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4-Período Helenístico

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sócrates platão hegel tales de mileto kant popper foucault demócrito s platã

kie
aristóteles spinoza descartes hume marx rousseau parmênides aristóteles
sartrespiga
heidegger sartre bacon rousseau parmênides habermas sócrates heidegger spinoza
sart
hobbes locke santo agostinho pitágoras platão aristóteleshobbesheidegger lockepops
nietzsche arendt tomás de aquino sócrates montesquieu epicuro nietzche arendt
arend
foucault hegel epicuro voltaire heráclito sêneca schopenhauer foucault
beauvoir
hegel
kierkegaard habermas husserl sartre marx maquiavel kierkegaardkierkegaard sênecha
bacon tales de mileto locke epicuro parmênides bacon spinoza baconhumetaleshegde
santo agostinho kant popper foucault demócrito kierkegaard santo
hobbes
agostinhpas
tales de mileto hobbes sêneca hegel nietzsche arendt tomás tales
de deaquino
miletod
platão hegel maquiavel montesquieu heidegger galileu locke platão
parmênide
hegel m
schopenhauer hume aristóteles spinoza pitágoras platão kant schopenhauer
adorno m
Período
descartes rousseau montaigne marx nietzsche voltaire wittgenstein
locke husserl foucault sartre hobbes hegel heráclito demócrito
descartes rous
lockehobbes
maq
husserlm f
heráclito habermas sêneca parmênides aristóteles schopenhauer heráclitomaqui
habe

Helenístico
pascal galileu platão hegel tales de mileto kant sócrates montesquieu
pascal galileu
aristóteles spinoza descartes marx arendt popper epicuro aristóteles
nietzsche hob
fo
spi
leibniz schopenhauer kant bacon rousseau maquiavel pitágoras leibnizsêneca
schopeb
pitágoras locke santo agostinho Filosofia
hume hobbesAntiga Aulademócrito
marx 4 pitágorashabermalock
nietzsche hobbes tómas de aquino kierkegaard husserl leibniz nietzche
kanthobb
spino
platão hegel tales de mileto pascal montesquieu heideggerplatão nietzsche
hegelvota
descartes marx aristóteles foucault spinoza habermas arendt descartes
tomásmar de a
heidegger sartre baconCurso Onlineleibniz voltaire descartesheidegger
rousseau montesquieu sart
Filosofia 360°
hume galileu santo agostinho husserl heráclito sêneca schopenhauer
sêneca tales de mileto spinoza pascal schopenhauer maquiavel
hume galileu
sêneca santo
are
talesag
s
d
sócrates platão hegel talesProf. Mateuskant
de mileto Salvadori
popper foucault demócrito s platã
kie
aristóteles spinoza descartes hume marx rousseau parmênides aristóteles
sartrespiga
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sart
hobbes locke santo agostinho pitágoras platão aristóteleshobbesheidegger lockepops
nietzsche arendt tomás de aquino sócrates montesquieu epicuro nietzche arendt
arend
sócrates hegel
foucault platãoepicuro
hegel tales de mileto
voltaire kant
heráclito popper
sêneca foucaultfoucault
demócrito
schopenhauer s hegel
platã
beauvoir kie
aristóteles spinoza descartes hume marx rousseau parmênides aristóteles
sartrespiga
heidegger sartre bacon rousseau parmênides habermas sócrates heidegger spinoza
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hobbes locke santo agostinho pitágoras platão aristóteleshobbesheidegger lockepops
nietzsche arendt tomás de aquino sócrates montesquieu epicuro nietzche arendt
arend
foucault hegel epicuro voltaire heráclito sêneca schopenhauer foucault
beauvoir
hegel
kierkegaard habermas husserl sartre marx maquiavel kierkegaardkierkegaard sênecha
bacon tales de mileto locke epicuro parmênides bacon spinoza baconhumetaleshegde
kegaard hobbes
leu leibniz kant 1
pascalPeríodo
heráclitoHelenístico
er sartre parmênides
más de aquino pela Guerra do Pelopo-
Enfraquecidos mas também e, sobretudo, de revolu-
ttgenstein
neso, oshume gregos não resis�ram ao ção espiritual e cultural, a par�r do mo-
ataque macedônico na batalha de Que-
schopenhauer mento que na dimensão polí�ca (isto é,
roneia
l marx (338 a.C.) e sucumbiram diante
epicuro na vida dentro da pólis) se reconheciam
do rei Filipe II. O domínio macedônico todos os grandes filósofos gregos, os
al voltaire tales
não ficou só na Grécia. Com a morte do quais justamente sobre este fundamen-
cartesrei rousseau
Felipe II, seu filho Alexandre (336 – to construíram seus sistemas e sua
galileu
323heidegger
a.C.) de apenas 18 anos, assume o antropologia. Alexandre com sua
x popper
poder espinoza
conquista os grandes domínios expansão promove gradualmente a
avel do Império Persa, expandindo o pode-
kierkegaard queda da pólis.
rio macedônico
ntaigne heráclito até a Índia. Alexandre
foi educado nos costumes gregos, teve Ele dá início ao primeiro projeto de glo-
el platão hume
Aristóteles como seu professor e espa- balização, com a convivência de povos
caultlhou
wittgenstein
a cultura grega por um vas�ssimo de diferentes costumes vivendo sob um
s tomás de aquino
território. mesmo território e domínio. O ideal da
auvoir habermas pólis, portanto, é subs�tuído pelo ideal
A expansão
galileu leibniz e mistura da cultura grega “cosmopolita” (o mundo inteiro é uma
com heráclito
pascal a dos povos orientais originou o pólis) e o homem-polí�co é subs�tuído
que foi conhecido de Helenismo. Seu pelo homem-indivíduo; a contraposição
re wittgenstein
império não resis�u à sua morte. Foi grego-bárbaro em larga medida é supe-
uinodividido
kierkegaard
entre seus generais e foi con- rada pela concepção do homem em
picuro hegelpelos romanos. No entanto, as
quistado uma dimensão de igualitarismo univer-
dt bacon
cidadesplatão
fundadas por ele con�nuaram sal. Esse novo mundo que Alexandre
stinhotransmi�ndo
sócratesa cultura grega para diver- estava criando requeria um novo
sos povos
kegaard hobbes ao longo de séculos. Como homem, que deixaria de ser um cidadão
exemplo, podemos citar Alexandria no da pólis para ser um cidadão do mundo,
leu leibniz kant
Egito, Pérgamo na Ásia Menor e a Ilha da cosmo-pólis, ou seja, um cosmopoli-
pascalde heráclito
Rodes no Mar Egeu. ta.
er sartre parmênides
más deA aquino
grande expedição de Alexandre Dessa maneira, todo aquele corpo teó-
kegaard
ttgenstein
Magno hobbes
hume
para o oriente e as sucessivas rico sustentado pelos filósofos gregos,
conquistas
leu leibniz territoriais, com a formação
kant que concebia a pólis como sendo o
pascalde um império vas�ssimo e a teorização
heráclito único lugar onde o homem poderia
de uma monarquia universal divina, exercitar suas virtudes e fazer florescer
per sartre parmênides
�veram como efeito imediato o de colo- suas potencialidades, foi perdendo sen-
más decar aquino
em gravíssima crise a pólis. Não se �do, pois a pólis estava deixando de
ttgenstein humede revolução polí�ca,
tratou apenas exis�r em seu formato original. Com-
schopenhauer
l marx epicuro
kegaard hobbes s platão hegel tales de milet
leu leibniz kant 2
aristóteles spinoza descartes hume
pascalPeríodo
heráclitoHelenístico heidegger sartre bacon rousseau pa
er sartre parmênides hobbes locke santo agostinho pitág
más de aquino então por que as filosofias
preendemos nietzche
trou uma arendt
espécie de tomás de aquino
refundação com só
ttgenstein
até entãohumeelaboradas (com exceção da foucault
Diógenes hegel
de Sinope epicuro voltaire
(400-325 a.C.),herá
socrá�ca) arriscaram tornar-se desatua-
schopenhauer mais conhecidohabermas
kierkegaard como Diógenes o cão,sartr
husserl
lizadas
l marx epicuroe superadas pelos tempos. que levou
bacon talesessa
de corrente filosófica
mileto locke a
epicuro
Surgiu assim fortemente a exigência de grande sucesso. Ele imprimiu ao movi-
al voltaire tales
novas filosofias mais eficazes do ponto
santo agostinho kant popper foucau
mento uma clara orientação an�cultu-
cartesde rousseau
vista prá�co, que ajudassem a tales
ralista,de
nomileto
sen�do de hobbes sêneca
que declarou com- hege
galileu heidegger
enfrentar os novos acontecimentos e a platão
pletamentehegelinú�lmaquiavel
a pesquisamontesquie
filosófica
x popper
inversão spinoza
dos an�gos valores aos quais schopenhauer
abstrata e teórica hume
para finsaristóteles
de alcançar a spin
avel estavam estreitamente ligadas.
kierkegaard felicidade. Eram
descartes rousseaunecessários, sobretu-mar
montaigne
ntaigne heráclito do, o exemplo
locke husserle foucault
a ação. sartre hobbe
De tal modo, a cultura helênica, difun-
el platão hume
diu-se em vários lugares, tornou-se cul-
heráclito habermas sêneca parmêni
Por isso, o ensinamento de Diógenes se
caulttura
wittgenstein
helenís�ca e o centro da cultura pascal
concentrougalileu
sobreplatão
uma vida hegel
vividatales
fora de
s tomás
passoude aquino
de Atenas para Alexandria, aristóteles
de qualquer spinoza
convençãodescartes
social e redu- marx
auvoir habermas
cidade que mais se destacou ao possuir leibniz
zindo asschopenhauer kant bacon
necessidades ao essencial. Ele ro
a maior
galileu leibniz biblioteca do mundo de sua viveu em Atenas
pitágoras lockedesantoacordoagostinho
com o que hum
época
pascal e por ter formado uma escola
heráclito acreditava,hobbes
nietzche morandotómas em um debarril
aquino e ki
com grandes pensadores. É nesse con- comendo apenas o os outros lhe
re wittgenstein
texto que surgem novas correntes de
platão hegel tales de mileto pascal
davam, já que o cinismo pregava que a
uinopensamento
kierkegaard filosóficas, como respostas descartes
pessoa deveriamarx viveraristóteles
da forma maisfoucault
sim-
picuro
às hegel
novas questões postas por essas heidegger
ples possível,sartre
como um bacon rousseau
animal, despre- lei
dt bacon platão Como expressões das
transformações. hume galileu
zando todas santo agostinho
as convenções sociais. husse
stinhonovas exigências impuseram-se de
sócrates sêneca tales de mileto spinoza pasc
modohobbes
kegaard par�cular a filosofia cínica, a epi- Tudo que era natural
s platão deveria
hegel talesserdefeito
milet
curista, a estoica e a cé�ca, enquanto o aos olhos de todos e considerava coisas
leu leibniz kant aristóteles spinoza descartes hume
platonismo e o aristotelismo caíram em tolas a riqueza, a fama, o poder e as
pascal heráclito
grande medida no esquecimento. Essas heidegger
honras. O idealsartrefoi obacon rousseau
da autarquia, do pa
er sartre parmênides
mudanças na forma de ver o mundo hobbes
bastar-selocke santo agostinho
a si mesmo, e do tornar-se pitág
más de aquinonovas questões que não
colocavam nietzche
independentearendt dos tomás
outros. deOu aquino
seja, a só
kegaard
ttgenstein
podiam hobbes
hume
ser respondidas pelos escritos foucault s hegel
vida cínica platão hegel tales
epicuro
se concre�zava de milet
voltaire
em conduta herá
filosóficos
leu leibniz já existentes.
kant inteiramente spinoza
aristóteles livre, semdescartes
regras. Para hume
pascal heráclito alcançar tal sartre
heidegger obje�vobacon era preciso
rousseau ter pa
1. Cinismo total desprezo pelo prazer e libertar-se
per sartre parmênides hobbes locke santo agostinho pitág
dele, e até atuar uma revalorização da
más de aquino nietzche arendt
fadiga, capazes tomás de
de temperar aquino
o espírito e só
Embora fundado por An�stenes depois
ttgenstein
da mortehumede Sócrates, o cinismo encon- foucault hegel epicuro
torná-lo independente das voltaire
necessida-herá
schopenhauer kierkegaard habermas husserl sartr
l marx epicuro bacon tales de mileto locke epicuro
kegaard hobbes s platão hegel tale
leu leibniz kant 3 aristóteles spinoza descar
pascalPeríodo
heráclitoHelenístico heidegger sartre bacon ro
er sartre parmênides hobbes locke santo agosti
más dedesaquino
supérfluas. cimento se nietzche
fundamenta arendt
sobre atomás
sensa- de
ttgenstein hume ção, sobre afoucault
prolepse hegel
e sobre epicuro
os sen�- vol
Em busca de uma pessoa que não fosse
schopenhauer mentos de dor e de prazer. habermas
kierkegaard A sensação hus
corrupta,
l marx epicuro ele andava com uma lanterna nasce do impacto
bacondetales fluxosde demileto
átomos,lock
interpelando a todos que encontrava. provenientes dos objetos (chamados de
al voltaire tales
Certa vez o imperador Alexandre foi ao
santo agostinho kant popp
“simulacros”) sobre nossos sen�dos, os
cartesseurousseau
encontro e disse-lhe que daria qual- quais, nestatales detem
relação, mileto hobbes
um papel pas- sên
galileu
querheidegger
coisa que pedisse, quando então, platão
sivo e mecânico, de hegel
modo que maquiavel
a marca m
x popper
Diógenes spinoza
pediu apenas que ele saísse schopenhauer
do mundo externo humedos
(ou pelo menos aristó
avel da frente do sol, pois estava impedindo-
kierkegaard eflúvios) registrada
descartes pelos sen�dosmonta
rousseau e
-o de heráclito
ntaigne receber sua luz. perfeitamente
lockecorrespondente ao origi- sar
husserl foucault
nal, tanto que Epicuro pode afirmar que
el platão hume heráclito habermas sênec
a sensação é sempre verdadeira e obje-
2. Epicurismo
cault wittgenstein �va. pascal galileu platão hege
s tomás
Epicurode deaquino
Samos (341 – 271 a.C), que aristóteles spinoza descar
auvoir habermas
fundou sua Escola em Atenas em leibniz
Tais sensações, schopenhauer
por repe�r-se inumerá-kant
galileu leibniz
307/306 a.C., retomou de Leucipo e De- veis vezes epitágoras
mantendo-se na alma,
locke santo dãoago
pascal heráclito
mócrito a teoria atomista, de Sócrates o lugar a imagens apagadas,
nietzche que, por
hobbes tómassua de
conceito de filosofia como arte de viver menor ni�dez, podem se adaptar a múl-
re wittgenstein platão hegel tales de mile
�plos objetos do mesmo gênero e, por-
uinoekierkegaard
estabeleceu uma estreita relação descartes
tanto, antecipar marx aristótele
as caracterís�cas das
entre felicidade e prazer. Epicuro ensi-
picuro hegel
nava que os homens devem se libertar coisas antesheidegger
que estas se sartre bacon ro
apresentem
dt bacon
dos medosplatão e viver uma vida voltada (por isso ashume
chamadas galileu santo
prolepses, istoagosti
é,
stinhoparasócrates
os simples prazeres (hedonismo), antecipações),
sêneca ou representá-las
tales de mileto em spi
kegaard
comohobbesbeber quando se tem sede, sua ausência (do correspondente
s platão hegel sen-tale
comer quando sista do conceito). Os sen�mentos de
leu leibniz kant se tem fome, aproveitar aristóteles spinoza descar
a presença dor e de prazer nascem da ressonância
pascal heráclitodos amigos e familiares. interna dasheidegger
sensações,sartre bacon
ou seja, do ro
Tudo com moderação. Estes prazeres
er sartre parmênides
seriam entendidos como a superação efeito que hobbes lockesobre
elas produzem santo nós,agosti
e
más dedosaquino
desejos es�mulados em sociedade, servem de nietzche
fundamento arendt
para atomás
é�ca, de
kegaard
comohobbes
ttgenstein a hume
busca por fama, riqueza e foucaults hegel
enquanto cons�tuem platão
os hegel
paratale
epicuro
critérios vol
leu leibniz kant dividiu sua filosofia (fina-
poder. Epicuro discriminar aristóteles
o bem do mal.spinoza descar
pascallizando as primeiras duas partes com a
heráclito heidegger sartre bacon ro
terceira), em: 1) Lógica (chamada O homem pode também construir, por
per sartre parmênides hobbes locke santo agost
via de meditação, par�ndo das pro-
“cânon”); 2) �sica; 3) é�ca.
más de aquino lepses, dos nietzche
julgamentos. arendt
Temos tomás
assim a de
ttgenstein humeEpicuro diz que o conhe-
Sobre a Lógica, foucault
opinião. Neste hegelfalta
caso, porém, epicuro
a ga- vol
schopenhauer kierkegaard habermas hu
l marx epicuro bacon tales de mileto lock
kegaard hobbes s platão hegel tales de mileto kant p
leu leibniz kant 4
aristóteles spinoza descartes hume marx ro
pascalPeríodo
heráclitoHelenístico heidegger sartre bacon rousseau parmênide
er sartre parmênides hobbes locke santo agostinho pitágoras pla
más de aquino
ran�a da evidência e, por isso, é nietzche
preciso earendt
vivem uma tomás de aquino sócrates
vida absolutamente feliz e m
ttgenstein
um critério hume foucault
de avaliação. Portanto, hegel epicuro voltaire heráclito sên
nem beata.
todas as opiniões resultam verdadeiras,
schopenhauer kierkegaard habermas husserl sartre marx
mas apenas
l marx epicuro as que são confirmadas
bacon talesSobre �ca, para
dea mileto Epicuro,
locke o verdadei-
epicuro parmên
pela sensação ou não desmen�das por ro bem é o prazer; o máximo prazer é a
al voltaire
ela.
tales santo agostinho kant popper foucault demó
ausência de dor, sendo os prazeres (e as
cartes rousseau tales de mileto
dores) dahobbes sênecaaoshegel
alma superiores nietzch
do corpo.
galileu heidegger
Sobre platão
a Física, Epicuro diz que para fun- hegel maquiavel
Com efeito, a almamontesquieu
sofre também por heide
x popper
damentar spinoza schopenhauer
uma “ontologia materialista” causa das hume aristóteles
experiências spinoza
passadas e por pit
avel ékierkegaard
necessário tomar dos atomistas o causa
descartes das futuras,
rousseau enquantomarx
montaigne o corpo
nietzc
conceito
ntaigne de átomo e a ideia de que
heráclito nãohusserl
locke sofre apenas
foucault por sartre
aquelas hobbes
presentes.hegel
A
existe geração do nada nem aniquila- ausência da dor, tanto em relação a
el platão hume heráclito habermas sêneca parmênides aris
mento. Mas o todo (a totalidade dos alma (ataraxia) como em relação ao
caultátomos,
wittgenstein
que para o materialista pascal
Epicuro galileu
corpo platão
(aponia),hegel tales decomo
é considerada mileto k
s tomás
esgotadeaaquino aristóteles
totalidade do ser) se mantem sumospinoza descartes
prazer, porque marx
é o único quearendt
não p
auvoir habermas
idên�co. O cosmo, portanto, queleibniz
é infi- schopenhauer kant bacon
pode crescer ulteriormente rousseau
e, portanto,
nito,leibniz
galileu é composto de “corpos” e de vazio, não
pitágoras podesanto
locke nos deixar insa�sfeitos.
agostinho hume hobb
e os heráclito
pascal corpos são ou simples (justamente
nietzche hobbes tómas de aquino kierkegaa
os átomos) ou compostos (toda a reali- Para poder alcançar a ataraxia, Epicuro
re wittgenstein
dade).
platão hegel tales de mileto pascal montesq
dis�nguiu acuradamente os vários �pos
uino kierkegaard descartesdemarxprazeres:aristóteles
os naturaisfoucault spinoza
e necessários
picuro hegel que deriva do encontro
O mundo, heidegger sartre
dos (comer bacon rousseau
o suficiente para matar leibniz
a fome, vol
dt bacon
átomosplatãoé infinito (os átomos, hume
com galileu
beber santo agostinho
o suficiente husserl
para matar a sedeherác
stinhoefeito, são infinitos de número),
sócrates tanto tales
sêneca etc.), deos mileto
naturaisspinoza
e não necessários
pascal schop
no espaço
kegaard hobbes como no tempo (se regenera s (comer
platão alimentos
hegel tales refinados,
de mileto beber
kant p
infinitas vezes). Também a alma (dis�n- bebidas refinadas etc.) e, por fim, os
leu leibniz kant aristóteles spinoza descartes hume marx ro
ta em racional e irracional) é um agrega- não naturais e não necessários (os pra-
pascaldo heráclito
de átomos; trata-se, porém, heidegger
de zeressartre bacon
ligados rousseau
a riqueza, parmênide
as honras, ao
er sartre
átomos diferentes dos outros. E ainda poder). Portanto, apenas os primeiros pla
parmênides hobbes locke santo agostinho pitágoras
más de aquino
átomos de caráter especial são nietzche arendtsempre
os que devem tomásserdebuscados,
aquino sócrates
porque m
kegaard
ttgenstein hobbes
cons�tuem hume foucaultssão
os deuses, cuja existência platão
hegel hegel
epicuro
os únicos quetales
voltairede mileto
encontram heráclito
em si umkant p
sên
Epicuro se
leu leibniz mostra absolutamentearistóteles
kant certo. limite preciso;descartes
spinoza os segundos, podemos
hume marx ro
pascalOs heráclito
deuses de Epicuro tem numerosas heidegger nossartre
concederbacon apenas
rousseau de vez em
parmênid
caracterís�cas em comum com os quando; os úl�mos, que nos tornam
per sartre parmênides hobbes locke santo agostinho pitágoras pla
deuses da religião tradicional, exceto insaciáveis, nunca.
más depor aquino
um detalhe: não se ocupam nietzche
de arendt tomás de aquino sócrates m
ttgenstein
modo nenhum humedo mundo e dos homens
foucault Ehegel
o que epicuro voltaire
dizer do mal heráclito
�sico, do moral e sên
schopenhauer kierkegaard habermas husserl sartre marx
l marx epicuro bacon tales de mileto locke epicuro parmên
kegaard hobbes s platão hegel tales de mileto kant po
leu leibniz kant aristóteles spinoza 5 descartes hume marx rou
pascalPeríodo
heráclitoHelenísticoheidegger sartre bacon rousseau parmênides
er sartre parmênides hobbes locke santo agostinho pitágoras platã
más de aquino
da morte? nietzche
Não são eles obstáculos insu- arendt
Aplicandotomás
estas de aquino
regras, o homemsócrates
pode mo
ttgenstein
peráveis hume foucault
que se opõem à felicidade do hegel
assumirepicuro
a a�tude voltaire heráclito
de absoluta impertur-sêne
homem? A resposta de Epicuro
schopenhauer é um babilidade
kierkegaard habermas que dis�ngue
husserl osartresábio emarx
que m
nãoepicuro
l marx categórico. Com efeito, obacon
mal �sicotaleslhedeconcede
miletofelicidade intangível,
locke epicuro aná-
parmênid
ou é facilmente suportável, ou, se é loga a divina: com exceção da eternida-
al voltaire tales santo agostinho kant popper foucault demóc
insuportável, dura pouco e leva a de – diz Epicuro –, Zeus não possui nada
cartes rousseau
morte. E a morte não é um mal:tales de mileto
quando mais quehobbes sêneca
o sábio. hegel nietzche
A felicidade seria,
galileu heidegger
exis�mos, platãoelahegel
ela não existe, e quando maquiavel
portanto, montesquieu
essa libertação dos desejos heidegg
e
x popper
existe, spinoza
nós não exis�mos. Com schopenhauer
a morte prazeres, hume com aristóteles
o obje�vo de spinoza
se levarpitág
avel vamos para o nada. No que descartes
kierkegaard se refere rousseau
uma vida serena e simples,
montaigne marxprópria de
nietzche
aos males
ntaigne da alma, a filosofialocke
heráclito está em um foucault
husserl sábio, com sartre
uma alma imperturbá-
hobbes hegel he
grau de curá-los e de nos libertar com- vel, em serenidade, para eles, em ata-
el platão hume
pletamente deles.
heráclito habermas sêneca parmênides aristó
raxia (do grego a, que é um prefixo de
cault wittgenstein pascal galileu platão
negação, hegel
e taraxia, tales
que quer de mileto
dizer agita- ka
s tomás
Para de aquino
realizar seu ideal dearistóteles
vida, o ção, spinoza descartes marx arendt po
perturbação).
auvoir habermas
homem deve fechar-se em sileibniz
e perma-schopenhauer kant bacon rousseau m
necer
galileu distante da mul�dão e dos
leibniz encar- locke
pitágoras A moral epicurista
santo é uma moral
agostinho hume hedo-
hobbe
gos polí�cos,
pascal heráclitoque só trazem nietzche
perturba- hobbes
nista. O tómas
fim supremo da vida ékierkegaard
de aquino o prazer
ção e fas�o. A única ligação com os sensível; o critério único de moralidade
re wittgenstein platão hegel tales de mileto pascal montesqu
outros a ser cul�vada deve ser a amiza- é o sen�mento. O único bem é o prazer,
uinode,
kierkegaard
que nasce certamente pela descartes
busca marx como oaristóteles
único mal éfoucault spinoza h
a dor; nenhum
picuro
do hegel
ú�l ou para ter determinadasheidegger sartredeve
vanta- prazer bacon rousseau
ser recusado, a nãoleibniz
ser porvolta
dt bacon platão
gens, mas humetor-
depois, uma vez nascida, galileu santo
causa agostinho husserl
de consequências dolorosas, heráclit
e
stinhona-se ela própria fonte autônoma
sócrates sênecadetales nenhum sofrimento
de mileto deve pascal
spinoza ser aceito, a
schope
prazer.
kegaard hobbes não serhegel
s platão em vista
talesde de
um mileto
prazer, ou de po
kant
leu leibniz kant aristótelesnenhum
spinozasofrimento
descartes menor. No epicu-
hume marx rou
Epicuro forneceu uma síntese de sua rismo não se trata, portanto, do prazer
pascal heráclito
mensagem no assim chamado heidegger sartre bacon
quadri- imediato, comorousseau
é desejado parmênides
pelo
er sartre parmênides hobbes locke santo agostinho
fármaco, ou seja, no quadruplo remé- homem vulgar; trata-se do prazer me- pitágoras platã
más dedio aquino
para os males do mundo: nietzche arendt diato, tomás
refle�do,deavaliado
aquinopela sócrates
razão, mo
kegaard
1) sãohobbes
ttgenstein hume
vãos e dos hegel
foucault
os temores dos deuses platão hegel
epicuro
escolhido tales de mileto
voltaire
prudentemente, heráclito kant
sabiamente, po
sêne
além; kant
leu leibniz aristótelesfilosoficamente.
spinoza descartes É misterhumedominar
marx os rou
pascal2) éheráclito
absurdo o medo da morte; heidegger prazeres e não serousseau
sartre bacon deixar por eles domi-
parmênides
3) o prazer, quando for entendido de nar; ter a faculdade de gozar e não a
per sartre parmênides hobbes locke santo agostinho pitágoras platã
modo justo, está a disposição de todos; necessidade de gozar.
más de4) oaquino
mal ou é de breve duraçãonietzche
ou é arendt tomás de aquino sócrates mo
ttgenstein
facilmente hume
suportável. foucault hegel epicuro
A filosofia toda voltaire
está nestaheráclito
função prá-sêne
schopenhauer kierkegaard habermas husserl sartre marx m
l marx epicuro bacon tales de mileto locke epicuro parmênid
kegaard hobbes s platão hegel tales de mileto kant p
leu leibniz kant 6
aristóteles spinoza descartes hume marx ro
pascalPeríodo
heráclitoHelenístico heidegger sartre bacon rousseau parmênide
er sartre parmênides hobbes locke santo agostinho pitágoras pla
más de�ca.aquino
Verdade é que Epicuro miranietzche arendt tomás
os pra- epicurista de aquino
de eidolon, termosócrates
grego. m
ttgenstein humee intelectuais, como
zeres esté�cos foucault hegel epicuro
os Segundo voltaireafirma
Virgílio, Lucrécio heráclito
que o sên
mais altos prazeres. Não sofrer
schopenhauer no medohabermas
kierkegaard da morte criou o mitosartre
husserl da imorta-
marx
corpo,
l marx epicurosa�sfazendo suas necessidades
bacon tales lidadededa alma. locke
mileto Em Daepicuro
naturezaparmên
das
essenciais, para estar tranquilo; não ser coisas, Lucrécio apresenta a teoria de
al voltaire tales santo agostinho kant popper foucault demó
perturbado no espírito, renunciando a que a luz visível seria composta de
cartes rousseau
todos os desejos possíveis, vistotales
ser ode mileto
pequenashobbes
par�culas. sêneca hegel nietzch
Teoria incompleta,
galileu heidegger
desejo inimigo do sossego: eis asplatão
condi- hegel
apesarmaquiavel
de bastante montesquieu
consistente, é uma heide
x popper spinoza da felicidade,schopenhauer
ções fundamentais que é espécie hume de visãoaristóteles
an�ga da atual spinoza
teoria pit
avel precisamente
kierkegaardliberdade e paz. Adescartes
sereni- dos fótons. Também
rousseau montaigne nestemarx
poema,
nietzc
dade heráclito
ntaigne do sábio não é perturbada pelohusserl
locke Lucrécio sustenta sartre
foucault a ideia hobbes
da existência
hegel
medo da morte, pois todo mal e todo de criaturas vivas que, apesar de invisí-
el platão hume heráclito habermas sêneca parmênides aris
bem se acham na sensação e a morte é veis, teriam a capacidade de causar do-
caulta wittgenstein pascal galileu
ausência de sensibilidade, portanto, platão
enças. Esta ideiahegel talesnade
representa mileto k
realida-
s tomás de aquinoNunca nos encontrare-
de sofrimento. aristóteles de spinoza
a base dadescartes
microbiologia. marxAlémarendt
de p
auvoir
moshabermas
com a morte, porque quando leibniz
nós schopenhauer
fonte preciosa para kant bacon rousseau
o conhecimento do
somos,
galileu ela não é, quando ela é nós
leibniz não epicurismo,
pitágoras locke santo agostinho
o poema hume
de Lucrécio temhobb
somos
pascal mais. Epicuro, porém,
heráclito não grande
nietzche hobbesimportância
tómas de literária
aquino ekierkegaa
seus
defende o suicídio que poderia jus�ficar versos consagram o autor como um dos
re wittgenstein
com maior razão do que os estoicos.
platão hegel tales de mileto pascal montesq
maiores poetas la�nos.
uino kierkegaard descartes marx aristóteles foucault spinoza
picuro
Titohegel
Lucrécio Caro foi um poeta eheidegger
filóso- 3. sartre bacon rousseau leibniz vol
Estoicismo
dt bacon platão
fo romano que viveu no séculohume
I a.C. galileu santo agostinho husserl herác
stinhoLucrécio
sócratesfoi um epicurista que enrique-
sêneca tales de mileto
A filosofia estoica spinoza
formou-se,pascal schop
principal-
ceu ahobbes
kegaard doutrina, mas também colocou s mente, platãopelahegel
açãotales
de trêsde miletoque,
filósofos kant p
nela o seu es�lo. Ele apresenta uma sin- um depois do outro, deram cada um a
leu leibniz kant aristóteles spinoza descartes hume marx ro
gular síntese de epicurismo e materia- própria contribuição às doutrinas da
pascal heráclito
lismo heidegger sartre bacon rousseau parmênide
atomista. Sua obra antecede Escola, chamada Estoá (termo que sig-
er sartre
muitosparmênides hobbes locke
conceitos da �sica moderna, santo agostinho pitágoras pla
nifica “pór�co”, lugar em que os filóso-
más de aquino
também nietzche fos
da psicologia contemporânea, arendt tomás de aquino
se encontravam). O primeiro sócrates
deles m
kegaard
enfim,hobbes
ttgenstein hume
do pensamento cien�fico hoje sfoi
foucault platão
hegel
Zenão hegel
epicuro
de Cí�otales de chegou
voltaire
(que mileto
heráclitokant
em p
sên
aceito. kant
leu leibniz Para o autor, o mundo era Atenas
aristóteles spinoza descartes
em 312/311 a.C.), ohume
segundo marx
foi ro
pascalguiado pela fortuna, não por propósitos
heráclito heidegger Cleanto
sartredebacon
Assos (que dirigiu aparmênid
rousseau Escola
divinos. Para Lucrécio, a alma é mortal. entre 262 e 232 aproximadamente) e o
per sartre parmênides hobbes locke santo agostinho pitágoras pla
Após o decesso, resta um simulacro, os terceiro, ao qual se deve a sistema�za-
más de aquinoque assombram osnietzche
fantasmas vivos. çãoarendt tomás de aquino sócrates m
defini�va da doutrina, foi Crisipo de
ttgenstein
Deste modo, ele resgata a ideia Sôli (queepicuro
hume foucault hegel voltaire
foi escolarca de 232heráclito
até quase sên
schopenhauer kierkegaard habermas husserl sartre marx
l marx epicuro bacon tales de mileto locke epicuro parmên
kegaard hobbes s platão hegel tales de mileto kant p
leu leibniz kant 7
aristóteles spinoza descartes hume marx ro
pascalPeríodo
heráclitoHelenístico heidegger sartre bacon rousseau parmênide
er sartre parmênides hobbes locke santo agostinho pitágoras pla
más deo fim aquino nietzche tos
do século). Os estudiosos dividem arendt
sobre tomás
os nossosde aquino
órgãos sócrates
sensoriais, a m
ttgenstein
a históriahume foucault qual
da Estoá em três períodos: hegel epicuroàvoltaire
se transmite alma e nela heráclito
se impri- sên
. a an�ga Estoá de Zenão, Cleanto
schopenhauer e Cri- me, gerando
kierkegaard habermas a representação.
husserl sartre marx
sipo;
l marx epicuro bacon tales de mileto locke epicuro parmên
. a média Estoá de Panécio e Possidô- Porém, segundo os estoicos, a repre-
al voltaire
nio;
tales santo agostinho kant popper foucault demó
sentação da verdade não implica só um
cartes. arousseau
nova Estoá de Sêneca, Epicteto talesede mileto
“sen�r”, hobbes sêneca
mas postula ademaishegel nietzch
um “as-
galileu heidegger
Marco Aurélio. platão hegel maquiavel
sen�r”, um consen�r montesquieu
ou aprovar prove- heide
x popper spinoza schopenhauer
niente dohumelogosaristóteles
que está em spinoza
nossa pit
avel 3.1 An�ga Estoá
kierkegaard descartesalma. A impressão
rousseau não depende
montaigne marxde nós,
nietzc
ntaigne heráclito mas dafoucault
locke husserl ação que sartre
os objetos exercitam
hobbes hegel
Sobre a Lógica da an�ga Estoá, tanto sobre nossos sen�dos; nós não somos
el platão hume heráclito habermas sêneca parmênides aris
Zenão quanto a Estoá aceitam a tripar�- livres de acolher essa ação ou de nos
caultçãowittgenstein
da filosofia estabelecida pela pascal
Aca- galileu
subtrairplatão hegel
a ela, mas taleslivres
estamos de mileto
para k
s tomás
demia de(que
aquino
fora substancialmentearistóteles
aco- tomar spinoza
posiçãodescartes marx arendt
diante das impressões e p
auvoir habermas
lhida por Epicuro, como já vimos), leibniz
inclu- schopenhauer
representações que kantsebacon rousseau
formulam em
siveleibniz
galileu acentuando-a e não se cansandopitágorasnós,lockedando-lhes o assen�mento
santo agostinho humedehobb
de forjar
pascal novas imagens para ilustrar
heráclito do nosso
nietzche hobbes logos
tómasou recusando
de aquinodar-lhes
kierkegaa
modo mais eficaz a relação existente nosso assen�mento. Só quando existe o
re wittgenstein platão hegel tales de mileto pascal montesq
entre as três partes. A filosofia em seu assen�mento é que temos a “apreen-
uinoconjunto
kierkegaard
é comparada por elesdescartes
a um são”. marx E aaristóteles
representação foucault spinoza
que recebeu
picuro hegel
pomar, heidegger
no qual a lógica corresponde ao nossosartre bacon rousseau
assen�mento leibniz vol
é representação
dt bacon
muro platão
circundante, que delimita humeo galileu santo agostinho
compreensiva ou catalép�ca,husserl herác
cons�-
stinhoâmbito do pomar e que cumpre
sócrates sênecaao tales
tuindodeo mileto
único critério
spinoza ou garan�a
pascalde schop
mesmo
kegaard tempo o papel de baluarte de s verdade.
hobbes platão hegel tales de mileto kant p
defesa; as árvores representam a �sica,
leu leibniz kant aristóteles spinoza descartes hume marx ro
porque são como que a estrutura fun- Para os estoicos, a verdade própria da
pascal heráclito
damental, ou seja, aquilo semheidegger sartre bacon
o que representação rousseau
catalép�ca parmênide
deve-se ao
er sartre
não exis�ria o pomar; finalmente, os fato de que esta é uma ação e uma mo- pla
parmênides hobbes locke santo agostinho pitágoras
más de aquino
frutos, que são aquilo a que nietzche arendt tomás
todo o dificação material de aquino sócrates
e “corpórea” que as m
kegaard
ttgenstein
plan�o hobbes
hume
visa, Assim scoisas
representam a é�ca.foucault platão
hegel hegel sobre
epicuro
produzem tales
voltairede mileto
nossa heráclitokant
alma, pro- p
sên
como oskant
leu leibniz epicuristas, os estoicos aristóteles
atribuí- vocando
spinozaresposta igualmente
descartes humematerial
marx ro
pascalamheráclito
primariamente à lógica a tarefa de e “corpórea”
heidegger sartre baconpor parte da nossa parmênid
rousseau alma. A
fornecer um critério de verdade. E, própria verdade, segundo os estoicos, é
per sartre parmênides hobbes locke santo agostinho pitágoras pla
como os epicuristas, indicavam a base algo de material, “é um corpo”. Contu-
más de aquino
do conhecimento na sensação,nietzche
que é do, arendt tomásadmi�ram
os estoicos de aquino quesócrates
passa- m
ttgenstein hume provocada pelosfoucault
uma impressão obje- moshegeldaepicuro voltaire catalép�ca
representação heráclito sên
schopenhauer kierkegaard habermas husserl sartre marx
l marx epicuro bacon tales de mileto locke epicuro parmên
kegaard hobbes s platão hegel tale
leu leibniz kant 8 aristóteles spinoza descar
pascalPeríodo
heráclitoHelenístico heidegger sartre bacon ro
er sartre parmênides hobbes locke santo agosti
más de aquino e ao conceito. Admi�am,
à intelecção nietzche
Aparece, portanto, arendt
evidente quetomás
para o de
ttgenstein
ademais,hume “noções ou prolepses inatas estoicos o foucault
cosmo é como hegel umepicuro
imenso vol
na natureza humana”. E, em consequ-
schopenhauer organismo kierkegaard
vivo em que tudo é vida. hus
habermas
ência,
l marx obrigaram-se a dar conta da
epicuro Todavia, neste
baconponto surgem
tales dois pro-lock
de mileto
natureza dos universais. O ser, para os blemas: 1) Como é possível que o fogo
al voltaire tales
estoicos, é sempre e somente “corpo”
santo agostinho kant popp
(natureza-Deus), que, como sabemos é
cartes rousseau
e, ademais, individual; portanto, o uni- corpóreo e tales depenetre
material, miletoohobbes
cosmos sên
galileu heidegger
versal não pode ser corpo, é um incor- que é tambémplatão hegel
material? maquiavel
É possível que m
x popper
póreo, spinoza
não no sen�do posi�vo platôni- os corpos seschopenhauer
penetrem mutuamente? hume 2) aristó
avel co, mas no sen�do nega�vo de “realida-
kierkegaard Como podedescartes
o fogo (logos), que é único,
rousseau monta
de empobrecida
ntaigne heráclito de ser”, uma espécie produzir infinidades de forma?
locke husserl foucault sar
de ser ligado somente à a�vidade do
el platão hume
pensamento.
heráclito habermas sênec
Para resolver o primeiro problema, os
cault wittgenstein pascal galileu
estoicos introduziram platãodahege
o princípio
s tomás
Sobredea aquino
Física da an�ga Estoá, o ser, aristóteles
infinita divisibilidade spinoza
dos corpos descar
e, por-
auvoir habermas
dizem os estoicos, se iden�ficava com o leibniz
tanto, admi�ram schopenhauer
a possibilidade de quekant
“corpo”,
galileu leibniz razão pela qual tudo o que as partes de um corpo penetrem
pitágoras locke santo com-ago
existe
pascal (também os vícios, o bem e as
heráclito pletamentenietzche
entre as hobbes
partes detómas
outro de
virtudes) são “corpos”. E todo corpo é (princípio da “mistura total dos
re wittgenstein
formado pela ação de uma causa a�va
platão hegel tales de mile
corpos”). Para responder ao segundo
uinocom
kierkegaard
uma causa passiva, isto é, pela problema, descartes marx aristótele
eles representaram o logos
picuro
açãohegel
da razão (logos) sobre a matéria, heidegger
como “semente de todassartre bacon
as coisas”, ou ro
dt bacon platão
produzindo entes de caráter “hilemórfi- seja, comohumesemente galileu
capazsanto agosti
de gerar
stinhoco”,sócrates
isto é, feitos de matéria e forma. A muitas outras sementes
sêneca tales(razões semi- spi
de mileto
formahobbes
kegaard de cada objeto seria, portanto, o nais). Como a semente, s platãoque hegel
é únicatale
resultado da ação de uma única força consegue produzir a infinita variedade
leu leibniz kant aristóteles spinoza descar
racional que dá forma (definição) a um das frondes, dos ramos, das flores e dos
pascal heráclito
substrato indefinido. heidegger
frutos de uma árvore, dosartre
mesmobacon
modo ro
er sartre parmênides hobbes
o único logos produz locke
a infinitasanto agosti
varieda-
más deEstaaquino
força racional iden�fica-se com a nietzche
de das formas presentes arendt tomás de
no mundo.
kegaard
ttgenstein hobbes
natureza hume
(physis) e, portanto, com o foucaults hegelplatãoepicuro
hegel talevol
princípiokant
leu leibniz divino, e em sen�do mais Se todas asaristóteles
formas derivam de uma
spinoza descar
pascalespecífico,
heráclito com o fogo ou sopro (pneu- única semente, elas têm sartre
heidegger reciprocamen-
bacon ro
ma) afogueado que penetra toda a rea- te uma relação orgânica, isto é, “simpa-
per sartre parmênides
lidade, aquece-a e (segundo as concep-
hobbes locke santo agost
�zam” entre si, de modo que cada parte
más deçõesaquino
cien�ficas da época, que viam no nietzche
do cosmo está arendt
em conexão comtomás
todas de
ttgenstein
calor o humeprincípio vital) lhe dá vida. foucault
as outras (princípio da hegel
“simpa�a epicuro
cósmi- vol
schopenhauer kierkegaard habermas hu
l marx epicuro bacon tales de mileto lock
kegaard hobbes s platão hegel tales d
leu leibniz kant 9 aristóteles spinoza descarte
pascalPeríodo
heráclitoHelenístico heidegger sartre bacon rous
er sartre parmênides hobbes locke santo agostinh
más deca”).aquino
Os estoicos, além disso, não hesi- dimentos,nietzche arendt
mas tem efeito tomás
seguro. de aq
A ver-
ttgenstein
taram em hume
chamar de Deus esta razão foucaultportanto,
dadeira liberdade, hegel epicuro
estaria em volta
(logos) inerente ao mundo, pelo fato de
schopenhauer uniformizar-se ao logos, querer
kierkegaard habermas o que huss
o
queepicuro
l marx ela efe�vamente atende as funções Des�no quer.
bacon A ideia
talesdede que o mundo
mileto locke
de Deus. De um lado, dá forma às seja formado de fogo implica que nele
al voltaire tales
coisas; do outro, move-as e às dispõe
santo agostinho kant poppe
se manifestem, embora em tempos
cartes rousseau Deste modo, eles for-
racionalmente. diversos,tales
os doisde aspectos
mileto hobbes
�picos dasêne
galileu heidegger
mularam a primeira concepção explícita a�vidadeplatão
do fogo,hegel
isto é,maquiavel
o vivificantemon
x popper spinoza
e sistemá�ca do panteísmo, isto é, da schopenhauer
(lembremo-nos da relaçãohume aristót
fogo-calor-
avel doutrina
kierkegaard que iden�fica o cosmo com -vida, mais vezes salientado)
descartes rousseaue o destru-
montaig
Deus.heráclito
ntaigne �vo. Assim,
lockeenquanto
husserl prevalece
foucault o pri-
sartre
meiro aspecto o cosmo vive, quando
el platão hume
A presença do Deus-logos na realidade
heráclito habermas sêneca p
prevalece o segundo ele se consuma
caultimplica
wittgenstein
que tudo seja por ele dirigido de em total pascal
combustão.galileu platão hegel t
s tomás
mododeinfalível,
aquinoisto é, que tudo seja aristóteles spinoza descarte
auvoir habermas
endereçado ao melhor fim (o logos não Todavia, leibniz schopenhauer
desta conflagração o mundokant b
pode
galileu errar). Neste sen�do, o finalismo
leibniz renascerá, e renascerá
pitágoras igual,santo
locke porqueagost
a
universal
pascal se traduz em Providência,
heráclito lei que onietzche
dirige e sempre
hobbesa mesma,
tómas jus-de a
uma forma de providência geral. Mas tamente a do logos, e também os even-
re wittgenstein
esta forma de “providência” coincide
platão hegel tales de mileto
tos da história se repe�rão idên�cos até
uinocom
kierkegaard
o des�no inelutável, que não é descartes
a sucessiva marxe aristóteles
conflagração; assim por f
picuro hegel
mais do que aquilo que se segue a diante. Oheidegger sartreo bacon
logos que penetra universorous
dt bacon
ordemplatão
necessária de todas as coisas hume
se manifesta, emgalileu
par�cular santo
medida,agostinh
na
stinhodevida ao logos. Aqui, porém, surge um
sócrates alma humana
sêneca quetales
é fogo deoumileto
pneuma spino
problema:
kegaard hobbes se a razão imanente implica (uma parte do fogo ou pneuma
s platão cósmi-
hegel tales d
necessidade imanente, então, também co) e é dividida em oito partes: os cinco
leu leibniz kant aristóteles spinoza descarte
o homem con�nua implicado nesta sen�dos, uma parte des�nada a fona-
pascal heráclitoO que será, portanto, da
necessidade. ção, umaheidegger
a reprodução, sartre bacon
e a parte racio-rous
er sartre
sua livreparmênides
vontade? hobbes
nal chamada locke santo
de “hegemônico”, ouagostinh
seja,
más de aquino nietzche
que domina arendt tomás de aq
as outras.
kegaard
ttgenstein hobbes
A vontade humedo homem (dizem os estoi- foucaults hegel
platãoepicuro
hegel tales
volta
cos) nãokant
leu leibniz é livre, ou seja, ela encontra Sobre a É�ca da an�gaspinoza
aristóteles Estoá, todos os
descarte
pascalobstáculos
heráclito que impedem sua realiza- seres vivos são dotadossartre
heidegger de um princípio
bacon rous
ção, apenas quando se opõe ao des�no de conservação (chamado oikéiosis),
per sartre parmênides
(ao logos); ao contrário, quando o
hobbes locke santo agostinh
que ins�n�vamente os leva a evitar
más de aquino
atende e quer aquilo que o des�no aquilo quenietzche arendte tomás
os prejudica a buscar de aq
ttgenstein
quer, então humenão só não encontra impe- aquilo quefoucault hegel
os beneficia, queepicuro
acresce seuvolta
schopenhauer kierkegaard habermas huss
l marx epicuro bacon tales de mileto locke
kegaard hobbes s platão h
leu leibniz kant 10 aristóteles spino
pascalPeríodo
heráclitoHelenístico heidegger sartre
er sartre parmênides hobbes locke sa
más deser:aquino
em uma palavra, o bem de um ser é porque sua vontade quer nietzche arendt
aquilo que o
ttgenstein
aquilo que humelhe é benéfico, e o mal é o logos quer. foucault hegel e
que danifica. Por conseguinte, todo ser
schopenhauer kierkegaard hab
vivoepicuro
l marx pode e deve viver segundo a natu- Os estoicos consideravam que atales
bacon oikéio-de m
reza, segundo a sua natureza. Ora, a sis não era um fato apenas individual,
al voltaire tales
natureza do homem é racional e a sua
santo agostinho
mas devia estender-se a família e a toda
cartes rousseau
essência é a razão. Assim, para o a humanidade, de modo tales de mileto
a definir o h
galileu heidegger
homem atuar o princípio de conserva- platão (isto
homem “animal comunitário” hegelé, ma
x popper
ção devespinoza
buscar as coisas e apenas as par�cipante da comunidadeschopenhauer
humana), h
avel coisas que incrementam sua razão e
kierkegaard e não mais, como queria Aristóteles,
descartes rousse
fugir heráclito
ntaigne das que o prejudicam. As realida- “animal polí�co” (isto locke
é, inserido
husserlna fou
des que correspondem a essas caracte- pólis). Esta mudança de perspec�va
el platão hume
rís�cas são a virtude e o vício, portanto,
heráclito haberm
favoreceu a difusão de ideais de iguali-
caultapenas
wittgenstein
a virtude é “bem” e só o vício é tarismo e de aversãopascal galileu pl
a escravidão
s tomás
“mal”.de aquino aristóteles
(todos os homens par�cipam do logosspino
auvoir habermas e, portanto, todos osleibniz homens schopenh
são
Os leibniz
galileu estoicos elaboraram também um iguais, e ninguém é porpitágoras
natureza escra-locke s
quadro
pascal das ações, dis�nguindo as
heráclito vo). Não se deve pensar que o sábio
nietzche hobbes
“ações retas” (ou moralmente perfei- provê um “sen�mento” de simpa�a ou
re wittgenstein
tas) e as “ações convenientes” ou “de-
platão hegel tale
solidariedade com os outros homens.
uinoveres”.
kierkegaard
A diferença entre os dois �pos Com efeito, os sen�mentosdescartes marx a
de miseri-
picuro hegelnão da natureza da ação (uma
depende córdia, de par�cipação heidegger
humana, de sartre
dt bacon
mesmaplatão
ação pode ser tanto dever como amor são entendidos como hume galileu
“paixões” e, san
stinhoação correta), mas sobretudo da inten-
sócrates portanto, como vícios dasêneca
alma. tales de m
ção de
kegaard quem a realiza. Se quem a realiza
hobbes s platão h
está em sintonia com o logos e, portan- O ideal do sábio é a “impassibilidade”
leu leibniz kant aristóteles spino
to, é um sábio, suas ações serão sempre (apatia), pela qual não se trata apenas
pascal heráclito
ações corretas; se, ao contrário, age de moderar as paixões, heidegger
mas de eliminá- sartre
er sartre parmênides
sem esta consciência, suas ações, -las inteiramente, nemhobbesmesmo locke
sen�- sa
más de aquino
embora formalmente conformes a nietzche
-las. E isso se compreende bem, se arendt
con-
kegaard
ttgenstein hobbes
natureza, hume
são deveres. Disso derivam siderarmos que as paixões são asfonte
foucault platãoe
hegel
duas consequências
leu leibniz kant significa�vas; de do mal e do vício e se configuram
aristóteles como spino
pascalumheráclito
lado, que quem não é sábio, faça o erros do logos. É claro, portanto,
heidegger que sartre
os
que fizer, jamais realizará uma ação cor- erros não podem ser moderados ou
per sartre parmênides
reta; do outro, que quem é sábio, qual-
hobbes locke sa
atenuados, mas devem ser cancelados.
más dequeraquino
coisa queira ou faça, realizará nietzche arendt
ttgenstein
sempre hume ações corretas, justamente foucault hegel e
schopenhauer kierkegaard hab
l marx epicuro bacon tales de m
kegaard hobbes
leu leibniz kant 11
pascalPeríodo
heráclitoHelenístico
er sartre parmênides
más de3.2 aquino
Média Estoá cos e não os puramente teoré�cos, jun-
ttgenstein hume tamente com as caracterís�cas par�cu-
A média Estoá, desenvolvida nos séc. II-I
schopenhauer lares do momento histórico, é que nos
a.C.,epicuro
l marx teve como representantes Panécio permitem explicar com facilidade a cur-
de Rodes e Possidônio de Apaméia, vatura especial sofrida pela problemá�-
al voltaire tales ca da úl�ma época do estoicismo:
que, embora deixando intacto os funda-
cartes rousseau
mentos da doutrina, corrigiram alguns a) Em primeiro lugar, o interesse pela
galileu heidegger
pontos dela, em perspec�va eclé�ca. é�ca, sem dúvida tornou-se predomi-
x popper
Panéciospinoza
desenvolveu a doutrina dos nante na Estoá romana da época impe-
avel deveres;
kierkegaardPossidônio empenhou-se em rial e, em alguns pensadores, quase
colocar
ntaigne a filosofia estoica a par do pro-
heráclito exclusivo;
gresso hume
cien�fico de seus tempos. b) O interesse pelos problemas lógicos e
el platão �sicos reduziu-se consideravelmente e
cault3.3wittgenstein
Nova Estoá a própria teologia, que era uma parte
s tomás de aquino da �sica, assumiu colorações que pode-
auvoir
Porhabermas
fim, analisaremos a Nova Estoá, o mos qualificar pelo menos de exigen-
galileu leibniz
chamado neo-estoicismo, o estoicismo cialmente espiritualistas;
romano.
pascal O úl�mo grande florescimento
heráclito c) Reduzidos consideravelmente os
da filosofia do Pór�co deu-se em Roma, laços com o Estado e com a sociedade,
re wittgenstein o indivíduo passou a buscar a própria
onde assumiu caracterís�cas peculiares
uinoekierkegaard
específicas, tanto que os historiadores perfeição na interioridade da consciên-
picuro
da hegel
filosofia u�lizam unanimemente o cia, criando assim um clima in�mista,
dt bacon
termo platão
“neo-estoicismo” para designá- nunca encontrado até então na filoso-
stinho-lo.sócrates
A propósito, deve-se observar que o fia, pelo menos nessa medida;
estoicismo
kegaard hobbes foi a filosofia que, em Roma, d) Irrompeu forte sen�mento religioso,
sempre teve transformando de modo bastante acen-
leu leibniz kantmaior número de seguido-
res e admiradores, tanto no período tuado a tempera espiritual da velha
pascal heráclito
republicano como no período imperial. Estoá. Mais ainda: nos escritos dos
er sartre
Aliás, oparmênides
desaparecimento da República, novos estoicos encontramos inclusive
más decomaquino
a consequente perda de liberdade uma série de preceitos que lembram
kegaard
ttgenstein hobbes
do cidadão,hume fortaleceu notavelmente preceitos evangélicos paralelos, como o
leu leibniz kantmais sensíveis o interesse
nos espíritos parentesco comum de todos os homens
pascalpelos estudos em geral e pela filosofia
heráclito com Deus, a fraternidade universal, a
estoica em par�cular. Ora, precisamen- necessidade do perdão, o amor ao pró-
per sartre parmênides ximo e até o amor por aqueles que nos
te as caracterís�cas gerais do espírito
más de aquino
romano, que se sen�a como verdadei- fazem mal;
ttgenstein
ramente humeessenciais os problemas prá�- e) O platonismo, inspirou não poucas
schopenhauer
l marx epicuro
kegaard hobbes s platã
leu leibniz kant 12 aristóteles spi
pascalPeríodo
heráclitoHelenístico heidegger sart
er sartre parmênides hobbes locke s
más de aquino
páginas dos estoicos romanos, com e corpo com acentos que nãonietzche
raramen-arend
ttgenstein
suas novashumecaracterís�cas “médio-pla- foucault
te recordam de perto o Fédon hegel
platôni-
tônicas”. Em especial, merece relevo o
schopenhauer co. O corpo é peso, vínculo, cadeia, ha
kierkegaard
fatoepicuro
l marx de que o conceito de filosofia e de prisão da alma; a alma é bacon
o verdadeiro
tales de
vida moral como “assimilação a Deus” e homem, que tende a libertar-se do
al voltaire tales
como “imitação de Deus” passou a
santo agostinh
corpo para alcançar sua pureza. É evi-
cartes rousseau
exercer influência inequívoca. dente que essas concepções tales
a�ngem de mileto
as
galileu heidegger afirmações estoicas de que platão
a alma hegel
é m
x popper
Um dosspinoza
seus grandes representantes foi schopenhauer
corpo, substância pneumá�ca, afirma-
avel Lúcio Aneu Sêneca. Nasceu em Córdo-
kierkegaard ções que Sêneca, no entanto, reafirma. rous
descartes
ba, naheráclito
ntaigne Espanha, entre o fim da era pagã locke husserl f
e o início da era crista. Em Roma, par�- A verdade é que, em nível intui�vo,
el platão hume
cipou a�vamente e com sucesso da vida
heráclito habe
Sêneca vai além do materialismo estoi-
caultpolí�ca.
wittgenstein
Condenado por Nero ao suicí- pascal
co; depois, porém, faltando-lhe galileu
as cate-
s tomás
dio emde 65
aquino
d.C., Sêneca matou-se com aristótelese spi
gorias ontológicas para fundamentar
auvoir habermas
estoica firmeza e admirável força de desenvolver tais intuições,leibniz
as deixa schope
sus-
espírito.
galileu Sêneca é um dos expoentes da
leibniz pensas no ar. Ainda com base na análiselock
pitágoras
Estoáheráclito
pascal em que mais se evidenciam a psicológica, da qual é mestre,
nietzche Sêneca
hobb
oscilação em relação ao pensamento de descobre a “consciência” (conscientia)
re wittgenstein
Deus, a tendência a sair do panteísmo e
platão hegel ta
como força espiritual e moral funda-
uinoaskierkegaard
instâncias espiritualistas de que fala- descartes
mental do homem, colocando-a em pri-mar
picuro
mos,hegel
inspiradas em acentuado sopro meiro plano. A consciênciaheidegger
é o conheci-sart
dt bacon platão
religioso. Na verdade, em muitas passa- mento do bem e do mal,hume galileu
originário e s
stinhogens, Sêneca parece perfeitamente
sócrates ineliminável. Ninguém pode esconder-
sêneca tales d
alinhado
kegaard hobbescom o dogma panteísta da -se dela, porque o homem não pode s platã
Estoá que afirma ser Deus a Providencia esconder-se de si mesmo.
leu leibniz kant aristóteles spi
imanente, a Razão intrínseca que
pascal heráclito
plasma a matéria, é a Natureza. Como vimos, a Estoá insis�aheidegger
no fato desart
er sartre parmênides hobbes
que a “disposição de espírito” locke s
determi-
más de aquinoonde a reflexão de Sêneca é
Entretanto, na a moralidade da ação.nietzche
Entretanto,arend
kegaard
mais hobbes
ttgenstein hume
original, ou seja, no captar e inter- foucaultfun-
em conformidade com a tendência s hegel
platã
pretar o kant
leu leibniz sen�mento do divino, seu Deus damentalmente intelectualista de toda spi
aristóteles
pascalassume traços espirituais e até pesso-
heráclito a é�ca grega, essa disposição de espíri- sart
heidegger
ais, que ultrapassam os marcos da onto- to deriva do “conhecimento”, que é pró-
per sartre parmênides
logia estoica. Um fenômeno análogo
hobbes locke s
prio do sábio e nele se resolve. Indo
más de aquino também na psicologia.
descobre-se nietzchede
além, Sêneca fala expressamente arend
ttgenstein hume o dualismo entre alma
Sêneca destaca foucault
“vontade”. E mais: pela primeira hegel
vez no
schopenhauer kierkegaard ha
l marx epicuro bacon tales de
kegaard hobbes sp
leu leibniz kant 13 aristóteles
pascalPeríodo
heráclitoHelenístico heidegger
er sartre parmênides hobbes loc
más de aquino clássico, fala da vontade
pensamento nietzche
eram inteiramente iguais. A única no- a
ttgenstein
como dehume uma faculdade dis�nta do breza que tem sen�do é afoucault que o h
conhecimento. Nessa descoberta,
schopenhauer homem constrói para si na dimensão do
kierkegaar
Sêneca
l marx foi ajudado de modo determi-
epicuro espírito. E eis a norma quebacon Sênecatale
nante pela língua la�na: com efeito, o propõe para regular o modo como o
al voltaire tales
grego não tem um termo que corres-
santo agos
senhor deve se comportar em relação
cartes rousseau
ponda perfeitamente a voluntas. Entre- talesao
ao escravo e o superior em relação de m
galileu heidegger
tanto, não soube dar um adequado fun- inferior: “Comporta-te com osplatão
inferio- heg
x popper
damento spinoza
teoré�co a essa descoberta. schopenha
res como gostarias que se comportas-
avel kierkegaard sem con�go aqueles que te são supe-
descartes
Outroheráclito
ntaigne traço diferencia Sêneca da an�ga riores.” Trata-se de máxima locke
que sehuss
Estoá, bem como da totalidade dos filó- aproxima bastante do espírito evangéli-
el platão hume
sofos gregos: o acentuado sen�do de co.
heráclito h
caultpecado
wittgenstein
e de culpa de que cada homem pascal gali
s tomás
está de aquinoO homem é estrutural-
maculado. aristóteles
No que se refere as relações entre os
auvoir habermas
mente pecador. E, indubitavelmente, homens em geral, Sêneca põe leibniz
como sch
essaleibniz
galileu é uma afirmação que se coloca em fundamento a fraternidade e opitágoras
amor. A l
claraheráclito
pascal an�tese em relação à pretensão passagem seguinte expressa seu pensa- h
nietzche
de perfeição que, dogma�camente, o mento de modo paradigmá�co: “A
re wittgenstein
estoico an�go atribuía ao seu sábio.
platão heg
natureza nos produz como irmãos,
uinoSêneca
kierkegaard
já pensava diferente: se alguém descartes
gerando-nos dos mesmos elementos e
picuro hegel
nunca pecasse, não seria homem; o des�nando-nos aos mesmos heidegger
fins. Ela
dt bacon
próprioplatão
sábio, enquanto permanece inseriu em nós um sen�mento hume
de amorgalil
stinhohomem,
sócratesnão pode deixar de pecar. No recíproco, com que nos fez sociáveis,
sêneca tal
âmbito
kegaard da Estoá, Sêneca talvez tenha
hobbes deu a vida uma lei de equidade e jus�ça s p
sido o pensador que mais acentuada- e estabeleceu, segundo os princípios
leu leibniz kant aristóteles
mente contrariou a ins�tuição da escra- ideais de sua lei, que é coisa mais
pascal heráclito
vidão e as dis�nções sociais: o verdadei- heidegger
mísera ofender que ser ofendido. Ela
er sartre
ro valorparmênides
e a verdadeira nobreza são ordena que nossas mãos estejam loc
hobbes
más de aquino
dados somente pela virtude, que está sempre prontas a fazer o bem.nietzche
Conser- a
kegaard
ttgenstein hobbes
hume a disposição de todos,
indis�ntamente vemos sempre no coração e nos lábios s h
foucault p
pois exige
leu leibniz unicamente o “homem nu”.
kant aquele verso: 'Sou homem e não consi-
aristóteles
pascal heráclito dero estranho a mim nada doheidegger
que é
A nobreza e a escravidão social depen- humano. Tenhamos sempre presente
per sartre parmênides
dem da sorte; todos incluem servos e
hobbes loc
esse conceito de que nascemos para
más de aquino
nobres entre seus mais an�gos ante- nietzche a
viver em sociedade. E nossa sociedade
ttgenstein
passados;humena origem, todos os homens foucault
humana é precisamente semelhante a h
schopenhauer kierkegaar
l marx epicuro bacon tale
kegaard hobbes s platão hegel
leu leibniz kant 14 aristóteles spinoza de
pascalPeríodo
heráclitoHelenístico heidegger sartre baco
er sartre parmênides hobbes locke santo ag
más deum aquino
arco de pedras que não cai justa- nietzche
vontade de ser sábio arendt
não basta. tomás
É preci-
ttgenstein hume as pedras, opondo-se
mente porque foucault
so transformar este impulsohegel epicuro
entusiás�-
umas às outras, sustentam-se recipro-
schopenhauer co em estado constante.
kierkegaard Para habermas
isso, é
camente
l marx epicuroe, assim, sustentam o arco”. preciso confrontar-se
baconcom dificuldades
tales de mileto
reais. Por exemplo, mesmo quando
al voltaire tales
Sêneca é provavelmente um dos filóso-
santo agostinho kant p
temos muito dinheiro, devemos exerci-
cartesfosrousseau
mais famosos do estoicismo. Exilado tar-nos em vivertales de mileto hobbes
na pobreza.
galileu
porheidegger
Calígola, por não ter desposado sua platão hegel maquiave
x popper
irmã, éspinoza
chamado de volta por Agripino Além de Sêneca, schopenhauer
Epiteto tambémhume foi a
avel que o encarrega da educação de Nero,
kierkegaard um grande filósofo grego estoico
descartes rousseau que m
do qual
ntaigne se tornará o conselheiro e, por
heráclito viveu a maior parte
lockedehusserl
sua vida em
foucault
fim, ele recebe a ordem do próprio Roma, como escravo a serviço de Epa-
el platão hume
Nero de suicidar-se. Sua obra “Cartas a
heráclito habermas sê
frodito, o cruel secretário de Nero que,
caultLucílio”
wittgenstein
con�nua ainda hoje nos ensi- pascal
segundo a tradição, umagalileu
vez lhe platão
que- h
s tomás
nando decomo
aquinodevemos viver e enfrentar brou uma perna.aristóteles
Apesar de sua spinoza
condi- de
auvoir habermas
os problemas da vida. Eis algumas lições leibnizasschopenhauer
ção, conseguiu assis�r preleções do
de Sêneca:
galileu leibniz famoso estoicopitágoras
Caio Musônio lockeRufo. santo
1) Um
pascal sábio deve saber desposar o
heráclito Como viver umanietzche
vida plena, uma vida
hobbes tóma
evento, agindo ao mesmo tempo de tal feliz? Como ser uma pessoa com boas
re wittgenstein
forma que a fortuna não o pegue des-
platão hegel tales de m
qualidades morais? Responder a essas
uinoprevenido.
kierkegaardFortuna era a deusa romana duas perguntasdescartes
fundamentais marx foiaristót
a
picuro
do hegel
acaso, da sorte (boa ou má), do des- única paixão deheidegger sartre
Epiteto. Embora suasbaco
dt bacon platão
�no e da esperança. obras sejam menoshumeconhecidas
galileu santo hoje, ag
stinho2) Ele deve apreciar seus bens sem ape-
sócrates em função do declínio
sêneca do tales
ensino deda cul-
mileto
gar-sehobbes
kegaard a eles, cumprir suas funções, mas tura clássica, �veram enorme influência
s platão hegel
saber re�rar-se se elas causam preocu- sobre as ideias dos principais pensado-
leu leibniz kant aristóteles spinoza de
pações. res da arte de viver durante quase dois
pascal heráclito
3) Ele deve ser senhor de sua própria heidegger
mil anos. Para Epiteto, sartre
uma vida feliz baco
e
er sartre parmênides
vida. Ele deve parar de aceitar que o uma vida virtuosa são sinônimos. Felici- ag
hobbes locke santo
más de aquino
tempo lhe seja roubado. Deve aprovei- dade e realizaçãonietzche
pessoal sãoarendt
consequ-tomás
kegaard
ttgenstein hobbes
tar cada hume
dia como se fosse o úl�mo e, a�tudesscorretas.
foucault
ências naturais de platãoepicuro
hegel hegel
Em
acima dekant
leu leibniz tudo, ele não deve temer a Nietzsche, Epiteto é ligado ao individua-
aristóteles spinoza de
pascalmorte.
heráclito lismo, de modoheidegger
que Nietzsche vê em
sartre baco
4) Por fim, ele deve buscar a companhia Epiteto portanto um contraste em rela-
per sartre parmênides
de amigos verdadeiros.
hobbes locke santo ag
ção a moralidade atual ligada ao cole�-
más de aquino vo e ao social. Emnietzche arendt
seu Manual, tomás
ele nos
ttgenstein
Mas, parahumealcançar isso tudo, apenas a ensina que: foucault hegel epicuro
schopenhauer kierkegaard habermas
l marx epicuro bacon tales de mileto
kegaard hobbes
leu leibniz kant 15
pascalPeríodo
heráclitoHelenístico
er sartre parmênides
más de aquino
1) Há coisas que dependem de nós e há dido e culto; dedicou-se à filosofia,
ttgenstein
outras que hume
não dependem de nós. Toda especialmente à corrente filosófica do
a infelicidade dos seres humanos deve-
schopenhauer estoicismo, e escreveu uma obra que
-se epicuro
l marx ao fato de que eles confundem o até hoje é lida, Meditações.
que está em seu poder e o que não está
al voltaire tales
em seu poder. Por isso, desejam o que Em Marco Aurélio, a questão central da
cartesnãorousseau
depende deles, tornando-se escra- filosofia é o problema de como se deve
galileu
vos heidegger
dos acontecimentos. O obje�vo de encarar a vida para que se possa viver
x popper
Epicteto spinoza
é que nos tornamos senhor de bem. O problema é tratado com grande
avel nós mesmos, vivendo assim uma vida
kierkegaard dedicação por esse homem religioso e
sem perturbações.
ntaigne heráclito pouco interessado na inves�gação cien-
2) Não são as coisas que perturbam os �fica. Em seus pensamentos, são bem
el platão hume
seres humanos, mas as avaliações que visíveis as tendências eclé�cas. Ele
caulteles
wittgenstein
fazem das coisas. O que isso signifi- retoma ideias e exemplos de sabedoria
s tomás de aquino
ca? Que os males não vêm da natureza, que vêm desde Epicuro. O estoicismo
auvoir
mashabermas
de nossas próprias avaliações. de Marco Aurélio apresenta divergên-
3) Devemos
galileu leibniz desempenhar bem o nosso cias em relação às origens gregas. Para
papel.
pascal O ser humano é um ator numa
heráclito compreender suas oscilações, é impor-
peça que ele não escolheu. Ou como diz tante levar em conta as circunstâncias
re wittgenstein
Shakespeare, “o mundo inteiro é um históricas em que viveu, mais que suas
uinopalco
kierkegaard
e todos os homens e mulheres caracterís�cas psicológicas.
picuro
nãohegel
passam de meros atores. Eles
dt bacon
entramplatão
e saem de cena e cada um no Em suma, no pensamento dos estóicos,
stinhoseusócrates
tempo representa diversos papéis”. o fim supremo, o único bem do homem,
Uma hobbes
kegaard vida bem-sucedida é aquela em não é o prazer, a felicidade, mas a virtu-
que se terá cumprido da melhor manei- de; não é concebida como necessária
leu leibniz kant
ra seu papel. condição para alcançar a felicidade, e
pascal heráclito sim como sendo ela própria um bem
er sartre
Marcoparmênides
Aurélio foi o úl�mo grande imediato. Com o desenvolvimento do
más de aquino da escola estoica. Ele foi
representante estoicismo, todavia, a virtude acaba por
kegaard
ttgenstein hobbes
imperador hume
romano desde 161 até sua se tornar meio para a felicidade da tran-
morte. Seu
leu leibniz kantreinado foi marcado por quilidade, da serenidade, que nasce da
pascalguerras na parte oriental do Império
heráclito virtude nega�va da apa�a, da indiferen-
Romano contra os partas, e na fronteira ça universal. A felicidade do homem
per sartre parmênides
norte, contra os germanos. Foi o úl�mo virtuoso é a libertação de toda pertur-
más dedos aquino
cinco bons imperadores, e é lem- bação, a tranquilidade da alma, a inde-
ttgenstein
brado como humeum governante bem-suce- pendência interior, a autarquia. Como o
schopenhauer
l marx epicuro
16
Período Helenístico

bem absoluto e único é a virtude, assim pessoa com “perfeição moral e intelec-
o mal único e absoluto é o vício. A tual” não sofreria dessas emoções. Eles
paixão, na filosofia estoica, é sempre e preocupavam-se com a relação entre o
substancialmente má; pois é movimen- determinismo cósmico e a liberdade
to irracional, morbo e vício da alma - humana e com a crença de que é virtuo-
quer se trate de ódio, quer se trate de so manter uma vontade que esteja de
piedade. De tal forma, a única a�tude acordo com a natureza. O estoicismo
do sábio estoico deve ser o aniquila- ensina, também, o desenvolvimento do
mento da paixão, até a apa�a. autocontrole e da firmeza como um
meio de superar emoções destru�vas.
O ideal é�co estoico não é o domínio “A virtude consiste em um desejo que
racional da paixão, mas a sua destruição está de acordo com a Natureza”.
total, para dar lugar unicamente à
razão: maravilhoso ideal de homem Este princípio também se aplica ao con-
sem paixão, que anda como um deus texto das relações interpessoais: “liber-
entre os homens. Daí a guerra jus�fica- tar-se da raiva, da inveja e do ciúme” e
da do estoicismo contra o sen�mento, a aceitar até mesmo os escravos como
emoção, a paixão, donde derivam o “iguais aos outros homens, porque
desejo, o vício, a dor, que devem ser todos os homens são igualmente pro-
aniquilados. O estoico pra�ca esta indi- dutos da natureza”. Os dois grandes
ferença e renúncia para não ser pertur- males do mundão são: a nostalgia e a
bado, magoado pela possível e frequen- esperança, o apego ao passado e a pre-
te carência dos bens terrenos, e para ocupação com o futuro. Eles nos levam
não perder, de tal maneira, a serenida- a perder o instante presente e nos
de, a paz, o sossego, que são o verda- impedem de viver plenamente. A vida
deiro, supremo, único bem da alma. O boa é a vida sem esperanças e sem
sábio é beato, porque, inteiramente temores, a vida reconciliada com o que
fechado na sua torre de marfim, nada é, a existência que aceita o mundo tal
lhe acontece que não seja por ele queri- como é.
do, e se conforma com o demais, sem
saudades e sem esperanças; pois sabe 4. Ce�cismo
que tudo é efeito de um determinismo
universal. Pirro de Élida (360-270 a.C.) foi o maior
nome dessa corrente filosófica. Ele
Os estoicos ensinavam que as emoções �rou suas conclusões depois de par�ci-
destru�vas resultavam de erros de par das expedições de Alexandre o
julgamento e que um sábio ou uma Grande, onde percebeu, ao ter contato
17
Período Helenístico

com diversas culturas, que não há como acontecimento, dado, justamente, que
se ter conhecimento do que seja verda- este é pura aparência. O sucesso de
deiro ou falso, e que a maior sabedoria Pirro foi notável e isso mostra como o
que o homem poderia alcançar é a acei- seu modo de ver estava em sintonia
tação desse fato. E negar isso é a causa com o de sua época.
de todos os males e infelicidades.
Segundo Pirro, as coisas são em si indi- Outros filósofos con�nuaram o pensa-
ferenciadas, incomensuráveis e indiscri- mento cé�co, embora alguns destes
mináveis, ou seja, não têm em si uma tenham considerado o ce�cismo de
essência estável, e por isso seu ser se forma diferente, como os da chamada
reduz a puras aparências. Seu caráter terceira Academia, que teve como
de provisoriedade e de inconsistência representante inicial Carnéades de
emerge sobretudo quando as compara- Cirene no século II a.C. Houve ainda
mos com a natureza do divino, que é alguns pensadores viventes da era
absolutamente estável e sempre igual. cristã que retomaram o ce�cismo mais
rigoroso, entre eles Sexto Empírico, do
Se as coisas assim se apresentam, os século II d.C. Definir o ce�cismo como
sen�dos e a razão não estão em grau de escola pode ser algo controverso, uma
discriminar a verdade e a falsidade. Por- vez que ele rejeita o dogma�smo – o
tanto, o homem deve permanecer sem próprio Sexto Empírico comenta que o
opinião e abster-se de qualquer julga- ce�cismo apenas teria uma escola
mento defini�vo. Por conseguinte, não enquanto fosse conduta de vida, e não
tem sen�do agitar-se por nenhum mera ins�tuição enraizada em um
acontecimento, dado, justamente, que dogma.
este é pura aparência. A a�tude que o
sábio deverá assumir é a da afasia, ou 5. Ecle�smo
seja, o calar e jamais expressar qual-
quer julgamento defini�vo, e assim O ecle�smo (do grego eklektikos,
a�ngir a ataraxia ou imperturbabilida- eleger) foi uma abordagem da filosofia
de (não se deixará perturbar por nada). que, ao invés de ter suas próprias dou-
Pondo-se a parte de tudo aquilo que trinas rígidas, selecionava dentre as
pode perturbá-lo ou tocá-lo, o sábio convicções filosóficas existentes, aque-
poderá viver a vida “mais igual” e, por- las doutrinas que pareciam mais razoá-
tanto, viver feliz. Portanto, o homem veis para cada caso. Buscaram fazer um
deve permanecer sem opinião e abster- consenso entre as diversas outras esco-
-se de qualquer julgamento defini�vo. las filosóficas. Alguns filósofos de outras
Não faz sen�do agitar-se por nenhum escolas podem ser considerados eclé�-
18
Período Helenístico

cos. Esse é o caso dos estoicos Panécio Elementos apresentou de modo siste-
(150 a.C.) e Posidônio (75 a.C.) e dos má�co e rigoroso todas as descobertas
novos acadêmicos Carneades (155 a.C.) da geometria helênica, segundo a me-
e Filo de Larissa (75 a.C.). O sistema todologia fornecida por Aristóteles na
eclé�co, caracterís�co de culturas cos- sua lógica, ou seja, sobre a base de defi-
mopolitas como Roma, não se restrin- nições, postulados e axiomas (que são
giu a filosofia, avançando pelas artes, especificações do princípio de não-con-
ciências, religiões e polí�ca. Marco Túlio tradição). No âmbito da geometria é
Cícero foi o representante do estoicis- necessário também mencionar o nome
mo em Roma. Ele foi um advogado, po- de Apolônio de Perga (séc. III a.C.) por
lí�co, escritor, orador e filósofo da gens seus estudos fundamentais sobre as
Túlia da República Romana eleito cônsul secções cônicas.
em 63 a.C. com Caio Antônio Híbrida.
No que se refere a mecânica o nome de
6. A Ciência na Era Helenís�ca maior destaque é o de Arquimedes
(287-212 a.C.), que foi um gênio, pois
A grande expedição de Alexandre no ocupou-se de hidrostá�ca, de está�ca
Oriente teve, entre outras coisas, o (descobriu as leis da alavanca), de ma-
efeito de deslocar de Atenas o baricen- temá�ca e de engenharia. Par�cular
tro da cultura de língua grega. Sobretu- consideração merece o desenvolvimen-
do a cien�fica encontrou sede ideal em to da astronomia, pelas relações que
Alexandria (fundada em 332 a.C.). Aqui, ela teve com a filosofia.
promovido pela dinas�a dos Ptolo-
meus, nasceu o Museu (que significa A concepção astronômica dos gregos
Ins�tuição consagrada as Musas), ao era geocêntrica e os astrônomos imagi-
qual estava anexa à Biblioteca: o primei- navam que os corpos celestes es�ves-
ro con�nha os laboratórios cien�ficos, a sem colocados sobre uma esfera imagi-
segunda todos os livros que era possível nária. Já Platão percebera que a rotação
recolher (várias centenas de milhares). perfeitamente circular não bastava para
Como efeito dessas ins�tuições houve o explicar coerentemente os movimentos
grande florescimento da ciência que, da dos planetas. Eudóxio, Calipo e Aristó-
filosofia, ampliou-se para a gramá�ca, a teles procuraram introduzir estas ano-
geografia, a medicina, a geometria, a malias no modelo geral das esferas con-
mecânica e a astronomia. cêntricas, mul�plicando-as. Todavia foi
Hiparco de Nicéia que forneceu uma
Na geometria sobressai o nome de explicação das anomalias das revolu-
Euclides (330-277 a.C.), que nos seus ções dos planetas, introduzindo a hipó-
19
Período Helenístico

tese de uma órbita excêntrica do sol. mais prá�cas. Há, assim, a decadência
Além desses astrônomos é digno de da ciência, com exceção da astronomia
menção Aristarco de Samos (século II a. (com Ptolomeu) e da medicina (com
C.), que procurou superar a hipótese Galeno).
geocêntrica e desenhou um modelo do
cosmo em que todos os astros giram 7. Neo-Aristotelismo, Médio-Pla-
em torno do sol. tonismo e Neopitagorismo
Não sem implicações filosóficas foi A Escola peripaté�ca ou Peripatoi (do
também o desenvolvimento da medici- grego, que caminha), fundada por Aris-
na (especialmente dos estudos anatô- tóteles, permaneceu exis�ndo ao longo
micos-fisiológicos) e da geografia, que da época helenís�ca. Aristóteles
alçou tal precisão de cálculo de modo a morreu um ano após Alexandre e a dire-
permi�r que Erastótenes avaliasse com ção do Liceu ficou a cargo de Teofrasto.
boa aproximação as dimensões da O pensamento aristotélico se manteve
terra. como base fundamental, embora novas
tendências na noção de universalidade
Em uma avaliação da ciência helenís�ca tenham se estabelecido. Chegando ao
salta aos olhos o caráter especializado século I a.C., Andrônico de Rodes gerou
que ela assumiu, bem como sua auto- uma nova tendência para a filosofia, de
nomia tanto em relação a religião como produzir comentários acerca das obras
em relação com a filosofia, autonomia do mestre, atendo-se destaque em par-
que lhe adveio sobretudo a par�r da �cular à figura de Aristóteles. Para os
sua origem aristotélico-peripaté�ca. peripatos o modo de obter a felicidade
Mas a independência da filosofia vale estava em encontrar a moderação
apenas quanto ao objeto de pesquisa (média) entre dois extremos (ausência
(que no caso da ciência é parcial e espe- e excesso). Assim, para uma vida de
cífico, e no caso da filosofia é universal e virtudes era importante um equilíbrio
geral), e não quanto a intenção que per- entre razão, hábitos e natureza.
maneceu contempla�va, isto é, teoré�-
ca. O médio platonismo ou platonismo
eclé�co, segundo alguns estudiosos do
Já a ciência na era imperial romana, séculos XIX e XX, refere-se à interpreta-
depois da destruição da Biblioteca de ção dada à filosofia de Platão durante
Alexandria, desloca o centro da pesqui- os primeiros séculos da era imperial (do
sa cultural e cien�fica de Alexandria século I a.C. ao século II d.C.). O médio-
para Roma, assumindo caracterís�cas -platonismo seria, assim, a forma de
20
Período Helenístico

platonismo surgida depois da morte de tases (substâncias): o Uno, a Inteligên-


An�oco de Ascalão, filósofo acadêmico cia/Espírito e a Alma. Todo ser subsiste
eclé�co do século I a.C., e cujos desen- é aquilo que é em virtude de sua “uni-
volvimentos seguem até o início do dade”, a qual é superior ao ser, porque é
século III d.C. sua causa. No vér�ce da realidade uma
hipóstase, o Uno-bem, capaz de dar
O neopitagorismo surgiu no século I unidade a todas as coisas, de infinita
a.C., em que a doutrina pitagórica era potência.
revivida por alguns filósofos da época –
logo, estaria assim incluída dentre as Todavia, nosso raciocínio pode captar
escolas filosóficas helenís�cas. Aparen- apenas entes finitos e conotações defi-
temente, não haveria muita originalida- nidas das coisas. Por conseguinte, deste
de nessa doutrina, sendo ela apenas Um supremo se pode falar prevalente-
uma retomada do pitagorismo anterior, mente em termos nega�vos, ou seja,
com suas caracterís�cas bem reconhe- pode-se dizer sobretudo o que não é.
cidas, dentre elas a valorização dos nú- Ou se pode falar dele em termos posi�-
meros como elementos essenciais para vos, mas por via analógica: por exem-
a compreensão e a cons�tuição do uni- plo, pode-se dizer que é pensamento,
verso e o mis�cismo, caracterizado pela entendendo com isso que se “asseme-
crença na mudança da alma de um lha” ao pensamento, mas, na realidade,
corpo a outro. Considera-se também é “super-pensamento”; ou se pode
que, em seus textos, os representantes dizer que é “vida”, mas na realidade é
de tal doutrina teriam caracterís�cas “super-vida”. Plo�no também se põe o
que futuramente passaram a ser problema, totalmente novo no pensa-
comuns ao neoplatonismo, que surgiria mento grego, do por que o Uno existe, e
posteriormente. por que é o que é.

8. O Neoplatonismo de Plo�no A esta pergunta ele responde, introdu-


zindo o revolucionário conceito de “au-
Amônio Sacas fundou a Escola Neopla- tocriação”. O Uno existe porque se
tônica de Alexandria. Entre seus discí- auto-criou; e é aquilo que é, ou seja,
pulos sobressai Plo�no (205-270 d.C.), o Bem absoluto, porque quis ser no
úl�mo dos grandes pensadores gregos melhor modo possível. Outro problema
que, com um imponente sistema, se de grande importância meta�sica é
coloca, em certa medida, no mesmo “por que e como do Uno derivaram as
plano de Platão e Aristóteles. Para Plo�- coisas”; com efeito, se o Uno gozava já
no a realidade se ar�cula em três hipós- de absoluta perfeição, por qual mo�vo
21
Período Helenístico

produziu algo diferente de si? Plo�no deiro e próprio. O Uno devia produzir o
responde, notando primeiro que o Espírito se queria se atuar como pensa-
gerar do Uno não o empobrece (como a mento.
luz produzida por uma fonte não empo-
brece aquela fonte), e além disso que o Desse processo temos consequências
gerado é sempre de natureza inferior significa�vas: 1) antes de tudo, o Nous,
em relação àquele que gera. Inteligência ou Espírito, se qualifica
como Ser (o cosmo inteligível das ideias
A geração dos entes a par�r do Uno não que contem), como Pensamento (a
deve ser entendida como “emanação”, a�vidade que desenvolve) e como Vida
mas como “processão”, fruto de uma (justamente enquanto vida de pensa-
a�vidade par�cular. Para sermos preci- mento); 2) em segundo lugar, com o
sos, o Uno (como qualquer outra hipós- pensamento nasce a mul�plicidade sob
tase) tem duas a�vidades: 1 - uma, cha- a forma de dualidade de “pensamento”
mada a�vidade do Uno, que lhe permi- e “pensado”. Além disso, devemos
te subsis�r; 2 - outra, chamada a�vida- salientar que a produção de toda reali-
de a par�r do Uno, que faz com que do dade, a “criação” em geral e em par�cu-
Uno derivem todas as coisas. E se a pri- lar, ocorre por meio da “contemplação”,
meira é a�vidade livre, a segunda é e os dois termos criação e contempla-
necessária, como é necessário que, ção em sen�do filosófico se iden�ficam.
uma vez acesa a chama, desta derive o
calor. De um ponto de vista meta�sico, Como o Uno para pensar deve tornar-se
poderemos dizer que o Uno deve gerar Espírito, também para criar deve tor-
as outras hipóstases para realizar toda a nar-se Alma. E o modo de produção da
sua potência infinita. Alma por parte do Espírito é idên�co ao
do Espírito por parte do Uno: também
A par�r do Uno, observa Plo�no, deriva aqui é preciso dis�nguir a a�vidade do e
uma potência informe (que é como ma- a a�vidade a par�r de (desta vez do e a
téria inteligível), a qual, para subsis�r, par�r do Espírito), ou seja, o nascimen-
deve voltar-se para contemplar o princí- to de uma potência, a definição desta
pio do qual derivou, e depois deve auto- potência por via de contemplação
contemplar-se. Quando a matéria inteli- (desta vez do Espírito e, através do Espí-
gível contempla o Uno, ela “se fecun- rito, do Uno) e, por fim, a autocontem-
da”, ou seja, se enche das Ideias, enten- plação (da Alma).
didas no sen�do platônico do verdadei-
ro ser; quando, ao contrário, se auto- Como, à medida que nos afastamos do
contempla, nasce o pensamento verda- Uno, a força unificante diminui, a Alma
22
Período Helenístico

como hipóstase perde em parte a forte entende como momento passivo, mas
unidade, que era própria do Espírito e como “pensamento oculto” da alma.
ainda mais do Uno. A Alma se ar�cula
em três almas: 1) a Alma Suprema, que A condição ideal da alma é a liberdade;
contempla a hipóstase superior; 2) a mas esta se obtém apenas na tensão
Alma do Todo, que é a que cria o para o Bem, ou seja, mediante a separa-
mundo; 3) e, por fim, as almas par�cu- ção do corpóreo e a reunião com o Uno.
lares, que dão vida aos corpos. Exata- Exatamente nisso está o vér�ce da é�ca
mente porque a tarefa da Alma é a de plo�niana, na “unificação” (ou, como
criar o cosmo, dando-lhe vida, ela se também diz, no “êxtase”), ou seja, na
encontra, por assim dizer, dividida no capacidade de despojar-se de tudo, de
mundo material, sem, por isto, perder toda alteridade e de unir-se ao Uno. Tal
toda sua unidade, porque – diz Plo�no i�nerário é chamado também de via do
– ela se encontra toda em tudo. “retorno” ou da “conversão”, enquanto
devolve o homem às origens de seu ser.
Também a matéria, apesar da sua nega-
�vidade, tem razão de ser no sistema 9. Fim da Filosofia Pagã
plo�niano. Ela cons�tui a etapa extre-
ma da processão a par�r do Uno, em O fim da filosofia pagã an�ga tem data
que a potência que deriva do Uno se oficial, ou seja, 529 d.C., ano em que
enfraqueceu, a ponto de não ter mais a Jus�niano proibiu aos pagãos qualquer
força para contemplar. E, uma vez que a o�cio público e, portanto, também a
contemplação é a força que permite possibilidade de manter escolas e ensi-
criar, a matéria é um nega�vo. Mas, nar. Eis um trecho significa�vo do Códex
enquanto ela é vivificada e como que de Jus�niano: “Nós proibimos que seja
resgatada pela Alma, de algum modo ensinada qualquer doutrina por parte
espelha as formas das hipóstases supe- daqueles que estão afetados pela lou-
riores e assume, à medida do possível, o cura dos ímpios pagãos. Por isso, que
posi�vo. nenhum pagão simule estar instruindo
aqueles que, desventuradamente, fre-
O homem é fundamentalmente sua quentam sua casa enquanto, na realida-
alma, e a alma humana é um momento de, nada mais está fazendo do que cor-
da hipóstase Alma, da qual par�cipa o romper as almas dos discípulos. Ade-
caráter de a�vidade; portanto, também mais, que não receba subvenções públi-
quando está no corpo, a alma exercita cas, já que não tem nenhum direito
todas as a�vidades cognosci�vas, derivado de escrituras divinas ou de
incluindo a sensação, que Plo�no não éditos estatais para obter licença para
23
Período Helenístico

coisas desse gênero. Se alguém, aqui manas e do próprio pensamento.


(em Constan�nopla) ou nas províncias,
resultar culpado desse crime e não se Trata-se de uma ins�tuição cultural �pi-
apressar a retornar ao seio de nossa camente grega que, por razões históri-
santa Igreja, juntamente com sua famí- cas e polí�cas, tornou-se o modo de
lia, ou seja, juntamente com a mulher e pensar e de se exprimir predominante
os filhos, recairá sob as referidas san- da chamada cultura europeia ocidental,
ções, suas propriedades serão confisca- da qual, devido à colonização europeia
das e ele próprio será enviado ao exí- das Américas, também fazemos parte –
lio”. ainda que de modo inferiorizado e colo-
nizado. Dizer que a filosofia é �pica-
Esse édito é sem dúvida muito impor- mente grega não significa, evidente-
tante para o des�no da filosofia greco- mente, que outros povos, como os chi-
-pagã, bem como a data em que foi pro- neses, os hindus, os japoneses, os
mulgado. Entretanto, devemos destacar árabes, os persas, os hebreus, as socie-
que o ano de 529 d.C., como todas as dades africanas ou as indígenas da
datas que abrem ou encerram uma América não possuam sabedoria, pois
época, nada mais faz do que sancionar possuíam e possuem.
com um acontecimento de repercussão
aquilo que já era realidade produzida Também não quer dizer que todos esses
por toda uma série de acontecimentos povos não �vessem desenvolvido o
anteriores. O édito de 529 d.C., portan- pensamento e formas de conhecimento
to, nada mais fez do que acelerar e esta- da natureza e dos seres humanos, pois
belecer de direito aquele fim ao qual, desenvolveram e desenvolvem. Quan-
de fato e por si mesma, a filosofia pagã do se diz que a filosofia é grega, o que
an�ga estava des�nada inexoravelmen- se quer dizer é que ela apresenta certas
te. caracterís�cas e certas formas de
pensar e de exprimir os pensamentos,
10. O Legado da Filosofia Grega estabelece certas concepções sobre o
que sejam a realidade, a razão, a lingua-
A filosofia pode ser entendida como gem, a ação, as técnicas, completamen-
aspiração ao conhecimento racional, te diferentes das formas de pensar de
lógico, demonstra�vo e sistemá�co: outras culturas.
a) da realidade natural e humana;
b) da origem e das causas da ordem do Quando nos acercamos da filosofia nas-
mundo e de suas transformações; cente, podemos perceber os principais
c) da origem e das causas das ações hu- traços que definem a a�vidade filosófi-
24
Período Helenístico

ca na época de seu nascimento: Essa capacidade racional é a síntese.


I) Tendência à racionalidade, pois os Por exemplo, para meus olhos, meu
gregos foram os primeiros a definir o tato e meu olfato, o gelo é diferente da
ser humano como animal racional, ou neblina, que é diferente do vapor de
seja, foram os primeiros a considerar uma chaleira, que é diferente da chuva,
que o pensamento e a linguagem defi- que é diferente da correnteza de um
nem a razão, que o homem é um ser rio. No entanto, o pensamento mostra
dotado de razão e que a racionalidade é que se trata sempre de um mesmo ele-
seu traço dis�n�vo. Mesmo que a razão mento (a água), que passa por diferen-
humana não possa conhecer tudo, tudo tes estados e formas (líquido, sólido,
o que ela pode conhecer conhece plena gasoso) em decorrência de causas natu-
e verdadeiramente, e ela é a condição rais diferentes (condensação, liquefa-
de todo conhecimento verdadeiro. Por ção, ebulição). O pensamento generali-
isso mesmo, a própria razão ou o pró- za, isto é, encontra sob as diferenças a
prio pensamento deve conhecer as leis, iden�dade ou a semelhança, reúne os
regras, princípios e normas de suas ope- traços semelhantes e faz uma síntese.
rações e de seu exercício correto. IV) Capacidade de diferenciação, isto é,
II) Recusa de explicações preestabeleci- de mostrar que fatos ou coisas que apa-
das e, por isso mesmo, exigência de que recem como iguais ou semelhantes são,
para cada fato seja encontrada uma na verdade, diferentes, quando exami-
explicação racional e que para cada pro- nados pelo pensamento ou pela razão.
blema ou dificuldade sejam inves�ga- Essa capacidade racional é a análise.
das e encontradas as soluções que eles
exigem. Um exemplo nos ajudará a compreen-
III) Tendência à argumentação e ao der como procede a análise. Em 1992,
debate para oferecer respostas conclu- no Brasil, jovens estudantes pintaram a
sivas a questões, dificuldades e proble- cara com as cores da bandeira nacional
mas, de modo que nenhuma solução e saíram às ruas para exigir a des�tui-
seja aceita se não houver sido demons- ção do presidente da República. Logo
trada conforme os princípios e as regras depois, candidatos a prefeituras munici-
do pensamento verdadeiro. Capacidade pais contrataram jovens para aparecer
de generalização, isto é, de mostrar que na televisão com a cara pintada, defen-
uma explicação é válida para muitas dendo tais candidaturas. A seguir, as
coisas diferentes ou para muitos fatos Forças Armadas brasileiras, para persu-
diversos, porque, sob a aparência da adir jovens a servi-las, contrataram
diversidade e da variação, o pensamen- jovens caras-pintadas para aparecer
to descobre semelhanças e iden�dades. como soldados, marinheiros e aviado-
25
Período Helenístico

res. Ao mesmo tempo, várias empresas, mas das caracterís�cas do que os


pretendendo vender seus produtos aos gregos chamaram filosofia.
jovens, contrataram ar�stas jovens
para, de cara pintada, fazer a propagan- Do legado filosófico grego, podemos
da de tais produtos. destacar como principais contribuições
as seguintes ideias:
Aparentemente, teríamos sempre a 1 - O conhecimento verdadeiro deve
mesma coisa: jovens rebeldes e cons- encontrar as leis e os princípios univer-
cientes, de cara pintada, símbolo da sais e necessários do objeto conhecido
esperança do país. No entanto, o pensa- e deve demonstrar sua verdade por
mento pode mostrar que, sob a seme- meio de provas ou argumentos racio-
lhança percebida, há diferenças, pois os nais. Ou seja, em primeiro lugar, a ideia
primeiros caras-pintadas fizeram um de que um conhecimento não é algo
movimento polí�co espontâneo; os que alguém impõe a outros e sim algo
segundos fizeram propaganda polí�ca que deve ser compreendido por todos,
para um candidato (e receberam pois a razão ou a capacidade de pensar
dinheiro para isso); os terceiros tenta- e conhecer é a mesma em todos os
ram ajudar as Forças Armadas a apare- seres humanos. Em segundo lugar, a
cer como diver�das e juvenis; e os úl�- ideia de que um conhecimento só é ver-
mos, mediante remuneração, estavam dadeiro quando explica racionalmente
transferindo para produtos industriais o que é a coisa conhecida, como ela é e
(roupas, calçados, vídeos, margarinas, por que ela é. É assim, por exemplo, que
discos, iogurtes) um símbolo polí�co a matemá�ca deve ser considerada um
inteiramente despoli�zado e sem conhecimento racional verdadeiro, pois
nenhuma relação com sua origem. define racionalmente seus objetos. Nin-
guém impõe aos outros que o círculo é
Separando as aparentes semelhanças, uma figura geométrica em que todos os
dis�nguindo-as, o pensamento desco- pontos são equidistantes do centro,
briu diferenças e realizou uma análise. pois essa definição simplesmente
Argumentar e demonstrar por meio de ensina que qualquer figura desse �po
princípios e regras necessários e univer- será necessariamente denominada
sais, apreender pelo pensamento a uni- círculo; da mesma maneira, ninguém
dade real sob a mul�plicidade percebi- impõe aos outros que o triângulo é uma
da ou, ao contrário, apreender pelo figura geométrica em que a soma dos
pensamento a mul�plicidade e diversi- ângulos internos é igual à soma de dois
dade reais de algo percebido como uma ângulos retos, pois essa definição sim-
unidade ou uma iden�dade, eis aí algu- plesmente estabelece que uma figura
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Período Helenístico

com tal propriedade será denominada Albert Einstein a estabelecer uma lei da
triângulo. Além de definir seus objetos, conservação de toda a matéria e ener-
a matemá�ca os demonstra por meio gia do Universo, lei que se exprime na
de provas (os teoremas) fundadas em fórmula E = mc² (em que E é a energia,
princípios racionais verdadeiros (os m é a massa e c é a velocidade da luz),
axiomas e os postulados). segundo a qual toda massa tem uma
2 - A natureza segue uma ordem neces- energia associada, cujo valor se desco-
sária e não casual ou acidental. Ou seja, bre mul�plicando a massa pelo quadra-
ela opera obedecendo a leis e princípios do da velocidade da luz.
necessários – não poderiam ser outros 3 - As leis necessárias e universais da
ou diferentes do que são – e universais natureza podem ser plenamente
– são os mesmos em toda parte e em conhecidas pelo nosso pensamento.
todos os tempos. Ou, em outras pala- Isto é, não são conhecimentos misterio-
vras, uma lei natural é necessária sos e secretos, que precisariam ser
porque nenhum ser natural escapa dela revelados por divindades, mas sim
nem pode operar de outra maneira que conhecimentos que o pensamento
não desta; e uma lei da natureza é uni- humano pode alcançar por sua própria
versal porque é válida para todos os força e capacidade.
seres naturais em todos os tempos e 4 - A razão também obedece a princí-
lugares. A ideia de ordem natural neces- pios, leis, regras e normas universais e
sária e universal é o fundamento da filo- necessários, com os quais podemos dis-
sofia em sua primeira expressão conhe- �nguir o verdadeiro do falso. Em outras
cida, a cosmologia. É, pois, responsável palavras: por sermos racionais, nosso
pelo surgimento da chamada “filosofia pensamento é coerente e capaz de
da natureza” ou “ciência da natureza”, conhecer a realidade porque segue leis
ou o que os gregos chamaram �sica, lógicas de funcionamento. Nosso pen-
palavra derivada do vocábulo grego samento diferencia uma afirmação de
physis, “natureza”. Assim, por exemplo, uma negação porque, na afirmação,
a ideia de que a natureza é uma ordem atribuímos alguma coisa a outra coisa
que segue leis universais e necessárias (quando afirmamos que “Sócrates é um
levou, no século XVII, Galileu Galilei a ser humano”, atribuímos humanidade a
demonstrar as leis do movimento e as Sócrates); já na negação, re�ramos
leis da queda dos corpos. Ou, naquele alguma coisa de outra (quando dizemos
mesmo século, levou Isaac Newton a “Este caderno não é verde”, estamos
estabelecer uma lei �sica válida para re�rando do caderno a cor verde). Por
todos os corpos naturais, a lei da gravi- isso mesmo, nosso pensamento perce-
tação universal. E, no século XX, levou be o que é a iden�dade, isto é, que
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Período Helenístico

devemos sempre e necessariamente homens são mortais”). As prá�cas hu-


afirmar que uma coisa é idên�ca a si manas dependem da vontade livre, da
mesma (“Sócrates é Sócrates”), pois, se deliberação e da discussão, de uma
negarmos sua iden�dade, estaremos escolha emocional ou racional, de
re�rando dela ela própria. Graças à afir- nossas preferências e opiniões. Estes
mação da iden�dade, o pensamento fatores se realizam segundo certos valo-
pode dis�nguir e diferenciar os seres res e padrões estabelecidos pela natu-
(“Sócrates é diferente de Platão e reza ou pelos próprios seres humanos, e
ambos são diferentes de uma pedra”). não por imposições misteriosas e
Nosso pensamento também percebe o incompreensíveis.
que é uma contradição, ou seja, que é 5 - O fato de os acontecimentos natu-
impossível afirmar e negar ao mesmo rais e humanos serem necessários
tempo algo de alguma coisa (“O infinito porque obedecem a leis (da natureza
é ilimitado e não é ilimitado”). Por isso, humana) não exclui a compreensão de
ele também percebe a diferença entre que eles também podem ser acidentais,
uma contradição e uma alterna�va, seja porque um concurso de circunstân-
pois, nesta, ou a afirmação será verda- cias os faz ocorrer por acaso na nature-
deira e a negação será falsa, ou vice- za, seja porque as ações humanas
-versa (“Ou haverá guerra ou não dependem das escolhas e deliberações
haverá guerra”). Nosso pensamento dos homens. Uma pedra lançada ao ar
dis�ngue quando uma afirmação é ver- cai necessariamente porque pela lei
dadeira ou falsa porque dis�ngue o não natural da gravitação ela necessaria-
contraditório do contraditório e porque mente deve cair e não pode deixar de
reconhece o verdadeiro como a conclu- cair; um ser humano é capaz de loco-
são de uma demonstração, de uma moção e anda porque as leis anatômi-
prova ou de um argumento racional. Se cas e fisiológicas que regem seu corpo
alguém apresentar o seguinte raciocí- fazem com que tenha os meios neces-
nio: “Todos os homens são mortais. sários para isso. No entanto, se uma
Sócrates é homem. Logo, Sócrates é pedra, ao cair, a�ngir a cabeça de um
mortal”, diremos que a afirmação “Só- passante, esse acontecimento é aciden-
crates é mortal” é verdadeira porque foi tal. Por quê? Porque se o passante não
concluída de outras afirmações que já es�vesse andando por ali naquela hora,
foram demonstradas verdadeiras (“To- a pedra não o a�ngiria. Assim, a queda
dos os seres que nascem e perecem da pedra é necessária e o andar de um
existem no tempo. Todos os seres que ser humano é necessário, mas, se uma
existem no tempo são mortais”; “Todos pedra cai sobre minha cabeça quando
os homens existem no tempo. Todos os ando, isto é inteiramente acidental. É o
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Período Helenístico

acaso. Contudo, o próprio acaso não é manos).


desprovido de uma lei natural. Como
explica Aristóteles, o acaso é o encontro Dessa maneira, temos a ideia de que
acidental de duas séries de aconteci- podemos diferenciar entre o necessá-
mentos necessárias (é por necessidade rio, o acaso e o possível em nossas
natural que a pedra cai e é por necessi- ações: o necessário é o que não está em
dade natural que o homem anda). A lei nosso poder escolher, pois acontece e
natural do acaso é, portanto, o encon- acontecerá sempre (não depende de
tro acidental de coisas que em si nós que o Sol brilhe, que haja dia e
mesmas são necessárias. noite); o acaso é o que também não
está em nosso poder escolher (não
Todavia, a situação das ações humanas escolho que aconteça uma tempestade
é bastante diversa dessa. É verdade que justamente quando estou fazendo uma
é por uma necessidade natural ou por viagem de navio ou de avião, nem esco-
uma lei da natureza que ando. Mas é lho estar num veículo que será a�ngido
por deliberação voluntária que ando por outro, dirigido por um motorista
para ir à escola em vez de andar para ir embriagado); o possível, ao contrário
ao cinema, por exemplo. É verdade que do necessário e do acaso, é exatamente
é por uma lei necessária da natureza o que temos poder de escolher e fazer.
que os corpos pesados caem, mas é por Essas diferenciações legadas pela filoso-
uma deliberação humana e por uma fia grega nos permitem evitar tanto o
escolha voluntária que fabrico uma fatalismo – “Tudo é necessário, temos
bomba, a coloco num avião e a faço de nos conformar com o des�no e nos
despencar sobre Hiroxima. Essa escolha resignar com nosso fado” – como a
faz com que a ação humana introduza o ilusão de que podemos tudo quanto
possível no mundo, pois o possível é o quisermos, pois a natureza segue leis
que pode acontecer ou deixar de acon- necessárias que podemos conhecer e
tecer, dependendo de uma escolha nem tudo é possível por mais que o
voluntária e livre. Um dos legados mais queiramos. Os seres humanos natural-
importantes da filosofia grega é, por- mente aspiram ao conhecimento verda-
tanto, a diferença entre o necessário (o deiro (porque são racionais), à jus�ça
que não pode ser senão como é) e o (porque são dotados de vontade livre) e
con�ngente (o que pode ser ou não à felicidade (porque são dotados de
ser), bem como a diferença entre o emoções e desejos). Isto é, os seres hu-
acaso (o que pode ou não acontecer na manos não vivem nem agem cegamen-
natureza) e o possível (o que pode ou te, nem são comandados por forças
não acontecer nos acontecimentos hu- extranaturais secretas e misteriosas,
29
Período Helenístico

mas ins�tuem por si mesmos valores suas ações.


pelos quais dão sen�do à sua vida e às

Indicações de Leituras

1. Diógenes, o Cínico, de Luiz E. Navia


2. Carta sobre a felicidade (A Meneceu), de Epicuro
3. Da natureza das coisas, de Lucrécio
4. Ler os estoicos, de Jonathan Barnes
5. Cartas a Lucílio, de Sêneca
6. Manual, de Epicteto
7. Meditações, de Marco Aurélio
8. Esboços pirronianos, de Sexto Empírico
9. Enéadas, de Plo�no

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