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Feitiçaria Sexual Tântrica
Feitiçaria Sexual Tântrica
Feitiçaria Sexual Tântrica
SEXUAL
TRÂNTRICA
Introdução
Para tal realização as técnicas de Magia Sexual devem ser estudadas com diligência bem como com
objetividade. Elas são complexas e envolvem os aspectos maiores do espectro humano da
sexualidade. Para os parceiros sexuais elas envolvem concentração e desapego, entretanto a maior
lição é o controle. O impulso sexual deve ser tomado sob a dominação da Vontade e usado como um
veículo para o alcance de estados superiores.
Na Magia Sexual o sexo é utilizado como uma ferramenta a favor da Magia e não ao contrário a
Magia ser usada a favor do sexo.
O sexo deve ser entendido como uma ferramenta de trabalho, que é, portanto, totalmente controlada
pela Vontade e usada de acordo com os ditames da necessidade ao invés de devido aos espasmos da
luxúria e do desejo. Claro, luxúria e desejo têm o seu lugar, mas eles são apenas de valor quando
suas forças são desencadeadas e usadas num dado rito. Atividade sexual indiscriminada é um
desperdício de energia e poder concentrado.
Textos gnósticos primitivos sugerem que o simbolismo de Adão e Eva oculta uma fórmula de
polaridade sexual. Enquanto Adão é ser coletivo, masculino e feminino ou a Mônada Divina (tanto
no homem como na mulher), sua companheira Eva é a energia criadora em forma de Serpente que
guardava os segredos da imortalidade e da sabedoria divina. Não podemos negar que a maioria e as
mais primitivas das formas arcaicas da Deusa é uma cobra ou serpente. Assim como Eva do
Gênesis, Ashera/Astarte, a Deusa do Templo de Salomão, muitas vezes era representada em forma
de serpente. O mesmo ocorria com outras deusas dos cultos antigos associadas à Ashera como
Tanith, Isthar e Isis.
A Tradição da Magia Ocidental sempre foi atribuída a Salomão e a Kabalah. Todavia, é claro que a
Magia é anterior a Salomão tendo suas origens no misticismo oriental. É fato conhecido que o rei
Salomão se relacionou não apenas com o Deus hebreu, mas também com divindades pagãs. Em
particular, o Templo de Salomão foi construído à adoração da de Ashera, “a Rainha dos Céus”.
Como uma personificação de Shekinah a deusa Ashera simboliza a Alma Universal, a Matriz do
Universo, da qual nasce tudo o que existe, por separação ou diferenciação, é a causa da existência.
Ao que tudo indica o simbolismo cabalístico de Shekinah preservou várias facetas perdidas das
antigas deusas do Oriente Médio.
Durante o reinado de Salomão, Ashera se tornou consorte do Deus israelita Jeová e era conhecida
pelos hebreus como uma personificação de Shekinah – o Espírito Santo ou presença de Deus no
Reino da Manifestação. No Evangelho apócrifo dos Hebreus lemos que o próprio Jesus admitiu a
natureza feminina no Espírito Santo, designando-o com a expressão de; “Minha Mãe, o Santo
Hálito”. Shekinah é também chamada Ashera, a “Rainha do Céu. A consorte de Deus” e é
equivalente a Nuit, Isis e suas manifestações Anat, Astarte, Astaroth, Isthar e Esther. O “Livro de
Esther” do Antigo Testamento, inclui descrições dos ritos de fertilidade e dos matrimônios sagrados
de Ashera, e o “Cântico dos Cânticos” de Salomão foi composto em sua honra.
Do ponto de vista do ocultismo as Hostes de Seres Espirituais formam, no seu conjunto, a Energia
do Terceiro Logos que é a Alma Universal ou Shekinah, a Consciência do Logos em seu aspecto
criador (shakti), que trouxe nosso Universo à existência. A energia do Terceiro Logos era
considerada por todas as nações arcanas como a Mente Universal; também chamada de Útero
Cósmico, Sophia ou a Sabedoria Feminina pelos gnósticos.
Na Kabala a união de um deus e uma deusa acontece no Mundo Arquetípico de Atiziluth. O Deus é
Eheieh, a força primordial de Kether. A deusa é Shekinah, a presença acolhida, a forma essencial de
Malkuth. Na Magia Sexual, no momento do orgasmo, Shekinah como Espírito Santo entra nos
participantes. A parceira feminina se identifica com esse espírito e o homem a recebe interiormente.
O Zohar diz: “antes de separar-se ele deve deixar Shekinah descansar sobre ele para que ele
permaneça masculino e feminino ao mesmo tempo”. A mulher, que já é Shekinah, amplia seu
conhecimento pela experiência e também pode usar a energia para trabalho mágico.
A união de Ashera e Jeová, a exemplo de outros casais divinos como Ball e Astaroth, Osíris e Ísis,
Tamuz e Isthar, é representada nos pilares gêmeos do Templo de Salomão (Joachin e Boaz), que a
nível físico representavam o poder fálico (solar) e da yoni (lunar), e a nível metafísico é a
Consciência Pura e sua manifestação como Energia Criativa Universal. Como uma versão bíblica
dos mitos pagãos, Eva (a Natureza), a Serpente Mãe, deve ser fecundada por Adão para criar nela a
Vida.
Os que conhecem o Tantra perceberão claramamente que Shekinah é equivalente a Shakti. Assim,
Shekinah é para Eheieh o que Shakti é para Shiva.
O objetivo principal dos cultos fálicos pagãos era comemorar a fecundidade da terra e os ciclos de
gestação, nascimento, morte e renascimento da vida como um todo. O falo (sempre em estado de
ereção) já aparecia na arte paleolítica e tornando-se numa das formas mais antigas da religião.
Na verdade as genitálias (tanto a masculina quanto a feminina) sempre foram desde os tempos
primitivos veneradas, pois consistem nos elementos doadores da vida e preservadores da espécie.
O homem fixando-se a terra através da agricultura e dela necessitando para sua sobrevivência
desenvolveu vários rituais para fecundá-la e com isso muitos elementos mágicos eram praticados.
Para tal fecundação fazia uso de mastros, pedras, estatuetas e tudo que se relacionasse a procriação,
nascimento e renascimento, sendo espalhados objetos em forma fálica por todos os locais. Os
próprios deuses eram sexualmente ativos e tinham o poder de conceder ou não a fertilidade as
pessoas, animais, a própria terra e tudo que estivesse sobre ou sob ela.
Hoje em muitas crenças e em religiões existem de forma velada ou não reminiscência destes cultos
antigos, que são universais, pois estiveram e estão presentes do Oriente ao Ocidente e em todas as
épocas da humanidade. As novas religiões reinterpretaram ritos e símbolos e espalham-se por todo o
mundo, temos assim os mastros aos santos cristãos, em especial os de junho, as figas, os objetos e
usos do candomblé, os cajados, algumas danças, gestos, vários rituais e ritos de passagem indígenas
são repletos de sexualidade, sem falar é claro do (hoje) profano carnaval.
A Missa do Espírito Santo
As sensações que se formam lentamente no Homem e na Mulher unidos sexualmente não vêm da
conjunção das partes físicas, mas das polaridades masculinas e femininas em contato. Padrões de
respiração corretos afetam a química do sangue que provocam uma mudança no ambiente interno
do cérebro. Durante o ato de amor os opostos se fundem devorados em uma morte mística em que
tudo se dissolve na luz, na Unidade. Um estado transcendente conhecido como espiritual ou divino
é criado, nele a pessoa não é conhecida como individualidade porque inclui ambos.
O ego consciente sai para dar lugar a um poder divino. As energias sexuais então armazenadas,
juntamente com a respiração correta, conduzem a transmutação da energia e a sacerdotisa torna-se
clarividente.
Portanto, o sacrifício da Missa do ponto de vista mágico não é apenas a ingestão de uma substância
devidamente transformada ou transmutada pela vontade do mago que se torna parte do próprio
mago, mas também inclui o ato sexual em um arco superior.
Na Missa do Espírito Santo - de raízes gnósticas - o Lingam (Phallus) é visto como um símbolo do
Logos ou Criador do Universo. Nela a baqueta do mago ou lança tornou-se o Phallus enquanto a
Taça ou Cálice do Grall é a Vagina que contêm o Amrita, o alimento do Grall, ou seja o esperma e
os fluidos vaginais.
Afinal de contas a Missa do Espírito Santo, bem entendida, é uma operação de Alquimia Sexual que
reúne a liturgia do casamento sagrado (deus e deusa, sacerdote sacerdotisa, rei e rainha etc.) e do
sacrifício/oferenda no contexto do processo eucarístico.
A Missa do Espírito Santo é uma fórmula secreta de Alta Magia. Ela é única em toda a Alta Magia
pois nela insere-se quase toda forma conhecida de procedimento teúrgico, ao mesmo tempo que é a
síntese de todas elas. Refere-se, entre outras coisas, a Magia dos Talismãs. Por meio desse método,
uma força espiritual viva é confinada numa substância telesmática conhecida como OVO
FILOSÓFICO ou Câmara Nupcial. O Ovo deve permanecer rigorosamente fechado desde o início
dos trabalhos, quando nele é depositada a MATÉRIA PRIMA devidamente preparada.
A Matéria Prima é a mistura de que é preciso para realizar a Grande Obra. Então do CASAMENTO
SAGRADO, da união do ENXOFRE e do MERCURIO, do fixo e do volátil ( do rei Vermelho e da
Rainha Branca ) que são o Ouro e a Prata purificados, encerrados em um SEPULCRO, surge a
FÊNIX que é o Enxofre e o Mercúrio dos Sábios unidos e conjugados no fim da GRANDE OBRA.
A Missa do Espírito Santo é também conhecida como a Fórmula do Cálice Sagrado, onde a própria
essência e sangue vital do iniciado tem que ser derramados para a redenção. Nela a eucaristia está
implícita e o cálice ganha a função da Taça de Comunhão, cujo conteúdo santificado – taumatúrgico
e iridescente, o vinho sacramental – tem que ser dedicado e consagrado ao serviço do Altíssimo.
O Tetragrammaton é uma palavra grega que significa 'o nome de quatro letras' e representa o nome
de quatro letras de Deus; as quatro letras hebraicas Yod, Heh, Vav, Heh, as quais transliteradas se
tornam YHVH, ou IHVH em latim.
A pronúncia do Tetragrammaton são de onde os nomes Jeová, YahWeh e YahVeh derivam. Como
todas as quatro letras são correspondentes, o verdadeiro nome de Deus é impronunciável. Pelo
nome ser impronunciável, inerentemente muitas derivações da pronúncia existem, como quais o
mágico/Cabalista pode evocar no trabalho que ele executa.
Na Alta Magia o Tetragrammaton é uma Fórmula Mágica que pode ser usada na estruturação de
rituais evocativos e invocativos.
Além disso o Tetragrammaton , pode ser usado nas técnicas de Magia Sexual na produção
alquímica do Amrita, o Ouro Líquido ou Pedra Filosofal. Todas as operações alquímicas requerem
dois instrumentos principais. Um recipiente circular ou vaso cristalino ou Curcúbita; e um forno
teosófico selado cabalisticamente ou Athanor.
O Vaso ou Curcúbita é um vaso ou recipiente em forma de abóbora aberto para o alto, que se cobre
com um capital para a destilação de vegetais e outras matérias. A Curcúbita fica diretamente ligado
ao Athanor.
Do Athanor e da Cucúrbita são produzidos dois eflúvios para criar o ouro líquido ou a Pedra
Filosofal.
O Leão vermelho é o Operador Macho, a Águia Branca é a operadora Fêmea, a Serpente é aquela
que nada no Sangue do Leão Vermelho, e o Glutên é o Mêstruo da Águia Branca.
Apesar do Ouro alquímico ser mencionado como uma substância pura, homogênea, eterna e
indestrutível são usadas em sua produção 2 substâncias distintas.
Elas são denominadas Serpente ou Sangue do Leão Vermelho; e as Lágrimas ou Glúten da Águia
Branca.
A Serpente é uma atribuição a letra Vau do Tetragrammaton, enquanto o Glútem é alocado na
última letra do Nome Divino ou He final.
Os instrumentos supracitados devem ser encarados como armazéns ou geradores desses 2 princípios
divinos, ou torrentes de rápido fluxo de sangue, força e fogo sendo o Athanor a fonte ou veículo da
Serpente, e o Glúten acomodado na Curcúbita.