidar a Independência do Brasil.

Estrutura Político-Administrativa do Brasil


GEOGRAFIA DO BRASIL
A estrutura político-administrativa que gerencia e controla o Brasil.


https://brasile


 25

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Em todo território autônomo existem divisões internas que servem


para facilitar a administração. No Brasil não é diferente, o país precisa
ser gerenciado e controlado por entidades ligadas ao governo, sendo
uma subordinada à outra.

Diante da necessidade de dividir a administração e o controle do país,


foi estabelecida uma fragmentação do território brasileiro em estados,
municípios e distritos, além de outras regionalizações, como as
regiões e os complexos regionais.

Atualmente, o Brasil possui 26 estados, chamados também de


unidades da federação; incluindo ainda o Distrito Federal, uma das
unidades federativas que foi criada com intuito de abrigar a capital do
país, a cidade de Brasília. Grande parte das decisões políticas acontece
na sede do governo federal que se localiza nessa cidade.

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As delimitações dos territórios de muitos dos estados brasileiros
ocorreram, principalmente, no final do século XIX. Mas tivemos
outras mudanças mais contemporâneas, que aconteceram em 1977,
quando surgiu o Mato Grosso do Sul. Mais tarde, em 1988, Goiás foi
dividido, dando origem a um novo estado, o Tocantins.

Os estados possuem a liberdade de criar leis autônomas, mas que são


subordinadas à Constituição Federal Brasileira. Dentro dos estados
existe ainda outra divisão, os municípios. Esses também possuem leis
próprias, que devem seguir os moldes estipulados pela nossa
constituição. Dentro dos territórios municipais é possível encontrar
outra divisão de proporção menor, que os subdivide em distritos.

Por Eduardo de Freitas


O processo de colonização do Brasil esteve inserido na lógica de
acumulação primitiva de capital ou mercantilismo (séculos XV ao
XVIII), período marcado pela 1ª Divisão Internacional do Trabalho, em
que diferentes regiões forneciam bens agrícolas, vegetais e minerais
para as metrópoles, que por sua vez ficavam responsáveis pela
fabricação dos produtos manufaturados. Nesse contexto, o Oriente era
o produtor de especiarias, a África fornecia a mão de obra escrava, a
América Latina se destacava principalmente pela mineração, enquanto
que a Europa Ocidental produzia as manufaturas. O Brasil foi
responsável pelo fornecimento de matérias-primas em diferentes
períodos: pau-brasil, cana-de-açúcar, mineração, café.
A expansão mercantilista de Portugal iniciada no século XV foi pautada
na conquista e expropriação material e cultural, alcançando status de
nação expansionista ao quebrar o monopólio italiano e abrir novos
caminhos pela costa da África. O Brasil, diferente de países como Peru
e México, não possuía uma sociedade hierarquizada e tão bem
organizada, nem mesmo contava com grandes jazidas de ouro e prata.
Mas a rivalidade entre os centros expansivos europeus fez com que os
portugueses tratassem de explorar e ocupar ao máximo o território
brasileiro. Tal determinação de origem perpetuou-se em sociedades que
tinham na conquista do solo um dos seus vetores de estruturação, em
certo sentido até os dias atuais.
As sesmarias e as capitanias hereditárias pareciam feudos, tinham
antecedentes feudais, mas sua essência não era feudal, funcionavam
como mecanismos de expansão do sistema capitalista mercantil.
O cultivo da cana-de-açúcar (que obteve seu auge entre o final do século
XVI e meados do século XVII), baseado no sistema colônia-metrópole,
estruturou o comércio e o desenvolvimento das cidades nordestinas,
principalmente na faixa litorânea. Portugal ampliou seu comércio
açucareiro com os recursos investidos principalmente em Pernambuco,
com base no trabalho indígena e capital estrangeiro (holandês). Para
produzir de acordo com as necessidades da colônia, foram trazidos os
negros africanos. Esse sistema consolidou a estrutura fundiária
encontrada na região até os dias atuais, marcada por uma concentração
de terras e influência de oligarquias e famílias tradicionais nas decisões
políticas e econômicas.
A economia açucareira norteou outras atividades, como a criação de
gado (carne, transporte, energia para os engenhos, sebo, lenha para as
caldeiras), sendo que esta atividade acabou por se expandir para áreas
do sertão, constituindo a base de sua economia. Ao final do século
XVII, o açúcar produzido nas Antilhas aumentou a oferta do produto
no mercado internacional, abaixando vertiginosamente seu preço. Com
o declínio da produção açucareira, a pecuária absorveu grande parte da
população.
A ocupação das regiões brasileiras
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Na Bahia e no Sudeste do Brasil, a penetração portuguesa foi mais
expressiva já nos fins do século XVI. No Sudeste, os bandeirantes
avançaram na procura de metais preciosos e índios para escravizar. Na
Bahia, esse movimento foi realizado através da pecuária, que se
expandiu no sentido interior e também se preocupava com a
manutenção das terras colonizadas frente aos indígenas, que
representavam para os portugueses uma ameaça à integridade das vilas
e fazendas do litoral.
No século XVIII, a penetração alcançou expressão significativa,
principalmente na área correspondente à Bacia do São Francisco e
Sertão setentrional nordestino, através do estabelecimento de grandes
propriedades onde se estabeleciam e criavam bovinos, caprinos, ovinos,
suínos e equinos. As bandeiras paulistas provocaram o descobrimento
de jazidas de metais preciosos, com destaque para o ouro e o diamante.
Tais descobertas contribuíram para um grande deslocamento
populacional para essas áreas, formando aglomerados descontínuos em
torno dos garimpos, principalmente o núcleo das Gerais, localizado
entre o oeste de Goiás, sul do Mato Grosso e sul de Minas Gerais. A
cana-de-açúcar também foi introduzida na região e ganhou relevância
no litoral e em algumas áreas interioranas.
No Sul, o povoamento se concentrou na porção ocidental com o
ingresso de jesuítas, onde foi desenvolvida a pecuária e a agricultura de
subsistência. As bandeiras que se sucederam na região destruíram esses
núcleos, provocando a desestruturação do sistema, com a escravização
dos índios e expulsão dos jesuítas. Porém, a pecuária se estabeleceu,
configurando o papel de principal fornecedor de gado para mineiros e
paulistas.
A Amazônia teve um processo de ocupação mais lento em função das
condições naturais e pela presença de tribos indígenas mais hostis do
que aquelas encontradas no restante do país. Ainda assim, a ocupação
da foz do rio Amazonas e a formação de Belém garantiram a
consolidação dos colonizadores portugueses em relação aos espanhóis,
permitindo a interiorização através da navegação fluvial na busca pelas
drogas do sertão.
Após a Revolução Industrial (século XVIII), ocorreu um rearranjo
estrutural, em que a divisão do trabalho mundial se dividiu entre
produtores de matéria-prima e os detentores de tecnologia, com o fim
do trabalho escravo, substituído pelo trabalho assalariado. O Brasil
manteve as relações de escravatura até o final do século XIX,
mantendo-se na condição de fornecedor de matérias-primas até o final
da 2ª Guerra Mundial.

Júlio César Lázaro da Silva


Colaborador Brasil Escola
Graduado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP
Mestre em Geografia Humana pela Universidade Estadual Paulista -
UNESP
O cultivo da cana-de-
açúcar obteve seu auge entre o final do século XVI e meados do século XVII

Em 1500, os portugueses chegaram ao Brasil. Logo, outros países


passaram a se interessar pelas novas terras. Isso fez com que
invasões e ataques fossem programados pelos outros povos
europeus, como franceses, holandeses e ingleses.

Esses ataques aconteceram principalmente durante os séculos XVI e


XVII, no Brasil Colonial. Todos tinham o mesmo objetivo, que era a
exploração dos recursos naturais e a apropriação de determinadas
regiões no território recém-descoberto.

Confira agora quais foram as invasões estrangeiras no Brasil Colonial.

Índice [esconder]
 Invasões francesas
 Invasões holandesas
 Invasões inglesas

Invasões francesas
As invasões francesas se iniciaram no ano de 1555, comandadas pelo
almirante francês Nicolas Villegaignon. Nesse período, foi fundada
a França Antártica, no Rio de Janeiro. Mas, os invasores foram
expulsos da região pelos portugueses e povos indígenas em 1567.

Após isso, no ano de 1962, os franceses tentaram invadir as terras


brasileiras mais uma vez. O comandante foi o capitão da marinha
francesa Daniel de La Touche. Fundaram, então, a cidade São Luís
(Maranhão) e paralelo a isso, a França Equinocial. Após três anos,
foram expulsos.

Houve uma terceira tentativa de invasão, entre os anos 1710 e 1711.


Porém, sem sucesso.

Invasões holandesas
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No ano de 1599, as cidades Rio de Janeiro, Salvador e Santos foram


atacadas pelos holandeses. Em 1603, a Bahia também foi invadida.
Mas, com a ajuda dos espanhóis, os portugueses conseguiram
expulsar os holandeses em 1625.

Em 1630, se iniciou a maior invasão estrangeira no Brasil. Esta se


iniciou quando os holandeses invadiram a região do litoral
pernambucano. Entre 1630 e 1641, conseguiram ocupar outras áreas
litorâneas, como Maranhão, Paraíba, Sergipe e Rio Grande do Norte.

O mapa de Nicolaes Visscher mostra o cerco a Olinda e Recife (PE) em 1630.


Com o objetivo de administrar as áreas até então invadidas, o Conde
holandês Maurício de Nassau, chegou ao Pernambuco em 1637.

Após todas essas invasões holandesas, em 1644, atitudes foram


tomadas pelos portugueses para a expulsão dos invasores
do nordeste brasileiro. Então, no ano de 1645 se iniciou a Insurreição
Pernambucana.
Apesar de as tropas holandesas terem sido vencidas em 1648, com a
conhecida Batalha dos Guararapes, a expulsão definitiva só foi em
1654.

Invasões inglesas
Aos comandos do corsário inglês Thomas Cavendish, os ingleses
invadiram e ocuparam as cidades de São Vicente e Santos. Isso foi no
ano de 1951 e permaneceram por menos de três meses.

Expansão Territorial Brasileira


Por Ana Paula de Araújo
A expansão territorial brasileira está associada à diversidade de atividades que foram
se desenvolvendo no Brasil Colônia à medida em que foi ocorrendo a expansão
demográfica e também em decorrência da crise do ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste.

Após a União Ibérica (1580-1640), houve a anulação do Tratado de Tordesilhas, que


possibilitou que as terras mais afastadas do litoral brasileiro pudessem ser ocupadas
pelos colonos, e ainda mais porque eram áreas que não interessavam na colonização
espanhola. Então, ocupado de maneira desigual e por diferentes motivos, podemos
resumir a expansão territorial brasileira assim:

 Região Nordeste: o litoral foi o primeiro local da ocupação portuguesa, devido


ao interesse econômico da cana-de-açúcar e também por motivo da defesa
militar do território. Podemos observar que a maioria das capitais nordestinas,
com exceção de Teresina-PI, são cidades litorâneas. Já o interior do Nordeste foi
povoado pela expansão da pecuária, tendo como principal eixo o Rio São
Francisco, e outros povoamentos que eram cortados pelos rios, como o Rio
Jaguaribe, no Ceará. A pecuária torna-se o principal meio econômico do
Nordeste, que traz até hoje a figura do vaqueiro como representante de sua
cultura.
 Região Sudeste e Centro-Oeste: essas regiões foram povoadas pela atuação
dos bandeirantes, em busca de ouro e no apresamento dos índios. Na verdade, a
figura do bandeirante é decisiva para a expansão territorial brasileira, já que foi
através das bandeiras que o interior do Brasil foi sendo penetrado, na corrida do
ouro, no início do século XVIII. As cidades mineiras onde se concentraram a
extração mineradora, também foi onde mais se concentrou a população,
contribuíndo para o desenvolvimento das cidades, construção de estradas,
surgimento de vilas e a urbanização do Sudeste brasileiro.
 Região Norte: teve como processo de povoamento também a atuação dos
bandeirantes que foram em busca das drogas do sertão (as epeciarias da floresta
Amazônica brasileira) para comercialização.
 Região Sul: foi colonizada por incentivo da Metrópole para assegurar o controle
das fronteiras com a América espanhola, além de ter desenvolvido um grande
centro de ação jesuítica com os Sete Povos das Missões. A Região Sul também
se desenvolveu economicamente através da pecuária e charqueadas;
Entradas e Bandeiras
As chamadas Entradas e Bandeiras foram expedições empreendidas
no período colonial brasileiro que possuíam diversos objetivos,
entre eles: capturar índios e descobrir minas de ouro.




 CURTIDAS 3

No processo de colonização do Brasil, houve uma fase que pode ser


compreendida sob o termo “interiorização”, isto é, o adentramento
e desbravamento das regiões centrais do país. Essa fase começou
efetivamente no século XVII. Os empreendimentos que levaram a
cabo a “interiorização” do Brasil ficaram conhecidos
como Entradas e Bandeiras.

Sabemos que, a princípio, o Brasil, enquanto colônia, forneceu a


Portugal e aos aventureiros e colonos que aqui se estabeleceram
apenas a extração de madeiras, como o pau-brasil, e a montagem dos
engenhos de açúcar e dos latifúndios a eles associados. A prospecção
de pedras e metais preciosos era algo que demorou a se fazer
presente nos planejamentos dos colonizadores.

Entretanto, em meados do século XVII, sobretudo em razão de várias


disputas políticas nas quais Portugal envolveu-se e que provocaram
o declínio do comércio do açúcar, os colonos brasileiros foram
estimulados pela coroa portuguesa a procurarem minas de ouro,
prata e de pedras preciosas no interior da colônia. Antes mesmo
desse “estímulo”, houve expedições, organizadas desde o século XVI,
com o objetivo de reconhecer território e apresar índios para o
trabalho escravo. Essas expedições eram organizadas sob orientação
do Império Português e receberam o nome de Entradas.

A partir do século XVII, os próprios colonos, sobretudo da Capitania


de São Vicente, passaram a organizar as suas formas de
adentramento no interior da colônia, que possuíam objetivos
semelhantes aos das Entradas. Entretanto, as expedições dos
colonos eram feitas a partir da Vila de São Paulo (que depois se
tornaria a cidade de São Paulo), de onde saíam homens armados em
busca de índios, de minas ou de cumprimento de servições
contratados, como destruição de Quilombos. Essas expedições, por
sua vez, receberam o nome de Bandeiras; e seus protagonistas, o
nome de bandeirantes.

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Os historiadores costumam qualificar os bandeirantes que tinham
seu serviço contratado como sertanistas de
contrato. Domingos Jorge Velho, bandeirante responsável pela
destruição do Quilombo de Palmares, foi um dos principais
representantes desse tipo de bandeira. As expedições para
encontrar minas ficaram conhecidas
como Bandeiras Prospectoras, e as encarregadas de aprisionar
índios, de Bandeiras de Apresamento.

O bandeirantismo, com o passar dos séculos, também se tornou um


mito no imaginário paulista. O historiador Boris Fausto aponta bem
isso no seu livro História do Brasil, como pode ser visto no trecho a
seguir:

“A figura do bandeirante e as qualidades da sociedade paulista do


século XVII foram exaltadas principalmente por historiadores de São
Paulo como Alfredo Elis Jr. e Afonso de Taunay, que escreveram suas
obras entre 1920 e 1950. Ellis Jr escreveu um livro intitulado Raça
de Gigantes para exaltar a superioridade racial dos paulistas. Essa
superioridade derivaria da existência, em número ponderável, de
uma população branca, do êxito do cruzamento com o índio e da
tardia entrada do negro na região. Tudo não passa de fantasias, com
pretensões científicas.” [1]

Reformas Pombalinas
HISTÓRIA DO BRASIL


https://brasile


 46
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Durante a segunda metade do século XVIII, a Coroa Portuguesa


sofreu a influência dos princípios iluministas com a chegada de
Sebastião José de Carvalho aos quadros ministeriais do governo de
Dom José I. Mais conhecido como Marquês de Pombal, este “super-
ministro” teve como grande preocupação modernizar a administração
pública de seu país e ampliar ao máximo os lucros provenientes da
exploração colonial, principalmente em relação à colônia brasileira.

Esse tipo de tendência favorável a reformas administrativas e ao


fortalecimento do Estado monárquico compunha uma tendência
política da época conhecida como “despotismo esclarecido”. A
chegada do esclarecido Marquês de Pombal pode ser compreendida
como uma conseqüência dos problemas econômicos vividos por
Portugal na época. Nessa época, os portugueses sofriam com a
dependência econômica em relação à Inglaterra, a perda de áreas
coloniais e a queda da exploração aurífera no Brasil.

Buscando ampliar os lucros retirados da exploração colonial em terras


brasileiras, Pombal resolveu instituir a cobrança anual de 1500 quilos
de ouro. Além disso, ele resolveu tirar algumas atribuições do
Conselho Ultramarino e acabou com as capitanias hereditárias que
seriam, a partir de então, diretamente pelo governo português. Outra
importante medida foi a criação de várias companhias de comércio
incumbidas de dar maior fluxo às transações comerciais entre a
colônia e a metrópole.

No plano interno, Marquês de Pombal instituiu uma reforma que


desagradou muitos daqueles que viviam das regalias oferecidas pela
Coroa Portuguesa. O chamado Erário Régio tinha como papel
controlar os gastos do corpo de funcionários reais e, principalmente,
reduzir os seus gastos. Outra importante medida foi incentivar o
desenvolvimento de uma indústria nacional com pretensões de
diminuir a dependência econômica do país.
Outra importante medida trazida com a administração de Pombal foi a
expulsão dos jesuítas do Brasil. Essa medida foi tomada com o
objetivo de dar fim às contendas envolvendo os colonos e os jesuítas.
O conflito se desenvolveu em torno da questão da exploração da mão-
de-obra indígena. A falta de escravos negros fazia com que muitos
colonos quisessem apresar e escravizar as populações indígenas. Os
jesuítas se opunham a tal prática, muitas vezes apoiando os índios
contra os colonos.

Vendo os prejuízos trazidos com essa situação, Pombal expulsou os


jesuítas e instituiu o fim da escravidão indígena. As terras que foram
tomadas dos integrantes da Ordem de Jesus foram utilizadas como
zonas de exploração econômica através da venda em leilão ou da
doação das mesmas para outros colonos. Com relação aos índios,
Pombal pretendia utilizá-los como força de trabalho na colonização de
outras terras do território.

Mesmo pretendendo trazer diversas melhorias para a Coroa, Pombal


não conseguiu manter-se no cargo após a morte de Dom José I, em
1777. Seus opositores o acusaram de autoritarismo e de trair os
interesses do governo português. Com a saída de Pombal do governo,
as transformações sugeridas pelo ministro esclarecido encerraram um
período de mudanças que poderiam amenizar o atraso econômico dos
portugueses.

Revoltas Coloniais



Ainda hoje, muitos historiadores pensam sobre como o Brasil conseguiu
dar fim a dominação colonial exercida pelos portugueses. O interesse
pelo assunto promove uma discussão complexa que interliga as
transformações intelectuais e políticas que tomaram conta do continente
europeu e o comportamento das ideias que sustentaram a luta pelo fim
da ingerência lusitana. Por fim, tivemos que alcançar nossa autonomia
graças ao interesse de sujeitos diretamente ligados ao poder
metropolitano.

No século XVIII, podemos observar que algumas revoltas foram fruto da


incompatibilidade de interesses existente entre os colonos e os
portugueses. Algumas vezes, a situação de conflito não motivou uma
ruptura radical com a ordem vigente, mas apenas a manifestação por
simples reformas que se adequassem melhor aos interesses locais.
Usualmente, os livros de História costumam definir essas primeiras
revoltas como sendo de caráter nativista.

Outras rebeliões desenvolvidas no mesmo século XVIII tomaram outra


feição. As chamadas rebeliões separatistas pensavam um novo meio de
se organizar a vida no espaço colonial a partir do banimento definitivo da
autoridade lusitana. Em geral, seus integrantes eram membros da elite
que se influenciaram pelas manifestações liberais que engendraram a
Independência das Treze Colônias, na América no Norte, e a Revolução
Francesa de 1789.

Mesmo preconizando os ideais iluministas e liberais, as revoltas


acontecidas no Brasil eram cercadas por uma série de limites. O mais
visível deles se manifestava na conservação da ordem escravocrata e a
limitação do poder político aos membros da elite econômica local. Além
disso, ao contrário do que apregoavam muitos historiadores, essas
revoltas nem mesmo tinham a intenção de formar uma nação soberana
ou atingir amplas parcelas do território colonial.

Entre os principais eventos que marcam a deflagração das revoltas


nativistas, destacamos a Revolta dos Beckman (1684, Maranhão); a
Guerra dos Emboabas (1707, Minas Gerais); a Guerra dos Mascates
(1710, Pernambuco); e a Revolta de Filipe dos Santos (1720, Minas
Gerais). As únicas revoltas separatistas foram a Inconfidência Mineira,
ocorrida em 1789, na região de Vila Rica, e a Conjuração Baiana,
deflagrada em 1798, na cidade de Salvador.

Tiradentes (esq.) e Cipriano Barata (dir.): personagens marcantes das revoltas coloniais brasileiras

Revoltas Emancipacionistas no Brasil


Colonia
Os movimentos emancipacionistas, ou rebeliões coloniais, foram
movimentos conspirativos, de bases iluministas, que objetivavam a
conquista da independência do Brasil. Eram rebeliões cujo objetivo
era o de separação politica, diferentemente dos Movimentos
Nativistas que tinham um caráter local e um baixo grau de definição
ideológica, não revelavam uma consciência mais ampla da
dominação colonial e nem apresentavam propostas alternativas a
elas, mas talvez tenham sido elas o impulso. Durante o século XVII,
iniciaram-se as primeiras manifestações contra a metrópole, dando
origem aos movimentos emancipacionistas.
(fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimentos_Emancipacionistas)

Principais revoltas emancipacionistas no Brasil Colonia

1. Conjuração Mineira (1789)


A Inconfidência Mineira, também referida como Conjuração
Mineira, foi uma possível conspiração, de natureza separatista que
poderia ocorrer na então capitania de Minas Gerais, no Estado do
Brasil, contra, entre outros motivos, a execução da derrama e o
domínio português, sendo abortada pela Coroa portuguesa em
1789.

(Saber mais ... )

2. Conjuração Carioca (1794)

A chamada Conjuração Carioca foi o nome pelo qual ficou conhecida


a repressão a uma associação de intelectuais que se reuniam, no Rio
de Janeiro, em torno de uma sociedade literária, no fim do século
XVIII. Esta repressão ocorreu em 1794 na Sociedade Literária do
Rio de Janeiro.
Um processo de devassa foi aberto e se estendeu de 1794 a 1795,
sem que fossem encontradas provas conclusivas de que uma
conspiração se encontrava em curso, além de livros de circulação
proibida. Desse modo, os implicados detidos foram libertados.
(fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Conjura%C3%A7%C3%A3o_Carioca)

(Saber mais ... )

3. Conjuração Baiana (1796)

A Conjuração Baiana também denominada como Revolta dos


Alfaiates (uma vez que alguns participantes da trama exerciam este
ofício) e recentemente também chamada de Revolta dos Búzios, foi
um movimento de caráter emancipacionista, ocorrido no final do
século XVIII (1796-1799), na então Capitania da Bahia, no país do
Brasil. Diferentemente da Inconfidência Mineira (1789-1792), foi
difundida pela historiografia tradicional enquanto sendo um
movimento de caráter popular em que defendiam a independência
e o fim da escravidão, um governo republicano, democrático, com
liberdades plenas, o livre-comércio e abertura dos portos como
principais pontos.
(fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Conjura%C3%A7%C3%A3o_Baiana)

(Saber mais ... )

4. Conjuração Pernambucana (1817)

A chamada Revolução Pernambucana, também conhecida como


Revolução dos Padres, foi um movimento emancipacionista que
eclodiu em 6 de março de 1817, na então Capitania de Pernambuco,
no Brasil.
Dentre as suas causas, destacam-se a influência das ideias
Iluministas propagadas pelas sociedades maçônicas (sociedades
secretas), a crise econômica regional, o absolutismo monárquico
português e os enormes gastos da Família Real e seu séquito recém-
chegados ao Brasil — o Governo de Pernambuco era obrigado a
enviar para o Rio de Janeiro grandes somas de dinheiro para
custear salários, comidas, roupas e festas da Corte, o que
ocasionava o atraso no pagamento dos soldados, gerando grande
descontentamento do povo brasileiro.

Período Joanino
O período joanino corresponde a uma fase da história do Brasil que ocorreu
entre os anos de 1808 e 1821. Recebe esse nome em referência ao rei D. João
VI que transferiu seu governo para o Brasil.

Vale notar que essa foi a primeira vez na história que um rei europeu transferiu
seu reino para um país do continente americano.

Conheça a vida de Dom João VI.

Resumo
Em janeiro de 1808 e com o apoio da Inglaterra, a família real portuguesa
chegou ao Brasil. Cerca de 15 mil pessoas vieram com eles, o que totalizou
cerca de 2% da população portuguesa da época. Eles se instalaram na capital
do Rio de Janeiro e permaneceram durante 12 anos ali.

Ameaçados pela invasão do francês Napoleão Bonaparte, a família Real


deixou Portugal para garantir que o país continuasse independente.

Isso porque Napoleão decretou o Bloqueio Continental em 1806, determinando


o fechamento dos portos aos navios ingleses.

Portugal, que apoiava a Inglaterra e tinha grande relação comercial com esse
país, não se submeteu ao bloqueio. Isso levou a invasão de Napoleão às terras
lusitanas.

Sendo assim, em outubro de 1807, D. João e o rei da Inglaterra Jorge III,


assinaram um decreto que transferia a sede monárquica de Portugal para o
Brasil.

Além disso, Portugal se comprometia a assinar um tratado de comércio com a


Inglaterra, quando chegasse ao Brasil.

Foi dessa maneira que em 1808 o Pacto Colonial, um acordo comercial entre a
colônia e a metrópole, chega ao fim. Nesse ano, Dom João instituiu a “Carta
Régia”, a qual permitia a abertura dos portos a outras nações amigas, inclusive
a Inglaterra.

Diante disso, a economia do país alavancou, no entanto, impediu o


desenvolvimento das manufaturas no Brasil. Isso porque grande parte dos
produtos eram importados da Inglaterra.

Os produtos ingleses tinham uma menor taxa alfandegária em relação aos


outros países. Eles pagavam 15%, enquanto as outras nações cerca de 24%.

Além da economia, o país, e sobretudo a capital, que até então era o Rio de
Janeiro, sofreram diversas mudanças.

Muitas obras de caráter público foram erigidas nesse período, por exemplo, a
casa da moeda, o banco do Brasil, o jardim botânico, dentre outras.

A Educação no Período Joanino


Na educação e na cultura, esse período marcou diversos avanços nessas
áreas. Isso porque muitos investimentos foram feitos, o que podemos confirmar
com a construção da Biblioteca Real, da Academia Real de Belas Artes, da
Imprensa Real, além das escolas de medicina.

Período Joanino e a Independência do Brasil


Esse período da história do Brasil influenciou diretamente no processo de
independência do país.
Isso porque em 1815 a administração do governo joanino extingui a condição
de colônia ao Brasil. Foi assim que o páis recebeu o título de “Reino Unido de
Portugal e Algarves”, tornando-se a sede administrativa de Portugal.

Esse fato deixou muito descontentes os portugueses que estavam em Portugal.


Com isso, eles exigiam o retorno de Dom João IV, que por fim, retorna à
Portugal para a Revolução Liberal do Porto, em abril de 1821. Esse evento
marcou o fim do período joanino.
Em seu lugar permanece seu filho, Dom Pedro I. O príncipe regente governou
o país de 1822 a 1831, estabelecendo em 1824, a primeira Constituição do
país.

Quando Portugal exigiu seu retorno, ele se recusou a voltar para a metrópole.
Sendo assim, no dia 07 de setembro de 1822, ele declara a Independência do
Brasil.

Leia mais:

 A Vinda da Família Real para o Brasil


 Causas da Independência do Brasil
 Congresso de Viena
Exercícios de Vestibular com Gabarito
1. (FGV) A instalação da Corte portuguesa no Rio de Janeiro, em 1808,
representou uma alternativa para um contexto de crise política na Metrópole e
a possibilidade de implementar as bases para a formação de um império luso-
brasileiro na América. Das alternativas abaixo, assinale aquela que NÃO diz
respeito ao período joanino.
a) ocupação da Guiana Francesa e da Província Cisplatina e sua incorporação
ao Império Português, como resultado da política externa agressiva adotada
por D. João.
b) abertura dos portos da Colônia às nações aliadas de Portugal, como a
Inglaterra, dando início a uma fase de livre-comércio.
c) ocorreu uma inversão da relação entre metrópole e colônia, já que a sede
política do império passava do centro para a periferia.
d) atendeu às exigências do comércio britânico, que conseguiu isenções
alfandegárias.
e) ocorreu a Revolução Pernambucana de 1817, que defendia o separatismo
com o governo republicano e a manutenção da escravidão.

2. (Mackenzie-SP) Podem ser consideradas características do governo joanino


no Brasil:
a) a assinatura de tratados que beneficiam a Inglaterra e o crescimento do
comércio externo brasileiro devido à extinção do monopólio;
b) o desenvolvimento da indústria brasileira graças às altas taxas sobre os
produtos importados;
c) a redução dos impostos e o controle do déficit em função da austera política
econômica praticada pelo governo;
d) o não envolvimento em questões externas sobretudo de caráter
expansionista;
e) a total independência econômica de Portugal com relação à Inglaterra em
virtude de seu acelerado desenvolvimento.

3. (UNIFOR-CE) A vinda da Corte para o Brasil marca a primeira ruptura


definitiva do Antigo Sistema Colonial. (Fernando A Novais. Portugal e Brasil na
crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: Hucitec, 1981. p. 298).
A ruptura a que o autor se refere estava intimamente relacionada, dentre outros
fatores, à decisão da Coroa portuguesa de:
a) conceder liberdade para o estabelecimento de fábricas nas cidades
brasileiras.
b) interromper o comércio de escravos praticado entre a colônia e a Inglaterra.
c) proibir o comércio de manufaturas feito entre a colônia e a burguesia inglesa.
d) romper os laços comerciais com a Inglaterra por exigência dos franceses.
e) abrir os portos brasileiros ao livre-comércio com as “nações amigas”.

A presença britânica no Brasil – não só política e econômica, mas também social e


cultural-desde a transferência da Corte portuguesa ao Rio de Janeiro em 1807-8 até a
abdicação do primeiro Imperador brasileiro em 1831. Os britânicos usaram a sua
influência política na Corte portuguesa no Rio não apenas para obter uma posição
privilegiada pelo comércio britânico e pelos direitos para os residentes britânicos no
Brasil, como também para garantir os primeiros compromissos de Portugal pela
abolição do tráfico de escravos. Houve um declínio na influência britânica depois de
1812 e, especificamente, depois da decisão de D. João de ficar no Brasil ao fim da
guerra na Europa. Entretanto, a declaração da independência do Brasil em 1822 e a
necessidade urgente pelo reconhecimento criaram a oportunidade para a Grã-
Bretanha reestabelecer sua influência política dominante, consolidar sua
predominância econômica e forçar o Brasil declarar a abolição do tráfico de escravos
(ou ao menos a sua ilegalidade). ,

A vinda da família real para o Brasil deu-se na passagem de 1807


para 1808 e foi resultado da guerra travada entre França e Reino Unido
durante o período napoleônico. A transferência da corte ocorreu pela
recusa de Portugal em obedecer as ordens da França e aderir
ao Bloqueio Continental, instituído com o objetivo de prejudicar os
ingleses, em 1806.
Com isso, o regente de Portugal, d. João, filho de d. Maria I, decidiu
transferir toda a corte para o Brasil. Assim, o poder português instalou-
se no Rio de Janeiro, resultando em transformações que tiveram
influência fundamental no desencadeamento do processo
de independência do Brasil, alguns anos depois.
Acesse também: Detalhes sobre a relação de d. João VI e sua esposa,
Carlota Joaquina
Contexto da vinda da família real para o Brasil

A invasão de Portugal, por


ordem de Napoleão Bonaparte, foi o motivo que levou a corte
portuguesa a mudar-se para o Brasil.
A transferência da corte portuguesa para o Brasil tem relação direta com
os acontecimentos da Revolução Francesa e do período napoleônico.
Desde o início da revolução, a existência dos regimes absolutistas na
Europa foi severamente ameaçada. Após 10 anos do levante, Napoleão
Bonaparte surgiu como governante da França.
Os acontecimentos da revolução reforçaram severamente a rivalidade
entre França e Inglaterra na Europa, e isso se refletiu diretamente na
relação de Portugal com esses dois países. Internamente, uma divisão
muito grande instalou-se em Portugal, uns defendendo que o país se
aproximasse da França, e outros defendendo a boa relação, estabelecida
havia séculos, com o Reino Unido.
Veja mais: Queda da Batilha - o estopim para a revolução na França,
no final do século XVIII
Portugal, ainda no período revolucionário, assinou um acordo de
proteção militar com os ingleses, mas, ainda assim, buscava manter
publicamente uma posição neutra, de forma a não desagradar
nenhuma das nações. Na medida em que a tensão crescia, o que d. João
fez como medida cautelar foi reforçar as defesas do país na fronteira
com a Espanha, entre 1804 e 1807, segundo pontuam as historiadoras
Lilia Schwarcz e Heloísa Starling|1|.
A ascensão de Napoleão Bonaparte só contribuiu para que a situação
agravasse-se, pois o ímpeto expansionista e o desejo de reformular o
mapa europeu do general reforçaram a polarização do continente. O
regente, d. João (que só se tornou d. João VI em 1816), como
mencionado, era constantemente pressionado, pelos apoiadores de
franceses e ingleses, a tomar partido.
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O motivo da vinda da família real para o Brasil


A partir de 1804, Napoleão “autocoroou-se” imperador francês, o que
reforçou seu poder e ampliou a tensão na Europa. Antes disso, a
situação já era apreensiva para Portugal, uma vez que os espanhóis
haviam se aliado com os franceses, o que representava uma grande
ameaça à soberania do território português. Em 1801, uma pequena
guerra entre Portugal e Espanha, a Guerra das Laranjas, aconteceu e
fez Portugal perder a cidade de Olivença para a Espanha.
Nessa derrota, os portugueses ainda foram obrigados a aceitar o
seguinte termo dos franceses: fechar os portos de seu país para
embarcações inglesas. O termo foi aceito, mas não foi colocado em
prática. Incapaz de invadir a Inglaterra, Napoleão resolveu, a partir de
1806, estabelecer o Bloqueio Continental, o que determinou que os
portos das nações europeias ficariam terminantemente fechados para
embarcações inglesas.
Com o bloqueio, os portugueses começaram a ventilar a proposta de
mudarem-se para o Brasil a fim de fugir do alcance de Napoleão.
Portugal não aceitou aderir ao bloqueio porque as relações com os
ingleses eram boas e estavam de pé por séculos. A situação estendeu-se
até meados de 1807, quando Napoleão realizou um ultimato.
O ultimato de Napoleão determinou que Portugal deveria, até 1º de
setembro, realizar as seguintes medidas: convocar seu embaixador que
estava em Londres; expulsar o embaixador inglês de Lisboa; fechar os
portos para navios ingleses; prender os ingleses em Portugal e confiscar
os bens deles; e declarar guerra à Inglaterra|2|.
Seguiram-se semanas de negociação entre Portugal e França e Portugal
e Reino Unido, mas não se chegou a nenhum entendimento. Os
britânicos orientaram que, se os portugueses aceitassem integralmente
os termos franceses, os dois países entrariam em guerra; já os franceses
exigiam o aceite integral dos seus termos, caso contrário, invadiriam o
território português, dividindo-o com a Espanha.
Como não houve solução, Napoleão ordenou o envio de tropas para
invadir Portugal. Em 24 de novembro, d. João informou que as tropas
francesas chegariam a Lisboa em até quatro dias e autorizou o início
dos preparativos de uma viagem ao Brasil. A corte portuguesa tinha o
compromisso dos ingleses de ser escoltada em segurança até o Brasil.
Viagem da corte portuguesa

Os preparativos para a viagem ao Brasil ficaram marcados pelo pânico


e correria. Estima-se que até 15 mil pessoas tenham embarcado.
O embarque da corte portuguesa aconteceu entre os dias 25 e 27 de
novembro de 1807. Em meio aos preparativos, o governo português
realizou a transferência das instituições que administravam o país,
portanto, tratava-se de uma missão muito grande para tão poucos dias.
Nessa transferência, todas as pessoas que possuíssem algum papel no
governo mudaram-se para o Rio de Janeiro com suas famílias.
As naus portuguesas que fizeram a transferência da corte reuniram
de 10 mil a 15 mil pessoas, segundo os levantamentos feitos por
diferentes historiadores. Lilia Schwarcz e Heloísa Starling dão a real
dimensão do que foi essa vinda para o Brasil: “não eram indivíduos
isolados que fugiam às pressas, e sim a sede do Estado português que
mudava de endereço, com seu aparelho administrativo e burocrático,
seu tesouro, suas repartições, secretarias, tribunais, arquivos e
funcionários”|3|.
O regente de Portugal autorizou todos os seus súditos a mudarem-se
para o Brasil, caso desejassem, mas se não houvesse espaço nas
embarcações da corte, eles deveriam procurar meios próprios de vir
para o Brasil. Todos os preparativos da mudança foram realizados às
pressas, e, por isso, houve correria e pânico. Muita coisa que deveria
ter embarcado foi deixada para trás, e os navios, abarrotados de gente,
não tinham suprimentos suficientes para todos.
As embarcações portuguesas iniciaram a viagem para o Brasil no dia
29 de novembro de 1807, e, em alto-mar, encontraram-se com as quatro
embarcações inglesas, que as escoltaram até o Brasil. Acredita-se que
as embarcações que vieram ao nosso país trazendo a corte eram cerca
de 15 (há desencontro nas informações). No fim do dia 29, as tropas
francesas entravam em Lisboa e eram formadas por cerca de seis mil
soldados.
Os problemas na viagem foram muitos. A citada superlotação fez com
que alimentos e água fossem racionados; não havia dormitórios e
camas para todos, e os problemas de higiene era muitos. Estes
resultaram em um surto de piolhos que forçou as mulheres rasparem
seus cabelos.
Saiba mais: Cinco curiosidades sobre a independência do Brasil
Período Joanino
O regente de Portugal, d. João, foi quem ordenou a vinda da corte
portuguesa para o Brasil. [1]
A viagem da corte portuguesa estendeu-se por 54 dias, e, no dia 22 de
janeiro de 1808, a embarcação de d. João chegou a Salvador. Da antiga
capital do Brasil, d. João já tomou a primeira medida que mudaria o
curso da história brasileira: ele decretou a abertura dos portos às
nações amigas, no dia 28 de janeiro.
Depois de uma breve estadia em Salvador, d. João foi para o Rio de
Janeiro, chegando lá no dia 8 de março. As outras embarcações foram
chegando nos dias seguintes (uma tempestade havia separado elas).
A chegada da corte ao Brasil inaugurou o Período Joanino, durante
o qual d. João esteve no Brasil. A abertura dos portos foi apenas a
primeira de várias medidas tomadas pelo regente português e que
mudaram radicalmente a história brasileira.

TRATADOS ANTIGOS DO BRASIL - Colônia de Portugal


 - Bula "Inter Coetera" do Papa Alexandre VI -1493. Concedeu à Espanha as terras
descobertas ou que se descobrissem a partir de um meridiano distante 100 (Cem) léguas a
Ocidente de qualquer das ilhas de Açores e Cabo Verde.

 - Tratado de Tordesilhas - 1494. Anulando a Bula Alexandrina, estabeleceu a divisão do globo


terrestre em dois hemisférios por um meridiano localizado 370 (Trezentos e Setenta) léguas a
Oeste das ilhas de Cabo Verde. (A localização correta das Linhas de Tordesilhas revelou-se
impraticavel, na época, pela impossibilidade da determinação de longitudes, o que só foi
possível cerca de dois séculos após).

 - Convenção de Saragoça - 1529. Escritura da venda feita pelo Rei da Espanha ao de Portugal
da região onde se encontravam as ilhas Molucas. (Estabelecido também na base de um
meridiano localizado à Leste dessas ilhas, passando pelas ilhas denominadas "las Velas e de
Santo Thome").

 - Primeiro Tratado de Utrecht - 1713. Firmado entre Portugal e a França para estabelecer os
limites entre os dois paises na costa norte do Brasil. Estas disposições serviram, quase dois
séculos após, para defender a posição brasileira na questão do Amapa.

 - Segundo Tratado de Utrecht - 1715. Firmado entre Portugal e a Espanha, restabelecendo a


posse da Colônia de Sacramento para Portugal.

 - Tratado de Madri - 1750. Também entre Portugal e a Espanha, esbabeleceu os limites entre
as colônias dos dois, na America do Sul, respeitando a ocupação realmente exercida nos
territórios e abandonando inteiramente a "linha de Tordesilhas". (A Colônia de Sacramento
passaría para o domínio da Espanha). Com esse Tratado o Brasil ganhou já um perfil próximo
ao de que dispõe hoje.

 - Tratado do Pardo - 1761. Tornou nulas todas as disposições e feitos, decorrentes do


Tratado de Madri.

 - Tratado de Santo Ildefonso - 1777. Ainda entre Portugal e Espanha. Seguiu em linhas gerais
os limites estabelecidos pelo Tratado de Madri, embora com prejuizo para Portugal no
extremo sul do Brasil.

 - Convenção (ou Paz) de Badajoz - 1801. Estabelece as condições de paz na Península


Ibérica (sem fazer menção aos limites das colônias de Portugal e da Espanha na América do
Sul). Com isto tornou nulas, na prática, todas as disposições a respeito - entre estes dois países
-, permitindo a expansão da ocupação gaúcha até o rio Uruguai.
O que foi o Período Joanino?
O Período Joanino refere-se ao momento da história da colonização
brasileira marcado pela presença da família real portuguesa no Brasil.
Essa época específica foi iniciada em 1808, quando a Corte portuguesa
e D. João VI chegaram ao Brasil, e estendeu-se até 1821, quando esse
rei, pressionado pelas cortes portuguesas, optou por retornar para
Portugal. Durante esse período, a família real portuguesa habitou a
cidade do Rio de Janeiro.
Por que a família real portuguesa mudou-se para o Brasil?
A mudança da família real portuguesa para o Brasil estava relacionada
com os acontecimentos na Europa durante o Período Napoleônico.
Como forma de enfraquecer economicamente a Inglaterra, Napoleão
Bonaparte decretou o Bloqueio Continental, que consistia na proibição
às nações europeias de comercializar com a Inglaterra.
Segundo essa política estabelecida por Napoleão, as nações que não
aderissem ao bloqueio seriam militarmente invadidas pelas tropas
francesas. Portugal não aceitou aderir a esse bloqueio, justamente
porque a Inglaterra era sua maior aliada política e econômica. Para
fechar essa brecha existente, Napoleão ordenou a invasão da Península
Ibérica em 1807.
Com a invasão francesa, Napoleão destituiu o rei espanhol e colocou
seu irmão, José Bonaparte, no trono espanhol. Durante a invasão
napoleônica em Portugal, D. João VI optou por fugir da presença das
tropas francesas e, assim, realizou o embarque às pressas com tudo o
que pudesse carregar para o Brasil. A respeito disso, segue o relato de
Boris Fausto:
Entre 25 e 27 de novembro de 1807, cerca de 10 a 15 mil pessoas
embarcaram em navios portugueses rumo ao Brasil, sob a proteção da frota
inglesa. Todo um aparelho burocrático vinha para a Colônia: ministros,
conselheiros, juízes da Corte Suprema, funcionários do Tesouro, patentes
do Exército e da Marinha, membros do alto clero. Seguiam também o
tesouro real, os arquivos do governo, uma máquina impressora e várias
bibliotecas que seriam a base da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro|1|.
A expedição portuguesa era composta de 46 embarcações, que foram
escoltadas até a costa brasileira pela Marinha inglesa. A viagem foi
cheia de percalços, como uma tempestade que separou parte dos navios,
a falta de comida por causa da quantidade de pessoas e, de acordo com
os historiadores, um surto de piolhos que forçou as mulheres a rasparem
os cabelos.
D. João VI e toda a Corte portuguesa chegaram ao Brasil, na região de
Salvador, em janeiro de 1808. No mês seguinte, o rei português
embarcou para a cidade do Rio de Janeiro, chegando a essa cidade em
março. Do Rio de Janeiro, D. João VI governaria Portugal e o Brasil até
1821, quando, então, retornou à Europa.
Quais grandes mudanças ocorreram com a chegada de D.
João VI ao Brasil?
Assim que chegou ao Brasil, D. João VI tomou a primeira medida de
relevância: a abertura dos portos brasileiros às nações amigas. Isso
aconteceu no dia 28 de janeiro de 1808 e iniciou todas as mudanças que
estavam por vir. A abertura dos portos brasileiros às nações amigas
significava, na prática, que a única nação a beneficiar-se disso seria a
Inglaterra, dona de um gigantesco comércio marítimo.
Essa medida significou o fim do monopólio comercial exercido por
Portugal sobre as atividades econômicas do Brasil e permitia aos
comerciantes e grandes proprietários brasileiros negociar diretamente
com seus compradores estrangeiros. Para Portugal, essa medida era
resultado de uma necessidade óbvia, uma vez que, com a ocupação
francesa, seria impossível comercializar com os portos portugueses.
Outras decisões importantes tomadas por D. João VI foram a permissão
para instalar manufaturas no Brasil e a criação de incentivos para que
essas manufaturas surgissem. Apesar dessa medida ser extremamente
importante, as mercadorias manufaturadas produzidas no Brasil sofriam
com a concorrência das mercadorias inglesas, que possuíam mais
qualidade e um preço atrativo (Portugal taxou as mercadorias inglesas
em apenas 15% de imposto alfandegário).
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Por ordem de D. João VI, foram desenvolvidas faculdades de medicina


em Salvador e no Rio de Janeiro. Além disso, construíram-se museus,
teatros e bibliotecas, e foi permitida a instalação de uma tipografia na
cidade do Rio de Janeiro. Tudo isso contribuiu para o crescimento do
intelectualismo no Brasil e possibilitou a circulação de ideias, sobretudo
na capital.
Esse crescimento do intelectualismo no Brasil acabou incentivando a
vinda de intelectuais e artistas estrangeiros notáveis daquele período,
como a viagem do botânico e naturalista francês Auguste de Saint-
Hilaire e a Missão Artística Francesa, que trouxe importantes artistas
franceses, com destaque para Debret e suas pinturas sobre o Rio de
Janeiro.
No entanto, a medida mais importante tomada por D. João ocorreu em
1815, quando o Brasil foi elevado à condição de Reino e, assim, surgiu
o Reino de Portugal, Brasil e Algarves. Isso aconteceu porque as
nações integrantes do Congresso de Viena consideravam inaceitável
que um rei europeu estivesse em uma colônia e não em seu reino de
fato. Como resposta, D. João VI tomou essa medida e transformou o
Brasil em parte integrante do reino português.
Além de permitirem o desenvolvimento econômico e intelectual do Rio
de Janeiro, todas essas mudanças resultaram no aumento populacional
da cidade do Rio de Janeiro, que passou de 50 mil habitantes, em 1808,
para 100 mil habitantes em 1822.
Como foi a política externa de D. João durante o Período
Joanino?
Enquanto esteve presente no Brasil, D. João VI envolveu-se
diretamente em questões territoriais com nações vizinhas e territórios
vizinhos dominados por nações estrangeiras. Primeiramente, houve a
invasão da Guiana Francesa, realizada em 1809. D. João VI ordenou
essa ocupação, junto com tropas inglesas, como represália à ocupação
de Portugal pelos franceses. A presença lusitana na Guiana Francesa
estendeu-se até 1817, quando essa região foi devolvida para a França
após a derrota de Napoleão.
Outra questão muito importante, e que gerou impactos no Brasil após a
independência, foi o conflito pela Cisplatina. Por ordem de D. João VI,
a Banda Oriental do Rio da Prata (atual Uruguai) foi invadida e anexada
ao território brasileiro em 1811. Pouco tempo depois, em 1816, foram
travadas guerras contra José Artigas, que lutava pela independência do
Uruguai.

Como foi o retorno de D. João VI para Portugal?


O retorno da Corte portuguesa a Portugal decorreu das pressões que D.
João VI passou a sofrer da burguesia portuguesa a partir de 1820. Nesse
momento, era iniciada a Revolução Liberal do Porto, na qual a
burguesia formou as cortes portuguesas (espécie de assembleia) e
passou a exigir mudanças em Portugal de acordo com os princípios
liberais e ilustrados em voga.
Os liberais portugueses queriam que algumas mudanças fossem
implantadas com a finalidade de recuperar a economia portuguesa. As
principais exigências das cortes portuguesas eram o rebaixamento do
Brasil novamente à condição de colônia e o retorno imediato de D.
João VI para Portugal. Essas pressões exercidas pelas cortes
portuguesas forçaram o rei a retornar por causa do temor de perder o
trono português.
D. João VI retornou para Portugal com aproximadamente quatro mil
pessoas em 1821, no entanto, deixou seu filho D. Pedro, futuro D. Pedro
I, como regente do Brasil. As tensões provocadas pelas cortes
portuguesas com o Brasil e D. Pedro criaram a ruptura que deu início
ao processo de independência do Brasil.

Partidos do Brasil Colônia


A história do Brasil é dividida em três fases. A primeira delas, o período colonial,
fala sobre os primeiros tempos da colonização portuguesa em nosso país. De
1500 a 1530, Portugal estava mais interessado em suas colônias nas Índias, e
pouco ou nenhum interesse demonstrou por nossas terras. Mas depois que os
portugueses perderam o controle do comércio das especiarias para os ingleses,
eles começaram a olhar o Brasil com outros olhos. Daí os portugueses
implantaram por aqui o monopólio comercial, que quer dizer: a colônia (Brasil) só
podia comprar e vender produtos para a metrópole (Portugal).

Em 1822, pouco antes da independência do Brasil, em 1822, havia três partidos


políticos no Brasil. São eles:

 O partido português – formado por comerciantes que queriam manter Portugal no controle
do comércio, por pessoas que trabalhavam para o Império (como são hoje os funcionários
públicos) e militares que não queriam a independência do Brasil. Eles torciam pela
recolonização.
 O partido brasileiro – formado pelos grandes proprietários rurais (os ricos), alguns
comerciantes portugueses, brasileiros e estrangeiros, que achavam que o comércio livre era
a melhor opção. Eles não queriam a independência e nem a recolonização. Defendiam a
criação de uma monarquia dual. Monarquia dual? Uma monarquia que dividisse os
poderes entre o Brasil e Portugal e garantisse a liberdade de comércio.
 Partido Liberal Radical – composto por pessoas da classe média da época. Eles defendiam
a implantação de uma república democrática, sistema que o Brasil vive hoje.
Agora que você já sabe sobre os partidos do Brasil Colônia, vamos aos partidos da fase
do Brasil império.

Partidos do Império
Na época do Brasil Império (período entre 1822 e 1889, quando o nosso país deixa
de ser colônia portuguesa, mas ainda não é uma república), o regime adotado aqui
era a monarquia.
Após o “grito de independência”, o primeiro governante do Brasil foi Dom Pedro I.
Ele ficou no poder até o ano de 1831, período chamado de Primeiro Império. Logo
depois, ele foi forçado a deixar o cargo em favor de seu filho, Dom Pedro II, que
tinha apenas 5 anos. E até Dom Pedro II completar 15 anos – idade em que
poderia começar a governar – o Brasil foi administrado por regentes, que eram
representantes do Poder Executivo.

Vamos saber agora sobre os partidos das três etapas: primeiro império; regência e
segundo império.

No primeiro império, havia três grandes partidos políticos: Restauradores ou


Caramurus – que queriam a volta de D. Pedro I ao Brasil e um regime monárquico.
Não deu certo e, quando D. Pedro I morreu, em 1834, o partido desapareceu. O
segundo, formado por pessoas radicais, tinha o nome de Liberal Exaltado ou
Jurujubas. O pessoal desse partido era a favor do fim da monarquia. Eles queriam
que o Brasil se transformasse em uma República. Um último grupo, chamado
Liberal Moderado ou Chimangos, defendiam a permanência da monarquia e a
escravidão, mas não queriam a volta de Dom Pedro I e os “exageros”
do partido dos exaltados.

Mas os principais partidos do império – Conservadores (também chamados de


saquaremas) e Liberais (também chamados de luzias) – só surgiram no Segundo
Reinado. Época governada por Dom Pedro II.

A diferença entre esses dois partidos era a visão que cada um deles tinha sobre
a monarquia. Os conservadores queriam sempre um regime forte, com a
autoridade do imperador e pouca liberdade para as províncias (as províncias eram
como são hoje os Estados brasileiros). Já os liberais queriam que as províncias
tivessem mais poder.

Partidos na República
República Velha (1889-1930)
O império acabou quando a República foi proclamada em 15 de novembro de
1889. Foi aí que o Brasil deixou de ser governado por uma monarquia e passou a
ser comandado por presidentes, como é até hoje.

O período que vai de 1889 a 1930 é conhecido como a República Velha. Neste
período, quem dominava a política eram os grandes donos de terras de Minas
Gerais e de São Paulo. Época em que o Brasil cresceu muito e tornou-se
exportador de café.

Com isso, os donos de terras acabaram criando seus partidos


políticos: Partido Republicano Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro
(PRM). Poderosos por causa do dinheiro que tinham, acabaram elegendo vários
presidentes, que implementavam políticas para beneficiar os dois estados. Os
estados se revezavam na indicação do presidente: uma vez paulista e outra vez
um mineiro.
Essa prática ficou conhecida como política do café-com-leite (porque São Paulo
era o maior produtor de café do País, e Minas era grande produtor de leite).

Em 1922, surgiu o Partido Comunista do Brasil (PCB), que décadas mais tarde
mudou seu nome para Partido Comunista Brasileiro. Pregava os ideais marxistas e
atuou na clandestinidade durante muito tempo.

Tempo de Getúlio Vargas (1930-1945)


Em 1930, ano de eleição para a presidência do Brasil, de acordo com a política do
café-com-leite, era a vez de um mineiro do PRM assumir o cargo. Mas
o Partido Republicano Paulista não cumpriu o trato e indicou um político paulista.
O nome dele? Júlio Prestes. Essa quebra do trato acabou com a política do café-
com-leite. O PRM, desiludido, junta-se com políticos da Paraíba e do Rio Grande
do Sul para lançar o gaúcho Getúlio Vargas à Presidência da República. Mas o
nome de Getúlio não foi aceito. Júlio Prestes acabou ganhando as eleições, mas
não ocupou o cargo. Por quê? Porque Getúlio Vargas liderou
uma revolução – Revolução de 1930 – para tomar o poder. Assim, ocorreu o fim
da República Velha e início da Era Vargas.

Para quem não sabe ou não se lembra, Getúlio foi presidente do Brasil por um
tempão. Primeiro como chefe do governo provisório depois da Revolução de 30,
depois como presidente eleito em 1934. E não parou por aí. Em 1937, ele
implantou a ditadura do Estado Novo, até que foi deposto (tirado do cargo) em
1945. Pensa que acabou? Nada disso, Getúlio voltou à presidência em 1951, por
meio do voto popular. Ficou mais três anos no poder. Ele suicidou-se em 24 de
agosto de 1954 com um tiro no coração.

Os partidos políticos mais conhecidos da época de Getúlio Vargas são: Ação


Integralista Brasileira (AIB), criado em 1932, e Aliança Nacional Libertadora (ANL),
de 1935.

A AIB defendia um governo em que só o presidente poderia tomar decisões.


Assim, acreditavam que o Brasil caminharia para o progresso. Essa ideia era
inspirada no fascismo.

Já o pessoal da ANL, liderado por Luís Carlos Prestes, defendia um programa de


mudanças para melhorar a vida dos brasileiros. Eles queriam mais emprego,
melhores salários e apoio para as empresas brasileiras.

República democratizada (1945-1964)


Depois da “ditadura” de Getúlio Vargas, o chamado Estado Novo, em 1945 o Brasil
volta a ter eleições para presidente. Com a volta da democracia, três candidatos –
Eurico Gaspar Dutra, Eduardo Gomes e Ricardo Fiúza – concorreram ao cargo de
presidente do Brasil. Nessa época, o que se viu foi uma disputa entre os partidos
que defendiam Getúlio Vargas – Partido Social-Democrático (PSD)
e Partido Trabalhista Brasileiro (PTB); e o que era contra – União Democrática
Nacional (UDN).
O PSD era formado por lideranças rurais e por altos funcionários das empresas
do governo, enquanto que o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) unia os líderes
dos sindicatos e os operários que trabalhavam nas fábricas.
A União Democrática Nacional (UDN), partido de oposição ou partido rival, era
formado pelas pessoas mais ricas das cidades. Pessoas que defendiam a entrada
de dinheiro de empresas internacionais no Brasil e o desenvolvimento das
empresas brasileiras que não pertenciam ao governo. Essas empresas são
chamadas de empresas privadas.

Governo militar (1964-1985)


Depois de quatro presidentes eleitos pelo povo e um montão de substituições
(1945 a 1964), uma nova ditadura se instalou no Brasil: a do regime militar. Tudo
começou com um golpe de Estado em 1964 que tirou o presidente João Goulart do
poder. Como você já sabe, ditadura é o contrário de democracia. E, na ditadura,
quem discorda das regras do jogo é perseguido e reprimido. E foi assim em 1964.
Quem discordou dos militares foi preso, torturado e até morto.

A partir de 1965, com o Ato Institucional 2 (AI-2), os militares permitiram apenas a


criação de duas associações políticas (associações, viu? Porque não se podia
usar a palavra “partido”). E assim, surgiram a Aliança Renovadora Nacional
(ARENA), que defendia o regime militar, e o Movimento Democrático Brasileiro
(MDB), que tinha a permissão para fazer uma oposição ao regime militar, desde
que fosse bem de leve…

Nova República (1985 até hoje)

Em 1974, o presidente Ernesto Geisel, que era um general do Exército, decidiu


adotar a política da “abertura lenta e gradual”, quer dizer, acabar com o regime
militar aos pouquinhos para dar lugar à democracia. E democracia se faz com
partidos políticos. Por quê? Porque os partidos representam as diferentes opiniões.

No final de 1979, novos partidos políticos começaram a se organizar no lugar da


Arena e do MDB. Assim, em 1982, a Arena se transformou no Partido Democrático
Social (PDS), e o MDB no Partido Democrático Brasileiro (PMDB). Nessa mesma
época surgiram também o Partido Trabalhista Brasileiro, formado por pessoas que
defendiam as ideias de Getúlio Vargas; o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e
o Partido dos Trabalhadores (PT).

Muita mudança, não? E teve mais! Nas eleições indiretas para presidente
da República de 1984, o PDS ficou na maior dúvida porque tinha dois candidatos a
lançar – Mário Andreazza e Paulo Maluf – e isso acabou causando um “racha”
no partido. Daí a criação de um outro partido para apoiar Paulo Maluf, o Partido da
Frente Liberal (PFL). E como o PFL, surgiram também outros: o Partido Popular
Brasileiro (PPB), formado por pessoas insatisfeitas com o PDS; e o Partido Social-
Democrático Brasileiro (PSDB), que foi formado com parte de insatisfeitos do
PMDB.
E assim, a Nova República ou República redemocratizada ficou marcada pela
grande quantidade de partidos que tinha. Alguns deles existem até hoje.
Revoltas coloniais
Desde a segunda metade do século 17, explodiram na colônia várias revoltas,
geralmente provocadas por interesses econômicos contrariados. Em 1684, a
revolta dos Beckman, no Maranhão, voltou-se contra o monopólio exercido pela
Companhia de Comércio do Estado do Maranhão.

Já no século 18, a guerra dos emboabas envolveu paulistas e “forasteiros” na


zona das minas; a guerra dos mascates opôs os comerciantes de Recife aos
aristocráticos senhores de engenho de Olinda; e a revolta de Vila Rica, liderada
por Filipe dos Santos, em 1720, combateu a instituição das casas de fundição e
a cobrança de novos impostos sobre a mineração do ouro.

Os mais importantes movimentos revoltosos desse século foram a conjuração


mineira e a conjuração baiana, as quais possuíam, além do caráter econômico,
uma clara conotação política. A conjuração mineira, ocorrida em 1789, também
em Vila Rica, foi liderada por Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que
terminou preso e enforcado, em 1792. Pretendia, entre outras coisas, a
independência e a proclamação de uma república. A conjuração baiana --
também chamada revolução dos alfaiates, devido à participação de grande
número de elementos das camadas populares (artesãos, soldados, negros
libertos) --, ocorrida em 1798, tinha ideias bastante avançadas para a época,
inclusive a extinção da escravidão. Seus principais líderes foram executados.
Mais tarde, estourou outro importante movimento de caráter republicano e
separatista, conhecido como revolução pernambucana de 1817.

Independência. Em 1808, ocorreu a chamada “inversão brasileira”, isto é, o Brasil


tornou-se a sede da monarquia portuguesa, com a transferência da família real
e da corte para o Rio de Janeiro, fugindo da invasão napoleônica na península
ibérica. Ainda na Bahia, o príncipe regente D. João assinou o tratado de abertura
dos portos brasileiros ao comércio das nações amigas, beneficiando
principalmente a Inglaterra. Terminava assim o monopólio português sobre o
comércio com o Brasil e tinha início o livre-cambismo, que perduraria até 1846,
quando foi estabelecido o protecionismo.

Além da introdução de diversos melhoramentos (Imprensa Régia, Biblioteca


Pública, Academia Militar, Jardim Botânico, faculdades de medicina do Rio de
Janeiro e da Bahia e outros), no governo do príncipe regente D. João (que
passaria a ter o título de D. João VI a partir de 1816, com o falecimento da rainha
D. Maria I) o Brasil foi elevado à categoria de reino e teve anexadas a seu
território a Guiana Francesa e a Banda Oriental do Uruguai, que tomou o nome
de província Cisplatina.

A partir de 1821, com a volta do rei e da corte para Portugal, o Brasil passou a
ser governado pelo príncipe regente D. Pedro. Atendendo principalmente aos
interesses dos grandes proprietários rurais, contrários à política das Cortes
portuguesas, que desejavam recolonizar o Brasil, bem como pretendendo
libertar-se da tutela da metrópole, que visava diminuir-lhe a autoridade, D. Pedro
proclamou a independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, às margens
do riacho do Ipiranga, na província de São Paulo. É importante destacar o papel
de José Bonifácio de Andrada e Silva, à frente do chamado Ministério da
Independência, na articulação do movimento separatista.

Primeiro reinado. Aclamado imperador do Brasil, D. Pedro I tratou de dar ao país


uma constituição, outorgada em 1824. No início do seu reinado, ocorreu a
chamada “guerra da independência”, contra as guarnições portuguesas
sediadas principalmente na Bahia. Em 1824, em Pernambuco, a confederação
do Equador, movimento revoltoso de caráter republicano e separatista,
questionava a excessiva centralização do poder político nas mãos do imperador,
mas foi prontamente debelado. Em 1828, depois da guerra contra as Províncias
Unidas do Rio da Prata, o Brasil reconheceu a independência do Uruguai.

Depois de intensa luta diplomática, em que foi muito importante a intervenção da


Inglaterra, Portugal reconheceu a independência do Brasil. Frequentes conflitos
com a Assembleia e interesses dinásticos em Portugal levaram D. Pedro I, em
1831, a abdicar do trono do Brasil em favor do filho D. Pedro, então com cinco
anos de idade.

Período regencial. O reinado de D. Pedro II teve início com um período regencial,


que durou até 1840, quando foi proclamada a maioridade do imperador, que
contava cerca de quinze anos. Durante as regências, ocorreram intensas lutas
políticas em várias partes do país, quase sempre provocadas pelos choques
entre os interesses regionais e a concentração do poder no Sudeste (Rio de
Janeiro). A mais importante foi a guerra dos farrapos ou revolução farroupilha,
movimento republicano e separatista ocorrido no Rio Grande do Sul, em 1835, e
que só terminou em 1845. Além dessa, ocorreram revoltas na Bahia (Sabinada),
no Maranhão (Balaiada) e no Pará (Cabanagem).

Segundo reinado. O governo pessoal de D. Pedro II começou com intensas


campanhas militares, a cargo do general Luís Alves de Lima e Silva, que viria a
ter o título de duque de Caxias, com a finalidade de pôr termo às revoltas
provinciais. A partir daí, a política interna do império brasileiro viveu uma fase de
relativa estabilidade, até 1870.

A base da economia era a agricultura cafeeira, desenvolvida a partir de 1830, no


Sudeste, inicialmente nos morros como o da Tijuca e a seguir no vale do Paraíba
fluminense (província do Rio de Janeiro), avançando para São Paulo (vale do
Paraíba e oeste paulista). Até 1930, o ciclo do café constituiu o principal gerador
da riqueza brasileira. A partir da década de 1850, graças aos empreendimentos
de Irineu Evangelista de Sousa, o barão e depois visconde de Mauá, entre os
quais se destaca a construção da primeira estrada de ferro brasileira, ocorreu
um primeiro surto de industrialização no país.

A base social do império era a escravidão. Desde o período colonial, os negros


escravos constituíam a principal, e quase exclusiva, mão-de-obra no Brasil. As
restrições ao tráfico negreiro começaram por volta de 1830, por pressões da
Inglaterra, então em plena revolução industrial. Finalmente, em 1888, após
intensa campanha abolicionista, a chamada Lei Áurea declarava extinta a
escravidão no país. Nesse período, houve uma grande imigração para o Brasil,
sobretudo de alemães e italianos.
Na política externa, sobressaíram as guerras do Prata, em que o Brasil enfrentou
o Uruguai e a Argentina, e a da Tríplice Aliança ou do Paraguai, que reuniu o
Brasil, a Argentina e o Uruguai numa coligação contra o ditador paraguaio Solano
López. A guerra do Paraguai (1864--1870), um dos episódios mais sangrentos
da história americana, terminou com a vitória dos aliados.

A partir de 1870, a monarquia brasileira enfrentou sucessivas crises (questão


religiosa, questão militar, questão da abolição), que culminaram com o
movimento militar, liderado pelo marechal Deodoro da Fonseca, que depôs o
imperador e proclamou a república, em 15 de novembro de 1889.

República Velha. A Primeira República, ou República Velha, estendeu-se de


1889 até 1930. Sob a chefia do marechal Deodoro, foi instalado um governo
provisório, que convocou uma assembleia constituinte para elaborar a primeira
constituição republicana, promulgada em 1891. Os governos do marechal
Deodoro, e, depois, do marechal Floriano Peixoto foram plenos de conflitos com
o Legislativo e rebeliões, como as duas revoltas da Armada.

Com a eleição de Prudente de Morais, tem início a chamada “política do café


com leite”, segundo a qual os presidentes da República seriam escolhidos dentre
os representantes dos estados mais ricos e populosos -- São Paulo e Minas
Gerais -- prática que foi seguida, quase sem interrupções, até 1930.

A economia agrário-exportadora continuou dominante. O café representava a


principal riqueza brasileira, e os fazendeiros paulistas constituíam a oligarquia
mais poderosa. As classes médias eram pouco expressivas e começava a existir
um embrião de proletariado. Por ocasião da primeira guerra mundial (1914--
1918), ocorreu um surto de industrialização, em função da substituição de
importações europeias por produtos fabricados no Brasil.

A partir da década de 1920, o descontentamento dos militares explodiu em uma


série de revoltas, destacando-se a marcha da coluna Prestes, entre 1924 e 1927,
que percorreu grande parte do Brasil. As oligarquias alijadas do poder central
também se mostravam insatisfeitas. Quando ocorreu a crise de 1929 -- iniciada
com o crash da bolsa de Nova York --, com seus reflexos negativos sobre os
preços do café, a desorganização da economia, as divergências político-
eleitorais das oligarquias dominantes e as aspirações de mudança de amplos
setores da sociedade provocaram a deflagração da revolução de 1930, que levou
Getúlio Vargas ao poder.

A independência do Brasil aconteceu em 1822, tendo como grande


marco o grito da independência que foi realizado por Pedro de
Alcântara (D. Pedro I durante o Primeiro Reinado), às margens do Rio
Ipiranga, no dia 7 de setembro de 1822. Com a independência do Brasil
declarada, o país transformou-se em uma monarquia com a coroação
de D. Pedro I.
Acesse também: Veja cinco curiosidades sobre o processo de
independência do Brasil

Resumo
 Durante o Período Joanino, medidas modernizadoras foram
implantadas no Brasil.
 Em 1815, o Brasil foi elevado à condição de Reino Unido e, assim, o
Brasil deixou de ser colônia.
 Em 1820, a Revolução Liberal do Porto foi iniciada em Portugal e
reivindicava o retorno do rei português.
 Com o retorno de D. João VI para Portugal, D. Pedro foi colocado como
regente do Brasil.
 As cortes portuguesas exigiam a revogação das medidas implantadas
no Brasil e o retorno do príncipe regente.
 Durante o “Dia do Fico”, D. Pedro declarou que permaneceria no
Brasil.
 No “Cumpra-se”, determinou-se que as ordens portuguesas só seriam
cumpridas no Brasil com o aval de D. Pedro.
 O grito da independência – se de fato tiver acontecido – ocorreu nas
margens do Rio Ipiranga, no dia 7 de setembro de 1822.
 Em 12 de outubro de 1822, D. Pedro foi aclamado imperador e no dia
1º de dezembro de 1822 ele foi coroado D. Pedro I.
 Houve conflitos após a declaração de independência, na Bahia, no Pará,
no Maranhão e na Cisplatina.
Causas da independência
Em 1808, D. João VI e a família real portuguesa mudaram-se para o Rio de Janeiro.**
A independência do Brasil foi declarada em 1822 e esse
acontecimento está diretamente relacionado com eventos que foram
iniciados em 1808, ano em que a família real portuguesa, fugindo das
tropas francesas que invadiram Portugal, mudou-se para o Brasil.
A chegada da família real no Brasil ocasionou uma série de
mudanças que contribuiu para o desenvolvimento
comercial, econômico e, em última instância, possibilitou a
independência do Brasil.
Com a chegada da família real, o Brasil experimentou, em seus grandes
centros, um grande desenvolvimento resultado de uma série de medidas
implementadas por D. João VI, rei de Portugal. Instalado no Rio de
Janeiro, o rei português autorizou a abertura dos portos brasileiros às
nações amigas, permitiu o comércio entre os brasileiros e os ingleses
como medidas de destaque no âmbito econômico.
Outras medidas de destaque são destacadas pelo jornalista Chico
Castro:
Tomou providências, um ano após a sua chegada, para que houvesse
interesse pela educação e literatura brasileiras no ensino público, abrindo
vagas para professores. Instalou na Bahia uma loteria para arrecadar fundos
em favor da conclusão das obras do teatro da cidade; mandou estabelecer
em Pernambuco a cadeira de Cálculo Integral, Mecânica e Hidromecânica
e um curso de Matemática para os estudantes de Artilharia e Engenharia da
capitania; isentou do pagamento de direitos de entrada em alfândegas
brasileiras de matérias-primas a serem manufaturadas em qualquer
província e criou, pela primeira vez no país, um curso regular de língua
inglesa na Academia Militar do Rio de Janeiro|1|.
Essas e outras medidas que foram tomadas pelo rei português
demonstravam uma clara intenção de modernizar o país como parte de
uma proposta que fizesse o Brasil deixar de ser apenas uma colônia
portuguesa, tornando-se de fato parte integrante do Reino de Portugal.
Isso foi confirmado quando, em 16 de dezembro de 1815, D. João VI
decretou a elevação do Brasil para parte do Reino Unido.
Isso, na prática, significou que o Brasil deixava de ser uma colônia e
transformava-se em parte integrante do Reino português, que agora
passava a ser chamado de Reino Unido de Portugal, Brasil e
Algarves. Essa medida era importante para o Brasil e, segundo as
historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling, a medida tinha como
objetivo principal evitar que o Brasil seguisse pelo caminho da
fragmentação revolucionária – como havia acontecido na relação entre
EUA e Inglaterra|2|.
A presença da família real no Brasil havia proporcionado grandes
avanços, mas, ainda assim, demonstrações de insatisfação aconteceram
por meio da Revolução Pernambucana de 1817. A mudança da família
real para o Brasil havia resultado em grande aumento de impostos e
interferido diretamente na administração da capitania.
A Revolução Pernambucana de 1817 foi reprimida violentamente. Três
anos depois de lidarem com ela, o rei D. João VI teve de lidar com
insatisfações em Portugal que se manifestaram em Revolução Liberal
do Porto de 1820. Esse foi o ponto de partida do processo de
independência do Brasil.
Portugal vivia uma forte crise, tanto política quanto econômica, em
consequência da invasão francesa. Além disso, havia uma forte
insatisfação em Portugal por conta das transformações que estavam
acontecendo no Brasil, sobretudo com a liberdade econômica que o
Brasil havia conquistado com as medidas de D. João VI.
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A Revolução Liberal do Porto eclodiu em 1820 e foi organizada pela
burguesia portuguesa inspirada em ideais liberais. Um dos grandes
objetivos dos portugueses era o retorno do rei para Portugal. Na visão
da burguesia portuguesa, Portugal deveria ser a sede do Império
português.
Outra reivindicação importante dos portugueses foi a exigência de
restabelecimento do monopólio comercial sobre o Brasil. Essa
exigência causou grande insatisfação no Brasil, uma vez que
demonstrava a intenção dos portugueses em permanecer os laços
coloniais em relação ao Brasil. O rei português, pressionado pelos
acontecimentos em seu país, resolveu retornar para Portugal em 26 de
abril de 1821.
Na viagem de D. João VI, cerca de quatro mil pessoas retornaram para
Portugal. O rei português, além disso, levou para Portugal uma grande
quantidade de ouro e diamantes que estavam nos cofres do Banco do
Brasil. Com o retorno de D. João VI, Pedro de Alcântara foi
transformado em regente do Brasil.
Processo de independência do Brasil

Com a independência do Brasil, D. Pedro foi coroado como imperador do Brasil.***


O processo de independência do Brasil aconteceu, de fato, durante a
regência de Pedro de Alcântara no Brasil. As Cortes portuguesas
(instituição surgida com a Revolução do Porto) tomaram algumas
medidas que foram bastante impopulares aqui, como a exigência de
transferência das principais instituições criadas durante o Período
Joanino para Portugal, o envio de mais tropas para o Rio de Janeiro e a
exigência de retorno do príncipe regente para Portugal.
Essas medidas junto com a intransigência dos portugueses, no decorrer
das negociações com representantes brasileiros, e do tratamento
desrespeitoso em relação ao Brasil fizeram com que a resistência dos
brasileiros com os portugueses aumentasse, e reforçou a ideia de
separação em alguns locais do Brasil, como no Rio de Janeiro. A
exigência de retorno de D. Pedro para Portugal resultou em uma reação
instantânea no Brasil.
Em dezembro de 1821, chegou a ordem exigindo o retorno de D. Pedro
para Portugal e a reação decorreu da criação do Clube da Resistência.
Em janeiro de 1822, durante uma audiência do Senado, um documento
com mais de 8 mil assinaturas foi entregue a D. Pedro. Esse documento
exigia a permanência do príncipe regente no Brasil.
Supostamente motivado por isso, D. Pedro disse palavras que entraram
para a história do país: “Como é para bem de todos e felicidade geral
da nação, estou pronto; diga ao povo que fico”|3|. Os historiadores não
sabem ao certo se essas palavras foram mesmo ditas por D. Pedro. De
toda forma, esse acontecimento marcou o Dia do Fico. Apesar disso,
os historiadores afirmam que em janeiro de 1822 ainda não havia um
desejo em muitos de permanecer o vínculo com Portugal.
A sucessão dos acontecimentos nos meses seguintes foram
responsáveis por incitar o Brasil à ruptura com Portugal, uma vez que,
como mencionado, isso não era certo em janeiro de 1822. Ao longo do
processo de independência, duas pessoas tiveram grande influência na
tomada de decisões de D. Pedro: sua
esposa, Maria Leopoldina, e José Bonifácio de Andrada e Silva.
O rompimento ficou cada vez mais evidente com algumas medidas
aprovadas no Brasil. Em maio de 1822, foi decretado o “Cumpra-se”,
medida que determinava que as leis e as ordens decretadas em Portugal
só teriam validade no Brasil com o aval do príncipe regente. No mês
seguinte, em junho, foi determinada a convocação de eleição para
a formação de uma Assembleia Constituinte no Brasil.
Essas medidas reforçavam a progressiva separação entre Brasil e
Portugal, uma vez que as ordens de Portugal já não teriam validade aqui
conforme determinava o “Cumpra-se” e, além disso, esboçava-se a
elaboração de uma nova Constituição para o país com a convocação de
uma Constituinte.
A relação das Cortes portuguesas com as autoridades brasileiras
permaneceu irreconciliável e prejudicial aos interesses dos brasileiros.
Em 28 de agosto de 1822, ordens de Lisboa chegaram ao Brasil com a
mensagem que o retorno de D. Pedro para Portugal deveria ser
imediato. Além disso, anunciava-se o fim de uma série de medidas em
vigor no Brasil e tidas pelos portugueses como “privilégios” e os
ministros de D. Pedro eram acusados de traição.
A ordem, lida por Maria Leopoldina, a convenceu da necessidade do
rompimento com Portugal e, em 2 de setembro, organizou uma sessão
extraordinária, assinou uma declaração de independência e a enviou
para D. Pedro que estava em viagem a São Paulo. O mensageiro,
chamado Paulo Bregaro, alcançou a comitiva de D. Pedro, na altura de
São Paulo, quando estavam próximos ao Rio Ipiranga.
Na ocasião, D. Pedro I estava sofrendo de problemas intestinais (que
não se sabe sua origem específica). O príncipe regente leu todas as
notícias e ratificou a ordem de independência com um grito às margens
do Rio Ipiranga, conforme registrado na história oficial. Atualmente, os
historiadores não têm evidência que comprovem o grito do Ipiranga.
O 7 de setembro não encerrou o processo de independência do Brasil.
Esse processo seguiu-se com uma guerra de independência e nos
meses seguintes acontecimentos importantes aconteceram, como a
Aclamação de D. Pedro como imperador do Brasil, no dia 12 de
outubro, e sua coroação que aconteceu no dia 1º de dezembro.
Acesse também: Saiba quantos golpes aconteceram no Brasil desde a
sua independência
Guerra de independência do Brasil
Diferente do que muitos acreditam, a independência do Brasil não foi
pacífica. Com a declaração da independência, uma série de regiões no
Brasil demonstrou sua insatisfação e rebelou-se contra o processo de
independência. Eram movimentos “não adesistas”, isto é, movimentos
que eclodiram nas províncias que não aderiram ao processo de
independência e que se mantiveram leais a Portugal.
Os quatro grandes centros da resistência contra a independência do
Brasil aconteceram nas seguintes
províncias: Pará, Bahia, Maranhão e Cisplatina (atual Uruguai).
Aconteceram campanhas militares nessas localidades e os combates
contra as forças que não aderiram à independência estenderam-se até
1824. Para saber mais sobre, leia este texto: Guerra de Independência
do Brasil.
Consequências da independência do Brasil
Entre as consequências do processo de independência do Brasil, podem
ser mencionados:
 Surgimento do Brasil enquanto nação independente;
 Construção da nacionalidade “brasileira”;
 Estabelecimento de uma monarquia nas Américas (a única no
continente junto da haitiana e mexicana);
 Endividamento do Brasil por meio de um pagamento de 2 milhões de
libras como indenização aos portugueses.

O que foi o período imperial?


O período imperial foi uma fase da história brasileira iniciada em 1822,
quando o Brasil tornou-se independente, e finalizada em 1889, quando
houve a Proclamação da República. Nesse período, o Brasil organizou-
se politicamente como uma monarquia, sendo governado por um
imperador, cujo poder era transmitido de maneira hereditária.
Acesse também: Conheça cinco curiosidades sobre a independência do
Brasil
Independência do Brasil
O período imperial da nossa história iniciou-se logo após
a independência do Brasil, declarada em 7 de setembro de 1822,
quando Dom Pedro realizou o grito da independência às margens do
Rio Ipiranga, em São Paulo. Esse, no entanto, é apenas o final de um
processo iniciado em 1808, quando a família real portuguesa mudou-se
para o Brasil, dando início ao Período Joanino.
A mudança da família real portuguesa aconteceu na virada de 1807 para
1808, quando Portugal foi invadido pelas tropas napoleônicas. Com
isso, a família real estabeleceu-se no Rio de Janeiro e iniciou uma série
de transformações que colocaram o Brasil em um novo patamar,
responsável por antecipar nossa independência.
Apesar disso, o ponto de partida para a independência do Brasil ocorreu
apenas em 1820, quando foi iniciada em Portugal a Revolução Liberal
do Porto. Nessa revolução, a burguesia portuguesa reivindicava o
retorno do rei D. João VI para Portugal e exigia a revogação das
medidas que garantiam maior liberdade econômica ao Brasil.
As exigências de Portugal foram enxergadas no Brasil como uma
tentativa de recolonizar o país e de impedir o desenvolvimento
econômico que estava em curso. A partir daí, surgiu uma insatisfação
dos brasileiros em relação a Portugal, dando início ao processo de
independência do Brasil, liderado por Dom Pedro, nomeado por seu pai
como regente do país.
Os desgastes nas relações entre Brasil e Portugal fizeram com que Dom
Pedro proclamasse a independência do Brasil. O nosso país, então,
converteu-se em uma monarquia, e Dom Pedro foi coroado imperador,
tornando-se Dom Pedro I.
Periodização
O período imperial do Brasil é dividido em três fases:
 Primeiro Reinado (1822-1831)
 Período Regencial (1831-1840)
 Segundo Reinado (1840-1889)
Primeiro Reinado
O Primeiro Reinado foi o período em que o país foi governado por
Dom Pedro I, filho de Dom João VI e regente do Brasil até sua
independência. O Primeiro Reinado ficou marcado pelos atritos entre
D. Pedro I e grupos políticos do Brasil, pelo autoritarismo e pela
incompetência na administração do país.
Com a independência, determinadas regiões do país, como Pará e
Maranhão, permaneceram fiéis a Portugal, desencadeando uma guerra
no país. Com o fim da guerra de independência, era necessário garantir
que Portugal reconhecesse a independência brasileira. Esse
reconhecimento foi formalizado em 1825 por meio de negociações
mediadas pela Inglaterra.
A outorga da Constituição de 1824 foi o exemplo mais claro do
autoritarismo que marcou o reinado de D. Pedro I. Seu governo também
foi marcado por decisões equivocadas, como a Guerra da Cisplatina,
que destruiu nossa economia, e por rebeliões, que demonstravam a
fraqueza do governo no comando do Brasil. Pressionado por diversos
grupos insatisfeitos, D. Pedro I renunciou ao trono em 1831, em favor
de seu filho.
O filho de D. Pedro I, porém, não tinha idade para assumir o Brasil.
Assim, iniciou-se um período de transição em que o país foi governado
por regentes até que o futuro imperador tivesse a idade mínima para
assumir o país – 18 anos –, conforme estipulava a Constituição de 1824.
Esse período de transição ficou conhecido como Período Regencial.
Período Regencial
Regentes eleitos governaram o Brasil durante o Período Regencial, fase
que ficou marcada pelas disputas entre os parlamentares brasileiros e
por rebeliões provinciais. Ao longo desse período, aconteceram
rebeliões como a Cabanagem, Balaiada, Sabinada, Revolta dos Malês e
a Revolução Farroupilha.
O período das regências teve fim com o Golpe da Maioridade, no qual
os políticos brasileiros anteciparam a maioridade de Pedro de Alcântara
para que ele pudesse ser coroado imperador do Brasil com 14 anos de
idade. Esse golpe parlamentar aconteceu em 1840, dando início ao
Segundo Reinado.
Segundo Reinado
O Segundo Reinado, período em que Dom Pedro II foi o imperador do
Brasil, estendeu-se de 1840 a 1889. O reinado de D. Pedro II pode ser
dividido em diversas fases: um período inicial de consolidação, seguido
por uma fase de auge e, por fim, um estágio de decadência.
A campanha abolicionista seguiu um longo percurso e foi um dos
grandes acontecimentos que marcaram o Segundo Reinado. Quando D.
Pedro II assumiu a presidência, o Brasil era pressionado pela Inglaterra
a proibir o tráfico de escravos da África. Com a proibição do tráfico,
em 1850, a monarquia iniciou uma transição bem lenta até a abolição
do trabalho escravo do país, em 1888, durante os momentos finais da
monarquia brasileira.
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A Guerra do Paraguai (1864-1870) foi um dos acontecimentos mais marcantes do Segundo Reinado.
Outro importante acontecimento do Segundo Reinado foi a Guerra do
Paraguai, conflito que começou em 1864 e acabou em 1870 com a
vitória do Brasil e de seus aliados. Nesse combate, Brasil, Argentina e
Uruguai uniram-se para lutar contra o Paraguai e contra o
ditador Solano López. A Guerra do Paraguai foi resultado dos choques
de interesses que existiam entre as nações sul-americanas e teve como
consequência final a destruição do Paraguai. Para o Brasil, as grandes
consequências foram o enfraquecimento da monarquia e a
instauração de uma forte crise econômica no país.
Acesse também: Saiba quais foram as causas da Guerra do Paraguai
A decadência da monarquia, resultado de seu enfraquecimento nos
meios políticos e nas elites econômicas do Brasil, fez com que o
republicanismo ganhasse força como alternativa política. Essa forma de
governo foi viabilizada pela conspiração dos militares contra a
monarquia.
A Proclamação da República aconteceu em 15 de novembro de 1889,
quando foi organizado um golpe militar para destituir o gabinete
ministerial ocupado pelo Visconde de Ouro Preto. A destituição do
gabinete e as articulações políticas levaram José do Patrocínio a
proclamar a república. D. Pedro II e a família real partiram, então, para
a Europa em exílio.
Política e trabalho
Nos primeiros anos da monarquia, a vida política do Brasil concentrava-
se em torno de três grupos políticos: liberais moderados, liberais
exaltados e restauradores, cada um com suas próprias convicções
políticas. Durante o Primeiro Reinado e o Período Regencial, esses
grupos converteram-se em dois, liberais e conservadores, os quais
controlaram nossa política no Segundo Reinado.
Havia muitas tensões políticas no país envolvendo diferentes questões.
Existiam os federalistas, que defendiam maior autonomia para as
províncias, enquanto outros defendiam a centralização do poder para
que as províncias não tivessem autonomia; alguns eram monarquistas,
enquanto outros eram republicanos, etc.
A disputa entre liberais e conservadores pelo poder no parlamento, por
meio do gabinete ministerial, deixava nossa política bastante instável.
D. Pedro II foi o responsável por controlar as disputas políticas e por
criar um regime conhecido como parlamentarismo às avessas, sistema
parlamentar no qual o imperador tinha plenos poderes de destituir o
gabinete ministerial.
Em relação ao trabalho, as duas grandes questões eram referentes ao
trabalho escravo e à chegada dos primeiros imigrantes europeus ao
Brasil. No que diz respeito à escravidão, destaca-se a pressão dos
ingleses para que o Brasil colocasse fim ao tráfico de escravos – o que,
inclusive, quase levou nosso país à guerra contra os ingleses.
O processo de transição para o fim do trabalho escravo foi realizado
lentamente, demonstrando o desinteresse da monarquia em acabar com
a escravidão no Brasil, uma vez que isso poderia prejudicar
politicamente o monarca brasileiro. No final da década de 1880, quando
a situação já era insustentável, a campanha abolicionista ganhou força
no país. Em 1888, a Lei Áurea foi assinada, proibindo o trabalho
escravo dos negros em nosso país.
A vinda dos imigrantes ao Brasil surgiu como alternativa para substituir
os escravos, que, após 1850, com a proibição do tráfico negreiro,
estavam escasseando em nosso país. Os imigrantes foram muito
importantes para as fazendas de café, que começaram a crescer no
Oeste Paulista. Vieram para o Brasil um grande número de italianos e
portugueses, bem como alemães e espanhóis.
Resumo
Brasil Império é o nome dado ao período que se estendeu de 1822 a
1889. A independência do Brasil marcou o início do período imperial,
que foi encerrado com a Proclamação da República. O período imperial
é dividido em três fases: Primeiro Reinado, Período Regencial e
Segundo Reinado.
O Primeiro Reinado destacou-se pelo autoritarismo de D. Pedro I, que
levou ao desgaste da sua relação com a elite política e econômica do
país, fazendo com que o imperador renunciasse ao cargo.
O Período Regencial foi um momento de transição e teve dois grandes
destaques: as brigas políticas e as revoltas provinciais.
Por fim, o Segundo Reinado foi o maior e mais estável período da
monarquia no Brasil, quando D. Pedro II governou o país por quase
meio século. Essa época foi marcada por importantes eventos no Brasil,
como a Guerra do Paraguai. Durante esse período, o país passou por
transformações que levaram ao fim do trabalho escravo e à chegada de
milhares de imigrantes no país. O golpe militar que conduziu à
proclamação da República deu fim à monarquia em 1889.

O Primeiro Reinado foi o período da história do Brasil iniciado a partir


da independência do país, em 1822. Essa fase estendeu-se até 1831,
quando o imperador D. Pedro I abdicou o trono brasileiro em favor de
seu filho, Pedro de Alcântara, futuro D. Pedro II.
Independência do Brasil
O Primeiro Reinado foi resultado direto do processo de independência
do Brasil, que teve como ponto de partida a transferência da Corte
portuguesa para o Rio de Janeiro a partir de 1808. Quando isso
aconteceu, uma série de transformações aconteceu no Brasil: a cidade
do Rio de Janeiro cresceu e desenvolveu-se, os portos foram abertos e
o comércio prosperou. Dessa forma, o Brasil deixou de ser colônia,
tornando-se parte do Reino de Portugal.
Os ânimos do Brasil estavam relativamente sob controle até 1820,
quando eclodiu a Revolução Liberal do Porto, em Portugal. Essa
revolução foi realizada pela burguesia portuguesa, que demandava o
retorno do rei português para Lisboa e a revogação das medidas que
haviam sido implantadas no Brasil.
A Revolução Liberal do Porto foi muito mal recebida pelas elites
econômicas do Brasil, que encararam essa revolta como uma tentativa
de recolonizar o país. Assim, surgiu um movimento pela independência
do Brasil, o qual considerou Pedro, filho de D. João VI, como a pessoa
ideal para liderar esse processo.
Após ser pressionado pelas Cortes portuguesas (espécie de parlamento)
a retornar a Portugal, Pedro percebeu que o único caminho a ser tomado
era declarar a independência do Brasil. Assim, em 7 de setembro de
1822, aconteceu o grito do Ipiranga, por meio do qual o regente
declarou a independência do Brasil. Pedro foi, então, coroado
imperador, tornando-se D. Pedro I.
Acesse também: Cinco curiosidades sobre a independência do Brasil
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Guerras de independência
Diferentemente do que muitos acreditam, a independência do
Brasil não foi pacífica. Houve províncias que permaneceram leais aos
portugueses, por isso, foi necessário travar guerra a fim de garantir a
unidade territorial do país. Um nome de destaque nessa luta contra os
portugueses e seus aliados no Brasil foi lorde Cochrane, comandante
contratado por D. Pedro I.
Entre as regiões que se rebelaram contra a independência, podemos
citar as províncias do Pará, Maranhão, Bahia e Cisplatina. Em meados
de 1823, os conflitos contra a independência do país estavam sob
controle, e os apoiadores de Portugal já estavam derrotados.

Por que o Brasil tornou-se uma monarquia?


Quando o Brasil declarou a sua independência, seus realizadores
optaram por instaurar a monarquia como forma de governo do país. Era
um caso único na América do Sul, já que as antigas colônias espanholas
nessa parte do continente tinham tornado-se repúblicas. Na América
Latina, além do Brasil, só o México transformou-se, durante um curto
período de tempo, em uma monarquia.
Segundo as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling, a escolha
da monarquia em vez da república aconteceu por alguns motivos|1|:
1. Os idealizadores da nossa independência temiam que o território
do Brasil fosse fragmentado caso instaurassem a república no país.
2. A elite brasileira havia sido letrada nas tradições monarquistas de
Portugal.
3. Essa forma de governo evitava que transformações no status
quo acontecessem.
Consolidação da independência
Após a declaração de independência, o Brasil tinha desafios imediatos
a serem superados. Primeiramente, era necessário cessar a guerra
travada contra as províncias rebeldes. Depois, era fundamental garantir
o reconhecimento internacional e, por fim, era importante redigir uma
Constituição para estruturar o país.
A princípio, as nações vizinhas relutaram em reconhecer a
independência do Brasil pelo fato de o país ter tornado-se uma
monarquia. Grande parte do reconhecimento da nossa independência
ocorreu em virtude das ações da Inglaterra e dos Estados Unidos.
Os ingleses foram responsáveis por mediar as negociações entre Brasil
e Portugal. O reconhecimento da independência do Brasil pelos
portugueses só ocorreu em 1825, mediante pagamento de indenização
e com o compromisso firmado pelo Brasil de não incentivar a
independência das colônias portuguesas na África.

Constituição de 1824
Após a independência, a nova nação precisava de uma Constituição.
Para essa tarefa, era necessário formar uma Assembleia Constituinte,
que deveria ser escolhida por meio de eleições. Os trabalhos da
Constituinte iniciaram-se em maio de 1823 e foram marcados pelo
atrito entre D. Pedro I e as elites econômicas e políticas do Brasil.
As discordâncias entre os parlamentares e D. Pedro I ocorreram em
decorrência da arbitrariedade e da autoridade do imperador nas tomadas
de decisões. No caso da Constituição, os parlamentares defendiam a
existência de maiores liberdades individuais e a limitação do poder real.
Em contrapartida, D. Pedro I queria poderes ilimitados para governar o
Brasil.
Como não concordava com os termos da Constituição elaborada pelos
parlamentares, D. Pedro I decidiu vetar o documento, que ficou
conhecido como Constituição da Mandioca. Essa ação aconteceu em
12 de novembro de 1823 e foi acompanhada de um evento
chamado Noite da Agonia. Nessa ocasião, D. Pedro I ordenou que
tropas cercassem e dissolvessem a Assembleia Nacional Constituinte.
Nesse dia, vários parlamentares foram presos.
Após esse episódio, uma nova Constituição começou a ser elaborada
por uma comissão formada pelo imperador. Essa Constituição ficou
pronta em 1824 e foi outorgada por ordem do imperador. O documento
reafirmava que o Brasil seria uma monarquia e instituía ao imperador
poderes absolutos sobre a nação. Para isso, foi criado o Poder
Moderador, representado exclusivamente por D. Pedro I. Foi
determinada também nessa Constituição a imposição do voto
censitário. Assim, só poderiam votar aqueles tivessem renda anual
acima de 100 mil réis.
Acesse também: Veja seis fatos sobre a neta de D. Pedro I.
Como terminou o Primeiro Reinado?
Os desgastes na relação de D. Pedro I com grande parte da sociedade,
em especial com certa elite política e econômica, fizeram com que o
imperador renunciasse o trono em favor de seu filho, Pedro de
Alcântara. Dessa forma, em 1831, o Primeiro Reinado chegou ao fim.
Entre os eventos que contribuíram para fragilizar a posição do
imperador, podemos citar como os de maior destaque:
1. Dissolução da Assembleia Constituinte
2. Confederação do Equador
3. Guerra da Cisplatina
4. Noite das Garrafadas
O governo de D. Pedro I não era muito popular no Nordeste brasileiro,
principalmente por causa do autoritarismo do imperador. Por isso, a
região tornou-se foco de críticas ao Império. Nesse contexto, dois
nomes destacaram-se: Cipriano Barata e Joaquim do Amor
Divino (frei Caneca), que veiculavam suas críticas em jornais de
circulação local.
O principal foco de insatisfação era a província de Pernambuco, local
historicamente marcado por tensões. A insatisfação da região na década
de 1820 era, em grande parte, herdada da Revolução Pernambucana,
movimento separatista de viés republicano que aconteceu em 1817. Os
ideais republicanos, associados com a insatisfação com o imperador,
levaram a uma nova rebelião: a Confederação do Equador.
Essa revolta teve como estopim a dissolução da Assembleia
Constituinte e a nomeação de um governador que não era desejado pela
elite local. Na época, havia também uma forte especulação de que a
região seria invadida pelos portugueses. A junção de todos esses
fatores, associados à memória viva da Revolução Pernambucana,
fizeram a província rebelar-se.
A Confederação do Equador iniciou-se em 2 de julho de 1824 em
Recife, Pernambuco. Sob a liderança de frei Caneca e Manoel de
Carvalho Paes de Andrade, o movimento logo se espalhou pelo
Nordeste, alcançando o Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará, Piauí e
Maranhão. A reação do imperador foi violenta: foi ordenada uma série
de execuções em Pernambuco, Ceará e Rio de Janeiro. Em setembro,
os rebeldes já tinham sido derrotados.
A crise do Primeiro Reinado também está associada com a Guerra da
Cisplatina, travada entre 1825 e 1828. Nesse conflito, o Brasil lutou
pela manutenção da província Cisplatina a fim de evitar que ela fosse
anexada pelas Províncias Unidas (atual Argentina). Essa guerra foi
extremamente impopular no Brasil.
Tudo começou quando habitantes locais da Cisplatina iniciaram uma
rebelião, declarando a separação da província do Brasil e sua vinculação
com as Províncias Unidas. A reação brasileira ocorreu com a declaração
de guerra contra os rebeldes e contra as Províncias Unidas. Ao longo
dos três anos de conflito, o Brasil amargou uma série de derrotas, que
destruiu o moral do exército e arruinou a economia do país.
O fim da guerra ocorreu com a assinatura de um acordo entre o Brasil
e as Províncias Unidas. Ambas as partes concordaram em abrir mão da
Cisplatina, fato que levou à queda da popularidade do imperador.
Assim, em 1828, foi reconhecida a independência da República
Oriental do Uruguai.
Além do autoritarismo, da violência e da economia arruinada, o jogo
político também contribuiu para minar a posição do imperador. Durante
o Primeiro Reinado, foram formados, gradativamente, dois blocos entre
os políticos: o partido brasileiro e o partido português. Enquanto o
primeiro representava a oposição ao imperador, o segundo oferecia-lhe
apoio.
Esses desentendimentos entre brasileiros e portugueses fizeram com
que um confronto aberto acontecesse. Esse episódio ficou conhecido
como Noite das Garrafadas e durou dias nas ruas da cidade do Rio de
Janeiro. Como resultado, D. Pedro I renunciou ao trono.
Ao deixar sua posição, o imperador ofereceu o trono ao seu filho, Pedro
de Alcântara. Como o príncipe só poderia assumir o poder quando
tivesse 18 anos de idade, iniciou-se no país uma fase de transição,
conhecida como Período Regencial.
Primeiro Reinado
O Primeiro Reinado corresponde ao período de 7 de setembro de 1822 a 7 de
abril de 1831, em que o Brasil foi governado por D. Pedro I, primeiro imperador
do Brasil.
Esta época tem início com a declaração da Independência do Brasil e termina
com a abdicação de Dom Pedro I a favor do seu filho e herdeiro.

O Primeiro Reinado é marcado por disputas entre a elite agrária e o imperador,


além de conflitos regionais no Nordeste e na Cisplatina.

Principais acontecimentos
A primeira constituição do Brasil foi elaborada em 1823, mas como ela
limitava os poderes do imperador, D. Pedro I mandou fazer uma nova
constituição, a qual foi outorgada em 1824. Nesta, o centralizador e autoritário
imperador detinha os poderes legislativo, executivo e judiciário nas suas mãos.
Em 1824, declara guerra ao governo a Confederação do Equador, movimento
formado por algumas províncias do Nordeste, que estavam descontentes com
a instabilidade política do país. O objetivo era alcançar a autonomia, se
separando do Brasil, mas as províncias fracassaram nessa tentativa.

A Guerra da Cisplatina, em 1825, é outro acontecimento que marcou esse


período e consolidou o desagrado ao imperador. Nesta guerra, o Uruguai se
torna independente do Brasil.

Para além de ter sido vencido, aumenta a precariedade de grande parte da


população brasileira decorrente da perda do território, dos gastos financeiros
com o conflito, bem como do elevado número de mortos.

Economia do Primeiro Reinado: crise


O Brasil comercializava produtos cujo preço e exportação estavam a cair, tais
como algodão, açúcar e tabaco.

A comercialização do café, por usa vez, começava a se expandir. Contudo, o


desenvolvimento do “ouro preto” como era chamado, não foi suficiente para
evitar a crise econômica dessa época.

Os gastos com os conflitos, especialmente com a Guerra da Cisplatina, são tão


elevados que, em conjunto com outros fatores, tal como a dificuldade em
cobrar os impostos, propiciam a crise financeira.

Fim do Primeiro Reinado : Abdicação de D. Pedro I


Todos os acontecimentos do período consolidaram o descontentamento da
população com o governo do imperador. Para além dos acima citados, o receio
de que o assassinato de um jornalista Líbero Badaró, crítico do governo, teria
sido ordenado pelo império, trouxe ainda mais revolta ao povo.

O episódio conhecido como a Noite das Garrafadas, demonstra claramente o


desafeto a D. Pedro I, que nessa ocasião teve garrafas e cacos de vidro
lançada o sobre si, num ato de protesto.
Vencido pelos protestos em consequência da sua perda de popularidade, D.
Pedro I abdica do trono em favor do seu herdeiro – D. Pedro II, que na altura
não podia governar pois se tratava de uma criança com apenas 5 anos de
idade. A solução era formar uma Regência até que D. Pedro II atingisse a
maioridade. O período que intermeia o Primeiro e o Segundo Reinado –
governo de D. Pedro II, é chamado Período Regencial.

Proclamação da República



A proclamação do regime republicano brasileiro aconteceu em decorrência
da crise do poder imperial, ascensão de novas correntes de pensamento
político e interesse de determinados grupos sociais. Aos fins do Segundo
Reinado, o governo de Dom Pedro II enfrentou esse quadro de tensões
responsável pela queda da monarquia.

Mesmo buscando uma posição política conciliadora, Dom Pedro II não


conseguia intermediar os interesses confiantes dos diferentes grupos
sociais do país. A questão da escravidão era um dos maiores campos
dessa tensão político-ideológica. Os intelectuais, militares e os órgãos de
imprensa defendiam a abolição como uma necessidade primordial dentro
do processo de modernização sócio-econômica do país.

Por um lado, os fazendeiros da oligarquia nordestina e sulista faziam


oposição ao fim da escravidão e, no máximo, admitiam-na com a
concessão de indenizações do governo. De outro, os cafeicultores do
Oeste Paulista apoiavam a implementação da mão-de-obra assalariada no
Brasil. Durante todo o Segundo Reinado essa questão se arrastou e ficou
presa ao decreto de leis de pouco efeito prático.

Os abolicionistas, que associavam a escravidão ao atraso do país,


acabavam por também colocar o regime monárquico junto a essa mesma
idéia. É nesse contexto que as idéias republicanas ganham espaço. O
Brasil, única nação americana monarquista, se transformou num palco de
uma grande campanha republicana apoiada por diferentes setores da
sociedade. A partir disso, observamos a perda das bases políticas que
apoiavam Dom Pedro II. Até mesmo os setores mais conservadores, com
a abrupta aprovação da Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel,
começaram a ver a monarquia como um regime incapaz de atender os
seus interesses.

A Igreja, setor de grande influência ideológica, também passou a


engrossar a fila daqueles que maldiziam o poder imperial. Tudo isso devido
à crise nas relações entre os clérigos e Dom Pedro II. Naquela época, de
acordo com a constituição do país, a Igreja era subordinada ao Estado por
meio do regime de padroado. Nesse regime, o imperador tinha o poder de
nomear padres bispos e cardeais.

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Em 1864, o Vaticano resolveu proibir a existência de párocos ligados à
maçonaria. Valendo-se do regime do padroado, Dom Pedro II, que era
maçom, desacatou a ordem papal e repudiou aqueles que seguiram as
ordens do papa Pio IX. Mesmo anulando as punições dirigidas aos bispos
fiéis ao papa, D. Pedro II foi declarado autoritário e infiel ao cristianismo.

Ao mesmo tempo, alguns representantes do poder militar do Brasil


começaram a ganhar certa relevância política. Com a vitória na Guerra do
Paraguai, o oficialato alcançou prestígio e muitos jovens de classes
médias e populares passaram a ingressar no Exército. As instituições
militares dessa época também foram influenciadas pelo pensamento
positivista, que defendia a “ordem” como caminho indispensável para o
“progresso”. Desta forma, os oficiais – que já se julgavam uma classe
desprestigiada pelo poder imperial – compreendiam que o rigor e a
organização dos militares poderiam ser úteis na resolução dos problemas
do país.

Os militares passaram a se opor ferrenhamente a Dom Pedro II, chegando


a repudiar ordens imperiais e realizar críticas ao governo nos meios de
comunicação. Em 1873, foram criados o Partido Republicano e o Partido
Republicano Paulista. Aproximando-se dos militares insatisfeitos, os
republicanos organizaram o golpe de Estado contra a monarquia.

Nos fins de 1889, sob fortes suspeitas que Dom Pedro II iria retaliar os
militares, o marechal Deodoro da Fonseca mobilizou suas tropas, que
promoveram um cerco aos ministros imperiais e exigiram a deposição do
rei. Em 15 de novembro daquele ano, o republicano José do Patrocínio
oficializou a proclamação da República.

Proclamação da República (1889)


A Proclamação da República no Brasil ocorreu dia 15 de novembro de
1889 tendo à frente o Marechal Deodoro da Fonseca (1827-1892), que se
tornou o primeiro presidente do Brasil.
O evento representou o fim da Monarquia Constitucional e o início da Era
Republicana, instaurando o regime presidencialista no Brasil.

Resumo da Proclamação da República


No final do século XIX, parte da elite estava descontente com o reinado de D.
Pedro II (1825-1891).

Os militares sentiam-se desprestigiados desde a Guerra do Paraguai, pediam


aumento de salário e mais participação no governo. Vários militares também
apoiavam o Positivismo, tanto na sua versão religiosa como filosófica.

Já os cafeicultores, após a promulgação das leis em favor da abolição gradual


e sem indenização, estavam cada vez mais descontentes.

Os fazendeiros do oeste paulista exigiam mais autonomia e participação


política. Em 1888, com a abolição da escravatura no Brasil, os ex-proprietários
de escravos se voltam contra D. Pedro II, uma vez que esse fato acarretou o
aumento dos custos da produção cafeeira.

Veja também: Abolição da Escravatura no Brasil

O Golpe no dia 15 de novembro de 1889

Proclamação da República, de Benedito Calixto (1893)

No dia 15 de novembro de 1889, um grupo de militares, dos quais se destaca


Benjamin Constant (1836-1891), preparam um levante militar.
Para liderá-los, escolhem o Marechal Deodoro da Fonseca, principal chefe do
exército brasileiro. Porém, como Deodoro era amigo do Imperador, lhe dizem
que vão derrubar o gabinete do Visconde de Ouro Preto.

As tropas se reúnem no Campo de Santana, no centro do Rio de Janeiro e


Marechal Deodoro, doente na ocasião, derruba o gabinete do Visconde de
Ouro Preto (1836-1912). Naquele momento, a república não havia sido
proclamada.

Somente mais tarde, com Deodoro já de volta a sua casa, vários políticos
insistem para que ele assine um documento declarando a extinção da
monarquia. Alegavam que o imperador iria nomear o político Silveira Martins
(1835-1901) no lugar do Visconde de Ouro Preto.

Como Silveira Martins era um antigo desafeto do Marechal Deodoro, este


assina a moção da república, e passa a ser o Chefe do Governo Provisório.

Com isso, a Proclamação da República representou o fim do Brasil Império que


havia durado cerca de 70 anos. Quanto a Dom Pedro II e sua família, eles
foram banidos do Brasil e embarcaram rumo à Europa na madrugada do dia 17
de novembro.

A população somente saberia mais tarde desses acontecimentos. Dom Pedro II


não quis chamar seus aliados para evitar uma guerra civil no Brasil.

Veja também: Hino da Proclamação da República

Primeiros anos da República do Brasil


O Governo Provisório previa um referendo para que a população escolhesse
entre o regime monárquico parlamentarista ou a república. Tal consulta só seria
realizado 103 anos depois.

O Marechal Deodoro organizou os símbolos da República como o Hino


Nacional Brasileiro, a Bandeira do Brasil e também a política nacional.

O presidente e o vice-presidente eram escolhidos por eleição. Importante


ressaltar que ambos não concorriam na mesma chapa, sendo eleitos
separadamente. Assim, foram eleitos Deodoro da Fonseca, como presidente e
o Marechal Floriano Peixoto, como vice-presidente.

Como os dois primeiros Chefes de Governo e Estado eram do Exército, os


primeiros anos da República ficaram conhecidos como República da Espada.

A História da República Brasileira iniciou-se em 1889 com a


Proclamação da República e acompanhou todo o período posterior, até
o século XXI. A difusão dos ideais republicanos remonta ao período
colonial, como durante a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana,
no final do século XVIII. Apesar dos ideais e das revoltas buscarem a
superação da monarquia, apenas no final do século XIX, com o fim do
escravismo, as elites agrárias do país aceitaram organizar o Estado
brasileiro nos moldes republicanos.
O fato de a República nascer como uma aceitação das elites e ter sido
realizada através da espada do exército brasileiro conformou um caráter
autoritário e excludente do Estado brasileiro, garantindo os privilégios
das classes dominantes e a negação de direitos às classes exploradas
durante muito tempo. A participação do exército na vida política
nacional foi também uma constante da história republicana do país, que
pode ser dividida em algumas fases.

Primeira República
A República Velha, ou Primeira República, é o primeiro período dessa
história, compreendida entre a Proclamação da República em 1889 e a
Revolução de 1930. Inicialmente ela foi caracterizada pela presidência
de dois marechais do exército, o que lhe garantiu o nome de República
da Espada. Após esses dois mandatos, a elite rural paulista e mineira
passaram a deter o poder do governo federal, garantindo o poder da
oligarquia agrária, o que deu fundamento aos historiadores para
chamarem esse período de República Oligárquica.
Foi nesse período que o país conheceu uma série de revoltas urbanas e
rurais decorrente das mudanças sociais e políticas pelas quais passaram
o país. É de se destacar a Guerra de Canudos, de 1896-1897, e a Revolta
da Vacina, de 1904. Foi nesse período que o Brasil iniciou sua
industrialização, alterando a paisagem urbana de algumas cidades e
criando as condições para a formação da classe operária em território
nacional.
Essas mudanças resultaram em novas pressões políticas e sociais, que
as oligarquias paulistas e mineiras não poderiam mais controlar. A
Revolução de 1930 foi o ápice desse processo, o que resultou no período
conhecido como Era Vargas.

Era Vargas
A Revolução de 1930 elevou Getúlio Vargas ao poder, permanecendo
como presidente até 1945. Durante seu Governo Provisório (1930-
1934), o novo presidente conseguiu contornar os conflitos entre as elites
nacionais, principalmente com a vitória sobre a oligarquia e burguesia
industrial paulista durante a Revolução Constitucionalista de 1932.
A promulgação da Constituição em 1934 e a abertura de um processo
democrático selaram o acordo entre as várias frações da classe
dominante nacional. Porém, não puderam conter a insatisfação dos
setores populares. É nesse sentido que se pode entender o surgimento
do Partido Comunista Brasileiro e a tentativa de derrubar o governo de
Vargas, através do que ficou conhecido como Intentona Comunista de
1935.
A tentativa do PCB serviu de pretexto para Vargas dar um golpe de
Estado em 1937, pondo fim ao período constitucional e inaugurando o
Estado Novo. Mesmo contendo as forças do integralismo, o Estado
Novo marcou mais um período de extremo autoritarismo do Estado
Brasileiro.
Uma nova Constituição foi adotada e o Congresso foi fechado. Como
forma de conter a insatisfação popular e conseguir aumentar o poder de
consumo do mercado interno, Vargas promulgou uma série de leis que
garantia alguns direitos à classe trabalhadora urbana, além de
proporcionar um nível de renda que impulsionasse o esforço de
industrialização.
A industrialização somada a medidas de racionalização da
administração pública caracterizou o esforço de modernizar o Estado
brasileiro, garantindo as condições de fortalecimento tanto da burguesia
industrial quando da tecnocracia das empresas estatais e da
administração pública.
Quarta República
Ao fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, Vargas estava
enfraquecido. Um golpe comandado pelo general Eurico Gaspar Dutra
o retirou do poder. Uma nova Constituição foi adotada em 1946,
garantindo a realização de eleições diretas para presidente da República
e para os governos dos estados. O Congresso Nacional voltou a
funcionar e houve alternância no poder.
Entretanto, foi um período de forte instabilidade política. As mudanças
sociais decorrentes da urbanização e da industrialização projetavam
novas forças políticas que pretendiam aprofundar o processo de
modernização da sociedade e do Estado brasileiro, o que desagrava as
elites conservadoras. O período foi marcado por várias tentativas de
golpe de Estado, levando inclusive ao suicídio de Getúlio Vargas, em
1954.
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O governo de JK conseguiu imprimir um acelerado desenvolvimento
industrial em algumas áreas, mas não pôde resolver o problema da
exclusão social na cidade e no campo. Essas medidas de mudança social
iriam compor a base das propostas do Governo de João Goulart. O
estado brasileiro estava caminhando para resolver demandas há muito
reprimidas, como a reforma agrária. Frente ao perigo que representava
aos seus interesses econômicos e políticos, as classes dominantes mais
uma vez orquestraram um golpe de Estado, com a deposição pelo
exército de João Goulart, em 1964.

Ditadura Militar
Iniciada em 01 de abril de 1964, a Ditadura Militar foi um dos períodos
mais repressivos da História da República. Inúmeros grupos políticos
foram cassados, e seus membros torturados e mortos. O que diferenciou
o período foi a sistematização da repressão estatal aliada ao incentivo
ao desenvolvimento econômico.
A estrutura estatal repressiva, de impedimento do exercício da oposição
política através de instituições policiais, garantiu a estabilidade social
necessária aos investimentos estrangeiros. Foi o período do milagre
econômico brasileiro e da tentativa de transformação do país em uma
potência mundial.
A ditadura existiu até 1985 quando as pressões populares por abertura
política tomaram as ruas do país, principalmente na campanha das
Diretas Já. Mesmo com milhares de pessoas nas ruas, a reforma do
Estado foi feita de forma “lenta e gradual”, como queriam os militares.
No lado da classe trabalhadora, surgiu um vigoroso movimento sindical
na década de 1970, principalmente depois das greves no ABC paulista,
entre 1978 e 1980. Esse movimento sindical tornar-se-ia uma das
características do período posterior.

A Nova República
A Nova República iniciou-se com o governo de José Sarney e
permanece até os dias atuais, com o primeiro mandato da presidente
Dilma Rousseff. Sarney foi eleito através do voto indireto e durante seu
governo foi elaborada uma nova Constituição, promulgada em 1988,
que garantia eleições diretas e livres a todos os cargos eletivos. A
divisão dos poderes foi mantida e uma nova perspectiva democrática
liberal se abriu no país.
O primeiro presidente eleito diretamente desde 1960 foi Fernando
Collor de Melo, em 1989. Porém, os escândalos de corrupção o fizeram
renunciar em 1992. A partir dessa renúncia, marcaram a história política
da República os mandatos de dois governantes. O primeiro foi Fernando
Henrique Cardoso que com o Plano Real pôde garantir a estabilidade
econômica necessária aos investimentos estrangeiros. Esses
investimentos foram possíveis em decorrência das privatizações
realizadas em setores específicos da econômica, como
telecomunicações, mineração e siderurgia. Por outro lado, tais medidas
representaram o enxugamento das funções do Estado brasileiro,
marcando o período do neoliberalismo no Brasil.
FHC governou até 2002, quando foi substituído por Luiz Inácio Lula
da Silva. O primeiro presidente de origem operária da República buscou
caracterizar seu governo pela distribuição de renda, possibilitada pela
estabilidade econômica do período anterior. A distribuição de renda
ocorreu através de políticas como Bolsa Família, que além de uma
renda mínima, garantiu a obrigatoriedade de um nível educacional
mínimo à quase toda a população em idade escolar, uma uniformização
federal de procedimentos administrativos e o estímulo econômico a
regiões extremamente pobres do território nacional.
Apesar da estabilidade política dos dois governos acima mencionados,
os casos de corrupção também se fizeram presentes, como as acusações
de compra de votos para a reeleição durante o governo FHC, em 1998,
e o escândalo do mensalão, no governo Lula, em 2005.
A alternância do poder garantiu ainda a eleição da primeira mulher para
a presidência da República, em 2010. Esse é um dos mais marcantes
fatos da recente história republicana brasileira.

Como foi a participação do


Brasil na Segunda Guerra
Mundial?
O primeiro grupo de militares brasileiros chegou à Itália
em julho de 1944
No dia 1º de setembro de 1939, as forças nazistas alemãs de Adolf Hitler
invadiram a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial. O Brasil passou a
participar do conflito a partir de 1942. Na época, o presidente da República era
Getúlio Vargas.

A princípio, a posição brasileira foi de neutralidade. Depois de alguns ataques a


navios brasileiros, Getúlio Vargas decidiu entrar em acordo com o presidente
americano Roosevelt para a participação do país na Guerra.

LEIA MAIS Churchill na Segunda Guerra: não foi bem assim que
aconteceu
Embora a história dos pracinhas - diminutivo de praça, que é soldado - seja ainda
pouco comentada no Brasil, Marcus Firmino Santiago da Silva, coordenador do
curso de Direito da Escola Superior Professor Paulo Martins, do Distrito Federal,
e estudioso sobre a Segunda Guerra, afirma que a participação brasileira foi
muito importante. "O apoio do Brasil foi disputado na Segunda Guerra. De forma
um pouco velada por parte dos países do eixo (Alemanha, Itália e Japão) e de
maneira clara pelos aliados, especialmente os norte-americanos, além da
Inglaterra e da França", afirma.

O primeiro grupo de militares brasileiros chegou à Itália em julho de 1944. O


Brasil ajudou os norte-americanos na libertação da Itália, que, na época, ainda
estava parcialmente nas mãos do exército alemão. Nosso país enviou cerca de 25
mil homens da Força Expedicionária Brasileira (FEB), e 42 pilotos e 400 homens
de apoio da Força Aérea Brasileira (FAB).
Tropas brasileiras embarcando em aviões que participariam das missões de
invasão da Itália na Segunda Guerra Mundial. Foto: FAB/Fotos Públicas
Os pracinhas conseguem vitórias importantes contra os alemães, tomando
cidades e regiões estratégicas que estavam no poder destes, como o Monte
Castelo, Turim, Montese, entre outras. Mais de 14 mil alemães se renderam aos
brasileiros, que também ficaram com despojos como milhares de cavalos, carros
e munição.A ação dos pracinhas não foi fácil por vários motivos. O primeiro,
porque o treinamento recebido no Brasil e nos Estados Unidos não era muito
próximo à realidade da guerra que encontraram. Os soldados não estavam
habituados ao clima frio dos montes Apeninos, que atravessam a Itália e nem
acostumados a lutar em local montanhoso. Só na batalha do Monte Castelo,
houve mais de 400 baixas entre os brasileiros.

"Além disso, foi fundamental para o esforço de guerra a cessão de bases navais e
aéreas no território brasileiro. Um desses locais que teve participação decisiva foi
Natal, no Rio Grande do Norte", afirma o professor. A capital potiguar serviu
como local para abastecimento dos aviões de guerra americanos e base naval
antissubmarinos. Com o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, a FEB foi
desfeita em 1946.

O território brasileiro possui como característica principal a sua


grande extensão, o que o faz ser considerado como um país de
dimensões continentais, ou seja, apresenta uma área equivalente à de
um continente, detendo 8.514.876 km² de extensão. Por definição,
todo país ou região que apresente uma área maior que a da Austrália
(7.692.024 km²) é considerado continental, pois esse país equivale à
extensão, quase totalmente, do menor continente existente na Terra, a
Oceania.
Assim sendo, o Brasil é o quinto maior país existente, ficando atrás
de Rússia, Canadá, China e Estados Unidos. Sua área é tão grande
que, a título de comparação, é pouco menor que a Europa, que possui
cerca de 10,5 milhões de km². Dessa forma, podemos ter uma ideia do
quanto o espaço geográfico e também o meio natural do nosso país
são amplos e diversos, apresentando as mais distintas características.
A extensão do território brasileiro é marcada pela grande
distanciação de seus pontos extremos de localização. No sentido
norte-sul, o Brasil possui uma distância de 4.394 km entre o Monte
Caburaí – ponto localizado no estado de Roraima e posicionado no
extremo norte do país – e o Arroio Chuí, esse último posicionado no
extremo sul, no Rio Grande do Sul. Já no sentido leste-oeste, a
distância é bastante parecida, com 4.319 km separando a Nascente do
Rio Moa (Acre), no extremo oeste, da Ponta do Seixas (Paraíba), no
extremo leste.

Mapa dos pontos extremos brasileiros *


Em termos de posição, a localização do território brasileiro é
considerada a partir de vários fatores. O nosso país encontra-se em
três hemisférios diferentes ao mesmo tempo: a maior parte no
hemisfério sul, uma pequena parte no hemisfério norte e todo o seu
território no hemisfério oeste. É cortado ao norte pela Linha do
Equador e ao Sul pelo Trópico de Capricórnio, apresentando 92% de
sua área em uma zona tropical.
Outro aspecto da posição geográfica do Brasil são as suas latitudes e
longitudes, ou seja, as suas coordenadas geográficas, que costumam
ser medidas a partir da Linha do Equador (latitudes) e a partir do
Meridiano de Greenwich (longitudes). Sendo assim, em termos
latitudinais, o território brasileiro estende-se desde algo próximo aos
5º Norte até cerca de 33º Sul. Em termos longitudinais, a extensão vai
desde os 35º oeste até um pouco menos que os 75º oeste. Mas isso se
desconsiderarmos algumas ilhas oceânicas situadas no Atlântico, essas
posicionadas em longitudes um pouco menores.
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Em razão de sua larga extensão no sentido leste-oeste, o Brasil
apresenta uma variação grande de fusos horários, totalizando quatro
regiões distintas. O primeiro fuso está duas horas atrasado em relação
ao Meridiano de Greenwich (-2GMT, portanto) e abrange apenas as
ilhas do Atlântico. O segundo e mais importante fuso (-3GMT)
abrange a maioria dos estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal
e a capital Brasília, sendo, portanto, o horário oficial do país. O
terceiro fuso (-4GMT) abrange alguns estados a oeste, a saber: Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima e a maior parte do
Amazonas. Já o quarto fuso (-5GMT) abrange uma pequena parte
oeste do Amazonas e o estado do Acre.

As fronteiras do Brasil
Ao todo, o Brasil apresenta 23.102 km de fronteiras, sendo que 15.735
km são compostos por fronteiras terrestres e 7.367 km são fronteiras
marítimas. Na América do Sul, o Brasil faz fronteira com quase todos
os países do continente, com exceção apenas do Chile e também do
Equador, o que representa toda a faixa de limitações terrestres do
nosso país.
O Brasil faz fronteira com quase todos os países da América do Sul
Já nas áreas oceânicas, as fronteiras brasileiras estendem-se durante
todo o Oceano Atlântico e são formadas quase que totalmente por
praias e regiões completamente habitáveis, elevando o potencial
turístico brasileiro. Vale lembrar que, além do espaço terrestre, o
Brasil detém soberania sobre 12 milhas além do litoral (Mar
Territorial), sem falar nas zonas contíguas e zonas econômicas
exclusivas, que foram estabelecidas em tratados internacionais.
Em geral, quando falamos em território brasileiro, falamos em um
espaço muito amplo e privilegiado, pois, além de ser um dos maiores
países do mundo, o Brasil também é um dos que possuem as maiores
áreas habitáveis e produtivas. Isso acontece porque os países maiores
do que o nosso apresentam, em geral, muitas áreas inóspitas, como
regiões polares, montanhosas ou desérticas, o que praticamente
inexiste no Brasil. Portanto, em termos naturais, podemos dizer que o
Brasil é um espaço dotado de inúmeras riquezas e importâncias.
Conceito de Estado-nação
O conceito de Estado-nação refere-se à forma de organização dos governos
dos Estados Modernos e às organizações sociais que se estabeleceram em
torno deles.

Quando falamos do conceito de Estado, referimo-nos aos mecanismos de


controle político de um governo que rege determinado território.
Organizações como um Parlamento ou um Congresso, instituições legais
e um exército permanente são ferramentas utilizadas por um governo para
controlar as várias esferas que compõem a sociedade de um Estado-
nação. Um Estado-nação é constituído por uma massa de cidadãos que
se considera parte de uma mesma nação. Sob essa perspectiva, podemos
afirmar que todas as sociedades modernas são Estados-nações, isto é,
todas as sociedades modernas estão organizadas sob o comando de um
governo instituído que controla e impõe suas políticas.
Muito embora a entidade do Estado tenha existido em vários momentos
de nossa história, há algumas características que diferenciam os Estados-
nações modernos que observamos hoje daqueles que surgiram em
sociedades tradicionais e não industriais. O sociólogo Anthony Guiddens
pontua as principais diferenças que podemos observar ao compararmos
os dois momentos distintos dessa forma de organização:

Soberania - A Idade Média caracterizou-se pelo absolutismo e pelos


governos monárquicos, nos quais a figura do Estado estava atrelada à
figura do Rei. Porém, os territórios sobre os quais esses Estados
tradicionais exerciam domínio estavam muito mal definidos, e o nível de
controle do governo central era precário, se compararmos com o que
vemos hoje. O princípio da soberania de um Estado, ou o exercício da
autoridade absoluta que um governo deve ter sobre o território ao qual
pertence, era ainda mal definido e não era tão relevante quanto é nos
Estados contemporâneos.
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Cidadania – A ideia de cidadania, ou seja, a condição de cidadão que
aqueles que detêm o direito de participação na vida política de um Estado
possuem, não existia para a grande maioria dos indivíduos que integrava
os Estados tradicionais. A maior parte da população demonstrava pouco
ou nenhum interesse nos assuntos referentes aos seus governantes. Os
direitos políticos, ou o poder de exercer influência sobre assuntos políticos,
eram reservados apenas para uma pequena parcela da população. Em
contrapartida, nos Estados-nações modernos, a maior parte das pessoas
que vive sob a jurisdição de um sistema político é cidadã, partilhando de
direitos e deveres assegurados por seu governo, tendo ainda o poder de
interferência e influência nas decisões políticas de seu interesse.
Nacionalismo – O sentimento de nacionalismo é um dos pontos mais
característicos de um Estado-nação. Esse sentimento está atrelado a um
conjunto de símbolos e convicções vistos como traços representativos de
uma determinada identidade nacional. O nascimento de um sentimento
nacionalista tornou-se uma das principais fontes de força unificante e
mobilizadora. Línguas em comum, religiosidade e símbolos foram usados
como pontos de aglomeração de povos, que passaram a se ver
representados por sua nacionalidade.

Fronteiras do Brasil
GEOGRAFIA DO BRASIL
Acordos e tratados entre os países envolvidos delimitam as fronteiras de cada
território.

A partir da criação dos Estados como nação, todos eles sentiram a


necessidade de estabelecer fronteiras, promovendo a separação entre os
países para que não houvesse uma intervenção da soberania, ou seja,
para que um país não tentasse ingressar no território vizinho.

Os limites entre os territórios têm como objetivo identificar onde


começa um território e termina outro. Todos os limites territoriais
existentes na face da Terra foram firmados por meio de acordos e
tratados entre os países envolvidos. Após esse processo foram
implantadas linhas imaginárias que são, em grandes casos, marcadas
por meio de elementos naturais como rios, lagos, serras e montanhas ou
uma construção de um marco artificial sobre o terreno.

Diversas vezes a expressão limite é confundida com fronteira, no


entanto, essa corresponde à toda extensão da linha limite de um país
(exemplo fronteira entre Argentina e Brasil). Todo país que possui
litoral detém parte do território em áreas marinhas até um certo ponto
do oceano, denominada de fronteira marítima.

As zonas próximas às fronteiras entre duas nações normalmente são


urbanizadas e produzem um grande fluxo comercial e cultural entre
habitantes das nacionalidades envolvidas.

Um grande número de países possui um esquema de defesa nas faixas


de fronteiras no continente e no mar, com intuito de proteger o território
e conservar a soberania, além de evitar a entrada de contrabando,
drogas, armas, imigrantes ilegais, entre outros.

Fusos Horários no Brasil


GEOGRAFIA DO BRASIL
O Brasil, desde setembro de 2013, possui novamente quatro fusos horários.

Como a Terra leva aproximadamente vinte e quatro horas para


completar o ciclo do movimento de rotação – que resulta na existência
alternada entre dias e noites –, o planeta é dividido em 24 fusos
horários, em que cada fuso representa uma hora em sua área de
abrangência. Essa contagem é feita a partir do Meridiano de
Greenwich, uma linha imaginária estabelecida por convenção e que
“corta” a cidade de Londres e toda a sua extensão em direção ao sul.

Dessa forma, todos as localidades que se encontram a leste (oriente)


em relação a Greenwich tem suas horas somadas pelo número de
fusos de distância, enquanto tudo o que se encontra a oeste (ocidente)
tem suas horas diminuídas.

O território brasileiro, por se encontrar no hemisfério ocidental, possui


o seu horário atrasado em relação ao meridiano mencionado. Além
disso, em razão de o país possuir uma ampla extensão, sua localização
é dividida em quatro fusos horários, cuja demarcação oficial (a hora
legal) é estabelecida conforme o mapa a seguir:

Mapa com os fusos horários brasileiros. As linhas representam a hora real, e as cores indicam a horal legal.

As linhas verticais traçadas acima representam o horário “real” dos


fusos, isto é, a hora exata em relação ao distanciamento de cada um
dos fusos horários. No entanto, se essa divisão fosse adotada à risca,
ficaria muito complicado para certas localidades que estariam
posicionadas em dois fusos diferentes ao mesmo tempo. Por isso,
estabelece-se no Brasil – e também no mundo – a hora legal, que é
adotada oficialmente pelos governos, representada pelas diferenças de
cores no mapa acima.
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O primeiro fuso horário brasileiro encontra-se duas horas atrasado
em relação ao Meridiano de Greenwich e uma hora adiantado em
relação ao horário de Brasília. Esse fuso abrange apenas algumas ilhas
oceânicas pertencentes ao Brasil, como Fernando de Noronha e
Penedos de São Pedro e São Paulo.
O segundo fuso horário do país encontra-se três horas atrasado em
relação a Greenwich e abrange a maior parte do território nacional,
com a totalidade das regiões Nordeste, Sudeste e Sul, além dos
estados do Pará, Amapá, Tocantins, Goiás e o Distrito Federal. É o
horário oficial de Brasília.
O terceiro fuso horário encontra-se quatro horas atrasado em relação
a Greenwich e uma hora em relação ao horário de Brasília. No horário
de verão, essa diferença aumenta para duas horas, em relação ao
horário de Brasília, nos estados de Roraima, Rondônia e
Amazonas(que não adotam esse horário especial) e permanece igual
no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (estados que adotam o horário
de verão).
O quarto fuso horário encontra-se cinco horas atrasado em relação a
Greenwich e duas horas em relação ao horário de Brasília,
aumentando para três horas durante o horário de verão. Abrange
somente o estado do Acre e uma pequena parte oeste do Amazonas.
Esse fuso foi extinto no ano de 2008, onde a área passou a integrar o
fuso de -4, no entanto, em setembro de 2013, essa extinção foi
revogada após aprovação em um referendo promulgado em 2010.

Relevo Brasileiro
O relevo brasileiro é caraterizado por baixas e médias altitudes. As formas de
relevo predominantes são os planaltos e as depressões (formações de
origem cristalina e sedimentar).
Ambos ocupam cerca de 95% do território, enquanto as planícies, de origem
sedimentar, ocupam aproximadamente 5%.
Assim, cerca de 60 % do território é formado por bacias sedimentares,
enquanto cerca 40% por escudos cristalinos.

História
Primeiramente, lembre-se que o relevo constitui as formas da superfície
terrestre, formados pela movimentação das placas tectônicas, vulcanismo. São
estruturas decorrentes de fatores internos e externos à crosta terrestre.

No começo da década de 90, o geógrafo e professor brasileiro Jurandyr Ross,


propôs a mais nova sistematização do relevo brasileiro.

Segundo ele, o país reúne 28 unidades de relevo, classificado de acordo com


suas três formas principais: planalto, planície e depressão.
Contudo, a primeira classificação do relevo brasileiro foi proposta pelo geógrafo
brasileiro Aroldo Azevedo (1910-1974), em 1949, baseada na altimetria do
território. Era dividido em planícies e planaltos, formada por 8 unidades de
relevo.

Por conseguinte, no final dos anos 50, Aziz Nacib Ab'Saber (1924-2012)
enfocou nos processos de erosão e sedimentação que classificam as planícies
e os planaltos do Brasil.

Classificação do Relevo
As três formas de relevo predominantes no Brasil são:

Planalto
Também chamados de platôs, os planaltos são terrenos elevados e planos
marcados por altitude acima de 300 metros e que predominam o desgaste
erosivo.

Quanto à isso, são classificados de acordo com formação geológica:

 Planalto Sedimentar (formados por rochas sedimentares)


 Planalto Cristalino (formados por rochas cristalinas)
 Planalto Basáltico (formados por rochas vulcânicas)
Planície
Terrenos planos com altitudes que não ultrapassam os 100 metros, nos quais
predominam o processo de acumulação de sedimentos. Assim, podem ser:

 Planície Costeira (constituídas pela ação do mar)


 Planície Fluvial (constituídas pela ação de um rio)
 Planície Lacustre (constituídas pela ação de um lago)
Depressões
Formadas pelo processo de erosão, as depressões são terrenos relativamente
inclinados e possuem altitudes abaixo das áreas ao seu redor (de 100 a 500
metros).

São classificadas em:

 Depressões Absolutas (localizadas abaixo do nível do mar)


 Depressões Relativas (encontradas acima do nível do mar)
Leia também:
 Relevo
 Planície e Planalto
 O que são Montanhas?
 Depressões Geográficas
Planaltos do Brasil
Monte Roraima
No território brasileiro há um predomínio de planaltos. Esse tipo de relevo
ocupa cerca de 5.000.00 km2 da área total do país, do qual as formas mais
comuns são os picos, serras, colinas, morros e chapadas.

De maneira geral, o planalto brasileiro é dividido em planalto


meridional, planalto central e planalto atlântico:
Planalto Central
O planalto central está localizado nos Estados de Minas Gerais, Tocantins,
Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

O local possui grande potencial elétrico com presença de muitos rios, donde se
destacam os rios São Francisco, Araguaia e Tocantins.

Além disso, há o predomínio de vegetação do cerrado. Seu ponto de maior


altitude é a Chapada dos Veadeiros, localizada no estado de Goiás e com
altitudes que variam de 600 m a 1650 m.
Planalto das Guianas
Localizado nos estados do Amazonas, Pará, Roraima e Amapá, o planalto das
guianas é uma das formações geológicas mais antigas do planeta.

Ele se estende também pelos países vizinhos: Venezuela, Colômbia, Guiana,


Suriname e Guiana Francesa.

Formado em sua maioria, por vegetação tropical (Floresta Amazônica) e


serras. É aqui que se encontra o ponto mais alto do relevo brasileiro, ou seja,
o Pico da Neblina com cerca de 3.000 metros de altitude, localizado na Serra
do Imeri, no Estado do Amazonas.
Planalto Brasileiro
Formado pelo Planalto Central, Planalto Meridional, Planalto Nordestino, Serras
e Planaltos do Leste e Sudeste, Planaltos do Maranhão-Piauí e Planalto
Uruguaio-Rio-Grandense.

O ponto mais alto do planalto brasileiro é o Pico da Bandeira com cerca de


2.900 metros, localizado nos estados do Espírito Santo e de Minas Gerais, na
serra do Caparaó.
Planalto Meridional
Localizado, em sua grande maioria, no sul do país, o planalto meridional
estende-se também pelas regiões do centro-oeste e sudeste no Brasil.

Seu ponto mais alto é Serra Geral do Paraná presente nos estados do Rio
Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
É dividido em: planalto arenito-basáltico, os quais formam as serras (cuestas) e
a depressão periférica, caracterizada por altitudes menos elevadas.

Planalto Nordestino
Localizado na região nordeste do país, esse planalto possuem a presença de
chapadas e serras cristalinas, donde destaca-se a Serra da Borborema.
Ela está localizada nos Estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio
Grande do Norte, com altitude máxima de 1260 m.
Os picos mais elevados na Serra ou Planalto da Borborema é o Pico do
Papagaio (1260 m) e o Pico do Jabre (1200 m).

Serras e Planaltos do Leste e do Sudeste


É conhecido pela denominação “mar de morros”. Envolve grande parte do
planalto atlântico, no litoral do país, as serras e os planaltos do leste e do
sudeste.
Abrangem os estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Goiás, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia.

Destacam-se a Serra da Canastra, Serra do Mar e Serra da Mantiqueira.


Planalto do Maranhão-Piauí
Também chamado de planalto meio-norte, esse planalto está localizado nos
estados do Maranhão, Piauí e Ceará.

Planalto Dissecado de Sudeste (Escudo Sul-rio-grandense)


Localizado no estado do Rio Grande do Sul, o escudo sul-rio-grandense
apresenta elevações de até 550 metros, o qual caracteriza o conjunto de serras
do estado.

Um dos pontos mais altos é o Cerro do Sandin, com 510 metros de altitude.
Planícies do Brasil
Planície do Pantanal
As planícies do Brasil ocupam cerca de 3.000.000 km2 de todo o território,
sendo as principais:

Planície Amazônica
Localizada no estado de Rondônia, esse tipo de relevo caracteriza a maior área
de terras baixas no Brasil. As formas mais recorrentes são a região de várzeas,
terraços fluviais (tesos) e baixo planalto.

Planície do Pantanal
Situada nos estados no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a planície do
pantanal é um terreno propenso às inundações. Portanto, ele é marcado por
diversas regiões pantanosas.

Lembre-se que o Pantanal é a maior planície inundável do mundo.

Planície Litorânea
Também chamada de planície costeira, a planície litorânea é uma faixa de terra
situada na região costeira do litoral brasileiro, que possui aproximadamente
600 km.

Climas do Brasil
A maior parte do território brasileiro encontra-se nas áreas de baixas latitudes,
entre o Equador e o Trópico de Capricórnio. Por essa razão, predominam os
climas quentes e úmidos.

Com relação à umidade o clima apresenta algumas diferenças de uma área


para outra, desde o superúmido - quando a quantidade de chuva é superior a
2.500 milímetros anuais, até o semiárido - quando a quantidade de chuva situa-
se entre 300 e 600 milímetros anuais.

Mapa dos Climas do Brasil


Mapa de Climas do Brasil
Tipos de Climas do Brasil
As regiões brasileiras apresentam 6 tipos de climas classificados com relação
às "zonas térmicas" da Terra, são eles:
 Equatorial
 Tropical
 Tropical Semiárido
 Tropical de Altitude
 Tropical Litorâneo
 Subtropical
Clima Equatorial
O clima equatorial é encontrado em regiões localizadas nas proximidades da
linha do Equador. Apresenta temperaturas elevadas e grande quantidade de
chuvas durante a maior parte do ano.

Portanto, o clima equatorial se apresenta quente e úmido. Ele predomina em


toda a Região Norte e em parte do Centro-Oeste.

A temperatura média anual é superior a 25 ºC, e a amplitude térmica anual


(diferença entre a máxima e a mínima temperatura) é pequena. O regime de
chuvas varia de acordo com a ação das massas de ar.

No inverno, a região pode receber a influência de frentes frias, em decorrência


do movimento de massas de ar vindas do polo.

Nessas ocasiões, ocorre o fenômeno chamado de friagem, com a queda


brusca de temperatura que pode chegar a 10 ºC.

Clima Tropical
O clima tropical é encontrado na região central do Brasil, com maior
predominância na Região Centro-Oeste.
Esse clima apresenta duas estações bem definidas: inverno com temperaturas
amenas e seco, e verão quente e chuvoso.

As temperaturas médias anuais são superiores a 18 ºC e amplitude térmica


anual de até 7 ºC. As chuvas variam de 1.000 a 1.500 mm/ano.

Quanto a umidade, na região central do país predomina o clima semi-úmido.

Clima Tropical Semiárido


O clima tropical semi-árido é típico das Região Nordeste do Brasil, compreende
uma área com chuvas e outra onde as chuvas são raras e ocorrem as
temperaturas mais altas do país.

Apresenta temperaturas médias anuais em torno de 27 ºC e amplitude térmica


ao redor de 5 ºC. As chuvas, além de irregulares, não excedem os 800
mm/ano. Compreende a região do Polígono das Secas.

Clima Tropical de Altitude


O clima tropical de altitude predomina nas áreas serranas da Região Sudeste.
Por causa da altitude mais elevada, apresentam as temperaturas mais baixas
de todo o domínio tropical, com média inferior a 18 ºC.

Apresenta ainda amplitude térmica anual entre 7 ºC e 9 ºC, com regime de


chuvas semelhante ao do clima tropical. A entrada de frentes frias no inverno
pode provocar geadas.

Clima Tropical Litorâneo


O clima tropical litorâneo predomina em grande parte do litoral do país, se
estende desde o Rio Grande do Norte até o estado do Rio de Janeiro.
Influenciado pela atuação da massa de ar Tropical Atlântica, o clima nessa
região é quente e chuvoso.

Com temperaturas médias anuais entre 18 ºC e 26 ºC e índice pluviométrico de


cerca de 1.500 mm/ano. Sendo que no litoral do Nordeste as chuvas são mais
intensas no outono e no inverno. No litoral do sudeste, são mais fortes no
verão.

Clima Subtropical
O clima subtropical ocorre na Região Sul do país, abaixo do Trópico de
Capricórnio, e daí seu nome Subtropical.

O clima subtropical apresenta duas estações do ano bem demarcadas: verão


quente e inverno rigoroso, quando podem ocorrer geadas ou neve.

As chuvas são bem distribuídas ao longo do ano, entre 1.500 mm e 2.000


mm/ano. As temperaturas médias anuais quase sempre ficam abaixo de 18 ºC,
com amplitudes térmicas entre 9 ºC e 13 ºC.
Mapa simplificado dos Climas do Brasil

Curiosidades
 Manaus, a capital do estado do Amazonas, apresenta clima equatorial. Chove
quase todos os dias na cidade, no final da tarde.
 A cidade de São Joaquim, em Santa Catarina, com clima subtropical, é o
município mais frio do país, com médias anuais de 13 ºC. No inverno ocorre
temperatura de -9 ºC, com geada e precipitação de neve.
 Campos do Jordão é uma cidade do estado de São Paulo, situada na Serra da
Mantiqueira, com altitude de 1.7000 metros. Apesar de se localizar na zona
tropical, tem médias térmicas anuais baixas, inferiores às de áreas localizadas
na mesma latitude.
 A cidade do Rio de Janeiro situa-se no litoral, portanto tem baixa altitude.
Apesar de localizada em latitudes semelhantes à de Campos do Jordão,
apresenta média térmica bem superior à da cidade paulista. É um exemplo de
como a altitude influi na temperatura, ou nas médias térmicas.

Vegetação do Brasil
A vegetação do Brasil compreende as várias manifestações de formações
vegetais existentes no país e que surgem conforme o tipo de clima e de relevo.

Divididos entre grupos florestal e campestre, os tipos de vegetação florestal


ocupam cerca de 60% do território brasileiro, enquanto a área restante é
campestre.

O grupo florestal é constituído por mata atlântica, mata das araucárias, mata
dos cocais, amazônia e mangue. Enquanto isso, o grupo campestre é
constituído por cerrado, caatinga, pampa e pantanal.
Pampa

Encontrada no sul do país, o pampa é formado, principalmente, por arbustos,


árvores pequenas, gramíneas e plantas rasteiras.

Essa vegetação surge no Brasil, exclusivamente no Rio Grande do Sul, em


virtude do clima subtropical.

Cerrado

O cerrado predomina na região central do Brasil e apresenta um aspecto seco,


tal como o das savanas encontradas principalmente na África.

O tipo de vegetação presente na área de cerrado é caracterizado pelo clima


tropical sazonal, em que o inverno é seco e chove no verão.

No cerrado, encontra-se arbustos, árvores retorcidas e gramíneas.

Amazônia
A Amazônia abrange toda a região Norte, além de partes dos estados do Mato
Grosso e do Maranhão e alguns países que fazem fronteira com o Brasil.

Lá o clima é equatorial, quente e úmido. Há nela uma grande variedade de


espécies vegetais: castanheiro, cipó, guaraná, jatobá, palmeira, seringueira e
vitória-régia.

A floresta amazônica é a vegetação brasileira mais atingida


pelo desmatamento.

Mata dos Cocais

A Mata dos Cocais localiza-se entre os estados do Maranhão, Piauí e


Tocantins.

Surge em climas equatorial úmido e equatorial semiárido. É lá que estão os


babaçus, árvore típica desse local, e outras árvores de grande porte, tais como
açaí, buriti e carnaúba.

Mata das Araucárias


Localizada no sul do Brasil e em partes do estado de São Paulo, o clima
da Mata das Araucárias é subtropical.

Nela surgem várias espécies vegetais, com predominância o pinheiro-do-


paraná, árvore alta que mede mais de 30 metros. Daí resulta a formação de
uma floresta bastante densa.

Mangue

A vegetação do mangue é constituída por vegetais halófilos, os quais


compreendem arbustos e plantas que apresentam tronco fino e raízes aéreas.

Trata-se de um tipo de vegetação litorânea, que surge em regiões alagadiças,


e onde o clima é tropical e subtropical.

Caatinga
A caatinga ocupa o sertão nordestino, onde o clima é semiárido e chove pouco.
Em decorrência disso, nela surgem as plantas que se mantém com pouca
água, as quais são chamadas de xerófilas, que tem como exemplo os cactos.

Também surgem plantas como o facheiro e o mandacaru, mas no


favorecimento de umidade, podem crescer na caatinga árvores como aroeira,
baraúna e juazeiro.

Pantanal

A área do Pantanal compreende parte dos estados do Mato Grosso e do Mato


Grosso do Sul, chegando ao Paraguai.

É nas áreas alagadas que surgem as gramíneas, enquanto os arbustos e


palmeiras crescem nas áreas onde o alagamento acontece de forma ocasional.

Há espécies da floresta tropical, por sua vez, que crescem nas áreas onde não
há alagamentos.

Mata Atlântica
Localizada principalmente na costa do Brasil, o clima da Mata Atlântica é
tropical quente e úmido. É esse clima e as chuvas que propiciam a sua grande
biodiversidade, a maior do mundo considerando cada hectare.

As espécies incluem cedro, imbaúba, ipê, jambo, palmiteiro, pau-brasil e


peroba. Nela ainda é possível encontrar vegetação nativa em 8% da sua área.

Hidrografia do Brasil
A Hidrografia do Brasil reúne um dos mais extensos e diversificados recursos
hídricos do planeta. Possui 15% do total da água doce existente em todo o
mundo.
Cada rio ou curso d'água brasileiro possui características próprias e complexas
que resultam da combinação de vários aspectos geográficos da região onde
estão localizados, entre eles, o clima, o relevo, a cobertura vegetal, como
também da ação do homem na natureza.
Resumo da hidrografia brasileira
Regiões Hidrográficas do Brasil

No Brasil as águas estão distribuídas em 12 regiões hidrográficas, onde foram


agrupadas por bacias com rios de grande vazão, e micro bacias do litoral
brasileiro, formadas por rios com pequena extensão e vazão.

Região Hidrográfica Amazônica


A Região Hidrográfica Amazônica ou Bacia Amazônica é formada pelo rio
Amazonas e seus afluentes.

Ocupa uma área 3.843.402 km², que corresponde a 44,63% do território


nacional.

Compreende os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima,


Pará e Mato Grosso.

O rio Amazonas é o maior rio do mundo em volume de água e o segundo em


extensão.

Entre seus afluentes estão o Javari, Juruá, Jutaí, Purus, Madeira, Tapajós e
Xingu, na sua margem direita; e os rios Iça, Japurá, Negro, Trombetas e Jari,
na sua margem esquerda.

Região Hidrográfica Tocantins Araguaia


A Região Hidrográfica Tocantins Araguaia ou Bacia Tocantis-Araguaia, se
estende por uma área de 967.059 km² o que representa 11,36% do território
nacional.

Compreende os Estados de Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão, Mato Grosso e


Distrito Federal.
Na Região Tocantins, com uma extensão de 2.600 km, o rio Araguaia abriga a
maior ilha fluvial do mundo, a Ilha do Bananal.

Os principais afluentes da Bacia Tocantins Araguaia são: Formoso, Garças,


Bagagem, Tocantizinho, Paraná, Manuel Alves Grande, Rio Sono e Santa
Tereza.

Região Hidrográfica do Paraná


A Região Hidrográfica do Paraná ou Bacia do Paraná ocupa uma área de
879.860 km², o que corresponde a 10,33% do território nacional.

Compreende os estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas


Gerais, Goiás, Santa Catarina e o Distrito Federal, área de maior
desenvolvimento econômico do país.

O rio Paraná, com uma extensão de 2.750 km, até sua foz, nasce entre os
estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul e corre na fronteira
do Brasil e Paraguai, até o rio Iguaçu.

Entre seus afluentes estão o rio Grande, Iguaçu, Paranaíba, Paranapanema,


Paraná e Tietê.

Região Hidrográfica do São Francisco


A Região Hidrográfica do São Francisco ou Bacia do Rio São Francisco ocupa
uma área de 641.000 km², o que corresponde a 7,52% do território nacional.

Abrange os estados de Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco, Alagoas,


Sergipe e também o Distrito Federal.

O rio São Francisco atravessa o Sertão nordestino, a região mais seca do


Brasil. Suas águas são usadas para abastecimento, lazer e irrigação. Tem mais
de 2.000 km de trecho navegáveis.

Entre seus 158 afluentes 90 são perenes e 68 são temporários. Entre eles
estão o rio Das Velhas, Abaeté, Correntes, Jequitaí, Rio Verde Grande,
Paracatu.

Região Hidrográfica do Paraguai


A Região Hidrográfica do Paraguai ou Bacia do Paraguai ocupa uma área de
361,35 km² nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

O rio Paraguai, nasce na Chapada dos Parecis, no estado do Mato Grosso. Ao


longo do seu percurso em direção ao sul, recebe vários afluentes, entre eles, o
rio Cuiabá, Taquari, São Lourenço, Negro e Miranda.

O rio atravessa o Pantanal Mato-Grossense, considerado uma das maiores


áreas úmidas contínuas do planeta.

O Pantanal funciona como um grande reservatório que retém a maior parte da


água oriunda do planalto e regula a vazão do rio Paraguai.

Região Hidrográfica do Uruguai


A Região Hidrográfica do Uruguai ou Bacia do Uruguai ocupa uma área de
174.612 km², o que corresponde a 2,05% do território nacional.

Marca a divisa dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e também
entre o Brasil e a Argentina.

Seus principais afluentes são o rio Chapecó, Passo Fundo, Peixe e Várzea.

Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental


A Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental ou Bacia Hidrográfica
Atlântico Nordeste Ocidental ocupa uma área de 254.100 km², que
corresponde a 2,98% do território nacional.

Compreende o Estado do Maranhão e uma pequena porção do Pará. Fazem


parte da região os rios Gurupi, Turiaçu, Pericumã, Mearim e Itapecuru.

Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental


A Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental ou Bacia Hidrográfica
Atlântico Nordeste Oriental ocupa uma área de 287.348 km², que corresponde
a 3,37% do território nacional.

Compreende os Estados do Ceará, Rio Grande do Norte Paraíba, Pernambuco


e Alagoas. A região apresenta baixa disponibilidade de água principalmente no
período de estiagem, são eles, o Capibaribe, Paraíba, Jaguaribe e Acaraú.

Região Hidrográfica do Parnaíba


A Região Hidrográfica do Parnaíba ou Bacia do Parnaíba ocupa uma área de
344.112 km², que corresponde a 4,04% do território nacional. Compreende os
estados do Piauí, Maranhão e Ceará.

A maioria de seus afluentes são perenes e supridos por águas pluviais e


subterrâneas.

Região Hidrográfica Atlântico Leste


A Região Hidrográfica do Atlântico Leste ou Bacia Hidrográfica do Atlântico
Leste ocupa uma área de 374.677 km², que corresponde a 4,4% do território
nacional.

Compreende parte dos estados de Sergipe, Bahia, Minas Gerais e Espírito


Santo. Entre os rios principais estão o Paraguaçu, São Mateus, Pardo, Salinas,
Contas, Jequitinhonha e Mucuri.

Região Hidrográfica Atlântico Sudeste


A Região Hidrográfica do Atlântico Sudeste ou Bacia Hidrográfica do Atlântico
Sudeste ocupa uma área de 229.972 km², que corresponde a 2,7% do território
nacional.

Compreende os estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São


Paulo e o litoral do Paraná. Seus principais rios são o rio Parnaíba do Sul e o
rio Doce.

Região Hidrográfica Atlântico Sul


A Região Hidrográfica Atlântico Sul ou Bacia Hidrográfica Atlântico Sul ocupa
uma área de 185.856km², que corresponde a 2,18% do território nacional.

Tem início na divisa dos Estados de São Paulo e Paraná e se estende até o
Arroio Chuí no extremo sul do país.

Compreende os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na


região predominam rios de pequeno porte que escoam diretamente para o mar.

Com exceção para os rios Itajaí e Capivari em Santa Catarina que apresentam
maior volume de água. São encontrados rios de grande porte como Taquari-
Antas, Jacuí, Vacacaí e Camaquã.

Tipos de Solo do Brasil


GEOGRAFIA DO BRASIL
Os diversos tipos de solo existentes no Brasil podem ser diferenciados
segundo a tonalidade, composição e granulação.

Solo corresponde à decomposição de rochas que ocorre por meio de


ações ligadas à temperatura, como o calor, além de processos erosivos
provenientes da ação dos ventos, chuva e seres vivos, tais como
bactérias e fungos.
O Brasil destaca-se como grande produtor agrícola, fato proveniente
do extenso território e também da fertilidade do solo.

Em razão da dimensão territorial do Brasil, é possível identificar


diversos tipos de solo que são diferenciados segundo a tonalidade,
composição e granulação.

No Brasil, são encontrados quatro tipos de solo, são eles: terra roxa,
massapé, salmorão e aluviais.

Terra roxa: corresponde a um tipo de solo de extrema fertilidade que


detém uma tonalidade avermelhada. Pode ser encontrado em Goiás,
Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo. É originado a partir
da decomposição de rochas, nesse caso de basalto.
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Massapé: é um solo encontrado principalmente no litoral nordestino
constituído a partir da decomposição de rochas com características
minerais de gnaisses de tonalidade escura, calcários e filitos.
Salmorão: esse tipo de solo é encontrado ao longo das regiões Sul,
Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, é constituído pela fragmentação de
rochas graníticas e gnaisses.
Aluviais: é um tipo de solo formado em decorrência da sedimentação
em áreas de várzea ou vales, é possível de ser encontrado em diversos
pontos do país.

Política Ambiental no Brasil


GEOGRAFIA DO BRASIL
A política ambiental no Brasil é debatida desde a primeira metade do século
XX e até hoje rende profundas e acaloradas discussões.

Entende-se por política ambiental o conjunto de normas, leis e ações


públicas visando à preservação do meio ambiente em um dado
território. No Brasil, essa prática só veio a ser adotada a partir da
década de 1930.
As primeiras ações governamentais em prol da preservação ambiental
no país pautaram-se na criação de parques nacionais, localizados em
pontos onde ocorriam as expansões agrícolas e os consequentes
processos de desmatamento. Destacou-se, nesse entremeio, a criação do
Parque Nacional de Itatiaia (na divisa de Minas Gerais e Rio de
Janeiro), do Parque de Iguaçu (entre o Paraná e a Argentina) e da Serra
dos Órgãos (também no estado do Rio de Janeiro). Além disso, foi
elaborado, em 1934, o primeiro Código Florestal Brasileiro para
regulamentar o uso da terra no sentido de preservar o meio natural.

No entanto, graças ao processo de expansão industrial que se


intensificou no país a partir da década de 1950 – quando o objetivo era
atrair indústrias estrangeiras e impulsionar o desenvolvimento
econômico financeiro do país –, as políticas ambientais foram deixadas
de lado e, consequentemente, seus avanços estagnaram.

Na década de 1960, algumas ações ainda foram realizadas, com


destaque para a promulgação do Novo Código Florestal Brasileiro, que
estabelecia alguns novos parâmetros, como a criação das APPs (Áreas
de Proteção Permanente) e a responsabilização dos produtores rurais
sobre a criação de reservas florestais em seus terrenos.

Nos anos seguintes, graças às pressões realizadas pelos movimentos


ambientalistas, além da realização da Conferência de Estocolmo de
1972, o Brasil retomou o emprego de ações direcionadas a ampliar a
política ambiental no país. A primeira grande atitude foi a criação, no
ano de 1973, da Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA), cuja
orientação girava em torno da preservação do meio ambiente e da
manutenção dos recursos naturais no país.

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Na década de 1980, outros órgãos foram criados, como o Sistema
Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), o Conselho Nacional de
Meio Ambiente (CONAMA) e um órgão voltado para a fiscalização, o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA)
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a política
ambiental no Brasil conheceu os seus maiores avanços quando foi
elaborada aquela que é considerada uma das leis ambientais mais
avançadas em todo o mundo. Tal referência deve-se, principalmente, ao
fato de a legislação abarcar tanto os deveres dos cidadãos quanto das
empresas, instituições e o próprio governo. A crítica, a partir de então,
deixou de ser direcionada sobre a legislação, passando a questionar
acerca de sua aplicação, uma vez que inúmeros crimes ambientais –
sobretudo aqueles cometidos por grandes empresas – geralmente
acabam sem punição.

Em 2010, no entanto, houve uma nova polêmica envolvendo a política


ambiental, com a elaboração de um Novo Código Florestal, que é
considerado pelos grupos ambientalistas um retrocesso na legislação
brasileira em relação ao meio ambiente. Entre os pontos polêmicos, está
a redução das áreas das APPs e a anistia a crimes ambientais praticados
por latifundiários.

A industrialização brasileira



O Brasil é considerado um país emergente ou em desenvolvimento.
Apesar disso, está quase um século atrasado industrialmente e
tecnologicamente em relação às nações que ingressaram no processo
de industrialização no momento em que a Primeira Revolução Industrial
entrou em vigor, como Inglaterra, Alemanha, França, Estados Unidos,
Japão e outros.

As indústrias no Brasil se desenvolveram a partir de mudanças


estruturais de caráter econômico, social e político, que ocorreram
principalmente nos últimos trinta anos do século XIX.

O conjunto de mudanças aconteceu especialmente nas relações de


trabalho, com a expansão do emprego remunerado que resultou em
aumento do consumo de mercadorias, a abolição do trabalho escravo e o
ingresso de estrangeiros no Brasil como italianos, alemães, japoneses,
dentre muitas outras nacionalidades, que vieram para compor a mão de
obra, além de contribuir no povoamento do país, como ocorreu na região
Sul. Um dos maiores acontecimentos no campo político foi a
proclamação da República. Diante desses acontecimentos históricos, o
processo industrial brasileiro passou por quatro etapas.

• Primeira etapa: essa ocorreu entre 1500 e 1808, quando o país ainda
era colônia. Dessa forma, a metrópole não aceitava a implantação de
indústrias (salvo em casos especiais, como os engenhos) e a produção
tinha regime artesanal.
• Segunda etapa: corresponde a uma fase que se desenvolveu entre
1808 a 1930, que ficou marcada pela chegada da família real portuguesa
em 1808. Nesse período foi concedida a permissão para a implantação
de indústria no país a partir de vários requisitos, dentre muitos, a criação,
em 1828, de um tributo com taxas de 15% para mercadorias importadas
e, em 1844, a taxa tributária foi para 60%, denominada de tarifa Alves
Branco. Outro fator determinante nesse sentido foi o declínio do café,
momento em que muitos fazendeiros deixaram as atividades do campo
e, com seus recursos, entraram no setor industrial, que prometia grandes
perspectivas de prosperidade. As primeiras empresas limitavam-se à
produção de alimentos, de tecidos, além de velas e sabão. Em suma,
tratava-se de produtos sem grandes tecnologias empregadas.

• Terceira etapa: período que ocorreu entre 1930 e 1955, momento em


que a indústria recebeu muitos investimentos dos ex-cafeicultores e
também em logística. Assim, houve a construção de vias de circulação
de mercadorias, matérias-primas e pessoas, proveniente das evoluções
nos meios de transporte que facilitaram a distribuição de produtos para
várias regiões do país (muitas ferrovias que anteriormente transportavam
café, nessa etapa passaram a servir os interesses industriais). Foi
instalada no país a Companhia Siderúrgica Nacional, construída entre os
anos de 1942 e 1947, empresa de extrema importância no sistema
produtivo industrial, uma vez que abastecia as indústrias com matéria-
prima, principalmente metais. No ano de 1953, foi instituída uma das
mais promissoras empresas estatais: a PETROBRAS.

• Quarta etapa: teve início em 1955, e segue até os dias de hoje. Essa
fase foi promovida inicialmente pelo presidente Juscelino Kubitschek, que
promoveu a abertura da economia e das fronteiras produtivas, permitindo
a entrada de recursos em forma de empréstimos e também em
investimentos com a instalação de empresas multinacionais. Com o
ingresso dos militares no governo do país, no ano de 1964, as medidas
produtivas tiveram novos rumos, como a intensificação da entrada de
empresas e capitais de origem estrangeira comprometendo o
crescimento autônomo do país, que resultou no incremento da
dependência econômica, industrial e tecnológica em relação aos países
de economias consolidadas. No fim do século XX houve um razoável
crescimento econômico no país, promovendo uma melhoria na qualidade
de vida da população brasileira, além de maior acesso ao consumo.
Houve também a estabilidade da moeda, além de outros fatores que
foram determinantes para o progresso gradativo do país.

Energia e Meio Ambiente


Meio Ambiente

O tema energético está estritamente relacionado com o meio ambiente, visto que toda
energia produzida no planeta é resultado da utilização e transformação dos recursos
naturais.

As sociedades mais antigas, assim como a atual, usou a natureza para gerar a energia
necessária ao seu cotidiano. Em épocas mais remotas, por exemplo, o homem primitivo
queimava troncos e galhos de árvores para produzir fogo; durante a Idade Média a
energia de cursos d"água e dos ventos foram também utilizadas para atender às
necessidades da época. Em todos esses períodos a intervenção do homem na natureza
não causava grandes impactos capazes de alterar o ciclo natural da Terra. No entanto,
com a Revolução Industrial e o surgimento das máquinas a vapor, teve início um novo
processo de apropriação predatória do meio ambiente. À partir de então, as sociedades
passaram a consumir mais, o que levava ao surgimento de novas fontes energéticas,
bem como sua intensa exploração junto com matrizes tradicionais. Assim, cada vez
mais, foram geradas energia proveniente da água, carvão, petróleo, gás natural, entre
outras.

Atualmente, ainda predatórios, os padrões mundiais de consumo e produção de energia


são baseados em fontes não renováveis e de grande impacto ambiental como a dos
combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão). Esses combustíveis são os grandes
responsáveis pela emissão de bilhões de toneladas de gases na atmosfera, o que tem
gerado o aumento da temperatura e a destruição da camada de ozônio, que por
consequência, vem provocando as mudanças climáticas do planeta. São essas mudanças
do clima que geram, além de alterações bruscas nas características das estações do ano,
o aumento de ventanias, ciclones e enchentes, cada vez mais frequentes em nosso
cotidiano.

Diante desse cenário, o Brasil, comparado aos demais países, apresenta condições
favoráveis a mudanças no modelo atual de produção e consumo de energia. A título de
exemplo, em 2003 enquanto as energias renováveis representavam apenas 14,4% da
produção energética mundial, no Brasil esse percentual era de 41,3%, ou seja, quase
metade da produção energética brasileira provinha de fontes como a biomassa (etanol,
carvão vegetal, etc.), solar, eólica e, principalmente, a hidráulica.

Sob controle do Ministério do Meio Ambiente, o Brasil possui um importante


instrumento ambiental voltado para a produção energética e sua relação com as
mudanças climáticas. Trata-se da Coordenação de Energia e Meio Ambiente, a qual
cabe a formulação e proposição de políticas e normas, e a definição de estratégias
relacionadas aos rebatimentos ambientais associados à matriz energética brasileira.
Além disso, o país dispõe de dois importantes programas voltados especificamente para
a promoção da conservação da energia e racionalização do seu uso. Trata-se do
Programa Nacional de Energia Elétrica (Procel), que promove ações de educação,
etiquetagem, gestão energética municipal, iluminação pública, gestão de eletricidade na
indústria e em edificações e saneamento ambiental; e o Programa Nacional de
Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural (Conpet), que
promove ações em transporte e de etiquetagem de produtos.

Complexos Industriais

Os complexos industriais são grandes conjuntos de instalações de indústrias em um


perímetro restrito. Eles são parte preponderante da economia global atual que exige uma
produção pujante.

Evolução histórica
Os complexos industriais remontam à primeira Revolução Industrial. O próprio conceito de
indústria, como conhecemos, surgiu no período. No fim do século XVIII a descoberta do
vapor, carvão e ferro possibilitaram a invenção de grandes maquinários capazes de
intensificar em várias vezes o trabalho que era exclusivamente manual.
Na segunda Revolução Industrial, no século XIX, a força motriz era a energia elétrica, o aço
e produtos químicos. A partir daí os complexos industriais já eram potentes e já produziam
em grande escala, podendo, inclusive, serem importados.

Atualmente, no século XXI, as potências industriais já formam um grupo para debater


questões econômicas. Compõem o chamado G20: Estados Unidos, China, Japão,
Alemanha, Reino Unido, França, Índia, Brasil, Itália, Canadá, Coreia do Sul, Rússia,
Austrália, México, Indonésia, Turquia, Arábia Saudita, Argentina e África do Sul.

Produção industrial atual


O mundo globalizado supõe que a produção de bens seja feita em larga escala para suprir
demandas de mercados gigantescos. Não é incomum, muito pelo contrário, encontrarmos
etiquetas de produtos feitos na China, Taiwan ou outros países.

Os complexos industriais acabaram virando parte essencial da economia produtiva e


respondem a fatias importantes do Produto Interno Bruto (PIB) de países desenvolvidos ou
em desenvolvimento.

A maior instalação industrial do mundo, hoje, está na Alemanha. O município de


Ludwigshafen am Rhein possui uma unidade industrial com mais de 160 indústrias que
empregam 36 mil pessoas.

População Brasileira
O Brasil está no quinto lugar entre os países mais populosos, sobrepujado
apenas pela China (1,3 bilhão), Índia (1,1 bilhão), Estados Unidos (314
milhões) e Indonésia (229 milhões).

Apesar de toda população, temos em torno de 22,4 hab./km2, o que qualifica o


país como pouco povoado.
Mapa da densidade demográfica nos Estados brasileiros
Formação da População Brasileira
Historicamente, o povoamento do Brasil esteve ligado à expansão marítima
europeia e ao tráfico de escravos africanos que isso demandou.

Entretanto, com a proibição do tráfico negreiro em 1850, inicia-se a escassez


de escravos para trabalharem na lavoura. Esse fato deu início a outros tipos de
migração e imigração.

Em 1930 teve início no Brasil um intenso processo de industrialização e


urbanização, do qual o sudeste fora a região mais afetada por ter se envolvido
precocemente no processo de industrialização. Por esse motivo, tornou-se a
populosa região do país.

Nos anos 50 é a vez do desenvolvimento urbano, quando cada vez mais


pessoas deixam os campos para trabalharem nas cidades, sobretudo nas
regiões sudeste.

Os principais fatores foram a industrialização e a construção de Brasília


na região centro-oeste a partir da década de 60.

Nas cidades existiam melhores condições de vida, como saúde e saneamento


básico e, consequentemente, temos o enfraquecimento da taxa de mortalidade.
As novas qualidades urbanas e a revolução no campo da medicina geraram um
alto crescimento vegetativo. Ou seja, a diferença entre a taxa de natalidade e a
taxa de mortalidade da população.

Importante lembrar que na década de 60, temos o advento da pílula


anticoncepcional, a vida urbana e a entrada da mulher no mercado de trabalho.
Esses fatores levaram a diminuição da taxa de natalidade no país.

Podemos notar que a dinâmica demográfica do Brasil incidiu por


transformações durante as últimas décadas.

Observamos o decaimento da taxa de crescimento da população entre as


décadas antecedentes a década de 1970.

Conferimos esse decaimento a uma redução acelerada da taxa de


fecundidade, fenômeno esse notado em todas as regiões brasileiras, urbanas e
rurais.

A direção da população brasileira, na primeira metade deste século, tanto pelo


seu calibre quanto pela sua estrutura etária, já está delineada. Tanto a
mudança na taxa de mortalidade quanto na de fecundidade, já estão muito
adiantadas.

A pirâmide etária brasileira, que possuía uma base larga e o topo estreito,
apregoando a superioridade de crianças e jovens, recentemente apresenta
características de equilíbrio.

Ou seja, enquanto a população idosa (65 e mais anos de idade) acrescentará a


taxas elevadas, de 2 % a 4% ao ano; a população jovem irá a diminuir.

Conforme projeções da ONU, de 3,1%, em 1970, a população idosa brasileira


passará a aproximadamente 19% até 2050.

Nesse momento, coexistirão no cerne das populações jovem e adulta,


subgrupos etários com crescimento negativo e positivo.

Tal qual se demonstra nas nações envelhecidas, a trajetória etária brasileira


gera desafios. Se não solucionados, levarão o país a enfrentar dificuldades nas
próximas décadas.

O problema do déficit previdenciário está concorrendo com o papel importante


representado pelas aposentadorias na renda dos idosos, que muitas vezes são
arrimos de família.

Todavia, isso é um problema, já que Estado demonstra encontrar dificuldades


para honrar compromissos previdenciários.

População Brasileira na Atualidade


Atualmente, a população brasileira é de 190.732.694 habitantes (dados do
IBGE no censo de 2010) e, segundo as avaliações, deverá atingir 228 milhões
de habitantes até o ano de 2025.
Com um crescimento demográfico de 1,17% ao ano, os brasileiros apresentam
uma taxa de natalidade (por mil habitantes) de 20,40, em contraposição a uma
taxa de mortalidade (por mil habitantes) de 6,31. Ademais, a expectativa de
vida no país é de 73 anos.

Os estados mais populosos são:


 São Paulo (41,2 milhões)
 Minas Gerais (19,5 milhões)
 Rio de Janeiro (15,9 milhões)
 Bahia (14 milhões)
 Rio Grande do Sul (10,6 milhões)
Enquanto os estados menos populosos são:
 Roraima (451,2 mil)
 Amapá (668,6 mil)
 Acre (732,7 mil)

Vale lembrar que a população brasileira concentra-se na região sudeste, com


80.364.410 habitantes, enquanto o Nordeste abriga 53.081.950 habitantes e o
Sul cerca de 27,3 milhões.

Curiosidades
 Há muita diferença entre a expectativa de vida dos sulistas e dos nordestinos,
de forma que no sul do pais, as pessoas vivem mais do que no nordeste.
 A capital menos populosa do Brasil é Palmas, no estado do Tocantins, com
uma população de 228,2 mil habitantes.
 A cidade mais populosa do Brasil é São Paulo, no Estado de São Paulo, com
população de 11,2 milhões de habitantes.
 Harmonia entre os sexos: 48,92% de homens e 51,08% de mulheres.
 160,8 milhões de habitantes habitam a Zona Urbana, enquanto 29,8 milhões
vivem Zona Rural.
 De acordo com as Etnias no Brasil (cor ou raça) temos: Pardos: 43,1%;
Brancos: 47,7%; Negros: 7,6%; Indígenas: 0,4% e Amarelos: 1,1%.

A demografia é a área do conhecimento que se preocupa em estudar o


comportamento, as transformações e a dinâmica geral da população,
utilizando-se principalmente de elementos estatísticos e pesquisas
qualitativas. Esse ramo do saber em muito se aproxima à Geografia
da População, que, da mesma forma, também se preocupa com as
dinâmicas populacionais, enfatizando as questões sociais relacionadas
ao espaço geográfico.
A população é definida como o número de pessoas que habita um
determinado território ou região. Dessa forma, os seus ciclos de
crescimento, seu nível médio de renda, sua distribuição, entre outros
fatores, são de fundamental importância para a compreensão do
funcionamento dos diversos aspectos do espaço social.
Um dos elementos demográficos mais estudados pela Geografia da
População e pela Demografia é o índice de crescimento populacional.
O crescimento acelerado ou desacelerado das populações é algo
constantemente debatido e teorizado por especialistas e teóricos dessas
áreas do saber. Precisar com detalhes o funcionamento desse fator é
importante para o planejamento de políticas públicas e ações sociais.

O principal órgão brasileiro de pesquisa sobre a população é o


Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Esse
organismo realiza a cada dez anos o Censo Demográfico, uma
importante e abrangente forma de quantificar estatisticamente os mais
diversos dados e informações, envolvendo desde a renda e a saúde da
população até a sua preferência religiosa.
Estão disponíveis, na presente seção, textos que envolvem os diversos
temas e conceitos demográficos, estes relacionados não tão somente à
Geografia da População, mas a diversas áreas do conhecimento, como
a sociologia e a economia. Esperamos oportunizar um espaço de
leitura e discussão sobre os temas concernentes às dinâmicas
populacionais.

Mercado de Trabalho
Mercado de Trabalho é um conceito utilizado para explicar a procura e a
oferta das atividades remuneradas oferecidas pelas pessoas ao setor público e
ao privado.
Brasil
O mercado de trabalho acompanhou a expansão da economia e as taxas de
desemprego chegaram a registrar somente 4% de desocupação.

Cada vez mais, exige-se o ensino médio para as profissões mais elementares,
conhecimento básico de inglês e informática. Devido a desigualdade social do
país, nem sempre esses requisitos serão cumpridos durante a vida escolar.

O melhor é se dedicar aos estudos, fazer um bom currículo, acumular


experiências de trabalho voluntário e se preparar para entrevistas.

Por isso, é preciso abandonar de vez a ideia de trabalho infantil e lembrar que
uma criança que não estudou durante a infância será um adulto com menos
chances de conseguir um bom emprego.

Veja também: Evasão escolar


Desde 2016, a taxa de desemprego tem crescido e isso só aumenta a
competição para quem deseja se recolocar ou entrar no mercado de trabalho.
Taxa de desemprego no Brasil
em 2017
Muitas pessoas recorrem ao trabalho informal, temporário ou não, a fim de
escapar da situação de desemprego.

Atual
O mercado de trabalho nunca foi tão competitivo. A economia de
mercado globalizada fez com que as empresas possam contratar pessoas em
todos os cantos do planeta. Com o crescimento do trabalho remoto esta
tendência só tende a aumentar.

Igualmente, os postos oferecidos pelo mercado de trabalho exigem cada vez


mais tempo de estudo, autonomia e habilidades em informática.

Dessa maneira, nem sempre aqueles que são considerados como população
economicamente ativa, tem suficiente formação para ingressar no mercado de
trabalho.

Tendências
As principais tendências para o aperfeiçoamento do trabalhador, em 2017,
segundo uma consultoria brasileira seriam:

 Capacidade de Negociação
 Execução de planejamento estratégico e projetos
 Assumir equipes de sucesso herdadas
 Domínio do idioma inglês
Mulher
Embora a mulher ocupe uma fatia expressiva do mercado de trabalho, vários
problemas persistem como a remuneração inferior ao homem e a dupla jornada
de trabalho.

Mesmo possuindo a mesma formação de um homem e ocupando a mesma


posição, a mulher ganhará menos. Além disso, em casa se ocupará mais
tempo das tarefas domésticas do que os homens.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em todo mundo,


apenas 46% das mulheres em idade de trabalhar buscam emprego. Na mesma
faixa etária, os homens respondem por 76%.

Nos países desenvolvidos a mulher ocupa 51,6% dos postos de trabalho frente
aos 68% dos homens. No Brasil, essa diferença é de 22 pontos percentuais,
aumentando a brecha salarial.

Nos gráficos abaixo podemos observar a participação da mulher no mercado


de trabalho no Brasil:

Divisão
do mercado de trabalho entre mulheres e homens
Leia mais em Divisão Social do Trabalho

Jovens
Para os jovens da chamada geração Y ou os millennials – que nasceram após
1995 – o mercado de trabalho pode ser um desafio complexo.
Os millennials se caracterizam por ter um domínio das tecnologias mais
recentes, redes sociais e até programação. Possuem bom nível de inglês e um
segundo idioma, fizeram pós-graduação e quem pode, viajou para o exterior.

Por outro lado, têm dificuldades em aceitar hierarquias e, por conta de sua
formação, desejam começar logo em postos de comando. São menos
propensos a serem fiéis à empresa e preferem empreender seu próprio
negócio que buscar um emprego tradicional.

A realidade dos millennials nos países subdesenvolvidos em geral e no Brasil


em particular esbarra sempre no acesso à educação formal.

Profissões mais valorizadas


Apesar de ser apenas uma estimativa, aqui estão as profissões que estão em
alta e devem ser mais demandadas nos próximos anos:

 Marketing digital
 Estatística
 Analista de dados
 Médico
 Biotecnologia e Nanotecnologia
 Economia Agroindustrial
 Administração de Empresas
 Comércio Exterior
 Turismo
 Geriatria
 Design com foco em inovação

Questão Agrária no Brasil


GEOGRAFIA DO BRASIL
A questão agrária no Brasil é uma problemática que remonta à colonização
brasileira.

A ocupação histórica
A partir do descobrimento, em 1500, até 1822, as terras
brasileiras foram controladas pela Coroa Portuguesa, que repassava o
direito de uso da terra de acordo com a confiança, conveniência e
interesse. A distribuição de terras era utilizada como meio de ocupar as
áreas desabitadas e principalmente para facilitar o controle do território,
além de visar à produção de produtos tropicais apreciados na Europa.
Foi nesse período que foram introduzidas as plantations (grandes
propriedades rurais que utilizavam mão de obra escrava e nas quais se
cultivava uma única cultura com destino à exportação).
A distribuição de terras no período colonial produziu terras devolutas,
que correspondem às terras que a Coroa cedeu às pessoas, mas que não
foram cultivadas e, dessa forma, foram devolvidas. Hoje essa expressão
não é mais usada, pois são denominadas terras inexploradas.
De 1822 a 1850, ocorreu no Brasil a posse livre das terras devolutas,
uma vez que não havia leis que regulamentassem o direito do uso da
terra. Naquele momento não existia valor de troca para as terras, ou seja,
de compra e venda, ela somente era utilizada para o cultivo.

A liberdade para obter as terras devolutas não favoreceu o surgimento


de pequenas e médias propriedades rurais, pois os escravos recém-
libertados não tinham acesso ao uso da terra; e nem os imigrantes, cuja
entrada no país foi limitada à ocupação urbana.

Com a expansão da produção cafeeira, no ano de 1850, e também com


a lei Eusébio de Queiroz, que vetou a prática de tráfico negreiro, o
governo brasileiro incentivou a entrada de imigrantes europeus para
substituir a mão de obra escrava.
O governo criou, em 1850, a lei de terras, com intuito de oferecer mão
de obra aos fazendeiros produtores de café. A lei eliminou as
possibilidades de aquisição de terras por parte dos imigrantes
estrangeiros, o que os levou a trabalhar com baixos salários. A lei de
terras garantiu que as terras devolutas se tornassem propriedade do
Estado, podendo ser negociadas apenas através de leilões. No entanto,
somente os grandes latifundiários tinham condições de adquirir tais
terras, além daqueles que tinham dinheiro para investir.

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A lei de terras, que garantia a venda de terras em leilões, também
relatava que todo recurso derivado desses leilões serviria para custear a
vinda de novos imigrantes europeus e asiáticos para trabalhar no Brasil.
Muitos imigrantes vinham para o Brasil com promessas de adquirir
terras, mas isso não acontecia, ao chegar ao país eram levados às
fazendas para trabalhar, os únicos lugares que ofereciam emprego.
A partir desse momento, a terra deixou de ser utilizada somente para o
cultivo e passou a ser moeda de troca (compra e venda), podendo ser
um patrimônio particular. Em suma, transformou-se em símbolo de
poder e acentuou as desigualdades fundiárias no Brasil.

Nesse momento começou no Brasil a prática de escravidão por dívida,


que naquela época atingia os imigrantes estrangeiros e, atualmente, as
pessoas de baixa renda. Essa prática vem desde o século XIX até e
continua na atualidade. No ano de 1872, o governo alemão vetou a
imigração para o Brasil.
Somente em 1988 a Constituição passou a prever a expropriação de
terras e a realizar reforma agrária em fazendas que utilizassem mão de
obra escrava, momento em que a escravidão no país foi reconhecida.

Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia

Muitos
imigrantes europeus vieram para o Brasil com promessas de
adquirirem terras

Exclusão Social
A Exclusão Social designa um processo de afastamento e privação de
determinados indivíduos ou de grupos sociais em diversos âmbitos da estrutura
da sociedade.
Trata-se de uma condição inerente ao capitalismo contemporâneo, ou seja,
esse problema social foi impulsionado pela estrutura desse sistema econômico
e político.

Assim, as pessoas que possuem essa condição social sofrem diversos


preconceitos. Elas são marginalizadas pela sociedade e impedidas de exercer
livremente seus direitos de cidadãos.

Podemos salientar as condições financeiras, religião, cultura, sexualidade,


escolhas de vida, dentre outros.

Os excluídos sociais, geralmente são minorias étnicas, culturais e religiosas.


Como exemplos, temos os negros, índios, idosos, pobres, homossexuais,
toxicodependentes, desempregados, pessoas portadoras de deficiência, dentre
outros.

Observe que essas pessoas ou grupos sociais sofrem muitos preconceitos.


Isso afeta diretamente aspectos da vida, e, em muitos casos, gera outro
problema chamado de “isolamento social”.

Exclusão Social no Brasil


No Brasil, a exclusão social está longe de ser um problema resolvido. Com
tantas desigualdades e comportamentos intolerantes, nosso país tem
apresentado diversos casos de exclusão. Destacam-se as escolhas
relacionadas com a sexualidade, religião e culturas.

Por outro lado, podemos comemorar alguns progressos nessa área. Como
exemplos, temos o desenvolvimento de projetos sociais e ainda, a inclusão de
disciplinas com temas transversais nas escolas: pluralidade cultural, orientação
sexual e ética.

Temas como estes, estão intimamente relacionados com a cidadania e visam


uma construção social menos desigual e mais tolerante na nossa sociedade.

Além disso, o reconhecimento de culturas minoritárias seguem aliadas com o


objetivo de criar cidadãos mais tolerantes e conscientes de suas ações.

Nesse ínterim, diversos projetos e programas sociais surgem com o intuito de


oferecer suporte para a visibilidade desses grupos minoritários.

Um exemplo disso, são as cotas raciais desenvolvidas pelas universidades


para incluir alunos de origem negra ou indígena.

Com isso, essas pessoas somam suas vozes às outras, tendo, portanto, a
oportunidade de mostrar sua história e opiniões sobre determinados temas.
Para os toxicodependentes, podemos citar a cracolândia, situada no centro da
cidade de São Paulo. Nesse local, diversos dependentes de crack andam pelas
ruas em busca de droga. Eles vivem em condições precárias de higiene.

Nesse caso, podemos citar o descaso do sistema público para lidar com essas
pessoas. Assim, elas são completamente excluídas da sociedade e tratadas de
maneira hostil.

Diversas tentativas da prefeitura da cidade estão relacionadas com a


requalificação da área. Mas, o intuito é retirar aquelas pessoas dali, sem que
haja projetos sociais associados com a recuperação dos toxicodependentes.

Embora existem propostas recentes de programas sociais destinadas à esses


grupos, essa triste realidade de exclusão social na cracolândia ainda está longe
de ser resolvida.

Desses programas implementados pelo governo do Estado de São Paulo


destacam-se: "Recomeço" (2013), "Braços Abertos" (2014-2017) e "Redenção"
(2017).

Inclusão Social
A Inclusão Social é um conceito contrário à exclusão social. Ou seja, ele trata
das diversas maneiras de incluir os seres humanos que, por algum motivo,
estão excluídos da sociedade.

Em resumo, a inclusão social é um conjunto de ações e medidas que priorizam


a igualdade de direitos. Ela busca oportunidades de acesso para todos com o
intuito de acabar com o problema da exclusão social.

Projetos e Programas de inclusão de diversas instituições pelo mundo têm


diminuído cada vez mais o problema da exclusão.

Desigualdade Social e Exclusão Social


A desigualdade social e econômica gerada pela miséria, injustiça e exploração
econômica, tem sido um grande problema social enfrentado por diversos
países no mundo.

Para muitos, a desigualdade social no mundo começa com a introdução do


sistema capitalista, onde há os produtores e trabalhadores, ou exploradores e
explorados.

Nesse sentido, o conceito de exclusão social está intimamente relacionado com


o de desigualdade.

Isso porque ela potencializa o processo de exclusão social. Gera pobreza,


miséria, mortalidade, aumento do desemprego, aumento da violência e
marginalização de parte da sociedade.

Ainda que a desigualdade social no Brasil tenha diminuído nos últimos anos, o
problema da exclusão social é notório em diversos locais do país.
Tipos de Exclusão Social
Há diversos tipos de exclusão social, das quais se destacam:

 Exclusão Cultural e Étnica: conceito atribuído as minorias étnicas e culturais,


por exemplo, a exclusão dos índios.
 Exclusão Econômica: determina a exclusão de pessoas que possuam rendas
inferiores, por exemplo, os pobres.
 Exclusão Etária: designa a exclusão por idades, por exemplo, crianças e
idosos.
 Exclusão Sexual: tipo de exclusão que é determinada pelas diferentes
preferências sexuais, por exemplo, a exclusão dos transexuais.
 Exclusão de Gênero: relativo ao gênero masculino e feminino, por exemplo, a
exclusão das mulheres.
 Exclusão Patológica: exclusão relativa às doenças, por exemplo, os
portadores de HIV.
 Exclusão Comportamental: aborda sobre os comportamentos destrutivos,
por exemplo, dos indivíduos toxicodependentes.

O Espaço Urbano no Brasil


O processo de urbanização brasileira começou a partir de 1940, como resultado da
modernização econômica e do grande desenvolvimento industrial graças a entradas de
capital estrangeiro no país.

As empresas transnacionais preferiram se instalar nas cidades em que a concentração


populacional fosse maior e de melhor infra-estrutura, dando origem às grandes
metrópoles.

A industrialização gerou empregos para os profissionais qualificados, expandiu a classe


média e o nível de consumo urbano. A cidade transformou-se num padrão de
modernidade, gerando êxodo rural.

A tecnologia e o nível de modernização econômica não estavam adaptados à realidade


brasileira.

A migração campo-cidade gerou desemprego e aumento das atividades do setor


terciário informal.

O modelo de desenvolvimento econômico e social adotado no Brasil a partir dos anos


50 levou a um processo de metropolização.
Ocorrência do fenômeno da conurbação, que constituem as regiões metropolitanas
(criadas em 1974 e 1975).

A partir da década de 80 houve o que se chama de desmetropolização, com os índices


de crescimento econômico maiores nas cidades médias, havendo assim um processo de
desconcentração econômica.

Outras regiões passaram a atrair mais que as regiões metropolitanas, havendo também
desconcentração populacional.

Está ocorrendo um declínio da importância das metrópoles na dinâmica social e


econômica do país.

Um número crescente de cidades passou a pertencer ao conjunto das cidades médias e


grandes.

Podemos dizer que o Brasil se modernizou e que a grande maioria da população


brasileira, já está de alguma forma integrada aos sistemas de consumo, produção e
informação.

Existe hoje uma integração entre o Brasil urbano e o agrário, um absolvendo aspectos
do outro. A produção rural incorporou inovações tecnológicas produzidas nas cidades.
O Brasil rural tradicional está desaparecendo e sobrevive apenas nas regiões mais
pobres.

A produção comercial está cada vez mais voltada para a cidade.


A produtividade aumentou e o meio rural integrou-se aos principais mercados nacionais
e internacionais.

A implantação de modernos sistemas de transportes e de comunicações reduziu as


distâncias e possibilitou a desconcentração das atividades econômicas, que se
difundiram por todo o país e hoje são coordenadas a partir de diretrizes produzidas nos
grandes centros nacionais e internacionais.

Segundo o modelo informacional, São Paulo é a metrópole mundial brasileira que


exerce controle sobre os principais sistemas de comunicação que difundem as inovações
por todo o país, através dos meios de comunicação.

Observa-se uma ruptura com a hierarquia urbana tradicional e a formulação de um novo


modelo de relações, muito mais complexo e adequado ao quadro social e econômico do
Brasil contemporâneo.

A preservação da Amazônia é uma questão crucial para a integridade


territorial do país que se torna ainda mais relevante num cenário marcado
pela agressão ao meio ambiente e pela escassez global de recursos naturais
no raiar do século XXI. A politica de meio ambiente, a estrutura para sua
efetiva implementação e o modelo de preservação que o governo brasileiro
vem adotando para a região têm recebido críticas em todos os países
desenvolvidos, vindas de autoridades governamentais e da sociedade civil.
O que se questiona é a inexistência de estrutura apropriada para a proteção
da Amazônia como um bem natural, e essas críticas são preocupantes não
apenas por sua origem e alvo, mas também pelo seu conteúdo, pois
sugerem modificações que ferem a soberania e a integridade territorial do
país.
Com base numa pesquisa bibliográfica, este artigo procura discutir a forma
de inserção da questão amazônica - e conseqüentemente a política
ambiental - no debate sobre a política de defesa nacional. Uma vez que os
problemas dessa região envolvem aspectos pertinentes tanto à política de
meio ambiente quanto à de defesa, o que se pretende aqui é discutir a
necessidade de adoção de um modelo de preservação do ecossistema da
Amazônia que conte com maior apoio das Forças Armadas.
Reformulada a partir da década de 1990, a política de defesa nacional tem
procurado se adequar a uma drástica redução de custos, sem que isso
prejudique o desempenho de suas funções essenciais. Essa política se
baseia, ainda, numa sistemática de defesa mantida mesmo em tempos de
paz - principalmente, em relação á garantia da soberania nacional - e dessa
forma, está vinculada á proteção do território e dos recursos naturais
brasileiros. Ao se discutir as implicações que a política ambiental traz para a
política de defesa nacional, o objetivo é abordar a defesa do meio ambiente
no Brasil como uma forma de resguardar a própria soberania do país.

Tanto os Estados como os blocos de integração, formados por estes, são considerados
instâncias de poder, exercido através de várias ferramentas. No caso do Mercosul, o
exercício do poder pode ser analisado através das políticas regionais, constituindo a
mobilidade territorial um exemplo delas. O tratamento multilateral do fenômeno da
mobilidade territorial é novo para a região. Sendo tradicionalmente associado à política
interna dos Estados, está hoje se tornando um assunto de decisão coletiva. A lógica da
integração exige uma abertura política de migração seletiva regional, que contrasta com
a política restritiva para os cidadãos de terceiros países. Como consequência, surge a
distinção entre os cidadãos mercosulinos e os não mercosulinos, tendendo-se para o
aprofundamento do processo de integração regional. Esta política regional se encontra
em constante construção e debate.

A Região Nordeste do território brasileiro é composta por nove


estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco,
Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Sua extensão territorial é de
1.554.257,0 quilômetros quadrados, sendo o terceiro maior complexo
regional do Brasil, ocupando 18,2% da área do país. O território
nordestino limita-se com as regiões Norte (a oeste), Centro-Oeste (a
sudoeste), Sudoeste (ao sul), além de ser banhado pelo oceano
Atlântico (ao norte e leste).

Conforme dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo


Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população
nordestina totaliza 53.081.950 habitantes, abrigando cerca de 28% da
população residente no Brasil. A densidade demográfica é de 34,1
habitantes por quilômetro quadrado; o crescimento demográfico é de
1,3% ao ano. A população urbana é maioria – 73%. O estado da Bahia
é o mais populoso (14.016.906 habitantes); Sergipe possui a menor
concentração populacional da Região (2.068.017 habitantes).

O Nordeste apresenta características físicas e socioeconômicas que


variam de acordo com a região, fato que criou as sub-regiões do
Nordeste: Meio-Norte, Zona da Mata, Agreste e Sertão. (Veja mais
em: As Sub-Regiões do Nordeste).

A economia nordestina está em constante processo de


desenvolvimento. A Região vem recebendo várias indústrias, um dos
motivos é a concessão de benefícios fiscais pelos governos estaduais
(isenção de impostos, doação de terrenos, etc.), além de mão de obra
mais barata; um dos exemplos foi a instalação da Ford, na Bahia, e
diversas empresas têxteis, no Ceará.

Outro elemento essencial para a economia do Nordeste é a exploração


de petróleo: a região é a segunda produtora de petróleo do país e a
maior na extração de petróleo em terra. Possui também um dos
principais polos petroquímicos do Brasil – Camaçari, na Bahia.

A agricultura e a pecuária são extremamente prejudicadas com a


irregularidade das chuvas. Destacam-se nesse setor a criação de
cabras, em razão da fácil adaptação do animal ao clima. A cana-de-
açúcar é o produto agrícola que se destaca, mas as lavouras irrigadas
de frutas tropicais vêm crescendo em importância na produção
nacional. O Nordeste apresenta significativa criação comercial de
camarão, concentra 97% da produção nacional desse crustáceo.

O turismo é de fundamental importância na economia. O grande


número de cidades litorâneas com belas praias atrai milhões de turistas
anualmente. Conforme dados do Instituto Brasileiro do Turismo de
2009, capitais nordestinas como Salvador (BA), Fortaleza (CE),
Recife (PE) e Natal (RN) estão entre as cidades brasileiras que mais
recebem turistas estrangeiros.
A participação do Nordeste para o Produto Interno Bruto (PIB)
nacional é de 13,1%.
A região apresenta vários problemas de ordem socioeconômica. Os
estados nordestinos ocupam as últimas colocações no ranking nacional
de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A taxa de mortalidade
infantil é a maior do país – 33,2 óbitos a cada mil nascidos vivos.
Cerca de 55% das residências não possuem saneamento ambiental. A
expectativa de vida do nordestino é a menor do Brasil (70 anos). No
entanto, o Nordeste tem apresentado melhoras significativas nos
aspectos sociais. A desnutrição infantil, por exemplo, sofreu redução
de 67% num período de 10 anos (1996 – 2006), conforme dados
divulgados pelo Ministério da Saúde.

A região Nordeste apresenta uma grande diversidade cultural (Veja


mais em Aspectos Culturais da Região Nordeste) com elementos
indígenas, dos escravos africanos, dos imigrantes europeus. É um dos
complexos regionais mais ricos em manifestações culturais

América do Sul



Com extensão territorial de 17,8 milhões de quilômetros quadrados, a
América do Sul consiste numa subdivisão do continente americano. Os
países que integram essa porção continental são: Argentina, Bolívia,
Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname,
Uruguai e Venezuela, além do território da Guiana Francesa.

A América do Sul limita-se com a América Central, por meio da fronteira


entre Colômbia e Panamá. Esse subcontinente une-se à América do Norte
pelo istmo central e separa-se da Antártica pelo estreito de Drake.

Seu território apresenta grandes planícies na porção central, onde estão


localizadas as bacias hidrográficas Amazônica, Orinoco e a do Prata. Os
planaltos e maciços antigos são predominantes na porção leste. A
cordilheira dos Andes, cujo ponto mais alto é o pico do Aconcágua (6.960
metros), está localizada na região oeste da América do Sul. No norte, com
predominância do clima equatorial, existem florestas tropicais úmidas. A
porção sul recebe influência do clima desértico (deserto do Atacama),
além de abrigar os pampas argentinos e florestas subtropicais.

A população sul-americana é bastante miscigenada, com destaque para a


influência dos índios, negros, portugueses e espanhóis. Em virtude do
processo de colonização, os idiomas mais comuns são o espanhol e o
português, além do holandês (Suriname).

A América do Sul possui 393 milhões de habitantes, cuja densidade


demográfica é de 22 habitantes por quilômetro quadrado. A maioria dos
habitantes reside em áreas urbanas: 84%. O crescimento demográfico sul-
americano é um dos mais altos do mundo: 1,1% ao ano. Porém, seu
território apresenta grandes vazios demográficos, como, por exemplo, o
deserto do Atacama e a Patagônia. Por outro lado, algumas cidades são
extremamente povoadas: Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Buenos
Aires, Lima, Bogotá, Santiago, Caracas, entre outras.

A economia dos países que integram esse subcontinente baseia-se na


produção agrícola e no beneficiamento desses produtos. Logo, a
agricultura é uma atividade de fundamental importância para a captação
de receitas na maioria dessas nações, com destaque para o cultivo de
café, coca, cacau, cana-de-açúcar, banana, cereais, algodão, etc.

A América do Sul possui muitos recursos naturais de valor comercial, e


vários países exploram esse potencial econômico. O petróleo é extraído
no Brasil, Equador e, principalmente, na Venezuela. A mineração destaca-
se pelas jazidas de ouro, prata, cobre estanho, manganês, ferro, zinco,
chumbo, alumínio, entre outras.

O setor industrial é mais desenvolvido na Argentina, Chile e Brasil,


destacando-se os segmentos de refino de petróleo, siderurgia, metalurgia,
alimentício, automobilístico, eletroeletrônico e químico. A indústria no
Brasil é responsável por 60% da produção sul-americana nesse setor da
economia.

Esse subcontinente americano apresenta grandes problemas


socioeconômicos: o analfabetismo atinge 11% dos habitantes; a taxa de
mortalidade infantil é de 20 óbitos a cada mil nascidos vivos; os serviços
de saneamento ambiental não atendem a maioria das residências e
grande parte da produção mundial de drogas é realizada na América do
Sul, fato que intensifica a criminalidade.
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Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia

Bibliografia sugerida
a) COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral – Volume Único. 10ª edição. São
Paulo: Saraiva, 2012.

b) KOSHIBA, Luiz, PEREIRA, Denise Manzi Frayze. História do Brasil: no contexto da


história ocidental. Ensino Médio. 8ª edição, 6ª reimpressão revista, atualizada e
ampliada. São Paulo: Atual, 2003.

c) MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São
Paulo: Atual, 2012.

d) TERRA, Lígia, GUIMARÃES, Raul Borges e ARAÚJO, Regina. Conexões: Estudos de


Geografia do Brasil. 1ª edição. Moderna, 2009. e) SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João
Carlos. Geografia Geral e do Brasil: Espaço Geográfico e Globalizado. Vol. 1, 2 e 3. 2ª
edição. São Paulo: Scipione, 2012.

f) TERRA, Lígia, GUIMARÃES, Raul Borges e ARAÚJO, Regina. Conexões: estudos de


geografia do Brasil. 1ª edição. Moderna, 2010. d. INGLÊS

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