p3 Diagnostico Tecnico Revfinal 27 11
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PRODUTO 3
DIAGNÓSTICO TÉCNICO
CADERNO 1
APRESENTAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GERAL
DO MUNICÍPIO DE MARICÁ/RJ
APRESENTAÇÃO
Outubro, 2020
Capa: Cartografia Histórica de Maricá. Cartas Topográficas da Capitania do Rio de Janeiro, Folha 7 -
Maricá, 1767. Fundação Biblioteca Nacional/BNDigital.
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Consultores Temáticos:
Arquiteto e Urbanista Engenheiro
Ricardo Moraes Carlos Enriquez
Mudanças Climáticas Drenagem e Gestão Costeira
Arquiteta e Urbanista
Clima Urbano, Conforto Arquiteto e Urbanista
Luciana Hamada Victor Zveibil
Ambientale Meio Ambiente
Eficiência Energética
Economista Arquiteta e Urbanista
Inessa Salomão Noêmia Barradas
Des. Econômico Patrimônio Histórico Cultural
Alberto Costa Arquiteto e Urbanista Manuela Turismóloga
Lopes Habitação Scaldaferri Turismo
Engenheiro Andreas Engenheiro
Wallace Pereira
Mobilidade Nascimento Petróleo e Gás
Patrícia Engenheira Ambiental Geógrafo
Helio Beiroz
Finamore Saneamento Básico Meio Rural
Assistente Social
Karin Segala
Resíduos Sólidos
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
DIAGNÓSTICO TÉCNICO
CADERNO 1 - CARACTERIZAÇÃO
CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO
SANEAMENTO BÁSICO
MEIO AMBIENTE
ECONOMIA
TURISMO
PETRÓLEO E GÁS
CADERNO 5 – MAPAS
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Localização do Município de Maricá/RJ. ................................................................................33
Figura 2. Divisão de distritos do Município de Maricá. ........................................................................35
Figura 3. Unidades de Planejamento e Bairros do Município de Maricá.............................................36
Figura 4. Composição da População por gênero, faixa etária e cor. ....................................................37
Figura 5.Evolução da pirâmide etária. ..................................................................................................37
Figura 6. Densidade demográfica e densidade de domicílios em Maricá. ..........................................41
Figura 7. Estimativa populacional por bairros em 2010. ......................................................................42
Figura 8. Sobreposição das malhas de setores censitários do IBGE de 2010 e 2020 ..........................43
Figura 9. Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) e Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) .......45
Figura 10. Concentração de domicílios particulares com renda até de 1 SM e acima de 5 SM. ........47
Figura 11. Equipamentos de Saúde, Educação e CRAS.........................................................................51
Figura 12. Registros fotográficos antes e depois de Maricá. ...............................................................52
Figura 13. Evolução urbana de Maricá..................................................................................................56
Figura 14. Macrozonas urbana e rural do Município de Maricá. .........................................................57
Figura 15. Distrito Sede - porção central. .............................................................................................58
Figura 16. Centro de Maricá. .................................................................................................................58
Figura 17. Distrito Sede - porção oeste (acima da RJ-106)...................................................................59
Figura 18. Fotos do Bairro Caxito. .........................................................................................................59
Figura 19.Distrito Sede - porção litorânea. ...........................................................................................60
Figura 20. Comunidade Zacarias e Restinga de Maricá. .......................................................................60
Figura 21. Vista aérea do tecido urbano de Itaipuaçu..........................................................................61
Figura 22. Fotos do Distrito de Itaipuaçu. .............................................................................................61
Figura 23. Vista aérea de parte do Distrito de Inoã..............................................................................62
Figura 24. Fotos do Distrito de Inoã. .....................................................................................................62
Figura 25. Distrito de Ponta Negra - vista da faixa litorânea................................................................63
Figura 26. Fotos da Orla e do Canal de Ponta Negra ............................................................................63
Figura 27. Fotos da porção não litorânea de Ponta Negra...................................................................64
Figura 28. Sobreposição das Unidades de Conservação com o Macrozoneamento. ..........................64
Figura 29. Agricultura familiar...............................................................................................................66
Figura 30. Circuito do Espraiado. ..........................................................................................................67
Figura 31. Mapa do Macrozoneamento do Plano Diretor 2006. .........................................................74
Figura 32.Mapa de distribuição do IAA. ................................................................................................82
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.Taxa de crescimento anual. ....................................................................................................38
Tabela 2. Distribuição da população por Distritos................................................................................40
Tabela 3.Licenças de Construção concedidas, por Bairro, em Maricá, no período 2012 a 2020........89
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Principais normas urbanísticas vigentes..............................................................................80
Quadro 2.Total de Imóveis inscritos no Cadastro Imobiliário de Maricá 2020. ..................................86
Quadro 3.Imóveis Prediais e Territoriais segundo o Cadastro Imobiliário de Maricá nos anos 2017 e
2020. ......................................................................................................................................................87
Quadro 4.Licenças de Construção concedidas, por Distrito, em Maricá, no período 2012 a 2020. ...88
Quadro 5.Referências sobre possíveis tendências do mercado imobiliário de acordo com
publicações identificadas em jornais e revistas (físicos ou eletrônicos)..............................................94
Quadro 6. Carteira de projetos de Maricá. ...........................................................................................96
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
SUMÁRIO CADERNO 1
APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... 10
ANEXO GLOSSÁRIO................................................................................................. 99
APRESENTAÇÃO
O Município de Maricá, ao longo das últimas décadas, logrou alcançar índices positivos de
desenvolvimento, que seguem em evolução em muitos setores da vida municipal e de seus
habitantes. Porém, a disponibilidade de recursos para investimentos advindos dos royalties 1
do petróleo, que tem contribuído para tais conquistas, não será para sempre. Além disso, a
multiplicidade das ações, recentes ou em andamento, voltadas para o seu crescimento e
afirmação no cenário regional e metropolitano, alertam para a consideração do
aprimoramento das funções de planejamento no Município, de forma a promover seu
desenvolvimento em bases sustentáveis.
Tal exigência incide especialmente na perspectiva de implantação dos inúmeros projetos que
compõem hoje a agenda municipal que, se por um lado, tem por objetivo diversificar e criar
oportunidades para o incremento de sua economia, de outro lado, pode surtir efeitos
indesejados, socioambientais e sobre o território, se não foram tomadas as devidas
precauções.
Isto significa que o patamar positivo alcançado ainda está sujeito a instabilidades e, até que se
firme, com risco de comprometer suas conquistas. Maricá se encontra em um estágio de
‘turning point’ - no momento de decisão ou da ‘virada’ -, de fazer escolhas quanto à
sustentabilidade de seu desenvolvimento, de qualificação de suas infraestruturas e de controle
sobre os impactos territoriais e urbanos de suas iniciativas. Permanecendo seu ritmo de
crescimento atual, na próxima década, poderá ultrapassar a marca de cerca de 200 mil
habitantes 2 , a maioria vivendo em sua área urbana, que já acumula passivos
significativos, porém ainda em um estágio possível de ser revertido por meio de
políticas públicas.
1 “Os royalties são uma compensação financeira devida à União aos estados, ao DF, e aos municípios beneficiários pelas empresas
que produzem petróleo e gás natural no território brasileiro: uma remuneração à sociedade pela exploração desses recursos não
renováveis.” Disponível em: http://www.anp.gov.br/royalties-e-outras-participacoes/royalties.
2
Segundo estimativas de crescimento populacional 2030/PMM.
10
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
com relação de dependência direta nas demandas sobre a qualificação ambiental das cidades
e do território municipal. Ademais, para as novas gerações a grande preocupação parece não
ser mais em que empresa trabalhar, mas em que cidade morar. Isso porque as escolhas no
futuro estarão vinculadas à qualidade de vida e oportunidades que uma Cidade Criativa poderá
oferecer. Assim, as cidades devem de se preparar, criar as condições, para atrair cérebros e
talentos, e não somente indústrias e empresas, o que se configura como uma nova dimensão
que perpassa os processos de planejamento urbano.
O presente documento consiste no Diagnóstico Técnico da revisão do Plano Diretor 3, que tem
o objetivo principal de apresentar, de forma estruturada, informações e análises sobre a
realidade atual de Maricá. Espera-se que o presente documento possa servir de estímulo e
provocação para que todos os segmentos sociais tragam para o debate público suas visões,
demandas e expectativas sobre Maricá. Sem a pretensão de esgotar qualquer dos temas
abordados, este documento consolida uma base comum de referências para subsidiar e
orientar a continuidade do trabalho. As análises aqui elaboradas e os desafios aqui lançados
poderão ser melhor qualificados e delimitados com as contribuições advindas dos debates
públicos, a serem realizados ainda nesta etapa de Diagnóstico. Tudo isso alimentará, na
sequência do processo de trabalho, a formulação de propostas para o município que deverão
moldar o novo Plano Diretor.
3Trata-se do terceiro produto relativo ao Contrato nº 125/2020, celebrado entre a Município de Maricá, por meio da Secretaria
Municipal de Urbanismo, e o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), cujo objeto é a assessoria técnica e
metodológica à revisão do Plano Diretor de Maricá. O contrato prevê a elaboração de nove produtos, sendo o último deles a
minuta do projeto de lei do Plano Diretor.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Paralelamente, por meio do canal de comunicação do site da revisão do Plano Diretor, várias
contribuições têm sido enviadas e analisadas pelas equipes da Prefeitura e do IBAM.
De acordo com a CF de 1988, a propriedade urbana cumprirá sua função social quando
atendidas as exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no Plano Diretor
(artigo 182, parágrafos 1º e 2º). O princípio da função social da cidade e da propriedade
urbana é o principal balizador para concepção dos planos diretores pós Constituição Federal e
Estatuto da Cidade, pois ele consagra o entendimento de que os interesses coletivos
prevalecem sobre os interesses individuais, o que é essencial para a garantia do direito à
cidade sustentável.
Com o Estatuto da Cidade, é reafirmada e ampliada a importância do Plano Diretor, que deve
traduzir localmente as diretrizes gerais da política urbana estabelecidas na lei federal para
fazer avançar a efetivação do “direito à cidade”. Dentre as diretrizes gerais e critérios que
devem nortear a elaboração do Plano Diretor e a regulamentação dos seus instrumentos,
conforme previsto no Estatuto da Cidade destaca-se a necessidade de condicionar o
desenvolvimento urbano ao acesso universal à moradia com qualidade, que pressupõe o
acesso aos equipamentos e serviços de mobilidade urbana e transporte, saneamento básico,
12
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
saúde, educação, assistência social e demais políticas públicas. Nesse sentido, se pode
compreender a noção de direito à cidade como “porta de entrada” para outros direitos que se
complementam na perspectiva de consolidação da cidadania.
Outro eixo do Estatuto da Cidade diz respeito aos processos de gestão democrática da cidade,
tratada no Capítulo IV (Da Gestão Democrática da Cidade), que estabelece as condições para a
garantia do controle social sobre a formulação e a implementação da política urbana. Dentre
os aspectos mais relevantes, destaca-se a obrigatoriedade da participação dos diferentes
segmentos da sociedade nos processos de revisão do Plano Diretor e legislação urbanística,
que deve envolver mecanismos e atividades que permitam a identificação de demandas da
população e a pactuação de propostas e prioridades pautadas pelo interesse comum.
Além das diretrizes da política urbana e da previsão de instrumentos que poderão ser
aplicados no planejamento e gestão urbana, o Estatuto da Cidade estabelece que o Plano
Plurianual, assim como as Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento Anual municipal devem
incorporar as diretrizes e prioridades definidas no Plano Diretor. Portanto, o Plano Diretor
deve ser compreendido como parte integrante do processo de planejamento municipal, sendo,
na verdade, um de seus principais instrumentos.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Além de diretrizes gerais e específicas, o Plano Diretor define as áreas que serão caracterizadas
como perímetro urbano, ou seja, aquelas que poderão ser parceladas e ocupadas para fins
urbanos. Define também os critérios gerais de aproveitamento e uso e ocupação do solo
urbano que orientarão as regras para se construir nas áreas urbanizadas e a urbanizar,
considerando as especificidades de cada uma delas, que serão estabelecidas na legislação de
parcelamento, uso e ocupação do solo urbano e no código de obras e edificações. O Plano
Diretor deve ainda orientar a aplicação de instrumentos de planejamento urbano que o
Município poderá utilizar para induzir o desenvolvimento da cidade de acordo com as
diretrizes fixadas e conforme previstos no Estatuto da Cidade.
O processo de revisão do Plano Diretor de Maricá teve início juntamente com o início da
pandemia do Covid-19. O prolongamento da pandemia tem exigido que o processo de
trabalho sofra ajustes ao longo de seu desenvolvimento para garantir sempre a qualidade
técnica e as condições para que a participação da sociedade seja efetivada.
Tendo já sido feitos ajustes ao planejamento inicial, a revisão do Plano Diretor de Maricá,
iniciada em março de 2020, deverá se desenvolver até agosto de 2021. São previstas cinco
etapas de trabalho, distribuídas da seguinte forma:
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Até o presente momento, o trabalho se desenvolveu em sua vertente técnica, que deverá ter
continuidade apesar das restrições de circulação em razão da pandemia. O formato a ser
adotado nas discussões públicas dependerá sempre das determinações sanitárias, podendo
ocorrer de forma virtual, presencial assim que for possível, ou adotando-se modelos híbridos.
A divulgação deste documento de Diagnóstico Técnico será feita por meio do espaço destinado
à revisão do Plano Diretor no site da Prefeitura Municipal de Maricá. Para a interlocução com a
sociedade, são previstos dois tipos de reuniões públicas nesta etapa do trabalho:
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
▪ Reuniões Comunitárias, a serem realizadas por Distrito. Será realizada uma reunião
dedicada a cada Distrito. Sem nunca perder de vista a visão do Município como um
todo, espera-se que nessas atividades se possa, juntamente com lideranças locais e
moradores, discutir as questões que mais afetam aquele Distrito.
Os diagnósticos dos planos diretores têm como objetivo reunir um grande conjunto de
informações e análises sobre as dinâmicas que incidem no território municipal. Para tanto,
reúne especialistas nos mais diversos campos do conhecimento, que se debruçam sobre os
estudos, informações e dados disponíveis sobre o Município, cada qual buscando a
compreensão da realidade contemporânea do lugar e a apreensão dos processos que a
moldaram em sua especialidade.
Esse ciclo se consolida quando a leitura técnica se integra com a visão dos próprios habitantes
do lugar sobre a realidade em que vivem - a leitura comunitária -, próximo passo a ser
cumprido no processo de revisão do Plano Diretor de Maricá
.
Os diagnósticos de planos diretores são extensos, por força da grande diversidade dos temas
nele tratados, em decorrência da complexidade da dinâmica local encontrada em cada
Município e do papel das cidades no mundo contemporâneo.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Por fim, no CADERNO 5 são reproduzidos os mapas que ilustram a Caracterização do Município
de Maricá/RJ (CADERNO 1) e as Análises Temáticas (CADERNOS 2, 3 e 4), em maior escala, de
forma a informar com clareza e facilitar a melhor compreensão do leitor ou leitora, dos
fenômenos e dinâmicas territoriais analisados.
A política urbana, e mais, a política territorial, pois o plano diretor deve abranger todo o
território municipal como matéria de estudo e proposições, é o assunto principal nele tratado,
sendo denominado o ‘instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana’
(art. 182, CRFB 1988).
Seu escopo, portanto, trata das políticas públicas territoriais: diretamente as de parcelamento,
uso e ocupação do solo, e dos aspectos das demais políticas setoriais que sobre o território
incidem, transformando-o e configurando diferentes dinâmicas de ocupação, que afetam a
qualidade e abrangência das políticas públicas em geral, em especial as de habitação,
saneamento básico e mobilidade territorial e urbana.
Influi, ainda, sobre aquelas que, sob o ponto de vista da localização e distribuição espacial no
território, devem promover a garantia dos direitos à cidade sustentável e à justa distribuição
de oportunidades para sobrevivência digna da população, seja urbana ou rural.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
O enquadramento das visões aqui reveladas, bem como sua completude é proporcional à
eficácia dos mecanismos estabelecidos para superar as condições de realização de um
diagnóstico técnico condicionado aos protocolos de distanciamento adotados no atual
ambiente de contaminação pelo Covid-19 4.
Outro fator condicionante do grau alcançado de compreensão técnica em cada tema depende
do acesso às informações fornecidas pelas diferentes instâncias de gestão da Prefeitura,
também submetidas às mesmas limitações, cuja adesão ao processo de revisão do Plano
Diretor de Maricá é ainda desigual.
A verdade é que todo e qualquer processo de revisão de Plano Diretor se caracteriza como um
circuito evolutivo e de aproximações sucessivas na compreensão sobre a realidade municipal.
É ilusória a ideia de que se terá em algum momento, por exemplo, um diagnóstico definitivo. O
documento de diagnóstico será sempre o resultado de um processo com suas circunstâncias.
Nesse sentido, deve ser compreendido como uma peça que tem por objetivo apoiar a
formulação de propostas, mas que já lança um olhar prospectivo. A seguir, na discussão de
propostas, certamente será necessário se retornar ao diagnóstico para o aprimoramento da
compreensão de determinados fenômenos sobre os quais se deseja incidir. Esses movimentos
de vai e vem são comuns aos processos de revisão de planos diretores.
Apresenta-se, a seguir, um panorama dos temas que são tratados com maior profundidade
nos Cadernos 2, 3 e 4 deste Diagnóstico Técnico. Em um esforço de síntese, buscou-se
destacar o que seriam os principais desafios em cada tema.
4
Ver Produto 1. Plano de Trabalho.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
• MULTISETORIALIDADE
De todo modo, Maricá sozinho não será capaz de controlar algumas pressões externas
sobre a dinâmica de desenvolvimento do Município. Isso diz respeito à política e às
políticas sub-metropolitanas articuladas com os Municípios vizinhos, particularmente no
âmbito do CONLESTE.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
• PROGRAMAS DE HABITAÇÃO
No plano diretor de 2006 (Título IV- Das Políticas Públicas Setoriais / CAPÍTULO VI- Da
Política Habitacional) havia sido previsto o enfrentamento da questão da habitação de
interesse social em Maricá por meio de cinco programas. O que foi apurado é que a
agenda expressa nesses programas vem sendo na sua maior parte implementada, porém
não num formato esperado de programas. As demandas concretas e as oportunidades
verificadas no Município ora exigem respostas especiais da Prefeitura, ora carecem ainda
de mais ousadia para expressar na habitação o genuíno compromisso social do governo
local com os mais vulneráveis. Se algumas ideias e propostas expressas nos instrumentos
legais vigentes não chegaram a sair do papel, outras antes sequer imaginadas foram
empreendidas com acuidade em resposta a questões percebidas em campo.
• OPORTUNIDADE
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Outro desafio relevante que se anuncia para Maricá é o da estruturação da logística urbana,
pois deslocamentos de cargas tenderão a surgir na cidade, advindos das atividades da cadeia
de produção do setor do petróleo e os resultantes do desenvolvimento local.
SANEAMENTO BÁSICO
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Por outro lado, deve haver um esforço na preservação das bacias de captação de água
situadas no próprio Município, a fim de garantir autonomia, ainda que não seja plena, no
fornecimento de água à população.
Quanto ao esgotamento sanitário, verificou-se uma baixa cobertura das redes coletoras e
o uso de soluções individuais de tratamento. Todavia, as práticas mais comuns
identificadas foram o lançamento direto nos rios ou nas redes de drenagem que nele
deságuam, o que provoca a poluição dos recursos hídricos superficiais e também dos
subterrâneos.
O Município como titular dos serviços públicos de resíduos sólidos, deve buscar a
universalização do acesso e efetiva prestação dos serviços, com qualidade, quantidade e
regularidade na conformidade das necessidades da população, buscando sua eficiência e
sustentabilidade econômica.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
O Município como titular dos serviços públicos de drenagem pluvial e proteção Costeira
deve buscar cobrir toda a área urbanizada com:
De forma geral nota-se que o Município tem tratado todas essas questões com seriedade.
Também nota-se que de alguma forma a população se faz ouvir pelo poder público. No
entanto dentro de um conceito moderno de gestão cabe a melhoria contínua.
Entre as ações recomendadas para tal podemos citar:
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
MEIO AMBIENTE
Se destaca, entre inúmeros desafios, os aspectos de proteção aos recursos hídricos, como
premissa para garantia da disponibilidade de abastecimento de água, por sua vez pré-requisito
aos projetos previstos e estratégias em discussão para o desenvolvimento municipal.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Os setores econômicos possuem dinâmicas muito distintas. O que se observa é que apesar da
indústria ser o setor mais importante em termos de valor adicionado, seja no ranqueamento
com relação ao Estado do Rio de Janeiro seja na contribuição pró PIB municipal, os setores de
serviços e comércio, de menor produtividade, são os que apresentam maior dinamismo de
abertura de firmas e concentra a maior parte dos empregos formais, com baixo nível de salário
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
médio mensal (2,4 salários mínimos). Neste sentido, o Município de Maricá ainda concentra
desafios importantes nas dimensões de emprego e renda.
Maricá possui um conjunto relevante de políticas e projetos que endereçam essas questões e
visa dar dinamismo à economia municipal através da inovação, atração de empresas e do
desenvolvimento de ecossistemas como de economia solidária e economia criativa, por
exemplo. Também se deve mencionar as políticas de renda básica da cidadania e de incentivo
à formalização por sua importância social.
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000) determina o limite de 75% de despesa com
pessoal. Diante das Receitas Totais, em decorrência das Transferências Correntes, esta relação
para o Município de Maricá vem se reduzindo. Em 2016, as despesas com pessoal
correspondiam a 29% e em 2019 reduziram-se ao patamar de 22%. No entanto, quando
descontamos das receitas totais a rubrica Outras Transferências Correntes vemos que a conta
PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS correspondiam a 75% das receitas em 2016 e corresponde a
99% em 2019. Essa relação é imprescindível para entender o crescimento da dependência do
orçamento maricaense em relação às rendas petrolíferas.
Há que se destacar que o aumento das receitas percebidas pelo Município de Maricá não
isenta a Administração Municipal de fazer escolhas, tomar decisões e criar prioridades para a
alocação das despesas. Sob a ótica contábil, as despesas em serviços se esvaem no consumo
deste no mesmo instante que a atividade acontece, por outro lado, as despesas de capital em
obras e equipamentos irão gerar futuramente gastos de manutenção, depreciação,
obsolescência e reposição. Neste sentido, o planejamento e monitoramento são fundamentais
para o alcance de objetivos de longo prazo e sustentabilidade das finanças municipais.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
O patrimônio identificado em Maricá possui uma grande diversidade que se espalha ao longo
de todo o território. O desafio maior é integrar esse patrimônio de natureza tão diversa, mas
que ao mesmo tempo interage desde as primeiras ocupações. O patrimônio material dialoga
com o imaterial que se apropria totalmente da paisagem e da natureza que envolve o
território.
Para vencer os desafios é necessário desenvolver e fomentar ações a atividades em três eixos
que se complementam: (i) salvaguarda do patrimônio; (ii) conservação do patrimônio e; (iii)
promoção do patrimônio, e em paralelo com o conceito e paisagem cultural tratar as questões
da resiliência e sustentabilidade nesse território.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
TURISMO
O caminho para vencer esse desafio será identificar os públicos alvo, preparar o
território/Município com ações de qualificação urbanística e empresarial, e divulgar os
atrativos na medida da evolução da implantação da referida infraestrutura turística. Isto é o
coração do desafio: desenvolver-se de forma ordenada.
PETRÓLEO E GÁS
Com base nas informações disponíveis, é factível especular que Maricá deverá contar com
possíveis compensações financeiras provenientes da indústria petrolífera para o tempo que
compreende a próxima década, pelo menos. Vale destacar, entretanto, que possíveis variações
no preço do barril de petróleo, bem como na legislação de partilha das compensações no
território nacional podem influenciar consideravelmente nas receitas do Município.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
na forma de royalties e participações especiais, repasses estes que vem dando suporte ao seu
crescimento.
Outro campo que pode se beneficiar diretamente dessa interação é o do turismo, que tende a
tomar outras proporções, face à concentração de atividades petrolíferas a serem
possivelmente intensificadas em um futuro próximo e às ações em curso pela Administração
do Município de prover infraestruturas, como a do aeroporto local, tendo em vista a
intensificação na direção da transformação do Município em um hub para o setor do petróleo
e gás, e demais iniciativas correlatas de interesse, como a atração de empreendimentos
hoteleiros, estrutura de eventos e negócios pela qualificação e diversificação da oferta de sua
rede de serviços, dentre outros.
Entretanto, o setor de petróleo e gás tem um forte poder de atração de novos contingentes
populacionais pelas riquezas que gera e pela mítica que o cerca. Nesse sentido, duas outras
interações devem ser destacadas: com o planejamento do uso e ocupação do solo e com a
proteção ambiental. Se de um lado é importante a expansão e a multiplicação das
oportunidades relacionadas com a logística requerida pelo setor, de outro, é muito importante
garantir a manutenção e a qualificação das infraestruturas urbanas que lhes darão viabilidade
e perenidade, importando a prevenção de possíveis impactos negativos que possa
eventualmente ser gerado em alguns aspectos sobre sua população.
Tão importante quanto a reserva de áreas para a expansão das atividades ligadas ao setor de
petróleo e gás, é a condição de provisão da eficiência da cidade que o abriga e o bem estar que
a qualidade urbana deve garantir aos seus habitantes e visitantes.
Com base nos desafios temáticos, apresenta-se a seguir um mapa síntese identificando as
principais condicionantes para a revisão do Plano Diretor de Maricá.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
CARACTERIZAÇÃO GERAL
DO MUNICÍPIO
O Município de Maricá situa-se na borda leste da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Com
área total de 361,6km², faz fronteira com Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Tanguá e Rio Bonito,
Municípios pertencentes à RMRJ, além de Saquarema, ao norte e que integra a Região dos
Lagos. Seu território abrange uma grande biodiversidade, incluindo maciços costeiros e um
vasto sistema lagunar que correspondem a cerca de 36% de seu território, além de cerca de
42km de orla marítima voltada para o Oceano Atlântico.
A Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro 5 (RMRJ) vem passando por uma série de
transformações nas últimas décadas, representadas pela construção de grandes obras de
infraestrutura como o Arco Metropolitano e de nova estratégia econômica, em fase de
implantação, orientada pela instalação do Complexo Petroquímico do Rio de
Janeiro (COMPERJ) e do polo Metal Mecânico no Porto de Itaguaí.
5
A Região Metropolitana do Rio de Janeiro é constituída hoje por 22 Municípios, sendo eles: Belford Roxo, Cachoeiras de Macacu,
Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Magé, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi,
Petrópolis, Queimados, Rio Bonito, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica e Tanguá, de acordo com a Lei
Estadual 184/2018.
6
Ver Ferreira dos Santos, Carlos Nelson e Bronstein, Olga. “Metaurbanização: O caso do Rio de Janeiro. in Revista de Administração
Municipal, págs. 06-34, vol. 25 - nº 149. IBAM, Rio de Janeiro - out/dez -1978.
33
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Bacia de Santos, Maricá possui uma posição estratégica na cadeia da economia do petróleo, o
que ampliou sua visibilidade no cenário socioeconômico regional. Por conta disso, integra o
Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento do Leste Fluminense 7 (ConLeste), associação
dos Municípios do Leste Fluminense para obtenção de contrapartidas da Petrobras devido à
implantação do COMPERJ.
Seu perfil como destino veranista também o aproxima dos Municípios da Região das Baixadas
Litorâneas, conhecida popularmente como Região dos Lagos. Apesar de integrar a primeira
composição da Região Metropolitana8, Maricá fez parte da microrregião dos Lagos em 1997,
através da Lei Complementar Estadual nº 87, novamente voltando à condição de Município
metropolitano em 2009.
Internamente, Maricá também passou por diferentes arranjos territoriais. Elevado à condição
de cidade em 1889, Maricá teve como primeiro distrito Ubatiba, criado em 1892. Em divisão
administrativa referente ao ano de 1911, o município passou a ser constituído de 2 distritos:
Maricá e Ubatiba. Em 1926, o Distrito de Inoã foi criado. Ao longo do tempo, o distrito de
Ubatiba adquiriu novos nomes, entre eles Flamengo, Posse e Itapereiú até ser denominado
Manoel Ribeiro.
A atual divisão administrativa foi instituída a partir da Lei Complementar n o207/2010 e conta
com quatro distritos: Maricá (Distrito-Sede), Inoã, Ponta Negra (antigo Manoel Ribeiro) e
Itaipuaçu.
7
O ConLeste é um consórcio público composto por 16 Municípios: Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Silva Jardim, Armação dos
Búzios, São Pedro da Aldeia, Araruama, Rio Bonito, Saquarema, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Tanguá, Itaboraí, Maricá, Niterói, São
Gonçalo e Iguaba Grande.
8
O primeiro arranjo da RMRJ foi instituído em 1974. Ao longo dos anos, a região sofreu diversas modificações em seus limites de
ocupação, por força de sucessivos desmembramentos e emancipações. A lei vigente é a de 2018, que voltou a incluir o Município
de Petrópolis.
34
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
A estruturação urbana que hoje interliga os núcleos originais dos quatro distritos apresenta
formação tentacular assentada nas rodovias estaduais que cortam o Município. Seu principal
eixo longitudinal é a rodovia Amaral Peixoto (RJ-106), principal acesso que o atravessa
longitudinalmente de ponta a ponta. Outra rodovia, secundária e também longitudinal, é a RJ-
102, que, ao longo da orla, representa o eixo indutor da ocupação litorânea, desde Niterói,
integrando-a ao distrito de Itaipuaçu e estendendo-se até Saquarema.
Ao todo, Maricá possui 50 bairros, instituídos pela mesma Lei que fixa a divisão distrital atual
(Lei Complementar nº 207/2010). Há, ainda, outra divisão territorial criada pelo Plano Diretor
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
vigente9, que divide o Município em 13 Unidades de Planejamento integradas por áreas com
semelhanças físico-territoriais, fatores socioeconômicos, ou de padrão de ocupação.
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
2. ASPECTOS DEMOGRÁFICOS
9
Instituído pela Lei Complementar nº 145/2006.
36
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Em 2010, a população de Maricá era de 127.461 habitantes. Num panorama geral, a população
tinha equilíbrio entre os sexos e era predominantemente formada por pessoas brancas e
pardas, com quase 50% na faixa entre 20 e 49 anos.
10
Razão entre a população de 65 anos ou mais de idade em relação à população total (Atlas Brasil, 2010).
37
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Nas últimas duas décadas, dois vetores de expansão demográfica da Região Metropolitana –
um associado ao COMPERJ e outro ao Complexo Metal Mecânico/Porto de Itaguaí em fase de
implantação -, são claramente identificados quando se observam as taxas de crescimento
demográfico no Município. A evolução populacional de Maricá indica o ápice da taxa de
crescimento entre as décadas de 2000 e 2010, quando a população maricaense cresceu 66%. A
estimativa populacional do IBGE para o ano de 2019 é de 161.207 habitantes, o que
representa aumento de cerca de 27% em relação ao último Censo.
100.000
76.737 +66,10%
80.000
60.000 46.565
32.618 +64,80%
40.000
23.664
20.000 +42,76%
+37,84%
0
1970 1980 1991 2000 2010 2019
38
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Contudo, essa taxa sensivelmente mais alta provavelmente está relacionada à crescente
integração à conurbação metropolitana e movimentos migratório em direção ao
município. Situada na orla leste da periferia metropolitana e, até certo ponto, protegida pelos
maciços costeiros que contornam a cidade, Maricá mantém um padrão de urbanização mais
satisfatório e uma ambiência urbana consideravelmente mais favorável em relação aos
municípios vizinhos, quase como uma extensão do vetor de amenidades do de
Niterói. Evidência desse fator é o de que o Município possui 67.389 domicílios, segundo o
último Censo, dos quais 26% representam residências ocasionais, em função de um perfil de
ocupação turística veranista.
Além disso, quando se observa a naturalidade da população residente no Censo 2010, tem-se
que 73.398 pessoas, ou seja, 57,6%, não eram naturais de Maricá, o que representava uma
maioria da população que migrou para o Município naquele período. Considerando as
dinâmicas de crescimento urbano do Município nos últimos dez anos, incluindo o boom
imobiliário na forma dos condomínios fechados e de casas de veraneio como veremos mais
adiante, é possível supor que essa participação tenha até aumentado. No entanto, somente no
próximo Censo será possível confirmar se houve aumento ou diminuição da migração em
Maricá.
39
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
140.000
125.491
120.000
100.000
80.000
63.399
60.000
40.000 32.708
17.207 19.588
20.000
6.457 1.970
13.030 13.837 13.338
0
1970 1980 1991 2000 2010
40
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
Como se sabe, o IBGE utiliza o setor censitário como menor porção territorial para planejar e
realização das pesquisas dos Censos Demográficos, mas esses nem sempre coincidem com o as
divisões administrativas adotadas pelos Municípios na delimitação de bairros. Um estudo feito
pelo Instituto Darcy Ribeiro (IDR) possibilitou a análise populacional por bairros, ao utilizar
uma metodologia de ponderação dos setores censitários para a adequação da delimitação dos
dados por bairros 11 . Assim, na Figura abaixo podemos ver a distribuição estimada da
população maricaense em 2010. Vemos que o bairro de São José do Imbassaí é o que
apresenta maior população, seguido de Inoã, Chácara de Inoã, Araçatiba e Centro.
11
A análise feita pelo IDR utilizou metodologia de ponderação dos setores censitários para a adequação da delimitação dos dados
por bairros (OLIVEIRA et al., 1996; AZEVEDO et al.,2005; FEITOSA; MONTEIRO; CÂMARA, 2005; FRANÇA, 2005). Assim, a área de
estudo foi delimitada a partir da base do censo 2010, das tabelas de compatibilidade dos setores censitários dos censos
demográficos e da contagem da população de 2000 e 2010. Também foram utilizadas imagens Landsat-5/TM (INPE, 2000) e
Landsat-8/TM (INPE, 2019) nas bandas 3 (0,63 μm - 0,69 μm), 4 (0,76 μm - 0,90 μm) e 5 (1,55 μm - 1,75 μm). Além desses dados,
tomou-se como referência o Manual de Delimitação dos Setores Censitários (IBGE, 2000) e os códigos dos setores censitários das
pesquisas populacionais de 2000 e 2010.
41
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
Estimativas do IBGE indicam que a população de Maricá em 2019 seria de 161.207 habitantes.
Os dados disponíveis não permitem estimar com precisão como vem se dando a distribuição
do incremento populacional no território, apesar de estudos elaborados pela Prefeitura de
Maricá proporem algumas simulações. Por essas simulações, os bairros São José do Imbassaí,
Centro, Araçatiba, Jardim Atlântico Oeste, Barroco, Jardim Inoã e Itapeba, pela ordem, seriam
os que tiveram maior incremento absoluto e juntos concentrariam mais de 50% de todo o
incremento populacional do município.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
A Figura 8 ilustra a sobreposição das malhas de setores censitários do IBGE nos dois períodos:
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
As subdivisões de setores censitários ocorridas em 2020 em relação a 2010 que parecem mais
relevantes foram nos seguintes bairros: Jardim Atlântico Oeste, Jardim Atlântico Central e
Jardim Atlântico Leste, no distrito de Itaipuaçu; Inoã, no distrito de Itaipuaçu, mas também o
eixo da Avenida Carlos Mariguella; Mumbuca, Centro e Jacaroá, no distrito Sede, além de
trechos da margem norte da Rodovia RJ 106 em São José do Imbassaí e Itapeba; e Ponta
Negra, no distrito de Ponta Negra, além do eixo da Rodovia RJ 118. Observa-se também
alguma subdivisão de setores censitários na base da Serra da Tiririca, o que pode representar
alguma pressão de ocupação urbana sobre a área de preservação ambiental. Certamente, são
impressões que só poderão ser confirmadas com os resultados do próximo Censo
Demográfico, porém parecem coerentes com as observações de campo, as dinâmicas da
cidade e a análise da evolução urbana de Maricá representada na Figura 13, mais adiante
neste documento.
43
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
3. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS
A análise da população no que se refere aos índices de educação, saúde e renda são
indicadores importantes para identificar os territórios mais vulneráveis e que necessitam de
atenção diferenciada para elaboração de políticas, programas ou ações dirigidas à sua redução
ou superação.
Para medir o nível de qualidade de vida, o Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios
(IDHM), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), é um dos
indicadores mais usados, composto por medições nos campos da saúde, educação e
renda12.Apesar de não abranger todos os aspectos de desenvolvimento, o IDHM é uma
referência para medir e comparar indicadores em todo o mundo 13.
Maricá alcançou IDHM de 0,765 em 2010, o que o situa na faixa de desenvolvimento alto. A
dimensão que mais contribui é a Longevidade, com índice de 0,850, seguida da Renda, com
índice de 0,761, e da Educação, com índice de 0,692. Comparando com os Municípios da RMRJ,
Maricá possui um dos IDHM mais altos, encontrando-se atrás apenas de Niterói (0,837) e Rio
de Janeiro (0,799), sendo o 6º Município com o melhor IDHM no Estado.
Entre 2000 e 2010, o Índice de Vulnerabilidade Social do Município caiu de 0,464 (alto) para
0,313 (médio). A dimensão mais vulnerável é a de Infraestrutura, com índice de 0,431, seguida
de Capital Humano, com índice de 0,271, e de Trabalho e Renda, com índice de 0,237.
A territorialização do IDHM pelos setores demográficos mostra que Ponta Negra, além das
regiões mais ao norte de Inoã e Maricá (acima da rodovia Amaral Peixoto) apresenta os índices
mais baixos, como pode ser observado na Figura 9.
12
No Brasil, o IDHM é elaborado com base nos dados do Censo Demográfico e encontra-se organizado no Atlas do
Desenvolvimento Humano Brasil. Disponível na plataforma: http://www.atlasbrasil.org.
13
Ver https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0/conceitos/o-que-e-o-idh.html. O IDHM saúde é medido pela
expectativa de vida ao nascer. O IDHM educação é medido pela escolaridade da população adulta e pelo fluxo escolar da
população jovem, com o objetivo de identificar se crianças e jovens estão nas séries adequadas nas idades certas. E o IDHM renda
mede o padrão de vida, através da renda municipal per capita.
14
Como analisa o IPEA, embora venha sendo discutida nos últimos anos, a expressão “vulnerabilidade social” não possui um
significado único e consolidado na literatura. Enquanto alguns trabalhos referem-se à vulnerabilidade como suscetibilidade à
pobreza, outros a caracterizam como sintoma de pobreza. Haveria ainda aqueles que a compreendem como uma das dimensões
da pobreza. Ver Vulnerabilidade social no Brasil: conceitos, métodos e primeiros resultados para Municípios e regiões
metropolitanas brasileiras (IPEA,2018).
44
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Já no que se refere ao IVS, grande parte do Município apresenta vulnerabilidade média, com
exceção das áreas mais centrais e da faixa mais ao norte de Itaipuaçu, próxima a Niterói.
Destaque para o setor localizado no bairro de Itaocaia Valley, que apresenta alta
vulnerabilidade. Pelos dados secundários, ainda não foi possível identificar os motivos para a
composição desse número abaixo da média.
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
De acordo com Censo 2010, a distribuição de renda no Município indicava de modo geral um
maior padrão de rendimento nominal domiciliar de até 3 salários mínimos (47,87%). Na faixa
de três a cinco salários mínimos eram 20,32% dos domicílios e na faixa de mais de cinco a 10
salários mínimos 18,40% do total. As famílias com renda superior a 10 salários mínimos
representavam 8,19% dos domicílios, enquanto os que se declaram sem rendimentos 5,23%
dos domicílios.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
MUNICÍPIO DE MARICÁ
DISTRITO-SEDE (MARICÁ)
Podemos reparar que os dados do Censo 2010 mostravam a participação sempre alta das
faixas até 3 salários mínimos. As faixas de menor renda apresentavam maior peso na área
rural. No entanto, mesmo na área urbana do Distrito-Sede, observa-se a maior composição da
faixa de até três salários mínimos, que representava quase 50% do total de domicílios. Em
Ponta Negra, essa faixa chegou a 60% na área urbana e 80% na área rural.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Figura 10. Concentração de domicílios particulares com renda até de 1 SM e acima de 5 SM.
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5..
Não há dados mais recentes que permitam a análise da distribuição das diferentes faixas de
renda no território, o que só será possível com o próximo Censo Demográfico. No entanto, a
média salarial dos trabalhadores formais calculada pelo IBGE em Maricá, para o ano 2018, foi
de 2,4 salários mínimos, enquanto em 2010 era de 2,1 salários mínimos. O município passou
da 41a posição no estado do Rio de Janeiro para a 19 a, indicando uma melhora do município
em comparação a ele mesmo e em relação ao estado. Mas trata-se da média salarial do
emprego formal, o que não permite afirmar que essa evolução tenha se dado de forma linear
nem aferir seu impacto territorial dessa evolução.
Outro dado mais recente é o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM), indicador
composto que aborda, com igual ponderação, três áreas consagradas do desenvolvimento
humano: Emprego & Renda, Educação e Saúde15. Em Maricá, o IFDM 2016 foi de 0,6771,
considerado na classificação do índice como desenvolvimento moderado. Maricá tem na
dimensão saúde sua maior pontuação (0,8417) seguido de educação (0,7948), no entanto os
indicadores de emprego e renda (0,3949) colocam o Município abaixo da mediana dos
municípios do Estado do RJ (0,4672).
15 O Índice IFDM foi criado em 2008 pelo sistema FIRJAN e utiliza como fontes primárias dados dos Ministérios do Trabalho e
Emprego, da Educação e da Saúde. :O índice varia de 0 a 1, sendo que, quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento da
localidade.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
0,7000
0,6351 0,6406
0,6093 0,6021 0,6026 0,6143
0,5904
0,6000
0,5417
0,5055
0,4828 0,4778
0,5000
0,3949
0,4000
0,3000
0,2000
0,1000
0,0000
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Na análise de evolução, esse componente veio caindo até 2016, último ano disponível. Essa é
queda é coerente com a média salarial apontada pelo IBGE, que registrava 2,0 salários
mínimos em 2016, ou seja, menor que aquela observada em 2010. De 2016 para cá, parece
haver uma melhora já capturada pelo IBGE. Porém se dá ainda numa faixa de baixos salários e
o curto espaço de tempo não permite imaginar que terão provocado mudanças significativas
na distribuição da população no território. Nesse sentido, as observações do trabalho de
campo permitem indicar que a situação retratada no mapa de concentração de domicílios por
renda para 2010, não terá se alterado significativamente.
16
O Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), coordenado pelo Ministério da Cidadania, é um
instrumento que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda, ou seja, aquelas com renda mensal de até meio salário mínimo
por pessoa, ou com renda mensal total de até três salários mínimos. O cadastro é obrigatório para seleção de beneficiários d e
programas sociais do Governo Federal, como o Bolsa Família.
18O Programa prevê o pagamento dos benefícios financeiros preferencialmente à mulher, com o objetivo de contribuir para o
desenvolvimento da autonomia feminina tanto no espaço familiar como em suas comunidades.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Além disso, o Município possui 20.037 famílias - ou 42.501 pessoas - beneficiárias do Bolsa
Mumbuca (IDR,2020). O Mumbuca faz parte da política de Renda Básica de Cidadania 19 de
Maricá, instituída em 2015, cujo pagamento é feito por meio de um cartão de um banco
comunitário, para uso exclusivo no Município. Cerca de 1.600 estabelecimentos comerciais
aceitam o Cartão Mumbuca 20 , incluindo mercados, drogarias, padarias, restaurantes e
mercearias.
Com relação aos índices de educação, Maricá vem melhorando os números, com crescimento
em todos os ciclos quando comparado com os censos anteriores. No entanto, de acordo com o
Censo 2010, a taxa de analfabetismo e/ou com ensino fundamental incompleto da população
acima de 25 anos ainda era de 5,3%, superior à média da RMRJ (4,22%) e do Estado do Rio de
Janeiro (5,07%, mas bem abaixo da média brasileira (11,82%).
A análise da escolaridade da população adulta, índice analisado pelo Atlas Brasil e que carrega
uma grande inércia em função do peso das gerações mais antigas com menor escolaridade,
mostra que houve um aumento de 20,3% da população de Maricá com 25 anos ou mais que
completou o Ensino Médio, entre 1991 e 2010 (Gráfico 5). Além disso, subiu em 6,7% a
população desta faixa etária que completou o Ensino Superior, entre 1991 e 2010, indicando
um progresso do Município na capacitação dos jovens e na qualificação da mão de obra.
19
A análise mais detalhada do programa será feita no capítulo relativo ao tema da Economia.
20
De acordo com Secretaria de Economia Solidária: https://www.marica.rj.gov.br/2019/06/28/programa-cartao-mumbuca-e-
aperfeicoado-atraves-do-renda-basica-de-cidadania/
49
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
A esperança de vida ao nascer cresceu 6,5 anos na última década, passando de 67,9 anos em
1991 para 76,0 anos, em 2010. Na RMRJ, a média é 75,3 enquanto no Brasil, de 73,9 anos, em
2010. As taxas de mortalidade e natalidade também passaram por quedas nas últimas décadas
e se apresentam similares. A taxa de natalidade de Maricá foi de 11 nascidos a cada mil
habitantes em 2010, estando na média do Estado do Rio de Janeiro. Já a mortalidade infantil
(mortalidade de crianças com menos de um ano de idade) passou de 19,4 óbitos por mil
nascidos vivos, em 2000, para 12,0 óbitos por mil nascidos vivos, em 2010, abaixo da média
estadual de 14,2 e de 13,7 óbitos por mil nascidos vivos na RMRJ no mesmo período. Segundo
dados da Secretaria de Saúde do Estado 22, em 2019, o Município mantinha a taxa de 12 óbitos
por mil nascidos.
Maricá contabiliza também 9 Centros de Referência de Assistência Social - CRAS25 que prestam
os serviços de proteção social básica e inclusão dos direitos de cidadania para a população. Os
centros estão distribuídos pelo território maricaense, no entanto a Prefeitura também realiza
21
Criado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Ideb é um indicador de qualidade
educacional obtido através do resultado do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e multiplicado por indicadores de
taxas de aprovação em escolas, permitindo, através de projeções, visualizar se as escolas têm alcançado as metas previstas pa ra o
desenvolvimento educacional do país.
22
Disponível em: https://www.saude.rj.gov.br/informacao-sus/dados-sus/2019/01/indicadores#IndMort.
23
Uma das unidades é o recém construído Hospital Municipal Che Guevara, em São José de Imbassaí. A unidade funciona
atualmente como polo de atendimento aos casos mais graves de infecção pelo novo coronavírus.
50
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
edições do projeto CRAS Itinerante, que atende famílias que vivem em locais mais afastados
dos Centros existentes. Segundo os dados da Secretaria de Assistência Social, até julho de
2020, 28.958 pessoas estavam cadastradas nos programas de Assistência, o que representaria
quase 18% da população.
Figura 11. Equipamentos de Saúde, Educação e CRAS.
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
O território de Maricá foi ocupado por algumas pequenas aldeias de pescadores, ao longo da
orla, no século XVI. Sabe-se que os primeiros colonizadores ocuparam o atual Município,
devido à doação de sesmarias, concedidas na faixa litorânea, compreendida entre Itaipuaçu e
as margens da lagoa. Foi em 1584 quando José de Anchieta e Padre Leitão acompanhados de
um grupo de índios saiu de Cabuçu e seguiu em direção à Lagoa de Maricá, encontrando ali
sinais da colonização. Mas, foi em São José do Imbassaí, no entorno da Fazenda São Bento
fundada em 1635 por padres beneditinos, que surgiram os primeiros núcleos povoados em
Maricá.
51
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Em 1817 Dom João VI inaugurou a Estrada Real em Maricá, visando o atendimento das
demandas oriundas da Corte, instalada na Cidade do Rio de Janeiro. Com a introdução do
cultivo do café, junto à produção de cítricos e outros gêneros agrícolas de pequena lavoura,
Maricá inseriu-se fortemente na zona de influência do Rio de Janeiro, da qual dependia para a
venda da produção e o escoamento portuário, gerando a demanda por melhorias das
condições de acessibilidade ao Município (MARTINS, 1986 apud NOGUEIRA, 2015).
Maricá foi elevado à categoria de Vila em 1884, e em 1886 recebeu a implantação da Estrada
de Ferro Maricá, ligando os povoamentos de Itapeba à Manoel Ribeiro e posteriormente, foi
conectada à Cabo Frio e à Estrada de Ferro Central do Brasil, permitindo o transporte de
pessoas e o escoamento da produção agrícola e de pesca. Foi um importante marco de
desenvolvimento para Maricá, desde então participando da estruturação territorial do leste
fluminense.
Imagem do núcleo da antiga Vila de Santa Maria de Maricá (circa segunda metade Século XIX).
Fonte: Acervo Fundação Biblioteca Nacional.
Núcleo da Vila de Santa Maria de Maricá (detalhe com a igreja Centro de Maricá na atualidade.
ainda sem a torre, circa segunda metade Séc. XIX). Foto: Fernando Silva.
Fonte: Acervo Biblioteca Nacional.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Canal de Ponta Negra, 1964. Vista aérea do Bairro de Ponta Negra atualmente.
Fonte: IBGE. Fonte: PMM.
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Com o asfaltamento da Rodovia Amaral Peixoto (RJ-106) em 1952, ocorre o primeiro boom
imobiliário (COYUNGI, 2009 apud NOGUEIRA,2015). Os loteamentos avançam pelas praias
tanto do complexo lagunar, quanto da orla oceânica, totalizando 2.430 ha.
Na década de 1970, um novo boom turístico ocorre, desta vez impulsionado pela inauguração
da Ponte Rio-Niterói que facilitou ainda mais o acesso e valorizou as terras em direção à
Maricá e a Região dos Lagos de um modo geral (MARTINS, 1986; SOCHACZEWSKI, 2004;
NOGUEIRA, 2015). Neste período, foram abertos 53 loteamentos no Município, perfazendo um
total de 3.467 ha, onze vezes mais do que a área loteada na década anterior. A maior parte da
área loteada situava-se nos distritos de Inoã (1.758 ha) e Ponta Negra (843 ha).
Entre 1990 e 2000, ocorre a duplicação da RJ 106, momento em que SOCHACZEWSKI (2004)
apontou como o início o terceiro boom imobiliário, com características de fixação de residência
por veranistas e chegada de novos compradores (ibid, p. 37). Foi a partir dessa década que o
padrão construtivo na forma dos condomínios fechados ganhou força no Município,
avançando nos distritos de Maricá e Inoã. Nos anos 2000, o crescimento seguiu em ritmo bem
mais lento. O gráfico abaixo mostra o processo de abertura de loteamentos no Município.
26
Elaborado pelo DPUR-Depto.de Urbanismo e Meio Ambiente-FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
60 53
50
40
29
30 25
20 14
8 8
10
0
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 a 2005
No entanto, a abertura desses novos loteamentos não representa a ocupação dos mesmos. A
análise por imagens de satélite possibilita observar com mais detalhes a expansão da malha
urbana a partir da década de 80. No Distrito de Itaipuaçu por exemplo, já havia a abertura de
muitos loteamentos em vários bairros, mas ainda sem ocupação.
Entre as décadas de 2000 e 2020 é que se observa a efetiva ocupação dos lotes, especialmente
a nordeste de Itaipuaçu. Outro ponto de destaque é o crescimento de uma urbanização mais
dispersa e precária ao longo das rodovias, em especial no distrito-sede de Maricá e em Ponta
Negra. No caso do Distrito Sede, esse crescimento se dá ao longo dos bairros da RJ-114. De
acordo com NOGUEIRA (2015), pode-se dizer que o Município passa por um novo momento de
especulação imobiliária e migração, impulsionados pela possível instalação do COMPERJ e a
promessa da chegada de grandes empreendimentos na Cidade, o que tende a elevar o valor do
solo.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Como vimos anteriormente, o uso e ocupação do solo de Maricá, inicialmente marcado pelas
grandes fazendas e atividade agropecuária, passou a condição de urbano muito rapidamente a
partir da década de 1950, mas só começou a ser efetivamente ocupado nos últimos 20 anos.
Até os anos 2000 a população rural era expressiva e por conta de suas serras e relevos
montanhosos o Município ainda conserva tais características. Sua paisagem atualmente é,
portanto, híbrida: usos mais adensados e voltados ao comércio e serviço no Distrito-Sede, uma
ocupação flutuante nas orlas de Itaipuaçu e Ponta Negra, por conta do perfil veranista, núcleos
urbanos mais dispersos e rurais no interior de Ponta Negra e uma ocupação mais adensada e
periférica em Inoã.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5..
5.1. Distrito-Sede
O Distrito Sede é o que apresenta maior ocorrência de usos diferenciados do solo, ocupa áreas
dos dois lados da RJ-106 e se estrutura ao longo das duas rodovias principais, a RJ-106, no
sentido longitudinal, e a RJ-114, no transversal. Ao longo da primeira, encontram-se grande
concentração de comércio e serviços, sobretudo os voltados à construção civil. A segunda
representa a principal via de acesso à Cidade, principalmente à sua área central propriamente
dita, que se localiza à direita da RJ-106, tratando-se de um território constituído pelos bairros
do Centro, Mumbuca, Flamengo e, estendendo-se na direção da orla das lagoas, os bairros de
Araçatiba e Jacaroá.
Nela usos residenciais de várias tipologias, convivem com comércio de bairro, serviços
financeiros, a maioria dos prédios da administração municipal, principais estabelecimentos de
atendimento à saúde e escolares e também onde está localizado o aeroporto. A imagem aérea
a seguir mostra aproximadamente a ocupação dessa área central (porção do Distrito de
Maricá).
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Do outro lado da RJ-106, ao longo da RJ-114, estende-se a outra parte da Sede, constituído
pelos bairros de Ponta Grossa, Itapeba, além dos Bairros Parque Nanci e Marquês de Maricá,
que se situam à direita da RJ-106. Complementam a área os Bairros do Distrito Sede, os Bairros
de Retiro, Camburi, Caxito, Ubatiba, Lagarto e Silvado.
A Figura 17 permite observar que à medida que a ocupação urbana se afasta da RJ-106, o
tecido urbano apresenta-se mais rarefeito, com grandes vazios. De mesma forma, o padrão de
usos residenciais vai progressivamente decaindo e os usos comerciais, limitam-se ao comércio
em estradas vicinais.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Por fim, o Distrito Sede ainda contém uma porção situada do outro lado das lagoas na faixa de
restingas, como se visualiza na Figura 18. Observe-se que nessa faixa existem áreas ocupadas
basicamente por usos residenciais unifamiliares e áreas preservadas, inclusive uma APA. A
área é constituída pelos Bairros Restinga de Maricá, Zacarias e Barra de Maricá. A comunidade
Zacarias é uma comunidade tradicional de pescadores da região.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Mesmo com muitos lotes vagos e um padrão residencial unifamiliar, Itaipuaçu é o Distrito mais
intensamente urbanizado, registrando-se em seu território as primeiras povoações de Maricá.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Cortado pela RJ-106, o Distrito de Inoã é o mais denso e se conecta diretamente com o de
Itaipuaçu. Tem ocupação basicamente de médio padrão habitacional. É formado pelos
seguintes Bairros: Inoã, Chácaras de Inoã; Calaboca; SPAR; Santa Paula e Cassorotiba.
Em razão da conformação geográfica do sítio natural não mantém ainda uma conexão
contínua com o Distrito Sede, como se pode observar na Figura 23.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Nesse Distrito a ocupação obedece a dois padrões distintos, e se pode considerar que duas
porções o compõem:
(i) Faixa litorânea situada entre as Lagoas da Barra, do Padre e Guarapina - nesta porção o
padrão de urbanização é maior e encontram-se ainda muitos vazios urbanos, embora seja
intensamente ocupada. Em seu extremo está destinada à localização do Porto do Pontal, cujo
acesso deverá ser dado por meio da RJ-118, que o liga à RJ-102. Esse acesso encontra-se hoje
em estado bastante precário, ainda mais se considerada a ampliação da carga de uso por
caminhões, prevista no projeto do complexo portuário. Essa porção do território distrital é
constituída pelos Bairros de Guaratiba, Cordeirinho, Ponta Negra, Jaconé e Jardim Interlagos.
(ii) A outra porção do Distrito é ocupada com núcleos urbanos dispersos, como o de Manoel
Ribeiro, dos mais antigos do povoamento, e outros situados ao longo desta RJ-118 - nesses
núcleos o padrão das residências é relativamente mais baixo que a média. Nessas localidades
acentua-se o caráter mais rural, com a presença de muitos sítios ou lotes maiores numa
transição entre o rural e o urbano. É constituído pelos Bairros do Caju, Manoel Ribeiro,
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Pindobal, Bananal, Balneário Bambuí e Vale da Figueira. Completa o Distrito o Bairro Espraiado
situado acima da RJ-102, onde se localiza a Cachoeira do Espraiado.
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Apesar da produção agropecuária não ser expressiva na economia municipal, ela não é
irrelevante para a geração de emprego e renda no campo, entre outras características
exploradas nas análises dos demais temas deste Diagnóstico como, por exemplo, o seu
potencial para o turismo, a importância para o planejamento e gestão do uso do solo como
fator de conservação ambiental e a diversificação da economia local.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
forma individual. No caso, por exemplo, das compras públicas da produção para merenda
escolar, apesar do cadastro de 30 famílias, apenas seis de fato vendem a produção à
Prefeitura. Anteriormente a relação se dava por intermédio de uma cooperativa sediada em
Município, vizinho, porém a Prefeitura adotou a prática de contratação direta com os
produtores posteriormente. Outra dificuldade relatada é a questão do transporte da produção
da região do Espraiado (banana). Atualmente, os produtores utilizam o caminhão da Secretaria
Municipal de Agricultura, Pecuária e Pesca para entrega nas escolas e comunidades.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
A maior parte das áreas ocupadas pela produção agropecuária de Maricá está localizada nas
Zonas de Amortecimento (ZAs) de Unidades de Conservação (UCs), ou próxima a elas. Tal
aspecto impõe a demanda de adequar as formas de uso do solo aos objetivos contidos nos
Planos de Manejo das UCs.
Uma vez que as ZAs não podem ser convertidas em áreas urbanas, de acordo com o Sistema
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Lei 9.985/2000), são áreas cujo
aproveitamento econômico deve ser orientado às atividades agropecuárias e turísticas, com
ênfase em modelos de baixo impacto ambiental.
Em resumo, o que se propõe como olhar sobre a área rural de Maricá é uma abordagem a
partir da interface das características e dinâmicas sociais e produtivas com outros eixos
temáticos de planejamento. Não se considera, entretanto, que não existam questões
específicas e próprias desses espaços que se diferenciam radicalmente dos espaços urbanos.
Mas, sim, que essas questões se relacionam com múltiplos campos que serão objetos de
atenção do processo de revisão do Plano Diretor, de forma que, na presente abordagem, de
caráter diagnóstico e preliminar, é essencial que se perceba o meio rural como um ambiente
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
onde as dinâmicas e relações não estão isoladas do restante do território municipal. Essa
abordagem permitirá, inclusive, ao longo do processo, identificar dinâmicas que demandem
investigação mais detalhada.
Diante disso, cabe mencionar elementos identificados que poderão ser objeto de diagnósticos
e investigações futuras. Dentre esses destacamos: o acesso a serviços públicos de educação,
segurança e mobilidade na área rural; o cenário de acesso à terra, enquanto meio de produção
em face das estruturas fundiária e produtivas existente e potenciais; a relação dos potenciais
de produção de matérias primas, beneficiamento e oferta de serviços em face do mercado
municipal e regional e a relação com os eixos de expansão da malha urbana e projetos de
infraestrutura - em especial de mobilidade e transporte - em relação à espacialização dos lotes
e comunidades rurais com produções e ofertas de serviços (econômicos e ambientais)
relevantes.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
PLANEJAMENTO E GESTÃO
URBANA E TERRITORIAL
O atual Plano Diretor de Maricá, instituído pela Lei Complementar n o 145/2006, foi elaborado
já no marco do Estatuto da Cidade (Lei Federal 10.257/2001). O contexto de Maricá, no
entanto, era bastante diferente do atual.
Naquele momento, Maricá estava sendo impactada pelo incremento populacional relativo
significativo, em grande parte resultante do padrão de expansão periférica da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ). O Município até então muito caracterizado como
destino de veraneio, embora sem se integrar propriamente o conjunto de Municípios de maior
relevância turística da Região dos Lagos, assumia, à época, a face mais clara de ‘cidade-
dormitório’.
Apesar dos dados ainda não revelarem tão claramente, o diagnóstico elaborado na revisão do
Plano Diretor percebeu as transformações que estavam em curso, ainda que prevalecendo a
visão de Maricá como um Município da periferia metropolitana, com patrimônio ambiental
relevante e razoavelmente bem preservado e com algum potencial turístico/veranista.
Esses fatores ligados às atividades de Petróleo & Gás hoje tão presentes na realidade de
Maricá não tinham tal relevância e nem podiam ser plenamente vislumbrados em 2006,
quando se elaborou o Plano Diretor ainda vigente. Essas mudanças, aliadas a algumas políticas
inovadoras que o Município vem experimentando nos últimos anos, permitem a Maricá
repensar seu papel no contexto regional metropolitano e exigem que crie as condições para se
desenvolver de forma equilibrada, o que passa pelo ordenamento do território, a integração
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
das políticas setoriais estruturantes do espaço urbano e fundamentalmente como fazer dessa
Cidade um lugar melhor de se viver para os seus próprios habitantes.
A análise do Plano Diretor 2006 deve, portanto, compreendê-lo em seu contexto. Mas sua
revisão, evidentemente, precisa ser pautada pela realidade atual de Maricá e os desafios que
ora se impõem. É necessário salientar, ainda, que depois de 2006, o Brasil teve avanços
importantes na revisão ou instituição de marcos regulatório das políticas intrinsecamente
relacionadas ao planejamento urbano e territorial, entre as quais: saneamento básico, gestão
de resíduos sólidos, mobilidade urbana, defesa civil, a revisão do Código Florestal etc. Toda
essa redefinição do aparato normativo somada à própria experiência de elaboração de Planos
Diretores nos anos seguintes à aprovação do Estatuto da Cidade e ao grande desenvolvimento
das geotecnologias nos últimos anos têm levado a redefinições de escopo e métodos na
revisão de Planos Diretores.
O Plano Diretor 2006 é subdividido em 6 (seis) Títulos e contém 7 (sete) anexos. Em linhas
gerais, se organiza em três grandes partes: uma introdutória e mais conceitual que
compreende os Títulos I e II; outra mais propositiva que abrange os Títulos III, IV e V; e, no fim,
as Disposições Finais, do Título VI. Dos anexos, consta a delimitação da Macrozona Urbana,
caracterizada como perímetro urbano; a delimitação das Unidades de Planejamento; a relação
dos acidentes geográficos a proteger; a localização de áreas de especial interesse social; as
Unidades de Conservação; o sistema viário; os monumentos históricos e culturais.
Os dois primeiros Títulos compreendem definições gerais do Plano Diretor (T. I) e da Função
Social da Cidade e da Propriedade (T. II). Os três Títulos seguintes agrupam as proposições do
Plano Diretor em três eixos: da Política Urbana (T. III) que engloba diretrizes gerais e objetivos,
macrozoneamento e diretrizes por Unidades de Planejamento; das Políticas Públicas Setoriais
(T. IV); e dos Instrumentos e Recursos do Plano Diretor (T. V), incluindo a organização do
planejamento municipal (Conselho e Fundo). O último Título é dedicado às Disposições Finais
(T. VI).
O Plano Diretor também não encerra o processo de planejamento e gestão, que deve ser
contínuo na perspectiva de implementar o próprio plano, avançando naquilo que o plano
eventualmente apenas deixou indicado sem ser tão diretivo. Nesse sentido, interessa aqui
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
compreender o que está consagrado no Plano Diretor 2006 para, a partir da análise do
contexto atual, se avaliar como deve ser a sua revisão.
A partir dessas considerações de ordem mais geral, a análise a seguir destaca elementos
relevantes do Plano Diretor 2006 que devem ser iluminados para orientar o processo de
revisão ora em curso.
O artigo 1º do Plano Diretor 2006 transpõe para o instrumento municipal conceitos mais gerais
expressos na Constituição Federal de 1988 e no Estatuto da Cidade (EC) de 2001: o Plano
Diretor tendo como objeto todo o território municipal e por “objetivo fundamental o pleno
desenvolvimento da função social da cidade e da propriedade urbana”. Contudo, menciona,
ainda, a melhoria da qualidade de vida de seus habitantes, veranistas e turistas, indicando já
na abertura do plano que Maricá teria mesmo a vocação de ser uma cidade veranista e
turística.
Essa questão deve ser objeto de reflexões no processo de revisão do Plano Diretor, pois no
contexto atual parece ser uma visão que não abrange a complexidade de Maricá, ainda que
atividades veranistas e turísticas possam ter relevância para o Município. O Plano Diretor deve,
nesse caso, orientar a forma de compatibilizar tais interesses com outros que podem,
eventualmente, contrapô-los no que diz respeito, por exemplo, às diretrizes para
aproveitamento do solo urbano e da infraestrutura instalada, de controle da valorização da
terra urbana, da oferta habitacional, da prestação de serviços públicos.
Tal tarefa exige, certamente, organização institucional do Município que envolve bases de
informações, análises técnicas e acompanhamento social.
O Capítulo inicial apresenta, ainda, o Plano Diretor vinculado à promoção da política urbana e
das políticas setoriais. Esse aspecto merece atenção, porque aqui o Plano Diretor 2006 parece
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
trazer ainda uma visão mais antiga do instrumento quanto ao seu papel e quanto ao seu
alcance em relação às políticas setoriais. Pode-se dizer que ao apresentar o escopo do Plano
Diretor, opta-se por uma certa neutralidade técnica sem explicitar os princípios da Reforma
Urbana consagrados na Constituição Federal e Estatuto da Cidade relacionados à promoção do
direito à cidade, à redução das desigualdades socioterritoriais, à promoção do
desenvolvimento sustentável.
Nesse sentido, as políticas de habitação, saneamento básico e mobilidade urbana, que são
estruturantes do território, em especial das áreas urbanas, devem necessariamente estar
vinculadas às disposições do plano diretor, embora cada uma delas seja objeto de
instrumentos específicos de planejamento. A política ambiental e a política de patrimônio
histórico e cultural, por sua vez, têm evidentes conexões com o plano diretor, em muitos
aspectos o condicionam, mas o disciplinamento das mesmas não irá se exaurir no texto legal
do plano diretor.
Em relação a outras políticas, contudo, cabe identificar em que pontos há relações com a
política urbana e territorial, como é o caso de políticas de educação, saúde, assistência social,
segurança pública, turismo, esportes, desenvolvimento econômico, entre outras, que têm seus
instrumentos e espaços de formulação e gestão próprios, não podendo o Plano Diretor
avançar sobre aspectos que fogem à sua competência. Nesse sentido, é preciso cautela em
relação ao que deve ser incluído no plano diretor, a fim de não gerar expectativa que não será
atendida a partir desse instrumento específico, e de não desestimular a população quanto ao
processo participativo e à gestão democrática da cidade.
O mais adequado é que tais políticas setoriais sejam abordadas por meio de diretrizes naquilo
que se vincula às estratégias territoriais, podendo, em pontos específicos, avançar para
normas vinculativas e de intervenção. No campo das diretrizes, estas deverão ser incorporadas
ao planejamento orçamentário, no Plano Plurianual - PPA; Lei de Diretrizes Orçamentárias -
LDO e Lei do Orçamento Anual - LOA, por força do artigo 40, §1º do EC. A articulação entre
diretrizes da política urbana, diretrizes de políticas setoriais e planejamento orçamentário é
um dos principais caminhos para efetividade e exigibilidade do PD.
Essa parte introdutória aborda, ainda, as noções de função social de cidade e da propriedade
urbana, que estão no núcleo principal do conteúdo do Capítulo da Política Urbana da
Constituição Federal e, por consequência, do Estatuto da Cidade, servindo como linha
condutora para os Planos Diretores. A função social da cidade diz respeito ao conjunto de
serviços - moradia, saneamento básico, mobilidade, educação, saúde etc -, que permitem a
qualquer pessoa o pleno exercício do direito à cidade e da cidadania.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
O princípio da função social da propriedade urbana, por sua vez, condiciona o exercício do
direito de propriedade dos imóveis urbanos aos ditames do interesse público e do bem estar
da coletividade. E o plano diretor é o principal instrumento para se expressar o interesse
público, por meio das diretrizes fixadas para o desenvolvimento urbano e critérios
estabelecidos para condicionar o aproveitamento do solo pelos proprietários urbanos e
usuários da cidade.
Na revisão do Plano Diretor em curso, parece oportuno retomar essas reflexões conceituais
que contribuem para expor de modo mais claro o que é esse instrumento e sua relevância. E
caberá, no momento de redação do anteprojeto de lei, dar a forma adequada no texto legal a
ser proposto para esses conteúdos, considerando, inclusive, que o conhecimento sobre tais
temas evoluiu de 2006 para cá.
Antes de adentrar na análise de cada um desses grupos, destaca-se que todas essas
proposições são precedidas da instituição do Macrozoneamento do Município, ferramenta
essencial de ordenamento do território. O Macrozoneamento do Plano Diretor 2006 subdivide
de forma clara o território municipal em áreas urbanas e rurais, o que é absolutamente
fundamental para orientar o processo de planejamento urbano e territorial.
Não se pretende aqui avaliar sobre pertinência da classificação das áreas indicadas como
Macrozona Urbana ou Macrozona Rural, mas apenas registrar que essa distinção foi feita de
forma clara e objetiva.
A Macrozona Urbana foi subdividida pelo Plano Diretor 2006 em diferentes categorias, o que
contribui para expressar territorialmente as diferentes intenções para as diferentes áreas
cidade reconhecidas no momento em que o plano foi elaborado. É possível considerar,
entretanto, que, em um Município do porte de Maricá, essa subdivisão já consubstanciasse o
próprio Zoneamento Urbano, o que foi deixado para ser tratado na lei de uso e ocupação do
solo. É, portanto, somente na lei ordinária aprovada em 2008 (Lei 2272/2008) que são fixados
os coeficientes de aproveitamento e demais parâmetros urbanísticos que definem o quanto se
pode construir nos terrenos urbanos.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5..
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Essas unidades de planejamento parecem estar relacionadas com uma lógica do planejamento
urbano tradicional de elaboração de planos setoriais de uso e ocupação do solo. Sem entrar no
mérito dessa visão de planejamento, observa-se que esse planejamento por setores da cidade
acabou por não ocorrer, já que Maricá editou apenas a Lei 2272/2008, que é uma lei geral de
uso e ocupação do solo.
As 13 Unidades de Planejamento adotadas do Plano Diretor 2006 serviram para organizar uma
miríade de propostas que envolvem questões absolutamente pontuais como “implantar uma
creche”, o que não cabe ao Plano Diretor determinar, e aspectos que devem ser pensados de
forma integrada para o Município como “implantar um sistema de abastecimento de água”.
Ou seja, ao organizar proposições dessa forma, por Unidades de Planejamento, o Plano Diretor
abandona a visão mais estratégica que poderia ser dada a partir do Macrozoneamento, até
para indicar prioridades em cada porção do território ou em cada tema. Ao mesmo tempo,
numa aparente tentativa de incorporar demandas apresentadas pelos moradores dos
diferentes bairros ou conjuntos de bairros no processo participativo, acaba por incluir no Plano
Diretor ações que devem ser definidas nas políticas setoriais em seus instrumentos próprios de
planejamento e gestão e segundo seus critérios de priorização.
Entretanto, existia, de fato, uma tradição de se tratar nos planos diretores de todos ou quase
todos os temas da administração pública municipal, sobretudo em Municípios de menor porte.
A Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Cidade estabeleceram de modo mais claro o
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Os marcos regulatórios setoriais, alguns posteriores ao próprio Plano Diretor 2006 de Maricá,
como os marcos do saneamento e da mobilidade urbana, contribuíram também para orientar
aquilo que deve ser tratado em cada instrumento, cabendo ao plano diretor a relevante
missão de pensar de forma integrada as diretrizes para as políticas estruturantes do território.
Onze políticas classificadas como setoriais foram tratadas no Plano Diretor 2006. Ainda que
algumas das políticas talvez devessem ser consideradas como transversais e não como
setoriais, notadamente a de meio ambiente, cabe aqui considerar apenas os temas a que se
referem para identificar aquelas que têm relação direta com o escopo do plano diretor e as
que não devem ser tratadas nele, a não ser em aspectos muito específicos naquilo que está
relacionado com as estratégias territoriais consagradas no plano.
Assim fazem parte do escopo do plano diretor, por estarem diretamente vinculados ao
território, temas como meio ambiente; patrimônio cultural; saneamento; circulação,
transporte e mobilidade; habitação. esportes e lazer; infraestrutura complementar e
desenvolvimento econômico são temas que podem ter conteúdos tratados no plano diretor
para orientação dessas políticas, mas podem envolver muitos outros aspectos que não cabem
ao plano diretor. Educação e saúde são áreas da Administração pública amplamente
estruturadas sobre as quais o plano diretor não tem competência para intervir, ainda que
possa, eventualmente, indicar algumas diretrizes a serem consideradas nessas políticas, mas
sempre a partir das diretrizes para o território.
Ainda sobre a organização das propostas para as políticas setoriais, é importante observar que
o Plano Diretor 2006 não segue exatamente a mesma estrutura para cada um dos temas, de
um lado estabelece objetivos e diretrizes; em um caso fala em princípios, em outros três indica
programas.
Cabem então, algumas considerações de ordem mais conceitual sobre princípios, objetivos e
diretrizes. Princípios constituem o ponto de partida, os valores que devem permear a
legislação e sua aplicação, através de atuações do Poder Público e dos particulares. Objetivos,
o ponto de chegada, o resultado final da aplicação do plano diretor, ou, no caso, da política
setorial a que se refere. As diretrizes indicam os caminhos pelos quais as ações serão
desenvolvidas. Comumente se usam diretrizes e objetivos de forma indistinta.
É preciso, contudo, maior rigor em sua utilização porque as diretrizes são o elo entre o plano
diretor e sua efetividade através da articulação com o PPA, LDO e LOA. O Estatuto da Cidade
determina expressamente a incorporação das diretrizes do plano diretor nesses instrumentos.
Desta forma, torna-se essencial empregar o termo ‘diretrizes’ para aquelas macro ações que
vão embasar a criação de programas e ações concretas que dependem de recursos, a fim de
que se facilite sua incorporação ao planejamento orçamentário.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Alguns dos temas abordados, o Plano Diretor 2006 tratou de forma genérica. Em outros, foi
mais adiante, esboçando programas, como no caso dos temas do saneamento, da habitação e
do desenvolvimento econômico. Essas diferenças são comuns e compreensíveis, pois resultam,
em grande medida, da relevância atribuída a cada tema no momento de elaboração do plano.
Ou, pelo menos, da compreensão alcançada sobre os temas no que permite desenvolver
propostas mais estruturadas num ou noutro, de acordo com as estratégias gerais e das
prioridades da política urbana, expressas pelo próprio plano diretor.
O tema do meio ambiente, embora não seja tratado na forma de programas, tem peso
relevante no Plano Diretor 2006 que, ao menos, dá visibilidade para as áreas protegidas no
território municipal. E a compreensão das mesmas, certamente, foi determinante na
delimitação do perímetro urbano.
Quanto ao tema do saneamento, é importante observar que o plano diretor é anterior à Lei
Federal nº 11.445/2007, que estabelece as Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico.
Ainda assim, o plano já apresenta alguns artigos relativos a conteúdos que seriam consagrados
na lei federal, o que é positivo. Todavia, no contexto atual, cabe uma revisão apurada do texto
a fim de remover as redundâncias com o marco regulatório nacional, que, por sua vez, foi
recentemente alterado, sofrendo alterações significativas. Apesar da grande preocupação
revelada em relação ao tema do saneamento, sabe-se que as fragilidades de Maricá nesse
campo representam hoje um dos grandes desafios do Município.
Pode-se dizer que o problema já estava posto com clareza lá atrás em 2006, que houve
avanços de lá para cá, mas há ainda muito a se fazer, sobretudo em relação a abastecimento
de água potável e esgotamento sanitário.
Algumas das mudanças expressivas na condução dos serviços de saneamento básico foram: (i)
o encerramento do “aterro sanitário” do Caixito e o arranjo regional que possibilitou a
disposição final de resíduos no CTR de Itaboraí; (ii) a criação da autarquia municipal SANEMAR;
(iii) a integração com o sistema de abastecimento de água Imunana-Laranjal para atendimento
dos distritos de Inoã e Itaipuaçu.
Vale reforçar que com o advento da Lei Federal nº 11.445/07, foi cunhado o conceito de
saneamento básico como o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações de
abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e
drenagem de águas pluviais urbanas. O conceito de saneamento ambiental adotado no Plano
Diretor 2006 é mais amplo, visto que abarca o controle de vetores, mas não possui respaldo na
lei federal, parecendo mais adequado adotar o termo saneamento básico.
Outro tema tratado de forma mais abrangente no Plano Diretor 2006 foi o da habitação. Tem o
grande mérito de propor diversos programas que demonstram a compreensão de que o
enfrentamento do problema habitacional requer ações de naturezas diversas.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
É curioso observar que nenhum dos programas tinha por objetivo a produção de unidades
habitacionais, sobretudo grandes conjuntos. No entanto, durante a vigência do plano diretor,
apesar de suas diretrizes, as principais ações habitacionais realizadas provavelmente foram as
construções de dois grandes conjuntos no âmbito do programa federal Minha Casa Minha
Vida.
O outro tema para o qual são previstos alguns programas é o do desenvolvimento econômico.
Pode-se dizer que o plano sinalizava, já em 2006, que a Maricá deveria buscar alguma
diversificação da economia. Entretanto, não se percebe dimensão estratégica clara, interação
sistêmica com as demais políticas ou expressão territorial das propostas.
Alguns registros adicionais devem ainda ser feitos em relação às propostas para as políticas
setoriais. O primeiro deles refere-se à preocupação de relacionar no plano diretor algumas
informações ou elementos que expressam certa materialidade de aspectos relacionados a
essas políticas, o que inclui: a relação de bens de interesse ambiental a serem protegidos; a
relação de monumentos históricos e culturais a serem preservados; a localização de áreas de
especial interesse social; o mapeamento do sistema viário.
Outro registro importante diz respeito a referência a alguns temas que não estavam no centro
dos debates da política urbana à época do Plano Diretor 2006, mas que atualmente se
mostram extremamente relevantes, dentre os quais: a previsão do já mencionado programa
de assistência técnica e jurídica para habitação de interesse social; o programa de eficiência
energética; e o programa de incentivo à infraestrutura de comunicação que já sinalizava para a
necessidade de facilitar o acesso à internet.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Embora a criação do Conselho da Cidade deva ser entendida como algo relevante, na verdade,
o Plano Diretor 2006 não avança, além disso, no sentido de orientar o funcionamento da
gestão urbana e territorial e o acompanhamento da implementação da política urbana, o que
é uma lacuna. Quanto à organização de informações, algo fundamental para a boa gestão, faz-
se apenas uma menção já nas disposições finais à necessidade de elaborar um Cadastro
Técnico Multifinalitário, sem ser dada a relevância que o tema merece.
Em seguida, o Plano Diretor 2006 trata de vários instrumentos, inclusive aqueles consagrados
no Estatuto da Cidade e que para serem aplicados dependem de previsão no plano diretor. Em
nenhum caso se apresenta alguma estratégia de aplicação do instrumento na realidade de
Maricá, com objetivo de dar viabilidade às diretrizes da política urbana. Dessa forma, o plano
se limita a praticamente reproduzir o que já estava no Estatuto da Cidade, apenas garantindo
que o Município possa vir a aplicar esses instrumentos, se for o caso, no processo de
planejamento.
É prevista ainda a instituição de Áreas de Especial Interesse por meio de lei específica com o
objetivo de estabelecer um regime urbanístico específico para a área. Além das Áreas de
Especial Interesse Social, admite-se a possibilidade de se instituir Áreas de Especial Interesse
Histórico-Cultural; Turístico; de Pesca; ou Urbanístico.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
O mais importante aqui é observar que após a aprovação do Plano Diretor de 2006, a lei de
parcelamento, uso e ocupação do solo foi aprovada (primeiro em 2007 depois, nova lei em
2008), o que é fundamental do ponto de vista operacional. O Código de Obras e Edificações
ainda é o da década de 1970, o que representa necessidade de atualização, pela inserção de
novos conteúdos, conceitos e visões ao instrumento nas últimas décadas.
Em Maricá, a lei de uso e ocupação do solo instituiu Índices de Aproveitamento de Área (IAA)
por zona. Esse índice multiplicado pela área do terreno determina área construída máxima a
ser alcançada por cada terreno. Além do IAA, outros parâmetros também condicionam as
construções, podendo a aplicação deles, eventualmente, impossibilitar a realização integral do
potencial construtivo de um terreno.
Dessa forma, cada terreno tem seu potencial construtivo definido pela aplicação do IAA da
zona em que se situa, podendo realizá-lo sem obrigação de pagamento de nenhum tipo de
contrapartida financeira. A não regulamentação da OODC parece coerente com a estratégia
adotada para fixação dos IAA, pois se optou por índices relativamente baixos. Ainda assim, em
várias zonas o IAA ultrapassa 1,0, o que pode merecer avaliação mais atenta na revisão do
Plano Diretor, tanto do ponto de vista urbanístico como jurídico, a fim de corrigir fragilidades.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5..
O IAA acima de 2,0, ou seja, onde pode construir mais de duas vezes a área do terreno é
aplicado apenas na área central do Distrito Sede e no eixo da Rodovia RJ-106. Índice IAA entre
1,0 e 2,0 em algumas áreas, como parte de Itaipuaçu, parte de Inoã, Condado de Maricá, Caju
e nos eixos viários mais importantes. No restante, grande parte da área urbana, o IAA não
ultrapassa 1,0.
Importante registrar também que além de definir o zoneamento urbano, a Lei 2272/2008
delimitou as Áreas de Especial Interesse Social (AEIS) previstas no Plano Diretor. Mas apesar do
plano orientar a ação habitacional, sobretudo sobre os assentamentos existentes, a Lei
2301/2009 introduziu parâmetros urbanísticos específicos para a produção de habitação de
interesse social, permitindo assim a construção dos dois grandes conjuntos habitacionais
executados no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida.
Outro movimento importante foi utilização de instrumento previsto no Plano Diretor 2006
para criar condições legais a fim de abrigar atividades que supostamente buscarão se instalar
no Município com a possível implantação do Porto de Jaconé. Nesse caso, recorreu-se ao
instrumento denominado Área de Especial Interesse Urbanístico (AEIU) para instaurar regime
urbanístico específico em cinco áreas no Distrito de Ponta Negra, destinadas a abrigar
atividades industriais e logísticas na retroárea do porto e nos eixos rodoviários que chegam a
ele.
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Embora o instrumento tenha, de fato, sido previsto no Plano Diretor 2006, sua aplicação pode
ser considerada controversa, uma vez que indica mudança bastante significativa do perfil da
área. Em todo caso, como as obras do porto não foram sequer iniciadas, e nem mesmo o
licenciamento concluído, as AEIUs não se materializaram. Na revisão do Plano Diretor 2006, as
expectativas para toda essa região de Jaconé deverão retornar ao debate para que se possa
firmar entendimento mais claro de seu papel no projeto de desenvolvimento do Município e o
que, enfim, se deseja para ela.
Além das quatro AEIUs criadas no Distrito de Jaconé, outra foi criada, mais recentemente, em
2018, para orientar o processo de ocupação urbana de grande área ainda vazia no Bairro
Cajueiros. A figura a seguir indica a localização das AEIUs criadas no Município de Maricá a
partir do Plano Diretor.
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5..
A AEIU proposta para o Bairro Cajueiros foi denominada Nova Cidade. A intenção,
aparentemente, foi a de abrir novo vetor para a expansão e desenvolvimento da Cidade, mas
para dentro dela mesma, sobre grande área que se manteve praticamente vazia. De acordo
com o projeto da AEIU, essa área deverá abrigar o novo Centro Cívico e sua urbanização
deverá ser condicionada pelas diretrizes viárias traçadas.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Embora a AEIU Nova Cidade tenha sido instituída em 2018, até o momento houve
licenciamento de apenas um empreendimento na área. Possivelmente, o processo de
ocupação só será iniciado efetivamente com a instalação do Centro Cívico previsto, que, se
ocorrer, tende a estimular a formação ali de nova centralidade. As possíveis repercussões da
implantação desse projeto, inclusive para a área Central da Cidade, devem perpassar as
discussões das propostas decorrentes da revisão do Plano Diretor.
Ter esse instrumento bem concebido na legislação é essencial em casos como o de Maricá que,
por estar em processo de transformações, o Município pode ter que lidar com situações
bastante distintas da produção ordinária da Cidade. Nesse sentido, a regulamentação desse
instrumento é um marco importante da implementação do Plano Diretor 2006.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Outro aspecto relevante do processo de implementação do Plano Diretor 2006 foi a instalação
e o funcionamento do Conselho Municipal da Cidade. A composição e atribuições do Conselho
foram definidas no plano diretor, tendo sido posteriormente regulamentado. Ao longo do
tempo, é possível se identificar momentos de maior ou menor atuação do Conselho, mas a sua
manutenção é necessária e relevante no atendimento do princípio da gestão democrática da
cidade.
Outros dois aspectos relativos à implementação do Plano Diretor 2006 dizem respeito às ações
previstas nas unidades de planejamento e às ações relativas às políticas setoriais. Como já
mencionado anteriormente, o plano apresenta uma miríade de ações por unidades de
planejamento, englobando ações muito pontuais e outras mais estruturantes, em um formato
quase que de plano de obras, mas sem expressar claramente prioridades.
No caso das políticas setoriais, por vezes mistura princípios, diretrizes e objetivos. É, portanto,
difícil se fazer uma avaliação objetiva do que foi implementado e como, até porque, o
Município de Maricá não organizou uma estrutura institucional de acompanhamento do Plano
Diretor 2006, que pudesse fazer um trabalho de articulação das intervenções públicas, de
integração de ações setoriais e de monitoramento desse processo.
Somente a partir dos anos 1990 se verifica o crescimento da população residente em Maricá
de modo mais intenso e continuado. Como as dinâmicas urbanas se sobrepõem, a Cidade de
Maricá tem ainda um grande estoque imobiliário na forma de lotes vazios remanescentes de
períodos anteriores e, ao mesmo tempo, o lançamento de novos produtos imobiliários que
representam tendências mais recentes do mercado formal.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Os pouco mais de 62.000 imóveis territoriais inscritos representam em torno de 44% dos cerca
de 140.000 imóveis que integram o Cadastro do IPTU 2020 de Maricá.
As propostas da revisão do Plano Diretor deverão analisar com atenção essa questão dos
terrenos vazios de Maricá. Diferentemente de outros centros urbanos em que a indução à
ocupação desses imóveis constitui estratégia para melhor aproveitamento da infraestrutura
instalada, em Maricá é possível pensar que ao menos parte desses terrenos deva ser
resguardada para cumprimento de funções ambientais.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Figura 35.Mapa dos imóveis territoriais (lotes vagos) inscritos no cadastro Imobiliário.
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5..
Ainda que exista um estoque considerável de terrenos vazios, um olhar sobre a evolução do
Cadastro Imobiliário nos últimos anos sugere que dois processos convivem na dinâmica urbana
de Maricá: (i) a construção de novas edificações em terrenos antes vazios e; (ii) a abertura de
novos parcelamentos. Entre 2017 e 2020 foi acrescido ao estoque, 3.599 novas unidades
prediais e 898 novos imóveis territoriais.
Quadro 3.Imóveis Prediais e Territoriais segundo o Cadastro Imobiliário de Maricá nos anos 2017 e
2020.
Imóveis Prediais Imóveis Territoriais
Incremento Incremento
Distrito Total Total
2017/2020 2017/2020
2017 2020 Total % 2017 2020 Total %
Inoã 9.595 9.903 308 3,21% 7.598 7.516 -82 -1,08%
Itaipuaçu 25.763 27.125 1.362 5,29% 19.120 19.128 8 0,04%
Ponta
11.039 11.676 637 5,77% 16.741 16.467 -274 -1,64%
Negra
Sede 28.754 30.046 1.292 4,49% 17.800 19.046 1.246 7,00%
Maricá 75.151 78.750 3.599 4,79% 61.259 62.157 898 1,47%
Fonte: Cadastro Imobiliário de Maricá.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Nos Distritos de Inoã e Ponta Negra houve redução de imóveis vazios, sugerindo que nessas
áreas a dinâmica predominante é a de construção de novas edificações. No Distrito de
Itaipuaçu, aparentemente os dois processos convivem: construção de novas edificações e
abertura de novos parcelamentos, pois verifica-se o aumento tanto do número de imóveis
prediais como de imóveis territoriais, ainda que bem pequeno. Chama atenção, no Distrito
Sede, o expressivo incremento de imóveis territoriais. Há ali, possivelmente, maior número de
novos parcelamentos ainda não ocupados.
Os Distritos Itaipuaçu e Sede concentram a maior parte dos imóveis prediais acrescidos ao
estoque, reunindo mais de 70% do total do Município. Observa-se, no entanto, que Ponta
Negra foi o Distrito que apresentou maior incremento relativo de imóveis prediais, enquanto o
Inoã registrou o menor.
A análise em faixa de tempo mais ampla, entre 2012 e 2020, das licenças de construção
concedidas no Município de Maricá também mostra a concentração da produção formal nos
Distritos de Itaipuaçu e Sede, responsáveis por quase 80% do total.
Quadro 4.Licenças de Construção concedidas, por Distrito, em Maricá, no período 2012 a 2020.
Percentual Acumulado do Total de
Distrito Licenças de Concedidas Licenças Concedidas
(10 primeiros bairros)
Inoã 811 10,84%
Itaipuaçu 3210 42,90%
Ponta Negra 730 9,76%
Sede 2732 36,51%
Total Maricá 7.483 100%
Fonte: Secretaria de Urbanismo de Maricá.
Os números desagregados por bairro, por sua vez, revelam que mais da metade das licenças
de construção concedidas nos últimos 8 (oito) anos se distribuem em apenas sete bairros.
Curiosamente, dois deles localizados no Distrito de Inoã: Inoã e Chácaras de Inoã. Mas os
bairros que registram o maior número de licenças, bem à frente dos demais, são, pela ordem:
Jardim Atlântico Leste, Jardim Atlântico Central e São José do Imbassaí. A Tabela 3 apresenta a
quantidade de licenças de construção por bairro no período de 2012 a 2020, em ordem
decrescente.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Tabela 3.Licenças de Construção concedidas, por Bairro, em Maricá, no período 2012 a 2020.
Percentual Acumulado do
Licenças de
Bairro Total de Licenças Concedidas
Concedidas
(10 primeiros bairros)
Jardim Atlântico Leste 1048 14,01%
Jardim Atlântico Central 902 26,06%
São José do Imbassaí 611 34,22%
Inoã 393 39,48%
Itapeba 354 44,21%
Chácaras de Inoã 332 48,64%
Centro 324 52,97%
Jardim Atlântico Oeste 308 57,09%
Flamengo 290 60,96%
Cajueiros 279 64,69%
Jacaroá 230
Barroco 226
Cordeirinho 208
Praia de Itaipuaçu 199
Guaratiba 135
Araçatiba 117
Ponta Negra 115
Pindobas 113
Mumbuca 107
Itaocaia Valley 101
Condado de Maricá 99
Ubatiba 99
Ponta Grossa 95
Recanto de Itaipuaçu 92
Balneário Bambuí 89
Pilar 84
Parque Nancy 63
Barra de Maricá 57
Caxito 51
Calaboca 41
Jaconé 37
Jardim Interlagos 35
Pindobal 35
Vale da Figueira 35
Marquês de Maricá 35
Bananal 33
Morada das Águias 29
Rincão Mimoso 26
Santa Paula 22
SPAR 22
Espraiado 6
Retiro 3
Manoel Ribeiro 2
Cassorotiba 1
Caju 0
Camburi 0
Lagarto 0
Restinga de Maricá 0
Silvado 0
Zacarias 0
Fonte: Secretaria de Urbanismo de Maricá.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
É interessante observar que há bairros com poucas licenças concedidas, o que indica uma
produção imobiliária formal muito restrita ou até inexistente. Por outro lado, observa-se uma
área relativamente continua que vai de Itaipuaçu até a área central de Maricá que configura a
área urbana de atuação mais recorrente do mercado formal da construção civil. No meio dessa
grande área interligada pela Rodovia RJ-106, está o bairro Cajueiros, objeto da AEIU Nova
Cidade.
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5..
Essa é uma mudança de padrão essencial de ser bem compreendida. Depois dos ‘surtos’ de
loteamentos em décadas anteriores que deixaram saldo de lotes vazios na Cidade, o
movimento mais recente é o de agregar novas áreas por meio dos condomínios.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Muitos condomínios são delimitados por muros extensos, ao longo das vias, que comprometem a qualidade do espaço público.
Em alguns casos, a rua se transforma em uma sequência de paredes cegas dos fundos das casas voltadas para dentro do
condomínio. (Fotos: IBAM, 2020.)
A figura a seguir indica a localização dos condomínios licenciados entre 2006 e 2020. A maior
parte deles se posiciona em locais de fácil acesso às rodovias, o que aparentemente reforça a
ideia de atendimento a uma demanda externa ou daquela parcela da população de Maricá que
sai do Município para trabalhar. Também é importante notar que parte significativa desses
condomínios está fora dos limites daqueles bairros que concentram a produção formal da
construção de edificações, justamente por serem áreas já parceladas anteriormente.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
Embora se saiba que esses processos podem ser relativamente lentos, a manutenção de um
estoque de imóveis vazios na Cidade, mesmo que dentro de condomínios, é uma questão a ser
considerada na definição de diretrizes e critérios para autorização de novos empreendimentos
desse tipo.
Figura 39. Exemplos de condomínios ainda em processo de ocupação
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
A produção de condomínios fechados, por sua vez, configura o modo de parcelamento do solo
em Maricá dos últimos anos. E a localização dos mesmos indica a formação de alguns vetores
de expansão da Cidade, como visto anteriormente. Um deles, no entanto, ao longo da Rodovia
RJ-114 parece ter se desenhado a partir da perspectiva de implantação do Polo Petroquímico
em Itaboraí, mas não se consolidou plenamente em razão das incertezas em torno do
COMPERJ. Embora haja um movimento de famílias de Maricá para os condomínios fechados,
aparentemente esses empreendimentos visam prioritariamente um público externo, de
Municípios vizinhos.
Para além desses processos mais gerais, há registros de alguns tipos de empreendimento na
forma de pequenos prédios ou pequenos condomínios em lotes ou quadras, com altas taxas
de ocupação dos terrenos e unidades com acesso independente.
Embora não seja possível se ter ainda uma análise mais estruturada de tais consequências, até
porque as incertezas ainda são muitas, algumas conjecturas podem ser formuladas a partir de
anúncios e matérias de jornais que vêm sendo veiculados nos últimos meses. O quadro seguir
reúne alguns elementos que permeiam os movimentos gerais do mercado imobiliário e que
podem apoiar a construção de cenários futuros para Maricá.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 1
Quadro 5.Referências sobre possíveis tendências do mercado imobiliário de acordo com publicações
identificadas em jornais e revistas (físicos ou eletrônicos).
Aspectos Considerações
Possíveis tendências - Busca por residências mais amplas e com boa divisão de cômodos para propiciar
condições favoráveis ao trabalho em home office e facilitar o isolamento de membros
da família em caso contágio.
- Busca por casas com áreas livres, jardins e quintais para combater o stress pelo
eventual confinamento.
- Busca por imóveis distantes do centro das cidades frente ao novo normal de
trabalho híbrido ou em casa.
- Busca por lazer seguro em casas dentro de condomínios fechados.
- Condomínios em áreas afastadas dos grandes centros urbanos, oferecendo serviços
característicos de resorts.
- Com as empresas adotando o trabalho à distância e liberando espaços em imóveis
comerciais abre-se a possibilidade para a sua conversão em unidades residenciais nos
centros financeiros das cidades.
- Em sites de aluguel por temporada, foi verificado o aumento da demanda por
reservas mais longas durante a pandemia.
- Aposta em que as vendas alcancem o mesmo patamar de 2019 em Maricá.
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Nos últimos anos, uma série de projetos de intervenção físico-territorial vem sendo propostos
na Cidade de Maricá. A maior parte deles de iniciativa da própria Prefeitura, mas alguns
também desenvolvidos pela da iniciativa privada ou com sua participação. A Figura 41 e o
Quadro 6 apresenta informações básicas desses projetos, que permitem uma visão global das
ideias em circulação. É importante observar que são projetos em diferentes estágios de
desenvolvimento, incluindo desde aqueles ainda em fase de estudos iniciais até outros já
executados, com obras concluídas recentemente.
A relação de projetos não inclui todas as obras públicas executadas ou previstas, mas aqueles
projetos de caráter estruturante, cuja implantação pode representar transformações
significativas para o desenvolvimento urbano de Maricá ou de determinadas áreas da Cidade,
eventualmente induzindo novas dinâmicas de apropriação dos espaços urbanos.
Para melhor compreensão do significado desses projetos, eles foram classificados segundo o
tipo de intervenção que representam: (i) programa habitacional; (ii) qualificação do espaço
público; (iii) infraestrutura viária; (iv) equipamentos turísticos e culturais; (v) nova
centralidade; (vi) desenvolvimento econômico. Em alguns casos, os projetos poderiam ter sido
classificados em categoria diversa da adotada, mas isso não compromete a visão global das
ações em curso.
Figura 41. Projetos Urbanos Recentes e em Andamento do Município de Maricá
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
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ANEXO
GLOSSÁRIO
Acessibilidade. Condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos
espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e
dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa com deficiência
ou com mobilidade reduzida.
Adução. Termo utilizado no sistema de abastecimento de água, referente ao processo de
extrair e transportar a água até a rede de distribuição.
A Jusante /A Montante. Jusante e montante são direções por onde correm as águas de uma
corrente fluvial. A jusante significa em direção à foz, ou seja, o fluxo normal de
desembocadura da água (rio abaixo). A montante significa em direção à nascente, ou seja,
contra-corrente (rio acima).
Área ou faixa non aedificandi. Espaço delimitado de um terreno onde há impedimento legal
para construir ou edificar sobre este.
Área de Preservação Permanente (APP). Área protegida por lei, coberta ou não por vegetação
nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e
assegurar o bem-estar das populações humanas.
Bioclimático. Consideração dos fatores climáticos de determinado lugar que afetam o
desenvolvimento e a sobrevivência dos organismos vivos.
Coeficiente de Aproveitamento. É a relação entre a área edificável e a área do terreno. Sua
fórmula determina o potencial construtivo do lote. O plano diretor poderá fixar coeficiente de
aproveitamento básico único para toda a zona urbana ou diferenciado para áreas específicas
dentro da zona urbana. O plano diretor definirá os limites máximos a serem atingidos pelos
coeficientes de aproveitamento, considerando a proporcionalidade entre a infraestrutura
existente e o aumento de densidade esperado em cada área.(Estatuto da Cidade - LF no
10.257 de 10/07/2001).
Conforto térmico. A sensação de bem-estar higrotérmico refere-se à satisfação que um
indivíduo experimenta em relação ao ambiente que o envolve e ocorre quando se consegue
manter, por intermédio das trocas higrotérmicas - radiação, condução, convecção e
evaporação -, um equilíbrio entre o metabolismo do corpo e o entorno.
Densidade demográfica. Índice que permite avaliar a distribuição da população em um dado
território. Razão entre o número de habitantes por quilômetro quadrado (hab/km²).
Estudo de impacto de vizinhança (EIV). Análise das consequências que a implantação de
determinado empreendimento pode gerar em seu entorno ou à Cidade (efeitos positivos e
negativos), estabelecendo as contrapartidas a serem providenciadas pelo empreendedor para
mitigação dos impactos decorrentes.
Eutrofização. Fenômeno que ocorre como consequência do aumento da quantidade de
nutrientes no ambiente aquático. Pode ocorrer por causas naturais, mas também como
resultado da ação humana.
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Fachada. Parte do edifício voltada para um logradouro público ou espaço aberto dentro do
lote.
Gleba. Porção de terra. Quando situada no meio urbano é aquela ainda não submetida ao
parcelamento do solo nos termos da legislação aplicável.
Índices de Aproveitamento de Área: O mesmo que Coeficiente de Aproveitamento. A lei de
uso, ocupação e parcelamento do solo de Maricá (nº 2272/2008), assim define o conceito: “É
um parâmetro urbanístico que define o total de área a ser construída (ATC), em função do
tamanho do lote. Aplica-se multiplicando-se o índice pela área do terreno”.
Ilhas de calor. Fenômeno climático característico de áreas com intensa urbanização, fazendo
com que a temperatura destes locais seja maior do que outras áreas, como por exemplo, a
zona rural.
In-loco. Expressão do latim. Significa "no local", onde ocorre alguma situação a ser verificada.
In natura. Na referência ao esgotamento sanitário, trata-se dos efluentes que não foram
submetidos a qualquer tipo de tratamento antes de seu descarte final, ou seja, que são
lançados em sua condição natural.
In-situ. Expressão do latim. Refere-se ao estudo de um determinado fenômeno no exato local
onde este ocorre.
Lote. Decorrente da divisão de um terreno maior que foi objeto de parcelamento do solo,
servido de infraestrutura e serviços urbanos, cujas dimensões atendam aos parâmetros e
índices urbanísticos definidos em lei.
Macrozonas. Delimitação poligonal de diferentes parcelas de um mesmo território cuja
destinação e incidência de diretrizes específicas são previstas no Plano Diretor, tendo em vista
atender as condições nele estabelecidas para o desenvolvimento municipal sustentável.
Macrozoneamento. Denominação dada ao conjunto de dispositivos que define as macrozonas
estabelecidas sobre o território, composto por anotação cartográfica (mapa), em geral
acompanhada das diretrizes que lhe conferem as especificidades de sua destinação.
Outorga Onerosa do Direito de Construir. Instrumento do Estatuto da Cidade que pode ser
aplicado em áreas nas quais o direito de construir poderá ser exercido acima do coeficiente de
aproveitamento básico adotado, mediante contrapartida a ser prestada pelo beneficiário.
Permeabilidade. Capacidade que determinado material ou solo tem de infiltração das águas
pluviais.
Perímetro urbano. Polígono que delimita a parcela ou parcelas do território destinadas à
ocupação urbana, definindo a incidência da aplicação dos instrumentos de controle
urbanístico.
População flutuante. Parte da população que não reside no local analisado. Inclui não só
aqueles que se alocam em hotéis, pousadas, campings ou similares, mas também aqueles que
ocupam eventualmente os domicílios classificados nos censos como de uso ‘ocasional’, usados
para descanso de fins de semana, férias ou outro fim, mesmo que, na data de referência, seus
ocupantes ocasionais estivessem presentes.
Rendimento domiciliar nominal per capita. Razão entre o total dos rendimentos domiciliares
(em termos nominais) e o total dos moradores, calculado pelo IBGE. Nesse cálculo, são
considerados os rendimentos de trabalho e de outras fontes. Todos os moradores são
considerados no cálculo, inclusive os moradores classificados como pensionistas, empregados
domésticos e parentes dos empregados domésticos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, MINISTÉRIO DA CIDADANIA. Bolsa Família e Cadastro Único no seu Município. Brasília:
Ministério da Cidadania - Secretaria Nacional de Renda e Cidadania, Agosto, 2020.
CASA FLUMINENSE, Associação. Mapa das Desigualdades. Casa Fluminense, 2020. Disponível
em: https://casafluminense.org.br/.
TCE, Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Estudos Socioeconômicos de Maricá. Rio
de Janeiro, 2017
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DIAGNÓSTICO TÉCNICO
CADERNO 2
ANÁLISES TEMÁTICAS - TEMAS FOCAIS
SANEAMENTO BÁSICO
MEIO AMBIENTE
Outubro, 2020
Consultores Temáticos:
Arquiteto e Urbanista Engenheiro
Ricardo Moraes Carlos Enriquez
Mudanças Climáticas Drenagem e Gestão Costeira
Arquiteta e Urbanista
Clima Urbano, Conforto Arquiteto e Urbanista
Luciana Hamada Victor Zveibil
Ambientale Meio Ambiente
Eficiência Energética
Economista Arquiteta e Urbanista
Inessa Salomão Noêmia Barradas
Des. Econômico Patrimônio Histórico Cultural
Alberto Costa Arquiteto e Urbanista Manuela Turismóloga
Lopes Habitação Scaldaferri Turismo
Engenheiro Andreas Engenheiro
Wallace Pereira
Mobilidade Nascimento Petróleo e Gás
Patrícia Engenheira Ambiental Geógrafo
Helio Beiroz
Finamore Saneamento Básico Meio Rural
Assistente Social
Karin Segala
Resíduos Sólidos
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
DIAGNÓSTICO TÉCNICO
CADERNO 1 - CARACTERIZAÇÃO
SANEAMENTO BÁSICO
MEIO AMBIENTE
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
ECONOMIA
TURISMO
PETRÓLEO E GÁS
CADERNO 5 - MAPAS
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Localização das Áreas de Especial Interesse Social (AEIS) no Município de Maricá. ...........18
Figura 2. Conjuntos Habitacionais Minha Casa, Minha Vida (MCMV). ...............................................20
Figura 3. Locais e pessoas em situação de risco no Município de Maricá. .........................................22
Figura 4. Localização das terras públicas e privadas do Município de Maricá. ..................................24
Figura 5. Participação das Zonas de Tráfego por Viagens Geradas de Transporte Privado................30
Figura 6. Participação das Zonas de Tráfego por Viagens Geradas de Transporte Público. ...............30
Figura 7. Hierarquia Viária estabelecida pelo Plano Diretor Urbano de 2006. ...................................36
Figura 8. Referências Quilométricas dos Trechos com Variação da Faixa Non Aedificandi................37
Figura 9. Ocupação da Faixa de Domínio da RJ-106. ..........................................................................38
Figura 10. Localização Prevista do Terminal Ponta Negra. .................................................................39
Figura 11. Principais Rodovias Estaduais em Maricá. .........................................................................39
Figura 12. Traçado Conceitual da Via Norte. ......................................................................................41
Figura 13. Traçado Conceitual da Via Sul. ...........................................................................................41
Figura 14. Identificação de Segmentos Viários Passíveis de Revisão de Hierarquia ...........................43
Figura 15. Exemplo de Interferência entre Vias .................................................................................45
Figura 16. Exemplo de Sistema Viário Desarticulado .........................................................................45
Figura 17. Exemplo de Sistema Viário Estrutural com Descontinuidades. .........................................46
Figura 18. Plano de Ocupação AEIU Nova Cidade. .............................................................................46
Figura 19. Modelos de Veículos da Frota de Transporte Coletivo Circulante em Maricá. .................48
Figura 20. Cobertura do Conjunto de Linhas Municipais de Transporte Coletivo de Maricá. ............48
Figura 21. Linhas Intermunicipais Metropolitanas de Maricá. ...........................................................50
Figura 22. Ciclofaixa em Maricá. .........................................................................................................50
Figura 23. Localização das Estações de Bicicletas Compartilhadas. ...................................................51
Figura 24. Localização do Aeroporto no Centro da Cidade. ...............................................................52
Figura 25. Sistema Viário de Acesso ao Aeroporto Conectado com a RJ-106. ...................................53
Figura 26. Abordagem Evitar - Mudar - Aprimorar proposta para o setor de transportes. ...............55
Figura 27. Ações Prioritárias Equilibrar Metrópole. ...........................................................................57
Figura 28. Localização Indicativa dos Projetos....................................................................................57
Figura 29. Porto de Maricá - Acesso Local e Regional. .......................................................................59
Figura 30. Sistemas de Abastecimento de Água de Maricá. ...............................................................62
Figura 31. Sub-bacias de captação superficial de água para abastecimento público em Maricá. .....63
Figura 32. Captação do Rio Ubatiba....................................................................................................64
Figura 33. Cobertura do abastecimento de água em Maricá. ............................................................65
Figura 34. Instalações de tratamento de água em Maricá. ................................................................65
Figura 35. Ampliação do SAA. .............................................................................................................70
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Figura 36. Localização das unidades do SES e respectivas áreas de cobertura. .................................72
Figura 37. Projetos de ampliação do SES. ...........................................................................................75
Figura 38. Programação da coleta regular. .........................................................................................80
Figura 39. Distância dos centros de coleta para a CTR Alcântara. ......................................................83
Figura 40. Localização dos lixões do Caxito e Itapeba. .......................................................................84
Figura 41. Relação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) com Resíduos Sólidos ....86
Figura 42. Rios e Bacias Principais Inseridas no Município de Maricá. ...............................................90
Figura 43. Sistema Lagunar Maricá-Guarapina com identificação de seus canais. ............................90
Figura 44. Mapa de referência das imagens do infográfico................................................................95
Figura 45. Mapa do Relevo de Maricá. .............................................................................................104
Figura 46. Mapa da Planície Costeira de Maricá. ..............................................................................105
Figura 47. Hidrografia e Sistema Lagunar de Maricá. .......................................................................107
Figura 48. Ilhas marítimas de Maricá. ...............................................................................................109
Figura 49. Mapa das Unidades de Conservação do Município de Maricá. .......................................124
Figura 50. Zoneamento das Unidades de Conservação. ...................................................................131
Figura 51. Faixas de Altitudes e Unidades de Conservação. ............................................................135
Figura 52. APPs em topos de morro e encostas com declividade superior a 45º. ...........................135
Figura 53. APPs de Nascentes. ..........................................................................................................136
Figura 54. APPs Recursos Hídricos. ...................................................................................................136
Figura 55. Cruzamento APPs com a ocupação urbana. ....................................................................137
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Motorização e Taxa de Mobilidade. ...................................................................................28
Tabela 2. Distribuição Percentual de Viagens por Modo de Transporte. ...........................................29
Tabela 3. Viagens por Transporte Individual - Finalidades e Destinos Principais (%). ........................29
Tabela 4. Viagens por Transporte Coletivo - Finalidades e Destinos Principais (%). ..........................29
Tabela 5. Relação de Linhas Municipais de Transporte Coletivo de Maricá. ......................................47
Tabela 6. Portfólio de Projetos Estratégicos do PELC. ........................................................................58
Tabela 7. Intervenções Associadas ao Porto de Maricá Pleiteadas no Âmbito do PELC RJ. ...............59
Tabela 8. Massa coletada per capita de resíduos sólidos urbanos. ....................................................77
Tabela 9. Média per capita de geração de Resíduos Sólidos Urbanos - RSU. .....................................77
Tabela 10. Massa coletada de resíduos sólidos urbanos. ...................................................................77
Tabela 11. Estimativa de gravimetria dos resíduos sólidos gerados no estado do Rio de Janeiro. ....78
Tabela 12. Índices de coleta de resíduos sólidos urbanos. .................................................................79
Tabela 13. Distância dos centros de coleta da Sede e Distritos para a CTR Alcântara. ......................83
Tabela 14. Características dos corpos d’água que compõem o Sistema Lagunar de Maricá. ............91
Tabela 15. Unidades de Conservação em Maricá. ............................................................................121
Tabela 16. Projetos previstos em 2014 que constam do Plano de Manejo das APAs de Maricá. ....139
LISTA DE QUADROS
Quadro 1.Áreas das AEIS instituídas no Zoneamento Urbano. ..........................................................17
Quadro 2. Consumo médio per capita por porte populacional. .........................................................68
Quadro 3. Déficit de água tratada por Distrito. ..................................................................................68
Quadro 4. Índices de coleta e tratamento de esgoto doméstico. ......................................................71
Quadro 5. Pontos de monitoramento de qualidade da água em Maricá. ..........................................73
Quadro 6. Principais instrumentos jurídicos municipais associados ao Meio Ambiente. ................113
Quadro 7. Principais artigos voltados para os temas ambientais na Lei Orgânica Municipal de
Maricá. ..............................................................................................................................................119
Quadro 8. Espaços territoriais Protegidos pelo Sistema Maricaense de Áreas Naturais Protegidas.
..........................................................................................................................................................132
Quadro 9. Faixas Marginais de Proteção e Áreas de Preservação Permanentes na LOM. ...............134
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
SUMÁRIO CADERNO 2
ANÁLISE TEMÁTICA
TEMAS FOCAIS
Dessa forma, ao longo das análises neste documento registradas, acusam-se no texto quando
há lacunas e informações específicas que não foram ainda acessadas. De toda sorte, tais
ausências não impediram as avaliações em seu contexto geral, devido ao intenso diálogo da
consultoria do IBAM com aqueles que vivenciam e/ou gerenciam as questões locais.
13
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
HABITAÇÃO DE
INTERESSE SOCIAL
APRESENTAÇÃO
No plano internacional dos acordos e protocolos aos quais aderiu o país, a multisetorialidade
do tema da habitação no plano diretor municipal está expressa em pelo menos quatro
agendas. A agenda resultante da Conferência das Nações Unidas sobre Cidades e
Assentamentos Humanos Sustentáveis para Todos (Habitat III) realizada em Quito, Equador,
em 2016, consagrou o entendimento - já então consolidado entre militantes, práticos,
pesquisadores, especialistas e gestores públicos no assunto - de que a habitação não é
somente a casa, nem tampouco a casa e seu entorno, como haviam sido os enfoques nas duas
edições anteriores desse importante encontro mundial que vem sendo realizado, desde 1976,
a cada 20 anos.
Essa Nova Agenda Urbana (NAU) firmada em 2016 durante o Habitat III definiu que o seu
objeto era o conjunto da cidade, apontando não somente uma nova escala de ação, mas
também situando definitivamente o desafio de melhorar as condições de moradia de cidadãos
e cidadãs como um desafio de múltiplas entradas frente às políticas públicas. As quatro linhas
de ação da NAU são: (i) políticas urbanas; (ii) legislação urbana, regras e regulamentos; (iii)
projeto e desenho urbano e; (iv) economia urbana e finanças municipais.
14
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
ainda mais desafiadora, devendo-se, no entanto, não se subordinar os interesses internos aos
interesses externos ao município, seja da oferta seja da demanda habitacional
Cabe aqui também registrar que a NAU foi contemporânea de outras importantes agendas
globais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o Acordo de Paris sobre
Mudança do Clima e o Marco de Sendai para Redução do Risco de Desastres.
Para além da agenda internacional, cabe invocar o marco legal nacional e a experiência e lições
aprendidas no Brasil em muitas décadas de erros e acertos nas políticas públicas e nas ações
concretas, sobretudo de muitas Prefeituras no país que consolidaram nossas melhores formas
de atuar no tema.
Outro pressuposto se refere ao perfil da oferta frente ao perfil da demanda habitacional hoje
em Maricá. Entender, quantificar e qualificar essa equação entre oferta e demanda
habitacional é chave para o encaminhamento de políticas e soluções do ponto de vista da
habitação, que deve estar no foco da gestão pública municipal. De fato, desde já cabe aqui
adiantar que, no contexto de Maricá, a oferta e a demanda habitacional cobrem gradientes
bastante elásticos no mercado imobiliário operante no Município e segundo variáveis que
podem ser metropolitanas ou além dessa escala. Se para o âmbito geral do plano diretor
importam todos os gradientes da oferta e da demanda por habitação no Município, para os
propósitos deste estudo temático da consultoria interessa o repertório de questões envolvidas
na chamada Habitação de Interesse Social (HIS), que busca atender aos mais excluídos do
mercado formal.
Do ponto de vista da oferta, estão implicados fatores como: terra, sua localização e condições
desejáveis para a urbanização saudável e segura; infraestruturas básicas de serviços públicos e
amenidades na vizinhança; qualidade urbanística, arquitetônica e construtiva dos projetos e
das construções; custo final e condições efetivas para aquisição e manutenção dos imóveis
pelos interessados. Do ponto de vista da demanda, estão implicados fatores como: número de
moradores por habitação; idade, gênero, cultura e condições físicas dos membros das famílias;
capacidade financeira de acesso aos tipos de ofertas, além de outras.
O que o plano diretor não pode é deixar de atender às necessidades da produção habitacional
para os mais vulneráveis e expostos à falta de alternativas no mercado imobiliário privado
formal que, no pior cenário, precisarão daquilo que só o Estado pode lhes garantir.
15
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Neste momento de diagnóstico para a revisão do plano diretor vigente desde 2006, o tema da
habitação conta com importantes instrumentos formais de gestão instituídos no Município,
constituindo mesmo um completo marco legal pouco comum em Municípios do porte
populacional de Maricá.
Não vamos tratar aqui da legislação federal, que consideramos um dado. Referimo-nos aqui,
pelo menos, ao Estatuto da Cidade de 2001, à Lei da Política Nacional de Habitação de 2004, e
à Lei sobre Regularização Fundiária de 2017. Mas, na prática do federalismo competitivo
brasileiro, destacamos o fato da paralisia neste momento das ações dos Governos Federal e
Estadual no tema da habitação, que pouco ou nada podem oferecer aos Municípios.
No âmbito municipal, a própria lei (ainda vigente) que instituiu o Plano Diretor de Maricá 1, no
seu Título V, incluiu um capítulo específico sobre habitação. Este capítulo, por si só um
destaque para o tema, criou os seguintes cinco Programas visando responder às demandas e
ações requeridas do poder público no assunto à época:
1
Lei Complementar n° 145, de 10 de outubro de 2006.
16
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Aqui se pode afirmar que se algumas ideias e propostas expressas nesses instrumentos legais
vigentes não chegaram a sair do papel, outras antes sequer imaginadas no plano diretor de
2006 foram empreendidas com acuidade em resposta a questões percebidas em campo, como
veremos a seguir.
O Plano Diretor 2006 trata da tradicional definição de áreas urbanas e áreas rurais, por meio
das macrozonas criadas. Fica entendido que as Macrozonas Urbanas são as destinadas à
urbanização, não se descartando, no entanto, a possibilidade de habitação também no
contexto das Macrozonas Rurais. O Macrozoneamento instituiu a figura das Áreas de Especial
Interesse Social (AEIS), que o nosso aprendizado no Brasil intuiu como indispensáveis para
garantir terra em condições de incluir na Cidade os beneficiários potenciais dos
empreendimentos habitacionais.
Vale também mencionar a existência de outros instrumentos legais municipais vigentes com
forte incidência na oferta e na demanda habitacional no Município. A Lei no 2.272/2008 dispõe
sobre Uso e Ocupação do Solo e o Parcelamento do Solo Urbano e institui o Zoneamento
Urbano. Nesta lei as AEIS foram delimitadas. A lei trata ainda de assuntos e fatores que podem
exercer forte incidência na habitação e que nesta revisão da lei geral do plano diretor deverão
ser tratadas em outras análises temáticas deste diagnóstico, mas que, ao fim e ao cabo,
deverão apontar para estratégias convergentes e complementares no assunto. Ou seja, a
regulação do mercado imobiliário e do processo geral de urbanização em Maricá pode servir a
estratégias e ações no campo específico da Habitação de Interesse Social.
Conforme apurado foram criadas 30 AEIS, que totalizavam uma área de 1,17 km2, assim
distribuídos:
17
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
A lei que instituiu a política habitacional no Município em 20092 estabeleceu critérios para a
ampliação, criação e padrões para as AEIS. Algumas dessas AEIS criadas no Plano Diretor de
2006 podem hoje já ter sido utilizadas, outras instituídas ou ainda apresentarem qualquer
outro impedimento insuperável para servirem ao combate ao déficit habitacional em Maricá.
Enfim, a lista e o mapa das AEIS tendem mesmo a ser dinâmicos e precisam ser geridos como
tal, menos como figuras espaciais estáticas no macrozoneamento e mais como lugares
preferenciais de ações e investimentos da Prefeitura em Habitação de Interesse Social que,
uma vez realizados, criam outras condições de enquadramento da AEIS originais no contexto
da cidade. Na figura a seguir apresenta-se a localização das AEIS segundo essas legislações:
Figura 1. Localização das Áreas de Especial Interesse Social (AEIS) no Município de Maricá.
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
Cabe também lembrar, conforme mencionado acima, que o Plano Diretor vigente havia
previsto um programa para a constituição de um Banco de Terras como insumo para a
produção de habitação de interesse social, mas que não veio sendo implementado como tal.
Um mapa de terras públicas existentes em Maricá que pudemos consultar (ver Figura 4)
registrava a existência de apenas 0,78 km2 de terrenos municipais, além de 0,06 km2
pertencentes ao estado e 0,23 Km2 pertencentes à União Federal. Porém, mesmo no caso
18
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
apenas dos próprios municipais, esse pequeno estoque de terra precisa ser gerido pensando-
se, além da habitação, em vários usos demandados para equipamentos públicos no Município.
Os empreendimentos promovidos pelo Governo Federal por meio do Programa Minha Casa
Minha Vida (MCMV) no Município estão sob a responsabilidade direta do Gabinete do
Prefeito. Há que se considerar também várias outras ações setoriais ou de múltiplas entradas
da Prefeitura que costumam ser associadas à habitação e que estão sob a responsabilidade de
outras secretarias, caso das Secretarias de Urbanismo, Assistência Social, Economia Solidária,
Cidade Sustentável entre outras.
Tudo indica que o Conselho e o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social continuam a
ser pertinentes para a gestão da habitação em Maricá, até mesmo pela exigência da Política
Nacional instituída em 2004. No caso do Conselho, se trata de um espaço institucional aberto à
participação de atores do governo e da sociedade civil na gestão da Habitação em Maricá.
Segundo apurado, o Fundo continua ativo, mas sem recursos para operar.
Pelos dados disponíveis e apurados sobre toda a extensão dos gradientes da oferta e da
demanda de habitação em Maricá, pode-se seguramente afirmar que o perfil da oferta não
corresponde ao perfil da demanda e vice versa. No caso da Habitação de Interesse Social esse
segmento merece uma consideração particular, pela dependência da ação de governo, não
somente na provisão direta de habitação, mas também na regulação do mercado imobiliário
privado que, ao fim e ao cabo, acaba por influenciar fortemente a equação da oferta e da
demanda.
Localmente, por entrevistas e depoimentos colhidos com técnicos, gestores e atores locais, a
HIS não seria percebida como uma questão das mais críticas para as políticas públicas. Maricá
não possuiria os mesmos problemas de habitação verificados nas grandes cidades ou suas
vizinhas metropolitanas, como ocupações de favelas em morros ou déficit significativo de
habitação popular.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
A última apuração nacional do déficit habitacional em todos os Municípios do Brasil está muito
defasada para ser considerada neste diagnóstico para Maricá em 2020. Por ocasião da
implantação dos dois conjuntos do Programa Minha Casa Minha Vida no Município, entre 2013
e 2015, foi considerado aquele déficit de 2010, supostamente quantitativo, de cerca de 3.000
unidades habitacionais. A entrega de 2.932 novas unidades aos moradores naqueles dois
empreendimentos, um em Itaipuaçu e outro em Inoã, poderia ter zerado o déficit quantitativo
há cerca de cinco anos atrás. No entanto, é sabido localmente que parte considerável dos
moradores desses dois empreendimentos é oriunda de municípios vizinhos e não de Maricá.
Para os objetivos gerais deste trabalho, vale observar que o déficit quantitativo e o déficit
qualitativo irão formar a demanda geral por habitação no Município.
Os bairros de Itaipuaçu e Inoã são os mais próximos às cidades metropolitanas (Rio de Janeiro
e Niterói) com maior vitalidade econômica interna e oferta de empregos, concentrando assim
as maiores pressões por habitação. As localizações mais centrais do MCMV em Maricá,
portanto, podem ser apontadas como destaques positivos, frente ao quadro geral no Brasil.
Mesmo assim, há críticas à localização desses dois empreendimentos que ainda costumam ser
concluídos com alguns problemas, realimentando o déficit qualitativo.
20
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
No âmbito das respostas ao déficit habitacional, falta ainda a adoção clara de política para a
elaboração de projetos específicos para habitação rural, indígena e caiçara adaptados a
padrões próprios frente às exigências e modos de vida desses segmentos: agricultura para os
rurais, modo de morar para os indígenas e repertório de valores e instrumentos da cultura
pesqueira para os caiçaras. De fato, pelas informações e avaliações colhidas junto a gestores
públicos e representante dos movimentos sociais atuantes no tema, o maior desafio hoje de
Maricá seria o combate ao déficit qualitativo, mais do que o déficit quantitativo.
Na cota da demanda qualitativa, vale lembrar que há registros da Defesa Civil de uma
quantidade significativa de pessoas morando em áreas sujeitas a risco natural (deslizamentos
de terra; inundações, sobretudo nas ocupações irregulares das margens do rio Mumbuca;
ressacas ou mesmo ameaça de desalojamento provocada pela erosão costeira), muitas delas
atendidas em iniciativas recentes de produção de moradias no Município. A Defesa Civil de
Maricá registra, inclusive em mapa (figura 3), 123 pontos de risco classificados como geológico
e 32 pontos de risco sujeitos a inundações. Nos locais sujeitos a risco geológico morariam
1.543 pessoas em 398 habitações.
21
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
Vale aqui enfatizar que a inserção de Maricá no Leste Metropolitano e na Região dos Lagos
Fluminense com alto atrativo turístico e de veraneio, torna a equação da oferta e da demanda
por habitação no Município um desafio de certo modo intangível e que hoje pressiona
fortemente para cima o preço dos imóveis.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Cabe registrar que a prevenção e o combate à irregularidade são fundamentais para conter
pressões não planejadas sobre as infraestruturas e melhorar a produtividade geral da cidade,
inclusive de sua gestão. Nesse sentido, tanto a produção regular quanto a produção irregular
de imóveis no Município tendem a exigir uma estratégia de gestão no mínimo microrregional
com a articulação de políticas e estratégias combinadas com outros Municípios da região.
Aqui cabe complementar, mesmo que de forma resumida, dados de iniciativas e ações
relevantes que vêm sendo empreendidas no momento em Maricá no campo da Habitação de
Interesse Social. A Prefeitura programa a construção de novas unidades habitacionais para
combate ao déficit quantitativo e constrói no momento um condomínio para abrigar
população retirada de áreas de risco.
Um dado positivo da ação da Prefeitura nos últimos anos no campo da HIS, diz respeito à
iniciativa da Secretaria de Habitação e Assentamentos Humanos - SEHAH de promover
melhorias habitacionais tratadas como adaptação de moradias existentes as pessoas com
deficiência. Apesar dessa iniciativa não ter prosperado, ficou o registro de um caminho a ser
buscado fora das práticas usuais, já há décadas postas sob crítica consistente, sempre focada
na oferta de moradias dirigidas a um padrão de pessoas dotadas de plena posse de suas
capacidades físicas e motoras, desconsiderando a enorme diversidade de tipos humanos e as
condições diferenciadas de alcance, locomoção e mobilidade que afetam o conjunto da
população. Conforme já apontado acima, nos empreendimentos do MCMV deu-se um passo
adiante com a oferta de apartamentos térreos destinados às pessoas com deficiência.
Entretanto, a justiça social, não só para esse grupo, mas também para a crescente população
de idosos do país, será a conformação de empreendimentos habitacionais de interesse social
dotados da acessibilidade plena em benefício do conjunto da população. Isso inclui a
eliminação de barreiras não só do interior das edificações, mas também de seu entorno, dos
transportes públicos e da cidade, promovendo a sua inclusão ao promover a equiparação de
oportunidades com os demais habitantes ao viabilizar a locomoção segura das pessoas com
restrição da mobilidade.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
regularização fundiária por meio de Direito Real de Uso. Vale observar também que o Plano
Diretor vigente criou um Programa de Constituição do Banco de Terras, para o qual seria
imprescindível a atualização do mapeamento e a sua correta destinação definida nas Áreas de
Especial Interesse Social (AEIS) estabelecidas.
Na Fazenda Inoã, de propriedade do Estado do Rio de Janeiro, a Prefeitura vem atuando junto
ao ITERJ apara a regularização de mais de mil famílias. Há informações também de processos
em aberto para a regularização de áreas administradas pela Secretaria do Patrimônio da União
(SPU) que seriam cedidas/doadas ao município. Registra-se também uma necessidade de
esclarecimento jurídico para a regularização de imóveis comerciais, sobretudo na faixa de
domínio da rodovia.
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Anuncia-se para 2021 um novo impulso à locação social (aluguel, em vez de venda de
habitações), que comportaria talvez uma alternativa a ser examinada do leasing (aquisição
definitiva, depois de pagamento de aluguel por um prazo determinado). Aponta-se também a
necessidade de redesenho das iniciativas locais no âmbito da Assistência Técnica à
autoconstrução, o que reforçaria tanto o combate ao déficit quantitativo quanto o qualitativo.
Segundo depoimentos recolhidos com organizações sociais, caso da COMDEF, que representa
os deficientes físicos, a qualidade dos espaços públicos deve ser melhorada para garantir e
facilitar a mobilidade. Do ponto de vista estrito da oferta da edificação para moradia, como a
moeda comunitária Mumbuca é de utilização irrestrita no comércio local, os 42 mil moradores,
do total estimado de 160 mil de Maricá, incluindo os beneficiados adicionalmente pela
Mumbuca indígena, podem inclusive comprar material de construção com ela. Afinal, se a
demanda por habitação de interesse social se forma pela exclusão social generalizada de um
contingente significativo da população da renda, das infraestruturas e dos serviços sociais
básicos dos quais dependem, elevar o seu grau de inserção social na dinâmica do
desenvolvimento local favorece o seu acesso à habitação na plenitude esperada da vida na
cidade. Sem isso, o velho conceito de habitação como sendo a casa não se sustenta no tempo.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Além das conclusões registradas nos itens anteriores, neste item acrescentamos algumas
reflexões finais com maior ou menor importância e interseção com o tema central da
Habitação de Interesse Social em Maricá. Do ponto de vista da gestão geral do processo e da
dinâmica de uso e ocupação do solo, o território municipal, aparentemente extenso, parece
ter chegado a uma fronteira para a sua regulação integral nesta revisão do plano diretor, o que
influencia o cenário para a habitação.
A área total do espelho d´água das lagunas somada à área total das Unidades de Conservação
(UCs) não vocacionadas à urbanização, apesar dos valiosos serviços socioambientais e
econômicos que podem prestar ao Município, representam um percentual alto de áreas que
não podem constituir insumo para habitação. Maricá tem hoje poucas áreas que expressam
certa ruralidade, enquanto, por outro lado, abriga alguma saudável atividade agrícola em
terrenos urbanizados, mas não edificados. O que já foi loteado na verdade se traduz como
uma urbanização incompleta e sem expressão numa demanda real por moradia, sobretudo
para os moradores locais. A maior parte dos loteamentos implantados em Maricá atende a
uma demanda externa e por investimento, e não a uma demanda local legítima por moradia, o
que vem elevando o custo da terra e encarecendo a expansão da infraestrutura. Isso, no
entanto, não implica rechaçar todo e qualquer empreendimento que vise à demanda externa,
mas calibrar o mercado para garantir mais acesso aos residentes locais.
A pergunta chave então é: qual o lugar da Habitação de Interesse Social em Maricá? Para
responder a isso, no conjunto das disposições a serem estabelecidas no plano diretor revisado
deverão estar também alguns instrumentos do Estatuto da Cidade como auxiliares para a
regulação do mercado imobiliário geral com foco no enfrentamento da questão habitacional
em Maricá. Está claro que Maricá sozinho não será capaz de controlar algumas pressões
externas sobre a dinâmica de desenvolvimento do Município. Isso diz respeito às políticas
metropolitanas e sub-metropolitanas articuladas com os Municípios vizinhos, particularmente
no âmbito do CONLESTE. Uma ação sub-metropolitana, ou supra municipal ‘no atacado’
poderá contribuir na luta contra a produção estruturada de pressões e irregularidades ‘no
varejo’.
A falta de um plano viário geral e hierarquizado para todo o território municipal, além de não
antecipar a prerrogativa regulatória do Município para orientar a expansão imobiliária,
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
MOBILIDADE
TERRITORIAL E URBANA
APRESENTAÇÃO
Se por um lado sua densidade demográfica ainda é baixa, se comparada aos Municípios
vizinhos, sua alteração pode traduzir em forte crescimento de tráfego de veículos nos
próximos anos caso a tendência se confirme. Por outro lado, seus índices de mobilidade e taxa
de motorização ainda são inferiores aos principais polos metropolitanos e à média da RMRJ,
embora superiores a algumas cidades adjacentes.
Maricá situa-se abaixo de 1,9 viagens por habitante, média da RMRJ de acordo com o Plano
Diretor de Transporte Urbano da Região Metropolitana (PDTU/RMRJ-2015), além de ter
apresentado uma queda de 16,4% neste índice desde 2005 – a taxa de mobilidade era de 1,95
viagens por habitante. Enquanto isso, a RMRJ apresentou um crescimento médio de 7,3% no
mesmo período.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Figura 5. Participação das Zonas de Tráfego por Viagens Geradas de Transporte Privado.
Fonte: Mapa elaborado pelo IBAM a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
Figura 6. Participação das Zonas de Tráfego por Viagens Geradas de Transporte Público.
Fonte: Mapa elaborado pelo IBAM a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Como se pode observar nas figuras 5 e 6, há uma clara concentração da geração das viagens
nas regiões central e extremo oeste de Maricá, com forte heterogeneidade ao longo de todo o
Município. Apesar das barreiras naturais existentes, este é um indicador de desenvolvimento
urbano desequilibrado e que pode ser ajustado com medidas de Transit Oriented Development
(TOD)3.
O aumento da renda familiar leva a um aumento das taxas de geração de viagens. As com
motivo trabalho são impactadas com o aumento do emprego. As viagens não essenciais
começam a aparecer e, progressivamente, tendem a aumentar. Viagens com motivo de lazer e
outras atividades se enquadram neste caso e novos interesses levam a mais demanda por
mobilidade, tanto em coletivos quanto em automóveis.
Desta forma, com o aumento da renda da população, com mais empregos em diversos níveis,
mais educação e maior investimento em saúde a demanda por mobilidade será cada vez
maior, tanto a motorizada quanto por transporte ativo, o que exige o planejamento do sistema
de determinados transportes em uma visão de futuro e integração com o planejamento do uso
do solo.
O fluxo de viagens motorizadas no transporte coletivo tem caído fortemente em quase todas
as cidades da Região Metropolitana, no conjunto dos modos, em particular nos transportes
por ônibus. Muitas viagens foram mudadas para automóveis, mas o maior impacto se deu por
causa da elevada atratividade das motos e dos aplicativos de transportes, que em suas versões
3
Transit OrientedDevelopment (TOD): Trad. livre - Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável. Conjunto de princípios
que propõe que o planejamento do sistema de transportes se inscreva no conceito mais amplo da Mobilidade, dessa forma
priorizando os meios de locomoção ativa (a pé, de bicicleta e outros meios não motorizados) e o transporte motorizado – privado
e coletivo - em interação com o planejamento do uso e ocupação do solo urbano.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
de preços mais baratos se aproximam muito da tarifa dos ônibus, em especial para grupos de
pessoas. Este é um fenômeno que vem sendo observado e discutido mundialmente, em temas
como a viabilidade financeira das operadoras privadas, a regulamentação de novos modos, a
gestão do trânsito e a própria modelagem matemática para o planejamento de transportes.
Embora não existam quantificações sobre o tema em Maricá, dificilmente o Município passará
por estas transformações sem sentir seus efeitos. Como atenuante, este fenômeno poderá se
manifestar de forma mais sutil, pois a política de tarifa zero para o transporte coletivo adotada
no Município através da EPT - Empresa Pública de Transportes, no aspecto custo, reduziu a
impedância ao deslocamento motorizado coletivo, como mostram estudos independentes
sobre a adoção de tarifa zero e os reflexos na demanda em algumas cidades do Brasil e
exterior, entre elas Maricá4.
Sem dúvida, está cada vez mais comprovado que a cobertura dos custos operacionais dos
transportes coletivos apenas por tarifas é totalmente inviável; na medida em que a tarifa sobe
a demanda cai5. A prática local merece ser aprofundada no Plano Diretor, pois além de
representar uma atração para os coletivos também terá reflexos sobre o uso do solo.
Na medida em que Maricá se desenvolver, maiores serão os desafios que terá em mobilidade
urbana. E em logística urbana é importante considerar os deslocamentos das cargas que
tenderão a surgir na Cidade, advindos das atividades da cadeia de produção do setor do
petróleo e os resultantes do desenvolvimento local.
Assim, tratar da distribuição de mercadorias na área urbana através de VUC - veículos urbanos
de carga, por exemplo, passará de um problema distante para rotina do dia a dia, da mesma
forma com os caminhões de grande porte que usam as várias rodovias estaduais, cruzando a
Cidade.
Além disso, Maricá é destino de turistas em busca de suas praias, cujo trânsito acarreta
impactos sobre o sistema de circulação da Cidade, em especial no verão. Este fluxo tem duas
características fundamentais: (i) o movimento de passagem que aumenta na RJ-106,
prejudicando o acesso à Cidade e aos seus moradores e; (ii) o aumento do fluxo nas vias locais
pelos turistas de período mais longo, nos de fins de semana e os que se mudam
temporariamente para lá, como segunda moradia. Estes fluxos impactam os custos de
transporte e geram deseconomias urbanas, tanto no transporte individual quanto no coletivo,
e precisam ser tratadas de forma especifica no Plano Diretor.
4
Ver Tarifa Zero uma reflexão sobre a proposta, de Daniela Ponce de Leon Schiaffino; Juliana Iara de Freitas Toledo; Renato
Guimarães Ribeiro. CEFET-MG.
5
Empresas de ônibus perderam 12,5 milhões de passageiros em um ano no Brasil, diz anuário da NTU/ANTP (10/8/2020).
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
▪ Acessibilidade universal;
A população urbana atual e a perspectiva de incremento nos próximos anos, bem como os
relacionados ao espaço urbano nas suas dimensões de parcelamento, uso e ocupação do solo
são itens que irão interagir fortemente com a mobilidade.
Estas mudanças irão impactar diretamente a abordagem - que há anos se vem tentando
adotar -, de priorizar o transporte coletivo. As mudanças climáticas e suas consequências,
considerando a possibilidade de desestímulo do veículo individual motorizado serão
fortemente questionadas quando surgirem no horizonte novos procedimentos de isolamento
social e outras medidas sanitárias.
A situação da mobilidade nos próximos anos poderá levar a um novo sistema de transportes. A
demanda tende a cair e não será pouco. As linhas e veículos do tipo ônibus vão precisar se
adaptar, muito e rápido. Linhas operadas como vinham sendo até agora não vão sobreviver.
Maricá tem uma experiência avançada que poderá ser muito útil neste momento que é a
Tarifa Zero.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Tendencialmente deverá ser aumentado o uso de motos e moto táxi, aumentar a frota
dedicada a aplicativos de transportes, carros particulares, etc. A indústria automobilística
deverá fomentar o desenvolvimento tecnológico e isto vai abrandar a imagem de poluição e
dar mais conforto, mas o cerne da questão é que tal cenário demandará mais vias e
estacionamentos para automóveis em viagens diuturnas e pendulares, e isso não é bom.
O impacto nas áreas urbanas será muito grande, com muitos querendo morar mais perto de
onde trabalham ou estudam, e isso poderá ter impacto com o surgimento de novas áreas de
ocupação subnormal - favelas. Em mobilidade há que se começar a pensar imediatamente em
como avançar, pois o dia seguinte à crise já começou e serão necessárias adaptações nos
próximos anos, pois há um ciclo forte entre transportes e uso do solo.
A análise das normas urbanísticas da Cidade mostrou que não há relação estrita com os
conceitos de desenvolvimento orientado para o transporte sustentável (DOTS), mesmo em
pontos cruciais ou propícios para isso, como o terminal integrado, o aeroporto, o centro
comercial, entre outros.
Tudo isso indica que se está em um momento de mudança de enfoque, entre a abordagem
convencional da engenharia de transportes em comparação com a abordagem alternativa da
mobilidade sustentável. O Plano Diretor deverá indicar os caminhos estruturais para a política
de desenvolvimento urbano, onde a mobilidade e a logística urbana deverão seguir um novo
caminho.
Maricá já apresenta dois aspectos que merecem destaque no que tange à mobilidade
sustentável e à nova situação que claramente já existe nas áreas urbanas:
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
(i) A adoção de uma política tarifária diferenciada nos transportes coletivos que,
independente da receita advinda dos usuários, pois cada vez está mais claro que este modelo
vigente em outras cidades e regiões metropolitanas, está praticamente falido; e
(ii) A acessibilidade de calçadas e vias de pedestres que começa a ser priorizada como parte
de procedimento de rotina (prestes a ser divulgada, uma cartilha que trata dos padrões de
acessibilidade das calçadas de Maricá), e um sistema de ciclovias que vai ao encontro da
política de priorizar o transporte ativo.
- a largura de calçadas para incentivar caminhadas ainda existe em poucos lugares, apesar
da normatização existente;
- praticamente inexistem travessias elevadas em cruzamentos, exceto na RJ 106;
- a quantidade e localização dos bicicletários, desejável em pontos estratégicos, ainda deixa
a desejar, precisando ser ampliada com as ciclovias em forma de rede integrada para fazer
frente aos novos movimentos que se prevê;
- poucas ruas completas com espaço público para ser ocupado de forma democrática,
exceto em alguns pontos bem específicos e limitados;
- inexistência de zonas 30 km/h para redução de velocidade, apesar de existirem muitos
pontos com velocidade reduzida no sistema viário e procedimentos de traffic calming6,
mostrando que já se caminha neste sentido, mas ainda de forma mais operacional que
estrutural;
- limitados serviços de informação relacionados ao transporte público e ao trânsito em
geral, com uso praticamente nulo de procedimentos modernos de gerenciamento de
tráfego e de centro de controle operacional de forma integrada, para a gestão do
transporte da Cidade como um todo, tanto no uso diuturno quanto em emergências.
Em termos gerais pode-se, desde já, explicitar que no Plano Diretor e posteriormente em um
Plano de Mobilidade Urbana, há uma enorme possibilidade de se propor medidas ligadas à
macroacessibilidade (transporte motorizado) e micromobilidade (acessibilidade aos sistemas
de transporte ativo e motorizado) para melhorar a qualidade de vida.
Deve-se frisar que novos fatos surgiram após a pandemia pelo Covid-19 e as medidas
sanitárias recomendadas, além dos impactos econômicos e sociais que indicam novos
parceiros na mobilidade urbana, em especial os transportes ativos e os novos meios
motorizados, que deverão aumentar os fluxos entre os quais as motos, os carros de menor
porte, coletivos menores sob demanda, uso de tecnologia de comunicação, entre outros
aspectos.
6
Técnica (ou um conjunto de técnicas) para reduzir os efeitos negativos do trânsito ao mesmo tempo em que cria um ambiente
seguro, calmo, agradável e atraente. A abordagem busca mudar o volume do tráfego e o comportamento dos motoristas, que
passam a conduzir seus veículos de maneira mais lenta e adequada às condições locais, ao invés de se adaptar o ambiente às
exigências do tráfego motorizado. Substitui-se a constrição legal por medidas construtivas e educacionais, induzindo os motoristas
ao bom comportamento no trânsito.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
O Plano Diretor de Maricá, pelo momento em que está ocorrendo, poderá ser um caso
pioneiro de uma mudança urbana significativa, com uma nova mobilidade e logística urbana
voltada para a qualidade de vida da população e o desenvolvimento sustentável e duradouro.
1. SISTEMA RODOVIÁRIO
O Plano Diretor de 2006 estabeleceu uma hierarquia viária composta por vias estruturais,
arteriais e coletoras, sendo as demais classificadas como locais. Maricá tem uma dependência
muito forte das rodovias estaduais que cortam o Município, utilizando-as em boa parte como
meio para realizar viagens intramunicipais, havendo superposição das funções viárias.
Fonte: Elaborado pelo IBAM a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
A rodovia RJ-106 inicia-se em Tribobó, Distrito de São Gonçalo, na interseção com a RJ-104 até
o Município de Macaé. Entre Tribobó e Maricá, ela é composta por 30 km em pista dupla,
sendo uma por sentido, com duas faixas. O trecho no Município de Maricá está compreendido
entre o km 12,7 (divisa São Gonçalo/Maricá) e o km 45,7 (divisa Maricá/Saquarema), composta
de duas pistas, com duas faixas de tráfego e acostamento entre o km 12,7 e o km 30, passando
a pista simples a partir desse ponto.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
- entre a divisa de Maricá com São Gonçalo (km 12,7) e o km 22 a faixa non aedificandi
possui 70 m de largura (35 m para cada lado, à partir do eixo da rodovia);
- entre o km 22 e o km 30 a faixa passa a ter 30 m de largura (15 m para cada lado, à partir
do eixo da rodovia);
- entre o km 30 e a divisa de Maricá com Saquarema (km 45,7) a faixa volta a ter 70 m de
largura (35 m para cada lado, à partir do eixo da rodovia).
Figura 8. Referências Quilométricas dos Trechos com Variação da Faixa Non Aedificandi.
Fonte: Elaborado pelo IBAM a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
Constantes invasões do espaço destinado a estas faixas foram identificadas, exigindo que seja
buscada uma solução que possibilite garantir a segurança do tráfego e dos pedestres que
desejam cruzar a rodovia. Além disso, dado seu uso urbano para viagens internas a Maricá, já
seria recomendável avaliar a implantação de pistas marginais para o tráfego local, uma
concepção que só será possível com a preservação da faixa de domínio. A figura a seguir ilustra
um trecho com as indicações de invasão da faixa.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Para o trecho da RJ-106 (km 12,7 ao km 30) no Município de Maricá verificou-se uma
velocidade para automóveis aproximada de 50 km/h. Já no trecho entre a divisa de Maricá
com São Gonçalo e na RJ-104, verificou-se uma velocidade aproximada de 38 km/h,
evidenciando o pior Nível de Serviço na via7.
A RJ-114 é formada por pista simples pavimentada com duas faixas, sendo uma por sentido,
sem acostamento, entre a RJ-106 e Itaboraí. Entre a RJ-106 e a RJ-102, ao sul de Maricá, a
rodovia corta a região central do Município, com interseções em nível e semaforizadas,
apresentando um caráter mais próximo de avenida do que rodovia rural.
A RJ-102 corta Maricá de oeste a leste, começando na Serra da Tiririca conectando Itaipuaçu a
Niterói através de uma estrada em pista simples e bem sinuosa (com baixa capacidade),
continuando em direção a leste até a interseção com a RJ-114, sem pavimentação. A partir daí,
segue até Ponta Negra em via pavimentada cortando áreas residenciais e diversas interseções
em nível. Cerca de 8 km da rodovia estão localizados na Restinga de Maricá, uma área
ambientalmente sensível. Entretanto, existem soluções sustentáveis para a implantação de
infraestrutura viária nestes casos, até mesmo podendo ser projetadas justamente para impedir
o avanço da antropização na região.
A RJ-118 é formada por pista simples pavimentada com duas faixas, sendo uma por sentido,
sem acostamento, entre a RJ-106, na interseção para acesso à Ponta Negra e o distrito de
Sampaio Correa em Saquarema. No Município de Maricá ela se desenvolve por 15,5 km e
deverá ter papel ainda mais relevante devido ao projeto do Terminal de Ponta Negra. No
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) deste terminal, a RJ-118 é apontada como a principal
via de acesso, havendo a previsão de criação de uma nova ligação com a RJ-102.
7
Nível de Serviço indica a relação entre o fluxo veicular e a capacidade da via, com reflexos na velocidade e segurança de tráfego.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Além disso, é importante destacar que a operação deste terminal estará fortemente associada
ao COMPERJ, o que deverá acarretar no impacto sobre o sistema viário estrutural de Maricá,
notadamente o trecho da RJ-106 entre a RJ-114 e a RJ-118, como mostrado na figura a seguir.
Figura 10. Localização Prevista do Terminal Ponta Negra.
Neste sentido, cabe uma referência ao Plano de Acessibilidade de Maricá não apenas para esta
questão do tráfego de passagem associado ao terminal, mas também para o apontamento de
outros problemas relativos ao transporte em nível macro.
Figura 11. Principais Rodovias Estaduais em Maricá.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Entre suas conclusões estão a necessidade de ampliação da capacidade dos acessos viários no
sentido norte, a conclusão da duplicação no sentido leste (RJ-106) e uma conexão direta no
sentido oeste (RJ-102), embora esta com um impacto significativo na região das praias
oceânicas de Niterói8. Trata-se de uma proposta de aumento de capacidade e estruturação da
rede que precisa ser amplamente discutida no âmbito do Plano Diretor pelos impactos no uso
do solo futuro.
O Plano de Acessibilidade ainda indica uma clara carência de alternativas viárias estruturais e
arteriais, tanto no eixo leste-oeste quanto no eixo norte-sul. Isto faz com que exista uma
concentração da demanda na RJ-114 e na RJ-106, como apontado no Plano Diretor de 2006 e
que permanece sendo um problema grave à mobilidade nos dias atuais, com efeitos sobre a
urbanização (sem infraestrutura, a atratividade de determinadas regiões é menor). No eixo
leste-oeste, o referido plano recomenda que se leve em consideração a necessidade de:
8
As alternativas propostas incluíram tanto modificações viárias quanto de transportes coletivos, sendo que no caso leste - oeste
com integração no BHLS TRANSOCEANICO em Niterói.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Como alternativas para o eixo norte-sul, há que se pensar em adequações à Estrada Antônio
Callado, entre a RJ-114 e a RJ-118, bem como adequações da RJ-110, conectando a RJ-102 à
RJ-106, a oeste da Lagoa de Maricá. O objetivo destas diretrizes é aumentar a capilaridade do
sistema rodoviário dentro do Município e reduzir, assim, a concentração da demanda nas RJ-
106 e RJ-114.
Fonte: Adaptado de AASHTO GREEN BOOK - A Policy on Geometric Design of Highways and Streets, 5th Edition.
A figura a seguir ilustra as vias elencadas neste diagnóstico como passíveis de revisão quanto à
sua classificação hierárquica. As vias classificadas como locais e que não foram consideradas
como passíveis de revisão estão sem destaque na figura, para evitar excesso de informação.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Fonte: Elaborado pelo IBAM a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
A RJ-102, por exemplo, foi classificada como uma via arterial no PD 2006, embora não seja
pavimentada em seu trecho a oeste da RJ-114 e apresente características de via coletora a
leste.
A RJ-118, outro exemplo, foi classificada como via arterial no PD 2006, muito embora o trecho
interno a Maricá seja claramente uma rodovia rural – com algumas edificações nas
adjacências, é verdade, mas ainda assim está longe de possuir características
predominantemente urbanas.
A Rua 34, que cruza o Jardim Atlântico (leste, central e oeste), foi classificada como arterial,
mas não há conectividade da mesma com a RJ-102 em sua extremidade leste, isolando-a do
sistema estrutural, de certa forma. Isto não é aceitável em termos de transição hierárquica,
motivo pelo qual sua classificação terá que ser revista ou ajustes na infraestrutura terão que
ser realizados para sua efetiva operação como via arterial.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Ao norte da RJ-106, a RJ-114 foi classificada como via arterial, muito embora seja uma rodovia
rural de conexão intermunicipal, com funcionalidade não focada em movimentos tipicamente
urbanos.
As vias identificadas como passíveis de revisão são aquelas em que se observou divergência da
funcionalidade proposta ou incompatibilidade da infraestrutura com a classificação hierárquica
estabelecida, tal como os exemplos citados acima. Cada caso será discutido futuramente para
que se estabeleça a proposta de adequação das mesmas ou a sua reclassificação.
O sistema viário tem vias que foram sendo implantadas ao longo de décadas no Centro e nos
loteamentos sem uma articulação e conectividade. As vias são inadequadas em termos físicos
e geométricos, existem cruzamentos em excesso e entre vias com hierarquias e funções
absolutamente diversas. Isso faz com que surjam riscos de acidentes, perda de fluidez com
impactos na acessibilidade local, tanto no Centro quanto nos bairros e entre eles.
Não se observa, por exemplo, a ampla adoção de medidas simples como binários para
aumento de capacidade, mantendo-se diversas vias paralelas com pista simples e mão dupla
como acontece na região de Itaipuaçu.
Em vários pontos ao longo da RJ-106 é necessário que se use retornos na mesma para o
simples cruzamento entre o norte e o sul da cidade ou para os giros à esquerda. O exemplo
abaixo mostra o problema de interferência entre vias na conexão entre a R. Raul Alfredo de
Andrade e a Av. Ver. Francisco Sabino da Costa.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
O mesmo problema pode ser observado na interseção da RJ-114 com a RJ-106, na interseção
da RJ-106 com a Estrada de Itaipuaçu e na interseção da RJ-116 com a Estrada dos Cajueiros e
na interseção da RJ-106 com a RJ-110, sendo estes os principais. Este tipo de solução
geométrica aumenta a intensidade de entrelaçamentos veiculares, acarretando em perda de
capacidade da via e aumento do risco de acidentes. Na Área Central do Município observa-se
um típico caso de sistema viário desarticulado, ou seja, com poucas vias contínuas e/ou
paralelas que permitam a adoção de binários e outras medidas de ordenamento do trânsito e
aumento da capacidade.
Figura 16. Exemplo de Sistema Viário desarticulado
Fonte: OpenStreetMap,2020.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Fonte: OpenStreetMap,2020.
É grave, ainda, que novos projetos de ocupação estejam surgindo sem a preocupação em se
estruturar o sistema viário de entorno, como pode ser exemplificado no caso da AEIU Nova
Cidade. Como pode ser observado na figura abaixo, a previsão de vias principais se limita à
própria AEIU, ignorando aspectos relevantes da ocupação desta região sem o devido
tratamento em termos de conectividade com o restante da malha urbana.
A principal conexão prevista ao sul da AEIU se dá com a Rua 34, justamente uma das vias que
tem a pior conectividade com o sistema arterial. Para viabilizar este conceito, seria
fundamental se pensar previamente na solução para a RJ-102 na Restinga. Já a principal
conexão à oeste seria com a Av. Jardel Filho e que, embora se mostre uma boa concepção em
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
termos de geometria, não está prevista como parte do sistema viário estrutural no PD 2006.
Novamente, o conceito pode ser viabilizado, mas deve-se pensar na solução da conectividade
com o entorno antes da ocupação da AEIU.
Este exemplo não tem como objetivo criticar a proposta da AEIU, mas sim apontar que os
vícios de ocupação do solo sem o devido planejamento em termos de macromobilidade em
Maricá continuam ocorrendo. E isto é extremamente grave, dada a dificuldade de se ampliar a
capacidade do sistema viário após o adensamento urbano. Neste caso específico, fica clara a
oportunidade de agregar a este projeto o estabelecimento de um novo eixo leste-oeste para o
Município, evitando-se ainda mais concentração de veículos na RJ-106.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
As linhas operadas pela EPT operam com tarifa zero, diferentemente da Viação Nossa Senhora
do Amparo, que cobra R$ 3,70 por passageiro, mas sem sistema de bilhetagem eletrônica.
Fonte: Elaborado pelo IBAM a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
Com exceção da área central de Maricá e da RJ-106, há pouca superposição de linhas, o que é
positivo. Entretanto, a elevada quilometragem de percurso associada à demanda dispersa
(média de 14 mil passageiros/dia em 2019) contribui para o encarecimento da operação,
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Foram identificados pontos de conflito dos ônibus com o sistema de vagas rotativas, em
especial na R. Barão de Inoã, R. Álvares de Castro, R. N. Sra. do Amparo e R. Jovino Duarte, o
que evidencia a necessidade de se reforçar a sinalização e a fiscalização.
Mais graves são os problemas ao longo dos itinerários dos ônibus devido às questões de
geometria e sinalização, como na rotatória próxima ao Fórum em Araçatiba, rotatória no
Condado, rotatória na Ponte Preta, Praça da Bandeira, rotatória próxima ao cinema Henfil no
Centro e em frente ao Bazar Ribeiro. Estes problemas de conflitos de circulação com a
geometria das vias é um problema bastante sério, tanto para coletivos quanto veículos
privados.
De Maricá são operadas linhas com origens: (i) no Centro (denominado Maricá), Itaipuaçu e
Ponta Negra; (ii) os destinos em Niterói são Rio de Ouro e Centro (denominado Niterói), e (iii)
na Cidade do Rio de Janeiro os destinos são Castelo e Candelária. Não há linhas metropolitanas
de Maricá para os demais Municípios da RMRJ. Dessas linhas tem-se cerca de 235
viagens/sentido dia na ligação para Niterói e mais 235 para Rio de Janeiro, o que,
considerando a representatividade de 10% na hora-pico, seriam cerca de 50 viagens
metropolitanas partindo de Maricá.9
Maricá não é atendido por linhas de ônibus intermunicipais de longo curso específicas de/para
o Município, mas sim as de passagem pela RJ-106. Como observado na figura a seguir, há uma
significativa penetração dos itinerários no Município, o que indica uma possível captação dos
usuários fora dos terminais. Este tipo de operação pode levar à superposição com o sistema
municipal (acarretando em desequilíbrio econômico-financeiro do operador privado, a
depender das tarifas praticadas) e saturação do sistema viário, principalmente na área central.
Considerando-se que boa parte de Maricá é coberta por linhas municipais com tarifa zero, não
há justificativa para evitar que os usuários se desloquem até os terminais e, desta forma, seja
impedida a circulação excessiva de ônibus intermunicipais dentro do Município. Entretanto,
este tipo de avaliação deve ser objeto de um estudo de demanda e operacional que permita a
caracterização plena dos usuários e do sistema de transporte coletivo.
9
DETRO, 2019.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
3. TRANSPORTE ATIVO
No que se refere aos pedestres o manual técnico adotado no Programa Calçada Acessível,
define normas para a construção de calçadas compatíveis com a circulação segura a pé,
principalmente das pessoas com necessidades especiais ou mobilidade reduzida. O Município
já conta com algumas ruas adaptadas ao conceito de traffic calming, como no entorno da
Igreja Nossa Senhora do Amparo no Centro, para aumento da segurança através da redução
dos conflitos entre pedestres e veículos. Este é um conceito que tem grande potencial de
expansão em Maricá e deve ser explorado.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
4. TRANSPORTE AÉREO
Maricá conta com um aeroporto recentemente adaptado também para operações noturnas.
Embora não exista operação de linhas aéreas regulares, atende empresas de táxi aéreo com
maior enfoque no transporte offshore10, para atendimento a plataformas de petróleo. Devido
a questões de segurança para a operação de aeronaves e pela localização do aeroporto, no
centro da Cidade, há restrições tanto para o gabarito de edificações nos arredores, quanto o
potencial aumento da intensidade de ruídos em suas proximidades.
O aeroporto de Maricá foi um ponto importante como escola de pilotos, com uma ampla pista
e excelentes condições para uso. No período recente passou a ser usado mais para apoio à
exploração de petróleo offshore, o que levou a um aumento significativo de movimentação,
em especial por helicópteros que geram, por suas características, muito ruído. Além disto, o
fluxo de tripulação chegando e saindo do aeroporto para suas residências ou bases é um fato
novo na região e de uso mais intensivo das vias locais. Se isso permite acréscimo de receitas
para o Município, também trazem custos, como os exemplos citados. A implicação no trânsito
não é sensível, apesar do aeroporto estar situado a pouco mais de 500 m da Prefeitura
Municipal pois, embora maior do que era antes, a movimentação ainda é pequena.
10Offshore: “Ambiente marinho e zona de transição terra-mar ou área localizada no mar. (Fonte: Decreto nº 8.437,
de 22/4/2015)” (https://www.gov.br/anp/pt-br/acesso-a-informacao/glossario/o)
52
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
5. TRANSPORTE HIDROVIÁRIO
(i) O uso do solo no entorno das lagoas e canais não é elevado. Isto significa que as
demandas não serão elevadas e, com isso, as embarcações deveriam ser de pequeno porte
para manter intervalos convenientes e atrativos. Além disso, as travessias nem sempre se
justificam financeiramente;
(ii) Existe um problema de calado11, o que leva a custos de manutenção nas lagoas e canais,
não identificados em geral sobre os límpidos e plácidos espelhos d’água, em especial nas
suas margens geralmente assoreadas;
(iii) As ligações hidroviárias são competitivas com as terrestres quando são transversais.
Além disso, o ciclo das ondas no mar, transversais ao deslocamento, a altura e força das
correntes reduzem a atratividade da ligação marítima direta à Capital em relação a outros
modos de transporte.
11Calado: “distância vertical entre a parte inferior da quilha e a linha de flutuação de uma embarcação”
(https://houaiss.uol.com.br/corporativo/apps/uol_www/v5-4/html/index.php#0)
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Tudo isso tem reduzido o uso das águas internas e marítimas para o uso como mobilidade
urbana, mas existem excelentes experiências no mundo para embarcações de pequeno porte
que poderiam vir a ser usadas, de forma análoga a táxis em pontos específicos da Cidade.
6. MOBILIDADE E MEIO-AMBIENTE
É importante destacar que, sendo uma cidade litorânea e com extensa área lagunar, Maricá
possui características que potencializam significativamente estes impactos e, por isto, deve-se
atentar ao tema para o planejamento do sistema de transportes.
54
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Fonte: SLoCaT (2018). Transport and Climate Change Global Status Report, 2018.
A figura a seguir ilustra a abordagem ASI (Avoid - Shift - Improve)12 proposta pela
Partnershipon Sustainable Low Carbon Transport (SLoCaT), uma associação internacional de
empresas e entidades governamentais para pesquisa e discussão de alternativas focadas na
mobilidade sustentável.
Figura 26. Abordagem Evitar - Mudar - Aprimorar proposta para o setor de transportes.
Maricá vem atuando em diferentes frentes neste sentido, como já abordado anteriormente
neste diagnóstico:
12
Em português: Evitar - Mudar – Aprimorar.
55
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Entre estas, destaque para o acordo de parceria entre a COPPE/UFRJ13 e a Prefeitura Municipal
de Maricá para viabilizar a introdução de ônibus movidos à energia limpa como opção de
transporte para a população do Município. Este acordo inclui também o desenvolvimento
industrial de tecnologias sustentáveis na Cidade.
Os novos ônibus serão do tipo híbrido elétrico-hidrogênio, desenvolvido pela COPPE, cuja
energia é obtida de bateria abastecida na rede e complementada com energia produzida a
bordo, por meio de pilha com motor de combustível alimentado com hidrogênio. Trata-se de
um veículo silencioso, com eficiência energética maior que a dos ônibus a diesel e com
emissão zero de poluentes.
Estas propostas não constituem recomendações deste Plano Diretor, mas em termos de
diagnóstico permitem que se compreenda qual a visão do Estado para o Município de Maricá
nos próximos anos. Desta forma, na fase de propostas a serem desenvolvidas por este plano,
poder-se-á compatibilizar o sistema viário municipal com o estrutural metropolitano.
13Coppe – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do
Rio de Janeiro.
56
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
O Plano Estratégico de Logística e Cargas do Estado do Rio de Janeiro (PELC/RJ 2045) definiu
um portfólio de projetos estratégicos, sendo alguns deles relevantes para Maricá. Na figura a
seguir observa-se a sua localização e na tabela seguinte, um resumo da descrição dos mesmos
e informações importantes.
57
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
SANEAMENTO
BÁSICO
APRESENTAÇÃO
Todavia, tais atividades só poderiam ser exercidas pela SANEMAR quando deixassem de ser
objeto de convênios celebrados entre a Prefeitura e a CEDAE, até então concessionária dos
referidos serviços.
Em 2018, foi assinado termo aditivo ao contrato que redefiniu as responsabilidades entre as
partes, sendo mantida a operação dos serviços de abastecimento de água sob concessão da
CEDAE, embora tenha sido acordado um termo de cooperação para que a execução de
projetos e obras para ampliação da produção e distribuição de água fosse compartilhada com
60
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Em 2020, com o avanço do regime de recuperação fiscal do Estado do Rio de Janeiro que
admitiu a alienação das ações da CEDAE como garantia de empréstimo feito junto à União [Lei
Estadual nº 7.529/2017], foi iniciado o processo de concessão da prestação regionalizada dos
serviços de água e esgotamento sanitário dos Municípios do Estado do RJ. A modelagem
concebida pelo programa de desestatização do BNDES prevê a divisão dos Municípios
atendidos pela CEDAE em quatro blocos. A Câmara Municipal de Maricá aprovou projeto de lei
encaminhado pelo Executivo outorgando ao Estado do RJ a competência de contratar
concessionárias de saneamento básico, ratificando, assim, sua inclusão no Bloco 1 da
privatização.
1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA
O sistema público de abastecimento de água potável (SAA) é constituído pelas atividades e
pela disponibilização e manutenção de infraestruturas e instalações operacionais necessárias
ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e seus
instrumentos de medição (LDNSB, art. 3°).
O abastecimento de água potável do Município de Maricá se dá por meio de sistemas isolados
e integrados14, utilizando mananciais superficiais e subterrâneos. O Distrito Sede é
parcialmente atendido por dois sistemas isolados: (i) um com captação superficial no rio
Ubatiba, seguido de estação de tratamento convencional, a ETA Maricá; e, (ii) outro composto
por um conjunto de poços, seguidos de desinfecção.
Os Distritos de Inoã e Itaipuaçu são parcialmente abastecidos pelo sistema Imunana-Laranjal,
cuja captação é feita no Município de Guapimirim, especificamente, no Canal de Imunana,
formado pelos rios Macacu e Guapiaçu, e o tratamento é feito na ETA Laranjal, situada em São
Gonçalo. Esse sistema abastece também os Municípios de Itaboraí (somente água bruta),
Niterói, São Gonçalo, e o bairro de Paquetá no Rio de Janeiro (INEA, 2018).
O Distrito de Ponta Negra é parcialmente abastecido por um sistema isolado cuja captação é
realizada na interceptação entre o córrego do Padeco e o rio Caranguejo seguida de estação de
tratamento convencional, a ETA Bananal. As demais localidades não contam com sistema
14Os sistemas de abastecimento de água são classificados em sistemas isolados quando atendem a apenas um
distrito ou sistemas integrados quando atendem a mais de um distrito (ANA, 2013).
61
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
público, sendo abastecidas por poços individuais ou coletivos. Na Figura 30 são apresentados
os sistemas de abastecimento de água de Maricá.
O Município de Maricá é drenado, basicamente, por três bacias hidrográficas - Vigário, Ubatiba
e Caranguejo - além de quatro outras bacias de menor expressão - Cambori, Lagoa do Jacaroá,
Lagoa do Padre e Grande Jaconé, e de outras microbacias (PMSB, 2015). Praticamente todos
os cursos d’água nascem e deságuam no perímetro do complexo lagunar do Município, não
havendo influência de externalidades de outras regiões.
As duas captações superficiais, no rio Ubatiba e no rio Padeco, situam-se na parte nordeste no
Município, e suas bacias de contribuição abarcam os bairros Silvado, Lagarto, Ubatiba, Vale da
Figueira e Espraiado (Figura 31). Ambas são Áreas de Interesse para Proteção e Recuperação
de Mananciais (AIPM)15 do Estado do Rio de Janeiro, importantes para a segurança hídrica do
15
As Áreas de Interesse para Proteção e Recuperação de Mananciais (AIPM) do Estado do Rio de Janeiro foram identificadas
através de um estudo realizado pelo Instituto do Ambiente (INEA).As AIPMs são as áreas drenantes situadas à montante dos
pontos de captação de água para abastecimento público e que, portanto, influenciam a disponibilidade de água em quantidade e
qualidade.
62
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Município. Devido à forte influência hidrológica que essas áreas exercem sobre os mananciais,
é imprescindível a conservação e restauração delas para garantir água em quantidade e
qualidade para o abastecimento público (INEA, 2018).
Figura 31. Sub-bacias de captação superficial de água para abastecimento público em Maricá.
Fonte: Elaborado pelo IBAM a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
63
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
(c) Captação da CEDAE - vista para montante (d) Captação da CEDAE - vista para jusante
Em seguida a água é aduzida até a Estação de Tratamento de Água (ETA) Maricá, do tipo ciclo
completo, com vazão nominal de 120 L/s. Entretanto, devido à baixa disponibilidade hídrica da
captação, ela opera abaixo de sua capacidade.
A ETA está situada a jusante da captação, próxima ao centro urbano, no bairro Flamengo. Após
o tratamento, a água é armazenada em um reservatório localizado na própria ETA com duas
câmaras (1.600m³ cada) para posterior distribuição para parte do Distrito Sede de Maricá.
Paralelo a este sistema, o Município possui ainda uma captação de dois poços profundos, o
Poço do Marquês de Maricá e o Poço Manoel Ribeiro, que atendem aos bairros de mesmo
nome, e somados fornecem uma vazão de aproximadamente 4,0 L/s, e após simples
desinfecção, a água é distribuída.
Os Distritos de Inoã e Itaipuaçu recebem água proveniente do sistema Imunana-Laranjal e
contam com um reservatório cada, sendo de 2.000m³ o de Inoã e de 4.000m³ o de Itaipuaçu
(PMSB, 2015). Há que se destacar que este sistema passa por recorrentes estresses hídricos e
encontra dificuldades tanto no controle de perdas na distribuição quanto pela deficiência de
reservação (INEA, 2018).
Em julho de 2020 foi inaugurado o sistema de abastecimento de água de Ponta Negra, que
conta com captação no córrego do Padeco (22º91’22. 58’’ S, 42º72’10. 32’’ O), uma ETA com
vazão nominal de 40 L/s e um reservatório de 1.000m³ localizado na própria ETA (CEDAE,
64
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
2020). O córrego do Padeco, com 6,05km de extensão, é afluente do rio Caranguejo, que
possui 11,00 km (PMSB, 2015). A captação é realizada na confluência dos rios, e a jusante ele
passa a ser denominado Rio Doce. A bacia do rio Caranguejo possui 60,70km², dos quais
31,87km² contribuem para o abastecimento (INEA, 2018).
Na Figura 33 os sistemas de abastecimento de água potável descritos são apresentados com os
respectivos bairros cobertos por suas redes de distribuição, o que evidencia três centralidades
de atendimento no Município e suas periferias desassistidas pelo serviço público.
Fonte: Elaborado pelo IBAM a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
(a) ETA Maricá - vista frontal (b) ETA Maricá - vista lateral
65
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
(c) ETA Bananal - vista frontal (d) ETA Bananal - vista lateral
Fonte: IBAM, 2020.
De acordo com o SNIS-AE (2018) são produzidos 1.159.000m³/ano de água no Município, dos
quais 1.041.000m³ são tratados na ETA Maricá e os 118.000m³ restantes são tratados por
simples desinfecção, correspondendo às captações subterrâneas. Adicionalmente, são
importados 4.655.000m³/ano, referente ao atendimento de Inoã e Itaipuaçu pelo sistema
Imunana-Laranjal. A entrada em operação da ETA Bananal garantiu ainda um incremento de
1.261.440m³/ano. No total, há uma oferta de 7.075.440m³/ano de água.
Considerando o consumo per capita de água de 102,76 L/hab.dia e a população urbana total
de 155.350 habitantes (SNIS-AE, 2018), verifica-se uma demanda de água de 5.826.775m³/ano,
o que corresponde a 185 L/s. Ao comparar os volumes ofertados com aqueles demandados, é
16
O Sistema Nacional de Informações em Saneamento (SNIS) é a principal base de dados do setor saneamento básico do Brasil. O
sistema apoia-se em um banco de dados que contém informações primárias, obtidas com os prestadores dos serviços, sobre
aspectos operacionais, administrativos, econômico-financeiros, contábeis e de qualidade dos serviços. O SNIS é dividido em três
componentes: água e esgoto (SNIS-AE), resíduos sólidos (SNIS-RS) e drenagem (SNIS-DRE).
17
Características organolépticas da água são aquelas que podem ser percebidas pelos sentidos humanos, como a cor, o odor e o
sabor.
66
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
possível verificar que os sistemas operam com volume superior ao necessário para a
universalização do acesso nas condições atuais (Gráfico 4).
5000000 Consumo
4000000 Importado
Fonte: Elaborado pelo IBAM (2020) a partir de dados do SNIS-AE (2018) e CEDAE (2020).
5000000
4000000
3000000
2000000
1000000
0
Ofertado Distribuído Demandado
Fonte: Elaborado pelo IBAM (2020) a partir de dados do SNIS-AE (2018) e CEDAE (2020).
Vale destacar que esse valor de consumo médio per capita encontra-se ligeiramente inferior
ao valor de referência de consumo mínimo para atendimento das necessidades básicas
indicado pela ONU (Organização das Nações Unidas), de 110 litros de água por habitante por
dia. Além disso, quando comparado com dados da literatura para Municípios de mesmo porte
populacional - entre 50.000 a 250.000 habitantes - observa-se que esse consumo encontra-se
abaixo dos valores de referência (Quadro 2).
18
As perdas apontadas no SNIS-AE (2018) foram aplicadas nos sistemas que atendem aos distritos Sede, Inoã e Itaipuaçu. Para o
sistema do distrito de Ponta Negra, recém inaugurado, foi estimado um índice de perdas mais baixo, de 25%, por se tratar de uma
infraestrutura nova (ABES, 2015).
67
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
6.000.000
5.000.000
4.000.000
3.000.000
2.000.000
1.000.000
0
Ofertado Distribuído Demanda per Demanda per
capita 102,76 capita 150
L/hab.dia L/hab.dia
Fonte: Elaborado pelo IBAM (2020) a partir de dados do SNIS-AE (2018) e CEDAE (2020).
68
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Verificou-se que a falta de água nos Distritos de Inoã e Itaipuaçu ocorre principalmente por
conta das perdas no sistema. A oferta de água é superior à demanda, todavia o volume
efetivamente distribuído é inferior. Em Ponta Negra o sistema encontra-se sem déficit de
atendimento, e com 95.539 m³/ano excedentes. A sede apresenta a situação mais crítica, visto
que a oferta de água corresponde a apenas 25% da demanda e as perdas são um agravante.
Ainda que a ETA Maricá estivesse operando em plena capacidade (120 L/s), o que garantiria
um incremento de 2.743.632 m³/ano, a demanda continuaria sendo superior à oferta.
Estes déficits tendem a se acentuar em decorrência da população flutuante, visto que Maricá é
um balneário que possui muitas casas de veraneio, e com o crescimento da população ao
longo dos anos, o que se estima ser relevante, devido à perspectiva de implantação de grandes
projetos previstos para a Cidade.
Buscando reverter este quadro, foram identificados os seguintes projetos para ampliação dos
sistemas (CEDAE, 2018)19:
i. Nova captação e adução no rio Tanguá, a fio d’água, com estimativa de vazão de 150 L/s.
A água será recalcada até um novo reservatório e aduzida por gravidade à atual ETA
Maricá, que será ampliada. A captação do rio Ubatiba será então desativada;
ii. Nova captação no rio Tanguá, em Tanguá, através de uma barragem de regularização,
com estimativa de vazão de 500 L/s. Parte da água será aduzida até uma nova ETA,
localizada no bairro Caxito, com vazão nominal de 400 L/s e os 100 L/s restantes serão
direcionados à ETA existente, já ampliada. Ressalta-se que esta mesma barragem
proporcionará uma vazão de 300 L/s para o abastecimento do Município de Tanguá;
Os projetos (i) e (ii) correspondem às etapas inicial e final do Sistema Tanguá-Maricá, que será
implementado de forma gradativa. Há ainda uma fase intermediária, na qual a captação em fio
d’água será ampliada para 350 L/s. Os 200 L/s adicionais serão aduzidos ao primeiro módulo
da nova ETA, que possuirá a metade da sua capacidade de tratamento. Segundo a SANEMAR,
as obras do projeto (i) estão em fase de licitação.
Com o incremento da produção de água do Sistema Tanguá-Maricá, prevê-se que até o ano de
2030 a distribuição será ampliada para os bairros (Figura 35): São José do Imbassaí, Cajueiros,
região Litorânea, Guaratiba, Jardim Interlagos, Bambuí, Ponta Grossa, Parque Nanci, Itapeba,
19
As ações (i), (ii) e (iii) fazem parte do Plano de Metas do Termo Aditivo do contrato de programa, firmado entre a CEDAE e a
prefeitura de Maricá, em 2018.
20
A ação (iv) faz parte do Macroprograma 5: Infraestrutura Verde do Programa de Aplicação Plurianual (PAP 2019-2022) do
Comitê de Bacia da Baía de Guanabara.
69
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Mumbuca, Caxito, Espraiado, Jacaroá, Caju e Pindobal. Está previsto ainda, a partir do sistema
de Ponta Negra, ampliar a distribuição até o bairro de Jaconé (CEDAE, 2018).
Figura 35. Ampliação do SAA.
Fonte: Elaborado pelo IBAM a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
Diante do exposto, verifica-se que no curto prazo o Município não tem como garantir a
quantidade, nem possui controle sobre a qualidade da água consumida pela maior parte de
sua população.
Esta, por sua vez, faz uso de soluções alternativas, como poços, o que aumenta os riscos de
contaminação, tanto dos usuários quanto dos mananciais subterrâneos. Mesmo aqueles
atendidos pela rede pública contam com infraestruturas precárias, vide os altos índices de
perdas físicas.
70
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
2. ESGOTAMENTO SANITÁRIO
1,68%
14,90%
31,30%
Com coleta e tratamento
Solução individual
Dados mais recentes apontam para uma pequena melhora neste quadro. De acordo com o
SNIS-AE (2018), 21,01% do esgoto gerado é coletado e, deste percentual, 32,83% são tratados,
o que resulta em 6,90% de todo o esgoto gerado no Município ser tratado (Quadro 4). Todavia,
nota-se que todos os índices permanecem muito inferiores quando comparados às médias
estaduais, regionais e nacionais.
71
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
O Município conta com duas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) que atendem ao centro
do distrito sede, a ETE Araçatiba e a ETE Pedreira (Figura 36). Dois conjuntos residenciais, um
em Itaipuaçu e outro em Inoã, também contam com ETE’s.
Fonte: Elaborado pelo IBAM a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
A ETE Araçatiba é composta por um desarenador de limpeza manual, dois reatores do tipo
Imhoff, um filtro biológico, um decantador e um leito de secagem. As instalações são antigas,
estão deterioradas e não funcionam adequadamente, atuando apenas como desvio (by-pass)
para as lagoas de Maricá.
A ETE Pedreira é composta por um reator anaeróbio de fluxo ascendente seguido de biofiltros
aerados, que alcançam uma eficiência global de remoção de DBO (Demanda Bioquímica de
Oxigênio) superior a 90%. A ETE possui capacidade para tratar 280m³/dia. Atualmente, devido
à ausência das estações elevatórias (EE), previstas, mas ainda não instaladas, o esgoto
coletado pelas redes dos bairros Araçatiba e Mumbuca, construídas no âmbito do convênio
firmado entre a Prefeitura e a Petrobrás em contrapartida à construção do COMPERJ, também
é direcionado, através de caminhão limpa-fossa, para tratamento nesta ETE.
As outras duas ETEs foram construídas no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida
(PMCMV), cujos empreendimentos residenciais, em cumprimento à Portaria n° 363/2011 do
Ministério das Cidades, só poderiam ser implantados caso dispusessem de “infraestrutura
72
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
básica que permita ligações domiciliares de abastecimento de água e energia elétrica e que
inclua vias de acesso, iluminação pública e solução de esgotamento sanitário e de drenagem de
águas pluviais” (art. 2°, III).
Uma situa-se no Residencial Carlos Mariguella, em Itaipuaçu, tem capacidade para receber o
esgoto dos 5.888 habitantes, com vazão de 942,08m³/dia e tratamento de lodos ativados. A
outra situa-se no Residencial Carlos Alberto Soares, em Inoã, tem capacidade para receber o
esgoto dos 5.840 habitantes, com vazão de 934,40m³/dia, sendo o tratamento realizado
também por lodos ativados (PMSB, 2015).
Conforme a Lei Orgânica de Maricá21, todos os locais que não são abrangidos por rede coletora
de esgoto devem ter seu próprio tratamento. O artigo 249 preconiza que: “...toda edificação,
em locais desprovidos de rede coletora de esgotos, terá fossa séptica, construída segundo
normas técnicas que assegurem o seu bom desempenho.” Apesar desta obrigação legal, foi
relado no PMSB (2015) que muitas casas efetuam ligações clandestinas de esgoto nas redes de
drenagem de águas pluviais ou lançam o esgoto in natura direto nos cursos d’água.
O Instituto Estadual do Ambiente (INEA) conta com uma rede de monitoramento de qualidade
das águas que contempla vinte estações de amostragem para águas interiores - lagoas, cursos
d’águas e rios tributários - em Maricá, todavia verificou-se que apenas seis estão operantes.
21
https://www.marica.rj.gov.br/wp-content/uploads/2018/07/LeiOrganica.pdf.
73
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
O ponto do Canal do Buriche (BU010) está localizado em área onde há condomínios com
sistemas de tratamento de efluentes, no entanto há residências que lançam seus esgotos in
natura diretamente no córrego. Os pontos do Rio Mumbuca (MM010), Ludigero (LU010) e do
Canal do Aeroporto de Maricá (AM000) estão localizados na região central de Maricá e
também recebem efluentes domésticos que deságuam na Lagoa de Maricá (AGEVAP, 2020).
Outros corpos hídricos receptores dos lançamentos de esgoto in natura, ou seja, sem
tratamento, são: a lagoa da Barra, os rios Itocaia, João Mendes, Ubatiba e Itapeteiu, o Córrego
do Padeco, o canal São Bento e o brejo da Costa (ANA, 2013). Cabe destacar que a degradação
destes corpos hídricos é estritamente decorrente da poluição causada em Maricá, pois os rios
que cortam o Município, com exceção dos oriundos da lagoa de Jaconé, nascem e deságuam
no seu próprio limite territorial, não havendo, portanto, contribuições a montante de outros
Municípios.
Em geral, estima-se que 70 a 90% da água consumida nas edificações residenciais retorna à
rede coletora pública na forma de esgotos domésticos (NBR 12.209/2011). Considerando o
consumo per capita de água de 102,76 L/hab.dia e coeficiente de retorno de 80%, estima-se
que são produzidos 12.770m³ de esgoto/dia em Maricá, o que representa uma vazão de
147,80 L/s. As instalações atuais de tratamento possuem, somadas, capacidade de tratar
2.156m³ de esgoto/dia. Logo, há um déficit de 10.614m³ de esgoto/dia, ou seja, cerca de 80%
do esgoto gerado no Município deixa de ser tratado em ETE’s, por falta de capacidade de
tratamento. Buscando reverter este quadro, foram identificados os seguintes projetos de
ampliação dos sistemas (Figura 37):
ii. Construção de ETE primária, a ser alocada no terreno da ETE Araçatiba, que será
desativada, com capacidade de tratamento de 100 L/s. Esta ETE será composta por dois
módulos de 50 L/s cada.
iv. Construção da ETE Pedreira 2, ao lado da atual, prevista para tratar 5,55 L/s e atender à
população do sistema Bela-Vista Pedreira, composta por quatro unidades compactas de
tratamento terciário, contando com reator anaeróbio, seguido de reator anóxico, reator
aeróbio e decantador secundário (AGEVAP, 2020);
74
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Fonte: Elaborado pelo IBAM a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
Diante do exposto, se verifica que embora parte da população faça uso de soluções individuais
de tratamento de esgotos, as práticas mais comuns são o lançamento direto nos rios ou nas
redes de drenagem que nele deságuam, o que provoca a poluição dos recursos hídricos
superficiais e também dos subterrâneos.
22
Essa ação faz parte do MacroPrograma 2: Coleta e Tratamento de Esgoto Sanitário do Programa de Aplicação Plurianual (PAP
2019-2022) do Comitê de Bacia da Baía de Guanabara.
75
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
O Município como titular dos serviços públicos de resíduos sólidos, deve buscar, com base no
disciplinamento nacional para o setor - Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico
(Lei nº 11.445/2007, alterada pela Lei nº 14.026/2020) e Política Nacional de Resíduos Sólidos
(Lei nº 12.305/2010) -, a universalização do acesso e efetiva prestação dos serviços, com
qualidade e quantidade, na conformidade das necessidades da população, buscando sua
eficiência e sustentabilidade econômica.
A limpeza urbana abrange as atividades de varrição, poda, capina ou roçada, dentre outros, e
os serviços de manejo de resíduos sólidos incluem a coleta, transporte, transbordo, triagem
para fins de reutilização ou reciclagem, tratamento, inclusive por compostagem, e disposição
final de rejeitos.
Segundo o PMGIRS-Maricá, a partir dos dados de coleta entre os meses de junho de 2018 a
maio de 2019 e a estimativa populacional de 161.207 habitantes, indicada pelo IBGE para o
ano de 2019, chegou-se à geração per capita de 1,05kg/hab.dia. Percebe-se, na Tabela 8, que
Maricá está acima da média da média para a Região Sudeste e do Brasil, mas equipara-se com
a geração per capita para o Estado do Rio de Janeiro.
23
SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento é um sistema que reúne informações e indicadores sobre a prestação
dos serviços de Água, Esgotos, Resíduos Sólidos e Águas Pluviais.
24
LC no 287/2017 - Estrutura Administrativa. Jornal Oficial de Maricá, Ano X, Edição nº 917.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Para a composição dos resíduos sólidos de Maricá, foi tomada como referência a análise
gravimétrica realizada para o PERS-RJ 2013,demonstrada na Tabela 11, onde o Município se
enquadra na faixa considerada de médio porte (entre 100.001 e 1.000.000 habitantes).
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Tabela 11. Estimativa de gravimetria dos resíduos sólidos gerados no estado do Rio de Janeiro.
Municípios entre
Municípios com até Municípios acima de
Tipo de resíduo 100.001 e 1.000.000
100.000 habitantes 1.000.000 habitantes
habitantes
Matéria Orgânica (%) 56,72 53,0 53,28
Papel / Papelão (%) 13,45 16,5 15,99
Plásticos (%) 18,63 19,7 19,14
Vidro (%) 2,83 3,0 3,28
Metais (%) 1,58 1,5 1,57
Outros (%) 6,79 6,3 6,74
Fonte: PMGIRS-Maricá, 2019 a partir de consulta ao PERS-RJ, 2013.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
De acordo com o SNIS-RS, 201725, 90,0% dos domicílios são atendidos pela coleta domiciliar,
com produção de 51.662,0 toneladas/ano de resíduos sólidos urbanos, sendo 46.966,0t/ano
de resíduos domiciliares e 4.696,0t/ano de resíduos públicos. Ainda que inferior à média
regional e nacional, a taxa de cobertura pode ser considerada como alta (Tabela 12).
Segundo o PMGIRS-Maricá, os RSU têm sua coleta dividida em coleta regular e coleta de
resíduos públicos, ambas contratadas à empresa privada Kattak Serviços Ltda, e atende a todo
Município – Sede e distritos de Ponta Negra, Inoã e Itaipuaçu.
Os locais de difícil acesso passaram a ser atendidas com coleta porta a porta, realizada por
veículo de menor porte, devido à proibição do uso de caixas estacionárias que antes eram
utilizadas para atendimento dessas áreas. Esta proibição se deve pela inadequação do
equipamento, cuja indicação é para recolhimento de entulho e quando utilizado para resíduo
domiciliar provoca dispersão dos mesmos se tornando ponto de acúmulo de lixo.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Fonte: Elaborado pelo IBAM a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
Os geradores de resíduos são os responsáveis por seu acondicionamento para fins de coleta,
seguindo orientações do órgão público municipal. Em Maricá, o acondicionamento dos
resíduos domiciliares deve se dar em sacos plásticos resistentes e impermeáveis, a fim de
evitar seu rompimento e o consequente derramamento de resíduos, serem dispostos para
coleta nos dias e horários preestabelecidos, em locais apropriados, como lixeiras suspensas,
para evitar acesso de animais. As habitações multifamiliares e condomínios devem armazenar
os sacos plásticos em contenedores concentrados e abrigados em locais de fácil acesso para a
coleta regular.
Para os resíduos de estabelecimentos comerciais, similares aos RDO, os resíduos devem ser
acondicionados em sacos plásticos depositados em recipientes fechados com volumes de 120
litros ou 240 litros, dispostos para a coleta em áreas de fácil acesso ao caminhão ou carro
coletor. Nos dias em que não há coleta, esses recipientes devem permanecer no interior dos
estabelecimentos.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Os resíduos de serviços de saúde (RSS) são aqueles gerados nos serviços de saúde, conforme
definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA e do SNVS.
(Lei Federal nº 12.305/2010, art. 13)
Os resíduos da construção civil (RCC) são aqueles gerados nas construções, reformas, reparos e
demolições de obras de construção civil incluído os resultantes da preparação e escavação de
terrenos para obras (Lei Federal nº 12.305/2010, art. 13).
A Prefeitura, por meio da Diretoria Operacional de Coletas, Resíduos e Varrição realiza a coleta
e disposição final dos RCC de obras públicas e de pequenos geradores, mesmo esta sendo de
responsabilidade do gerador. A coleta dos pequenos geradores, aqueles que produzem até 20
sacos por evento, se dá mediante solicitação do contribuinte, seguido de agendamento do
serviço em conjunto com a coleta de inservíveis e resíduos verdes. A disposição final ocorre na
CTR Alcântara, onde é realizada a segregação dos materiais.
Ainda assim, os RCC têm sua problemática acentuada devido à quantidade de novos
empreendimentos nos últimos anos, com grande produção desses resíduos, sendo
identificados no Município diversos pontos de descarte irregular, em sua maioria, resultantes
da ação de pequenos construtores.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
O Município não realiza a coleta seletiva, sendo todo resíduo domiciliar recolhido sem prévia
separação. No entanto, tramita um processo administrativo na Secretaria da Cidade
Sustentável para chamamento de uma organização para esta finalidade.
Segundo o PMSB-Maricá 2015, existe organizações que recebem material reciclável de forma
voluntária, como o Instituto Ambiental Reciclar, “que transforma materiais recicláveis
descartados em uma fonte de renda, de inclusão social e em uma ferramenta eficaz de
preservação ambiental”.26
Logística Reversa
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal nº 12.305/2010), em seu art. 33, e
Regulamentos nº 7.404/2010 e nº 10.240/2020, define a responsabilidade compartilhada
pelos resíduos gerados pós consumo, onde “São obrigados a estruturar e implementar
sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de
forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de:
Em Maricá, a logística reversa não é formalizada, mesmo que existam acordos setoriais
firmados no âmbito nacional e estadual, esta específica para regulamentar o retorno de
lâmpadas fluorescentes.
26
Consulta à página Redes Sociais Encontra Maricá, acessada em 10/8/2020:
https://www.encontramarica.com.br/empresas/instituto-ambiental-reciclar/
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Tabela 13. Distância dos centros de coleta da Sede e Distritos para a CTR Alcântara.
Origem Destino Distância/km
Centro de Maricá 29,5
Distrito de Ponte Negra CTR Alcântara 47,3
Distrito de Inoã (São Gonçalo) 17,4
Distrito de Itaipuaçu 22,5
Fonte: IBAM, 2020.
Fonte: Elaborado pelo IBAM a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Assim, o lixão do Caxito e o lixão de Itapeba, correspondem aos principais passivos ambientais
decorrentes do descarte inadequado de resíduos, que devem passar por processos de
remediação. A localização dos mesmos encontra-se demonstrada na Figura 40, onde se
percebe que a área do lixão de Itapeba está inserida na malha urbana do Município.
Figura 40. Localização dos lixões do Caxito e Itapeba.
Fonte: Elaborado pelo IBAM a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Segundo informado pela Secretaria da Cidade Sustentável e ratificado pelo PMGIRS, 2019, não
existem outros passivos referentes ao descarte decorrente da disposição inadequada de
resíduos realizada pelo Poder Público municipal.
Cabe mencionar que, mesmo considerando a alta taxa de cobertura dos serviços de coleta
regular e de resíduos públicos, ainda ocorre descarte irregular, sobretudo de resíduos da
construção civil, em terrenos baldios de diversos pontos do território municipal, conforme
relatado pela Diretoria Operacional de Coletas, Resíduos e Varrição. A Diretoria fiscaliza esses
vazadouros clandestinos, instalam placas de orientação e aplicam multas, mas mesmo assim
ainda são dispostos irregularmente em terrenos baldios.
A fim de minimizar essa problemática, o Município deve elaborar seu Plano Municipal de
Gestão de Resíduos da Construção Civil (PMGRCC). Nele deve constar a normatização
municipal para o manejo dos RCC, definindo a categoria dos geradores - pequenos ou grandes
geradores - e respectivas responsabilidades, assim como o cadastramento das empresas
responsáveis pelas atividades de coleta, tratamento e disposição final desse material.
Alguns fluxos de resíduos, como aqueles relacionados à logística reversa obrigatória, onde se
inclui a coleta seletiva, não são tratados adequadamente, muitas vezes sequer são
devidamente identificados, inventariados ou caracterizados no Município. Mesmo com
progressos na legislação específica para estes fluxos de resíduos, há falta de fiscalização para
seu gerenciamento em cumprimento à legislação pertinente.
No que se refere à remediação das áreas dos lixões do Caxito e de Itapeba, após investigação
mais precisa das condições geoambientais e da elaboração dos projetos básico e executivo de
recuperação das áreas degradadas, será possível definir as alternativas de uso em
coordenação com as demandas apresentadas pelo Plano Diretor, que poderão ser desde área
de lazer a outras atividades de baixa carga e impacto.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Os ODS, organizados em 17 objetivos específicos que possuem metas a serem atingidas até
2030, demonstram a importância de se articular ações locais concretas dos governos, da
sociedade civil e da iniciativa privada, em prol do desenvolvimento sustentável de forma
integrada ao desenvolvimento econômico, social e ambiental, com redução da pobreza e das
desigualdades.
Para o alcance dos ODS, deve-se considerar a sinergia entre os objetivos e, para o componente
resíduos sólidos, com os trabalhadores informais vinculados, neste caso catadores e catadoras
de materiais reutilizáveis e recicláveis, identificam-se os objetivos com maior impacto27:
Figura 41. Relação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) com Resíduos Sólidos
Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
Maricá vem avançando no alcance às metas estabelecidas em relação aos ODS, conforme
apresentado no Diagnóstico Situacional de Indicadores ODS28, cujos resultados permitem
inferir que, em linhas gerais, o Município apresenta bons resultados.
Entretanto, tais conquistas devem ser vistas como passos de um processo contínuo de
decisões em direção ao alcance dos objetivos da sustentabilidade, não só do setor de resíduos
sólidos, mas da construção das sinergias intersetoriais necessárias.
No quesito resíduos sólidos, as ações vão desde investir na diminuição da geração de resíduos
e otimizar as possibilidades ofertadas pela logística reversa, tratamento para os resíduos
verdes e orgânicos associado a programas de produção de mudas e adubagem de hortas e
27
Nações Unidas Brasil, Agenda 2030: https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/, acessada em 24/08/2020.
28
Territorialização e aceleração dos ODS: diagnóstico situacional de indicadores ODS / [Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento]. Brasília: PNUD, 2020.
86
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
jardins, ampliar a qualidade dos serviços ofertados e do comprometimento dos cidadãos com
sua manutenção, são exemplos que dão importante papel nos esforços de orientação do
desenvolvimento sustentável ao alcance do Município.
Porém, deve ser reforçada a capilaridade dos seus benefícios, obtida pela associação às demais
políticas setoriais. No cenário mais amplo da mitigação dos impactos das mudanças climáticas,
o aproveitamento do gás metano produzido pelos aterros sanitários como fonte energética ou
do reaproveitamento e reciclagem de resíduos sólidos, óleo de cozinha ou de resíduos da
construção civil, quando associados à formação de cadeias produtivas comunitárias, são
exemplos possíveis, comprovados pelas boas práticas de outros Municípios.
De acordo com o Plano Diretor de 2006, em seu artigo 40: “A Política de Saneamento
Ambiental tem por objetivo solucionar de forma integrada as deficiências do abastecimento
d’água, da captação e tratamento do esgotamento sanitário, da macro e micro drenagem, da
coleta e destinação final dos resíduos sólidos e do controle de vetores.”(JOM, 2006)
- a ocupação das margens das lagunas sem o conhecimento do regime de renovação da água
entre o sistema lagunar e o mar favorecendo o alagamento das zonas mais baixas;
- as ressacas frequentes provocam acúmulo de sedimentos nos canais de ligação das lagunas
com o mar, dificultando o escoamento, e aumentando os níveis d’água no primeiro e,
87
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
- a ocupação nos limites da faixa, de orla, também sem o prévio conhecimento da dinâmica
costeira natural, expõe as construções a um risco potencialmente elevado de perda por erosão
e desvalorização, conforme tratado no tema Mudanças Climáticas deste diagnóstico.
Uma vez que a urbanização é um processo irreversível, estas questões conduzem a adoção de
medidas mitigadores desses impactos, tais como:
- implantação de sistemas de drenagem pluvial para afastamento rápido das águas evitando
alagamentos;
- programas periódicos de dragagem da areia das barras dos canais de ligação com o mar;
Outro fator a considerar, como ressaltado pelo Plano Municipal de Saneamento Básico (Conen,
2019), diz respeito às alterações das calhas naturais de drenagem pela ocupação irregular ou
desconforme de encostas e pelo lançamento de resíduos ou alteração dos leitos dos recursos
hídricos e supressão de matas ciliares de suas margens, intervenções que tornam mais
vulnerável as condições naturais que asseguram seu efeito positivo em drenar as águas
pluviais, especialmente quando da ocorrência de chuvas fortes.
88
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
No tocante aos efeitos das recorrentes ressacas costeiras, decorrentes das subidas de maré
associadas a tempestades e ventos intensos, duas são as preocupações principais:
- por um lado, o acréscimo do volume de água ao sistema lagunar, através dos canais de
ligação com o mar e transporte de sedimentos para o seu interior, causando assoreamento do
entorno imediato destes.
- por outro lado, o efeito oposto, que ocorre por persistência de um determinado clima de
ondas, provoca acúmulo de areia nas bocas dos canais, impedindo a livre circulação entre o
sistema lagunar e o mar. Estas obstruções têm consequências negativas, tanto na
hidrodinâmica lagunar, reduzindo a circulação favorecendo o assoreamento, como na
qualidade da água, ao favorecer uma concentração maior de nutrientes, com consequente
diminuição do oxigênio disponível no corpo d’água.
- as possíveis alterações ao regime natural de recomposição das praias afetadas pelas ressacas,
seja pela ocupação urbana das faixas de marinha, que geram danos generalizados, sendo o
avanço da erosão marinha a pior consequência, em parte pela supressão da vegetação de
restinga e;
Sistema Hidrográfico
O sistema hidrográfico de Maricá abrange cerca de 330 km² e encontra-se quase que
integralmente situada dentro do perímetro municipal, com exceção de uma pequena área de 2
km² localizada em Niterói (Bairro Várzea das Moças), onde se situa a nascente do Rio Inoã,
afluente do Rio do Vigário, que desemboca na Lagoa Brava. O sistema é delimitado pelas
Serras da Tiririca, Caçorotiba, Macaco, Sapucaia, Barro de Ouro, Mato Grosso e Jaconé.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
importância é a do Rio Vigário em Inoã que compreende o Rio Taquaral e o Rio Bambuí, até
desembocar na Lagoa Brava, transformando-se depois no Canal de São Bento. Ainda de acordo
com o PD 2006:
“Das bacias de médio porte iremos encontrar a bacia do Rio Itaocaia em Itaipuaçu, a bacia
do Rio Caranguejo e Rio Doce em Ponta Negra e a metade da bacia do Rio Grande Jaconé,
também em Ponta Negra, dividida pelos limites municipais com Saquarema. As demais 11
microbacias praticamente deságuam suas águas nas lagoas”.
O sistema lagunar de Maricá-Guarapina é formado por uma série de quatro lagoas (Maricá,
Barra, Padre e Guarapina) interligadas por canais.
90
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
As aberturas da barra para o mar, que ocorriam na Lagoa da Barra, eram promovidas com
ajuda dos pescadores quando a lagoa atingia o seu nível máximo, sendo uma tradição cultural
hoje desaparecida. Estes se reuniam, em grupos de mais de 500 homens, para o trabalho de
remoção da areia, que era executado durante toda uma noite.
Em 1951, foi construído o Canal de Ponta Negra ligando a Lagoa de Guarapina ao oceano, em
um programa governamental de saneamento para a região das baixadas fluminenses, para
limitar inundações e acabar com os focos de mosquitos transmissores da malária. Desta época
é também o Canal da Costa, com cerca de 5 km de extensão, ligando a Lagoa de Maricá à praia
de Itaipuaçu, que funciona mais como uma vala de drenagem dos campos outrora alagadiços.
A área de drenagem de cada subsistema, bem como seus afluentes e outros atributos
hidrológicos são mostrados na Tabela 14.
Tabela 14. Características dos corpos d’água que compõem o Sistema Lagunar de Maricá.
Lagoa/Canal Área Perímetro Prof. Amplitude Salinidade Área de Rios Tributários
Média média de dragagem Afluentes
maré
km² (km) (m) (cm) km²
Córregos
Manuel
Rio Doce Ribeiro,
Caranguejo
Lagoa de e Padeco
Guarapina (ou 6,5¹
11,7³ 1,0² 3,0² 7² 70²
da Ponta 7² Bananal
Negra)
Engenho
Nilo
Peçanha
Paracatu
Lagoa do 2,7¹
10,2³ 0,6² 1,0² 3² 10²
Padre 3²
Valão Jacaré
e Córregos
Pedro
Lagoa da Barra 9,0¹ ² 30³ 1,4² 1,0² 1² 55²
Guedes,
Caju e
Rangel
Córregos
ImbassaÍ,
Lagoa de
Itapeba,
Maricá (de São 19.5¹
24³ 1,4² 1,0² 0² 215² Buriche,
José ou Lagoa 17²
Cunha,
Grande)
Cando e Rio
Mombuca
Córregos
Inoan,
Lagoa Brava 1,2¹ Taquaral,
Preguiça e
Camboatá
Fonte: 1. SERLA - Sistema Lagunar de Marica - Proposta de Ações para Recuperação. 1997
2. KJERFVE - Cadastro das Lagoas Fluminense.
3. SERLA - Cadastro das Lagoas Fluminenses.
4. Comissão de Saneamento da Baixada Fluminense. Relatório - 1934
Fonte: Adaptado de Cruz A, 2010.
91
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
As obras de urbanização trazem drásticas modificações ambientais para o sistema lagunar, tais
como:
“A partir da década de 70, com a construção da ponte Rio-Niterói e nos anos 90, da Via-
Lagos, toda a Região dos Lagos sofreu acelerado incremento populacional e de
urbanização. Maricá, com uma taxa de 5,71%, foi o quinto Município em taxas de
crescimento na década de 90 (IBGE 2000), com a ocupação da orla costeira principalmente
por casas de veraneio.”
Impactos à Drenagem
A urbanização desordenada criou pressões sobre o sistema hídrico que pode ser observada de
diversas formas:
A costa da Região dos Lagos, e Maricá em particular, são sujeitas à erosão devido aos
transportes litorâneos de sedimentos que ocorrem, seja pela dominância da direção das
92
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
ondulações, seja devido à ocorrência de ressacas extremas (como a que ocorreu em maio de
2001, quando foram destruídas 45 casas29 e, mais recentemente, em agosto de 2019, quando
18 casas foram atingidas30).
Ocorrências deste tipo são comuns no litoral brasileiro e possuem diversas causas físicas, mas
a causa principal é a falta de planejamento da ocupação costeira. De forma geral, o desejo de
possuir uma propriedade com vista para o mar acaba provocando construções dentro da faixa
litorânea dinâmica, isto é, sujeita a movimentações.
No caso particular de Maricá, optou-se por “combater” a força das ondas, cravando uma
cortina de estacas-prancha para proteger a Avenida Beira-Mar. Embora diante da situação de
possível destruição seja uma forma eficaz de proteção, corre-se o risco de, após uma ou mais
ressacas severas ocorrer supressão da faixa de areia e, por consequência da área balneável,
transformando uma bela praia em um costão perigoso.
“Dos Objetivos
Art. 4º O PLANO DIRETOR DE MARICÁ tem por objetivo estruturar o meio urbano e rural com um
desenvolvimento econômico sustentável integrado ao meio ambiente, compatível com as
peculiaridades e necessidades do Município e de seus habitantes, visando a moradia adequada,
infraestrutura e equipamentos urbanos suficientes para a promoção da qualidade de vida.
29
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0805200133.htm
30
https://www.marica.rj.gov.br/2019/08/14/defesa-civil-interdita-casa-atingida-por-ressaca-em-cordeirinho/
93
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
De forma geral, podemos dizer que as ações envolvendo macro e micro drenagem e gestão
costeira vão ao encontro a todos os objetivos do PD. Mas os objetivos mais imediatos são sem
dúvida o II, III, IV. Cumprido este primeiro grupo de objetivos, os decorrentes são o IV, VII e
VIII.
O Plano diretor (JOM, 2006) cita, no Capítulo III, as diretrizes para a implementação do Plano
Diretor. O Anexo DREN.02 mostra as diretrizes propostas à época e o atendimento às mesmas,
qualificando o atendimento com uma nota entre 0 (não atendido) e 10 (integralmente
atendido), tomando como referência o PMSB (CONEN, 2015), visitas a campo, Imagens do
Google e reportagens recentes da Prefeitura de Maricá sobre o tema drenagem31. Também é
feita referência ao conjunto de imagens obtidas da Google Maps e em visitas a campo.
Um fator que dificulta as ações de diagnóstico e, conforme já apontado em 2015 pelo PMSB
(CONEN, 2015), é a falta de um órgão centralizador dos cadastros das obras executadas no
Município. Já neste relatório, diante desta dificuldade, uma forma de quantificar o
atendimento da área urbanizada com drenagem pluvial foi o de usar os dados do Censo IBGE
2010, que conta o número de domicílios próximo a uma boca de lobo. Em 2010, este valor
chegava a 15%.Uma navegação pelo site da Prefeitura mostra que esta realiza ações de
manutenção viária e de limpeza, porém não foram encontradas menções à manutenção de
redes de drenagem pluvial.
A seguir são mostradas imagens para ilustrar, de forma geral, o atendimento às diretrizes
propostas em 2006. A indicação dos locais das fotos está referenciada no Anexo DREN 02 e na
Figura 44. As fotos IBAM foram registradas em visita de campo realizada no dia 28/07, inverno
de 2020.
31
https://www.marica.rj.gov.br/2020/07/09/acoes-de-drenagem-enfrentam-dificuldades-em-diversas-areas-de-marica/
94
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
(2) (3)
Valão Bananal em 2016: ainda com sinais de drenagem Rio Bambu em 2016: retificado e dragado.
deficiente.
Fonte: Google Earth.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
(4)
(6) Canal da Costa em visita a campo/2020: observado o canal desobstruído, porém, imagem de satélite acima mostra trecho de
2,7km entre Av. Um e Rua 53 erodido e com vegetação na calha. De forma geral a comunicação da lagoa com o mar é prejudicada
pela baixa capacidade de escoamento. Fonte: Google Earth 2020.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
(8) Alargamento de pontes: Executados: rua Um, rua 70, rua 83,Avenida um OK. Obs. Rua 53 aparentemente em obra de
ponte. Fonte: Google Earth, 2020.
(9) Implantação de zona de recreação e piscinão no Costa Verde. Obras não iniciadas.
Fonte: Google Earth, 2020.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
(10) Lançamento de esgotos in natura. Não foram observados lançamento de esgotos no trecho do canal próximo ao
deságue no mar. Foram observadas redes de drenagem implantadas e em construção.
Fonte: IBAM, 2020.
(11) Dragagem do Rio Itaocaia: foi parcialmente dragado/regularizado. Acima, imagem de 2020, trecho de jusante, regularizado.
Abaixo, imagem de 2018, trecho de montante, sem nenhuma intervenção na calha.
Fonte: Google Earth
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
(12) Dragagem do canal de ligação entra as Lagoas do Padre e de Guarapina (imagem superior).
O canal de ligação entre a Lagoa do Padre e a de Guarapina aparentam estar dragados e estáveis (imagem inferior).
Fonte: Google Earth, abril/2019.
(13) Abertura do Canal de Ponta Negra com provável rompimento de laje. No entanto, o escoamento é aparentemente
desimpedido, suficiente para escoar a água da Lagoa para o mar e vice-versa.
Fonte: IBAM, 2020.
(14) Construção da Ponte ‘Barra Seca’, finalizada. A ligação da lagoa com o mar ainda não.
Fonte: IBAM, 2020.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
(15)Dragagem do Canal de Ligação entra as Lagoas da Barra e do Padre. Em imagem do Google de 5/2020, o canal parece
assoreado, é possível visualizar a pouca profundidade. Fonte: Google Earth, abril 2020.
(16) Reforma da Ponte Preta, alargando-a para 30 metros. Obra executada. Fonte: Google Earth.
100
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Diante dos inúmeros projetos para o desenvolvimento de Maricá, gestados pela atual
Administração municipal com potencial impacto sobre o território, torna-se fundamental
cumprir com requisitos básicos para o funcionamento das infraestruturas urbanas que lhe
darão suporte, incluídas aqueles referentes às condições de drenagem. Não obstante, podem
e devem existir inúmeras interfaces com outras disciplinas, algumas das quais são listadas
abaixo:
101
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
MEIO AMBIENTE
APRESENTAÇÃO
Também o tema do turismo tem estreita vinculação à temática ambiental, tendo em vista a
diversidade dos atrativos locais e as inúmeras potencialidades associadas às várias Unidades
de Conservação existentes em Maricá.
102
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
“...a oeste o limite é formado pelos topos (divisores de água) de toda a Serra de
Tiririca, passando em seguida a ser constituído por uma linha sinuosa de direção
geral oeste-leste ao longo dos topos das serras e finalizando no pico da Lagoinha.
Deste ponto segue rumo sul pelos topos da Serra de Mato Grosso, em seguida
passa para a serra de Jaconé até alcançar as cabeceiras do Rio Grande de Jaconé,
descendo por este até a foz, cruzando a lagoa de Jaconé e a estreita restinga até
encontrar o litoral”.
1.1. Relevo
De fato, o município de Maricá é rodeado por
maciços costeiros, que formam um arco.
Conforme indica a Figura 45,
as serras principais são: Calaboca, Mato Grosso
(onde se localiza o ponto mais alto do
Município - o Pico da Lagoinha, com 890
Maciços costeiros de Maricá.
Foto: INEA/Adriano Melo. metros), Lagarto, Silvado, Espraiado e Tiririca. A
Serra da Tiririca, entre Maricá e Niterói, é
coberta pelo ecossistema de mata atlântica e,
em sua maior parte, está inserida no Parque
Estadual da Serra da Tiririca - PESET.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Pelo lado do litoral, encontra-se outra formação importante que é a vasta planície costeira
(Figura 46), entre as bases dos maciços e a linha da costa. O Município possui orla ininterrupta
com extensão de mais de 42 km, desde o início da Praia de Itaipuaçu, próximo à Pedra do
Elefante, até a Serra de Jaconé, na Praia de Jaconé, com uma série de praias oceânicas,
destacando-se as de Jaconé, Ponta Negra, Barra de Maricá, Zacarias, do Francês e Itaipuaçu.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Como descreve Vilmar Ferreira em sua dissertação sobre “A influência antrópica na qualidade
das águas do rio Ubatiba”, o território municipal corresponde à bacia hidrográfica do grande
sistema lagunar, um fato bastante raro. Desta forma, praticamente todos os rios nascem e
deságuam dentro do Município. Maricá é integralmente drenada por três bacias hidrográficas -
Vigário, Ubatiba e Caranguejo -, além de quatro outras bacias de menor expressão - Cambori,
Lagoa do Jacaroá, Lagoa do Padre e Grande Jaconé -, e de outras microbacias.
105
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
A Bacia Hidrográfica do Ecossistema Lagunar de Maricá abrange cerca de 347 km² e encontra-
se integralmente situada nos limites municipais. Fazem parte da bacia pequenos rios, brejos
remanescentes e periféricos (incluindo o chamado Lagoa Brava), e o ecossistema lagunar, cuja
superfície é de 37,7 km², ou cerca de 11% da área total do Município.
O grande complexo lagunar inclui as lagoas de Maricá, Barra de Maricá, do Padre, Guarapina e
Jaconé, além dos canais de Ponta Negra e de Itaipuaçu que ligam as lagoas ao mar. Trata-se de
um dos maiores complexos lagunares do Estado, denominado Maricá-Guarapina, com rios,
lagoas, riachos e brejos. A Lagoa de Jaconé fica isolada a leste na divisa com Saquarema.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
O patrimônio fluvial das UC é composto por dezenas de ecossistemas de rios e riachos, que
nelas nascem e percorrem trechos de alto e, às vezes, de médio curso. O destino final de todas
as águas que descem das montanhas é os ecossistemas lagunares de Maricá e Jaconé.
Seu principal rio é o Ubatiba/Mombuca, que não passa dos 20 metros de largura, mas que
atravessa o Centro da cidade e alguns bairros. Maricá também tem canais artificiais que ligam
o complexo lagunar ao mar como os canais de Ponta Negra e Itaipuaçu. A abertura desses
canais nos anos 1950 terminou com o regime natural de abertura de barra que acontecia entre
Barra e Guaratiba.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
1.3. Ilhas
A vegetação nativa vem em seguida e coloniza o topo. A orla é bastante irregular com pelo
menos quatro fendas belíssimas, com destaque para a da ponta sul, que atravessa a ilha.
Não possui praia. As ilhotas Crioulas são dois pequenos conjuntos de pedras emersas de
formato irregular, separadas da Ilha Maricá por um canal de 430m. O primeiro conjunto,
com 0,53 há, tem 163 m de comprimento e largura de 36m. O segundo conjunto separa-se
do primeiro por um canal de 100 m. É formado por cinco ilhotas e pedras, com superfície
coletiva de 1,2 há, 280m de comprimento e largura máxima de 98m. São destituídos de
vegetação.
A ilha principal, Maricá, tem uma superfície de 33 há e perímetro de 4,3 km, com
comprimento de 1,52 km e largura máxima de 294 m. Tem formato oval com duas fendas
profundas e alinhadas, que se encontram no meio da ilha e quase a seccionam em dois
pedaços. A faixa rochosa que une as partes norte e sul tem apenas 20m na base. No topo,
a largura pouco excede a da trilha. A ilha mostra ondulações suaves e topos arredondados,
que terminam em uma faixa de costões rochosos em forma de rampa ou escarpa. Sua
vegetação terrestre ocupa mais de 80% de sua superfície, mas é destituída de fonte de
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
água, pois os aquíferos são pouco espessos, armazenando uma quantidade ínfima após as
chuvas. No topo da Ilha, a 60m de altitude, está o Farol da Ilha Maricá.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Neste item busca-se elencar os principais instrumentos incidentes, como base para a
percepção do quadro jurídico atual e eventuais necessidades de complementação, na revisão
do Plano Diretor, frente aos desafios a serem enfrentados. Já nos itens 5 e 6 são apresentados,
de forma mais detalhada, os principais instrumentos jurídicos municipais que contemplam os
temas ambientais.
Essa lei antecede e orienta todas as formas posteriores de dispositivos legais que tratam da
questão ambiental, e que passaram a apresentar os dispositivos específicos para a preservação
do patrimônio natural. Antes dela, podem-se destacar alguns códigos e decretos pioneiros,
dentre eles o primeiro Código Florestal (Decreto nº 23.793/34) e o Código de Águas (Decreto
nº 24.643/34). Tendo sido alterada, após a CF 1988 pelas Leis nº 7.804/89, nº 8.028/90 e pelo
Decreto nº 99.274/90.
110
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
O inciso III do art. 2º da Lei n. 9.985/90 define diversidade biológica como “...a variabilidade de
organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas
terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem
parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de
ecossistemas”.
O SNUC está, no momento, completando 20 anos desde sua criação e, como tal, sendo objeto
de amplos debates e avaliação sobre os avanços alcançados, necessidades de aprimoramento
ou ainda pressões políticas que podem apontar sua fragilização. Mas não é o que se observa
em Maricá, onde, ao contrário, se evidenciam os cuidados e potencialidades trazidos pelo
sistema.
Vale citar a fala do secretário de Cidade Sustentável, Guilherme Di Cesar Mota no lançamento
do curso online ‘Biodiversidade para Todos’, promovido pela Prefeitura Municipal de Maricá:
“Em um ano que o desmatamento bate recorde no país nossa pasta reafirma a importância da
preservação das Florestas e sua biodiversidade. Nosso intuito é engajar a cada dia mais
cidadãos na causa ambiental através da educação ambiental. Essa luta é de todos nós”.
Podem-se listar ainda outros dispositivos legais de caráter federal, que se relacionam aos
aspectos de uso e ocupação do solo, associados aos temas ambientais. No âmbito rural,
destaca-se o Novo Código Florestal, lei nº 12.651/12, além da Lei da Exploração Mineral n.º
7.805/1989 e a Lei da Política Agrícola n.º 8.171/1991.
Também deve-se destacar a legislação e orientações para as políticas urbanas, incluindo a Lei
nº 10.257/2001 - Estatuto da Cidade e Lei nº 13.089/15 - Estatuto da Metrópole, além da
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Os governos estaduais podem e devem legislar sobre o meio ambiente de forma suplementar
a União, e o Estado do Rio de Janeiro assim vem atuando, especialmente desde o final da
década de 1990, compondo uma Legislação Ambiental Estadual que inclui uma série de leis e
decretos. Entre eles, pode-se destacar:
▪ Lei n.º 650/83, que dispõe sobre a Política Estadual de defesa e proteção das bacias
fluviais e lacustres;
▪ Lei n.º 3.239/1999, que institui a Política Estadual de Recursos Hídricos e cria o Sistema
Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
▪ Decreto Estadual nº 6.057/2000 que criou o Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da
Mata Atlântica/RJ, com função de implementar a Reserva, promovendo a conservação
da biodiversidade no domínio da Mata Atlântica e seus ecossistemas associados no
Estado;
▪ Lei n.º 5.067/2007, que regulamenta o Zoneamento Ecológico Econômico do Estado
do Rio de Janeiro - ZEE/RJ;
▪ Lei nº 5.100/2007, referente ao ICMS Verde.
Da mesma forma, o nível municipal pode e deve legislar sobre a preservação e proteção
ambiental em seu território e nessa direção o maior desafio é a compatibilização de todo o
aparato legal federal e estadual incidente com os vários instrumentos de competência
municipal e que detém interfaces com os aspectos ambientais, entre eles: a Lei Orgânica
Municipal - LOM; Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano; Lei de Uso e Ocupação do Solo
Urbano, Lei de Parcelamento do Solo Urbano; Código Tributário Municipal; Código de Obras e
Edificações; Código de Posturas e Código de Saúde ou Código Sanitário e, ainda, as Leis
Orçamentárias e a Agenda 21 local.
No caso de Maricá, importa observar que, desde a promulgação da Lei Orgânica Municipal -
LOM, em 05 de abril de 1990, passando pelo Plano Diretor de 2006, o tema ambiental vem
recebendo o merecido destaque no instrumental jurídico local, seja pelas próprias
características ambientais peculiares de seu território, seja por força do Executivo, do
Legislativo ou da sociedade civil, conscientizada para esses aspectos.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
3. GESTÃO AMBIENTAL
32
As leis municipais que institucionalizam a criação de Unidades de Conservação, também se encontram discriminadas a seguir na
Tabela 10 do item 5.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
A gestão ambiental da RHBG tem como órgão superior do sistema estadual de gerenciamento
do meio ambiente a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS), e como
órgão ambiental, fiscalizador e licenciador, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA). Ao INEA
cabe a tarefa gerencial de prover liderança regional, desenvolver serviços e programas,
articular parcerias e impor o cumprimento da legislação (poder de polícia) com base na Lei
Estadual nº 5.101 de 04/10/2007.
Em 2018, o CBHBG elaborou seu Programa de Aplicação Plurianual (PAP), para o período de
2019 a 2022, o qual foi referendado pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos no mês de
dezembro de 2018, pela Resolução CERHI nº 210/2018. Tendo agora a Associação Pró-Gestão
das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul - AGEVAP como Agência de Bacia e
interveniente nos Termos de Ajuste e de Conduta associados aos recursos disponibilizados ao
Fundo de Recursos Hídricos - FUNDRHI, uma série de atividades, estudos e investimentos
começam a ser implantados.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Por seu turno, o Macroprograma 5: Infraestrutura Verde, visa contribuir com a recuperação de
áreas de vegetação que são importantes para os recursos hídricos da Região Hidrográfica V
(RH-V). No momento, estão sendo elaborados os termos de referência para projetos de
infraestrutura verde no CBH-BG, destacando-se, para o Município a restauração e manejo
florestal nas APPs do Rio Padeco.
O INEA atua ainda na RHBG através das administrações de oito unidades de conservação
(Parques Estaduais da Pedra Branca, Serra da Tiririca, Três Picos e Mendanha, Reserva
Extrativista de Itaipu e APAs Estaduais de Maricá, Rio Macacu e do Alto Iguaçu). Apesar do foco
imediato no território do Município levar a destacar o Parque Estadual da Serra da Tiririca e a
APA Estadual de Maricá, não se pode deixar de considerar a visão regional, até mesmo porque
a APA Estadual do Rio Macacu, por exemplo, tem estreita interface com a disponibilidade
hídrica potencial para Maricá, por meio do sistema de captação Imunana-Laranjal.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
A partir de 2011, dos 25% do ICMS distribuído aos Municípios, 2,5% compõem o índice do
repasse pelo critério ambiental. Maricá destaca-se entre os Municípios beneficiários do ICMS-
Verde estadual, especialmente pela amplitude territorial do conjunto de áreas protegidas no
Município.
Estrutura
Vale observar que tanto a Lei Orgânica quanto o Plano Diretor de 2006 remetiam à Secretaria
do Meio Ambiente as principais funções de formulação e ações de proteção ambiental. Mesmo
o Plano de Manejo das APAS, de 2014, ainda indicava como órgão municipal de gestão de
áreas protegidas a Secretaria Municipal do Ambiente (SMA), criada pela Lei Complementar nº
221 de 27/12/12. Além disso, os artigos 332 e 334 criam respectivamente o Conselho e o
Fundo Municipal do Meio Ambiente, estruturantes da gestão ambiental municipal e exigência
da lei estadual para recebimento das cotas do ICMS-Verde.
De fato, o Plano de Manejo das APAS de Maricá, de 2014 já indicava que “...as Unidades de
Conservação serão administradas pela SMA em parceria com diversas instituições, firmadas
com base em Termos de Cooperação Técnica, e contará com o Conselho Municipal de Meio
Ambiente com funções consultivas e deliberativas”. Tais atribuições foram então incorporadas
à nova Secretaria da Cidade Sustentável, responsável por gerenciar as Unidades de
Conservação - UCs e que possui uma sede no Espraiado (próximo à cachoeira).
116
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Recursos Financeiros
Observa-se que se trata aqui de valores crescentes, uma vez que entre 2009 e 2012, o ICMS-
Ecológico transferido ao Município, em todas as suas componentes e para os quatro anos
totalizou R$ 1.124.006,64. Mesmo considerando o forte recurso orçamentário anual previsto
para as ações em meio ambiente, não se pode deixar de considerá-lo significativo e capaz de
apoiar inúmeras iniciativas da Secretaria da Cidade Sustentável. Logicamente, em Municípios
cujos orçamentos gerais são bem inferiores aos de Maricá, tais incentivos e repasses são ainda
mais relevantes.
117
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Com isso, investir novamente nos critérios avaliados pelo ICMS Ecológico será ainda mais vantajoso e
os Municípios poderão receber mais recursos, no ano seguinte, por meio deste imposto. Segundo esse
decreto, o investimento em unidades de conservação também gerará mais pontos às prefeituras no
ICMS Ecológico, assim como a criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN).
Maricá já recebe pontuação pelas várias Unidades de Conservação existentes em seu território, sendo,
além das duas estaduais, pontuadas as seguintes UCs municipais:
Deve-se registrar que a ARIE do Espraiado está listada no levantamento do ProUC, porém não
é reconhecida como UC e não pontua para recebimento do ICMS-Ecológico. Isto porque, o
Refúgio de Vida Silvestre das Serras de Maricá - REVIMAR já impõe proteção legal aquele
território e em regime de proteção integral.
Na Lei Orgânica Municipal, de 05 de abril de 1990, constata-se que vários artigos tratam de
orientações gerais e reforçam as legislações federais sobre o tema, de forma ampla. Os artigos
332 e 334 criam respectivamente o Conselho e o Fundo Municipal do Meio Ambiente,
orientando, portanto, a estruturação da gestão, aspectos reiterados e detalhados no Plano
Diretor de 2006, modificados posteriormente. Por seu turno, os artigos 337, 338 e 339
118
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Em relação a essas áreas e pontos indicados, é apresentada na Tabela 15, a correlação entre
estes e o PD de 2006, com o intuito de verificar se este logrou de fato abarcá-los em sua
totalidade, verificando também se estão incluídos nas Unidades de Conservação já
institucionalizadas.
O Quadro 7 destaca os principais temas ambientais tratados na LOM com aplicação direta e
especial relevância neste diagnóstico.
Quadro 7. Principais artigos voltados para os temas ambientais na Lei Orgânica Municipal de Maricá.
Art. 337 - São áreas de preservação permanente: I - os manguezais, lagos, lagoas e lagunas e as áreas
estuarinas; II - as praias, vegetação de restingas quando fixadoras de dunas, as dunas, os castões
rochosos e as cavidades naturais subterrâneas-cavernas; III - as nascentes e as faixas marginais de
proteção de água superficiais; IV - as áreas que abriguem exemplares ameaçados de extinção, raros,
vulneráveis ou menos conhecidos, na fauna e flora, bem como aquelas que sirvam como local de pouso,
alimentação ou reprodução. V - as áreas de interesse arqueológico, histórico, científico, paisagístico e
cultural; VI - as florestas e demais formas de vegetação natural, conforme consta dos artigos 2º e 3º da
Lei 4761/65; VII - aquelas assim detalhadas por lei.
Art. 338 - São áreas de relevante interesse ecológico, cuja utilização dependerá de prévia autorização
legislativa preservados seus tributos essenciais: I – as coberturas florestais; II – o sistema lagunar do
Município, integrado pelas Lagoas de Guarapina, Padre, Barra, Maricá, Brava e pelos canais de São
Bento, Cordeirinho e Ponta Negra; III – a bacia hidrográfica do Município. § 1º - Na faixa de proteção do
sistema lagunar do Município são proibidas as seguintes atividades: I – o parcelamento da terra, para
fins urbanos; II – o desmatamento, a extração de madeira e vegetação característica e a retirada de
119
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
espécimes vegetais; III – a caça, ainda que amadorística, e o aprisionamento de animais; IV – a alteração
do perfil natural do terreno; V – a abertura de logradouros; VI – a construção de edificações ou edículas.
Art. 339 - São áreas de proteção ambiental a Ilha da Cardosa, a Ponta do Fundão e a Serra da Tiririca.
Art. 348 - Os lançamentos finais dos sistemas públicos e particulares de coleta de esgotos sanitários
deverão ser precedidos, no mínimo, de tratamento primário completo, na forma da lei.
§ 3º - Será também denunciado pelo poder público por crime previsto no Código Penal e sujeito às
sanções da lei municipal, aquele que não preservar as formas de vegetação natural situados: a) ao longo
dos rios ou de outro qualquer curso d’água, em faixa marginal cuja largura mínima será: 1) de 5 (cinco)
metros para os rios de menos de 10 (dez) metros de largura; 2) de 50 (cinqüenta) metros para os cursos
d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura; 3) de 100 (cem) metros para os
cursos d’água que tenham de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura; 4) nas nascentes ainda
que intermitentes e nos chamados ―Olhos d’água, qualquer que seja a sua situação topográfica, num
raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros de largura; 5) no topo dos morros, montes, montanhas e serras;
6) nas encostas ou partes destas com declive superior a 45º , equivalente a 100% na linha de maior
declive; 7) na Mata Atlântica, definida no § 4º do artigo 225, da Constituição Federal, toda a faixa
litorânea do Município de Maricá.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
O quarto nível se refere às diretrizes para diferentes políticas públicas setoriais, onde sempre
há algum aspecto de interface relevante com os temas ambientais, incluindo diretrizes para o
macrozoneamento, de maneira evitar a pressão da expansão urbana sobre o meio rural e
sobre as unidades de conservação.
Do artigo 128 (Da Instituição de Unidades de Conservação da Natureza) até o artigo 132, o
texto é meramente descritivo dos enquadramentos das UCs, também reproduzindo a
legislação federal sobre o assunto (Lei nº 6.938/81). Encontram-se ainda itens sobre aspectos
de gestão pública dos sistemas, voltados para a criação, implementação e funcionamento do
Conselho e do Fundo Municipal de Meio Ambiente, temas que, conforme anteriormente
indicado, já foram objeto de legislação específica e modificações ao longo do tempo.
Em uma primeira avaliação, percebe-se que, ao tratar da temática ambiental nesses quatro
níveis, o PD 2006 reitera permanentemente a preocupação com essa abordagem, buscando
garantir que ela esteja inserida e seja referencial para todo o amplo conjunto de políticas
públicas associadas ao território e ao uso do solo.
Por outro lado, pela amplitude e abrangência, torna bastante complexa sua aplicação aos
gestores públicos municipais, exigindo grande esforço de articulação e interlocução com quase
todos os setores da Administração municipal, incluindo secretarias e autarquias, sob o risco de
não lograr garantir todas essas diretrizes.
5. ÁREAS PROTEGIDAS
Como antes indicado, o Município de Maricá apresenta diversas áreas protegidas, com
destaque para oito unidades de conservação criadas entre 1984 e 2011 pelos Governos
Municipal e do Estado do Rio de Janeiro. Há um Parque Estadual, três Áreas de Proteção
Ambiental, sendo uma estadual e duas municipais, um Refúgio da Vida Silvestre municipal,
dois Monumentos Naturais municipais e uma Área de Relevante Interesse Ecológico municipal.
Além dessas, também duas Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs).
A Tabela 15 sintetiza o conjunto de UCs, que ocupa 61% do território municipal, apontando a
sua esfera de competência e lei de criação, bem como os pontos indicados no PD de 2006 que
já são protegidos por cada uma delas.
FEDERAL - - - -
ESTADUAL PARQUE PESET - Parque Lei Estadual nº 1.901/ 1991 Serra da Tiririca; Montanhas
ESTADUAL Estadual da Serra alterada pela Lei Estadual nº Darci Ribeiro e Morros das
da Tiririca 5.079/2007 e pelo Decreto Andorinhas e Peça;terrenos da
Estadual nº 43.913/2012; planície arenosa e embrejada
no entorno da lagoa de Itaipu.
Plano de Manejo, estabelecido
121
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
ÁREA DE APAMAR - Área de Decreto Estadual nº 7.230/1984 antiga fazenda São Bento da
PROTEÇÃO Proteção Lagoa, Ponta do Fundão e Ilha
AMBIENTAL - Ambiental Plano de Manejo estabelecido Cardosa.
APA Estadual de Maricá pela Deliberação CECA/CN nº
4.854 de 19/07/07
ÁREA DE APASEMAR - Área Lei nº 2368/2011 alterada pela Serras do Calaboca, Itatindiba,
PROTEÇÃO de Proteção Cassorotiba, Camburi,
AMBIENTAL - Ambiental das Lei nº 2.466/2013 Macaco, Cachoeira Grande,
APA Serras de Maricá Pedra de Inoã, Sapucaia,
Retiro, Lagarto, Chuva,
Silvado, Espraiado, Mato
Grosso e Jaconé; Ponta
Negra; Morro do Bambuí;
Serra do Pindobal; Morro de
Inoã Pequena; Morro e Pedra
de Itaocaia; Morro Cassorotiba
e Morro do Céu
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Espraiado
*Topo da Pedra dos Criminosos; Topo dos Morros de Inoã Pequeno; da Flora;do Imperador; do Sapê;; Sul do Morro do Caxito
Grande (Morro Ubatiba ou Retiro); do Caxito Grande; Morro pequeno próximo a RJ 114 (parte da Serra do Lagarto);Itapeteiu;
entre as Serras do Caju e Silvado; do Padre Guedes (parte da Serra do Caju); Serra do Pindobal; do Bambuí; da Serra de Jaconé
próximo a RJ; da Peça Serra do Caju; do Bosque Fundo.
Vale registrar que, de acordo à Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei do
SNUC) e também ao PD2006, o PESET - Parque Estadual da Serra da Tiririca; o MONAITAOCAIA
- Monumento Natural da Pedra de Itaocaia; o MONAITAOCAIA - Monumento Natural da Pedra
de Itaocaia e o REVIMAR - Refúgio da Vida Silvestre de Maricá fazem parte do grupo das
Unidades de Proteção Integral, cujo objetivo é preservar a natureza, sendo admitido apenas o
uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos em Lei e, como tal,
devem possuir zona de amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos.
O PD 2006 indica que “As Unidades de Conservação da Natureza de qualquer categoria não
poderão ser transformadas como Zonas de Especial Interesse Social” (art. 128, §único).
Naquele mesmo ano, a Prefeitura decretou a Área de Proteção Ambiental Municipal das
Lagoas de Maricá, que abarca as águas e as margens do Sistema Lagunar de Maricá (lagoas de
Maricá, Barra, Guarapina, Padre e Guaratiba), os canais da Costa, São Bento e da Ponta Negra
e as Lagoas Brava e Jaconé. Em sequência foram criados o Parque Estadual da Serra da Tiririca
(1991), a Área de Relevante Interesse Ecológico da Cachoeira do Espraiado (2005), o
Monumento Natural Municipal da Pedra de Itaocaia (2010), o Refúgio de Vida Silvestre de
123
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Maricá e a Área de Proteção Ambiental das Serras de Maricá (2011) e, por último, o
Monumento Natural Municipal da Pedra de Inoã (2011).
A Figura 49, a seguir, apresenta o conjunto das Unidades de Conservação segundo sua
classificação, como de Proteção Integral ou de Uso Sustentável. Segue-se uma breve descrição
das UCs de Maricá, extraída do Plano de Manejo das APAs de Maricá e dos dados disponíveis
nas páginas eletrônicas do INEA.
124
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Com área de aproximadamente 3.493 hectares, o Parque Estadual da Serra da Tiririca foi
criado pela Lei Estadual nº 1.901, de 29 de novembro de 1991 e ampliado posteriormente pelo
Decreto nº 41.266, de 16 de abril de 2008, com a inclusão de áreas de elevado valor ambiental
como o Morro das Andorinhas e parte do entorno da laguna de
Itaipu. Seu perímetro definitivo foi estabelecido na Lei Estadual nº 5.079, de 3 de setembro de
2007, cuja retificação foi publicada no D.O. de 8 de abril de 2011. Foi ampliado pelo Decreto
Estadual nº 43.913, de 29 de outubro de 2012, com a inclusão de 1.241 hectares.
Trata-se de um dos principais parques urbanos do estado do Rio de Janeiro ao lado do Parque
Nacional da Tijuca e do Parque Estadual da Pedra Branca. O PESET tem como característica
singular o fato de ter sido instituído após intensa campanha da sociedade civil, liderada pelo
Movimento Cidadania Ecológica. A Serra da Tiririca foi palco da primeira experiência de
reforma agrária do Brasil (Engenho do Mato, em 1962). O primeiro Estudo de Impacto
Ambiental do Brasil também foi realizado na área hoje incorporada ao Parque. Trata-se do
Plano Estrutural da Cidade Balneária de Itaipu, em 1983.
Localiza-se na região litorânea, abrangendo áreas dos Municípios de Niterói e Maricá. Esta
unidade de conservação é composta por uma área marinha e uma terrestre formada por uma
cadeia de montanhas que adentra o continente na direção sudoeste/nordeste, tendo no seu
divisor de águas a extremidade lindeira dos Municípios de Niterói e Maricá, finalizando seus
limites na rodovia RJ-106. Abrange, além da porção marinha e da cadeia montanhosa que dá
nome à unidade, outras três áreas adjacentes à serra fazem parte da área natural protegida
localizadas em Niterói.
Em Maricá, o Parque abarca terras dos Distritos de Itaipuaçu e Inoã. O acesso ao Parque se dá
por diversas vias, sendo as principais a estrada de Itaipú e a RJ - 106. Atualmente com 3.568
ha, o PESET é formado por três compartimentos: montanhas e morros, planície e ilhas.
O primeiro compartimento é constituído pela Serra da Tiririca, pelas Montanhas Darci Ribeiro
e pelos Morros das Andorinhas e Peça. O segundo abrange os terrenos da planície arenosa e
embrejada no entorno da lagoa de Itaipu, enquanto o terceiro é formado pelas Ilhas do Pai, da
Mãe e da Menina.
A Lagoa de Itaipu não foi incluída no Parque, mas passou a fazer parte de sua Zona de
Amortecimento. De acordo com o art. 25, § 1o do Decreto Federal 4340/2002, art. 25, o órgão
responsável pela administração da unidade estabelecerá normas específicas regulamentando a
ocupação e o uso dos recursos da zona de amortecimento e dos corredores ecológicos de uma
unidade de conservação. As regras são definidas no Plano de Manejo e estabelecidas por
Decreto.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
É formada por terras da União, pela antiga fazenda São Bento da Lagoa, a Ponta do Fundão e a
Ilha Cardosa. Abriga a Comunidade Pesqueira tradicional de Zacarias, presente na área desde o
século XVIII, sítios arqueológicos e o complexo ecossistema de restinga. Este último é formado,
entre outros componentes, por tabuleiros costeiros, um duplo cordão arenoso coberto por
dunas, brejos, vegetações e fauna de restinga.
Trata-se de um ambiente de alta biodiversidade, com mais de 400 tipos botânicos. Ali são
encontradas 19 espécies da flora e fauna únicas no mundo, endêmicos, alguns em vias de
extinção. A Lei nº 2331 de 25 de maio de 2010 estabelece o Plano Diretor Setorial da área da
Restinga de Maricá.
Esta parcela é objeto de grande projeto que inclui resorts, condomínios - o ProjetoMaraey -,
cujo processo de aprovação pelo estado encontra-se suspenso e ainda sem ter sido submetido
ao Município. Possui, ainda, uma grande área urbana de ocupação rarefeita e formada por
dezenas de bairros e condomínios. A maior parte dos domicílios é de uso permanente,
sobretudo no Centro da cidade e nas localidades mais antigas. Nas áreas do litoral e nas
margens das lagoas, as residências são majoritariamente utilizadas para o turismo do tipo
veraneio.
Em 1988, foi aprovado o primeiro Plano Diretor da APA. Posteriormente teve que ser revisto,
mas não foi publicado. O primeiro administrador da APA foi nomeado no segundo semestre de
2007. Neste mesmo ano foi aprovado o novo Plano de Manejo pela Deliberação CECA/CN nº
4.854 de 19/07/07. (Fontes: Plano de Manejo APAs de Maricá, 2014; INEA 2020).
A Constituição Federal do Brasil, em seu artigo 225, determina ao Poder Público definir, em
todas as unidades da federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei,
vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua
proteção. Em 05 de abril de 1990, o art. 331, § 1º, item III da Lei Orgânica de Maricá
estabeleceu que incumbe ao Poder Público “implantar sistema de unidades de conservação
representativo dos ecossistemas originais do espaço territorial do Município, vedada qualquer
utilização ou atividade que comprometa seus atributos essenciais”.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
• APALAGUNAR
Criada pela Lei nº 416, de 11/09/1984 inclui o Sistema Lagunar de Maricá (Lagoas de Maricá,
Barra, Guarapina, Padre, Guaratiba e Brava). Vale lembrar, como já indicado no item 3.2.2 e
MAPA 04 que o grande complexo lagunar é mais amplo e inclui além das já citadas, a lagoa de
Jaconé, isolada a leste na divisa com Saquarema, além dos canais de Ponta Negra e de
Itaipuaçu que ligam as lagoas ao mar. Trata-se de um dos maiores complexos lagunares do
estado, denominado Maricá-Guarapina, com rios, lagoas, riachos e brejos. Para esta APA,
ainda não existe Plano de Manejo, como indicado no item 5.3, apesar de haver previsão para
tal desde a elaboração do Plano de Manejo das APAS de Maricá, que não a incluiu.
A Área de Proteção Ambiental das Serras de Maricá foi criada em 2011 pela Lei Municipal nº
2.368 de 16 de maio. Com 3.378,70 hectares, a APA forma um cinturão no entorno do Refúgio
de Vida Silvestre de Maricá, além de proteger outras áreas. Inclui áreas entre 50 e 100 metros
das Serras de Maricá: Calaboca, Itatindiba, Cassorotiba, Camburi, Macaco, Cachoeira Grande,
Pedra de Inoã, Sapucaia, Retiro, Lagarto, Chuva, Silvado, Espraiado, Mato Grosso e Jaconé;
Ponta Negra; Morro do Bambuí; Serra do Pindobal; Morro de Inoã Pequena; Morro e Pedra de
Itaocaia; Morro Cassorotiba e Morro do Céu.
O Refúgio da Vida Silvestre de Maricá foi criado em 2011, pela Lei nº 2.368 de 16/05, com o
nome de “Refúgio Municipal da Vida Silvestre das Serras de Maricá”. Em 23/09/2013, a Lei nº
2.466 redefiniu os limites terrestres e marinhos na Ponta Negra, incorporou as Ilhas Maricá e
estabeleceu a denominação atual. Com uma superfície de 9.033 ha (90,33 km²), protege cerca
de 25% das terras municipais, estendendo-se desde a divisa com Niterói até os limites com
Saquarema, cobrindo os bairros de Centro, Flamengo, Itapeba, São José de Imbassaí, Jacaroá,
Retiro, Camburi, Pindobas, Caxito, Ubatiba, Pilar, Lagarto, Silvado, Condado de Maricá,
Marquês de Maricá, Ponta Negra, Jaconé, Balneário Bambuí, Pindobal, Caju, Manoel Ribeiro,
Espraiado, Vale da Figueira, Bananal, Inoã, Chácaras de Inoã, Calaboca, Spar, Santa Paula,
Cassorotiba, Recanto de Itaipuaçu, Morada das Águias e Itaocaia Valley.
Seu tamanho é pouco mais que o dobro do Parque Nacional da Tijuca, sendo superior ao
território de 11 Municípios do Estado do Rio de Janeiro. O Refúgio protege montanhas com
remanescentes de florestas, vegetação de afloramento rochoso, nascentes e córregos,
parcelas da Ponta Negra, como a praia da Sacristia e a parte emersa das Ilhas Maricá.
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O Monumento Natural da Pedra de Inoã foi criado em 2011 pela Lei nº 2.369. Abrange 132
hectares e protege a Pedra de Inoã, um imponente monumento geológico que ascende a 480
metros de altitude, facilmente visto da RJ-106. Trata-se de um marco da cidade de Maricá.
Quanto ao nome da elevação que protege, seu significado é controverso, parecendo ser uma
corruptela de “nonã”, que indica “encestar, afunilar”. De fato, a Serra de Inoã forma uma
garganta afunilada ao encontrar-se com a da Tiririca, onde esta atualmente a RJ-106. A base da
Pedra de Inoã forma um contínuo com as serras da Cachoeira Grande, Macaco e Camburi. O
Refúgio e a APA foram criados superpostos à superfície do Monumento Natural.
Criado em 2010 pela Lei nº 2.326, o Monumento Natural da Pedra de Itaocaia abrange 109,39
ha. É delimitado pela cota 50 e possui uma zona de amortecimento estabelecida na Lei de
criação. Vizinho ao Parque Estadual da Serra da Tiririca, a Pedra de Itaocaia atinge 389m de
altitude e se destaca na paisagem pela beleza de seu formato pontiagudo. É mencionada no
diário de viagem de Charles Darwin. Também carrega o nome da elevação que protege, a qual
deriva de “tocaia”, que significa observatório, mirante. Fazer tocaia ou tocaiar quer dizer ficar
a espreita. O local foi por muito tempo um pouco de tocaia para atacar tropas de viajantes. A
base da formação rochosa é coberta de florestas em vigoroso processo de recuperação. A APA
superpôs sua área à do Monumento Natural da Pedra de Itaocaia.
Espraiado é uma designação histórica da maneira pelo qual as águas daquele rio se espraiavam
pelas planícies aluviais (várzeas) tomadas de varjedos (brejos). Abrange as partes médias e o
fundo do vale do rio Caranguejo e as encostas das Serras do Silvado, Chuva, Espraiado e Mato
Grosso até os divisores de água. Protege florestas, vegetação de afloramento rochoso,
nascentes, córregos e riachos. Tem intensa visitação nos fins de semana, especialmente
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
A Lei do SNUC determina que as unidades de conservação devem dispor de Plano de Manejo
abrangendo a superfície estabelecida em ato legal, a zona de amortecimento e os corredores
ecológicos, incluindo medidas para promover a integração à vida econômica e social das
comunidades vizinhas (art. 27, § 1º e 2º). Plano de Manejo é o documento oficial que guia a
gestão dos ecossistemas e dos recursos naturais e culturais, os usos públicos e a implantação e
manutenção das instalações que suportam a gestão e os usos.
É o instrumento gerencial mais importante das unidades de conservação. Junto com leis,
regulamentos, normas e procedimentos corporativos, ele estabelece como as unidades de
conservação devem ser demarcadas, implantadas, operadas, monitoradas e financiadas.
Também a mesma Lei do SNUC conceitua Zoneamento como a “definição de setores ou zonas
em uma unidade de conservação com objetivos de manejo e normas específicas, com o
propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade
possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz (Lei no 9.985 de 18/07/00 Art. 1o , XVI)”.
O Zoneamento é o principal meio que o Poder Público tem para ordenar o uso das terras nas
unidades de conservação.
Das duas APAs estaduais, somente o PESET - Parque Estadual da Serra da Tiririca possui Plano
de Manejo, estabelecido pelo Decreto Estadual nº 41.048, de 4 de novembro de 2007.A
implantação desse Plano de Manejo encontra-se em estágio inicial de desenvolvimento,
contando com sede, sinalização, equipe e veículos, mas a situação fundiária permanece em
grande parte não equacionada, estimando-se que menos de 3% estejam regularizadas.
Já a APAMAR - Área de Proteção Ambiental Estadual de Maricá conta apenas com a Lei
Municipal nº 2331 de 25 de maio de 2010, que estabelece o Plano Diretor Setorial da área da
Restinga de Maricá.
No nível municipal, com a finalidade de unificar políticas, facilitar a governança, reduzir custos
e assegurar a eficiência operacional e administrativa, a antiga Secretaria Municipal do
Ambiente decidiu produzir, em 2014, o Plano de Manejo Integrado das Áreas Protegidas de
Maricá - Unidades de Conservação (PLAMINAP-UC), ou seja, um único plano de manejo
integrado para cinco unidades de conservação, a saber: Refúgio da Vida Silvestre de Maricá,
Área de Proteção Ambiental Municipal das Serras de Maricá, Monumento Natural da Pedra de
Itaocaia, Monumento Natural da Pedra de Inoã e Área de Relevante Interesse Ecológico da
Cachoeira do Espraiado.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Ressalta-se que a ARIE do Espraiado não sofreu zoneamento, uma vez que, conforme
informação da Secretaria da Cidade Sustentável, ela deverá ser extinta, visto que o REVIMAR já
impõe proteção legal aquele território e em regime de proteção integral.
A Área de Proteção Ambiental das Lagoas de Maricá, por ser essencialmente aquática, não fez
parte desse conjunto, sendo que havia previsão que seria providenciada a formulação de um
plano de manejo específico para esta importante unidade de conservação em separado o que,
segundo informação da Secretaria da Cidade Sustentável, não ocorreu até este momento.
Conforme indica o próprio Plano de Manejo Integrado das APAS de MARICÁ, este se constitui
no “instrumento onde a SMA estabelece um conjunto de diretrizes e ações que assegurem o
cumprimento da Lei Federal 9.985 de 18 de julho de 2000 e dos objetivos do Sistema
Maricaense de Áreas Naturais Protegidas. Este guiará a gestão pelos próximos dez anos (até
2024), podendo ser reavaliado a atualizado após cinco anos ou a qualquer momento pela
Secretaria Municipal do Ambiente (ou Secretaria da Cidade Sustentável) com base em decisão
aprovada por conselho municipal”. O Plano de Manejo Integrado inclui: informações sobre a
localização e os acessos às unidades de conservação; analisa o sistema maricaense de áreas
protegidas e o âmbito do plano; contextualiza as unidades de conservação e avalia a região de
influência; apresenta uma síntese geográfica e ambiental das unidades de conservação;
estabelece o zoneamento; descreve as diretrizes gerenciais para implementação e operação;
elenca as atividades prioritárias e as organiza em um programa; reúne informações
complementares em um anexo.
Para cada tipologia de zona de manejo definida foram estipuladas normas pela SMA, com fins
de harmonizar a realização de diferentes atividades. Como são categorias de UC que permitem
a existência de propriedades privadas em seus domínios, a SMA buscou, na medida do
possível, alinhar e harmonizar o zoneamento do Plano de Manejo Integrado com o do Plano
Diretor Municipal de 2006, evitando criar incompatibilidades entre esses instrumentos de
ordenamento territorial. A Figura 50, a seguir, indica o zoneamento assumido para o conjunto
das UCs de Maricá, tanto as municipais, quanto as estaduais.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
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Para além das UCs, o Sistema Maricaense de Áreas Naturais Protegidas é mais abrangente,
incorporando outros espaços protegidos. Vale reproduzir aqui a abordagem e abrangência
registradas no Plano de Manejo Integrado das APAs de Maricá:
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Quadro 8. Espaços territoriais Protegidos pelo Sistema Maricaense de Áreas Naturais Protegidas.
Entende-se por área natural protegida o “...espaço geográfico claramente definido, reconhecido,
dedicado e gerido, mediante meios legais ou outros meios efetivos, de modo a alcançar a conservação a
longo prazo da natureza e dos serviços ecológicos e valores culturais associados” (IUCN, 2008). Com uma
superfície de 362,57 km², o Município de Maricá apresenta um rico patrimônio natural e, para manter a
integridade ambiental deste patrimônio, estabeleceu o Sistema Maricaense de Áreas Naturais
Protegidas (SISMANP), composto pelos seguintes espaços territoriais protegidos:
• Unidades de Conservação, nos termos da Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000; • Reservas
Legais, estabelecidas pelo Novo Código Florestal, Lei Federal nº 12.651 de 25 de maio de 2012;
• Áreas de Preservação Permanente, conforme provisão do Novo Código Florestal, Lei Federal nº 12.651
de 25 de maio de 2012;
• Áreas cobertas com remanescentes de mata atlântica e ecossistemas associados, nos termos da Lei
Federal nº 11.428 de 22 de dezembro de 2006;
• Áreas Úmidas, nos termos da Convenção de Zonas Úmidas de Importância Internacional (Convenção
RAMSAR), ratificada pelo Decreto Federal nº 1.905 de 16 de maio de 1996;
• Costões rochosos, nos termos do art. 268, incisos I e II, da Constituição Estadual;
• Zona costeira, nos termos do § 4º, art. 225 da Constituição Federal e da Lei Federal 7.661, de 16 de
maio de 1988;
• Praias, nos termos do artigo 10 da Lei Federal nº 7.661, de 16 de maio de 1988;
• Ilhas oceânicas, nos termos do art. 44 da Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000;
• Sítios arqueológicos, nos termos da Lei Federal nº 3.924, de 26 de julho de 1961, e;
• Praças, parques urbanos, além de espaços livres e áreas verdes, nos termos do artigo 22 da Lei º 6.776,
de 19 de dezembro de 1979 e do artigo 99, inciso I da Lei Federal nº 10.406, de 10.01.2002 (Código
Civil).
O Sistema tem por objetivos manter e restaurar a integridade ecológica dos ecossistemas e o
patrimônio biológico multimilenar, preservar e restaurar o patrimônio histórico-cultural, assegurar o
desenvolvimento sustentável e promover a inserção regional integrando as áreas protegidas na vida
econômica e social das comunidades.
O Sistema será operado com base na Estratégia Municipal de Áreas Protegidas, documento de nível
estratégico a ser formulado pela SMA, bem como por manuais corporativos, planos de manejo das
unidades de conservação e outros instrumentos. A planificação, implantação e operação do Sistema têm
como fonte primária o orçamento da SMA e o Fundo Municipal de Proteção e Conservação Ambiental
(FMPCA), criado pela Lei nº 2292 de 16 de abril de 2009, bem como recursos de compensação ambiental
e contrapartidas oriundas de processos de licenciamento ambiental.”
Reitera-se que o Plano de Manejo Integrado das APAs de Maricá aprofunda, conforme sua
missão, as descrições, reconhecimentos, análises e proposições, devendo servir como
referencial permanente para a atuação da Secretaria da Cidade Sustentável.
Além destes, estava prevista a criação de um cadastro fundiário, em sintonia com o Cadastro
Ambiental Rural (CAR) em execução pelo INEA e os cadastros do INCRA, ao mesmo tempo em
que estabelecerá parcerias com a Procuradoria Municipal para cumprir o art. 317 da Lei
Orgânica, visando identificar e arrecadar terras públicas e também garantir o adequado
relacionamento com os proprietários rurais nas UCs.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
- Assegurar uma área que permita a variação livre dos níveis das águas, em sua elevação
ordinária;
Esclarece ainda que “as larguras das FMPs determinadas em lei são larguras mínimas, que
podem ser ampliadas por critérios técnicos ou pela presença de ecossistemas adjacentes
relevantes, os quais devem ser integralmente incluídos na FMP (por exemplo: manguezais,
dunas, vegetação de restinga, brejos perilagunares e costões rochosos). Também devem
constar integralmente na FMP os terrenos de Marinha e acrescidos.
A demarcação da FMP atende aos critérios estabelecidos pela Lei nº 4.771/1965 (Novo Código
Florestal) e pela Lei estadual nº 650/1983 (Política Estadual de Defesa e Proteção das Bacias
Fluviais e Lacustres do Rio de Janeiro)”.
De acordo ao art. 268, inciso III, da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, a Faixa Marginal
de Proteção (FMP) é um tipo específico de Área de Preservação Permanente (APP). A FMP visa
a proteger especificamente o corpo hídrico, enquanto a APP do Código Florestal tem como
objetivo proteger a vegetação.
Por seu turno, as definições e parâmetros sobre APP são encontrados nos seguintes diplomas
legais: Lei nº 4.771/1965 - Código Florestal; Resolução Conama nº 302/02 - Dispõe sobre os
parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Tanto a LOM quanto o Plano Diretor de Maricá trazem artigos específicos que reforçam as
FMP e as APPs, destacando-se os artigos 356, par. 3º e 357 da LOM, já anteriormente
indicados, no Quadro 8.
As Figuras a seguir, elaboradas pelo IBAM, indicam e demonstram a incidência de FMP e APPs
no território de Maricá. A Figura 51 explicita a topografia, coma divisão das altitudes nas faixas
até 50 m; entre 50 e 100 m e acima de 100m, indicando a incidência de APPs. Por seu turno, a
Figura 52 destaca as APPs referentes aos topos de morro e encostas com declividade maior
que 45º; a Figura 53 ilustra as APPs das centenas de nascentes no território municipal e a
Figura 54 agrega as APPs referentes à toda a rede hidrográfica e das lagoas.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Figura 52. APPs em topos de morro e encostas com declividade superior a 45º.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Ao superpor esse amplo conjunto de FMP e APPs por sobre a malha urbana existente
atualmente (Figura 55), pode-se perceber a complexidade do desafio enfrentado pela
Secretaria da Cidade Sustentável em cada processo de licenciamento de parcelamentos para
fins urbanos ou mesmo obras.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
configuração repleta de serras, picos e montes íngremes, rede hidrográfica, planície e lagoas e
canais na ampla extensão costeira.
Entende-se que o processo de revisão do PD exigirá analisar se as atuais leis referentes ao uso
do solo e demais políticas de fato atenderam a essas amplas orientações, e buscar sintetizá-
las, resumi-las, de maneira a reforçar sua função e aplicação nas futuras legislações.
Desta forma, podem-se identificar quais pontos indicados pela LOM ou pelo PD 2006 ainda
não estão cobertos por esse aparato legal, e deverá ser objeto de verificação na revisão do PD
que ora se realiza. Assim, em tese, não seria necessário que o novo Plano Diretor os
relacionasse novamente, bastando apenas garantir o respeito aos limites das UCs, seus
zoneamentos quando decorrentes de Planos de Manejo, zonas de amortecimento e faixas
marginais de proteção.
Verifica-se, em relação às serras ali anotadas, que todas as 18 previstas para proteção no PD
de 2006 estão abrangidas por UCs. Quatro delas (Espraiado; Mato Grosso; Engenho Novo e
Padre) são protegidas por duas áreas de proteção que se superpõem, e uma, a Serra do Barro
de Ouro, é protegida por três áreas de proteção que se superpõem.
Dos 28 morros indicados no PD, apenas três não estão abrangidos por UCs, um dos indicados
na listagem do PD sequer pertence ao território de Maricá, localizando-se no Município vizinho
de Tanguá. O Pico da Lagoinha é abrangido por duas UCs concomitantemente.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Todos os 45 rios, canais e córregos, ainda que não explícitos em UCs específicas, estão
naturalmente protegidos tanto pela legislação federal, que exige as Faixas Marginais de
Proteção (FMP), quanto pela Lei Orgânica Municipal.
As lagoas e as ilhas estão todas protegidas restando, portanto, olhar mais apurado sobre seis
Pontas e quatro Enseadas, para que sejam previstas proteção específica determinada pelo
novo Plano Diretor.
Tendo em vista que o Município possui por volta de 120 km² de áreas protegidas em Unidades
de Conservação, para além de sua função de licenciamento ambiental e do gerenciamento do
ecossistema dos patrimônios naturais e culturais, dos usos públicos e a implantação e
manutenção das instalações nessas UCs, parte dessas iniciativas se volta para o
desenvolvimento do ecoturismo, com atividades de caminhadas, contemplação, observação,
tanto para os cidadãos de Maricá quanto visando a atração de turismo, e de educação
ambiental, reforçando esse potencial.
O Plano de Manejo das APAs de Maricá, de 2014, já apresentava uma ampla listagem de
projetos previstos, no âmbito do estado e do Município, sendo que alguns se concretizaram,
outros não. A tabela 16 transcreve essa listagem, para fins de verificação.
Observa-se que as informações sobre a situação atual/andamento dos projetos estão sujeitas a
eventuais falhas, especialmente nos projetos sob a alçada estadual, visto que, em função da
quarentena e mesmo pela fragilização desses organismos, as informações não puderam ser
obtidas por fontes oficiais, e tão somente por contatos informais. Em seguida, enumeram-se
os principais planos, programas e ações efetivamente em desenvolvimento pela Secretaria de
Cidade Sustentável, de interesse para este tema.
Tabela 16. Projetos previstos em 2014 que constam do Plano de Manejo das APAs de Maricá.
PROJETO SITUAÇÃO ATUAL
Zoneamento da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (SEA) Há um novo mapa, elaborado há alguns anos
Faixa Marginal de Proteção (FMP) do Sistema Lagunar de Sem ações por parte do estado, no momento
Maricá, pelo INEA
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Implementação do Caminho Darwin (INEA, PMM e PMN) Em implementação, somente com sinalização
Elaboração do Plano de Manejo do Parque Estadual da Costa Em elaboração; não abrange o território de Maricá, porém
do Sol (em andamento pelo INEA) sua implementação tem interfaces positivas, especialmente
para o turismo
RPPN da Fazenda Pilar, com 250 ha, da empresa Scopel Não consta do ICMS Verde– em processo de homologação
no INEA
Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil Já existe um Plano Municipal de Contingência de Proteção e
Defesa Civil, editado em 2020
Elaboração do Plano de Manejo da APA do Sistema Lagunar Segundo a Secretaria da Cidade Sustentável, ainda não foi
de Maricá (SMA) feito
Criação do Parque Natural de Niterói – PARNIT, previsto para Não se situa no território de Maricá
2014 (Prefeitura de Niterói)
Criação de Refúgio de Vida Silvestre em Saquarema, com Não se situa no território de Maricá, porém a Serra do Mato
9.900 hectares, abrangendo a Serra de Mato Grosso e outras Grosso faz a divisa entre os Municípios, portanto há
montanhas e as áreas alagáveis no entorno da Lagoa de interface
Saquarema, previsto para 2014 (Prefeitura de Saquarema)
Programa Maricá + Verde (PMM/SMA) Iniciado em 2014, segue sendo implementado com controle
de mudas e árvores plantadas
Remediação do Vazadouro de Lixo, por parte da SMA em Não ocorreu até o momento e não há previsão por parte da
parceria com a SEA SEAS/INEA
Fontes: Técnicos da SEA/INEA obtidas de maneira informal e sujeitas à verificação; entrevista com Secretário da Cidade
Sustentável.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
- Sede da Unidades de Conservação: a sede oferece atrativos como o Ecomuseu Bertha Lutz.
No espaço são expostas fotografias e espécies de peixes em diferentes aquários encontrados
nas lagoas do município. O EcoMuseu tem por objetivo a interdisciplinaridade baseada na
ecologia, com a participação da comunidade e voluntários, através da interpretação de
imagens do meio ambiente natural. Assim como a Estação Ecobike (dez bicicletas ficam
disponíveis para empréstimo das 8h às 17h e são retiradas após cadastro prévio na Unidade de
Conservação), o EcoMuseu integra o selo EcoAtitude, criado pela Secretaria da Cidade
Sustentável com o objetivo de identificar ações voltadas para a sustentabilidade.
- TransMaricá: projeto de trilhas de longo curso, inserindo Maricá no setor de ecoturismo que
mais cresce no mundo. A TransMaricá cruza a cidade de leste a oeste, passando por lindas
paisagens e áreas naturais protegidas, podendo ser completada num total de 3 dias, sendo
totalmente gratuita e idealizada e gerida pelo poder público municipal, através da Secretaria
de Cidade Sustentável.
- Projeto Caminhos de Maricá: envolve as trilhas de longa caminhada, com a primeira fase já
entregue e previsão de finalização até o final do ano; o projeto inclui a base georeferenciada e
placas de indicação.
- Projeto Mofama (Monitoramento da Fauna de Maricá): projeto que se propõe a ser longo,
contínuo e permanente, objetiva avaliar a efetividade das Áreas Naturais Protegidas para a
conservação da biodiversidade por meio de apanhamento e análise contínua das tendências
populacionais de diferentes espécies. A iniciativa, que adota o protocolo do Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade - IcmBio, serve como modelo para execução de
programas de pesquisa nas áreas naturais protegidas da cidade. O levantamento alimentará
um banco de dados que será disponibilizado para pesquisas e ações de conservação a serem
implantadas nas UCs do Município. Complementarmente, o projeto visa apoiar ações de
educação da população no que diz respeito a preservação das espécies nativas.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
- Programa Maricá + Verde: Iniciado em 2014, segue sendo implantado com distribuição,
plantio e controle de mudas de árvores nativas da Mata Atlântica. Semanalmente são
distribuídas aprox. 100 mudas por bairro para fins de arborização por meio do “Maricá + Verde
Visita seu bairro” cujo calendário trimestral é divulgado pela prefeitura e página do Projeto no
Facebook. Ao longo dos seis anos de existência foi construído um Viveiro Florestal Municipal e
2 realizado o plantio/doação de mais de 30.000 mudas sendo o reflorestamento localizado na
bacia do Rio Ubatiba o mais relevante.
- Projeto Ubatiba Vivo: Implantação do Projeto "Ubatiba Vivo” que prevê o reflorestamento
de oitenta hectares na bacia do rio Ubatiba com monitoramento e manutenção pelo período
de seis anos além da inclusão da comunidade local nas atividades. Soma-se ainda a previsão de
implantação do Pagamento por Serviços Ambientais para os proprietários locais na forma de
moeda social “Mumbuca Verde";
Não se pode deixar de registrar que valores pertencentes ao Fundo Municipal de Meio
Ambiente serão repassados à SANEMAR para implementação das infraestruturas de
esgotamento sanitário, aspecto fundamental para minimizar os problemas ambientais urbanos
e de saúde, especialmente quanto à eutrofização das lagoas. Também os investimentos
significativos na macrodrenagem de Itaipuaçu reverterão em melhoria da qualidade da água
das lagoas, atualmente em processo de eutrofização.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Também vale observar que o Subcomitê Maricá-Guarapina vem atuando no âmbito do CBH-
BG, na articulação para projetos e captação de recursos voltados para o município de Maricá.
Está previsto no Macroprograma: Infraestrutura Verde a parceria com a Prefeitura de Maricá
para criação de viveiro de mudas.
7. CONFLITOS E DESAFIOS
São amplos os conflitos e desafios colocados para a Administração municipal de Maricá como
um todo, em particular para a Secretaria da Cidade Sustentável, considerando as
características do seu território, o processo de ocupação urbana e rural e, principalmente, as
amplas perspectivas de desenvolvimento local resultantes da maior disponibilidade de
recursos oriundos dos royalties do petróleo e da ampla gama de políticas públicas e projetos
preconizados nos mais diversos setores.
Vale destacar, nesse aspecto, que se encontram ativos relevantes já verificados junto à
Administração municipal, que reforçam as capacidades locais para fazer frente a esses
desafios, entre os quais:
Engloba tanto aqueles voltados para a gestão ambiental strictu senso - leiam-se aspectos de
proteção e preservação de áreas protegidas -, como especialmente nas interfaces com os
demais temas. Também vale observar que muitos desafios correspondem a decisões e ações
no campo da gestão ambiental, associados a programas e atividades para seu aprimoramento.
Porém foca-se aqui especialmente naqueles conflitos e desafios que remetem à proteção
ambiental em suas interfaces com o uso do solo e com a qualidade de vida dos habitantes e
visitantes, sendo que vários desses aspectos são tratados nos demais capítulos deste
diagnóstico.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
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• Preservação das restingas: da mesma maneira que o sistema lagunar, as restingas têm
importante função de proteção das áreas baixas às ressacas. Segundo levantamento
realizado pelo Centro de Conservação da Biodiversidade da Conservation International do
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
Brasil, em parceria com a UERJ, “ ... apenas por se encontrarem relativamente isoladas das
cidades e dos turistas é que algumas áreas ainda escapam do que parece ser o destino
desse conjunto de matas à beira-mar, chamado de porta de entrada da Mata Atlântica”. O
estudo aponta que um dos problemas é que “...as restingas praticamente desaparecem
diante da Mata Atlântica, uma vegetação mais exuberante à qual estão associadas - e
igualmente devastadas desde que os colonizadores europeus aportaram suas caravelas.”
Além disso, a própria manutenção das restingas significa um forte diferencial em relação a
todo o litoral brasileiro, tendo em vista que a maior parte das originalmente existentes não
foram adequadamente preservadas.
• Preservação das Beach Rocks: trata-se de uma formação geológica milenar, testemunho da
linha original do litoral, cujas condições são específicas de Maricá. Além de se tratar de um
testemunho geológico relevante, apontado por Darwin, quando esteve na região, ainda no
final do Século XIX, as beach rocks cumprem uma função importante de ajudar a amenizar
a energia das ondas e a força das marés nessa linha da costa. Projetos de importância
estratégica para o Município, como o próprio Porto de Jaconé, aparentemente, ainda não
consideraram a dimensão da relevância de sua preservação e não incorporam alternativas
que reforcem sua proteção.
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• Trilha Darwin: caminho percorrido na segunda metade do Século XIX por Charles Darwin,
naturalista, geólogo e biólogo britânico, célebre por seus avanços sobre evolução nas
ciências biológicas, quando chegou à região de Maricá a partir da Serra da Tiririca. Este
item é tratado de maneira mais aprofundada no capítulo relativo ao Patrimônio Histórico e
Cultural, porém tem aqui forte destaque e relação com os temas ambientais.
Vista geral desde a Serra da Tiririca, por onde Darwin adentrou ao território de Maricá.
Foto IBAM, 28/07/2020.
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• Erosão Costeira: toda a linha da costa maricaense é sujeita a eventos resultantes das
ressacas, estas decorrentes dessa progradação da linha costeira, com subidas de marés
associadas a ventos intensos, fatos que, além de tender a impactar na própria costa,
também contribuem para deposição sedimentar além da barreira arenosa. Verifica-se que
as novas obras de urbanização realizadas tanto em Itaipuaçu, quanto na praia de Jaconé,
com implantação das avenidas, calçadões e ciclovias em níveis mais altos que as
construções às suas margens, incluem também o enrocamento e a colocação de barreiras
de pedra, visando melhor proteção a essas obras e à ocupação.
• Desafios e demandas para as APAs segundo o Plano de Manejo das APAs de Maricá: para
as UCs estaduais, o Plano de Manejo das APAs de Maricá já indicava uma ampla listagem
de desafios. A despeito de serem estas UCs de responsabilidade do governo estadual, tal
listagem dá conta de desafios cujo enfrentamento exige também estreita colaboração com
o Município, muitos dos quais se repetem nas demais UCs municipais.
PESET:
− Equacionar a situação fundiária;
− Implementar o Plano de Manejo;
− Reduzir a incidência de queimadas;
− Reduzir o roubo de animais nativos (captura e tráfico de animais silvestres);
− Reduzir o roubo de plantas nativas ornamentais;
− Implantar infraestrutura de apoio a visitação;
− Reduzir a população de espécies de plantas e animais exóticos;
− Lixo deixado pelo mar nos costões rochosos da enseada do Bananal e por visitantes.
APA de Maricá:
− extração ilegal de areia;
− retirada de plantas ornamentais da restinga;
− degradação da vegetação por jipeiros;
− ocupação ilegal da faixa marginal de proteção da lagoa de Maricá;
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Desde junho de 2019 há uma decisão que proíbe a expansão imobiliária na APA de Maricá. A
decisão confirma uma liminar obtida pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro no
Superior Tribunal de Justiça (STJ) então concedida pela ministra Laurita Vaz, que relatou
recurso em ação civil pública na qual a Associação Comunitária de Cultura e Lazer dos
Pescadores de Zacarias requer medidas para coibir a especulação imobiliária da APA. Segundo
essa decisão: “Está proibido o licenciamento, loteamento, construção e instalação de
empreendimentos no interior e no entorno da Área de Preservação Ambiental (APA) da
Restinga de Maricá”.
Apesar de idas e vindas, com notícias mais recentes de potencial reinício do processo de
licenciamento, o fundamental é o envolvimento da Secretaria da Cidade Sustentável em toda
essa discussão, audiências e articulação com as comunidades e toda a administração, para que
a melhor solução seja encaminhada, atendendo aos interesses do Município.
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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Nesse cenário, uma nova marca desse perfil de desenvolvimento poderia ser destacada e
disseminada no Plano Diretor ora em revisão, a partir de uma abordagem ambiental, com
olhar contemporâneo sobre o aproveitamento dos recursos naturais, economia verde e de
baixo carbono, alocando mais recursos públicos no setor, incluído logicamente o saneamento
básico e os investimentos em prevenção de riscos, e envolver parcerias. Nessa direção, a
Secretaria da Cidade Sustentável assumiria um protagonismo e transversalidade frente a todas
as áreas da Administração municipal - secretarias e autarquias -, não somente como órgão
licenciador - a posteriori -, mas, e principalmente, como órgão articulador e indutor de
políticas, programas e ações coerentes com essa abordagem, mormente junto à Secretaria
Municipal de Urbanismo.
Assim, a utilização dos instrumentos do Estatuto da Cidade deve ser acelerada, porém com
olhares diferenciados em função das condições locais e ambientais e de uma nova visão sobre
o desenvolvimento em bases sustentáveis, podendo-se sugerir, preliminarmente e para fins de
reflexão ao longo dos debates, estratégias como:
- não estimular a ocupação, por meio da aplicação do IPTU progressivo no tempo, das áreas
onde se deseja postergá-la -leiam-se loteamentos sem infraestrutura e principalmente
aqueles que ainda guardam espaços de vegetação nativa e habitat das espécies em extinção;
- buscar a retomada pela Prefeitura dos lotes com dívida ativa; usar direito de preempção
para recompra de lotes em áreas que se deseja preservar ou recuperar; aprovar no PD a
possibilidade de permuta de lotes, entre áreas a preservar e aquelas com infraestrutura
(visão estratégica a desenvolver com os projetos e planos de saneamento básico);
Em suma, esses e outros instrumentos de política urbana e ambiental poderão ser articulados
em estratégias de desenvolvimento sustentável que poderão conferir uma marca única e
diferencial ao Município de Maricá.
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ANEXOS
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ANEXO DREN 02: RELAÇÃO DAS DIRETRIZES PROPOSTAS NO PLANO DIRETOR 2006 POR GRAU DE ATENDIMENTO
Unidade de Diretrizes do Plano Diretor 2006 Índice Comentários sobre o atendimento à diretriz Grau de
Planejamento (UP) Fotográfico atendimento
(de 0 a 10)
XVII – dragar e recuperar as margens do Rio Taquaral e do Rio Rio Taquaral em imagem do Google Maps 2016 ainda aparece 5
1
Bosque Fundo; assoreado. Rio Bosque fundo foi retificado.
UP 02 – Inoã -
XXI – resolver o problema de drenagem do valão localizado no
2 Nas imagens do Google Maps 2016 ainda aparece alagada.
Bananal em Inoã;
IV – dragagem do Rio Bambu liberando o livre curso das águas Nas imagens do Google Maps 2016 aparece retificado e dragado 10
3
seja para o mar, seja para a Lagoa de Maricá; no trecho urbano
V – dragagem do Canal de São Bento e do Rio Brejo da Costa 10
liberando o livre curso das águas seja para o mar, seja para a 4 Visita a campo em 2020. Dragado e margens estáveis
Lagoa de Maricá;
VI – dragagem do Canal da Rua dos Narcisos e abertura de 10
Em imagem do Google Maps de 2018, obras de dragagem e
Canal iniciando na Rua 17, passando pela Rua 32, indo até o 5
regularização
Rio Bambu;
Em visita a campo, foi observado o canal desobstruído. Imagem de 6
VII – dragagem total do Canal da Costa liberando o
6 satélited Google Maps de 2020 mostram trecho de 2,7km entre
escoamento das águas para o mar;
av. Um e rua 53 erodido e com vegetação na calha
UP 03 – Itaipuaçu
VIII – abertura de “Barra Permanente” no Recanto de Em visita a campo, foi observada uma abertura estável. Resta 8
7
Itaipuaçu; saber a periodicidade da dragagem de abertura
Imagem do Google Maps de maio/2020: Rua um executada, rua 70 10
IX – alargamento de 30 m (trinta metros) nas pontes das Ruas
8 executada, rua 83 executada, Avenida um OK. Obs. Rua 53
1(um), 70 (setenta), 83 (oitenta e três) e Avenida 1(um);
aparentemente em obra de ponte.
XXI – implantar na área da Lagoa Costa Brava uma zona Deve estar se referindo à Lagoa da Costa Verde, local muito baixo, 0
recreacional que deverá servir como póloreguladorde 9 próximo à intervenção 5. De acordo com imagem do Google Maps
drenagem acoplada a uma estação de tratamento de esgoto. de maio/2020, não havia sido iniciada a obra.
Não foram observados lançamento de esgotos no trecho do canal. ?
XVII – coibir o lançamento de esgotos “in natura” nos cursos
10 Foram observadas redes de drenagem implantadas e em
d’água desta unidade;
construção. Patricia: sugiro verificar em visita a campo
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Unidade de Diretrizes do Plano Diretor 2006 Índice Comentários sobre o atendimento à diretriz Grau de
Planejamento (UP) Fotográfico atendimento
(de 0 a 10)
O Rio Itaocaia foi parcialmente dragado/regularizado. imagem do >5
III – dragagem do Rio Itaocaia liberando o livre curso das Google Maps 2020, trecho de jusante, regularizado. imagem de
UP 04 – Itaocaia 11
águas para o mar, através do Canal da Costa 2018, trecho de montante, sem nenhuma intervenção na calha.
Verificar no campo
V – dragagem do canal de Ligação entra as Lagoas do Padre e Imagem google, 4/ 2019. O canal de ligação entre a Lagoa do Padre 8
12
UP 05 – Ponta Negra – de Guarapina e a de Guarapina aparentam estar dragados e estáveis
Jaconé VII – abertura do Canal de Ponta Negra com rompimento de -
13 Não foi possível identificar
laje;
Em visita ao campo: Construção finalizada. A ligação da lagoa com 8
I – construção da Ponte “Barra Seca”; 14
UP 06 – Barra de o mar ainda não.
Maricá II – dragagem do Canal de Ligação entra as Lagoas da Barra e Imagem do Google de 5/2020. O canal parece assoreado, é 0
15
do Padre; possível ver a pouca profundidade.
10
II – reformar a Ponte Preta, alargando-a para 30 metros; 16 Imagem google 2020, Ponte alargada.
UP 08. Bambuí/ III – reformar a Ponte do Bambuí, alargando-a para 30 -
17 Imagem google 2020, Ponte alargada
Interlagos metros;
XXII – dragagem do Canal de Ligação entre as Lagoas do Imagem google, 4/ 2019. O canal de ligação entre a Lagoa do Padre -
11
Padre e da Guarapina; e a de Guarapina aparentam estar dragados e estáveis
Imagem do Google 6/2020. O Bairro foi parcialmente -
UP 09. São José do V – implantar rede de drenagem nas vias coletoras desta
18 pavimentado, talvez tenha recebido drenagem. Verificar no
Imbassaí/Pedra de Inoã unidade;
campo.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
XXIII – articular-se com os demais órgãos, entidades da administração e integrantes da sociedade civil, a
fim de que haja o suporte e desenvolvimento de políticas públicas de educação e conscientização em
respeito ao meio ambiente e a condução de políticas sustentáveis;
XXIV – desenvolver no Município programas que visem resguardar o patrimônio ambiental do
Município;
XXV – promover estudos e análises, visando a propositura de medidas sustentáveis em âmbito
municipal;
XXVI – realizar medidas em prol da coleta seletiva em âmbito municipal;
XXVII – providenciar medidas de controle da poluição sonora em todo Município, realizando a atividade
de fiscalização e, quando necessário, denunciando às autoridades competentes;
XXVIII – atuar na a gestão integrada da política de resíduos sólidos do município;
XXIX – compatibilizar interesses entre os agentes econômicos e sociais e os processos de gestão
empresarial e mercadológica com os de gestão ambiental, desenvolvendo estratégias sustentáveis;
XXX – promover o aproveitamento de resíduos sólidos, direcionando--os para a sua cadeia produtiva ou
para outras cadeias produtivas;
XXXI – reduzir a geração de resíduos sólidos, o desperdício de materiais, a poluição e os danos
ambientais;
XXXII – incentivar a utilização de insumos de menor agressividade ao meio ambiente e de maior
sustentabilidade;
XXXIII – estimular o desenvolvimento de mercado, a produção e o consumo de produtos derivados de
materiais reciclados e recicláveis;
XXXIV – propiciar que as atividades produtivas alcancem eficiência e sustentabilidade;
XXXV – incentivar as boas práticas de responsabilidade socioambiental;
XXXVI – atuar como Órgão Executivo do Fundo Municipal de Proteção e Conservação Ambiental –
FMPCA, bem como de todos os Fundos e Recursos que objetivem a proteção e conservação do Meio
Ambiente;
XXXVII – desenvolver outras atividades inerentes à sua competência e finalidade ou que lhe forem
atribuídas.
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INCLUSÃO/INSERÇÃO EM UC
PONTOS A PROTEGER SEGUNDO O PD 2006 OBSERVAÇÕES
SIM NÃO NOME DA UC
Proteção prevista na
1. Serra da Tiririca X PESET
LOM
REVIMAR
ARIE ESPRAIADO
I. SERRAS REVIMAR
9. Serra do Espraiado X RPPN
(18) ARIE ESPRAIADO
REVIMAR
10. Serra do Mato Grosso X RPPN
ARIE ESPRAIADO
REVIMAR
17. Serra do Padre X
APASEMAR
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INCLUSÃO/INSERÇÃO EM UC
PONTOS A PROTEGER SEGUNDO O PD 2006 OBSERVAÇÕES
SIM NÃO NOME DA UC
Está localizado no
19. Morro do Chapéu X
Município de Tanguá.
APASEMAR
21. Morro de Santo Antonio X
REVIMAR
23. Pico da Lagoinha (879m) X
ARIE ESPRAIADO
1. Rio Itaocaia
2. Rio do Vigário
3. Rio Taquaral
4. Rio Inoã
III. CURSOS
D’ÁGUA (45) 5. Rio Bambu
X Proteção prevista na
6. Canal de São Bento
LOM
8. Rio da Preguiça
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Produto 3 – Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
INCLUSÃO/INSERÇÃO EM UC
PONTOS A PROTEGER SEGUNDO O PD 2006 OBSERVAÇÕES
SIM NÃO NOME DA UC
162
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 – Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
INCLUSÃO/INSERÇÃO EM UC
PONTOS A PROTEGER SEGUNDO O PD 2006 OBSERVAÇÕES
SIM NÃO NOME DA UC
Proteção prevista na
3. Lagoa do Padre X APALAGUNAR
LOM
Proteção prevista na
4. Lagoa de Guarapina X APALAGUNAR
LOM
Proteção prevista na
5. Lagoa de Jaconé X APALAGUNAR
LOM
Proteção prevista na
6. Lagoa Brava X APALAGUNAR
LOM
Proteção prevista na
1. Ilha Cardosa X APAMAR
LOM
PESET
2. Ilha 1 X
REVIMAR
V. ILHAS PESET
3. Ilha 2 X
REVIMAR
(8)*
PESET
4. Ilha 3 X
REVIMAR
5. Ilha 4 X REVIMAR
6. Ilha 5 X REVIMAR
7. Ilha 6 X REVIMAR
2. Ponta de Imbassaí X
4. Ponta do Boqueirão X
VI. PONTAS (7)
Se for Ponta Funda, está
Proteção prevista na
5. Ponta do Fundão X localizada dentro da
LOM
APAMAR
Não há indicação
1. Enseada de São Bento X APAMAR
explicita em UC
Não há indicação
4. Saco da Lama ? Não localizado
explicita em UC
* não foi possível identificar as ilhas segundo a numeração do PD 2006, nominalmente encontra-se as Ilhas do Anexo, Ilhota
Calhau, Ilhota das Crioulas e Ilha Cardosa
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PLANO DIRETOR DE MARICÁ
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
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membros do Grupo Intersetorial. Rio de Janeiro: IBAM, julho de 2020, 4p.
IBAM. Análise do Plano Diretor 2006 e expectativas para sua revisão: resultados de enquete junto aos
membros do Grupo Intersetorial. Rio de Janeiro: IBAM, julho de 2020, 4p.
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Município de Maricá, critérios para ampliação e criação de AEIS, padrões especiais de urbanização,
parcelamento da terra, uso e ocupação do solo nas AEIS e normas relativas a edificações e grupamentos
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Parque Imobiliário de Maricá injetará cerca de R$ 10 milhões na economia local. 30 de maio de 2019,
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PLANO DIRETOR DE MARICÁ
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PLANO DIRETOR DE MARICÁ
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PLANO DIRETOR DE MARICÁ
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PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 – Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
FARIAS, Talden. O sistema nacional de unidades de conservação da natureza, in: Revista Ambiente
Jurídico, agosto de 2019. Disponível em https://www.conjur.com.br/2019-ago-31/ambiente-juridico-
sistema-nacional-unidades-conservacao-natureza.
BICUDO, Francisco: Vida e Morte sobre a Areia. Revista PESQUISA FAPESP, julho 2003.
IDB. Relatório de Impacto Ambiental Fazenda São Bento da Lagoa, Maricá/RJ. Iniciativas e
Desenvolvimento Imobiliário - IDB Brasil Ltda, 2012.
BARBOSA, G.L. e Corrêa, R.G. (org.):Faixa Marginal de Proteção - Série Gestão Ambiental - INEA, Rio de
Janeiro, 2010.
PNUD. Maricá: Territorialização e aceleração dos ODS: diagnóstico situacional de indicadores ODS
[Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento]. Brasília: PNUD, 2020.
Legislação de Maricá:
Lei Municipal nº 2331 de 25 de maio de 2010, Estabelece o Plano Diretor Setorial da área da Restinga de
Maricá, situado na APA de Maricá criada pelo Decreto Estadual nº 7.230, de 23 de janeiro de 1984.
http://www.inea.rj.gov.br/Portal/Agendas/BIODIVERSIDADEEAREASPROTEGIDAS/UnidadesdeConservac
ao/INEA_008600.
http://www.inea.rj.gov.br/biodiversidade-territorio/conheca-as-unidades-de-conservacao/apa-de-
marica/.
https://www.marica.rj.gov.br/2017/07/19/81458/.
https://www.marica.rj.gov.br/2014/03/21/prefeito-quaqua-lanca-projeto-ambiental-marica-verde/.
http://semeia.org.br/publicacoes.php.
168
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 – Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
https://www.mma.gov.br/areas-protegidas/unidades-de-conservacao/sistema-nacional-de-ucs-
snuc.html.
https://errejotanoticias.com.br/resort-em-marica-recebe-selo-de-destino-turistico-sustentavel-da-onu/.
https://clickmacae.com.br/noticias/16343/o-que-sao-as-rochas-de-charles-darwin-que-opoem-
ambientalistas-e-o-porto-de-marica-no-rj.
https://www.maraey.com/pt/maraey-o-projeto/.
http://www.defensoria.rj.def.br/noticia/detalhes/9139-Decisao-proibe-expansao-imobiliaria-em-APA-
de-Marica (Recolhido em 15/01/2020).
https://r.search.yahoo.com/_ylt=AwrJ6tXh5ipfQTUAZmL.6Qt.;_ylu=X3oDMTBtdXBkbHJyBHNlYwNmcC1
hdHRyaWIEc2xrA3J1cmw-
/RV=2/RE=1596675937/RO=11/RU=https%3a%2f%2fprojetocolabora.com.br%2fsustentabilidade%2fas-
pedras-no-caminho-do-porto-de-marica%2f/RK=2/RS=N40xpWvtAagWf2l95lM3ROlCehs-.
Jornais e Periódicos:
JOM. Jornal Oficial de Maricá - 21 de junho de 2017, 4 Ano IX, Edição nº 770, em www.marica.rj.gov.br.
O GLOBO. 21/06/2020: Projeto de restauração da Mata Atlântica beneficiará áreas de 16 cidades, por
Ana Lúcia Azevedo.
169
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 – Diagnóstico Técnico – CADERNO 2
170
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
PRODUTO 3
DIAGNÓSTICO TÉCNICO
CADERNO 3
ANÁLISES TEMÁTICAS - TEMAS TRANSVERSAIS
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Outubro 2020
CAPA: Carta Geographica da Província do Rio de Janeiro, 1823. Real Archivo Militar de Lisboa/PT.
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Consultores Temáticos:
Arquiteto e Urbanista Engenheiro
Ricardo Moraes Carlos Enriquez
Mudanças Climáticas Drenagem e Gestão Costeira
Arquiteta e Urbanista
Clima Urbano, Conforto Arquiteto e Urbanista
Luciana Hamada Victor Zveibil
Ambientale Meio Ambiente
Eficiência Energética
Economista Arquiteta e Urbanista
Inessa Salomão Noêmia Barradas
Des. Econômico Patrimônio Histórico Cultural
Alberto Costa Arquiteto e Urbanista Manuela Turismóloga
Lopes Habitação Scaldaferri Turismo
Engenheiro Andreas Engenheiro
Wallace Pereira
Mobilidade Nascimento Petróleo e Gás
Patrícia Engenheira Ambiental Geógrafo
Helio Beiroz
Finamore Saneamento Básico Meio Rural
Assistente Social
Karin Segala
Resíduos Sólidos
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
DIAGNÓSTICO TÉCNICO
CADERNO 1 - CARACTERIZAÇÃO
CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO
SANEAMENTO BÁSICO
MEIO AMBIENTE
ECONOMIA
TURISMO
PETRÓLEO E GÁS
CADERNO 5 - MAPAS
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Suscetibilidade a movimentos de massa (deslizamentos e/ou queda de blocos) ...............20
Figura 2. Potencial de probabilidade de risco aos eventos hidrológicos adversos (alagamento e/ou
inundação) do Município de Maricá ...................................................................................................21
Figura 3. Mapa do grau de vulnerabilidade da orla de Maricá, apontados nos estudos em
referência. ...........................................................................................................................................26
Figura 4. Gradação da vulnerabilidade por bairro de Maricá segundo a concentração de ruas
caracterizadas em situação de risco. ..................................................................................................33
Figura 5. Gradação da vulnerabilidade territorial por faixa de renda. ...............................................34
Figura 6. Esquema de gradação da exposição da frente costeira de Maricá aos eventos extremos .34
Figura 7. Esquema da formação de leques de arrombamento na Praia de Itaipuaçu. .......................35
Figura 8. Suporte físico do Município de Maricá. ...............................................................................43
Figura 9. Distribuição de praças e áreas verdes (espaços públicos) existentes no meio urbano de
Maricá. ................................................................................................................................................50
Figura 10. Zoneamento Bioclimático Brasileiro. .................................................................................56
Figura 11. Zona Bioclimática 5. ...........................................................................................................56
Figura 12. Carta Bioclimática, apresentando as normais climatológicas de cidades desta zona,
destacando a cidade de Santos, SP. ....................................................................................................56
Figura 13. Localidade de Inoã, próxima do Shopping Inoã Center (Rodovia Amaral Peixoto). ..........60
Figura 14. Imagem da ocupação consolidada no Centro, e a predominância de telhas tipo cerâmica.
............................................................................................................................................................60
Figura 15. Imagem do Jardim Oceânico Oeste, localizado no Distrito de Itaipuaçu...........................61
Figura 16. Imagem de quadras nas adjacências do Terminal de Itaipuaçu, localizadas no Distrito de
Itaipuaçu. ............................................................................................................................................62
Figura 17. Imagem do Condomínio Elisa , localizado no Distrito Centro. ...........................................65
Figura 18. Hierarquia da legislação urbana básica e esquema de interação. .....................................66
Figura 19. Indicador DEC (horas sem energia elétrica) para a região Leste Fluminense. ...................71
Figura 20. Indicador FEC (número de vezes sem energia elétrica) para a região Leste Fluminense. .71
Figura 21. Esquema do RBC. ...............................................................................................................85
Figura 22. Composição da receita de Transferências Correntes por ano exceto - em termos
relativos. .............................................................................................................................................95
Figura 23. Composição da receita de Transferências Correntes por ano exceto - em termos
relativos. .............................................................................................................................................96
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Número de alertas de desmatamento e área desmatada por Bioma. ................................13
Tabela 2. Escala Anemométrica Internacional de Beaufort................................................................48
Tabela 3. Ações de controle para tipo climático quente e úmido. .....................................................53
Tabela 4. Detalhamento das estratégias bioclimáticas recomendadas para a Zona Bioclimática 5. .57
Tabela 5. Aberturas para ventilação e sombreamento das aberturas para a Zona Bioclimática 5. ...57
Tabela 6. Tipo de vedações externas para a Zona Bioclimática 5. ......................................................57
Tabela 7. Estratégias de condicionamento térmico passivo para a Zona Bioclimática 5. ..................57
Tabela 8. Perfil de consumo de energia elétrica no Município de Maricá. ........................................68
Tabela 9. Perfil de consumo de energia elétrica no Município de Maricá. ........................................71
Tabela 10. Evolução do PIB Nominal - 2011 a 2017 - Estado do Rio de Janeiro e Maricá Valores
correntes a preços de mercado - (em milhões reais). ........................................................................75
Tabela 11. Posição relativa de Maricá no Ranking dos Municípios, segundo os setores de
agropecuária, indústria, serviços, administração pública no Valor Adicionado Bruto do Estado do RJ.
............................................................................................................................................................76
Tabela 12. Ranking posição relativa de Maricá segundo a constituição de empresas em comparação
com municípios do Estado do RJ e número absoluto de constituições. .............................................77
Tabela 13. Ranking de atividade principal por ano - setor campeão. .................................................78
Tabela 14. Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal - IFDM 2018 ano-base 2016.....................82
Tabela 15. Índice de Gini. ....................................................................................................................82
Tabela 16. Receitas Orçamentárias Totais (em R$ milhares). ............................................................92
Tabela 17. Receitas de Participações Governamentais Petrolíferas - período 2013-2017 .................94
Tabela 18. Receitas dos tributos municipais (em R$ milhares). .........................................................96
Tabela 19. Despesas Orçamentárias Empenhadas de Maricá, 2019. ...............................................101
Tabela 20. Previsão Orçamentária PPA por ano (em R$)..................................................................104
Tabela 21. Previsão Orçamentária PPA Função Urbanismo - programas selecionados ...................104
Tabela 22. Previsão Orçamentária PPA Função Gestão Ambiental - programas selecionados ........105
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Ocorrência de eventos extremos em Maricá na década de 2010. ....................................22
Quadro 2. Síntese das conclusões com base nos estudos consultados. .............................................25
Quadro 3. Comparativo dos graus de vulnerabilidade ou exposição a riscos das praias de Maricá,
obtidos ao longo dos anos. .................................................................................................................25
Quadro 4. Principais critérios da arrecadação. ...................................................................................90
Quadro 5. Composição da Administração Municipal. ........................................................................90
SUMÁRIO CADERNO 3
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................11
1. ABORDAGEM TEMÁTICA ................................................................................................................................12
2. SITUAÇÃO ENCONTRADA .............................................................................................................................17
3. CONCLUSÃO .......................................................................................................................................................37
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................................................38
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................41
1. CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS DO MUNICÍPIO DE MARICÁ (RJ) .................................................42
2. CARACTERÍSTICAS DO TIPO CLIMÁTICO E AS RECOMENDAÇÕES DE DESENHO URBANO
PARA O MUNICÍPIO DE MARICÁ (RJ) .................................................................................................................48
3. PADRÕES CONSTRUTIVOS E OCUPAÇÃO DOS LOTES EM MARICÁ .............................................57
4. PERFIL DE CONSUMO E AÇÕES DE GESTÃO DO USO DA ENERGIA ELÉTRICA ..........................67
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................73
1. ESTRUTURA E NÍVEL DE ATIVIDADE ECONÔMICA DO MUNICÍPIO DE MARICÁ ......................75
2. ECONOMIA REGIONAL ...................................................................................................................................88
3. FINANÇAS MUNICIPAIS ..................................................................................................................................89
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................................ 107
ANEXO DEC 01. ANÁLISE DO PLANO PLURIANUAL (PPA) / ORÇAMENTO 2019-2021 (EM R$)
108
ANÁLISE TEMÁTICA
TEMAS TRANSVERSAIS
Cabe destacar que as circunstâncias de restrições sanitárias que todos vivenciamos nos últimos
meses não permitiram condições livres de trânsito seja da equipe da Prefeitura seja da equipe
do IBAM, afetando a frequência usual de interação interpessoal entre equipes em campo e,
por vezes, o acesso ao acervo de informações disponível em suas instalações, ainda que
fossem utilizados extensivamente os meios virtuais de comunicação, individual ou
coletivamente entre a consultoria e os técnicos e gestores locais.
Dessa forma, ao longo das análises neste documento registradas, acusam-se no texto quando
há lacunas e informações específicas não foram ainda acessadas. De toda sorte, tais ausências
não impediram as avaliações em seu contexto geral, devido ao intenso diálogo da consultoria
do IBAM com aqueles que vivenciam e/ou gerenciam as questões locais.
10
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
APRESENTAÇÃO
Como vamos em Maricá?
Mudanças Climáticas, juntamente com Conforto Ambiental e Eficiência Energética, são novos
temas que passaram a chamar a atenção dos urbanistas, ao acompanharem a evolução da
compreensão sobre suas interações com a qualidade de vida e a sobrevivência da humanidade
em escala planetária, seus impactos hoje condicionantes para o desenvolvimento de países e
regiões, sua dependência para a manutenção das condições de conservação e perpetuação do
aproveitamento e uso do território, e para a promoção do bem estar da população nas cidades
e no campo.
O estudo das implicações das mudanças do clima, com as seguidas crises energéticas e
sanitárias pelo mundo, a maior frequência na ocorrência de eventos climáticos extremos e a
avaliação dos impactos sobre o território e as cidades, sobre as infraestruturas e a vida de seus
habitantes, em prejuízo de recursos naturais, construídos e humanos, revelam sua
capilaridade, pois são consequências de amplo alcance, que afetam a todos,
independentemente de fronteiras, estágio de desenvolvimento econômico ou status social.
11
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Pela sua vinculação intrínseca com as diretrizes gerais definidas no Estatuto da Cidade (Lei
Federal no 10.257/2001) para a política urbana no país, sua correspondência com o direito à
cidade sustentável que propugna, e as interfaces com o ordenamento do uso e ocupação do
território que mantém, esses temas passaram também a compor o escopo dos planos
diretores.
1. ABORDAGEM TEMÁTICA
Para entender do que se está falando...
- até as ações de âmbito regional, pautadas nas políticas, planos e programas específicos,
identificadas com os esforços internacionais de ordem técnica e científica (como os
Inventários de Emissões de Gases de Efeito Estufa - GEE2 e o Balanço Energético do país), ou
de ordem legal (como o regramento de políticas setoriais nacionais, a exemplo da Política
Urbana, da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - PNPDEC ou do Plano Nacional de
Adaptação à Mudança do Clima, entre outros).
1
Criado em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA),
o Intergovernmental Panel on Climate Change - IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), formado por cientistas de todo o
mundo, tem a missão de avaliar toda e qualquer informação científica disponível sobre os efeitos das alterações climáticas no planeta.
2
O Brasil como signatário dos acordos internacionais referentes às mudanças climáticas tem dentre os compromissos assumidos, a
medição dos gases de efeito estufa - GEE que são emitidos pelo país e, a partir dela, são moduladas as metas a cumprir para sua
redução.
12
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Nesse sentido, o Estatuto da Cidade detalha, no conjunto de suas diretrizes, as condições para
assegurar o direito à cidade sustentável, reconhecendo os impactos negativos do nosso
processo histórico de urbanização e fornecendo ampla gama de instrumentos para recondução
e intervenção nas dinâmicas territoriais e urbanas.
Ponto de Situação
Pode-se afirmar que a posição do Brasil, frente aos demais países signatários do Protocolo de
Quioto (1997) para mudanças climáticas, segue diferenciada, tendo a derrubada de florestas e
as queimadas como principais fontes de emissões de GEE (gases de efeito estufa). Ao mesmo
tempo, a matriz energética nacional mantém-se ancorada em fontes renováveis de geração de
energia, com a manutenção da produção hidrelétrica, da consolidação do uso de
biocombustíveis e do avanço lento, mas paulatino, da energia eólica e solar, dependendo, tais
matérias de decisão sobre as políticas públicas nacionais.
3
FERREIRA, João Sette Whitaker; FERRARA, Luciana. A formulação de uma nova matriz urbana no Brasil, baseada na justiça
socioambiental. In: Sustentabilidade urbana: impactos do desenvolvimento econômico e suas consequências sobre o processo de
urbanização em países emergentes [S.l: s.n.], 2015.
13
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
14
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Deve-se destacar, que nas maiores cidades e nas regiões metropolitanas está concentrada a
maioria da população (no Brasil, tínhamos cerca de 84% da população vivendo nas áreas
urbanas, de acordo com o Censo 2010), e que nestas se concentra a maior parcela do
contingente de brasileiros de baixa renda, no limite ou abaixo da linha de pobreza, excluídos
do acesso a bens e serviços urbanos.
“Se, por um lado, é necessário reduzir o consumo de energia e as emissões de GEE nos
centros urbanos, de outro, há significativo déficit na prestação e universalização dos
serviços. O enfrentamento dessa questão necessariamente implicará na ampliação da
situação que se quer evitar (consumo de energia e emissões GEE). A resposta ao aparente
dilema está na formulação e implantação de políticas e programas locais capazes de, ao
mesmo tempo, atender a ampliação da demanda e mitigar seus impactos”4 (ZVEIBIL,
2011).
Dessa forma, nos campos de interesse dos estudos de vulnerabilidade e medidas de adaptação
às mudanças do clima, as variáveis a considerar decorrerão da análise das situações
configuradas sobre o território municipal, para além dos impactos ambientais urbanos e
ocorrências climatológicas severas, incluindo também, as condições socioeconômicas da
população e institucionais, na consideração da capacidade de gestão dos problemas
municipais nesse campo.
O Município de Maricá está inscrito nesse cenário, e especialmente a sua sede, submetida às
dinâmicas e ações de viés metropolitano. O que, se por um lado, agrega valor ao seu
dinamismo econômico, de outro, amplia as pressões da demanda pela sua infraestrutura
urbana e sobre o uso e ocupação do solo, com impactos sobre o suporte ambiental que possui
e sobre as condições sociais e de qualidade de vida de sua população.
4
ZVEIBIL, Victor. Considerações preliminares sobre o cenário brasileiro na questão energética e de emissões de GEE. In:
Mapeamento e seleção de experiências em eficiência energética e redução de emissões de gases geradores de efeito estufa nas
cidades brasileiras. AFD/IBAM, 2011.
15
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Tais tendências apontam para o aumento das demandas de atenção aos idosos nas estruturas
de saúde e assistência social, mas também sobre a promoção das ações em acessibilidade e
salubridade nas edificações, nos transportes e no meio urbano, de forma a facilitar o acesso
aos serviços e a interação social das pessoas com mobilidade reduzida e, importante, daquelas
com deficiência6.
O dado é relevante, pois pessoas com mobilidade reduzida têm maiores dificuldades para
escapar de situações que as coloquem em risco, isto é dizer que uma parcela da população de
Maricá estará em desvantagem frente à ocorrência de sinistros climáticos. No tocante às
condições socioeconômicas da população, em que pese a melhoria dos indicadores de pobreza
do Município, permanece a condição de desigualdade revelada pelo índice Gini7 = 0,49.
A distribuição espacial da renda, no viés de onde se localizam as diferentes classes sociais pelo
território, indica que além de todos serem afetados pelos eventos extremos com algum grau
de gravidade, em especial pela distribuição de pontos de alagamento pelos diversos bairros, a
população maricaense mais pobre é aquela mais severa ou intensamente vulnerável às
ocorrências de sinistros decorrentes das condições climáticas, como se pode verificar na Figura
05. Mapa de gradação da vulnerabilidade territorial por faixa de renda, apresentada adiante.
5
Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, 2017.
6
Segundo o Censo IBGE 2010, 24,54% da população eram afetadas por algum tipo de deficiência no Município, índice mais de 1,5
vez maior que a média brasileira. Cabe ressaltar, no entanto, que a maior parte desse percentual se refere a pessoas com alguma
dificuldade permanente de enxergar (15,31%), ainda que usando óculos ou lentes.
7
Mede a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Variando de zero (0) a um (1), quanto maior o índice,
maior a desigualdade. Dado do Censo 2010, onde o Gini Brasil = 0,53, considerado negativo, em comparação com os países
desenvolvidos, Maricá, ainda que um pouco menos desigual, situa-se na faixa menos favorável.
16
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
brasileiras, sendo o diferencial a ser considerado, tanto nas análises, quanto na formulação das
medidas a propor, a singularidade de sua localização em território correspondente às baixadas
litorâneas com a presença de dunas e cordão lagunar, além das características dos eventos
climáticos incidentes sobre seu território, registrados pela Defesa Civil do Município.
2. SITUAÇÃO ENCONTRADA
Que questões e problemas relacionados com o
clima são preocupantes em Maricá?
17
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
A necessidade de planejar ações para remediação dos efeitos decorrentes dos eventos
extremos, que incidem cada vez com maior frequência e intensidade sobre o território
municipal, inscreve Maricá dentre os municípios prioritários do Programa de Gestão de Risco e
Resposta a Desastres, coordenado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de
Desastres Naturais - CEMADEN. O Programa tem como um de seus focos o fortalecimento das
18
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
unidades municipais de defesa civil e o planejamento coordenado das ações desta com os
demais órgãos da Administração, para lidar com os efeitos dos desastres naturais, tendo como
instrumento básico de operação o Plano de Contingência municipal, que em Maricá foi
regulamentado recentemente pelo Decreto no 530 de 27/04/2020.
Com base em estudos e mapeamentos elaborados por órgãos nacionais comprometidos com o
Programa, detalhados em escala regional pelo Departamento de Recursos Minerais do Estado
do Rio de Janeiro - DRM/RJ e órgãos técnicos ligados à Secretaria de Estado do Ambiente e
Sustentabilidade - SEAS, a Defesa Civil do Município elaborou o Plano de Contingência de
Proteção e Defesa Civil de Maricá.
“... foram mapeados pela equipe de especialistas da Defesa Civil, durante o biênio 2018-
2019, 123 pontos de risco geológico e 32 áreas suscetíveis a inundações, onde residem
milhares de pessoas.”
“O Município de Maricá, na última década, vem sofrendo uma intensa expansão urbana,
sem um planejamento adequado do uso do solo. A ocupação desordenada nas áreas de
encosta da Cidade, com construções de edificações sem acompanhamento técnico
especializado, associada à falta de percepção de risco da população e a condição social
existente são realidades que potencializam o grau de risco em relação aos eventos de
movimentos gravitacionais de massa, inundações e alagamentos.
19
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
A partir dos dados obtidos através de estudos do CPRM e do Plano de Contingências da Defesa
Civil de Maricá, foram mapeados a suscetibilidade a movimentos de massa e o potencial de
probabilidade de risco aos eventos hidrológicos adversos no Município, apresentados nas
Figuras Figura 1Figura 2, a seguir:
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
20
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Figura 2. Potencial de probabilidade de risco aos eventos hidrológicos adversos (alagamento e/ou
inundação) do Município de Maricá
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que se caracteriza por uma banda de
nebulosidade convectiva, se estabelece comumente entre os meses de novembro e março,
estendendo-se, em geral, desde a Amazônia até o Oceano Atlântico, numa direção
noroeste-sudeste (Kousky, 1988 apud Dereczynski et al, 2009). Segundo Dereczynski et al.
(2009), no inverno e na primavera há uma passagem média de quatro sistemas frontais
por mês no estado, enquanto no verão e outono, observa-se a média de três passagens.
21
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Como visto a maioria dos eventos mais severos registrados, de fato, se relaciona com as
condições meteorológicas de intensidade das precipitações pluviométricas. O gráfico a seguir
apresentado informa sobre a ocorrência de chuvas intensas no período 2010/2018,
percebendo-se a frequência com que se dão chuvas fortes (intensidade entre 10mm e 50mm)
e violentas (intensidade acima de 50mm), ao longo dos anos.
22
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
“A orla exposta é a diretamente voltada para o oceano aberto. Neste sentido, as praias
oceânicas da região metropolitana se apresentam extremamente vulneráveis
considerando sua orientação diretamente voltada para a incidência de ondas de
tempestade e seu déficit potencial de sedimentos.”
“Sua capacidade de ajuste, por retrogradação, a uma elevação do nível do mar, nas praias
urbanas é quase inexistente devido à fixação da pós‐praia por muros e pela proximidade
da frente urbanizada e ainda, localmente, pela proximidade de encostas cristalinas do
maciço costeiro. Nas orlas costeiras em processo de urbanização, principalmente na
região metropolitana a leste de Niterói (grifo nosso), a proximidade das construções em
relação à praia representa um risco potencial que pode ser minimizado com a adoção de
faixas de não edificação.”
“No mar, a maior intensidade de tempestades tenderá a aumentar a altura das ondas e
das marés meteorológicas. Tais efeitos se sobrepõem à elevação do nível médio relativo do
mar.”
- com tempestades mais intensas no mar, as ondas ficam mais altas e as marés
meteorológicas mais elevadas. Portanto, onde houver ruas e avenidas na retro-praia
haverá sérios problemas de erosão e possível destruição de muros, ruas e avenidas devido
à diminuição das faixas de areia;
23
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Portanto, a soma dos efeitos de subida do nível médio relativo do mar com eventos de
marés meteorológicas mais elevadas e chuvas intensas irá ocasionar sérios problemas de
macrodrenagem em zonas urbanas situadas em baixadas de baías e lagoas costeiras
(grifo nosso), com alagamentos e inundações crescentes;
- em zonas urbanas o efeito de subida do nível médio relativo do mar, efetivamente, reduz
o estoque de areia útil entre as estruturas urbanas na retro-praia e linha de orla. Em
situações de marés meteorológicas a redução do estoque efetivo é ainda maior.”
(INPE/NEPO-UNICAMP/COPPE-UFRJ, 2011).8
Ao longo de seus cerca de 42km de extensão, os diversos segmentos praianos são afetados
pelos movimentos naturais de maré, bem como pelas ressacas, com diferentes intensidades ao
longo do ano, sendo objeto dos estudos a atribuição de graus de vulnerabilidade para cada
trecho da orla, correspondentes às praias como são denominadas no Município.
Com o objetivo de mensurar o alcance do impacto de destruição das ondas são analisados,
entre outros, os seguintes componentes básicos que conformam a unidade geográfica do
litoral de Maricá:
8
Projeto Megacidades, Vulnerabilidades e Mudanças Climáticas. Relatório Região Metropolitana do Rio de Janeiro. INPE/NEPO-
UNICAMP/COPPE-UFRJ, 2011.
24
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Erosão marinha A orla de Maricá está exposta frequentemente às ondas de grande energia, característica
de sua dinâmica marítima. A composição granulométrica dos sedimentos que conformam
as praias é propícia à modificação pelos agentes costeiros. Os taludes da costa são
heterogêneos, variando em cada setor da orla, sendo em linhas gerais a situação
classificada como moderada a alta em relação à sua vulnerabilidade. O fenômeno da
erosão marinha está instalado, ameaçando as estruturas construídas dentro ou em seus
limites, configurando a tendência de, a cada ressaca severa, avançar em sua evolução. A
supressão da vegetação de restinga ou mudanças provocadas na geomorfologia das
dunas, fatalmente apressará a evolução da erosão.
Grau de Quanto mais preservada a paisagem natural, menores e mais facilmente remediáveis são
Vulnerabilidade os impactos dos eventos extremos sobre o território. Mas, sobre o suporte natural há
uma cidade - Maricá -, elemento de transformação do sítio e das dinâmicas naturais do
território, seus impactos antrópicos são inevitáveis, configurando um quadro de risco
para aqueles que habitam a faixa litorânea. A maior parte desta se enquadra na classe de
alta a muito alta vulnerabilidade.
Quadro 3. Comparativo dos graus de vulnerabilidade ou exposição a riscos das praias de Maricá, obtidos
ao longo dos anos.
Estudo- Barra de
Itaipuaçu Francês APA Maricá Guaratiba Ponta Negra
Ano/Praia Maricá
Lins de Muito Muito Muito
Baixo Baixo Elevado
Barros/2005 Elevado Elevado Elevado
Osilieri /2020 Alta Muito Alta Moderada Alta Muito Alta Alta
9
LINS-DE-BARROS, Flavia Moraes. Risco e vulnerabilidade à erosão costeira no Município de Maricá, Rio de Janeiro. UFRJ/PPGG.
Rio de Janeiro, 2005.
MUEHE, Dieter. Erosão Costeira - Tendência ou Eventos Extremos? O Litoral entre Rio de Janeiro e Cabo Frio, Brasil. Revista de
Gestão Costeira Integrada - Journal of Integrated Coastal Zone Management, vol. 11, núm. 3, 2011, pp. 315-325. Associação
Portuguesa dos Recursos Hídricos. Lisboa, Portugal (apud Vargas).
VARGAS, Ruan. Mapeamento da vulnerabilidade a eventos extremos no Município de Maricá, RJ. UFF. Niterói. 2016.
OSILIERI, Paulo Renato et al. Coastal vulnerability index revisited: a case study from Maricá. RJ, Brazil. Revista Brasileira de
Cartografia, vol. 72, n. 1, 2020.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
- uma mudança nas condições de vulnerabilidade das Praias do Francês (de baixa para
alta/muito alta) e da APA Maricá (de baixa para moderada), entre a primeira e a segunda
década de 2000, respectivamente;
- a permanente gravidade das vulnerabilidades das Praias de Itaipuaçu e Barra de Maricá;
A figura abaixo apresenta a superposição dos resultados dos estudos mais recentes que
apontam os graus de vulnerabilidade obtidos nos anos de 2016 (Vargas) e 2020 (Osilieri et al.).
Figura 3. Mapa do grau de vulnerabilidade da orla de Maricá, apontados nos estudos de referência.
6 6 7
3 5 5
Grau de Vulnerabilidade Peso Variação da linha Uso do solo Grau de Alcance das
de vegetação exposição ondas
Muito Alta 3 Estável Não ocupado Exposta Potencial
Alta 5 Estável Intenso/Proximidade Exposta Potencial
Moderada 6 Estável Regular/Proximidade Exposta Severo
Baixa 7 Estável Intenso/Proximidade Exposta Severo
Adaptado de: VARGAS/2016.
Extraído de: OSILIERI et al./2020.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Fonte: Extraído de OSILIERI, Paulo Renato et al. Coastal Vulnerabiity Index revisited: a case study from Maricá, RJ, Brazil. In Revista
Brasileira de Cartografia. Vol. 72, n. 1, 2020.
(Gráfico A: Predominância de direção e altura das ondas/Gráfico B: Frequência e intensidade das ondas)
Extraído de: VARGAS, Ruan. Mapeamento da vulnerabilidade a eventos extremos no Município de Maricá, RJ. UFF. Niterói. 2016.
Fotos: do autor.
Nas ocasiões de ocorrência de ressacas severas e, sobretudo, pela ação de ventos fortes
também o espelho d’água das lagoas tem sua dinâmica de placidez alterada.
Artigo publicado em 201710 informa que a Lagoa de Maricá “apresenta uma morfologia de
fundo predominantemente plano, com profundidade máxima de 2 m na sua porção central. A
partir da linha d’água a profundidade aumenta gradualmente, porém de forma diferenciada
entre as margens norte e sul: a margem norte apresenta um perfil suave em direção ao fundo,
enquanto que a borda sul é mais íngreme” (SILVESTRE, 2017), sendo as demais lagoas mais
rasas que a principal.
A entrada de uma massa de água do mar pelo canal, impulsionada pela força da ressaca,
associada aos ventos de maior intensidade, acarreta a formação de ondas com mais de 1
10
SILVESTRE, Carolina Pereira et al. Geomorfologia, sedimentação e processos atuantes na Lagoa de Maricá, Rio de Janeiro. In
Revista Brasileira de Geomorfologia, v. 18, nº 2 (2017).
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
metro sobre seu espelho e subida do nível d’água de até 50 cm (como observado na
tempestade de janeiro de 2016) e, eventualmente o seu transbordamento nessas ocasiões.
Os efeitos do fenômeno são mais perceptíveis na orla urbanizada da lagoa, com a invasão de
suas águas sobre as benfeitorias urbanas, além de afetar as infraestruturas existentes de
esgotamento de águas servidas (drenagem de águas pluviais e mesmo ligações clandestinas de
esgotamento sanitário).
No artigo verifica-se a crescente sedimentação da lagoa ao longo das décadas, desde os anos
1950, quando foi construído o canal de Ponta Negra (1951). Seja pelos processos naturais,
como o transporte de areia pelas marés ou pela carga sedimentar despejada pelos diversos
córregos que nela desembocam especialmente o Rio Mumbuca, em cuja desembocadura
formou-se um delta lagunar pelo acúmulo sedimentar. Seja por fatores antrópicos, como
descarte de lixo ou despejo de esgotos in natura, contribuindo para o aumento e acúmulo de
material orgânico em seu interior, com risco de antropização de suas águas, e a consequente
mortandade de peixes.
Formação de ondas na Lagoa de Maricá (2010) Formação de ondas na Lagoa de Maricá-Bairro Araçatiba (2010)
Extraído de SILVESTRE, Carolina Pereira et all. Extraído em 26/06/2020
Geomorfologia, sedimentação e processos atuantes na dehttps://bosquesdealim.wordpress.com/2010/04/10/
lagoa de Maricá, Rio de Janeiro. Revista Brasileira de a-inundacao-na-cidade-de-marica/
Geomorfologia, v.18, no 2 (2017). Bosque de Alim Wordpress em 10/04/2010.
Foto: Mila Viegas (2010). Foto: sem denominação.
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Extraído de VARGAS, Ruan. Mapeamento da vulnerabilidade a eventos extremos no Município de Maricá, RJ. UFF.
Niterói, 2016. Fonte da imagem: Barreiras holocênica (próxima ao oceano) e pleistocênica (próxima a lagoa) na APA
de Maricá. Apud Silva et al; 2014.
Entre outras, são espécies endêmicas das restingas do Rio de Janeiro ou exclusivas de suas
praias, isto é dizer que só existem originalmente nessas areias, e que dependem da
manutenção dessa vegetação para sobreviver. Seu valor pode ainda ser medido como
potencial banco genético, uma vez que há notícias de coleta científica de exemplares daqui
para povoamento de áreas de restinga em recuperação, no Estado do Espírito Santo.
11
AGUALUSA, José Eduardo. O Globo, 04/07/2020. Artigo: A arte de ouvir o mundo.
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Por conta de sua supressão paulatina ao longo das últimas décadas, dois são os principais
fatores de pressão que atuam hoje sobre a integridade da vegetação original de restinga, um
natural, outro antrópico: a maior frequência de ressacas severas, pelo avanço da frente de
erosão marinha, e a ocupação urbana desordenada da orla, inclusive por obras públicas, sobre
faixa de proteção que deveria ser mantida non aedificandi, de forma a amortecer a dinâmica
das marés, em especial na ocorrência de eventos extremos no mar.
Por sua vez, as dunas permitem o bloqueio do avanço das águas e a vegetação cumpre o papel
de estabilizá-las, mantendo boa parte dos sedimentos (areia) no local original. Dessa forma,
preservar a vegetação da restinga e as dunas é também contribuir para reduzir os impactos
causados por fenômenos climáticos. A raspagem predatória do solo na orla, para implantação
de construções e empreendimentos, inviabiliza ou torna complexa qualquer possibilidade de
reserva de uma faixa, seja para refúgio da fauna que tem na vegetação de restinga o seu
habitat, seja para amortecimento de ressacas. Para além dos prejuízos patrimoniais que
eventuais ataques do mar possam acarretar ao patrimônio público ou privado, possíveis de
recomposição, estão aqueles não recuperáveis, pois tais exemplares da fauna, patrimônio
natural exclusivo de Maricá, encontram-se inscritos na lista de espécies em extinção da ONU e
dos órgãos ambientais no país.
Outro recurso natural ameaçado são as beach rocks (rochas de praia), que ocorrem na região
das Praias de Itaipuaçu e Jaconé, estas últimas ameaçadas pelos projetos de implantação do
Complexo Portuário/Terminal de Ponta Negra e do gasoduto da PETROBRAS.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
A importância geológica, arqueológica e histórica das beach rocks de Maricá pode ser auferida
tendo em vista as seguintes razões:
- interesse científico, pois constituem registro das linhas originais de formação da costa
(interesse geológico) e de possibilidade de datação Carbono 14 por meio da análise de
conchas de moluscos a elas aderidas;
- constituem barreiras naturais auxiliando na diminuição da energia das ondas que avançam
sobre a praia;
- interesse histórico cultural, pois foram descritas por Charles Darwin, em suas passagens por
Maricá no século XIX, para estudos que resultaram na teoria da evolução das espécies, dessa
forma compondo inestimável bem histórico de caráter mundial, sendo importante elemento
na composição da paisagem cultural12 do Município e potencial recurso para o turismo ainda
não explorado em todas as suas possibilidades.
12
Paisagem cultural: é uma porção peculiar do território, representativa do processo de interação do homem com o meio natural,
à qual a vida e a ciência humana imprimiram marcas ou atribuíram valores. O enfoque da paisagem cultural permite, assim,
superar um tratamento compartimentado entre o patrimônio natural e cultural, mas também entre o material e imaterial,
entendendo-os como um conjunto único, um todo vivo e dinâmico. Permite compreender as práticas culturais em estreita
interdependência com as materialidades produzidas e com as formas e dinâmicas da natureza. (IPHAN, 2009)
31
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Todo sistema ambiental tem sua dinâmica natural própria e singular de manter a sua
integridade e capacidade de regeneração, adaptando-se e transformando-se de acordo com as
condições existentes para a sua sobrevivência.
32
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
Figura 6. Esquema de gradação da exposição da frente costeira de Maricá aos eventos extremos
Legenda:
Severa
Intensa
Potencial
Moderada
Baixa
Fonte: IBAM,2020.
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A dinâmica costeira é mutável, e seus efeitos sobre o território e as orlas, sobretudo aquelas
ocupadas pelas atividades humanas, são tanto mais graves quanto mais intensas são as
energias que movem as marés (precipitações, ventos, correntes marinhas, entre outros
fenômenos submetidos às métricas climáticas). Os sistemas praiais, geralmente se recompõem
naturalmente, mas por vezes, não integralmente.
Em Maricá, ainda que a observação ao longo das décadas não aponte mudanças drásticas no
posicionamento da linha de costa, a erosão costeira está avançando.
Onde o sistema litorâneo permanece mais bem preservado e sem ocupação antrópica, os
efeitos das subidas de maré associadas aos ventos intensos que ciclicamente acometem a sua
costa na forma de ressacas severas, demonstram sua boa capacidade de resiliência 13, caso do
trecho de praia da APA de Maricá.
Fonte: Extraído de CARVALHO DA SILVA, André Luiz et al. Retrogradação da barreira arenosa e formação de
leques de arrombamento na Praia de Itaipuaçú (oeste de Maricá, RJ). Revista Brasileira de Geomorfologia - Ano 9, nº 2 (2008).
13
Propriedade dos corpos que voltam à sua forma original, depois de terem sofrido deformação ou choque.
14
Leques de arrombamento: depósitos de areia no formato de leque transportados pela força das ondas do mar e depositados
para além da linha de praia.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Como demonstrado neste diagnóstico, os estudos concluem que a erosão marinha é uma
tendência decorrente de condições climáticas e subida paulatina do nível do mar, que estão
intensificando o seu rigor e frequência ao longo do tempo, afora as previsões quanto às
mudanças climáticas, onde os riscos de desastres ao longo da costa poderão crescer
exponencialmente.
E, ainda a constatação de que Itaipuaçu e Barra de Maricá, detém os indicadores de risco mais
intensos, sendo crescentes nas demais praias, conforme o Quadro 03. Comparativo dos graus
de vulnerabilidade ou exposição a riscos das praias de Maricá, confirmado pelas ocorrências
apresentadas em sequência.
Invasão pelo mar da Av. Beira Mar em Itaipuaçu (06/2016) Erosão do topo do cordão da Praia de Itaipuaçu
Extraído de MUEHER et al. Erosão e progradação do litoral
Extraído de brasileiro -Rio de Janeiro. UFRJ/Laboratório de Geografia
Lei Seca Maricá - Central de Notícias (11/06/2016). Marinha. s/d.
Foto: Adriano Marçal. Foto: sem denominação.
Tomada pelo mar da faixa de areia - Praia de Ponta Negra Erosão da orla em Barra de Maricá (05/2001)
(2016) Extraído de MUEHER et al. Erosão e progradação do litoral
Extraído de VARGAS, Ruan. Mapeamento da vulnerabilidade brasileiro -Rio de Janeiro. UFRJ/Laboratório de Geografia
a eventos extremos no Município de Maricá no Rio de Marinha. s/d.
Jameiro.UFF/Instituto de Geociências, 2016. Foto: Dieter Muehe.
Foto: do autor.
O processo de erosão costeira tem retroalimentação positiva, ou seja, uma vez iniciado tende
a crescer e é de difícil reversão (VARGAS, 2016 apud PERRI et al., 2006).
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A maré alta, associada à ressaca com influência de ciclones extratropicais, causa danos ao
território e ao patrimônio público e privado, acarretando o comprometimento do meio
ambiente e das estruturas litorâneas, especialmente nas áreas onde a vegetação de restinga é
pouco preservada, rarefeita, ou inexistente, uma vez que a restinga auxilia na contenção do
impacto das águas sobre a praia.
3. CONCLUSÃO
Como corrigir o cenário atual diagnosticado?
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Antecipa-se, nessa linha, a formulação das propostas gerais do Plano Diretor nesse tema,
prevista para a próxima etapa dos trabalhos de revisão, que deverá considerar um cenário de
remediação dos problemas que contribuem para agravar as consequências da incidência dos
eventos extremos sobre Maricá, e de promoção da capacidade de resiliência de seu território,
sobretudo incidindo nas práticas correntes e formas de uso e ocupação que dele se faz.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Políticas públicas e Mudanças Climáticas.
A consideração das mudanças do clima e seus impactos, como variáveis na formulação das
políticas públicas municipais estão em evolução no país. O Plano Diretor de Maricá ao se abrir
para o novo tema apontará diretrizes e medidas integradas às demais propostas com ele
implicadas, em uma abordagem sistêmica no tratamento dos problemas identificados que com
ele guardam relação. O foco de suas propostas específicas estará vinculado à promoção da
mitigação dos impactos dos eventos extremos sobre o território e ampliação das condições de
resiliência a estes.
De outro lado, sendo matéria transdisciplinar e transversal, a redução das emissões de GEE e a
multiplicação das oportunidades para o sequestro de carbono devem ser consideradas nos
diversos eixos que compõem a política urbana, e que estão ao alcance do Município, nas
proposições a apresentar em cada um dos diferentes temas que conformam o escopo deste
Plano Diretor. Como em grande parcela dos municípios brasileiros, o planejamento e a ação
dos gestores municipais nesse campo ainda são desarticulados em Maricá, mas já ocorrem em
alguns setores.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Mas não se engane: mesmo que isso ocorra, jamais tornaremos ao nosso estado original
de fartura de recursos naturais, tampouco recuperaremos a segurança de viver sem
sobressaltos, seja onde for. Pois esse tipo de ameaças de que aqui se trata não respeita
fronteiras, nem reconhece etnias, territórios ou status social. Ricos ou pobres, intelectuais
ou ignorantes, importantes ou gente comum, todos estamos à mercê dos desequilíbrios
que causamos e dos erros das decisões que tomamos e, principalmente, da nossa
omissão.”
15
MORAES, Ricardo. Arriscando antecipações do futuro: as ênfases do plano diretor pós-pandemia. In: Revista de Administração
Municipal. Ed. no 302/IBAM, junho 2020.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
CLIMA URBANO,
CONFORTO AMBIENTAL E
EFICIÊNCIAENERGÉTICA
APRESENTAÇÃO
Relações entre o clima e a cidade: para entender
A abordagem temática - Clima Urbano, Conforto Ambiental e Eficiência Energética - se inscreve
em um dos eixos basilares de princípios dos Planos Diretores pós-Constituição Federal de
1988, o do desenvolvimento sustentável, sendo o da participação social e o da função social da
propriedade, os outros que pautam o processo de revisão do Plano Diretor de Maricá e a
formulação de suas propostas. O tratamento desses temas busca atender a um dos objetivos
específicos do instrumento, o de qualificar o estabelecimento de parâmetros urbanísticos para
o parcelamento, uso e ocupação do território.
A assimilação do clima urbano, conforto ambiental e do uso eficiente da energia elétrica como
aspectos a serem incorporados no planejamento urbano e na gestão das cidades se torna
emergencial, devido à importância na minimização dos efeitos provocados pela ocupação
desordenada do solo. Os efeitos adversos que interferem na qualidade ambiental da cidade,
resultam em boa parte, da forma como o solo é parcelado e ocupado e como as edificações
são construídas.
Para o estudo das premissas relacionadas ao clima urbano, conforto ambiental e eficiência
energética no ambiente do Município de Maricá é necessário pontuar a importância das
características climáticas atuantes sobre o território, do potencial do entorno, das influências
do mesoclima para o melhor benefício do microclima e dos aspectos que influenciam a
qualidade do ambiente, como o ruído externo e as fontes de poluição.
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PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
A análise das condições climáticas do Município de Maricá permitirá propor uma síntese das
interações entre os princípios bioclimáticos para tratamento de desenho urbano, de acordo
com o clima característico local.
A: clima tropical
w: chuvas de verão
No Brasil, são aceitos e utilizados diferentes sistemas para a classificação de climas, com
simplificações para zonas de clima tropical, onde são classificados como: quente e úmido;
quente e seco e tropical de altitude.
Além disso, a disposição dos elementos físicos sobre o território atua sobre o microclima
urbano interferindo nas diferentes sensações de conforto ambiental percebidas pelo corpo
humano. Por exemplo, a proximidade com áreas arborizadas propicia a sensação de maior
umidade e frescor do ar; ou a presença de uma montanha pode mudar a direção dos ventos
dominantes que incidem sobre um lugar.
16
A classificação climática Köppen-Geiger é a mais utilizada na climatologia, ecologia e geografia. Baseia-se no pressuposto de que
a vegetação nativa é a melhor expressão do clima e combina temperaturas médias mensais e anuais, bem como a precipitação.
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Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
A temperatura de bulbo úmido é a temperatura mais baixa que pode ser alcançada apenas
pela evaporação da água. É a temperatura que se sente quando a pele está molhada e está
exposta a movimentação de ar. Ao contrário da temperatura de bulbo seco, que é a
temperatura indicada por um termômetro comum, a temperatura de bulbo úmido é uma
indicação da quantidade de umidade no ar. Quanto menor a umidade relativa do ar, maior o
resfriamento.
17
O Projeteee desenvolvido no âmbito do Projeto 3E (Eficiência Energética em Edificações) do Ministério de Minas e Energia em
cooperação com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), agrupa por meio de uma plataforma digital,
suporte didático a alunos dos cursos de arquitetura, além de oferecer aos profissionais da construção civil soluções de integração
de projetos de edifícios a variável da eficiência energética, por meio de elementos bioclimáticos. O Projeteee apresenta dados de
caracterização climática de mais de 400 cidades brasileiras, com indicação das estratégias de projeto mais apropriadas a cada
região e detalhamentos da aplicação prática destas estratégias – que englobam aquecimento solar passivo; inércia térmica (para
aquecimento e resfriamento); resfriamento evaporativo; sombreamento e ventilação natural.
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PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
De acordo com a Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro (CIDE), o clima na
região é predominantemente quente e úmido, com verões quentes e chuvosos (entre os
meses de setembro e abril) e invernos subsecos (entre os meses de maio e agosto). O nível
pluviométrico varia entre 1.100 mm a 1.500 mm anuais de precipitação.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Gráfico 10. Histograma direcional da velocidade dos ventos (Rosa dos Ventos).
O Gráfico Rosa dos Ventos mostra as estatísticas sobre o vento, reunidas ao longo do tempo.
Essas medições incluem velocidade do vento, direção e frequência. Estas informações são
importantes medidores para estudar e prever as condições do vento na região de estudo.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
e 2m/s, 2 a 4m/s, 4 a 6 m/s e 8m/s a 10m/s. A distribuição dos percentuais desses ventos está
diretamente associada a distribuição das massas de ar dominantes no litoral brasileiro. Nos
meses de verão o fortalecimento da Alta Pressão do Atlântico Sul favorece o predomínio de
ventos de NE. O aumento das frequências dos ventos do Sul e Sudoeste nos meses de inverno
estão associados a passagens sistemáticas de frentes frias, mais comuns nesta época do ano.
01 Aragem 0,3 - 1,5 1-5 Desvio da fumaça. Cataventos não são deslocados.
Fonte: http://www.cepagri.unicamp.br/artigos-especiais/vendavais.html.
Para o clima tropical quente e úmido, o sombreamento proporcionado pela vegetação urbana
contribui para a formação de microclimas favoráveis ao conforto humano, melhorando as
condições ambientais adversas. Ao gerar menor quantidade de calor em áreas construídas na
cidade, reduz significativamente os efeitos nocivos da ilha de calor urbana, durante o verão.
A consequência mais direta desse fenômeno é o desconforto térmico causado pelo aumento
médio das temperaturas, diminuição da umidade e do vento, principalmente em regiões
18
A Escala de Beaufort classifica a intensidade dos ventos, tendo em conta a sua velocidade e os efeitos resultantes das ventanias
no mar e em terra. Foi concebida pelo meteorologista anglo-irlandês Francis Beaufort no início do século XIX.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
tropicais. Isto se deve ao aumento de superfícies com grande capacidade térmica, como a
aglomeração de edificações e pavimentos urbanos; o aumento da impermeabilização e a
diminuição das áreas de vegetação ou de corpos d’água, que são responsáveis pelos processos
de evaporação ou de evapotranspiração que poderiam manter as redondezas mais frescas e
úmidas.
Em locais arborizados a vegetação pode interceptar entre 60% e 90% da radiação solar,
causando uma redução substancial da temperatura do solo. Isto acontece porque o vegetal
absorve parte da radiação solar para seu metabolismo (fotossíntese). Além disso, o movimento
entre as folhas retira grande parte do calor absorvido do sol.
Na visita de campo, esta percepção foi reafirmada, além da restrita arborização nas praças e
áreas de lazer. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em
2010, as vias públicas de Maricá se apresentavam 45,6% arborizadas19. O mapa a seguir, ilustra
a distribuição de praças e áreas verdes (espaços públicos) existentes no meio urbano de
Maricá.
19
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rj/marica/panorama. Acesso em: 14 de jul. 2020.
49
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Figura 9. Distribuição de praças e áreas verdes (espaços públicos) existentes no meio urbano de Maricá.
Fonte: Elaborado pelo IBAM, a partir de dados secundários. Ver mapa no Caderno 5.
A Prefeitura Municipal desenvolve ações e programas que podem ser ampliadas e fortalecidas,
de forma intersetorial, entre as Secretarias Municipais, para o favorecimento da arborização
urbana no Município. Tais iniciativas, informadas pela Secretaria da Cidade Sustentável, são
realizadas pela Diretoria de Parques e Jardins, vinculada a Autarquia de Serviços de Obras de
Maricá (SOMAR) e pela Secretaria de Agricultura, Agropecuária e Pesca, com o Projeto Maricá
um Pomar, que planta árvores frutíferas em diversos locais da cidade, como avenidas e
canteiros.
Desde 2016, o Viveiro Florestal Municipal, mantido pela Secretaria da Cidade Sustentável,
doou 35.000 mil mudas nativas da Mata Atlântica aos moradores, por meio do Projeto Maricá
+ Verde, e nas comemorações cívicas e festivas do Município. Com produção anual de 8.000 a
9.000 mudas, o Viveiro Florestal recebe também, mudas advindas de compensações
ambientais.
50
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(1) (2)
(3) (4)
(5) (6)
(7) (8)
51
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(9) (10)
Legenda: (1) e (2) Exemplos de espaços urbanos arborizados, localizados no Distrito Centro – Maricá; (3) e (4)
Exemplos de áreas de lazer com arborização esparsa ou quase inexistente, localizados em Maricá.
(5) e (6) Formas de ocupações urbanas, em Maricá, que favorecem a formação de ilhas de calor. (7) a (10) Exemplos
de espaços urbanos áridos e sem sombreamento de Maricá, que afetam a qualidade ambiental urbana.
Fonte: IBAM, 2020.
Gráfico 11. Carta Solar de Maricá de acordo com o Programa Gráfico Analysis SOL-AR.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Particularmente para o clima quente, as fachadas voltadas para a direção Oeste são
problemáticas, pois possuem ângulos de pouca inclinação horizontal ao entardecer, não
permitindo a eliminação do calor acumulado dos ambientes expostos, além de representar
maior dificuldade de proteção solar nas aberturas da fachada20. Assim, recomenda-se projetar
as maiores fachadas para o Norte e o Sul e as menores fachadas para o Leste e o Oeste.
Em climas úmidos, caracterizados por presença de alto grau de umidade e alta nebulosidade,
as diferenças de temperatura diurnas são menores do que em climas secos, onde as diferenças
são maiores devido à ausência de nuvens (que bloqueiam a dispersão da radiação de ondas
longas, ou seja, a radiação térmica, em direção ao céu).
Desta forma, para as edificações e espaços urbanos situados em clima quente e úmido, torna-
se fundamental o movimento do ar para manter o conforto ambiental, além da necessidade de
diminuição da temperatura e do escoamento rápido das chuvas. As ruas e edificações devem
estar orientadas para captar as brisas existentes, e edificações com diferentes alturas podem
favorecer a ventilação no espaço urbano. É aconselhável o uso de vegetação, como, por
exemplo, solo gramado e espécies arbóreas de copas permeáveis, pois o sombreamento
protege o solo da radiação solar direta, que é em boa parte filtrada pela arborização.
De modo geral, as ações de controle aos elementos característicos do clima tropical quente e
úmido, devem tender a diminuir a temperatura, incrementar o movimento do ar, evitar a
absorção de umidade, proteger das chuvas e promover o escoamento rápido das águas das
chuvas.
20
Denominam-se elementos de proteção os beirais, varandas, pérgulas, brises e cobogós.
21
Os dados e análises apresentados a seguir sobre os princípios de desenho urbano foram extraídas da publicação “Clima Urbano e
Eficiência Energética nas Edificações” (PROCEL EDIFICA, 2011).
53
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Além do tipo de clima, um projeto climático deve levar em conta o microclima, ou seja, o clima
do entorno próximo, pois o microclima local e os fatores do sítio afetam as condições da
edificação. Assim, a topografia (elevação, vales, condições da superfície do solo), vegetação
(altura, massa, textura, localização) e as formas das edificações (superfícies, edificações
próximas) são fatores que devem ser considerados no estudo de um projeto climático.
Para os diferentes tipos climáticos tropicais - quente e úmido; quente e seco; tropical de
altitude -, propõem-se ações de controle dos elementos climáticos locais existentes que
possam propiciar a qualidade ambiental no meio urbano.
▪ Em climas quentes e secos, a minimização das temperaturas pode ser obtida com a
reflexão das superfícies, que devem ser claras; com o traçado de ruas estreitas e pequenas
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PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
▪ Corpos d’água podem ser utilizados como moderadores de temperatura, pela alta
capacidade de armazenamento de calor, gerando brisas locais próprias pelo aquecimento
diferenciado entre a terra e a água, além de incrementarem a umidade;
▪ A malha urbana densa, com presença de edificações altas, pode criar sombreamento de
passeios públicos. Da mesma forma, grandes áreas pavimentadas podem gerar
desconforto devido à alta absorção da radiação solar próxima ao solo.
O microclima de uma área urbana pode ser modificado com o planejamento correto do sítio
urbano e do seu entorno, tanto o natural quanto o construído, para que seja possível obter
resultados mais favoráveis ao conforto térmico.
De modo geral, nas edificações e edifícios públicos das cidades brasileiras, o uso das diretrizes
construtivas adequadas ao clima local para o favorecimento do conforto ambiental,
especialmente o térmico, são reduzidas. As boas práticas em arquitetura regional não são
incentivadas pelas Administrações Municipais por meio de seus Códigos de Obras e
Edificações.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
A NBR 15220-3 apresenta uma lista de 330 cidades brasileiras classificadas segundo a Zona
Bioclimática a que pertencem, possibilitando aferir, por um critério de proximidade geográfica,
as estratégias de condicionamento térmico aproximadas para as demais.
Fonte: ABNT NBR 15220-3, 2005. Fonte: ABNT NBR 15220-3, 2005.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Estratégia
Detalhamento
Bioclimática
A ventilação cruzada é obtida através da circulação de ar pelos ambientes da edificação.
Isto significa que se o ambiente tem a janelas em apenas uma fachada, a porta deveria ser
J mantida aberta para permitir a ventilação cruzada. Também se deve atentar para os ventos
predominantes da região e para o entorno, pois o entorno pode alterar significativamente a
direção dos ventos.
Temperaturas internas mais agradáveis também podem ser obtidas através do uso de
paredes (externas e internas) e coberturas com maior massa térmica, de forma que o calor
I
armazenado em seu interior durante o dia seja devolvido ao exterior durante a noite,
quando as temperaturas externas diminuem.
E Caracteriza a zona de conforto térmico.
As sensações térmicas são melhoradas através da desumidificação dos ambientes. Esta
F estratégia pode ser obtida através da renovação do ar interno por ar externo através da
ventilação dos ambientes.
A adoção de paredes internas pesadas pode contribuir para manter o interior da edificação
C
aquecido.
O uso de resfriamento artificial será necessário para amenizar a eventual sensação de
K
desconforto térmico por calor.
Fonte: Adaptado da ABNT NBR 15220-3, 2005.
Tabela 5. Aberturas para ventilação e sombreamento das aberturas para a Zona Bioclimática 5.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
O uso de diretrizes construtivas adequadas ao clima local, nas edificações em geral e nos
edifícios públicos, para o favorecimento do conforto ambiental, especialmente o térmico 22,
ainda não é amplamente assimilado nas práticas locais, tão pouco constam dentre os
parâmetros da legislação urbanística vigente. Entretanto, na visita de campo, foi identificada a
adoção de algumas das estratégias bioclimáticas indicadas, como proteção solar nas aberturas,
por meio de varandas e beirais e o uso de telhas cerâmicas nas coberturas.
Nas habitações construídas na área urbana (casas em sua maioria), foram percebidas
tipologias distintas, localizadas na orla marítima, em comparação com as habitações existentes
no Centro de Maricá e no Distrito de Inoã. As habitações encontradas na orla das praias e às
margens das lagoas, são predominantemente do tipo veraneio, tipologia muito comum
encontrada na Região do Lagos.
(1) (2)
22
A ausência das estratégias passivas induz o uso intenso de climatização artificial, com o uso de ventiladores mecânicos ou de
aparelhos de ar-condicionado.
58
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
(3) (4)
(5) (6)
Legenda: (1) a (4) Tipologia de habitações existentes em Itaipuaçu e Barra de Maricá, em sua maioria de
médio a alto padrão. (5) e (6) Tipologia de habitações existentes no Centro de Maricá.
Fonte: IBAM, 2020.
A telha cerâmica, tipo de cobertura recomendada para o tipo climático quente e úmido, é
utilizada em sua maioria, nas edificações dos distritos de Itaipuaçu, Centro e Ponta Negra, e
nas unidades construídas nos condomínios fechados de médio a alto padrão. Para edificações
localizadas em climas quentes, é importante que as coberturas sejam ventiladas. A criação de
aberturas ou câmaras de ar em telhados com o intuito de dissipar o calor, contribui de forma
significativa para reduzir a carga térmica no interior da edificação.
Entre os tipos de cobertura, a desfavorável para todos os climas é aquela constituída de laje de
betume sem forro e a utilização de telha de fibrocimento, sem forro, pois sendo a cobertura
exposta ao sol o dia todo, ela recebe e acumula calor no interior da edificação.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Figura 13. Localidade de Inoã, próxima do Shopping Inoã Center (Rodovia Amaral Peixoto).
Figura 14. Imagem da ocupação consolidada no Centro, e a predominância de telhas tipo cerâmica.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Em toda a extensão da orla, devido a forma de ocupação do lote, permitida pela Lei de Uso e
Ocupação do Solo e ao tamanho dos lotes23, há grande predominância de casas geminadas,
onde a inexistência de afastamentos laterais, desfavorece a ventilação cruzada. Nesta
configuração, a orientação das fachadas de frente e de fundos é projetada para as direções
mais críticas - leste e oeste. Desta forma, o sombreamento das aberturas destas fachadas, por
meio de vegetação ou elementos de proteção - beirais, varandas, pérgulas, brise soleil e
cobogós - é recomendado para minimizar os efeitos da radiação solar nos ambientes expostos.
Vale ressaltar que a largura destas fachadas (frente e fundos), conjugada com a inexistência de
aberturas nas laterais das edificações, pode restringir a ventilação natural no interior das
edificações.
Nas figuras a seguir, capturadas do Google Earth, ilustram a dimensão e a forma de ocupação
dos lotes, no Distrito de Itaipuaçu.
23
Nas observações feitas no Google Maps e confirmadas pelos interlocutores da Secretaria de Urbanismo, no Distrito de Itaipuaçu
há lotes com dimensões de 600m² (15,0m x 40,0m), 400m² (10,0m x 40,0m) e exceções de 800m² (20,0m x 40,0m). Nos lotes de
600m², as unidades conjugadas possuem a dimensão de 7,5 m x 40,0 m (300m²).
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Figura 16. Imagem de quadras nas adjacências do Terminal de Itaipuaçu, localizadas no Distrito de
Itaipuaçu.
(1) (2)
(3) (4)
Legenda: (1) a (4) tipo de ocupação - casas germinadas - comum em Itaipuaçu e Barra de Maricá.
Fonte: IBAM, 2020.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
(1) (2)
(3) (4)
(5)
Legenda: (1) a (4) Edificações públicas municipais. (5) Edificação do Governo Estadual.
Fonte: IBAM, 2020.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
(1) (2)
(3) (4)
Legenda: (1) a (4) Habitações existentes na Comunidade de Zacarias.
Fonte: IBAM, 2020.
Foram identificados condomínios fechados (tanto de casas, quanto de prédios) de médio a alto
padrão, localizados na totalidade dos distritos. A qualidade dos acabamentos e do projeto
arquitetônico reflete o poder aquisitivo de seus moradores.
(1) (2)
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
(3) (4)
Legenda: (1) a (2) Tipologias de condomínios fechados localizados no Distrito Centro. (3) Condomínios
Rio Hills localizado no Distrito de Ponta Negra. (4) Condomínios Alphaville localizado na margem da BR
106 (Rodovia Amaral Peixoto).
Fonte: IBAM, 2020.
A imagem a seguir, capturada do Google Earth, ilustra o Condomínio Elisa Lake & Beach,
considerado o mais antigo de Maricá, localizado nas margens da BR 106. Chama a atenção a
ocupação consolidada do espaço, em comparação ao entorno.
Figura 17. Imagem do Condomínio Elisa e Condomínio Bosque de Itapeba, localizado no Distrito Centro.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
“(.....) ter o plano diretor não basta, é preciso implementá-lo. Parte dessa condição
depende da formulação atualizada e sincronizada com o aparato metodológico e legal que
o complementa, na forma da legislação urbanística - leis de parcelamento, uso e ocupação
do solo e código de obras, igualmente debatidas no âmbito do processo participativo.
Nesse sentido, para que o plano diretor não se restrinja a ser mera carta de intenções, tais
leis devem ser elaboradas ou revisadas concomitantemente ao seu processo de
atualização, pois são elas que dão a viabilidade para operacionalização de suas
propostas.” (MORAES, 2020, p. 15).
Desta forma, para que os efeitos pretendidos, com os princípios bioclimáticos e as premissas
de conforto ambiental, sejam alcançados na construção do espaço urbano e das edificações,
torna-se necessária a revisão e atualização dos atuais instrumentos urbanísticos disponíveis no
Município de Maricá.
De acordo com a Série Perfil Municipal desenvolvida pela Fundação CEPERJ - Centro Estadual
de Estatísticas, Pesquisa e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro, em 2017, no
perfil de consumo do Município de Maricá, predomina o da classe residencial, seguido da
comercial e outros.
67
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Segundo dados disponíveis no site da Prefeitura Municipal24, está previsto para o ano de 2020,
a substituição de 5 mil pontos, por lâmpadas Led, o que equivale a 30% do parque de
iluminação pública do Município. Além da operação e manutenção e sistema de iluminação
pública das áreas urbanas e rurais, a Secretaria de Iluminação Pública realiza a manutenção da
iluminação das rodovias que cortam o Município; a manutenção dos sistemas de energia
elétrica dos prédios públicos e a execução de iluminação especial de prédios históricos.
24
https://www.marica.rj.gov.br/2019/11/28/iluminacao-publica-quer-oferecer-mais-luz-com-custo-menor-em-2020/. Acesso em:
19 de ago. 2020.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
(1) (2)
(3) (4)
Legenda: (1) e (2) Sistema de iluminação pública existente na orla de Itaipuaçu. (3) Sistema de
iluminação de praça localizada em Itaipuaçu. (4) Sistema de iluminação pública existente no Centro.
Fonte: IBAM, 2020.
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PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Devido aos problemas expostos, a Prefeitura Municipal vem executando iniciativas pontuais
para a geração distribuída, por meio da energia solar fotovoltaica, nas unidades consumidoras
do Município. Neste contexto, a Companhia de Desenvolvimento de Maricá (CODEMAR),
desenvolve entre outros projetos, o de “Matriz Energética”, que prevê a instalação de usinas
fotovoltaicas (com potência estimada de 1MW) e a construção de uma termoelétrica a gás
natural, para fornecimento de energia elétrica para os próprios municipais.
Em 2015, foi sancionada a Lei Municipal 2.618, de 07 de outubro de 2015, que concedia
descontos no “IPTU Verde” para proprietários de imóveis com iniciativas de desenvolvimento
sustentável, como a captação de água da chuva; sistema de reuso da água; aquecimento
hidráulico ou elétrico solar; construção com material sustentável, utilização de energia passiva
ou eólica. O desconto variava de acordo com o item implantado, sendo cumulativo.
Entretanto, conforme informação passada pelo Secretário da Cidade Sustentável, a Lei
Municipal foi revogada recentemente.
Em 2017, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), publicou na Série
Publicações Sistemas FIRJAN - Pesquisas e Estudos Socioeconômicos, o retrato da qualidade da
energia no Estado do Rio de Janeiro e específicos para as regiões, entre os quais, para o Leste
Fluminense.
Com respeito a qualidade da energia elétrica da região Leste Fluminense, o estudo apresentou
uma piora no indicador DEC, que passou de 22,74 para 27,12 horas (aumento de 19,26%, se
comparado com os índices de 2011). Já o FEC passou de 9,03 para 14,78 vezes no ano
(aumento de 63,67%, se comparado com os índices de 2011). As figuras a seguir, ilustram a
situação na região, para os indicadores DEC e FEC.
25
Unidade consumidora é o conjunto de instalações caracterizado por receber energia em um único ponto de entrega, com
medição individualizada, localizada na mesma propriedade ou em propriedade contíguas.
70
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Figura 19. Indicador DEC (horas sem energia elétrica) para a região Leste Fluminense.
Figura 20. Indicador FEC (número de vezes sem energia elétrica) para a região Leste Fluminense.
Na tabela a seguir é apresentada a duração e a frequência (DEC e FEC) das interrupções, por
Município da região Leste Fluminense, no ano de 2016.
71
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Quanto ao tema eficiência energética, foi identificado no Plano Diretor de 2006 de Maricá, o
Programa Municipal de Eficiência Energética, como um dos programas da Política de
Infraestrutura Complementar (Capítulo IX, art. 75). Chama atenção a previsão da distribuição
de energia elétrica, como uma das ações da Política de Infraestrutura Complementar. Este
aspecto aponta que na ocasião, havia a necessidade de desenvolver a autonomia do Município
na geração e distribuição da energia elétrica.
26
Segundo a Agência Senado, no jargão da mudança climática, descarbonizar significa reduzir as emissões de gases do efeito
estufa - especialmente o dióxido de carbono, gerado na queima de combustíveis fósseis.
72
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO
APRESENTAÇÃO
A abordagem adotada para construção da análise temática que subsidiará a revisão do Plano
Diretor de Maricá (PDM) buscou reunir elementos que permitam delinear as principais pautas
e demandas a serem debatidas e aprofundadas no processo de construção de propostas. O
panorama apresentado neste diagnóstico foi organizado em três partes principais que
oferecem uma visão geral do Município de Maricá. Este documento apresenta um olhar para o
Município como um todo e sua inserção regional.
O perfil da economia municipal indica crescimento maior que o verificado no Estado do Rio de
Janeiro nesta década, e muitos dos indicadores socioeconômicos vêm apresentando melhoria.
Um olhar desatento e pressupostos falaciosos poderiam levar a uma conclusão que estas
melhoras seriam decorrentes especificamente do crescimento das rendas petrolíferas no
orçamento municipal.
O Plano Diretor de 2006 (PD 2006), ainda que não tenha sido acompanhado por indicadores,
foi o instrumento que dava as diretrizes urbanas para o desenvolvimento econômico de
Maricá. No PD 2006, encontramos uma visão abrangente do município, em que todas as
unidades de planejamento (UP) foram consideradas para as propostas dos aspectos de
desenvolvimento econômico, apesar de apenas 3 unidades de planejamento (UPs 1, 2 e 8)
apresentarem diretrizes econômicas (ou propostas) indicadas. No documento, alguns
programas e projetos aparecem com muito detalhamento, acima até do que seria necessário,
no entanto, em outros projetos/programas não há detalhamento disponível.
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PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Algumas lacunas encontradas no PD 2006 podem ser pontos de partida para esta revisão,
sendo diretrizes e propostas de erradicação da pobreza/renda, emprego ou
empreendedorismo; a definição de indicadores de acompanhamento do plano; e, a integração
de outros planos acessórios e derivados nesse contexto de acompanhamento.
A série de anos adotada foi do último triênio 2016 a 2018, como referência dos estudos,
considerando o período de 2011 a 2019, no caso de disponibilidade de dados secundários,
como o orçamento municipal, por exemplo. Através desse recorte temporal, não se pretende
alcançar o período do último plano diretor (2006-2019), tendo em vista a ausência de muitos
dados e o extenso lag temporal, e focalizar o período antes e após o impacto da distribuição
das Rendas Petrolíferas sobre as Receitas Orçamentárias da PMM.
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PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Neste item estão apresentados indicadores gerais da economia de Maricá, que mostram o
tamanho da riqueza produzida pelo Município, a composição do produto, o emprego formal
por setor de atividade, a comparação com dados de outros Municípios do mesmo contexto
regional e indicadores de desenvolvimento, e qualidade de vida. Dessa forma, pretende-se
construir o panorama geral da economia municipal, baseado em estatísticas e dados
secundários que fornecem comparabilidade e singularidade na análise.
O Produto Interno Bruto (PIB), segundo a definição do IBGE, representa a soma de todos os
bens e serviços finais produzidos numa determinada região, durante um período determinado.
Portanto, é um dado que mensura a economia do município que se pretende analisar e sua
variação no tempo, geralmente em um ano. O PIB é um importante indicador síntese de uma
economia. Expressa o fluxo da riqueza gerada no período, mas não expressa importantes
fatores, como distribuição de renda, qualidade de vida, educação e saúde.
Tabela 10. Evolução do PIB Nominal - 2011 a 2017 - Estado do Rio de Janeiro e Maricá
Valores correntes a preços de mercado - (em milhões reais).
75
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Pelos dados de Produto Interno Bruto dos Municípios medidos pelo IBGE27 tem-se o PIB a
valores correntes para o Município de Maricá e o Estado do Rio de Janeiro de 2011 a 2017.
Nota-se que, para o Município de Maricá e para o RJ, o ano de 2016 apresenta uma retração
do PIB em termos absolutos. No entanto, em 2017, Maricá retoma seu movimento
ascendente, quase dobrando o valor de 2016. As quedas acumuladas no PIB do estado do RJ
desde 2015, entretanto, fizeram o PIB fluminense retroceder, em volume, ao nível da década
anterior, segundo dados da Fundação CEPERJ.
Tabela 11. Posição relativa de Maricá no Ranking dos Municípios, segundo os setores de agropecuária,
indústria, serviços, administração pública no Valor Adicionado Bruto do Estado do RJ.
Agropecuária 70 69 67 67 65 65 63
Indústria 15 8 8 8 6 9 5
Administração Pública 23 23 22 22 22 19 17
Demais Serviços 26 17 18 16 14 20 13
Fonte: Adaptado de TCE, 2019
Na Tabela 11, quando considerado o Estado do Rio de Janeiro, ano a ano, mostramos como se
posiciona cada setor econômico maricaense em termos de valor adicionado relativamente aos
demais municípios. A indústria que em 2011 estava no 15º lugar, tem crescimento de valor
adicionado e chega à 5ª posição em contribuição para o PIB estadual em 2017. Verifica-se o
crescimento que o setor agropecuário dentro do valor adicionado total não possui relevância.
27
IBGE. Produto Interno Bruto dos Municípios. Ver em https://goo.gl/8ejHJK e Fundação Ceperj - PIB do Estado do Rio de Janeiro.
Disponível em http://www.ceperj.rj.gov.br/ceep/pib/pib.html
28
O setor de Agropecuária corresponde a: Agricultura, Pecuária e Produção Florestal; Pesca e Aquicultura. O setor Industrial
corresponde a: indústria extrativa e mineral; indústria de transformação; produção e distribuição de eletricidade, gás, água,
esgoto e limpeza urbana; construção civil. O setor “Serviços, exclusive administração, defesa, educação e saúde públicas e
seguridade social” corresponde a: Comércio, manutenção de veículos automotores e motocicletas; serviços de alojamento e
alimentação; Transportes, armazenagem, e correio; serviços de informação; intermediação financeira, seguros e previdência
complementar; atividades imobiliárias; atividades profissionais técnicas, científicas; administrativas e serviços complementares;
educação mercantil; saúde mercantil; artes, cultura, esportes e recreação; outras atividades de serviços e serviços domésticos.
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PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Gráfico 12. Participação dos setores de agropecuária, indústria, serviços, administração pública no Valor
Adicionado Bruto a preços correntes - total (%).
Tabela 12. Ranking posição relativa de Maricá segundo a constituição de empresas em comparação com
municípios do Estado do RJ e número absoluto de constituições.
Ano 2011 2013 2015 2017 2019
Posição no Ranking estadual 24º 26º 22º 23º 22º
Número de Constituições 379 323 347 417 506
Fonte: JUCERJA.
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PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
O que se observa desses dados é que apesar da indústria ser o setor mais importante em
termos de valor adicionado, seja no ranqueamento com relação ao Estado do Rio de Janeiro
seja na contribuição pro PIB municipal, os setores de serviços e comércio, de menor
produtividade são os que apresentam maior dinamismo de abertura de firmas.
29
RELAÇÃO ANUAL DE INFORMAÇÕES SOCIAIS/RAIS - Rio de Janeiro, Ano-base 2018. Dados Estaduais - PDET/ME.
http://pdet.mte.gov.br/rais?view=default
78
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Gráfico 14. Estoque de empregos formais segundo setor de atividade econômica no Estado do Rio de
Janeiro.
Administração Pública
Serviços
Comércio
Construção Civil
Indústria de transformação
Extrativa mineral
Gráfico 15. Estoque de empregos formais segundo Setor de atividade Econômica em Maricá.
Administração Pública
Serviços
Comércio
Construção Civil
Indústria de transformação
Extrativa mineral
A indústria, por sua vez, somando extrativa mineral, indústria de transformação, serviços
industriais de utilidade pública e construção civil, em 2018, totalizou 1.869 empregos formais,
ou seja, 8,7% do total. A produção de petróleo no Campo de Lula teve impacto sobre o
79
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Por último, o setor primário, composto por agropecuária, extração vegetal, caça e pesca, é o
setor com menor número de postos formais, sendo o mercado de trabalho neste setor,
tradicionalmente, mais informal e sua expressão relativa em termos de atividade econômica
bastante reduzida no município. O Gráfico 16, a seguir, ilustra a distribuição do emprego
formal em Maricá.
Gráfico 16. Total de empregos formais por setor de atividade em Maricá - 2018
Total de postos formais de trabalho = 21.590.
Serviços 31,9%
6.878
Comércio 24,6%
5.321
A variação do estoque de empregos no município de Maricá entre 2017 e 2018 foi positiva,
cresceu o emprego formal em 9,23%, enquanto no estado do Rio, caiu em -0,67% no mesmo
período. A população ocupada no município, segundo dados do IBGE (2018) chegava a 15,2%.
Há aqui um ponto de atenção: exportação de mão-de-obra para a região. Maricá possui a
característica de ser historicamente uma cidade dormitório, com parte de sua mão-de-obra se
30
Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), Proposta de políticas públicas para o desenvolvimento socioeconômico a partir dos
investimentos em exploração e produção offshore - RELATÓRIO FINAL 2015, IBP: Rio de Janeiro, 2015.
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PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
deslocando para trabalhar nos municípios vizinhos de Niterói e São Gonçalo, fenômeno que
necessitaria de uma revisão mais apurada. O salário médio mensal dos trabalhadores formais
no Município é de 2,4 salários mínimos (IBGE, 2018).
O PIB per capita é o Produto Interno Bruto do território em questão, dividido pela quantidade
de habitantes deste. Porém, é um indicador que não mede a desigualdade de renda, já que se
reparte o PIB total por partes iguais, o que não ocorre na prática. Portanto, constitui somente
uma aproximação do nível de desenvolvimento do local analisado.
Como visto no capítulo de caracterização (Caderno 1), o IDHM de Maricá estava em 0,765,
Para fins deste diagnóstico, será usado também o IFDM 2018 - Índice Firjan de
Desenvolvimento Municipal. O IFDM é um indicador composto que abordam, com igual
ponderação, três áreas do desenvolvimento humano, Emprego & Renda, Educação e Saúde,
através de um número maior de dados e informações que o IDHM. Assim, o IFDM de um
município visa consolidar e acompanhar, desde 2008, o nível de desenvolvimento
socioeconômico local, através da média simples dos resultados obtidos em cada uma dessas
três dimensões.
81
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Tabela 14. Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal - IFDM 2018 ano-base 2016.
Emprego &
IFDM Educação Saúde
Índice FIRJAN de Renda
Desenvolvimento
IFDM BRASIL 0,6678 0,4664 0,7689 0,7655
Municipal
Mediana dos Municípios
IFDM 0,6859 0,4672 0,8028 0,8047
RJ
Maricá 0,6771 0,3949 0,7948 0,8417
Fonte: Extraído de FIRJAN.
No IFDM, Maricá tem na dimensão saúde sua maior fortaleza, da mesma forma como
verificado no IDHM, no entanto os indicadores de emprego e renda colocam o Município
abaixo da mediana dos municípios do ERJ e do Brasil. No ranqueamento promovido pelo IFDM,
Maricá está posicionado em 2669º entre os municípios brasileiros e em 49º no Estado.
Segundo dados do TCE (2017 e 2019), o número total de matrículas nos ensinos infantil,
fundamental e médio de Maricá, em 2015, foi de 29.101 alunos e chegou a 32.247 alunos
matriculados em 2018, uma variação de 8,6% em relação a 2017. A rede municipal alcançou a
meta estabelecida pelo Ministério da Educação somente para os anos iniciais do ensino
fundamental, considerando os dados do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica), que saiu de 4.3 em 2011 para 5.5 na observação do ano 2017.
82
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Maricá é um dos municípios fluminenses que viu os impactos das receitas dos royalties nas
suas finanças públicas acontecer recentemente. Em função das Rendas Petrolíferas,
distribuídas entre janeiro e novembro de 2019, o aumento do orçamento municipal chegou a
R$ 1,5 bilhão no ano fiscal. O município tem 49% de confrontação com o Campo de Lula e deve
continuar recebendo um montante considerável pelos próximos 20 anos, a não ser que haja
alteração na forma de distribuição destas rendas. Segundo relatório do Ministério Público
Estadual do Rio de Janeiro (MPRJ), o Grau de Dependência do município de Maricá em relação
às Rendas Petrolíferas no Exercício de 2018 chegou a 71,5%.
83
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
A estratégia de Maricá para evitar a “maldição dos recursos naturais” está baseada em uma
mudança do padrão de desenvolvimento local aproveitando a janela de recebimento de
royalties do Pré-Sal.
Assim, a PMM estabeleceu como um dos principais instrumentos desta estratégia a criação,
através da lei 2785/2017, do chamado Fundo Soberano de Maricá (FSM). O FSM tem por
objetivos fazer com que o rendimento do fundo, no futuro, venha garantir o custeio e parte
dos investimentos do município; funcionar como fundo garantidor para contratos de
concessão administrativa ou patrocinada, como é o caso das Parcerias Público Privada (PPP); e,
ainda, servir para a manutenção das redes de proteção social criadas pela Prefeitura, como os
programas de renda básica da cidadania (Cartão Mumbuca), por exemplo.
31
Visando atenuar os efeitos econômicos da crise causada pela pandemia do Covid-19, a transferência da RBC aumentou
temporariamente para R$ 300 mensais.
84
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Fonte: PMM.
Nesta etapa, serão atendidos os cidadãos com ganhos totais de até três salários mínimos (R$
3.135 em 2020), registrados em um banco de dados do programa. O desenvolvimento e
fiscalização das ações do Programa RBC ficam sob responsabilidade da Secretaria Adjunta de
Economia Solidária e Combate à Pobreza.
A renda transferida aos beneficiários de 130 MUMBUCAS por mês (R$ 130/mês) é
disponibilizada através de créditos da moeda social virtual, no Cartão MUNBUCA. O cartão é
aceito na rede de estabelecimentos de comércio e serviços do Município, o que obriga, num
primeiro momento, que a renda percebida seja gasta dentro do município. Outro fator que
concorre para isso é que os créditos em MUMBUCA não podem ser convertidos em reais, não
há câmbio permitido. Assim, a renda distribuída dinamiza a economia local, impacta
positivamente o nível de atividades do setor terciário e se reverte em arrecadação de ISS e
ISSQN, principalmente.
85
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
A CODEMAR apresenta como seu público de interesse um conjunto de stakeholders dos quais
fazem parte o Poder Público, seu público interno, a comunidade científica e acadêmica, seus
fornecedores, concorrentes, a comunidade, parceiros, imprensa, as organizações da sociedade
civil, investidores e clientes. Os projetos em andamento na CODEMAR são em sua maioria
projetos de desenvolvimento tecnológico ou do potencial turístico do Município.
▪ Aeroporto Inteligente
▪ Arena Maricá
▪ Parque Industrial
▪ Parque Tecnológico
▪ Baía de Maricá
▪ Maricá Hotel Lake View
▪ Matriz Energética
▪ Maricá – Cidade Inteligente
▪ Maricá Rotativo
▪ Mobilidade Inteligente
▪ Polo Turístico
32
Sociedade de economia mista, sob a forma de sociedade anônima de capital fechado.
86
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Parcerias Público-Privadas
As PPP podem ter duração entre 5 e 35 anos para objetos contratados com valor superior a R$
20 milhões de reais. As concessões no regime de parcerias deverão ser licitadas na modalidade
de concorrência, cuja abertura, entretanto, está condicionada à fundamentação em estudo
técnico atualizado, previsão e compatibilidade com as leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA),
estimativa de fluxo positivo de recursos públicos para o cumprimento das obrigações, consulta
pública e licenciamento ambiental.
Estudo da FIRJAN33 (2019) indica potenciais de realizações de PPP para o Estado do Rio de
Janeiro e seus municípios. Maricá aparece entre as cidades que teriam potencialmente a
oportunidade de estabelecer PPP nos seguintes setores:
33
FIRJAN (2019) “Oportunidades para concessões e PPP (parcerias público-privadas) no Estado e municípios do Rio de Janeiro”,
AMBIENTE DE NEGÓCIOS, NOTA TÉCNICA - MAIO/2019 www.firjan.com.br/publicacoes.
87
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
2. ECONOMIA REGIONAL
Maricá está faz parte do conjunto de municípios que compõe a Região Metropolitana do Rio
de Janeiro, no entanto, regionalmente, os principais impactos econômicos que vem sofrendo
relacionam-se à construção do COMPERJ (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) e da
produção de petróleo na Bacia de Santos temas afeitos principalmente à Região Leste
Fluminense.
O Projeto Rota 3, de uma planta de processamento de gás natural (UPGN) produzido no Pré-sal
deverá ter a capacidade de processar 21 milhões de Nm3/dia (nano metros cúbicos) de gás por
dia. A UPGN do COMPERJ é resultado da readequação do projeto inicial do Complexo
Petroquímico, cuja primeira fase previa a instalação de uma refinaria de petróleo extraído do
Pré-sal no Município de Itaboraí, que faz limite com Maricá. A infraestrutura, que está entre os
empreendimentos prioritários da PETROBRAS, compreende além do sistema de dutos, que
inclui um gasoduto de aproximadamente 307 quilômetros em seu trecho marítimo 34, e a
UPGN, as principais obras as estruturas administrativas e operacionais necessárias para a
operação.
Além disso, outros produtos e serviços existentes no Município e região devem ser
considerados na discussão das vocações locais e regionais, como por exemplo, o turismo, a
agricultura, a pesca, os serviços logísticos da cadeia do petróleo e gás, entre outros que
deverão ser foco do fortalecimento às suas cadeias produtivas.
34
Conforme Agência Petrobrás:https://www.agenciapetrobras.com.br/Materia/ExibirMateria?p_materia=981173.
88
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Políticas públicas bem sucedidas no setor do Turismo, por exemplo, tendem a gerar um efeito
multiplicador econômico, com reflexos diretos e indiretos sobre a geração de empregos. Os
reflexos diretos seriam observados na ampliação de negócios do setor de serviços da cadeia do
turismo (locadoras de automóveis, meios de hospedagem, operadoras de turismo,
organizadoras de eventos, transporte, etc), os reflexos indiretos, por sua vez, provocariam a
instalação de postos de gasolina, táxis, ampliação do comércio, dos serviços que atendem a
população residente e os turistas.
Por outro lado, os arranjos propostos pelos projetos de infraestrutura para atendimento da
cadeia offshore do petróleo apresentados pela Prefeitura Municipal de Maricá e CODEMAR,
podem abrir caminho para um embrião de um arranjo produtivo local (APL) que poderia
prover de forma competitiva a infraestrutura de acesso (rodovias, aeroportos, portos), e
planejar a infraestrutura urbana (área residenciais, hotéis, escolas, universidades) e social
(hospitais, parques, lazer) visando gerar atratividade para as companhias se instalarem, para
os trabalhadores e suas famílias se beneficiarem localmente das boas condições de saúde,
transporte e educação. No entanto, em Maricá, assim como em muitos outros municípios
brasileiros, ainda não há o adensamento da cadeia fornecedora localmente, um desafio futuro
que deverá ser enfrentado brevemente, para o qual o planejamento urbano de longo prazo do
Plano Diretor contribuirá.
3. FINANÇAS MUNICIPAIS
89
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Transferências federais FPM (23,5% do IR e IPI), 50% (ou100%) do ITR, royalties da produção de
recursos minerais
No que se refere às transferências estaduais via ICMS, os municípios de menor porte são
penalizados, pois o repasse ocorre de acordo com o cálculo do volume gerado na base
municipal.
Tais limitações são compensadas por transferências federais, pelo Fundo de Participação dos
Municípios (FPM).
ADMINISTRAÇÃO DIRETA
Prefeitura Municipal
Câmara Municipal
90
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
ADMINISTRAÇÃO DIRETA
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
35
Portal da Transparência: http://ecidadeonline.marica.rj.gov.br/e-cidade_transparencia_inte/cms/menus/getContent/18.
36
As receitas de transferências correspondem às transferências constitucionais, legais e voluntárias, a saber: a cota-parte do Fundo
de Participação dos Municípios (FPM), o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), a cota-parte do Imposto Territorial Rural (ITR),
quando cobrada pela União, a cota-parte do IOF-Ouro, a cota-parte na compensação pela desoneração do ICMS nas exportações
de produtos primários e semi-elaborados (LC 86/97), a cota-parte do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS), a cota-parte do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), a cota-parte do IPI-Exportação, a cota-parte
da Compensação Financeira de Extração Mineral (CFEM) e a cota-parte do Fundo Especial do Petróleo (FEP), além dos recursos
provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS), do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorização do Magistério (FUNDEF), do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), do Fundo Nacional do Desenvolvimento da
Educação (FNDE), a cota-parte do salário-educação, as transferências dos Municípios, as transferências oriundas de convênios da
União, dos Estados, dos Municípios e de outras instituições públicas, além das demais transferências correntes e de capital da
União, dos Estados e de instituições públicas. (IBAM, 2016) Disponível em https://goo.gl/3y1UHr.
91
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Gráfico 18. Composição da Receita Corrente Municipal por ano - em termos relativos.
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Gráfico 19. Composição da Receita Corrente Municipal por ano exceto Transferências (em R$ milhares).
2019
2018
2017
2016
2015
2014
2013
2012
2011
37
IBAM (2016), Disponível em https://goo.gl/3y1UHr.
93
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
O Município de Maricá está entre os 87 dos 92 municípios fluminenses que recebem royalties
e, também, entre os 14 municípios que recebem participações especiais (PE). Os municípios de
Maricá e de Niterói, além de Rio de Janeiro, Saquarema e Angra dos Reis, passaram a
despontar entre os maiores recebedores, apresentando aumentos de receitas maiores, em
termos relativos, que o aumento em Campos dos Goytacazes e Macaé - até então os que mais
recebiam rendas do petróleo e gás, com o avanço na produção dos campos do pré-sal da Bacia
de Santos - em especial Lula e Sapinhoá -, que passaram a responder por parcela expressiva da
produção nacional. (Araújo et ali, 2018)38 A produção do Campo de Lula saltou de 86 mil
barris/dia em janeiro/2013 para 879 mil barris/dia em julho/2018.
Esse crescimento da produção causou o choque de ampliação das rendas petrolíferas dos
municípios de Maricá e Niterói. No caso de Maricá, a variação das rendas percebidas de 421%,
no período de comparação com 2013-2017, e um aumento nominal de 148% apenas nos anos
2016 para 2017.
38
Araújo et all (2018) “As rendas petrolíferas dos municípios do Rio de Janeiro e de São Paulo e o pré-sal” Boletim Petróleo,
Royalties e Região - Campos dos Goytacazes/RJ - Ano XVI, nº 59 - Abril / 2018.
94
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Figura 22. Composição da receita de Transferências Correntes por ano exceto - em termos relativos.
As receitas tributárias municipais são aquelas cobradas e arrecadadas pelo próprio Município,
composta pelo IPTU, ISS, ITBI, ISSQN e outros impostos e taxas definidos na legislação
municipal. A arrecadação relativa ao período 2016-2019 foi consolidada na Tabela 18 que
apresenta os valores em milhares de reais.
95
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Figura 23. Composição da receita de Transferências Correntes por ano exceto - em termos relativos.
96
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Segundo a análise:
Os dois municípios de maior porte populacional do país, São Paulo e Rio de Janeiro,
concentram 30,28% de toda a receita tributária municipal, os valores de arrecadação. Em
termos absolutos, no exercício fiscal de 2019, o Município do Rio de Janeiro/RJ arrecadou R$
R$ 12,8 bilhões, o que corresponde a R$ 1.916,48 per capita, e o Município de São Paulo/SP
arrecadou em receitas tributárias municipais R$ 33,8 bilhões, o equivalente a R$ 2.776,43 per
capita. O Município de Maricá arrecadou apenas em impostos e taxas municipais per capita R$
789,73, somando os valores das transferências, a receita atinge a impressionante cifra de R$
15.573,93 per capita.
Maricá não guarda similaridade com os municípios do mesmo porte populacional no que se
refere às receitas que vem percebendo, no entanto, seu processo histórico de constituição,
coloca ainda desafios muito parecidos a superar. Visando comparar suas receitas
orçamentárias, com os demais municípios do Estado que tem população residente na faixa
entre 100.001 e 200.000 habitantes, podemos calcular a Receita Total per capita para o
exercício de 2019 (Gráfico 20). Assim, na comparação com outros municípios do Rio de Janeiro,
nota-se que há disparidade entre os valores dos demais municípios e o valor de receitas
correntes per capita do Município de Maricá, que estava em R$ 15.136,00 (2019).
Resende que apresenta a 2ª maior receita per capita, atingiu R$ 4.796,94, seguido por Rio das
Ostras e Itaguaí, com receitas correntes per capita de R$ 4.575,97 e R$ 4.288,13,
respectivamente. Na outra ponta, o Município de Mesquita, que está na Baixada Fluminense,
também no contexto da RMRJ, arrecadou em termos de Receita Corrente per capita apenas R$
1.031,36, quase 15 vezes menos que Maricá, ou seja, a maior quantidade de receita que gera
em relação aos outros municípios não é suficiente para o tamanho da sua população.
97
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
R$16.000,00
R$14.000,00
R$12.000,00
R$10.000,00
R$8.000,00
R$6.000,00
R$4.000,00
R$2.000,00
R$-
Gráfico 21. Arrecadação nominal dos tributos municipais vis-à-vis a Receita Corrente dos municípios do
Estado do Rio de Janeiro, em R$/2019.
R$3.000.000.000,00
R$2.500.000.000,00
R$2.000.000.000,00
R$1.500.000.000,00
R$1.000.000.000,00
R$500.000.000,00
R$-
Fonte: elaboração própria a partir de dados de Finbra, Secretaria do Tesouro Nacional, 2020.
O FPM é composto pela transferência de 23,5% do IR e do IPI, que são impostos federais. A
fórmula de transferência beneficia os municípios menos populosos e aqueles mais pobres. Já
as transferências do ICMS são a principal fonte de receita para municípios economicamente
mais desenvolvidos. O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de
Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) é arrecadado pelo Governo
estadual, mas é resultado das atividades econômicas realizadas nos próprios municípios.
De acordo com a Constituição Federal de 1988, 25% da arrecadação do ICMS deve ser
transferida aos municípios. Deste percentual, no mínimo 75% é repassado conforme o valor
98
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Gráfico 22. Comparação da arrecadação nominal dos municípios selecionados do Estado do Rio de
Janeiro por tipo de tributo - em R$/2019.
R$140.000.000,00
R$120.000.000,00
R$100.000.000,00
R$80.000.000,00
R$60.000.000,00
R$40.000.000,00
R$20.000.000,00
R$-
IPTU ISS ITBI Outros tributos
Fonte: Elaboração própria a partir de dados de Finbra, Secretaria do Tesouro Nacional, 2020.
O IPTU é o segundo maior imposto local e os municípios definem os critérios para calcular o
valor do imposto, desde que aprovados por lei municipal. O IPTU é o único imposto que pode
ser cobrado progressivamente. A Emenda Constitucional 29/2000 define que o IPTU pode ter
alíquotas diferenciadas em razão do valor do imóvel, da sua localização e do seu uso.
Por fim, mesmo com os avanços da CF, a arrecadação local apresenta limitações. O sistema
tributário nacional é concentrado em impostos que incidem sobre a produção, vendas e
consumo, que não estão sob a jurisdição municipal. Os impostos locais como ISS e IPTU
requerem a existência de bancos de dados, cadastros e atualizações dispendiosas. O IPTU é o
imposto com maior índice de evasão e o ISS incide sobre um grande universo de contribuintes
de pequenos negócios, sendo de pequeno porte e instáveis.
99
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
O “Índice Firjan de Gestão Fiscal” (IFGF) é um estudo anual, com dados extraídos dos
resultados fiscais declarados à STN e revelam onde foram alocados os recursos arrecadados. O
IFGF é composto por quatro indicadores: Autonomia, Gastos com Pessoal, Liquidez e
Investimentos. Com base neles é atribuída, para cada município, uma pontuação que vai de
zero a um e que determina seus respectivos conceitos: Gestão de excelência [0,8 a 1,0], Boa
gestão [0,6 a 0,8], Dificuldade [0,4 a 0,6] e Crítica [0,0 a 0,4].
1,0000 1,0000
0,8736
0,7184
0,0000
O IFGF de Maricá para 2018 é 0,7184, o maior da série histórica 2013-2018. Segundo os
critérios da análise, o Município apresenta excelência nas dimensões Gastos com Pessoal,
Liquidez e Investimentos, conforme mostrado no Gráfico 23.
Fonte: FIRJAN
39
Segundo a metodologia do IGFG são consideradas receitas oriundas da atividade econômica local: Impostos, Receita Patrimonial
(exceto Valores Mobiliários e Exploração de Recursos Naturais), Receita Agropecuária, Receita Industrial, receita de Serviços, Cota-
Parte do ITR, Transferência (LC 87/96) e Cota-Parte do ICMS, Cota-Parte IPVA e Cota-Parte IPI - Municípios. São considerados
custos com a estrutura administrativa as despesas declaradas pelas prefeituras nas funções orçamentárias (01) - Legislativa, (02) -
Judiciária, 903) - Essencial à justiça e (04) - Administração.
100
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
No ranqueamento do IFGF para o Estado do Rio de Janeiro (2018) o Município de Maricá está
posicionado em 2º lugar com índice 0,7184, atrás apenas de Niterói (0,8066). Os municípios
posicionados em 3º e 4º, neste ranking são Rio das Ostras e Paraty.
Considerando as mesmas fontes de dados usadas na análise das receitas, Finbra/STN e Portal
da transparência de Maricá, em 2019, as despesas municipais empenhadas40 totalizaram R$
2.551.270.573.
40
A Despesa Realizada é o comprometimento ou efetiva utilização de dotações consignadas no Orçamento Público; equivale às
Despesas Empenhadas, independentemente de terem sido liquidadas ou pagas.
101
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Gráfico 24. Distribuição da Despesa por função - Município de Maricá (período 2010-2019).
As despesas com Urbanismo estão entre as cinco principais desde o exercício de 2012,
respondendo por 25% dos recursos empenhados em 2019. As despesas intra-orçamentárias
ficaram em 4,3% em 2019. Os recursos de Gestão Ambiental incluem as despesas com
Saneamento Básico Rural, Preservação e Conservação Ambiental, Controle Ambiental e
Recuperação de Áreas Degradadas. As despesas empenhadas em Comércio e Serviços
referem-se a Turismo e atingem apenas R$ 59 milhões (3%) em 2019.
102
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Gráfico 25. Relação Receitas Totais e Despesas do Município de Maricá (período 2016-2019) em valores
nominais.
Despesas de Pessoal
Receitas Totais
O Gráfico 25 mostra que o crescimento da receita Municipal elevou o gasto público em termos
absolutos (valores nominais), verifica-se um incremento das Despesas (exceto intra-
orçamentárias). Frisa-se que o valor dos gastos com Pessoal e Encargos Sociais cresceu de R$
269 milhões em 2016 para R$ 561 milhões em 2019, uma variação de 108% no período.
As Receitas Totais aumentaram de R$ 925 milhões para R$ 2,581 bilhões, no mesmo período.
O crescimento das Receitas Totais e das Despesas (exceto intra-orçamentárias) comparando os
exercícios de 2016 e 2019 representaram uma variação de 179% e 178% respectivamente. Isto
é, as despesas com Pessoal apesar de terem mais que dobrado, sofreram impacto inferior aos
aumentos de Despesas (exceto intra-orçamentárias) e Receitas Totais, que decorreram das
rendas petrolíferas.
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000) determina o limite de 75% de despesa com
pessoal. Diante das Receitas Totais, em decorrência das Transferências Correntes, esta relação
para o Município de Maricá vem se reduzindo. Em 2016, as despesas com pessoal
correspondiam a 29% e em 2019 reduziram-se ao patamar de 22%. No entanto, quando
descontamos das receitas totais a rubrica Outras Transferências Correntes41 vemos que a
conta PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS correspondiam a 75% das receitas em 2016 e
corresponde a 99% em 2019. Essa relação é imprescindível para entender o crescimento da
dependência do orçamento maricaense em relação às rendas petrolíferas.
41
Na conta Outras Transferências Correntes estão consignados os haveres relativos às Rendas Petrolíferas.
103
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
2019 R$ 2.911.739.287
2020 R$ 3.075.735.679
2021 R$ 2.785.635.564
R$ 8.773.110.529
Fonte: Elaboração própria a partir de dados do Portal da Transparência de Maricá.
O orçamento previsto no PPA para o ano de 2019, R$ 2,911 bilhões, apresentado na Tabela 20,
foi estabelecido num patamar 12,8% mais alto do que o efetivamente disponível nas receitas
municipais. Essa variação decorre da frustração de receitas que pode ter diversos motivos
associados, inclusive a redução do preço do barril de petróleo e queda da arrecadação
tributária federal e estadual.
Mesmo como peça de planejamento, que permite revisão, a projeção consignada tem a função
de acompanhamento da efetividade das ações quanto à execução física e financeira. Não
estava disponível no Portal da Transparência de Maricá este acompanhamento ou
documentação que permita comentá-lo neste diagnóstico.
42
Revisado pela LEI Nº 2.828/2018.
104
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
Os programas avaliados na Tabela 21 são aqueles ligados à Função Urbanismo que apresentam
relações diretas com as modificações do espaço urbano acompanhadas pelas diretrizes do
Plano Diretor. Observa-se que para a Função Urbanismo, principalmente a Programática 22 -
Revitaliza Bairro tem destinados R$ 1,08 bilhões para serem executados no período
compreendido entre 2019 a 2021, contemplando diversas obras de infraestrutura importantes.
Estão previstos, ainda R$ 90 milhões para desapropriação de áreas (Programática 0001).
Tabela 22. Previsão Orçamentária PPA Função Gestão Ambiental - programas selecionados
Valor para 2109-2021 (em R$).
Os programas listados na Tabela 22 são aqueles ligados à Função Gestão Ambientais que
também apresentam relações diretas com as modificações do espaço urbano, acompanhadas
pelas diretrizes do Plano Diretor. Chama atenção a programática 0050 - Balneabilidade de
praias e lagoas que prevê R$ 240 milhões para a construção de recifes artificiais.
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PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
O PPA 2018-2021 traz também valores destinados para as empresas públicas SANEMAR;
CODEMAR; EPT e Empresa Pública de Tecnologia, Comunicação e Inovação. Os valores
consignados para o triênio 2019-2021 estão representados no Gráfico 26. No Anexo DEC 01,
apresentamos as tabelas com valores para as ações que contemplam projetos mapeados neste
diagnóstico.
Gráfico 26. Orçamentos das Empresas Públicas no PPA 2018-2021 (em R$).
SANEMAR;
608.900.000,00
CODEMAR; EPT;
TECNOLOGIA,
276.659.000,00 278.350.000,00
COMUNICAÇÃO
E INOVAÇÃO;
1.800.000,00
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PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim como um grande potencial em buscar soluções inovadoras para as populações de baixa
renda através do Ecossistema de Economia Solidária, que poderá compor as demais cadeias de
valor em desenvolvimento no Município.
Há que se destacar que o aumento das receitas percebidas pelo Município de Maricá não
isenta a Administração Municipal de fazer escolhas, tomar decisões e criar prioridades para a
alocação das despesas. Sob a ótica contábil, as despesas em serviços se esvaem no consumo
deste mesmo quando a atividade acontece, por outro lado, as despesas de capital em obras e
equipamentos irão gerar futuramente gastos de manutenção, depreciação, obsolescência e
reposição. Neste sentido, o planejamento e monitoramento são fundamentais para o alcance
de objetivos de longo prazo e sustentabilidade das finanças municipais.
107
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
ANEXOS
- Equipamentos urbanos:
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0024 - POLÍTICA DE GERAÇÃO E FORMAÇÃO DE MÃO DE OBRA PARA TRABALHO, EMPREGO E RENDA.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
TEMA: MUDANÇAS CLIMÁTICAS
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mento%20socioecon%C3%B4mico%20e%20industrial.&text=O%20estudo%20Retrato%20da%20Qualida
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PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
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PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
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2020.
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PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 3
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Rio de Janeiro 2019 - Maricá, Rio de Janeiro: disponível em:
<http://www.rioinvest.rj.gov.br/docs/estudos-socioeconomicos/marica.pdf> Acessado em agosto de
2020.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
PRODUTO 3
DIAGNÓSTICO TÉCNICO
CADERNO 4
ANÁLISES TEMÁTICAS - TEMAS TRANSVERSAIS
PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E PAISAGÍSTICO
TURISMO
PETRÓLEO E GÁS
Outubro 2020
CAPA: Cartografia Histórica de Maricá/RJ. Plano da Vila de Santa Maria de Maricá, 1814. Arquivo
Nacional
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Consultores Temáticos:
Arquiteto e Urbanista Engenheiro
Ricardo Moraes Carlos Enriquez
Mudanças Climáticas Drenagem e Gestão Costeira
Arquiteta e Urbanista
Clima Urbano, Conforto Arquiteto e Urbanista
Luciana Hamada Victor Zveibil
Ambientale Meio Ambiente
Eficiência Energética
Economista Arquiteta e Urbanista
Inessa Salomão Noêmia Barradas
Des. Econômico Patrimônio Histórico Cultural
Alberto Costa Arquiteto e Urbanista Manuela Turismóloga
Lopes Habitação Scaldaferri Turismo
Engenheiro Andreas Engenheiro
Wallace Pereira
Mobilidade Nascimento Petróleo e Gás
Patrícia Engenheira Ambiental Geógrafo
Helio Beiroz
Finamore Saneamento Básico Meio Rural
Assistente Social
Karin Segala
Resíduos Sólidos
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
DIAGNÓSTICO TÉCNICO
CADERNO 1 - CARACTERIZAÇÃO
CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO
SANEAMENTO BÁSICO
MEIO AMBIENTE
ECONOMIA
TURISMO
PETRÓLEO E GÁS
CADERNO 5 – MAPAS
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Vista de Maricá, com a Igreja Matriz de Nossa Senhora destacada na paisagem. ..............15
Figura 2. Mapa das Regiões Turísticas do Rio de Janeiro. ....................................................................34
Figura 3. Detalhe esquemático do Pré-sal no Brasil. [9]. .....................................................................52
Figura 4. Detalhe esquemático do Pré-sal no Brasil e possível região que interligava no passado os
Municípios (hoje) de Maricá (América Latina - Brasil) e Luanda (África - Angola).[9].........................53
Figura 5. Detalhamento das Rotas e destaque para a Rota 3 que interliga o Polo do Pré-sal e o
COMPERJ................................................................................................................................................54
Figura 6. Destaque para o percurso da Rota 3 em terra, adentrando a costa no litoral pela praia de
Jaconé, Maricá/RJ. .................................................................................................................................54
Figura 7. Parte de interesse, extraída do mapa da ANP, compreendendo a Bacia de Santos com
destaque para campos e blocos possivelmente vinculados ao Município de Maricá.........................59
Figura 8. Produção média diária por poço no Estado do Rio de Janeiro e na Bacia de Santos...........60
Figura 9. Produção total acumulada para o Campo de Lula até o mês de junho de 2020. .................64
Figura 10. Média de produção diária do Campo de Lula entre os anos de 2017 e 2020. . .................65
LISTA DE TABELAS
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Listagem de bens identificados por tipo de proteção/com destaque aqueles mencionados
no PD 2006.............................................................................................................................................18
Quadro 2. Identificação e quantidade de bens protegidos. .................................................................22
Quadro 3. Classificação por tipos de uso ..............................................................................................22
Quadro 4. Exemplos de bens protegidos por tipos de uso ..................................................................22
Quadro 5. Patrimônio protegido. ..........................................................................................................25
Quadro 6. Vantagens e desvantagens para o desenvolvimento do Setor do Turismo em Maricá. ....44
Quadro 7. Ranking do IDH-M do Estado do Rio de Janeiro. .................................................................45
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
SUMÁRIO CADERNO 4
LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................5
LISTA DE TABELAS.............................................................................................................5
LISTA DE QUADROS ..........................................................................................................6
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ....................................................................................7
ANÁLISE TEMÁTICA TEMAS COMPLEMENTARES ..................................................... 9
PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E PAISAGÍSTICO ........................................ 10
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................... 10
1. PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E PAISAGÍSTICO EM MARICÁ .................................. 13
2. LEGISLAÇÃO E GESTÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E PAISAGÍSTICO ........... 24
3. A INSERÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E PAISAGÍSTICO NA REVISÃO DO
PLANO DIRETOR ................................................................................................................ 28
TURISMO .................................................................................................................... 30
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................... 30
1. INSCRIÇÃO DE MARICÁ NO PLANEJAMENTO REGIONAL DO TURISMO ............................. 33
2. DINÂMICA DA ATIVIDADE TURÍSTICA NO MUNICÍPIO DE MARICÁ .................................... 37
3. OPORTUNIDADES PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO .......................................... 44
4. DESAFIOS ........................................................................................................................... 49
PETRÓLEO E GÁS ........................................................................................................ 50
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................... 50
1. VERIFICAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ (2006) - VINCULAÇÃO COM O SETOR DE
PETRÓLEO E GÁS................................................................................................................ 55
2. ÁREAS DE EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS DO MUNICÍPIO DE MARICÁ -
REGIÕES PRÓXIMAS E VINCULANTES ................................................................................ 58
3. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO ATUAL DO MUNICÍPIO DE MARICÁ EM TERMOS DE RECEBIMENTO
DE ROYALTIES E SUA UTILIZAÇÃO ATUAL (INVESTIMENTOS, FUNDOS, SETOR DE APLICAÇÃO
E PLANEJAMENTOS)........................................................................................................... 60
4. AVALIAÇÃO DO CENÁRIO FUTURO FRENTE AO POTENCIAL DOS CAMPOS VINCULADOS AO
MUNICÍPIO DE MARICÁ ..................................................................................................... 63
5. PETRÓLEO E GÁS: INTERAÇÕES TEMÁTICAS DIRETAS ........................................................ 65
ANEXOS ...................................................................................................................... 67
ANEXO PHCP 01. LEGISLAÇÃO INCIDENTE ............................................................................. 67
ANEXO TUR 01. LISTA DOS ATRATIVOS DE MARICÁ .............................................................. 75
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 87
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
ANÁLISE TEMÁTICA
TEMAS COMPLEMENTARES
Os dois primeiros temas, se não constituem novidade nas análises e escopo dos planos diretores,
têm relevância reforçada nas estratégias de desenvolvimento de Maricá, abordadas aqui no viés
dos impactos e demandas que requerem quanto ao tratamento de aspectos comuns de
qualificação da infraestrutura urbana que os cercam, bem como de seus atributos singulares e
potencial diferenciador e único para a afirmação de sua posição regional e incremento da
economia local.
O tema Petróleo e Gás, específico deste Plano Diretor é tratado nesta análise devido ao peso de
seu significado para a economia municipal e como propulsor de seu desenvolvimento social nos
últimos anos. Se por um lado, os reconhecidos efeitos positivos das receitas advindas da
transferência dos royalties do petróleo ao Município foram capazes de assegurar a implantação
de políticas de viés socioeconômico inovadoras, em benefício de sua população, de outro lado,
apresenta desafios diversos e diferenciados, frente ao potencial dos impactos e pressões
negativos que também pode gerar, especialmente nos campos do planejamento urbano e da
preservação ambiental.
Nessa linha, mantém relação essencial com os focos do Plano Diretor em apontar as condições
favoráveis para a qualificação da infraestrutura urbana e conservação do seu patrimônio
ambiental, incidentes que são sobre o poder de atração do Município de novos contingentes
populacionais, tal e qual a economia do petróleo, sendo fundamental a mitigação dos impactos
que possa causar sobre as variáveis que medem a qualidade de vida de um lugar, principal fator
de atratividade de Maricá.
9
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
PATRIMÔNIO HISTÓRICO,
CULTURAL E PAISAGÍSTICO
APRESENTAÇÃO
“Conjunto de bens herdados do passado; herança comum.”
European Heritage Network (s,d.) Cultural Heritage Thesaurus, p.48.
A discussão dos novos conceitos que tocam a este campo nos leva a rever o olhar sobre o
patrimônio cultural e explorar as possibilidades de reconhecimento do seu valor, como forma
de compreensão das novas abordagens para uma gestão mais integrada com os demais campos
do conhecimento, que responda aos novos desafios propostos para a sua preservação.
1
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (United Nations Educational, Scientificand Cultural
Organization) é uma agência especializada das Nações Unidas (ONU) com sede em Paris, fundada em 16 de novembro de 1945 com
o objetivo de contribuir para a paz e segurança no mundo mediante a educação, as ciências naturais, as ciências
sociais/humanas e as comunicações/informação.
2
O Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, em língua inglesa "International Council of Monumentsand Sites", é uma
associação civil não-governamental, ligada à ONU, através da UNESCO.
3
Série de princípios fundamentados em diretrizes para práticas profissionais no campo da preservação do patrimônio.
10
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Nesse sentido, faz-se necessário adotar novas abordagens para preservar o patrimônio de uma
cidade, de uma região ou mesmo de uma comunidade, que implica no reconhecimento e leitura
desse patrimônio existente em uma visão holística, que integre os elementos e sistemas em uma
estrutura sustentável através da aplicação de ferramentas tradicionais e inovadoras adaptadas
a realidade e aos contextos locais. E dessa forma o patrimônio poderá ser percebido e
experimentado sob a forma de edificações, estruturas urbanas e paisagens, constituindo um
testemunho tangível de períodos pregressos que são dignos de preservação para as gerações
futuras.
E é esse diálogo que procuramos, o diálogo que visa garantir a interação prolongada, nas
diferentes sociedades, entre o homem, a natureza e o meio ambiente físico, que compreenda a
diversidade das manifestações resultantes das interações através do patrimônio material,
imaterial e natural/paisagem. Para essa leitura e sistematização dos conhecimentos vamos
adotar o conceito de Paisagem Cultural4 que permitirá experimentar e entender amplamente o
território de Maricá, que possuí um conjunto extenso de manifestações que se evidenciam
através dos valores coletivos, os hábitos, as relações sociais e a relação com natureza, e os
vestígios físicos.
Determinados elementos presentes nos espaços mais vívidos podem ser facilmente
percebidos como parte da memória de uma cidade. Por exemplo, praças que servem como
pontos de encontro e lazer, bares boêmios, um trecho especial da praia, piers movimentados
às margens de rios, feiras e mercados e cafés tradicionais fazem com que determinados
espaços físicos tenham a capacidade de falar pelo todo, pois carregam simbologias
representativas da memória coletiva e subjetiva da sociedade. (Carvalho, 1994)”.
4
Paisagem Cultural é uma categoria de bem cultural estabelecida pela UNESCO em 1992. No Brasil, a paisagem cultural é entendida
como uma porção peculiar do território, representativa do processo de interação do homem com o meio natural, à qual a vida e a
ciência humana imprimiram marcas ou atribuíram valores.
11
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Os prédios históricos que resistiram à modernidade são marcos que melhor exemplificam a per-
petuação da memória da cidade. Aspectos culturais e bens históricos não podem ser tratados
isoladamente. Eles estão associados aos usos e funções de uma cidade, dentro de um contexto
mais amplo e integrado. Por exemplo, espaços antigos de uma cidade ou áreas históricas
degradadas podem passar por processos de revitalização, com a finalidade de fomentar o uso
comercial, turístico, institucional ou residencial simultaneamente, com a finalidade de atrair
pessoas e se tornar espaços vívidos, seguros e saudáveis. Entretanto, com a justificativa de se
resgatar a memória de um determinado espaço, será inútil promover apenas intervenções
meramente pontuais, de caráter cenográfico, que supervalorizem fachadas. Pois, se configuram
em soluções estritamente estéticas e mercadológicas, arriscando contribuir para a gentrificação 5
dos espaços e não para o seu desenvolvimento sustentável . (MORAES, IBAM 2017).
A partir de uma leitura mais ampla e atual, e da percepção sobre o território de Maricá
enxergamos um conjunto significativo bens culturais que retratam as memórias e tempos
distintos, que necessitam de um olhar e ação atenta para que não se percam as referências, a
história e as tradições do lugar e de sua gente.
Nesse sentido em Maricá reconhecemos as variadas dimensões nas quais o patrimônio está
presente, especialmente no da identidade e pertencimento ao território, entendendo suas
relações com a economia, com a sociedade e com o meio natural, as relações e processos
ecológicos, simbióticos para garantir a sustentabilidade e orientação a um modelo de gestão
que assegure a sua perpetuação como elementos integrados, sob uma, ou várias narrativas que
explicam e a justificam (ecológica, paisagística, funcional, artística, histórica, etc.).
5
Gentrificação: Trata-se de um processo em que, pela qualificação do espaço urbano antes degradado ou esvaziado
economicamente, transforma-se e ressignifica-se, valorizando-se acentuadamente, expulsando a população que originalmente o
habitava e as atividades por esta exercidas, pela ausência de medidas que assegurem a sua permanência para fruição das novas
benfeitorias ali implantadas.
12
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
O Município de Maricá tem 206 anos de emancipação político administrativa, mas seu
desbravamento iniciou-se com a doação de Sesmarias distribuídas no século XVI, e própria
história e fatos ocorridos ao longo do tempo de sua existência são seu principal legado.
“As primeiras ocupações humanas fixaram-se nas proximidades das lagoas e do mar,
organizadas em pequenos grupos, vivendo da pesca, coleta de moluscos e vegetais (KNEIP et al,
1995 apud LAMBRAKI, 2005, p. 38)6. Essas ocupações datam de antes do Século XI, quando se
tem conhecimento de que a região foi invadida por povos tupis vindos da Amazônia, estes
expulsaram os antigos habitantes, falantes de língua do tronco linguístico ‘macro-jê’, para o
interior do continente.
A presença dos grupos indígenas pode ser verificada através dos sítios arqueológicos existentes
nas áreas de Cordeirinho e Jaconé7, locais onde foram encontrados vestígios variados da
ocupação destes povos. No Século XVI, quando os primeiros europeus chegaram à região, esta
era dominada e ocupada pela nação tupi dos Tupinambás, também chamados Tamoios. Desde
essa época, a região já aparecia nos mapas portugueses com o nome ‘Maricahaa’.
6
KNEIP, Lina Maria et al. Áreas de exploração de recursos abióticos e bióticos das populações pré-históricas de Saquarema, RJ. Rio
de Janeiro, Museu Nacional / UFRJ, 1995: 3 - 12. (Documento de Trabalho, nº 3, Série Arqueologia).
7
“Em Saquarema, município vizinho a Maricá, o povoamento iniciou-se há 4.520 A.P., por 3.000 anos populações humanas sucessivas
percorreram o litoral; assim sendo, acreditamos que tais registros também possam corresponder às primeiras ocupações em Maricá.
Estas primeiras populações pré-históricas corresponderam a grupos de pescadores-coletores-caçadores que viviam próximos às
lagoas, mangues e do mar, utilizando-se, basicamente, da pesca, coleta de moluscos e de vegetais, embora praticassem a caça como
atividade secundária”. (KNEIP, 1994 apud LAMBRAKI, 2005, p. 38)
8
Manoel Teixeira 300 braças em quadra, em Vassaratiba (Ponta Negra), banda de Maricá, em 19 de abril de 1578; Duarte Martins
Moirão 3.000 braças de costa por 4.500 de sertão, da praia de ltaipu até a lagoa de Maricá, em agosto de 1590; João de São João:
2.000 braças ao longo da lagoa de Maricá e 3.000 para o sertão, em 19 de novembro de 1590; Gaspar Martins: 1.500 braças de costa
e 3.000 para o sertão, Maricá e lagoa de Imbassahy, em 30 de março de 1590; Henrique De Araújo: 1.500 braças em quadra, em
Maricá, em 12 de junho de 1590; Bartolomeu Afonso: 1.000 braças em quadra, em Maricá, em 5 de setembro de 1595; Gaspar
Fernandes: 1.500 braças ao largo por 2.000 de comprimento, em Macau, banda de Maricá, em 31 de março de 1598; Simão de
Oliveira: 3.000 braças em quadra da lagoa de Maricá para terra firme, em 15 de junho de 1598; e Pascoal Martins: 2.000 braças por
3.000, pouco mais ou menos, em Maricá, em 23 de março de 1614. Fonte: MACHADO, Paulo Batista. Maricá, meu amor. Rio de
Janeiro: Apex, 1977, p. 21-23.
9
No decorrer dos séculos passados a região era conhecida e grafada como “Bassuhim”,“baçuy”, “Mmbasahy”, “Imbassaí”.
13
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
segundo fato marcante ocorre em maio de 1584, o Milagre dos Peixes10, quando da passagem
do Padre José de Anchieta na região conhecida como Araçatiba, chegou às margens da Lagoa de
Maricá local onde aconteceu a célebre Pesca Milagrosa. Neste momento já existiam alguns
núcleos de povoamento em plena atividade, destacando-se as sesmarias de Antônio Marins
Coutinho, na região de São José de Imbassaí, em frente as Ilhas de Maricá, e a de Manoel
Teixeira, localizada junto à Lagoa, e as de Gaspar Martins e Henrique Araújo, compreendidas
entre Itaipuaçu e a Lagoa de Maricá.
No terceiro quartel do Século XVII toda a área compreendida entre a restinga e a Lagoa de
Maricá foi doada aos beneditinos 12, servindo a fazenda como núcleo evangelizador da
região. Nessa época, constrói-se a primeira capela de Nossa Senhora do Amparo, uma zona
pantanosa em que se localiza hoje o Bairro de São José de Imbassaí.
A formação dos primeiros núcleos onde se encontram o povoado de São José de Imbassaí e
a fazenda de São Bento dá-se pela importante influência dos religiosos no processo de
colonização determinado por Portugal. Aos poucos muitos dos habitantes deslocaram-se
para a outra margem da lagoa de Maricá, de clima mais saudável, onde teve origem o
povoado de Santa Maria de Maricá, em homenagem a Dona Maria I de Portugal.
Uma segunda Igreja de Nossa Senhora do Amaro foi construída entre 1788 e 1802. No ano
de 1814 o povoado foi elevado à categoria de vila, com a consequente emancipação, por
alvará de 26 de maio, e a instalação em 27 de agosto de 1815.
Na metade do Século XVIII Maricá possuía apenas 6 (seis) grandes fazendas que compunham
um sistema significativo de atividades econômicas para a região. Mas em finais do século e
no início do Século XIX era difícil contá-las pois, com a diminuição da produção de açúcar,
as grandes propriedades dão lugar a um crescente número de pequenos proprietários e
homens da terra, as grandes fazendas foram subdivididas, e novas sedes são construídas,
10
Transcorria o mês de maio de 1584 quando, vindo do Espírito Santo o padre Cristóvão de Gouveia acompanhando o beato Anchieta
aparecem em Maricá. Eles tinham percorrido as residências da missão no Espírito Santo e decidiram lá pernoitar. Chegaram ao
escurecer e passaram a noite na maloca de uns índios aculturados. Ao amanhecer e bem cedo acompanharam os índios pescadores
até a lagoa. Como sempre faziam, eles pescavam com lanços (redes curtas) e nada retiraram da lagoa até o início da tarde.
Embarcado, Anchieta penalizado decidiu ajudar e foi indicando com a mão os locais e antecipando o tipo de peixe que iriam
encontrar. Nunca pescaram tanto e tiveram dificuldade para arrastar o barco até a areia. Descarregado o pescado a muito custo,
tentaram remover o barco para a água e lá deixar amarrado a uma corda atada a uma pedra. À força de cinco índios robustos não
foi suficiente para remover barco cada vez mais enterrado na areia. Desistiram. Anchieta, porém, se aproximou, esticou o braço e
gesticulou com a mão em direção ao barco, sinalizando: vai! O barco obedeceu e deslizou mansamente para o mar lá permanecendo
durante a noite no mesmo lugar. Foi à pescaria dos milagres.
11
A Fazenda de São Bento era uma das maiores criadoras de gado e fornecedoras de carne da Capitania do Rio de Janeiro.
12
Os beneditinos eram donos de quase toda a região do contorno da lagoa de Araruama e Maricá.
14
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
segundo uma feição estética já consagrada de arquitetura residencial rural em que a casa
possuía uma capela para culto religioso, algumas fazendas possuíam a capela agregada na
sua composição com entrada externa ou a capela era interna com a presença de grandes
oratórios, e outras possuíam uma capela externa, em uma edificação separada com função
religiosa.
Outros fatos também são relevantes na história de Marica, como a visita de vários
pesquisadores e cientistas - naturalistas, tais como: Maximiliano (Principe de Wied Neuwied),
Charles Frederick Hartt, Augusto de Saint-Hilaire, T. Von Leithold, L. Von Rango , mas a presença
do naturalista inglês Charles Darwin em 1832, , é a mais conhecida. Charles Darwin veio
estudar de perto a biodiversidade da Mata Atlântica, inclusive as beachrocks de Jaconé.
Figura 1. Vista de Maricá, com a Igreja Matriz de Nossa Senhora destacada na paisagem.
13
Em 1584 Há registros de tropeiros que transportavam o pescado de Maricá para Itaboraí. ALIPRANDO, D., CAPOTE, G., FARIA, J.
R., Neves, E., & SÁ, R. Análise tipomorfológica da paisagem e do sistema de espaços livres urbanos do município de Maricá (RJ):
escala urbana - bacia. Paisagem e Ambiente (33), 2014, pp. 83-96. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2359-
5361.v0i33p83-96.
14
A Comunidade Pesqueira Artesanal de Zacarias foi registrada pela Ordem beneditina em 1797.
15
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Maricá é um Município marcado pela transição entre urbano e rural, onde as diferenças podem
ser percebidas dentro de uma mesma área. Notamos variadas influências no contexto cultural
da Cidade, sendo perceptível a maneira como os ‘bens da cultura’ assumem características
socioculturais, participando inclusive na economia de muitas comunidades locais.
Nesse sentido, foram identificados cerca de 121 (cento vinte e um) bens culturais no Município
(Quadro 1), que se encontram em diferentes graus de reconhecimento e proteção, bem como
em categorias distintas. Uma importante observação é que em função da pandemia não foi
possível pesquisar pessoalmente em arquivos ou prospectar in loco, desta forma será necessário
em breve aprofundar estas investigações para complementar e consolidar as informações já
coletadas.
16
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
15
(atualmente sem local definido – antigamente ficava no térreo da Casa de Cultura, mas devido a restauração do prédio a Academia
ficou sem lugar temporariamente)
16
Centro cultural em desenvolvimento pela Secretaria Municipal de Cultura Em processo de desapropriação
17
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Quadro 1. Listagem de bens identificados por tipo de proteção/com destaque aqueles mencionados no
PD 2006.
Bens protegidos: Lista CNA/
Outras Data de
Item Descrição PD2006 esferas estadual IPHAN/
referências referência
ou municipal Relatórios
(i) Patrimônio Material
Arquitetura Civil/Monumento
1. Casa de Câmara e Cadeia / atual X INEPAC 1841
Casa de Cultura
2. Estatua de Anchieta 17 X 1584
3. Farol de Ponta Negra X 1909
4. Estação de Manoel Ribeiro Caminhos 1901
Singulares
5. Casa de Darcy Ribeiro18 -
Arquitetura Religiosa
6. Igreja Matriz de Nossa Senhora do X INEPAC Caminhos 1802
Amparo Singulares
7. Capela de São Pedro X XIX
8. Igreja Matriz de São José (antiga X XVII
Capela de São João do Imbassaí)
9. Igreja do Brasil X XX
10.Capela de Nossa Senhora da X Caminhos XVII
Saúde Singulares
11. Capela do Pilar19 X XVIII
12. Capela da Fazenda Rio Fundo XVIII/XIX
13. Capela de Nossa Senhora da X XVI/XVII
Conceição (Fazenda Itaocaia)
14. Capela de Nossa Senhora da X 1802
Conceição (Fazenda Bananal ou
Fazenda Macedo Soares)
15. Capela de Nossa Senhora das X 1961/66
Graças
16. Capela de Nossa Senhora de X Década
Fátima (Itaipuaçu) de 1970
17. Capela de Nossa Senhora de X XX
Fátima do Espraiado
18. Capela de São Sebastião – Manoel X 1952
Ribeiro
19. Igreja Batista – Centro X XX
20. Capela do Coqueiro (Fazenda do X XIX
Coqueiro)
21. Capela de São João Batista XVIII
(Fazenda Cassoratiba)
Arquitetura Civil Rural
22. Fazenda de São Bento (ruínas) X 1635
23. Fazenda de Bom Jardim X Caminhos 1817
Singulares
17
Marco da presença de José de Anchieta em 1574, é o local ode ocorreu o “Milagre dos Peixes”, em 04 de setembro de 1977 foi
colocada uma pedra fundamental.
18
Projeto de Oscar Niemayer em Maricá.
19
A Capela do Pilar é dedicada a São João Batista – um grande oratório, e é integrada a casa grande da Fazenda do Pilar.
18
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20
A Fazenda do Pilar possuí alguns baobás, foi um presente aos donos da propriedade oferecido pela Rainha Vitória, da Inglaterra,
e entregues por Alfredo Taunay. (Século XIX)
19
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Sítios Arqueológicos
62. Pedra de Inoã IV X
63. Pedra de Inoã III X
64. Pedra de Inoã II X
65. Pedra de Inoã I X
66. Seu Bento X
67. Sitio Moira X
68. Sítio do Lucca X
69. Sítio Cordeirinho X
70. Sítio Boqueirão da Lagoa X
71. Sítio Jaconé X
72. Sítio do Campo X
Artefatos e outros elementos
73. Marco Histórico da “Villa de S. 1772
Joze Del Rei”
74. Marco Histórico na Fazenda São 1772
José de Cassorotiba
75. Acervo do Museu de Arte Sacra INEPAC -
76. Mesa dos Imortais (Maysa,
Antonio Callado, João Saldanha e
Dacy Ribeiro)21
77. Cruz (Araçatiba) da Primeira
Missa 22
21
Esculturas de bronze em tamanho natural – Com as personalidades ilustres que viveram algum tempo em Maricá no século XX.
22
Cruz que simboliza à primeira missa rezada por José de Anchieta em solo maricaense, em Araçatiba no ano de 1584.
20
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
21
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23
Da listagem aponta 25 (vinte e cinco) sítios arqueológicos, destes, 23 (vinte e três) encontram-se registrados na base de dados do
CNA (Centro Nacional de Arqueologia)/IPHAN, os outros em bibliografia e/ou relatórios técnicos de Arqueologia.
22
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Arquitetura religiosa
Capela de Nossa Senhora da Saúde Capela de São Pedro Igreja de São José do Imabssaí
Foto: Acervo Renata Gama Foto: Acervo Renata gama, 2013 Foto: Wether Holzer, 2003
Fazenda Rio Fundo Fazenda Rio Fundo Fazenda São José da Cassorotiba
Foto: Acervo INEPAC – Foto Histórica Foto:Acervo INEPAC, s/d Foto: Renata Gama, 2012
23
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
De acordo com a Constituição Federal de 1988, Artigo 216, constituem patrimônio cultural
brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto,
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da
sociedade brasileira, nos quais se incluem as formas de expressão; os modos de criar, fazer e
viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações
e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; e os conjuntos urbanos e sítios
de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
A lei de proteção do patrimônio histórico e artístico, no Brasil, foi regida pelo princípio do
interesse coletivo. A Constituição de 1934 instituiu, pela primeira vez, a função social da
propriedade como um princípio constitucional. Nela, foi estabelecido que o direito de
propriedade, embora garantido, não poderia ser exercido “contra o interesse social ou coletivo,
na forma que a lei determinar”. Fundamentado no interesse cultural da sociedade, o Estado
pode criar restrições ao usufruto do direito de propriedade de determinado bem, visando à
manutenção dos valores nele reconhecidos como dignos de preservação. Por outro lado,
estabelece um reconhecimento público que possibilita aos proprietários melhor acesso às
diversas fontes de financiamento.
Em Maricá entendemos que a preservação de seu acervo construído se torna a cada dia mais
complexa em função da articulação constante da ocupação do território com os grandes
empreendimentos trazidos para a cidade, com o foco no desenvolvimento econômico, o que
nos mostra a necessidade emergente de identificar nos bens que compõe o seu patrimônio de
e na legislação existentes os artifícios necessários para garantir sua salvaguarda.
24
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Bem
Material
Patrimônio
Paisagístico
e Paisagem
Cultural Serra do Mar
Foto: https://www.vamostrilhar.com.br
Bem
Imaterial
Comunidade pesqueira
artesanal de Zacarias
Foto:https://www.facebook.com/restin
ga.marica
Patrimônio protegido na esfera Estadual
APAS &
Parques
Apa de Maricá Parque Estadual da Serra da Área do Espraiado
Estaduais Foto:http://www.inea.rj.gov.br/portal Tiririca Foto: PMM
/agendas/ biodiversidade Foto: PMM
eareasprotegidas/
unidadesdeconservacao/inea_008613
Bem
Material
Bem
Imaterial
Tapeceiras do Espraiado
Foto: PMM
25
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Entre os anos de 2003 e 2004, o INEPAC desenvolveu o projeto “Caminhos Singulares 24“, no
volume histórico identificamos o registro de alguns bens culturais cadastrados que pertencem
ao Município de Maricá, possuem características significativas e que merecem atenção, pois
representam importantes referências da ocupação do território e da memória histórica da
região.
No ano de 2005, é homologada a Lei nº. 21 32, de 20 de outubro que dispõe sobre a preservação
e proteção do patrimônio histórico, artístico, ambiental e cultural do Município de Maricá,
legislação importante que adota os conceitos da Constituição Brasileira para a classificação os
bens de natureza material e imaterial do município de Maricá e a partir destas definições
caracteriza e os instrumentos de proteção a serem utilizados nos bens protegidos no território
de municipal. A legislação prevê um trabalho conjunto de análise e aprovação das instituições
municipais, Fundação de Cultura de Maricá, Secretaria de Urbanismo e Secretaria de Meio
Ambiente para tratar de qualquer questão relativa à proteção aos bens protegidos através do
tombamento, proteção de área de entorno, bens integrados, e patrimônio de natureza
imaterial. A prefeitura através desta lei também propôs o incentivo a preservação do patrimônio
através da concessão de isenção de taxa para licenciamento de obra, isenção de IPTU para
imóveis, mas também define penalidades. Porém a aplicação desta lei, não se fez de forma
eficaz, ativa e prática. E no período de sua promulgação, e no posterior quando da identificação
de bens de interesse de proteção do patrimônio do município elencados no PD 2006, também
não foi aplicada.
24
É um inventário que identifica os vestígios materiais sobreviventes ao processo de ocupação do território fluminense e registra os
elementos arquitetônicos e paisagísticos que constituem o “Patrimônio Cultural” edificado pelo homem ao longo dos séculos.
26
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Quadro 1 e 2. Além dos tombados pelo município, há 04(quatro) tombados pelo INEPAC, 01
(um) protegido pela através de instrumento elaborado pela Assembleia Legislativa do Estado do
Rio de Janeiro.
O PD 2006 apesar de possuir uma pauta clara para a proteção do patrimônio necessita definir
melhor ações efetivas para o uso dos instrumentos de proteção aos bens já identificados.
A Lei nº 2272, de 14 de novembro de 2008, também colabora no sentido de definir Zonas e Áreas
Especiais, para o Patrimônio, e de alguma forma segue a orientação do PD 2006, delimitam as
ações e fornecem alguns parâmetros importantes para a preservação do patrimônio, mas ao
mesmo tempo não atenderem as demandas existentes, pois existe a necessidade de ações mais
efetivas e diretas, bem como, a criação de um setor especifico com equipe técnica suficiente
para a execução.
25
Ver Quadro 01
27
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Há uma dinâmica no território de Maricá que exige uma articulação mais forte entre a realidade
do patrimônio existente e as diretrizes da ocupação do solo. Bem como, há uma emergência no
entendimento deste patrimônio e sua dinâmica. A listagem de bens elencados no PD2006,
possui cerca de 61 (sessenta a e um) que deveriam ser protegidos por um instrumento mais
28
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Chama-se a atenção que a classificação adotada por um lado tem o objetivo de permitir o
agrupamento das diferentes expressões patrimoniais identificadas em Maricá: (i) Patrimônio
Material (construído); (ii) Patrimônio Natural e Paisagem (bens ambientais); (iii) Patrimônio
Imaterial (saberes e fazeres da população e comunidades tradicionais); e (iv) Equipamentos
Culturais (instalações voltadas para o abrigo e difusão da cultura e do patrimônio).
De outro lado, reforça-se que essas categorias dialogam e se complementam. Desta forma
propõe-se procurar tratar a revisão do tema no Plano Diretor, como uma ação integrada do
planejamento e gestão territorial com as políticas ambientais e sociais, sobretudo nas
dimensões culturais e econômicas, desta forma garantindo a resiliência e sustentabilidade das
ações, conjugada de uma política de preservação ao processo de desenvolvimento da Cidade,
trabalhando na perspectiva do planejamento e desenvolvimento sustentáveis.
29
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
TURISMO
APRESENTAÇÃO
O Setor do Turismo está entre os mais afetados pela crise sanitária causada pelo novo Corona
vírus. Desde a escala local até a mundial, a evolução da pandemia atinge a todos os segmentos
com ele relacionados, afetando a economia das cidades e países.
O estudo Impacto Econômico do Covid-19: Propostas para o Turismo Brasileiro26, elaborado pela
Fundação Getúlio Vargas (FGV), aposta no turismo doméstico. Com estadas de fim de semana,
deslocamento por estradas (em veículos particulares), para destinos naturais ou rurais com
distâncias de até, no máximo, 300 km, evitando possíveis aglomerações e tendo maior contato
com a natureza.
Aponta ainda para a prestação de serviços cada vez mais personalizados pelos players do
mercado: companhias aéreas, meios de hospedagem, transportes terrestres, agências e
operadoras, de forma que os cuidados com a saúde e a preocupação com o bem-estar sejam
plenamente oferecidos e percebidos pelo viajante.
Essas são tendências que acenam como oportunidades para o crescimento do turismo em
Maricá pela proximidade de um grande polo emissor (Rio de Janeiro) e devem ser levadas em
consideração nas proposições desse Plano Diretor.
Não se pode deixar de constatar que o setor hoteleiro no Brasil, mesmo antes da pandemia pelo
Covid-19 tentava se recuperar de um longo período de crises, que começou com os atentados
de 11 de setembro de 2001; passando pela quebra da Varig, que se arrastou de 2001 a 2006;
26https://fgvprojetos.fgv.br/artigos/1a-edicao-impacto-economico-do-covid-19-propostas-para-o-turismo-brasileiro-abril-2020
30
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
pela crise econômica mundial, provocada pelo estouro da bolha imobiliária norte-americana em
2007; e a crise econômica brasileira, iniciada em 2014, e que ainda não tinha sido totalmente
superada.
Esse crescimento, além de não resultar no boom das taxas de hospedagem após a realização dos
eventos, ainda encontrou a economia em forte recessão, com a queda acumulada de 7,2% do
PIB, empresas cortando custos e famílias tentando equilibrar as finanças, adiando viagens e
cancelando eventos.
Como alternativa, o setor teve que reduzir tarifas e ainda concorrer com plataformas de
hospedagem do tipo Airbnb e outros aplicativos, transformados em grande concorrente do setor
hoteleiro em todo o mundo, colocando para os operadores de turismo tradicionais o desafio de
se engajar a plataformas digitais de comunicação e venda de seus produtos.
Apenas como referência para o ambiente da hotelaria e resorts no Brasil, vale conhecer o que
diz a pesquisa Hotelaria em Números 27, elaborada pela consultoria Jones Lang LaSalleHotels,
com o apoio do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB) e da Associação Brasileira de
Resorts (ABR). A pesquisa apresenta um dimensionamento dos meios de hospedagem do país,
destacando que o Brasil dispõe de 118 resorts cadastrados - sendo 31 de cadeias nacionais, 23
de cadeias internacionais e 64 resorts independentes, perfazendo o total de 28.638 unidades de
hospedagem (UH).
27
http://fohb.com.br/wp-content/uploads/2019/08/Hotelaria-em-n%C3%BAmeros-2019.pdf
31
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Usando como parâmetro o RevPAR (Revenue per Avaliable Room) um dos indicadores mais
importantes para o setor hoteleiro - porque mostra a receita média obtida por cada quarto
disponível (a receita por apartamento disponível), pode-se verificar que após três anos
consecutivos de queda, a performance dos hotéis do país no ano de 2018 apresentou um
crescimento do REVPAR de 4,7%. As causas apresentadas são a pequena recuperação da
economia e o resultado das eleições presidenciais que provocaram uma elevação de 4,1% da
taxa de ocupação média em 2018, portanto, antes dos impactos da pandemia.
Tabela 3.RevPAR (R$) - Hotéis urbanos e resorts brasileiros no período de 2011 a 2018.
Hotéis Resort
Ano Variação Variação
R$ R$
2011 147,0 20,5% 683 10,9%
2012 160,0 8,8% 691 1,2%
2013 171,0 6,9% 720 4,2%
2014 173,0 1,2% 993 37,9%
2015 148,0 -14,5% 810 -18,4%
2016 135,0 -8,8% 1.017,1 25,6%
2017 129,0 -4,4% 942,2 -7,4%
2018 135,0 4,7% 1.003,7 6,5%
Fonte: JLL (2019).
Analisando isoladamente, São Paulo, Fortaleza, Recife, Brasília e Belo Horizonte apresentaram a
melhoria mais significativa na sua performance, com crescimento variando de 13% a 16% no
REVPAR. O destaque positivo foi a Cidade de Belo Horizonte, onde o REVPAR cresceu 33%. O Rio
de Janeiro, por outro lado, foi o destaque negativo com queda de 13% no REVPAR.
Como pode ser observado pelos números e informações, o mercado hoteleiro foi inchado no
período pré-Copa 2014 e esse aumento da disponibilidade de quartos não se refletiu no
aumento das reservas, dadas as diversas crises e os atuais fatores que se somam a esse cenário.
28
https://hotelinvest.com.br/panorama-da-hotelaria-brasileira-2020-14a-edicao/
32
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
No ano de 2011 o Estado do Rio de Janeiro teve aprovado o seu Programa de Desenvolvimento
Turístico, nomeado como PRODETUR-RJ. O Programa foi financiado pelo BID (60%) e pelo
próprio governo do Estado (40%), em um total de 187 milhões de dólares (SETUR, 2011). Os 23
Municípios identificados para serem contempladas pelo programa foram agrupados em dois
polos: Polo Litoral e Polo Serra. Os impactos do Programa induziram o desenvolvimento da
atividade turística em outros Municípios e outras 19 Cidades que passaram então a integrar os
seis Subpolos, na segunda fase do PRODETUR/PDITS-RJ, entre eles Maricá.
33
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
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Ao longo dos anos, o Mapa do Turismo do Rio de Janeiro mudou algumas vezes. De acordo com
o Mapa do Turismo Brasileiro de 2019, o Estado possui atualmente 83 municípios turísticos,
organizados em 12 regiões turísticas: Águas do Noroeste; Agulhas Negras; Baixada Fluminense;
Caminhos Coloniais; Caminhos da Mata; Costa do Sol; Costa Doce; Costa Verde; Metropolitana;
Serra Verde Imperial; Vale do Café; e Caminhos da Serra.
Maricá, ainda que integre a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, sob o ponto de vista das
funções e organização da política de turismo estadual, está inserido no importante circuito
turístico da Costa do Sol, cujo recorte territorial de maior interesse é mais conhecido como
Região dos Lagos, composta por destinos como Armação dos Búzios, famoso
internacionalmente e Cabo Frio, dentre outros.
Tal lógica de organização para o planejamento do setor no Estado se deve à similaridade de seus
atributos praianos e paisagísticos, a presença da rodovia de acesso (RJ 106) que atravessa seu
território e à proximidade com Saquarema, com o qual mantém limite, podendo-se dizer de
Maricá que, em função de seus fatores locacionais, é a porta de entrada da Costa do Sol.
Maricá está classificada pelo Ministério do Turismo (MTur) na categoria C, no Mapa do Turismo
Brasileiro (2019-2021). Essa classificação é um instrumento de acompanhamento do
desempenho das economias turísticas locais que subsidia a priorização de investimentos pelo
MTur. Na versão mais atual do mapa (publicação atualizada bienalmente) conta com 2.694
municípios, divididos em 333 regiões turísticas. O Estado do Rio de Janeiro apresenta 53 cidades
indicadas pelo órgão estadual de turismo em conjunto com as instâncias de governança regional.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Tabela 5. Regiões e Municípios turísticos do Rio de Janeiro por classe segundo o MTur, 2019.
Regiões Turísticas Municípios Categoria
Aperibé D
Bom Jesus do Itabapoana D
Italva C
Itaocara D
ÁGUAS DO NOROESTE Itaperuna B
Laje do Muriaé D
Miracema D
Natividade D
Porciúncula C
Varre-Sai E
Itatiaia B
AGULHAS NEGRAS Porto Real D
Quatis D
Resende B
Duque de Caxias B
Japeri D
Magé C
BAIXADA VERDE Mesquita D
Nilópolis D
Nova Iguaçu C
Queimados D
São João de Meriti B
Areal - Categoria D
Comendador Levy Gasparian D
CAMINHOS COLONIAIS Sapucaia D
Três Rios C
Itaboraí C
Rio Bonito C
CAMINHOS DA MATA São Gonçalo C
Silva Jardim D
Tanguá D
35
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29
http://regionalizacao.turismo.gov.br/images/pdf/PerguntasRespostasCategorizacao2019.pdf
36
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Ainda segundo definições do MTur, os atrativos turísticos podem ser locais, objetos,
equipamentos, fenômenos da natureza, eventos, manifestações e até pessoas capazes de
motivar o deslocamento de visitantes para conhecê-los.
Utilizaremos nesse documento as definições preconizadas pelo Ministério do Turismo 30:
O Município de Maricá está inserido em um dos mais importantes circuitos turísticos do Brasil,
com destinos muito diversificados entre si, desde aqueles de interesse internacional - como
Armação dos Búzios, destino de charme sofisticado e polo gastronômico; Saquarema, sede do
Mundial de Surf e Arraial do Cabo, centro nacional de pesca submarina -, até aqueles procurados
pelos veranistas da classe média carioca em busca de tranquilidade, como Araruama, São Pedro
da Aldeia e a própria Maricá, além do polo regional urbanizado de Cabo Frio.
Se por um lado Maricá se beneficia pela maior proximidade com a Cidade do Rio de Janeiro, de
outro tem o desafio competitivo de se diferenciar e se qualificar como destino turístico de
interesse perante os demais de sua região. E mais, de definir um caráter e marca singular, pois,
como ela, todos possuem o mesmo apelo de atratividade Sol & Praia.
30
http://www.regionalizacao.turismo.gov.br/images/roteiros_brasil/roteirizacao_turistica.pdf
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Econômico, CODEMAR -, estas carecem de um fio condutor estratégico que catalisem tais
esforços, de forma a assegurar a articulação das ações promovidas por cada uma e garantir os
efeitos desejados por todos.
Não há suficiência apenas na ação tática - de explorar determinado recurso turístico ou atrair
projetos de apelo para o setor -, para garantir o desenvolvimento do turismo de forma
sustentável quando descolada da orientação de metas estratégicas definidas com base na
verificação e quantificação do potencial competitivo existente, cujo objetivo maior, pode-se
adiantar diante das entrevistas realizadas para este diagnóstico, é dar maiores condições
competitivas a Maricá para concorrer com os demais destinos de sua região.
O Município tem na corruptela do próprio nome um ativo turístico que remete à sua vocação
protagonista - MARicá -, constituindo material promissor para a concepção de peças de
divulgação e cunhagem de slogans.
Além dos resultados econômicos que uma política de turismo pode multiplicar, outros dois
fatores são igualmente relevantes: a promoção do senso de pertencimento e a resiliência. O
processo participativo engaja pessoas em torno de ideias centrais, orienta ações e cria uma
vivência comunitária ativa, reforçando ou construindo o senso de pertencimento dessa
comunidade em relação ao lugar onde está inserida.
31
Place branding é uma abordagem que identifica vocações, potencializa identidades e fortalece lugares, a partir do envolvimento
das pessoas que nele vivem e que os utilizam, em um processo participativo de apropriação. Uma marca do lugar ou place branding
é a soma dos atributos físicos, culturais e sociais de um lugar. Entender e promover a singularidade de uma determinada região
reforça a economia local, cria o senso de pertencimento, possibilita a atração de investimentos, talentos, visitantes e, acim a de tudo,
contribui significativamente com a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
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A resiliência, por sua vez, vem da capacidade dos lugares de encontrar sua vocação - suas
singularidades - e trabalhar a partir delas. A procura pela singularidade parte de uma premissa
simples: todos os lugares têm ou podem ter algo de especial. Esse pensamento envolve
patrimônio material e imaterial, hardware, software, peopleware e a própria infraestrutura que
a Cidade possui.
Perfil do turista
Sendo Maricá a cidade da Costa do Sol mais próxima de Niterói e do Rio de Janeiro, acolhe um
contingente de visitantes que não deseja se afastar muito desses polos emissores em busca de
destinos menos dispendiosos, formando, portanto, um público de médio a baixo poder
aquisitivo e oferecendo um turismo voltado atualmente para esse público.
Por décadas, Maricá atraiu veranistas32, também chamados de turistas de segunda residência,
abrigando famílias e aposentados para viver em um lugar mais tranquilo, e com mais qualidade
de vida do que nos grandes centros. O Município realmente mantém um bom nível de
preservação da natureza, fomentada por campanhas e sólidas ações de educação ambiental.
É consenso que tal atração continua ocorrendo, reforçada pelo custo dos imóveis mais baratos
que em Niterói, atraindo pessoas que lá trabalham, ou pela busca de segurança, frente aos
indicadores de violência de São Gonçalo e outras cidades da RMRJ. Também, pelo interesse
despertado pela implantação do COMPERJ, no Município vizinho de Itaboraí, em busca de um
lugar mais atraente para viver.
Essas condições geram certo movimento na Cidade, mas não a torna mais turística ou gera
significativo aporte econômico, dado que veranistas normalmente não se utilizam
intensivamente dos equipamentos turísticos e, em geral não consomem normalmente no
comércio local, ficando restritas ao seu ambiente residencial, ‘curtindo’ a casa e os afazeres
domésticos.
32
Característica de ou pessoa que passa férias ou temporadas, geralmente durante o verão, em lugar - praia, campo, cidade
provinciana, estação termal - diferente daquele onde vive habitualmente.
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Turismo de Sol & Praia é naturalmente a vocação turística básica de Maricá hoje, mas também
seu desafio maior, pelo fato de estar localizado em uma região de grande oferta de
oportunidades no segmento.
Entretanto, além do binômio Sol & Praia, Maricá possui vocação já identificada para o turismo
rural, o ecoturismo e o turismo de eventos. O turismo rural possui um roteiro definido e
facilmente colocado em ‘prateleira’, que é o Circuito Turístico do Espraiado, e ainda o roteiro
Caminhos do Padre Anchieta, que pode ser considerado um circuito de turismo religioso em
área rural, seguindo os passos do Padre em sua empreitada de evangelização dos índios
brasileiros no Século XVI.
O Município de Maricá possui três áreas que se destacam no que se refere ao desenvolvimento
do turismo: (i) Ponta Negra já é visitada atualmente, possui fluxo acentuado em períodos de alta
estação. Vale cuidar de regras mais rígidas em favor da sustentabilidade do lugar e ampliar a
segurança dos visitantes; (ii) o Espraiado tem grande potencial para desenvolvimento turístico,
sobretudo nos segmentos rural e ecoturismo e; (iii)Itaipuaçu, área em expansão no Município,
que promete ser um novo vetor de desenvolvimento, não somente turístico, mas comercial e
imobiliário.
O Município de Maricá possui um leque de atrativos já identificados, que podem ter reforçados
seu direcionamento e inserção em estratégia econômica para que se tornem, no contexto de
uma cadeia produtiva, fonte significativa de receitas municipais e de renda para os munícipes.
Os recursos locais hoje possuem média atratividade, mas com o devido aproveitamento podem
vir a se transformar em elementos ativos na capacidade de atração de turistas e de diferenciação
frente aos seus concorrentes da Costa do Sol.
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Medina (2014 e 2018), Adriano de Souza (2015) e Ítalo Ferreira (2019), que se tornaram
celebridades nacionais, eles mesmos transformados em atratores dos interessados no
esporte.
(iii) Caminhos rurais. Maricá é rica em roteiros rurais. Exemplo do Espraiado, com visitação
às fazendas históricas, por onde passou o Padre José de Anchieta e outros líderes católicos,
sobretudo no período colonial e imperial brasileiros, e hoje existem pequenas capelas e belas
vistas. Em Itaipuaçu, destaca-se o Caminho de Darwin, caminhos pelo qual o pesquisador
explorou fauna e flora e a acredita-se que essas observações o ajudaram a chegar a algumas
das conclusões contidas em seu livro “A Origem das Espécies”.
(iv) Eventos regionais. O Município vem fomentando o turismo de Eventos, alguns em datas
já consolidadas como o Natal Iluminado (Decoração da cidade e atrações natalinas), Réveillon
(grande evento com 17 palcos e queima de fogos em 6 pontos) e Carnaval (tradição de mais
de 60 blocos de rua, alguns com até 30 mil participantes). Outros, como o Festival
Gastronômico e a etapa do Campeonato Estadual de Surf, visam atrair fluxo mais qualificado
e movimentar o período na baixa temporada.
Atualmente a Secretaria de Turismo local está desenvolvendo estudos para a criação de seis
rotas turísticas:
Vale registrar ainda atrativos destacados nos sites oficiais, não obstante seja possível identificar
outras singularidades, como os costumes do lugar, a presença de pessoas ilustres na localidade,
entre outros. A descrição do conjunto de atrativos de Maricá é apresentada no Anexo TUR 01.
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Hoje, o turista está mais exigente e atento aos detalhes na busca de suas satisfações. Para ele
não basta o pé na areia e a contemplação de belas vistas, pois busca viver uma experiência
memorável, diferenciada e diversa do seu cotidiano. A sensação de tranquilidade que encontrar
no destino turístico, a surpresa pela novidade e a observação de um saudável modo de vida do
lugar e como se relacionam seus habitantes importam como fatores de atração e
experimentação, assim como o bem-estar proporcionado pelo lugar.
Maricá classifica-se como o 21º município mais populoso dentre os 92 municípios do Estado do
Rio de Janeiro, sendo o 12º em Produto Interno Bruto. Entre os 20 municípios mais ricos do
estado, fica em 4º lugar quando o critério é PIB per capita. Isso ajuda a caracterizá-lo como um
município de relativa riqueza regional, e, nesse contexto, tem se destacado no esforço de
transformar-se em um destino turístico, buscando aproveitar suas potencialidades e promover
investimentos que apontam para esse caminho.
Os atributos naturais de Maricá lhe conferem caráter cenográfico, com a baixada litorânea
envolta no cordão montanhoso que a cerca, enriquecida por um sistema lagunar de rara beleza
e costões que abruptamente avançam sobre o mar. Possui lindas vistas como a da Pedra do
Elefante, na Serra da Tiririca, e a do Farol de Ponta Negra; áreas de proteção ambiental de
grande potencial turístico, roteiros no meio rural de interesse relevante, além de patrimônio
histórico material e imaterial, a exemplo da permanência de uma aldeia indígena e suas relações
com a catequização jesuíta, o caminho percorrido por Darwin em suas pesquisas, fazendas com
belas sedes, capelas e muita história.
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capelas em ambiente rural que pode ser aproveitado para um roteiro religioso em ambiente
rural.
Não é possível saber, dado o momento econômico atual do setor, em que prazo esse projeto se
tornará realidade e em que ordem ele vai se tornar completo em todas as suas ofertas
propostas. Certamente, não se trata de menos de uma década para que fique totalmente
pronto. Inclusive porque, envolve mudanças de paradigma, tanto da parte dos futuros
moradores do empreendimento, perceptivelmente dirigido a um padrão de consumo mais
elevado que o que hoje existe, como também da parte dos hóspedes que pretende atrair, que
deverão preferir se deslocar para o Município, tendo outras opções já consolidadas. Além disso,
não se podem desconsiderar os impactos que trará para a vida da Cidade e de seus moradores.
Também não é possível hoje afirmar que está assegurada a agregação de valor para Município
como um todo, pois há casos em que é possível verificar em outras realidades assemelhadas,
que envolvem a construção de grandes complexos hoteleiros e imobiliários de alto padrão em
localidades que não absorveram os ganhos econômicos e, em certo modo, sofreram as
consequências de mais desnível social e seus maléficos resultados. De todo modo, não há como
não aferir que o projeto apresentado oferecerá ao Município um produto de altíssimo padrão,
muito acima do que é hoje oferecido no território de Maricá. Resta saber se os benefícios
realmente serão percebidos pela Maricá real e que já existe.
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Alguns projetos infraestruturais de grande porte estão Inexistência de agências ou operadoras de receptivo
previstos para os próximos anos. turístico
Entre os maiores interesses dos visitantes dos destinos de Sol e Praia está a tríade de fatores
qualidade de vida/bem estar/vivenciar uma nova experiência, sobretudo se focarmos nos
desejos e anseios do turista oriundo de grandes centros urbanos que são os maiores polos
emissores para todos os destinos turísticos.
Nesse sentido pode-se inferir que esses fatores encontram relação com o IDH-M (Índice de
Desenvolvimento Humano - Municípios), que se baseia em indicadores fundamentais
(renda/saúde/educação) para a medição da qualidade de vida da população residente. Nessa
linha de raciocínio, podemos então confirmar o potencial que Maricá possui de atratividade
nesse sentido, conforme se pode verificar no quadro a seguir.
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O fato é que hoje Maricá responde positivamente ao fator qualidade de vida, sob o ponto de
vista dos anseios do turista, restando prosseguir com a sustentação das políticas públicas que
lhe asseguram os bons resultados para os seus habitantes.
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Fatores locacionais
(i) por proximidade - estar próximo à Capital do Rio de Janeiro, principal hub turístico do país,
representa o potencial acesso a um imenso mercado emissor, composto pelos cariocas e,
também pelos visitantes que nela circulam, de todas as nacionalidades.
(ii) por vizinhança - como já destacado, a Região dos Lagos é profícua em destinos de Sol & Praia,
muitos deles com potencial turístico consolidado, o que alia mais uma vez a oportunidade de
aproveitar o fluxo que transita em sua ‘porta’ em direção a estes e os desafios de atraí-lo e
destacar-se dos vizinhos para despertar o interesse do viajante.
(iii) internos - a qualificação do espaço urbano e a equação de seus problemas serão trabalhados
nas propostas dos diversos temas tratados nesse Plano Diretor. Constituem ainda um desafio a
enfrentar e importam para o turismo no sentido da criação das condições favoráveis ao bem
estar de seus habitantes, mas também de seus visitantes.
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(ii) com o patrimônio ambiental protegido: Mantido conservado por força da legislação estadual
e municipal e pelo reconhecimento de gestores e moradores como fator de promoção da
qualidade de vida, o patrimônio ambiental do Município compõe o principal binômio do
potencial turístico de Maricá, em conjugação com o segmento Sol & Praia.
O segmento do ecoturismo pode ser ampliado pelo aproveitamento turístico das áreas de
proteção ambiental localizadas no Município, a partir de minucioso inventário de identificação
de novas trilhas e caminhos, da produção da agricultura familiar, da análise de novos sítios com
potencial histórico cultural, da revelação dos saberes e fazeres das comunidades locais. Além
disso, cabe destacar a importância do aproveitamento e do aprimoramento dos roteiros rurais
existentes.
Destaque-se a atuação das tapeceiras do Espraiado, herdeiras das técnicas transmitidas pela
artista Madeleine Colaço, que em Maricá viveu por 27 anos, inventora do ponto brasileiro de
costura batizado de ‘ponto samba’, reconhecidas internacionalmente pelos seus produtos. Mais
do que a contribuir para a geração de renda e receitas municipais, tal presença de talentos
representa a oportunidade de, junto com outras manifestações artísticas caracterizadas como
culturalmente identificadas e de forma sustentável confeccionadas, inaugurar linhas de
consumo turístico com base na produção artesanal.
Em razão das qualidades intrínsecas dos recursos ambientais protegidos, abre-se também um
leque de oportunidades ligadas ao segmento do turismo de experiência científico-cultural,
conforme abordado adiante. Neste caso, pela organização de atividades conjugadas com a
ecologia, a exemplo da observação da fauna e da flora, expedições de média duração, entre
outras iniciativas testadas com sucesso em outros destinos similares.
(iii) com a preservação e valorização do patrimônio histórico e imaterial: Como acontece com os
turistas espalhados pelo mundo, ao visitante brasileiro também agrada a visitação aos
equipamentos culturais, desde que despertem a sua curiosidade.
Mais que a atração do ‘turista de oportunidade’ (que só visita porque o equipamento está ao
alcance), os mais de 200 anos de existência de Maricá, bem como a sua diversidade patrimonial,
justifica pensar o segmento histórico cultural como braço estratégico a ser conjugado com o
turismo de experiência. Em Maricá, na conjugação com o ecoturismo rural e com as demais
linhas identificadas com potencial para o turismo de experiência antropológico e científico,
como descrito a seguir.
No que tange ao patrimônio construído, localizado na área central da Cidade, ações de restauro
têm sido promovidas pela municipalidade. Entretanto, há que se qualificar o entorno desses
bens, de forma a dar-lhes o enquadramento paisagístico e urbano capaz de causar seu destaque
e encantamento a quem os observa, por meio da instituição de um programa de revitalização
do Centro, por sua vez, assegurando os elementos de projetos necessários à provisão do bem
estar de quem circula pelo espaço público.
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Com ações iniciais previstas no PMDTS - MARICÁ 2030, o Município ensaia a inauguração de um
novo segmento cuja tendência é se firmar na economia contemporânea do setor - o Turismo de
Experiência. O valor em foco a estruturar é a cultura indígena presente na Aldeia
TekoaKa’aguyHovy Porã.
“O QUE ESSE CLIENTE BUSCA? Nesse caso, ele deixa de ser um observador do lugar e torna-
se um protagonista das experiências, já que não quer mais apenas contemplar, mas ser ator
no destino que escolheu para sonhar. Além disso, se mostra mais ativo e quer ser
surpreendido e emocionado, buscando: Criar vínculos com o local visitado. Obter
experiências mais complexas e completas. Viver algo inusitado, completamente diferente de
sua realidade atual” (SEBRAE, 2020) 33.
Nessa linha, inserir o segmento em uma cadeia produtiva é, ao mesmo tempo, condição e
indicador para o sucesso da iniciativa. Para tanto, é necessário promover e implantar um
conjunto de ações que vão da mobilização, adesão e capacitação dos receptores (os integrantes
da aldeia), a definição de roteiro e atividades que serão vivenciadas, a dotação da infraestrutura
do lugar, a prospecção para obtenção de insumos e confecção de produtos culturalmente
identificados pelos próprios receptores para comercialização, até a produção e distribuição de
materiais de divulgação.
Mais do que a interação com o modo de vida indígena, seus hábitos, costumes e tradição oral
de transferência de sua cultura entre gerações, estarão em destaque a apreensão de seus
valores e visão de mundo, patrimônio imaterial de todos os brasileiros, que devem ser
cuidadosamente destacados, de forma a cuidar para não contaminá-los com as práticas
comerciais que possibilitarão a geração de renda para a sua comunidade e com as práticas
culturais dos visitantes. Dessa forma se alcançará o objetivo de proporcionar ao visitante o que
busca: a experiência antropológica do contato com o habitante original do Brasil.
(i) similar à natureza do nicho indígena, a cultura caiçara presente na Colônia de Pescadores do
Zacarias constitui outro potencial de contato com os saberes e fazeres tradicionais, nesse caso
inserido em uma cadeia produtiva baseada em suas práticas náuticas, fabricação de utensílios
de pesca, gastronomia, ‘causos’ e lendas e;
33
https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/ms/artigos/tendencias-para-turismo-de-experiencia
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
(ii) diferenciado em relação aos anteriores, uma linha de turismo de experiência científico-
cultural estaria baseada nas visitas que Darwin fez à região de Maricá por ocasião de suas
pesquisas para a teoria da evolução no Século XIX. Já organizado no atrativo Caminho Darwin,
trata-se de agregar valor ao seu apelo turístico e ampliar o seu poder de atração a um público
interessado nos aspectos científicos da atração, expandindo a informação e o tratamento das
beach rocks, presentes nas praias de Itaipuaçu e Jaconé. A partir de pesquisa dirigida à
identificação e divulgação dos seus atributos geológicos e arqueológicos, o Caminho Darwin
pode ser qualificado, bem como a infraestrutura para atendimento a um turista de interesse
focado na ciência.
4. DESAFIOS
O caminho para vencer esse desafio será identificar os públicos-alvo, preparar a território
municipal com ações de qualificação urbanística e empresarial, e divulgar os atrativos na medida
da evolução da implantação da referida infraestrutura turística.
Isso só será possível com a elaboração de uma planificação estratégica de longo prazo que defina
claramente os objetivos, programas e projetos que indiquem as ações necessárias para o alcance
desses objetivos.
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PETRÓLEO E GÁS
APRESENTAÇÃO
Maricá possui a maior parte do seu litoral defronte à Bacia de Santos (confrontando uma grande
parcela dos campos petrolíferos desta bacia), motivo principal para classificá-lo como um
Município produtor de petróleo e gás.
Em um contexto geral, Maricá foi conhecido no passado por suas grandes fazendas e atividades
pesqueiras. Com o desenvolvimento industrial e urbano, o adensamento populacional começou
a se intensificar, acentuando a migração para a porção central da cidade, acarretando a
diminuição das atividades agrícolas e pesqueiras, em virtude das obras de canais e eventual
degradação das grandes lagoas presentes no Município. Antes conhecida por abastecer, através
da atividade pesqueira, grandes cidades e até mesmo a Capital Rio de Janeiro, esta atividade foi
ficando cada vez mais limitada ao longo dos anos.
Neste contexto, o Município tem sido procurado como potencial para o mercado da construção
civil, haja vista demanda evidente para absorver a expansão demográfica que vem se
intensificando, o que também gera na região oportunidades no mercado imobiliário e outros.
Não obstante, tem sido especulado para Maricá o desenvolvimento de empreendimentos para
infraestruturação e absorção mais concentrada de demandas provenientes da indústria
34 Ver Valor Econômico. Royalties do Petróleo criam ilhas de riqueza em 17 cidades. 02 de abril de 2019. Disponível em:
<https://valor.globo.com/brasil/noticia/2019/04/02/royalties-dopetroleo-criam-ilhas-de-riqueza-em-17-cidades.html>. Acessado
em: 13/08/2020
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
petrolífera, visualizando-a, para um futuro próximo, como um hub para o setor. (MARICÁ,2019;
TETRA, 2017)35.
Nos últimos anos, não somente no Brasil, mas globalmente, é fato que vem sendo diminuída a
utilização do petróleo e gás como fonte primária de energia. Independentemente, uma vez que
se tem um aumento da demanda energética mundial projetada para os próximos anos, existe,
ainda, uma demanda (e até mesmo um aumento da demanda para um futuro próximo) para
exploração e explotação destes hidrocarbonetos.
Qualquer outro cenário mais específico e mais quantitativamente detalhado, exige uma
pesquisa técnico-científica mais acentuada, mas ainda, é neste ambiente que o Pré-sal passou a
ganhar importância. Em termos de Maricá, vale destacar que as compensações financeiras das
atividades petrolíferas que o Município vem recebendo são vinculadas à produção de petróleo
e gás acumulados nestes reservatórios do Pré-sal (rochas carbonáticos), como é o caso do
Campo de Lula (distando aproximadamente 200 km da costa de Maricá e localizado na Bacia de
Santos).37
De forma geral, o Pré-sal registra em certas localidades uma distância de 300 km da costa, águas
ultraprofundas (lâminas d'água que podem superar 2.000 m) e camadas de evaporitos
(conhecidas popularmente como “camadas de sal”) que possuem em certas localidades 2 km de
espessura, em média. Tal reservatório carbonático, onde se concentram as acumulações de
35 Ver YOUTUBE. Vídeo Youtube. Prefeito de Maricá quer um hub offshore na cidade. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=vS1BRh5u8n4>. Acessado em: 12/08/2020.
36 Ver YOUTUBE. Vídeo Youtube. Alan Novais, fala sobre a utilização do aeroporto de Maricá/ petróleo. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=syrL1RbdU54>. Acessado em: 12/08/2020; e YOUTUBE. Vídeo Youtube. INAUGURAÇÃO DO
AEROPORTO EM MARICÁ. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=x73q2E8onsQ>. Acessado em: 12/08/2020.
37 Ver Prefeitura Municipal de Maricá. “Maricá, a rota do pré-sal. 28 de setembro de 2017”. Disponível em:
<https://www.marica.rj.gov.br/2017/09/28/marica-a-rota-do-pre-sal/> Acessado em: 13/08/2020.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
petróleo e gás, é uma região que se estende desde o Estado de Santa Catarina até o Estado do
Espírito Santo, com aproximadamente 800km de extensão.
Em termos geológicos, a costa brasileira se assemelha bastante com a costa angolana nesta
região, podendo ser enfatizado que a cidade de Maricá se encontrava nas proximidades da
cidade de Luanda (capital do país Angola) em um passado antes da possível separação
continental entre a América Latina e a África. Independentemente, uma média histórica coloca
a penetrabilidade efetiva através das rochas carbonáticas do Pré-sal variando entre 0,5 a 7,5
metros por hora, que é tecnicamente considerado não muito eficiente nas atividades de
perfuração, e por consequência, acaba por culminar em custos consideravelmente elevados
para as operações vinculadas.
Um levantamento médio realizado com dados históricos detalha que os custos podem atingir,
para as operações de perfuração, 1,3 milhão de dólares americanos por dia. As Figuras 3 e 4
detalham um esquema do Pré-sal e possível cenário de junção continental referente ao Oceano
Atlântico Sul (América Latina e África). (NASCIMENTO et al. 2014,2015 e 2016)
Fonte: Tese de Doutorado - Mathematical Modeling for Drilling Optimization in Pre-salt Sections: a Focus on South Atlantic Ocean
Operations (NASCIMENTO, 2016).
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Figura 4. Detalhe esquemático do Pré-sal no Brasil e possível região que interligava no passado os
Municípios (hoje) de Maricá (América Latina - Brasil) e Luanda (África - Angola).[9].
Fonte: Tese de Doutorado - Mathematical Modeling for Drilling Optimization in Pre-salt Sections: a Focus on South Atlantic Ocean
Operations (NASCIMENTO, 2016).
Quando se detalha a produção proveniente destes campos do Pré-sal na região de Maricá, deve
ser destacada a Rota 3 de escoamento de hidrocarbonetos, sendo a terceira rota projetada e
instalada nas regiões próximas, conectando uma grande parte da malha de produção. Muito
embora o COMPERJ tenha sido idealizado vislumbrando outras atividades, a ideia, não
concretamente definida no momento atual, é de não substituir atividades e/ou instalações já
existentes da Refinaria de Duque de Caixas (REDUC), mas utilizá-la de forma complementar e
sem duplicidade de esforços (a REDUC está a 80 km distante da região central de Maricá).
Na Figura 5 é possível verificar destaques para as três rotas existentes na região: (i) a Rota 1, se
direcionando à Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba (UTGCA), na Cidade de
Caraguatatuba-SP, próximo ao Município de São José dos Campos/SP, onde se localiza a
Refinaria do Vale do Paraíba (REVAP); (ii) a Rota 2 que se direciona ao Terminal de Cabiúnas,
localizado na Cidade de Macaé/RJ; (iii) e a Rota 3, a qual se direciona ao COMPERJ, localizado na
cidade de Itaboraí/RJ, rota esta que adentra a costa pela cidade de Maricá, através da praia de
Jaconé. Já na Figura 6, se tem detalhado o percurso terrestre destacando as passagens dos dutos
da Rota 3 (HAYASHI, 2017; IBP, 2017; COORDENA, 2018 e LIMA, 2017).
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Figura 5. Detalhamento das Rotas e destaque para a Rota 3 que interliga o Polo do Pré-sal e o COMPERJ.
Figura 6. Destaque para o percurso da Rota 3 em terra, adentrando a costa no litoral pela praia de
Jaconé, Maricá/RJ.
Com base nos cenários apresentados e revisões textuais, as atividades petrolíferas podem trazer
a Maricá a oportunidade de absorção em seu território de efeitos diretos e indiretos de
atividades produtivas, o que reflete no alto potencial de geração de emprego. Isso pode vir a
garantir uma tendência eventual para uma característica de perfil de desenvolvimento
econômico, menos limitada ao mercado turístico-imobiliário.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Neste item foi analisado o Plano Diretor de Maricá de 2006 (PD 2006), de forma que passagens
relevantes específicas ao tema Petróleo e Gás foram destacas a seguir. É importante reforçar
ser de suma importância a garantia de enquadramento das atividades da economia do petróleo
e gás na moldura do desenvolvimento socioeconômico, infraestrutura complementar e
educação do Município, bem como da obrigatoriedade de preservação e manutenção do meio
ambiente local.
Em outras muitas passagens, se tem como foco a garantia das áreas de preservação, além da
manutenção e respeito ao meio ambiente como premissa básica em relação às atividades de
exploração dos recursos naturais. Neste contexto, o entendimento de priorizar a preservação
ambiental face às atividades exploratórias/explotatórias dos recursos naturais é muito
importante de ser pelo menos mantida, mas idealmente melhor abordada na revisão do plano
diretor, pois o iminente momento de expansão das atividades petrolíferas em ação e/ou de
interesse pelo/no Município, levam à necessidade deste de abrigar definições que permitam a
manutenção da preservação ambiental face à necessidade de expansão industrial/
comercial/habitacional.
Por fim, conforme entendido para a Região de Bambuí e Interlagos na época, ainda se tem para
estas áreas um entendimento de potencial local para ocupação, face às demandas demográficas
que devem surgir nos próximos anos (segundo informações coletadas em reunião realizada com
a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Comércio, Indústria, Petróleo e Portos do
Município de Maricá).
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Art. 91. Este programa tem como objetivo estimular a implantação e expansão de
empreendimentos industriais aderentes à Política de Desenvolvimento Econômico do
Município, especial e preferencialmente aqueles que desenvolvam infraestrutura para o
exercício das atividades industriais, em harmonia e em correspondência com as diretrizes
para a ocupação urbana; apoiar o empresariado e as associações de trabalhadores, na área
de capacitação, qualificação e requalificação do conhecimento visando a geração de novos
produtos, processos e serviços, a modernização das plantas industriais, a elevação da
produtividade, a redução de custos e a sua sustentabilidade assim como adequar o
desenvolvimento industrial às normas de preservação ambiental e às características
ecológicas do Município e da Região.
Subseção I - Diretrizes
Art. 92. Para que os objetivos deste programa possam ser atingidos as seguintes diretrizes
devem ser seguidas:
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
b) a extração mineral, por suas características peculiares, é uma das atividades que mais
agridem o meio ambiente e, em razão disto, a legislação condiciona a operação de qualquer
empreendimento voltado para a extração mineral ao prévio licenciamento ambiental, por
parte do órgão estadual competente, devendo ser obtida a primeira licença ou pelo menos
uma autorização prévia no Município, no Regime de Licenciamento;
Art. 22. Na Unidade Urbana 08 deverão ser adotadas as seguintes diretrizes e propostas:
VII viabilizar a implantação de um sítio agrícola com cursos profissionalizantes nas áreas de
agropecuária, zootecnia e petróleo;
Art. 190. Para o enfrentamento dos impactos a serem gerados pela implantação do polo
petroquímico que irá se instalar nas proximidades do município, a administração municipal
em conjunto com o Conselho da Cidade deverá elaborar estudos no sentido de:
I criar condições para preparação de mão de obra local para os diversos postos de trabalho
que se apresentarão além dos previstos;
II criar condições para abrigar as diversas empresas que procurarão se instalar no município
além dos polos empresariais previstos neste Plano ;
III criar condições para atender adequadamente às demandas habitacionais consequentes
além das condições previstas.”.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
A seguir são detalhadas as prováveis regiões de exploração e produção de petróleo e gás com
vínculo com o Município de Maricá. As informações foram extraídas da Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), e analisadas conjuntamente com detalhes
presentes em veículos de informação online, além de Boletins Informativos Públicos da ANP.
Pelas verificações, não existe potencial em terra de atividades petrolíferas, como também não
existe potencial visível fora do polígono do Pré-sal em áreas de confrontação com o Município
de Maricá passível de gerar compensações financeiras diretas.
Desta forma, vale destacar que as áreas de interesse são as da Bacia de Santos, na porção
compreendida dentro do Estado do Rio de Janeiro, e ainda, dentre estas, as áreas de
confrontação direta com o Município de Maricá. Hoje, aproximadamente 49% da Bacia de
Santos estão vinculadas ao Município. É possível visualizar as grandes áreas petrolíferas
brasileiras com destaque para as regiões de maior interesse, estando listadas na Tabela 8 e
apresentadas na Figura 7.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Figura 7. Parte de interesse, extraída do mapa da ANP, compreendendo a Bacia de Santos com destaque
para campos e blocos possivelmente vinculados ao Município de Maricá.
Fonte: Base de dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, 2020.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Figura 8. Produção média diária por poço no Estado do Rio de Janeiro e na Bacia de Santos.
Fonte: Base de dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, 2020.
Participação Especial:
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Royalties:
“Os royalties são uma compensação financeira devida à União aos estados, ao DF, e aos
municípios beneficiários pelas empresas que produzem petróleo e gás natural no território
brasileiro: uma remuneração à sociedade pela exploração desses recursos não renováveis.
A STN repassa os royalties aos beneficiários com base nos cálculos efetuados pela ANP, de
acordo com o estabelecido pelas leis nº 9.478/1997 e nº 7.990/1989, regulamentadas,
respectivamente, pelos decretos nº 2.705/1998 e nº 1/1991.
Os royalties incidem sobre a produção mensal do campo produtor. O valor a ser pago pelos
concessionários é obtido multiplicando-se três fatores:
(1) Alíquota dos royalties do campo produtor, que pode variar de 5% a 15%;
(2) Produção mensal de petróleo e gás natural produzidos pelo campo;
(3) Preço de referência destes hidrocarbonetos no mês (artigos 7º e 8º do Decreto nº
2.705/1998, que regulamentou a Lei nº 9.478/1997).
Onde:
Royalties = valor decorrente da produção do campo no mês de apuração, em R$
Alíquota = percentual previsto no contrato de concessão do campo;
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
É importante ressaltar o Fundo Soberano, como uma excelente ação do Município, que obriga a
destinação de 1 a 5% dos recebimentos mensais para este Fundo, com o objetivo de ser utilizado
em momento de esgotamento dos recursos disponíveis provenientes das atividades
petrolíferas.
Listagem de algumas ações atuais divulgadas, onde devem estar sendo utilizados os recursos
provenientes das compensações financeiras destinadas a Maricá:
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Conforme detalhado nos itens anteriores é possível perceber a existência de áreas vinculadas
ao Município de Maricá com possível potencial de produção. Muito se detalha sobre o potencial
do Campo de Lula, uma vez que este já detém praticamente um terço da produção nacional.
Mas independentemente deste campo petrolífero, é importante visualizar que outros podem
somar consideravelmente, garantindo uma manutenção de compensações financeiras para
vários anos a contar da data atual para o Município de Maricá, quer seja por confrontação direta
com o Município, ou mesmo com o Estado. As Tabelas 9 e 10 detalham registro da porcentagem
de confrontação com o Município de Maricá e com o Estado do Rio de Janeiro, respectivamente.
Tabela 9. Campos potenciais para aporte de recursos ao Município com detalhamento de porcentagem
de confrontação com Maricá.
% médio de
Campo Contrato de Concessão Município UF
confrontação
Tabela 10. Campos potenciais para aporte de recursos ao Município de vínculo com o Estado do Rio de
Janeiro.
Campo Contrato de Concessão % médio de confrontação
FRADE 48000.003896/97-20-FR Rio de Janeiro, 99,7325%
RONCADOR 48000.003901/97-68-RO Rio de Janeiro, 86,6274%
SAPINHOÁ 48610.003884/2000-SPH Rio de Janeiro, 0,1780%
Conforme detalhado nos itens anteriores, é possível perceber a existência de áreas vinculadas
ao Município de Maricá com possível potencial de produção. Muito se detalha sobre o potencial
do Campo de Lula, uma vez que este já detém praticamente mais de um terço da produção
nacional. Mas independentemente deste campo, é importante visualizar que outros podem
somar consideravelmente, garantindo uma manutenção de compensações financeiras para
vários anos a contar da data atual para o Município.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Focando principalmente no Campo de Lula, se tem hoje uma reserva recuperável média de 6,5
bilhões de barris de óleo equivalente, segundo informações de mídias públicas. Logicamente, os
contextos políticos e históricos que refletem nas variações do preço do barril de petróleo,
acarretam consequentes variações nos quantitativos produzidos, quantitativos estes oscilantes
ao longo dos anos. Isso não permite facilmente prever quantitativamente e com precisão
cenários futuros em termos de produção de petróleo e gás. Independentemente deste fato,
desde o início de sua produção, o Campo de Lula já acumula uma produção de 1,83 bilhão de
barris de óleo equivalente. Estes detalhes foram extraídos do site da ANP, visível na Figura 9.
Figura 9. Produção total acumulada para o Campo de Lula até o mês de junho de 2020.
Fonte: Base de dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, 2020.
Seguindo o entendimento da reserva total recuperável com a produção diária média de 1,1
milhão de barris de óleo equivalente por dia, média calculada com base nos dados de produção
entre os anos de 2017 e 2020 (Figura 10), é possível estimar uma produção ainda para os
próximos 6-7 anos somente com o Campo de Lula, no mínimo.
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Figura 10. Média de produção diária do Campo de Lula entre os anos de 2017 e 2020. .
Fonte: Base de dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, 2020.
Com base nas informações apresentadas, é possível especular que Maricá deverá contar com
possíveis compensações financeiras provenientes da indústria petrolífera para o tempo que
compreende a próxima década, pelo menos. Vale destacar que possíveis variações no preço do
barril de petróleo, bem como na legislação de partilha das compensações no território nacional
podem influenciar consideravelmente nas receitas do Município.
Mas ainda, vale destacar que Maricá também recebe compensação financeira de atividade
petrolífera que são destinadas a todos os municípios do Estado do Rio de Janeiro, por atividades
petrolíferas confrontantes com o Estado, e não unicamente Maricá.
Outro campo que pode se beneficiar diretamente dessa interação é o do turismo, que tende a
tomar outras proporções, face à concentração de atividades petrolíferas a serem possivelmente
intensificadas em um futuro próximo e às ações em curso pela Administração do Município de
prover infraestruturas, como a do aeroporto local, tendo em vista a intensificação na direção da
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
Entretanto, o setor de petróleo e gás tem um forte poder de atração de novos contingentes
populacionais pelas riquezas que gera e pela mítica que o cerca. Nesse sentido, duas outras
interações devem ser destacadas: com o planejamento do uso e ocupação do solo e com a
proteção ambiental. Se de um lado é importante a expansão e a multiplicação das
oportunidades relacionadas com a logística requerida pelo setor, de outro, é muito importante
garantir a manutenção e a qualificação das infraestruturas urbanas que lhes darão viabilidade e
perenidade, importando a prevenção de possíveis impactos negativos que possa eventualmente
ser gerado em alguns aspectos sobre sua população. Tão importante quanto a reserva de áreas
para a expansão das atividades ligadas ao setor de petróleo e gás, é a condição de provisão da
eficiência da cidade que o abriga e o bem estar que a qualidade urbana deve garantir aos seus
habitantes e visitantes.
As instalações requeridas pelo setor de petróleo e gás são campo de potencial conflito com o
meio ambiente, cujos mecanismos de mitigação de seus impactos que possam ser negativos
sobre a integridade dos recursos ambientais que possa atingir devem ser sempre considerados
como condição de seu sucesso. Hoje, no campo do desenvolvimento econômico, tanto a
consciência ambiental quanto as soluções tecnológicas devem se aliar em prol da preservação
do patrimônio ambiental do lugar em que se instalam como condição precípua da garantia de
um legado positivo a ser materializado.
Por fim, vale destacar que seria de grande importância Maricá optar pelo seu desenvolvimento
sim, mas tendo como motor a observação das premissas da sustentabilidade e qualidade
urbana, de forma que sua atuação seja fortemente planejada e responsável, sendo assim capaz
de garantir os devidos cuidados para que o legado positivo do setor de petróleo e gás em seu
território seja usufruído pelos seus habitantes e se transforme em exemplo bem sucedido no
aproveitamento de seu potencial.
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ANEXOS
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
i. LEI Nº. 2132, de 20 de outubro de 2005. Dispõe sobre a Preservação e Proteção do Patrimônio
Histórico, Artístico, Ambiental e Cultural do Município de Maricá e da outras providencias
TÍTULO I
DO PLANO DIRETOR
Art. 5º As funções sociais da cidade são compreendidas como direito de todo cidadão do acesso à
moradia, ao transporte público, saneamento básico, energia elétrica, iluminação pública, saúde,
educação, cultura, creche, lazer, segurança, acesso aos espaços e equipamentos públicos, preservação do
meio ambiente e do patrimônio cultural.
CAPÍTULO II
Da Ordenação do Território
Seção II
Das Macrozonas Urbanas
Art. 12. As macrozonas urbanas terão por base a área de influência do centro da cidade e dos demais
subcentros distritais de uso comercial e de prestação de serviços e o macrozoneamento urbano deverá
ser subdividido em:
§ 4º As macrozonas de urbanização restrita são aquelas destinadas a preservação ambiental, em que a
ocupação deve ser desestimulada ou contida, em decorrência de:
I – necessidade de preservação de seus elementos naturais;
II – vulnerabilidade a intempéries, calamidades e outras condições adversas;
III – necessidade de proteção ambiental e de preservação do patrimônio;
IV – proteção aos mananciais e margens de rios e lagoas.
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TÍTULO IV
DAS POLÍTICAS PÚBLICAS SETORIAIS
CAPÍTULO I
Da Política do Meio Ambiente
Seção I
Do Objetivo Geral
Art. 28. Esta Política tem por objetivo garantir o direito ao ambiente natural ecologicamente equilibrado
se obrigando a defendê-lo, protegê-lo e conservá-lo para as gerações presentes e futuras além de
promover a educação ambiental em todos os níveis.
§ 1º O Poder Público Municipal promoverá o desenvolvimento econômico respeitando a defesa e o
equilíbrio do meio ambiente, buscando compatibilizar a promoção do crescimento econômico e social,
com os princípios do desenvolvimento sustentável.
§ 2º O Poder Público Municipal terá incumbências explícitas na garantia do meio ambiente como direito
inerente de cada indivíduo e de toda a sociedade, as quais serão regulamentadas por Lei Específica,
obrigando-se a:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais;
II – promover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
III – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do Município;
IV – fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
V – definir espaços territoriais a serem especialmente protegidos;
VIII – promover a educação ambiental e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
IX – proteger a fauna e a flora;
X – obrigar a recuperação da área degradada por quem explora recursos minerais;
XII – considerar como patrimônio ecológico Municipal, as praias, a Mata Atlântica, a vegetação dos
costões rochosos marinhos, a vegetação arbórea natural de áreas úmidas, a vegetação de restinga quando
fixadora de dunas, as matas ciliares dos cursos d’água, a vegetação característica das Faixas Marginais de
Proteção dos lagos continentais e do Sistema Lagunar, incluindo a Laguna de Jaconé, as falésias lagunares
e a mata de transição associada;
CAPÍTULO II
Da Política do Patrimônio Cultural
Art. 34. Esta Política tem por objetivo garantir a preservação do patrimônio cultural do Município,
protegendo e conservando para as gerações presentes e futuras além de promover a sua divulgação,
garantindo a todos a reprodução do conhecimento e o fortalecimento da identidade municipal.
Art. 35. Para que o objetivo desta política possa se efetivar, as seguintes diretrizes devem ser
implementadas:
I – oferecer estímulos concretos ao cultivo das Ciências, Artes e Letras;
II – promover a cooperação com a União, o Estado e outros Municípios na proteção aos locais e objetos
de interesse histórico e artístico;
III – incentivar à promoção e divulgação da história, dos valores humanos e das tradições locais;
IV – criar o Coral Municipal como forma de valorizar a cultura do Município, preservando sua identidade
e originalidade na difusão da cultura.
V – firmar convênios entre a Biblioteca Pública Municipal e entidades públicas ou privadas para ampliação
de seus propósitos
VI – criar um espaço sociocultural para ensino e divulgação da cultura local;
VII – preservar os monumentos históricos e sítios arqueológicos;
VIII – formular um calendário de eventos onde além do dia 26 de Maio – data natalícia do Município e do
dia 15 de Agosto – data comemorativa da Padroeira da Cidade, outros eventos devam ser considerados;
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
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Seção X
Do Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança
Art. 126. O EIV será executado de forma a contemplar os efeitos positivos e negativos do
empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente no bairro onde se situar
o empreendimento, incluindo a análise, no mínimo, das seguintes questões:
VII – paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.
Seção XI
Da Instituição de Unidades de Conservação da Natureza
Art. 128. O ato de criação de uma Unidade de Conservação da Natureza, proposta pelo Poder Executivo
e aprovada pelo Legislativo Municipal, indicará o bem objeto de proteção, fixará sua delimitação,
estabelecerá sua classificação, as limitações de uso e ocupação do solo e disporá sobre sua gestão.
Parágrafo único. As Unidades de Conservação da Natureza de qualquer categoria não poderão ser
transformadas como Zonas de Especial Interesse Social.
Art. 129. As unidades de conservação integrantes do SNUC7 dividem-se em dois grupos, com
características específicas:
I – Unidades de Proteção Integral;
II – Unidades de Uso Sustentável.
§ 1º O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas
o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos em Lei.
§ 2º O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a conservação da natureza com
o uso sustentável de parcela de seus recursos naturais.
Art. 130. O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto pelas seguintes categorias de unidades
de conservação:
I – Estação Ecológica;
II – Reserva Biológica;
III – Parque Nacional;
IV – Monumento Natural;
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
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Seção XIV
Da Legislação de Uso e Ocupação do Solo
Art. 144. O uso do solo será controlado pela definição dos usos e atividades adequadas e inadequadas a
cada zona, de acordo com a adequação ou a predominância, em cada zona, do uso residencial,
institucional, comercial e de serviços, industrial e agrícola.
Parágrafo único. Constituem diretrizes básicas para a definição do uso do solo no território municipal:
VIII – a identificação de bens de valor histórico, geológico, paleontológico, arqueológico, cultural,
paisagístico ou ambiental;
X -a valorização do patrimônio natural e cultural.
Seção XVII
Da Legislação do Meio Ambiente
Art. 163. A Administração Municipal, componente do Poder Público, tem obrigações constitucionais na
manutenção do equilíbrio ecológico, cuja forma de atuação, com base no exercício das competências
comum e concorrente, deverá contemplar ações de proteção, preservação, conservação e defesa,
estabelecendo legislação de interesse local, sobre matéria ambiental.
§ 1º As ações a que se refere o caput do Artigo, prioritariamente, serão:
licenciamento de atividades e obras poluidoras ou potencialmente poluidoras;
V – implementar medidas concernentes às normas e padrões de proteção e preservação ambiental e de
fiscalização e controle de atividades;
VI – criar espaços territoriais a serem especialmente protegidos, definidos como Unidades de
Conservação, tais como Áreas de Proteção Ambiental, Áreas de Relevante Interesse Ecológico, Parques
Municipais, Reservas Florestais, Reservas Particulares do Patrimônio Municipal, Reservas Extrativistas e
Estações Ecológicas.
Seção XXVI
§ 1º Compete ao Município reconhecer o patrimônio cultural como um processo social autônomo,
Art.180. Constituem o patrimônio cultural do Município toda a produção e os modos de vida, presentes
no processo histórico e no cotidiano do Município.
devendo garantir-lhe a liberdade de expressão e criação, as condições de um desenvolvimento e a
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
preservação de seus bens ou conjunto de bens representativos como parte integrante do direito à
cidadania
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Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
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e que outrora foi sede da Fazenda Itaocaia, um galpão e uma outra casa de construção ligeira que serve
de depósito, conforme a Matrícula nº 57.276 do Registro de Imóveis da circunscrição de Maricá, RJ.
Art. 2º O imóvel objeto da presente desapropriação tem por objetivo o uso público das instalações,
consideradas patrimônio histórico e cultural do município de Maricá, e será gerido pelas Secretarias
Municipais do Ambiente, do Turismo e da Cultura, e abrigará:
§ 1º No casarão sede da antiga Fazenda:
I – A sede do Monumento Natural Municipal da Pedra de Itaocaia;
II – Instalações de interesse das Secretarias municipais mencionadas no caput;
III - Instalações de interesse ambiental das Unidades de Conservação do Estado do Rio de Janeiro, nos
termos do Protocolo de Intenções ou convênio celebrado com o município de Maricá, constante do
processo administrativo nº 6652/2013.
§ 2º No galpão, onde funcionava o antigo engenho da Fazenda Itaocaia, será instalado o Memorial Charles
Darwin, em homenagem ao naturalista Charles Darwin e dedicado à Mata Atlântica, cuja concepção e
projeto será objeto de concurso público.
§ 3º As demais instalações serão dedicadas às atividades administrativas do próprio conjunto.
Art. 3º As despesas decorrentes da desapropriação prevista por este Decreto correrão por conta de
dotação orçamentária, por recursos do Fundo Municipal de Proteção e Conservação Ambiental e por
recursos de contrapartida ou compensação ambiental.
Parágrafo único. A avaliação do bem objeto da presente desapropriação será avaliado pela Procuradoria
Geral do Estado, nos termos do Protocolo de Intenções ou convênio constante do processo administrativo
6652/2013.
Art. 4º Fica a Procuradoria Geral do Município autorizada, após publicação do ato, a tomar as providências
cabíveis junto aos setores competentes com relação a área desapropriada, devendo proceder as
anotações e averbações de acordo com a Lei nº 6.015/73.
Art. 5º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
LEGISLAÇÃO ESTADUAL
i. Decreto-Lei nº 2, de 11 de abril de 1969
Define os Bens Integrantes do Patrimônio Histórico, Artístico e Paisagístico do Estado da
Guanabara e institui medidas para a sua proteção.
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REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 4
vii. Decreto Estadual nº 1.901 de 29/11/91 e delimitado pelo Decreto Estadual nº 18.598 de
19/04/93. Parque estadual da Serra da Tiririca
viii. Processo de tombamento E-18/000.172/91 - Serra do Mar | Trecho 18
ix. Processo de Tombamento E–18/300.427/84 - Fazenda do Bananal ou Macedo Soares
x. Processo de Tombamento E – 18/300.427/84 – Igreja Matriz de Nossa Senhora do Amparo
xi. Processo de Tombamento E – 18/300.427/84 – Antiga Casa de Câmara e Cadeia
LEGISLAÇÃO FEDERAL
i. Constituição Federal Republicana de 1988
O principal artigo da Constituição Federal sobre o Patrimônio Cultural é o de nº 216. Nele são
incorporados os bens materiais e imateriais, vinculados à memória dos diferentes grupos da
sociedade.
Art. 216. “Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira. (...)
“V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico”.
ii. Lei Federal 3924/61
Trata da proteção do patrimônio arqueológico. A lei considera que todos os objetos coletados
nos sítios devem ficar sob a guarda do Poder Público.
iii. Instrução Normativa 01/2015
Determina as normas e procedimentos para pesquisa e escavações arqueológicas, no âmbito de
Licenciamento Arqueológico de empreendimentos, definindo diferentes níveis de classificação
de acordo com os tipos e tamanhos dos empreendimentos, e diferentes estudos e abordagens
para cada classificação.
iv. Portaria 07/88
Determina as normas e procedimentos para pesquisa e escavações arqueológicas.
v. Portaria 28/03
Determina que os reservatórios de empreendimentos hidrelétricos de qualquer tamanho ou
dimensão dentro do território nacional deverão doravante na solicitação da renovação da licença
ambiental de operação prever a execução de projetos de levantamento, prospecção, resgate e
salvamento arqueológico da faixa de depleção.
vi. Lei Federal 7.542/86 (alterada pela Lei 10.166/00)
Dispõe sobre a pesquisa, exploração, remoção e demolição de coisas ou bens afundados,
submersos, encalhados e perdidos em águas sob jurisdição nacional, em terreno de marinha e
seus acrescidos e em terrenos marginais.
vii. Lei Federal 9605/88
Dispõe as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente. Em sua “Seção IV” trata dos crimes contra o Patrimônio cultural
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Grutas Marítimas de Ponta A gruta está localizada abaixo do farol de Ponta Negra, com cerca de
Negra cinco metros de profundidade, vida marinha, águas claras e
temperaturas amenas.
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Orla das Amendoeiras A orla, situada em São José de Imbassaí, possui cerca de um quilômetro
de faixa urbanizada. O local tornou-se mais um cartão postal da cidade.
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Com cerca de 5Km de extensão, a Praia de Ponta Negra é uma das mais
Praia de Ponta Negra visitadas de Maricá, com forte ondas, areia fina e vegetação rasteira.
Ao longo da costa há diversos quiosque e bares, além de ser local de
competições de surf.
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Atrativos Culturais
Atrativo Imagens Descrição
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Rio de Janeiro: Editora UFRJ; IPHAN; Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 1999.
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DIEGUES, Antônio Carlos. Pescadores, camponeses e trabalhadores do mar. São Paulo: Ed. Àtica, 1983.
GAMA, Renata de Souza. Patrimônio Histórico – Ambiental de Maricá, RJ: Identidade e qualidade de vida.
Universidade Cândido Mendes. Monografia para obtenção de título em pós-graduação em Meio
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IBGE – Departamento de Geografia. Anuário Geográfico do Estado do Rio de Janeiro. Rio de janeiro: IBGE,
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IBGE – Departamento de Geografia. Anuário Geográfico do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: IBGE,
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INEPAC, Inventário da arte sacra fluminense / coordenação geral Rafael Azevedo Fontenelle Gomes - 1.
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INEPAC. Caminhos Singulares – Projeto Inventário de Bens Culturais Imóveis, Caminhos do Sal. Rio de
Janeiro, 2004. V. Sal.
IPHAN. Salvaguarda de bens registrados: patrimônio cultural do Brasil. Patrimônio Cultural Imaterial: para
saber mais, 2. RíviaRyker Bandeira de Alencar. Brasília: IPHAN, 2017.
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PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 – Diagnóstico Técnico - CADERNO 4
NEVES, E., & SÁ, R. Análise tipomorfológica da paisagem e do sistema de espaços livres urbanos do
município de Maricá (RJ): escala urbana - bacia. Paisagem e Ambiente (33), 2014, pp. 83-96. Disponível
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https://www.marica.rj.gov.br/2016/10/06/tapeceiras-do-espraiado-mantem-viva-a-arte-do-ponto-
brasileiro/ Acesso em: 16jul.2020.
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terms in Portuguese, English and French [também designado por Herein Thesaurus]. Estrasburgo:
Conselho da Europa. Disponível em: http://www.herein-system.eu/sites/dev-hkp/files/
download/Herein- thesaurus-PT_0.pdf. [consultado em 25.01.2016].
88
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 – Diagnóstico Técnico - CADERNO 4
CONFERÊNCIA EUROPEIA SOBRE CIDADES SUSTENTÁVEIS (1994) Carta das Cidades Europeias para a
Sustentabilidade. Disponível em:
http://www.cm-Cascais.pt/sites/default/files/anexos/gerais/ag21_carta_de_aallborg.pdf. Acesso em:
07.dez.2015.
ICOMOS-BRASIL (1987) Primeiro Seminário Brasileiro sobre a Preservação e Revitalização dos Centros
Históricos. Disponível em: https://5cidade.files.wordpress.com/2008/03/seminario-brasileiro-sobre--os-
centros-historicos.pdf. Acesso em: 06 dez.2015.
TEMA: TURISMO
FOHB, J. H. &. H. G. Hotelaria em Números, São Paulo, v. 1, n. 9, p. 1-28, jan./2019. Disponível em:
http://fohb.com.br/wp-content/uploads/2019/08/Hotelaria-em-n%C3%BAmeros-2019.pdf. Acesso em:
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HOTELINVEST; FOHB. Panorama da Hotelaria Brasileira, São Paulo, v. 1, n. 14, p. 1-78, mar./2020.
Disponível em: https://hotelinvest.com.br/panorama-da-hotelaria-brasileira-2020-14a-edicao/. Acesso
em: 4 jun. 2020.
MINISTÉRIO DO TURISMO. Mapa das regiões turísticas do Rio de Janeiro. Disponível em:
http://www.mapa.turismo.gov.br/mapa/init.html#/home. Acesso em: 3 jun. 2020.
MINISTÉRIO DO TURISMO. Categorização dos Municípios das Regiões Turísticas do Mapa do Turismo
Brasileiro: Perguntas e respostas. Programa de Regionalização do Turismo, Brasília, p. 1-7, ago./2019.
Disponível em: http://www.regionalizacao.turismo.gov.br/images/conteudo/Perguntas_respostas_
Categorizacao_2019.pdf. Acesso em: 22 jul. 2020.
89
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 – Diagnóstico Técnico - CADERNO 4
PRODETUR-RJ. Elaboração de uma Avaliação Ambiental Estratégica nos Pólos Turísticos do estado do Rio
de Janeiro-convênio MTUR/SEOBRAS/RJ. Disponível em: http:// www. prodetur. rj.gov.br/arquivos/
avaliacao/RelatorioElaboracao-litoral.pdf. Acesso em: 3 jun. 2020.
[1] MARICA. Prefeitura Municipal de Maricá. “EDITAL Nº 01/2019 - CHAMAMENTO PÚBLICO PARA
CELEBRAÇÃO DE PARCERIA COM ORGANIZAÇÃO SOCIAL PARA GESTÃO DA REDE DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA DO MUNICÍPIO DE MARICÁ”. Marica, 2019.
[3] Valor Econômico. Royalties do Petróleo criam ilhas de riqueza em 17 cidades. 02 de abril de 2019.
Disponível em: <https://valor.globo.com/brasil/noticia/2019/04/02/royalties-dopetroleo-criam-ilhas-de-
riqueza-em-17-cidades.html>. Acessado em: 13/08/2020.
[4] YOUTUBE. Vídeo Youtube. Prefeito de Maricá quer um hub offshore na cidade. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=vS1BRh5u8n4>. Acessado em: 12/08/2020.
[5] YOUTUBE. Vídeo Youtube. Alan Novais, fala sobre a utilização do aeroporto de Maricá/ petróleo.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=syrL1RbdU54>. Acessado em: 12/08/2020.
[7] NASCIMENTO, A.; GONÇALVES, J. L. Operations Review and Drilling Optimization for the Brazilian Pre-
Salt. 1. ed. Saarbrücken: Lambert Academic Publishing, 2014.
[8] NASCIMENTO, A.; KUTAS, D. T./; ELMGERBI, A.; THONHAUSER, G.; MATHIAS, M. H. Mathematical
Modeling Applied to Drilling Engineering: An Application of Bourgoyne and Young ROP Model to a Presalt
Case Study. Mathematical Problems in Engineering (Online), v. 2015, p. 1, 2015.
[9] NASCIMENTO, A. Mathematical Modeling for Drilling Optimization in Pre-salt Sections: a Focus on
South Atlantic Ocean Operations. 2016. 135 f. Tese de Doutorado (Doutorado em Engenharia Mecânica).
Faculdade de Engenharia - Campus de Guaratinguetá, Universidade Estadual Paulista, Guaratinguetá-SP,
2016.
[10] MARICA. Prefeitura Municipal de Maricá. “Maricá, a rota do pré-sal. 28 de setembro de 2017”.
Disponível em: <https://www.marica.rj.gov.br/2017/09/28/marica-a-rota-do-pre-sal/> Acessado em:
13/08/2020.
90
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 – Diagnóstico Técnico - CADERNO 4
[12] IBP. Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis. “Gás do Pré-Sal: Oportunidades, Desafios
e Perspectivas”. Texto base debatido. Rio de Janeiro, 2017.
[14] LIMA. Laboratório Interdisciplinar de Meio Ambiente. Análise de Contexto COMPERJ e PETROBRAS.
Programa de Planejamento Energético (PPE). Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa
de Engenharia (COPPE). Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Rio de Janeiro, 2017.
[15] MARICA. Prefeitura Municipal de Maricá. “Plano Diretor de Maricá”. Maricá, 2006.
[16] ANP. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Mapas das Bacias Brasileiras -
Bacia de Santo e Campos. Disponível em:
http://www.anp.gov.br/images/EXPLORACAO_E_PRODUCAO_DE_OLEO_E_GAS/Dados_Tecnicos/BACIA
_CAMPOS_SANTOS.pdf>. Acessado em: 08/08/2020.
[17] ANP. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Dados de Produção de Petróleo
e Gás no Brasil. Base de dados acessada entre os dias 05 e 08 de agosto de 2020.
91
PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 – Diagnóstico Técnico - CADERNO 4
92
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 5
PRODUTO 3
DIAGNÓSTICO TÉCNICO
CADERNO 5
CADERNO DE MAPAS
Outubro 2020
Consultores Temáticos:
Arquiteto e Urbanista Engenheiro
Ricardo Moraes Carlos Enriquez
Mudanças Climáticas Drenagem e Gestão Costeira
Arquiteta e Urbanista
Clima Urbano, Conforto Arquiteto e Urbanista
Luciana Hamada Victor Zveibil
Ambientale Meio Ambiente
Eficiência Energética
Economista Arquiteta e Urbanista
Inessa Salomão Noêmia Barradas
Des. Econômico Patrimônio Histórico Cultural
Alberto Costa Arquiteto e Urbanista Manuela Turismóloga
Lopes Habitação Scaldaferri Turismo
Engenheiro Andreas Engenheiro
Wallace Pereira
Mobilidade Nascimento Petróleo e Gás
Patrícia Engenheira Ambiental Geógrafo
Helio Beiroz
Finamore Saneamento Básico Meio Rural
Assistente Social
Karin Segala
Resíduos Sólidos
REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE MARICÁ
Produto 3 - Diagnóstico Técnico – CADERNO 5
SUMÁRIO CADERNO 5
MAPAS - CADERNO 1
CARACTERIZAÇÃO
Mapa 9.Concentração dos domicílios particulares com rendimento mensal per capita até 1
salário mínimo...........................................................................................................................16
Mapa 10. Concentração dos domicílios particulares com rendimento mensal per capita maior
que 5 salários mínimos..............................................................................................................17
Mapa 17. Índices de Aproveitamento de Área (IAA) incidentes em Maricá de acordo com a
legislação urbanística vigente..................................................................................................24
Mapa 19. Imóveis Territoriais Urbanos em Maricá, segundo o Cadastro do IPTU ...................26
Mapa 20. Licenças de Construção Concedidas em Maricá no período 2012 a 2020 ...............27
MAPAS - CADERNO 2
Mapa 26. Participação das Zonas de Tráfego por Viagens Geradas de Transporte Privado.....33
Mapa 27. Participação das Zonas de Tráfego por Viagens Geradas de Transporte Público.....34
Mapa 28. Hierarquia Viária Estabelecida pelo Plano Diretor Urbano de 2006........................35
Mapa 29. Referências Quilométricas dos Trechos com Variação da Faixa Non Aedificandi....36
SANEAMENTO BÁSICO
Água
Esgoto
Resíduos Sólidos
MEIO AMBIENTE
Mapa 48. APPs em topos de morro e encostas com declividade superior a 45º...................55
MAPAS - CADERNO 3
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Mapa 53. Potencial de probabilidade de risco aos eventos hidrológicos adversos (alagamento
e/ou inundação) do Município de Maricá..............................................................................60
Mapa 54. Gradação da vulnerabilidade por bairro de Maricá segundo a concentração de ruas
caracterizadas em situação de risco.......................................................................................61
Mapa 57. Distribuição de praças e áreas verdes (espaços públicos) existentes no meio urbano
de Maricá...............................................................................................................................64
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
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RIO BONITO
7472000
7472000
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RJ-106
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7464000
7464000
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RJ -11 4 02
RJ-102
RJ-102
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RJ-102
H
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RJ-102
7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
H
! Sede dos Distritos Distritos Divisão de distritos do Município de Maricá
o Aeroporto 1º Distrito - Maricá (Centro) Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 28/09/2020 1:100.000
Rodovias Principais 2º Distrito - Ponta Negra UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Fontes:
3º Distrito - Inoã
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
IDR - Distritos (2020); MMA - UCs (2017); CODEMAR - Arruamento (2020);
4º Distrito - Itaipuaçu
Sistema Lagunar
± ITABORAÍ
TANGUÁ
RIO BONITO
7472000
7472000
SÃO GONÇALO
UP 11
4 1
RJ-1
SAQUAREMA
UP 10 UP 12 UP 13
UP 02 RJ-106
Maricá
14
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7464000
7464000
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RJ-102
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H
! UP 07 RJ-102
RJ-102
7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
Sistema Lagunar
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
TANGUÁ
RIO BONITO
7472000
7472000
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SÃO GONÇALO
Pilar
4 1
RJ-1
Silvado
Pindobas
Caxito Ubatiba
Cassorotiba Espraiado
Camburi SAQUAREMA
Santa Paula
Condado de Maricá
SPAR
Calaboca
Retiro RJ-106
Marquês de Maricá
114
Manoel Ribeiro
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Itapeba Flamengo
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Mumbuca Cajú
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Centro
NITERÓI Ponta Negra
7464000
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Parque Nanci
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Itaocaia Valley
Jaconé
RJ-1
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Lagoa de Maricá Guarapina
Morada das Águias Barra re
Jardim Atlântico Central Pad
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RJ-102
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Praia de Itaipuaçu RJ-102
Restinga de Maricá
Recanto de Itaipuaçu
H
! Jardim Atlântico Leste
RJ-102
7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
± ITABORAÍ
TANGUÁ
RIO BONITO
7472000
7472000
SÃO GONÇALO
4 1
RJ-1
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RJ-102
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RJ-102
7456000
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0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
H
! Sede dos Distritos Densidade Demográfica (hab/km²) Densidade Demográfica do Município de Maricá
± ITABORAÍ
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RIO BONITO
7472000
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SÃO GONÇALO
4 1
RJ-1
Maricá SAQUAREMA
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14
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lla Lagoa de Maricá Guarapina RJ -
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Itaipuaçu RJ -11 4 RJ-102
R J-1
02
RJ-102
Av. Central
RJ-102
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RJ-102
7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
H
! Sede dos Distritos Densidade Domicíliar (dom/km²) Densidade de Domicílios do Município de Maricá
Sistema Lagunar
2.501 - 3.580
Unidades de Conservação - UCs
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
TANGUÁ
RIO BONITO
7472000
7472000
Lagarto
SÃO GONÇALO
Pilar
4 1
RJ-1
Silvado
Pindobas
Caxito Ubatiba
Cassorotiba Espraiado
Camburi SAQUAREMA
Santa Paula
Condado de Maricá
SPAR
Calaboca
Retiro Maricá RJ-106
Marquês de Maricá
Manoel Ribeiro
Flamengo
Itapeba
Inoã Vale da Figueira
Mumbuca Cajú
14
Centro
NITERÓI Ponta Negra
7464000
7464000
R
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! RJ-11
Parque Nanci
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São José do Imbassaí Ponta Grossa Pindobal
Itaocaia Valley
Jaconé
Jacaroá
RJ-1
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Balneário Bambuí
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02 RJ-102
Lagoa Jardim Interlagos
RJ
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Lagoa RJ
-1
Rincão Mimoso
10
Cajueiros da Ponta Negra
Morada das Águias Lagoa de Maricá Guarapina
Barra
Itaipuaçu Pad
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Lag Cordeirinho
R J-1
Barroco Jardim Atlântico Central RJ-102
02
Barra de Maricá Guaratiba
Praia de Itaipuaçu Restinga de Maricá
Av. Central
RJ-102 Zacarias
Recanto de Itaipuaçu
H
! Jardim Atlântico Jardim Atlântico Leste
RJ-102
7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
H
! Sede dos Distritos Estimativa Populacional por bairro Estimativa populacional por bairro em 2010
até 500
o Aeroporto Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
500,1 - 1.500 Diagnóstico Técnico 29/09/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais Fontes:
1.501 - 3.000
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
3.001 - 5.500
CODEMAR - Arruamento (2020); IDR/Lei Complementar Nº 207, 2010 - Bairros (2020);
IDR - Est. Populacional (2010)
Sistema Lagunar
5.501 - 10.000
Bairros
10.010 - 13.263
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
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RIO BONITO
7472000
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SÃO GONÇALO
SAQUAREMA
Maricá
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7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
!
P Sede Municipal Áreas com significativa subdivisão de setores censitários Mapa 06a
Sobreposição das malhas de setores censitários
!
H Sede dos Distritos Trechos de eixos viários com significativa subdivisão de setores censitários do IBGE de 2010 e 2020
Aeroporto Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
o Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 23/11/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Sistema Lagunar Fontes:
INEA/IBGE - Sedes, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019),
Municípios Limítrofes Setores Censitários (2010 e 2020)
± ITABORAÍ
TANGUÁ
RIO BONITO
7472000
7472000
SÃO GONÇALO
4 1
RJ-1
Maricá SAQUAREMA
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14
NITERÓI Ponta Negra
7464000
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RJ-102
7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
Sistema Lagunar
± ITABORAÍ
TANGUÁ
RIO BONITO
7472000
7472000
SÃO GONÇALO
4 1
RJ-1
Maricá SAQUAREMA
Inoã RJ-106
14
NITERÓI Ponta Negra
7464000
7464000
R
J- 1
8
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! RJ-11
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RJ-1
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1
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1 02;RJ-1 8
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R J-1
02
RJ-102
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RJ-102
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RJ-102
7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
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Sistema Lagunar
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7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes Mapa 09
Concentração dos domicílios particulares com
Sede dos Distritos Domicílios até um salário mínimo
H
! rendimento mensal per capita até 1 salário mínimo
até 50%
o Aeroporto Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
51% - 96% Diagnóstico Técnico 29/09/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais Fontes:
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
IBGE - Censo (2010); CODEMAR - Arruamento (2020); MMA - UCs (2017)
Sistema Lagunar
± ITABORAÍ
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RIO BONITO
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SÃO GONÇALO
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Maricá SAQUAREMA
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14
NITERÓI Ponta Negra
7464000
7464000
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1 02;RJ-1 8
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Itaipuaçu RJ -11 4 RJ-102
R J-1
02
RJ-102
Av. Central
RJ-102
H
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RJ-102
7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes Mapa 10
Domicílios com mais de cinco salários mínimos Concentração dos domicílios particulares com rendimento
H
! Sede dos Distritos mensal per capita maior que 5 salários mínimos
até 10%
o Aeroporto Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
11% - 33% Diagnóstico Técnico 29/09/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais Fontes:
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
IBGE - Censo (2010); CODEMAR - Arruamento (2020); MMA - UCs (2017)
Sistema Lagunar
± ITABORAÍ
TANGUÁ
RIO BONITO
7472000
7472000
SÃO GONÇALO
4 1
RJ-1
Maricá SAQUAREMA
Inoã RJ-106
14
NITERÓI Ponta Negra
7464000
7464000
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RJ-102
Itaipuaçu Av. Central
RJ-102
RJ-102
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RJ-102
7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
H
! Sede dos Distritos Equipamento de Saúde Equipamentos de saúde do Município de Maricá
Hospital Municipal
Aeroporto Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
'
"
o Sistema de Coordenada Projetada,
UPA Diagnóstico Técnico 29/09/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais
'
"
Fontes:
'
" PSF
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
'
" USF CODEMAR - Arruamento e Saúde (2020); MMA - UCs (2017)
Sistema Lagunar
± ITABORAÍ
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7472000
SÃO GONÇALO
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RJ-1
Maricá SAQUAREMA
Inoã RJ-106
14
NITERÓI Ponta Negra
7464000
7464000
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RJ -11 4 02
RJ-102
Itaipuaçu Av. Central
RJ-102
RJ-102
RJ-102
7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
H
! Sede dos Distritos Escola Equipamentos de educação do Município de Maricá
Municipal
o Aeroporto Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Indígena Diagnóstico Técnico 29/09/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais Fontes:
Estadual
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
Federal CODEMAR - Arruamento e Escola Municipal (2020); MMA - UCs (2017); Censo Escolar/INEP - Escolas (2018)
Sistema Lagunar
Privada
Unidades de Conservação - UCs
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
TANGUÁ
RIO BONITO
7472000
7472000
SÃO GONÇALO
4 1
RJ-1
Maricá SAQUAREMA
Santa Paula
Inoã RJ-106
Bosque Fundo
14
NITERÓI Céu
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7464000
7464000
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Itaipuaçu Av. Central
RJ-102
RJ-102 Região Oceânica
H
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RJ-102
7456000
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0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes Mapa 13
Centros de Referência de Assistência Social (CRAS)
Sede dos Distritos Equipamento Social
H
! do Município de Maricá
B CRAS
Aeroporto Etapa: Data: Escala:
[ Escala Numérica em impressão A3
o Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 29/09/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais Fontes:
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
IBAM - CRAS (2020); CODEMAR - Arruamento (2020); MMA - UCs (2017)
Sistema Lagunar
± ITABORAÍ
TANGUÁ
RIO BONITO
7472000
7472000
SÃO GONÇALO
4 1
RJ-1
Maricá SAQUAREMA
Inoã RJ-106
14
NITERÓI Ponta Negra
7464000
7464000
R
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8
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1 02;RJ-1 8
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Itaipuaçu Av. Central
RJ-102
RJ-102
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RJ-102
7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
H
! Sede dos Distritos Loteamentos Urbanos Uso do Solo Urbano e Rural do Município de Maricá
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
Sec. Urb - Macrozoneamento/PD 2006 (2020); MMA - UCs (2017); CODEMAR - Lotes (2020)
Sistema Lagunar
± ITABORAÍ
TANGUÁ
RIO BONITO
7472000
7472000
Lagarto
SÃO GONÇALO
Pilar
Silvado
Pindobas
Caxito Ubatiba
Cassorotiba Espraiado
SPAR
Calaboca
Inoã Retiro
7464000
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!
Parque Nanci
o Bananal
São José do Imbassaí Ponta Grossa
Itaocaia Valley Pindobal
Jaconé
Jacaroá
Chácaras de Inoã
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Balneário Bambuí
Recanto de Itaipuaçu
H
! Jardim Atlântico Leste
7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Unidades de Conservação - UCs Mapa 15
Sobreposição das Unidades de Conservação com o
Sede dos Distritos Proteção Integral Uso Sustentável
H
! Macrozoneamento do Município de Maricá
Macrozoneamento
o Aeroporto Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Rural Diagnóstico Técnico 30/09/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Arruamento Fontes:
Urbana consolidada
Sistema Lagunar INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019); MMA -
Urbanizacao preferencial UCs (2017);CODEMAR - Arruamento (2020); Sec. Urbanismo - Macrozoneamento (2006); IDR - Bairros (2020)
Bairros
Urbanizacao restrita
Municípios Limítrofes Reurbanização (AEIS)
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
TANGUÁ
RIO BONITO
7472000
7472000
SÃO GONÇALO
4 1
RJ-1
Maricá SAQUAREMA
Inoã RJ-106
14
NITERÓI
7464000
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0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
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! Sede Municipal Macrozona Urbana Consolidada Mapa 16
H
! Sede dos Distritos Macrozona Urbanização Preferencial Macrozoneamento do Município de Maricá (Plano Diretor 2006)
Aeroporto Macrozona Urbanização Restrita Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
o Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 30/09/2020 1:100.000
Macrozona Rural UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais Fontes:
Macrozona Reurbanização (AEIS)
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
CODEMAR - Arruamento (2020); Sec. Urbanismo - Macrozoneamento (2006)
Sistema Lagunar
Municípios Limítrofes
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
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7472000
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Itaipuaçu Av. Central
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7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes Mapa 17
Índice de Aproveitamento de Área - IAA Índices de Aproveitamento de Área (IAA) incidentes
H
! Sede dos Distritos em Maricá de acordo com a legislação urbanística vigente
<1
o Aeroporto Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
1,01 - 2,00 Diagnóstico Técnico 30/09/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais Fontes:
2,01 - 2,50
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
CODEMAR - Arruamento e Saúde (2020); MMA - UCs (2017); Lei Nº 2272/2008 - IAA (2008)
Sistema Lagunar
Unidades de Conservação - UCs
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
TANGUÁ
RIO BONITO
7472000
7472000
SÃO GONÇALO
4 1
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Maricá SAQUAREMA
3
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7464000
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RJ -11 4 02
RJ-102
Itaipuaçu Av. Central
RJ-102
RJ-102
H
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RJ-102
7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes Mapa 18
Áreas de Especial Interesse Urbanístico (AEIU)
Sede dos Distritos Áreas de Especial Interesse Urbanístico e Econômico, voltada para atividades de Logística, Portuária e Industrial
H
! instituídas em Maricá
1 - AEIUE-LPI Bambuí (Lei 2480/2013)
o Aeroporto Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
2 - AEIUE-LPI Bananal (Lei 2481/2013) Diagnóstico Técnico 30/09/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais Fontes:
3 - AEIUE-LPI Condado Maricá (Lei 2480/2013)
Arruamento 4 - AEIUE-LPI Jaconé (Lei 2480/2013)
INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
CODEMAR - Arruamento (2020); MMA - UCs (2017); Sec. Urbanismo - AEIUE e AEIU (2020)
± ITABORAÍ
TANGUÁ
RIO BONITO
7472000
7472000
SÃO GONÇALO
4 1
RJ-1
Maricá SAQUAREMA
Inoã RJ-106
14
NITERÓI Ponta Negra
7464000
7464000
R
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RJ-102
Itaipuaçu Av. Central
RJ-102
RJ-102
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RJ-102
7456000
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0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes Mapa 19
Imóveis Territoriais Urbanos em
Sede dos Distritos Perímetro Urbano
H
! Maricá, segundo o Cadastro do IPTU
Imóvel Territórial Urbano
o Aeroporto Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 30/09/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais Fontes:
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
CODEMAR - Arruamento e Lotes (2020); MMA - UCs (2017); Sec. Urbanismo - Perímetro (2006)
Sistema Lagunar
Unidades de Conservação - UCs
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
TANGUÁ
RIO BONITO
7472000
7472000
Lagarto
SÃO GONÇALO
Pilar
4 1
RJ-1
Silvado
Pindobas
Caxito Ubatiba
Cassorotiba Espraiado
Camburi SAQUAREMA
Santa Paula
Condado de Maricá
SPAR
Calaboca
Retiro Maricá RJ-106
Marquês de Maricá
Manoel Ribeiro
Flamengo
Itapeba
Inoã Vale da Figueira
Mumbuca Cajú
14
Centro
NITERÓI Ponta Negra
7464000
7464000
R
J- 1
8
P
! RJ-11
Parque Nanci
o Bananal
São José do Imbassaí Ponta Grossa Pindobal
Itaocaia Valley
Jaconé
Inoã Jacaroá
RJ-1
Chácaras de Inoã a de
Lago é
1
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Araçatiba c o n
J a
Itaip
á
M aric
Es t r. Velh a d e
tr .
Balneário Bambuí
Es
8
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;RJ
02 RJ-102
Lagoa Jardim Interlagos
RJ
-1
Lagoa RJ
-1
Rincão Mimoso
10
Cajueiros da Ponta Negra
Morada das Águias Lagoa de Maricá Guarapina
Barra
Itaipuaçu Pad
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!
Lag Cordeirinho
R J-1
Barroco Jardim Atlântico Central RJ-102
02
Barra de Maricá Guaratiba
Praia de Itaipuaçu Restinga de Maricá
Av. Central
RJ-102 Zacarias
Recanto de Itaipuaçu
H
! Jardim Atlântico Jardim Atlântico Leste
RJ-102
7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes Mapa 20
Licenças de Construção Concedidas em
Até 10 licenças
H
! Sede dos Distritos Maricá no período 2012 a 2020
Mais de 10 a 100 licenças
o Aeroporto Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Mais de 100 a 300 licenças Diagnóstico Técnico 01/10/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais Fontes:
Mais de 300 a 500 licenças
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
Mais de 500 a 1.000 licenças CODEMAR - Arruamento (2020); IDR/Lei Complementar Nº 207, 2010 - Bairros (2020);
Sec. Urbanismo - Licenças (2020)
Sistema Lagunar
Mais de 1.000 licenças
Bairros Bairros com mais de 300 licenças
704000 712000 720000 728000 736000
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Oceano Atlântico Km
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! Sede Municipal Municípios Limítrofes Mapa 21
Localização de Condomínios Fechados
Sede dos Distritos Condomínios Fechados
H
! licenciados de 2006 a 2020
Bairros com mais de 300 licenças de construção concedidas (2012 - 2020)
o Aeroporto Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 04/10/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
01 - Bambuis Parl III 08 - Jardim Ubá 15 - Res. Fazenda Pilar 22 - Rio Hills
Rodovias Principais 02 - Beach Village I 09 - Monte Sião 16 - Res. Gan Éden Fontes:
23 - Solaris Residencial
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Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes 1 - Teleporto (Estudos Iniciais)
2 - Aeroporto Municipal (Em execução)
19 - MCMV Carlos Alberto Soares (Executado)
20 - Restruturação Estradas (Em execução)
Mapa 22
Projetos Urbanos Recentes e em
Tipo de Intervenção
3 - Projeto Maraey (Em elaboração) 21 - Orla de Jaconé (Executado)
H
! Sede dos Distritos 4 - Maricá Hotel Lake View (Estudos Iniciais) 22 - Teleférico (Projeto Paralisado) Andamento do Município de Maricá
5 - Baía Maricá (Estudos Iniciais)
Desenvolvimento Econômico
23 - Duplicação Estr. Cajueiros (Em execução)
Aeroporto Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
! 6 - Arena Maricá (Estudos Iniciais)
o 24 - Cidade Judiciária/ Centro Cívico (Em elaboração)
7 - Parque Tecnológico (Estudos Iniciais) Sistema de Coordenada Projetada,
Equipamentos Culturais e Turísticos
25 - Cidade do samba e das utopias (Em execução)
8 - Orla de Itaipuaçu (Em execução) Diagnóstico Técnico 02/10/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais
! 9 - Túnel Itaipuaçu/Itaipu (Projeto Paralisado) 26 - Via Paralela à RJ-106 (Estudos iniciais)
27 - Condomínio Bela Vista (Em elaboração) Fontes:
Infraestrutura Viária
10 - Gasoduto Rota 3 (Em execução)
! 11 - Porto de Jaconé (Em elaboração) 28 - Parque industrial (Localização não identificada)
Arruamento 12 - AEIU Nova Cidade (Em execução) 29 - Polo audiovisual (Localização não identificada) INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
! Nova Centralidade 13 - Orla das Amendoeiras (Executado) CODEMAR - Arruamento (2020); MMA - UCs (2017); IBAM - Projetos (2020)
Sistema Lagunar
14 - Orla Ponta Negra (Em elaboração)
Programa Habitacional
15 - Orla de Jacaroá (Em elaboração)
! 16 - Parque Nanci (Executado)
Unidades de Conservação - UCs 17 - Mirante do Caju (Em execução)
! Qualificação do Espaço Público 18 - MCMV Carlos Marighella (Executado)
704000 712000 720000 728000 736000
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! Sede Municipal Municípios Limítrofes Mapa 23
Localização das Áreas de Especial Interesse Social (AEIS)
Sede dos Distritos AEIS - Lei 2301/2009
do Município de Maricá
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Arruamento
INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
CODEMAR - Arruamento e Zoneamento/AEIS (2020); MMA - UCs (2017); IDR/Lei Complementar
Nº 207, 2010 - Bairros (2020); IBAM - AEIS Lei 2301/2009 (2020
Sistema Lagunar Nota: Algumas das Áreas Especiais de Interesse Social (AEIS) podem ter sido relacionadas em mais de uma das três leis
analisadas neste mapa, o que explica eventuais sobreposições. Além dessas, outras AEIS podem ter sido instituídas por
Unidades de Conservação - UCs Decreto e/ou ser objeto de ações da Prefeitura Municipal de Maricá. Nas próximas etapas do processo de revisão do
Plano Diretor de Maricá, essas informações poderão ser atualizadas e consolidadas para orientação das propostas.
704000 712000 720000 728000 736000
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P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes Mapa 24
Número de Pessoas em situação de Risco* Locais e pessoas em situação de risco do Município de Maricá
H
! Sede dos Distritos
o Aeroporto
! 1-5 Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 04/10/2020 1:100.000
Rodovias Principais
! 6 - 15 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Fontes:
Arruamento ! 16 - 30 INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
CODEMAR - Arruamento (2020); IDR/Lei Complementar Nº 207, 2010 - Bairros (2020);
31 - 50 PCPDEC - Situação de Risco (2020); MMA - UCs (2017)
Sistema Lagunar ! * Cada ponto representa a quantidade de pessoas
51 - 88
em alguma situação de risco (Queda de Blocos, Deslizamento,
Unidades de Conservação - UCs ! Áreas de Blocos, Erosão ou Erosão Costeira). Podendo ser Risco:
Muito Alto, Alto, Médio, Baixo ou Potencial.
704000 712000 720000 728000 736000
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Retiro RJ-106
Marquês de Maricá
Manoel Ribeiro
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Centro
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São José do Imbassaí Ponta Grossa Pindobal
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Morada das Águias Lagoa de Maricá Guarapina
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Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes Mapa 25
Lotes (área) Localização das terras públicas e privadas do Município de Maricá
H
! Sede dos Distritos
Federal (0,23 km²)
o Aeroporto Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Estadual (0,06 km²) Diagnóstico Técnico 04/10/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais Fontes:
Municipal (0,78 km²)
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
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P
! Sede Municipal Viagens Transporte Privado Mapa 26
Participação das Zonas de Tráfego por
H
! Sede dos Distritos 0,7% - 5% Viagens Geradas de Transporte Privado
o Aeroporto 5,1% - 10% Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 05/10/2020 1:100.000
10,1% - 15% UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais Fontes:
15,1% - 22,9%
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
CODEMAR - Arruamento (2020); PDTU - Viagens Transporte Privado (2015)
Sistema Lagunar
Municípios Limítrofes
704000 712000 720000 728000 736000
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P
! Sede Municipal Viagens Transporte Público Mapa 27
Participação das Zonas de Tráfego por
H
! Sede dos Distritos 0% - 5% Viagens Geradas de Transporte Público
o Aeroporto 5,1% - 10% Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 05/10/2020 1:100.000
10,1% - 15% UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais Fontes:
15,1% - 18,5%
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
CODEMAR - Arruamento (2020); PDTU - Viagens Transporte Público (2015)
Sistema Lagunar
Municípios Limítrofes
704000 712000 720000 728000 736000
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P
! Sede Municipal Vias Coletoras - Prolongamento*
Mapa 28
H
! Sede dos Distritos Sistema Viário Hierarquia Viária Estabelecida pelo Plano Diretor Urbano de 2006
Municípios Limítrofes
704000 712000 720000 728000 736000
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Oceano Atlântico Km
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! Sede Municipal "
) Identificação quilométrica Mapa 29
Referências Quilométricas dos Trechos com
H
! Sede dos Distritos Rodovia Variação da Faixa Non Aedificandi
o Aeroporto RJ 106 Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 05/10/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Arruamento Fontes:
Sistema Lagunar INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
CODEMAR - Arruamento (2020); IBAM - Km (2020); MMA - UCs (2017)
Municípios Limítrofes
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
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RJ-1 02
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0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Classificação das Vias Mapa 30
Identificação de Segmentos Viários Passíveis
Sede dos Distritos Manter
H
! de Revisão de Hierarquia
o Aeroporto Rever Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 05/10/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Arruamento Fontes:
Sistema Lagunar INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
CODEMAR - Arruamento (2020); IBAM - Classificação das Vias (2020); MMA - UCs (2017)
Municípios Limítrofes
704000 712000 720000 728000 736000
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Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes Mapa 31
Cobertura do Conjunto de Linhas Municipais
H
! Sede dos Distritos Cobertura das Linhas de Transporte Coletivo de Maricá
o Aeroporto Viação Amparo Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 05/10/2020 1:100.000
Rodovias Principais Empresa Pública de Transporte - EPT UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Fontes:
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
CODEMAR - Arruamento (2020); EPT - Cobertura de Linhas (2020); MMA - UCs (2017)
Sistema Lagunar
± ITABORAÍ
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Cassorotiba Espraiado
Camburi SAQUAREMA
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Condado de Maricá
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Marquês de Maricá
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Oceano Atlântico Km
H
! Sede dos Distritos Estações de Bicicleta - (20) Localização das Estações de Bicicletas Compartilhadas
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
CODEMAR - Arruamento (2020); EPT - Estações (2020); MMA - UCs (2017)
Sistema Lagunar
± ITABORAÍ
TANGUÁ
RIO BONITO
7472000
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SÃO GONÇALO
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7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes Mapa 33
Sub-bacias de captação superficial de água
H
! Sede dos Distritos Pontos de captação Bacias Hidrográficas para abastecimento público em Maricá
o Aeroporto [
q Ubatiba Padeco/Caranguejo/Eng. Novo/Bananal/Doce Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 05/10/2020 1:100.000
Padeco Ubatiba/Caboclo/Peroa/Itapeitu/Ludigero/Mumbuca UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais [
q
Fontes:
Bacias de Captação
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
CODEMAR - Arruamento (2020); Sec. Cid. Sustentável - Bacias (2020); AGEVAP - Captação (2020)
Córrego Padeco
Hidrografia
Rio Ubatiba
Sistema Lagunar
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
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Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes
Mapa 34
Sede dos Distritos Centralidades dos abastecimentos
H
! Cobertura de abastecimento de água em Maricá
Estação de Tratamento de Água - CEDAE
o Aeroporto Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
op
T
U ETA Bananal Diagnóstico Técnico 04/10/2020 1:100.000
Sistema de Coordenada Projetada,
UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais Fontes:
op
U
T ETA Maricá INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
Arruamento
Cobertura de Abastecimento de Água
CODEMAR - Arruamento (2020); MMA - UCs (2017); IBAM - Centralidades (2020);
Sistema Isolado - Rio Ubatiba SANEMAR - Cobertura (2020); IDR/Lei Complementar Nº 207, 2010 - Bairros (2020)
Sistema Lagunar Sistema Isolado - Rio Padeco / Carangueijo
Sistemas Isolados - Poços
Unidades de Conservação - UCs Sistema Integrado - Imunana-Laranjal Sem Atendimento
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
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0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes Mapa 35
Ampliação do Sistema Público de Abastecimento
Sede dos Distritos Cobertura de Abastecimento de Água
H
! de Água Potável (SAA)
Sem Atendimento
o Aeroporto Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Atendidos Diagnóstico Técnico 04/10/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais Fontes:
Previstos na ampliação INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
Arruamento CODEMAR - Arruamento (2020); MMA - UCs (2017); SANEMAR - Cobertura (2020);
IDR/Lei Complementar Nº 207, 2010 - Bairros (2020)
Sistema Lagunar
Unidades de Conservação - UCs
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
TANGUÁ
RIO BONITO
7472000
7472000
Lagarto
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Silvado
Pindobas
Caxito Ubatiba
Cassorotiba Espraiado
SPAR
Calaboca
Retiro RJ-106
Marquês de Maricá
Manoel Ribeiro
Flamengo
Itapeba
Vale da Figueira
Inoã
Mumbuca Cajú Ponta Negra
14
Centro
NITERÓI
7464000
7464000
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Parque Nanci
o Bananal
São José do Imbassaí Ponta Grossa Pindobal
Itaocaia Valley
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Lagoa Jardim Interlagos
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Cajueiros da Ponta Negra
Morada das Águias Lagoa de Maricá Guarapina
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Barroco Jardim Atlântico Central RJ-102
02
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! Jardim Atlântico Itaipuaçu Jardim Atlântico Leste
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Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes
Mapa 36
H
! Sede dos Distritos Rede de Coleta de Esgoto Localização das Unidades do SES e Respectivas Áreas de Cobertura
o Aeroporto Estação de Tratamento de Esgoto Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 03/10/2020 1:100.000
Rodovias Principais op
U
T ETE Maricá UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Fontes:
ETE Pedreiras INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
Arruamento
op
U
T
CODEMAR - Arruamento (2020); MMA - UCs (2017); SANEMAR - Cobertura e ETE (2020);
ETE Res. Carlos Alberto IDR/Lei Complementar Nº 207, 2010 - Bairros (2020)
Sistema Lagunar
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U
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op ETE Res. Carlos Mariguella
Unidades de Conservação - UCs
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704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
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7472000
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Lagarto
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Silvado
Pindobas
Caxito Ubatiba
Cassorotiba Espraiado
SPAR
Calaboca
Retiro RJ-106
Marquês de Maricá
Manoel Ribeiro
Flamengo
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Vale da Figueira
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Centro
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Morada das Águias Lagoa de Maricá Guarapina
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Barra de Maricá Guaratiba
Praia de Itaipuaçu Restinga de Maricá
Av. Central
RJ-102 Zacarias
Recanto de Itaipuaçu
H
! Jardim Atlântico Itaipuaçu Jardim Atlântico Leste
RJ-102
7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes
Mapa 37
H
! Sede dos Distritos Estação de Tratamento de Esgoto Projetos de ampliação do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES)
op ETE Inoã op ETE Res. Carlos Alberto
Aeroporto Etapa: Data: Escala:
U
T U
T
Escala Numérica em impressão A3
ETE Itaipuaçu
o
ETE Res. Carlos Mariguella
Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 03/10/2020 1:100.000
op
U
T op
T
U UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais ETE Maricá Fontes:
ETE Silvado
op
T
U op
U
T
Arruamento op
U
T ETE Pedreiras 2 INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
CODEMAR - Arruamento (2020); MMA - UCs (2017); SANEMAR - Cobertura e ETE (2020);
Emissários IDR/Lei Complementar Nº 207, 2010 - Bairros (2020)
Sistema Lagunar
Rede de Coleta de Esgoto
Unidades de Conservação - UCs
Rede de Coleta de Esgoto (Ampliação)
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
TANGUÁ
RIO BONITO
7472000
7472000
Lagarto
SÃO GONÇALO
Pilar
4 1
RJ-1
Silvado
Pindobas
Caxito Ubatiba
Cassorotiba Espraiado
SPAR
Calaboca
Retiro RJ-106
Marquês de Maricá
Manoel Ribeiro
Flamengo
Itapeba
Vale da Figueira
Inoã
Mumbuca Cajú Ponta Negra
14
Centro
NITERÓI
7464000
7464000
R
J- 1
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P
! RJ-11
Parque Nanci
o Bananal
São José do Imbassaí Ponta Grossa Pindobal
Itaocaia Valley
Inoã Jacaroá
Jaconé
RJ-1
Chácaras de Inoã a de
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02 RJ-102
Lagoa Jardim Interlagos
RJ
-1
Lagoa RJ
-1
Rincão Mimoso
10
Cajueiros da Ponta Negra
Morada das Águias Lagoa de Maricá Guarapina
Barra re
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Lag Cordeirinho
R J-1
Barroco Jardim Atlântico Central RJ-102
02
Barra de Maricá Guaratiba
Praia de Itaipuaçu Restinga de Maricá
Av. Central
RJ-102 Zacarias
Recanto de Itaipuaçu
H
! Jardim Atlântico Itaipuaçu Jardim Atlântico Leste
RJ-102
7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Coleta de Lixo (Segunda, Quarta e Sexta) Coleta de Lixo (Segunda, Terça, Quarta, Quinta, Sexta e Sábado) Mapa 38
Diurna (a partir das 06h) Sem informação Programação da coleta regular nos Bairros do Município de Maricá
H
! Sede dos Distritos
o Aeroporto Noturna (a partir das 17h) Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 03/10/2020 1:100.000
Rodovias Principais Diurna/Noturna UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Fontes:
Coleta de Lixo (Terça, Quinta e Sábado)
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
CODEMAR - Arruamento (2020); IDR/Lei Complementar Nº 207, 2010 - Bairros (2020); IBAM - Coleta (2020)
Diurna (a partir das 06h)
Sistema Lagunar
Noturna (a partir das 17h)
Municípios Limítrofes
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
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RIO BONITO
7472000
7472000
SÃO GONÇALO
CTR - Alcântara
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RJ-106
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RJ-102
RJ-102
Av. Central
Itaipuaçu
RJ-102
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RJ-102
7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes
Mapa 39
H
! Sede dos Distritos 1
, CTR - Alcântara Distância dos centros de coleta para a CTR Alcântara
o Aeroporto Caminho Percorrido (Sede do Distrito x CTR) Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 03/10/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais Fontes:
INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
Arruamento CODEMAR - Arruamento (2020); MMA - UCs (2017); IBAM - CTR e Caminho (2020);
IDR/Lei Complementar Nº 207, 2010 - Distrito (2020)
Sistema Lagunar
Unidades de Conservação - UCs
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
TANGUÁ
RIO BONITO
7472000
7472000
Lagarto
SÃO GONÇALO
Pilar
4 1
RJ-1
Silvado
1
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Pindobas
Caxito Ubatiba
Cassorotiba Espraiado
Camburi SAQUAREMA
Santa Paula
Condado de Maricá
SPAR
Calaboca
Retiro RJ-106
1
, Marquês de Maricá
Manoel Ribeiro
Flamengo
Itapeba
Inoã Vale da Figueira
Mumbuca Cajú
14
Centro
NITERÓI
7464000
7464000
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Parque Nanci
o Maricá Bananal
São José do Imbassaí Ponta Grossa Pindobal
Itaocaia Valley
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RJ-1
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Lagoa Jardim Interlagos
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Rincão Mimoso
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Cajueiros da Ponta
Morada das Águias Lagoa de Maricá Guarapina
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Lag Cordeirinho
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Barroco Jardim Atlântico Central RJ-102
02
Barra de Maricá Guaratiba
Praia de Itaipuaçu Restinga de Maricá
Av. Central Zacarias
Recanto de Itaipuaçu
H Itaipuaçu
! Jardim Atlântico Jardim Atlântico Leste
RJ-102
RJ-102
7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes
Mapa 40
H
! Sede dos Distritos 1 Lixão Desativado
, Localização dos lixões desativados do Caxito e Itapeba
7472000
#
Serra do Retiro
#
Serra do Barro de Ouro
Serra do Espraiado
SÃO GONÇALO #
# Pico da Lagoinha
4 1
#
RJ-1
Serra da Sapucaia
Serra Cassorotiba # Morro do Caxito Grande
# Serra do Mato Grosso
# Serra do Camburi Serra da Chuva #
# Pedra do Silvado #
Serra do Silvado #
Morro do Caxito
Serra de Itaitindiba # #
Morro da Flora
# # Morro de Santo Antônio Monte Viana
Morro do Retiro
# Morro Itapteiú SAQUAREMA
Serra do Macaco # #
Serra Cala Boca # Serra do Engenho Novo Serra do Padre
# # # #
RJ-106
Serra do Caju
Morro de Itapebinha #
Morro do Bosque Fundo #
Serra da Cachoeira
# # Maricá Morro do Pindobal
Pico do Cedro
14
NITERÓI
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Ponta Negra
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7464000
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Morro do Imperador Morro do Padre Guedes #
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Morro do Macaco Morro do Sapê Morro do Bambuí
Morro da Serrinha o
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# # Serra de Jaconé
Morro Inoã Pequeno
Morro da Fazenda
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Itaipuaçu
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# Morro da Penha RJ-102
Av. Central
# RJ-102
# Morro !
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da Peça
RJ-102
Pedra do Elefante
#
7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
H
! Sede dos Distritos # Monte Formas de Relevo do Município de Maricá
Serra
CODEMAR - Arruamento (2020); INEA/IBAM - Formas de Relevo (2020);
#
Sistema Lagunar
Municípios Limítrofes
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
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7472000
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SÃO GONÇALO
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Praia das Amendoeiras Lagoa RJ-102
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m Praia de Ponta Negra
Praia de Guaratiba
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Praia de Zacarias Barra de Maricá
Praia de Itaipuacu [
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Praia do Francês
7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes
Mapa 42
H
! Sede dos Distritos [
m Praias e Enseadas Planície Costeira do Município de Maricá
o Aeroporto Uso do Solo Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Rodovias Principais Cordão Arenoso
Diagnóstico Técnico 05/10/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Fontes:
Arruamento
Restinga INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar e Uso do Solo (2018); IBGE - Limite
Hidrografia Municipal (2019); CODEMAR - Arruamento (2020); MMA - UCs (2017); IBAM - Praias e Enseadas
Sistema Lagunar
Unidades de Conservação - UCs
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
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Oceano Atlântico Km
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! Sede dos Distritos Municípios Limítrofes Hidrografia e Sistema Lagunar do Município de Maricá
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
CODEMAR - Arruamento (2020); MMA - UCs (2017)
Hidrografia
Sistema Lagunar
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
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SÃO GONÇALO
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Ilhota das
Crioulas
Ilhas Maricá
0 1,5 3 6 9 12
Ilha do Calhau
Ilha do Anexo Oceano Atlântico Km
H
! Sede dos Distritos Municípios Limítrofes Ilhas Marítimas do Município de Maricá
o Aeroporto Ilhas Maricá - REVIMAR Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 05/10/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais Fontes:
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
CODEMAR - Arruamento (2020); MMA - UCs (2017); Sec. Cidade Sustentável - Ilhas (2019
Hidrografia
Sistema Lagunar
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
TANGUÁ
RIO BONITO
7472000
7472000
SÃO GONÇALO
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7456000
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Ilhota das
Crioulas
Ilhas Maricá
0 1,5 3 6 9 12
Ilha do Calhau
Ilha do Anexo Oceano Atlântico Km
H
! Sede dos Distritos Unidades de Conservação Unidades de Conservação do Município de Maricá
Proteção Integral
o Aeroporto Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Uso Sustentável Diagnóstico Técnico 05/10/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais Fontes:
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
CODEMAR - Arruamento (2020); MMA - UCs (2017); Sec. Cidade Sustentável - Ilhas (2019)
Hidrografia
Sistema Lagunar
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
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Ilhota das
Crioulas
Ilhas Maricá
0 1,5 3 6 9 12
Ilha do Calhau
Ilha do Anexo Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Zoneamento Mapa 46
Área Recreativa - AR Zoneamento das Unidades de Conservação
H
! Sede dos Distritos do Município de Maricá
Área Recreativa Fechada ao Público
o Aeroporto Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Zona de Preservação da Vida Silvestre - ZPVS Sistema de Coordenada Projetada,
Rodovias Principais Diagnóstico Técnico 05/10/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Zona de Uso Especial - ZUE Fontes:
Arruamento Zona Recuperação ou Uso Agrosilvopastoril - ZRUAP INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
CODEMAR - Arruamento (2020); MMA - UCs (2017); Sec. Cidade Sustentável - Ilhas e Zoneamento (2019);
Sistema Lagunar Zona de Conservação da Vida Silvestre - ZCVS IBAM/PM Nº 4854/2007 - Zoneamento APA de Maricá (2020)
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Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Unidades de Conservação - UCs Mapa 47
Faixas de Altitudes e Unidades de
H
! Sede dos Distritos Altitude (m) Conservação do Município de Maricá
Sistema Lagunar
Municípios Limítrofes
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
TANGUÁ
RIO BONITO
7472000
7472000
SÃO GONÇALO
4 1
RJ-1
SAQUAREMA
RJ-106
14
NITERÓI
7464000
7464000
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1 02;RJ-1 8
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Itaipuaçu
RJ -11 4 RJ-102
RJ-102
Av. Central
RJ-102
RJ-102
7456000
7456000
0 1,5 3 6 9 12
Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes Mapa 48
APPs em topos de morro e encostas
Sede dos Distritos APP's - Encosta superior a 45°
H
! com declividade superior a 45º
o Aeroporto APP's - Topo de Morro Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 05/10/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais Fontes:
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar, APPs (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
CODEMAR - Arruamento (2020); MMA - UCs (2017)
Sistema Lagunar
Unidades de Conservação - UCs
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
TANGUÁ
RIO BONITO
7472000
7472000
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! Sede Municipal Municípios Limítrofes
Mapa 49
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! Sede dos Distritos !
Nascentes APPs de Nascentes
o Aeroporto APP's de Nascentes Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Rodovias Principais Diagnóstico Técnico 05/10/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Fontes:
Arruamento
INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar, APPs (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
Hidrografia CODEMAR - Arruamento (2020); MMA - UCs (2017);IBAM/INEA - APP's e Nascentes (2020)
Sistema Lagunar
Unidades de Conservação - UCs
704000 712000 720000 728000 736000
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Oceano Atlântico Km
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! Sede Municipal Municípios Limítrofes
Mapa 50
H
! Sede dos Distritos APP - Recursos Hídricos APPs de Recursos Hídricos
o Aeroporto Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Rodovias Principais Diagnóstico Técnico 05/10/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Fontes:
Arruamento
INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar, APPs (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
Hidrografia CODEMAR - Arruamento (2020); MMA - UCs (2017);IBAM/INEA - APP Recursos Hídricos (2020)
Sistema Lagunar
Unidades de Conservação - UCs
704000 712000 720000 728000 736000
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! Sede Municipal APP - Recursos Hídricos
Mapa 51
H
! Sede dos Distritos Lotes Cruzamento APPs com a ocupação urbana
o Aeroporto Cruzamento das APPs com os Lotes Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Rodovias Principais Prefeitura Municipal de Maricá Diagnóstico Técnico 05/10/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Fontes:
Hidrografia Outros
INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar, APPs (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
Sistema Lagunar CODEMAR - Lotes (2020); MMA - UCs (2017);IBAM/INEA - APP Recursos Hídricos (2020)
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P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes Probabilidade de ocorrência de movimento de massa Mapa 52
Suscetibilidade a movimentos de massa (deslizamentos e/ou
H
! Sede dos Distritos Pontos de Suscetibilidades Alta queda de blocos) do Município de Maricá
o Aeroporto
! Muito Alto Média Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 04/10/2020 1:100.000
Alto Baixa UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais
!
Fontes:
Médio
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
!
IDR - Distritos (2020); CODEMAR - Arruamento (2020); CPRM - Prob. Mov. Massa (2017);
Baixo PCPDEC - Pontos Risco (2020)
Sistema Lagunar
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Distritos
704000 712000 720000 728000 736000
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! Sede Municipal ! Ocorrências Pretéritas (Inundação e Alagamento) Mapa 53
Sede dos Distritos Potencial de probabilidade de risco aos eventos hidrológicos
Áreas com probabilidade de risco aos eventos hidrológicos
H
!
adversos (alagamento e/ou inundação) do Município de Maricá
o Aeroporto
Rodovias Principais Alta Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 04/10/2020 1:100.000
Arruamento Média UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Fontes:
Rios Principais Baixa INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
Hidrografia IDR - Distritos (2020); CODEMAR - Arruamento (2020);CPRM - Prob. Even. Hidro (2017);
Sistema Lagunar
PCPDEC - Ocorrências Pret. (2020)
Distritos
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! Sede Municipal Municípios Limítrofes Mapa 54
Gradação da vulnerabilidade por bairro Gradação da vulnerabilidade por bairro de Maricá segundo a
H
! Sede dos Distritos concentração de ruas caracterizadas em situação de risco
Severa
o Aeroporto Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Intensa Diagnóstico Técnico 04/10/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Rodovias Principais Fontes:
Forte
Arruamento INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
Moderada CODEMAR - Arruamento (2020); IDR/Lei Complementar Nº 207, 2010 - Bairros (2020);
IBAM - Vulnerabilidade (2020)
Sistema Lagunar
Baixa a Potencial
Bairros
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
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7472000
7472000
Lagarto
SÃO GONÇALO
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RJ-1
Silvado
Pindobas
Caxito Ubatiba
Cassorotiba Espraiado
SPAR
Calaboca
Retiro RJ-106
Marquês de Maricá
Manoel Ribeiro
Flamengo
Itapeba
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Mumbuca Cajú
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Centro
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Parque Nanci
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São José do Imbassaí Ponta Grossa Pindobal
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Morada das Águias Lagoa de Maricá Guarapina
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Barroco Jardim Atlântico Central RJ-102
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Praia de Itaipuaçu Restinga de Maricá
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RJ-102 Zacarias
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! Sede Municipal Domicílios rendimento mensal per capita* Gradação da vulnerabilidade por bairro
Mapa 55
H
! Sede dos Distritos até 1 SM Severa Gradação da vulnerabilidade territorial por faixa de renda
o Aeroporto 1 a 3 SM Intensa Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Rodovias Principais 3 a 5 SM Forte
Diagnóstico Técnico 04/10/2020 1:100.000 UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Fontes:
Arruamento 5 a 10 SM INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar (2018); IBGE - Limite Municipal (2019);
CODEMAR - Arruamento (2020); IDR/Lei Complementar Nº 207, 2010 - Bairros (2020);
Sistema Lagunar mais de 10 SM IBAM - Vulnerabilidade (2020); IBGE - Renda (2010)
Bairros
Municípios Limítrofes * Salário Mínimo (SM) em 2010 = R$ 510,00
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P
! Sede Municipal Municípios Limítrofes
Mapa 56
H
! Sede dos Distritos Uso do Solo Suporte físico do Município de Maricá
o Aeroporto Afloramento Rochoso Fragmentos de vegetação Etapa: Data: Escala: Escala Numérica em impressão A3
Sistema de Coordenada Projetada,
Diagnóstico Técnico 04/10/2020 1:100.000
Rodovias Principais Área úmida Ocupação Urbana
UTM, SIRGAS 2000, 23 S
Fontes:
Arruamento Campo/Pastagem Restinga INEA/IBGE - Sedes, Arruamento, Rodovias, Sistema Lagunar e Uso do Solo (2018);
IBGE - Limite Municipal (2019); CODEMAR - Arruamento (2020)
Hidrografia Cordão Arenoso
Sistema Lagunar
704000 712000 720000 728000 736000
± ITABORAÍ
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Oceano Atlântico Km
P
! Sede Municipal Unidades de Conservação - UCs Equipamentos de Lazer e Praças Mapa 57
Distribuição de praças e áreas verdes (espaços públicos)
Sede dos Distritos Fragmentos de Vegetação Praças
existentes no meio urbano de Maricá
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