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Aula 2 - Morfologia Do Solo - v22-1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

DEPARTAMENTO DE SOLOS
FUNDAMENTOS DE CIÊNCIA DO SOLO

MORFOLOGIA DO SOLO

Prof. Ricardo Bergamo Schenato


Morfologia do Solo
- Estudo das formas de um corpo natural
- Descrição da aparência do solo no campo (perfil), através de
metodologia padronizada (Lemos e Santos, 1996), das características
visíveis a olho nu ou perceptíveis por manipulação.

Características morfológicas
(perfil)

Características ambientais
QUAIS AS INFORMAÇÕES
Espessura e arranjamento
PRÁTICAS QUE A
Cor MORFOLOGIA DO SOLO
Textura PODE FORNECER?

Estrutura Morfologia do solo


Porosidade

Consistência

Cerosidade

Grande valor prático

Interpretar propriedades do solo

Entender como o solo funciona


Aptidão do solo (uso, preservação, etc)

Qual a melhor forma de manejá-lo


Características morfológicas do solo
São utilizadas em:
Identificação de solos (gênese, levantamento e classificação);
Avaliação:
da capacidade de uso da terra
da habilidade do solo em suportar o desenvolvimento de plantas
de suporte ao pisoteio animal
de suporte a obras de engenharia civil
do movimento de água e solutos no perfil
na resposta ao manejo
na resistência à degradação pelos processos erosivos
projetos ambientais

Importância
Características morfológicas + químicas e físicas
Predizer a vocação do uso do solo
Características morfológicas do solo
A descrição é realizada de acordo com procedimentos bem estabelecidos
I. SOLO, PERFIL E HORIZONTES
e descritos na bibliografia: A. Descrição morfológica de perfis de solos
B. Seleção do local para descrição do perfil
C. Sequência para exame morfológico do perfil

II. HORIZONTES DO SOLO


A. Espessura e arranjamento dos horizontes
B. Transição entre os horizontes
C. Estudos das características morfológicas dos horizontes
D. Identificação e nomenclatura dos horizontes

III. REGISTRO E REDAÇÃO DAS DESCRIÇÕES


A. Descrição geral
B. Descrição morfológica

IV. CARACTERÍSTICAS COMPLEMENTARES


A. Pedregosidade
B. Rochosidade
C. Relevo
D. Erosão
E. Drenagem do perfil
F. Vegetação primária
G. Raízes
H. Fatores biológicos

V. EXEMPLOS DE DESCRIÇÕES DE PERFIS DO SOLO

VI. COLETA DE AMOSTRAS

VII. FORMULÁRIOS

VIII. LISTA DO MATERIAL NECESSÁRIO PARA TRABALHOS DE CAMPO


Principais horizontes e camadas do solo:

O – essencialmente orgânico em diversos graus de decomposição. Ocorre


sobre um horizonte mineral e em condições de boa drenagem.

H - Ocorre sobre um horizonte mineral e em condições de má drenagem.

A – Horizonte mineral superficial ou logo abaixo O ou H.

E – Horizonte logo abaixo do horizonte A. Apresenta cores claras e textura


mais arenosa.

B – É um horizonte abaixo de um horizonte A ou E e que sofreu intensa


transformação pedogenética.

C – É um horizonte abaixo do horizonte B ou abaixo do A. Pouco influenciado


pelos processos pedogenéticos.

R – Camada  corresponde ao substrato rochoso


Sufixos utilizados para indicar a presença de características específicas
a= Propriedades ândicas. Ex.: Aa, Ba, Ca
b= Horizonte enterrado. Ex.: Ab, Ha, Eb, Bb, Fb.
c= Concreções ou nódulos endurecidos de Fe, Al, Mn ou Ti. Ex.: Bc, Cb.
d= Avançada decomposição do material orgânico. Ex.: Od, Hd.
f= Plintita. Ex.: Bf, Cf.
e= escurecimento da parte externa dos agregados por matéria orgânica. Ex.: Be
g= glei. Ex.: Bg, Cg.
h= acumulação iluvial de matéria orgânica. Ex.: Bh.
i= desenvolvimento incipiente do horizonte B (Bi).
j= tiomorfismo. Ex.: Aj, Bj.
k= presença de carbonatos remanescentes do material de origem. Ex.:Bk, Ck.
k= acumulação de carbonato de Ca secundário. Ex.:Bk.
m= extremamente cimentado. Ex.: Bm, Cm.
n= acumulação de sódio trocável. Ex.:Bn, Cn.
o= material orgânico pouco ou nada decomposto. Ex.: Oo, Ho.
p= horizonte lavrado ou revolvido. Ex.: Ap.
q= acumulação de sílica. Ex.: Bq, Cq.
r= rocha branda ou saprolito. Ex.: Cr
s= acumulação iluvial de sesquióxidos. Ex.: Bs.
t= acumulação iluvial de argila. Ex.: Bt.
u= modificações e acumulações antropogênicas. Ex.: Au, Hu.
v= características vérticas. Ex.: Bv, Cv.
w= estágio avançado de intemperização do material mineral. Ex.: Bw.
x= cimentação aparente, reversível (pseudocimentação). Ex.: Bx, Cx, Ex.
y= acumulação de sulfato de Ca. Ex.: By, Cy.
z= acumulação de sais mais solúveis em água fria do que o sulfato de Ca. Ex.: Hz, Az, Bz, Cz
1 - Espessura e transição entre horizontes:
Grau ou nitidez:
Abrupta - < 2,5cm
Clara – 2,5 – 7,5 cm
Gradusl – 7,5 – 12,5 cm
Difusa - > 12,5 cm

Forma ou topografia
Plana, regular,
irregular, descontínua
ESPESSURA E ARRANJAMENTO DOS Hz

•Evolução do solo;
•Armazenamento de água  ‘tamanho da caixa d’água’
•Dinâmica da água no interior do solo – drenagem;
•Potencial para mecanização;
•Possíveis impedimentos para desenvolvimento de raízes;
1 - Espessura e transição entre horizontes:

A A A A
AB AB AB AB
B1
B B B
B2
BC BC
C C C
C C

Plana Ondulada Irregular Descontínua


2. Cor do Solo
Importância

Determinação no campo – Comparação com a escala de Munsell

A notação se faz de acordo com o matiz, valor e croma


Matiz : cor do espectro da luz, estando relacionado com o
comprimento de onda de luz.
Valor ou tonalidade: refere-se a luminosidade relativa da cor
Croma: é a pureza da cor em relação ao cinza (valor)
Cor: geralmente dada pela quantidade e estado em que se
encontra o ferro e/ou a matéria orgânica.

• matiz – nome da cor (R=Red, Y=Yellow)


• valor – brilho ou tonalidade
• croma – intensidade ou pureza da cor em relação ao cinza
5YR 3/4
croma
matiz valor
COR

•Drenagem;
•Matéria orgânica;
•Fertilidade, com destaque para a fixação de P;
Excesso de água = redução

Fe3+ Fe3+ Fe2+


Vermelho Amarelo Cinzento
α Fe2O3 α FeOOH
Hematita Goethita
Solos ‘gleizados’ (acinzentados), quando drenados, podem ter baixos
teores de Fe, Mn e Co, provocando deficiências desses elementos nas plantas
(Fe e Mn) e animais (Co).
COR

•Drenagem;
•Matéria orgânica;
•Fertilidade, com destaque para a fixação de P;

O acúmulo de MO está relacionada a cores escuras;


A sua presença se dá nos centímetros mais superficiais do solo;
Nem toda a cor escura significa que seja MO, por exemplo:
1) Latossolos ricos em hematita: podem ter conteúdos variáveis de MO e a
cor não ser diferente, graças ao poder da hematita em determinar a cor.
2) Vertissolos podem apresentar coloração muito escura mesmo com baixo
teor de MO.
COR

•Drenagem;
•Matéria orgânica;
•Fertilidade, com destaque para a fixação de P;

A fixação de P (adsorção) está ligada à presença de óxidos de ferro e de alumínio;

Solos avermelhados, tendem a ter grandes quantidades de óxidos de Fe e


adsorvem bastante P; (no entanto, existem solos avermelhados que não têm essa
características (não são originados de rochas máficas, p.e.);

Solos ricos em gibbsita (óxido de Al), podem não ser avermelhados e adsorver muito
P;

Em condições comparáveis um solo mais argiloso adsorve mais P que um arenoso;
3. Textura do Solo

Partículas
que
Ar
apresentam
20 a 30%
Minerais diferentes
Espaço
Poroso 45%
Sólidos tamanhos
do solo
Água
20 a 30%
Mat. Org.
5%

Frações granulométricas
ou
Frações texturais
No Campo:

A textura é feita por estimativa, esfregando uma massa


de solo úmida e homogeneizada entre os dedos

Areia Sensação aspereza, não plástico, não pegajoso

Silte Sensação sedosidade, plástico, não pegajoso

Argila Sensação sedosidade, plástico, pegajoso


40%
silte

33%
argila

27% areia
TEXTURA

Veja uma representação da drenagem em função do tamanho de partícula


4. Estrutura do Solo

AREIA
SILTE
ARGILA

Conceito
Arranjo das partículas areia, silte e argila em
agregados ou torrões
Campo

Descrição
grau  fraca, moderada, forte
tamanho  pequena, média, grande
Tipo:
ESTRUTURA

arranjo
AREIA + SILTE + ARGILA ESTRUTURA
AGREGADO
Formação e estabilização dos agregados:

 Processos físico-químicos predominam nos agregados menores


e processos biológicos nos agregados maiores;

 Em solos argilosos os processos físico-químicos tendem a ser


mais importantes, enquanto nos arenosos os processos biológicos
são altamente dependentes dos processos biológicos;
ESTRUTURA
ESTRUTURA
 A matéria orgânica é um dos principais agentes na agregação do solo;

 O preparo intensivo e/ou com alta frequência destrói a estrutura e diminui a MOS;

 Um solo bem estruturado propicia um melhor desenvolvimento para as raízes


através da drenagem satisfatória, boa aeração e melhor armazenamento de água;

http://www.plantiodireto.com.br/?body=cont_int&id=915 Source: David Wrigh (http://soer.justice.tas.gov.au/2003/image/411/index.php)


ESTRUTURA
 Estratégias de manejo adequadas são a diferença entre um solo de qualidade e um
solo degradado!

EMBRAPA, 2009. Comunicado Técnico 163.


ESTRUTURA
 Estratégias de manejo adequadas são a diferença entre um solo de qualidade e um
solo degradado!
5. Consistência do Solo
Reflete a ação das forças de adesão e coesão frente às deformações
que lhe são impostas. (Ribeiro et al., 2012)
Capacidade do solo de se moldar.

Depende da umidade:
Solo Seco: Dureza ou tenacidade
Solto; Macio; Ligeiramente duro; Duro; Muito duro;
Extremamente duro

Solo Úmido: Friabilidade do Solo


Solto; Muito friável; Friável; Firme; Muito firme; Extremam.
firme
CONSISTÊNCIA
É o resultado das forças de coesão e de adesão em diferentes condições de umidade.

 A consistência tem implicações diretas sobre o manejo!

QUAL O MOMENTO ADEQUADO DE TRABALHAR O SOLO

Solos muito plásticos e muito pegajosos  faixa de umidade apropriada ao


trabalho é estreita. Por exemplo os Vertissolos.
Solo Molhado: Plasticidade e Pegajosidade
- Não plástico; Ligeiramente plástico; Plástico; Muito plástico
- Não pegajoso; Lig. Pegajoso; Pegajoso; Muito pegajoso
6. Porosidade do Solo
É o espaço do solo que pode ser ocupado pelo ar e pela água.
Pode ser:

Textural  espaço entre as partículas (areia, silte e argila)


Estrutural  entre os agregados
Específica  decorrentes da atividade biológica

Campo:
Descrição morfológica  Lupa

Tamanho Muito pequenos (Ø  1mm), até muito grandes (Ø 


10 mm)

Quantidade
Poucos poros e poros
comuns
6. Porosidade do Solo
É o espaço do solo que pode ser ocupado
pelo ar e pela água.

Textural
6. Porosidade do Solo
É o espaço do solo que pode ser ocupado
pelo ar e pela água.

Estrutural
6. Porosidade do Solo
É o espaço do solo que pode ser ocupado
pelo ar e pela água.

Específica
POROSIDADE
 Os solos apresentam número, tamanho, distribuição e continuidade de poros
variáveis e essas características podem ser afetadas pelo manejo;

 A porosidade afeta a dinâmica de água e de gases no solo;

 Os poros são divididos em macroporos (> 0,05 mm) e microporos (< 0,005 mm);

Solos argilosos tem grande microporosidade e pode ter macroporosidade


decorrente da agregação;

Raízes crescem melhor nos macroporos;

A água é retida com mais força nos poros menores, podendo ficar
indisponível para as plantas, enquanto dos poros maiores ela sai por
gravidade; entre esses extremos existem poros intermediários.
7- Cerosidade
Consiste numa fina película de argila depositada na superfície dos agregados
conferindo-lhes aspecto lustroso e com brilho graxo. É resultante da migração
de argila iluvial. Serve para identificar horizonte B textural e B nítico
Quanto ao grau de desenvolvimento: Fraca, moderada, forte
Quanto a quantidade: pouco, comum, abundante

B textural B nítico
CEROSIDADE
É um indicativo do intemperismo do solo: Latossolos (mais intemperizados,
ricos em óxidos de Fe e Al, pobres em nutrientes e profundos) não possuem as
películas de argila que caracterizam a cerosidade.

Pode influenciar a difusão de P e K;

As raízes tendem a crescer nas superfícies onde há cerosidade, que podem


coincidir com os macroporos, em detrimento do interior dos agregados;

essa característica pode levar ao rompimento e/ou amassamento de


raízes por ocasião dos ciclos de umedecimento e secagem;
8. Slickensides – superfícies lisas e lustrosas com estrias paralelas
encontradas na superfície das unidades estruturais
9. Raízes  descrever a quantidade de raízes em cada
horizonte.

CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS

1. Localização

2. Situação e declive

3. Altitude

4. Litologia
5. Vegetação

6. Relevo

7. Drenagem

8. Erosão

9. Pedregosidade e rochosidade

10. Uso atual


CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS
Localização, situação e declive, altitude, litologia, vegetação, relevo,
drenagem, erosão, pedregosidade e rochosidade, uso atual
CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS
Localização, situação e declive, altitude, litologia, vegetação, relevo,
drenagem, erosão, pedregosidade e rochosidade, uso atual
CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS
Localização, situação e declive, altitude, litologia, vegetação, relevo,
drenagem, erosão, pedregosidade e rochosidade, uso atual
CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS
Localização, situação e declive, altitude, litologia, vegetação, relevo,
drenagem, erosão, pedregosidade e rochosidade, uso atual
CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS
Localização, situação e declive, altitude, litologia, vegetação, relevo,
drenagem, erosão, pedregosidade e rochosidade, uso atual

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