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Estudo Dirigido Odontogeriatria

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE PRÓTESE DENTÁRIA

DISCIPLINA DE ODONTOGERIATRIA

ESTUDO DIRIGIDO – ODONTOGERIATRIA

Data da apresentação: 14/06 e 21/06/2022

- Essa atividade será realizada em trio ou dupla, de acordo com a divisão na clínica.

- Durante o estudo dirigido, em sala de aula, cada aluno deverá estar com essa
atividade respondida e impressa. O professor direcionará as perguntas aos alunos
para respostas e debates sobre os assuntos.

- Todos os alunos deverão participar nos dois dias programados para essa
atividade. A falta comprometerá o aprendizado e a avaliação do aluno.

- No último dia da apresentação, entregar uma (1) cópia impressa aos professores
da disciplina.

ESTATUTO DO IDOSO

1. Qual o número da lei que aborda o estatuto do idoso?

R: Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003

2. Quando esta lei entrou em vigor?

R: 1º de janeiro de 2004

3. Quais as obrigações da família, da comunidade, da sociedade e do poder público


com o idoso?

R: Assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito


à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao
trabalho, à cidadania, à liberdade, ao respeito e à convivência familiar e
comunitária

4. Baseado no estatuto do idoso, o que é garantido ao idoso em relação à saúde,


por intermédio do SUS?

R: É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, garantindo-lhe o


acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e
serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde,
incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os
idosos

PREVENÇÃO EM ODONTOGERIATRIA

1. Discutir a relação da higiene bucal com a perda da habilidade e da motivação do


idoso.

R: Muitas pessoas, à medida que envelhecem, perdem a habilidade


manual, devido a processos de artrite, artrose, degeneração mental ou outros.
Pelo fato de apresentarem um ou mais desses problemas, seguidos também
pela diminuição de visão, escovar os dentes torna-se difícil. Somando-se a
isso a falta de motivação, devido ao afastamento da vida social, muitos idosos
acabam por perder seus dentes, seja pelo avançado estado da doença
periodontal – que acarreta uma acentuada perda óssea – ou pelo
aparecimento da cárie de cemento

2. Como se faz a prevenção das doenças periodontais e cáries (principalmente de


raiz)?

R: Por meio da constante supervisão e ajuda de uma outra pessoa,


quando necessário. O uso de uma escova adequada, pequena e de cerdas
macias ou de uma escova elétrica, acompanhada do fio dental, como também
de dentifrícios contendo fluoreto, são de grande valia. Os pacientes com risco
de cárie (radicular ou coronária) devem ser orientados a realizar, além da
remoção mecânica da placa bacteriana, bochechos com solução antisséptica
contendo fluoreto.

A utilização de escovas interdentais e unitufos deve ser recomendada para


aqueles pacientes que possam colaborar.

3. Para pacientes acamados e muito idosos, qual a última alternativa para a


higienização bucal?
R: A última alternativa seria a utilização de gaze enrolada e molhada em
uma solução de meio copo d’agua e uma colher de sobremesa de água
oxigenada a 10 volumes, sendo que esse procedimento deve ser realizado
pela pessoa que os acompanha. As substâncias usadas para bochechos
devem ser preferencialmente as que não contenham álcool, não só pelo gosto
que não agrada a muitos pacientes, mas também para não contribuírem com a
desidratação da mucosa

4. Faça uma abordagem sobre halitose?

R: Os pacientes geriátricos apresentam índices alarmantes de halitose


porque além das mais de 50 causas, existem outras que somente se
manifestam nessa faixa etária

5. No grupo da 3ª idade quais as causas que agravam a prevalência da halitose?

R: A falta de dentes, o uso frequente de medicamentos que provocam


xerostomia, pacientes diabéticos e a presença de saburra lingual

6. Quais os cuidados que o paciente idoso deve ter com seus aparelhos protéticos e
como deve ser realizado a higienização destes?

R: É importante que se mantenha a prótese limpa, evitando o acúmulo


de placa bacteriana. Durante a noite a prótese deve permanecer submersa em
água com algumas gotas de um antisséptico bucal ou outros produtos
existentes no comércio. A remoção da prótese deve ser feita pelos grampos,
quando presentes. O idoso deve ser alertado à comunicar ao dentista caso a
prótese fique frouxa. A remoção de manchas pode ser feita com bicarbonato
de sódio. Em manchas mais resistentes deixar de molho em solução de água
com hipoclorito na proporção de 10:1 durante a noite, lavando em água
corrente antes de usá-la.

A higienização é feita diariamente após as refeições utilizando escovas


específicas para prótese ou escovas dentais mais duras ou mesmo escovinha
para unhas com água e sabão

7. Qual a relação da saúde bucal e doenças sistêmicas?

R: A saúde bucal precária pode aumentar o risco de doenças


sistêmicas. Bactérias presentes na placa podem ser aspiradas causando
infecções no trato respiratório. Doenças sistêmicas, imunodeficiência e
deficiência de vitaminas favorecem as manifestações bucais

8. Como deve ser feito as orientações de higiene bucal para o paciente idoso?
R: A orientação de higiene oral deve começar desde o primeiro contato
com o paciente. Antes da técnica propriamente dita, o profissional deve deixar
bem claro a importância da higiene para a manutenção dos tecidos e dentes
remanescentes e também para aumentar a vida útil do tratamento. Orientações
por escrito são importantes para que o paciente se sinta motivado e possa
consultar em caso de dúvida.

Quando o paciente possuir dentes naturais ou próteses fixas, devemos nos


preocupar em orientá-lo quanto ao uso de fio dental, agulha passa-fio,
escovas interproximais, escovas dentais, unitufos, dentifrícios, colutórios e os
novos equipamentos elétricos, como fios dentais, escovas e jatos de água
com pressão. Quando o paciente estiver acompanhado de um cuidador, as
orientações devem ser dadas a ambos, para que o paciente também entenda e
se sinta responsável pela manutenção da sua higiene oral

MANEJO DO PACIENTE COM HIPOSSALIVAÇÃO

1. Citar os estimuladores salivares para pacientes idosos com hipossalivação.

R: Para estimulação gustatória: ácidos ascórbico, málico e cítrico, na


forma de comprimido e solução ou ingerem alimentos que os contenham.

Para estimulação mastigatória: gomas de mascar que não contenham


sacarose

Para estimulação medicamentosa: sialogogos e os agentes modificadores da


doença (pilocarpina, cevimelina, betanecol e anetoltritiona)

2. Quais as infecções mais comuns decorrentes da hipossalivação?

R: Candidíase oral, cárie e problemas periodontais

3. Quais os fatores que levam ao quadro da hipossalivação?

R: Tabagismo, alcoolismo, ingestão de bebidas cafeinadas, uso de


medicamentos xerogênicos, situações de estresse e condições sistêmicas
como diabetes, artrite reumatóide, hepatite C, etc.

4. O que é xerostomia e qual é a sua diferença da hipossalivação?

R: A xerostomia é a sensação de boca seca, a hipossalivação é a


redução do fluxo salivar
A UNIÃO FAZ A FORÇA

A- PERIODONTIA

1. Com relação à Periodontia é comum a presença de retrações gengivais em


pacientes idosos. Quais são suas prováveis causas?

R: Fisiológica, traumática (trauma oclusal, abfração, abrasão na


escovação) ou acidental (ortodôntica, pós-cirúrgica ou até mesmo iatrogênica)

2. Em pacientes idosos é comum também a mobilidade dentária. Descreva quais


fatores clínicos estão ligados a essa mobilidade, que são importantes para a
elaboração de um bom plano de tratamento com um prognóstico mais favorável?

R: Traumas oclusais, bruxismo, próteses mal adaptadas, aparelhos


ortodônticos mal planejados, lesões pulpares, bolsas periodontais, retrações
gengivais, estresse emocional, hormônios e hábitos parafuncionais

B- ENDODONTIA

1. Com relação a Endodontia em pacientes idosos, quais as alterações mais


frequentes que podem dificultar o diagnóstico?

R: Alterações degenerativas pulpares como as distróficas, cálcicas,


nódulos e cálculos pulpares e principalmente a dentina reacional e a
mineralização do tecido pulpar dificultam o diagnóstico. Devido a estas
alterações, o volume da câmara pulpar se reduz, principalmente devido a
deposição fisiológica de dentina secundária que se dá no teto e no assoalho
da câmara, dificultando a localização de canais radiculares, dificultando o
teste a frio.A substituição de tecido conjuntivo flácido por denso e o processo
de fibrose, quando submetido a agressões externas também diminui a
resposta da polpa.

2. Citar 2 contra indicações médicas para realização de terapia endodôntica no


paciente idoso.

R: Diabetes melito descontrolado e infarto do miocárdio ocorrido a


menos de seis meses

3. Citar doenças que necessitam de antibioticoterapia no tratamento endodôntico de


idosos entre 60-75 anos.
R: Estenose da aorta, calcificação degenerativa da válvula mitral,
endocardite bacteriana, doenças das válvulas cardíacas

4. Cite algumas consequências do envelhecimento sobre o complexo dentina-polpa


e qual a sua importância no tratamento endodôntico em idosos?

R: A dentina no idoso é menos elástica e túbulos dentinários são


obliterados, parcial ou totalmente devido a idade, atrição ou cárie. A dentina
torna-se esclerosada quando a oclusão está completa, com consequente
retração das fibras de colágeno e morte celular dos odontoblastos. A
esclerose diminui a permeabilidade e aumenta o limiar de dor, mas contribui
para a proteção da polpa contra substâncias nocivas. Ocorre redução da
câmara pulpar devido ao depósito de dentina secundária. Ocorre
escurecimento da coroa dentária pela deposição de dentina secundária e
terciária. Já na polpa, ocorre substituição de tecido conjuntivo flácido por
denso e também há a ocorrência do processo de fibrose, quando submetido a
agressões externas, o que eu pode levar à mortificação pulpar. Ocorre
diminuição do número de células com a idade e aumento da quantidade e
espessura das fibras colágenas e com o envelhecimento, os nervos e vasos
tendem a diminuir. A alteração pulpar mais encontrada é a calcificação
distrófica.

C- DENTISTICA

1. Com relação a Dentística, relatar os fatores mais frequentes que podem


influenciar durante o tratamento restaurador.

R:Tipo do dente, tamanho, localização da lesão, tipo de material


utilizado, habilidade do profissional, maturação do esmalte.

2. Citar as vantagens e desvantagens dos principais materiais restauradores de uso


mais frequentes em idosos.

a) Resinas compostas

R: Vantagens: tempo curto, grande longevidade, ótimo selamento


marginal, estética. Desvantagens: sofre desgaste com passar do tempo,
necessidade de um bom isolamento do campo operatório

b) Ionômeros de vidro e compômeros

R: Vantagens: liberação de flúor, tempo clínico curto, anticariogênico.


Desvantagens: baixa resistência a tração, ao impacto e a ação química dos
fluidos bucais, necessidade de um bom isolamento do campo operatório,
estética regular
c) Restaurações metálicas fundidas, onlays e inlays estéticos e coroas
metalo-cerâmicas.

R: Vantagens: mais durável, bom selamento marginal. Desvantagens:


estética (RMF), necessita de maior técnica, difícil manipulação, alto custo

D- ORTODONTIA

1. Com relação à Ortodontia, quais as indicações mais comuns deste tratamento na


3ª idade?

R: Pacientes com extremidade livre longa e que não utilizam prótese


(tendem a ter incisivos vestibularizados e diastemas); perda de elementos
dentários sem substituição por próteses (aparelho vai restabelecer o espaço
protético em relação à altura e à distânciamesiodistal e realocar o dente em
um eixo próximo ao fisiológico); mobilidade e mal posicionamento causado
por doença periodontal (aparelho apenas quando a doença estiver controlada)

2. Citar algumas contra indicações do tratamento ortodôntico na 3ª idade.

R: Hiperparatireoidismo, diabetes, osteoporose não controlada, uso do


cortisona, pacientes com limitação motora.

E- PRÓTESE

1. Quais os tipos de próteses que podem ser usadas para reabilitar o paciente
idoso?

R: Implantes osseointegrados, próteses livres de metais, fixas ou


removíveis.

CÂNCER BUCAL

1. Qual a região da boca onde ocorre maior de prevalência do câncer?

R: Lábio inferior.

2. Como devemos orientar o paciente a fazer o autoexame?

R: O paciente deve ser orientado a realizá-lo periodicamente, no mínimo


duas vezes ao ano, em um local bem iluminado e diante do espelho. O
primeiro passo consiste no preparo da boca por meio da limpeza e remoção
de próteses.Inspeção da pele do pescoço e rosto, os lábios, a bochecha e
agengiva, o assoalho bucal, as glândulas salivares e a língua. Examina-se
também os palatos duro e mole e a orofaringe. Devem ser observados sinais
como alteração da coloração cutânea oral, modificação regional na cor da
mucosa bucal, endurecimentos, caroços, feridas, edemas,áreas dormentes ou
dolorosas, dentes quebrados ou com mobilidade e sangramento, ulcera rasa,
indolor e avermelhada. As lesões que não cicatrizam em duas semanas devem
ser investigadas.

3. Quais as principais lesões pré-cancerígenas encontradas no Brasil?

R: Leucoplasia, eritroplasia, líquen plano, queilite actinica, nevo


pigmentado e xerodermapigmentoso.

4. Citar os 7 sinais de alerta na boca que pode indicar o câncer bucal

R: Edema (inchaços),elevações ou crescimentos, manchas brancas,


ulcerações, uma dor de garganta que não passa, dormência, dor ou
sangramentos persistentes.

5. Quais os métodos terapêuticos preconizados para o câncer bucal?

R: Radioterapia, quimioterapia e cirurgia, isoladamente ou em conjunto

PACIENTES ONCOLÓGICOS CABEÇA E PESCOÇO

1. Quais as complicações bucais decorrentes da quimioterapia?

R: Estomatotoxicidade direta pela ação da droga e estomatotoxicidade


indireta por infecções que podem ser bacteriana, odontogênica, dos tecidos
moles, mucosa e glândulas salivares, fúngica e virótica

2. Qual a conduta do cirurgião dentista durante a quimioterapia?

R: É contra-indicado todos os procedimentos odontológicos sob risco


de causar sérias complicações sistêmicas. O estado plaquetopênico também
contraindica pelo risco de hemorragias, é recomendado prevenir
complicações odontológicas na pré-quimioterapia ou minimizar estados
dolorosos ou infecciosos durante o ciclo. São necessárias medidas para
reduzir mucosite, como alaserterapia, higiene correta, bochechos fluorados e
bicarbonatados.

3. Quais os efeitos secundários do tratamento radioterápico?

R: Xerostomia, osteoradionecrose, disfagia, mucosite, alterações do


ligamento periodontal, trismo muscular, sangramento, alteração de paladar,
cárie de radiação, dentes hipersensíveis, dentes com mobilidade.
4. Como deve ser planejado o tratamento médico odontológico em pacientes que
serão submetidos à quimio e radioterapia?

R: Todos os focos infecciosos devem ser removidos antes do


tratamento do câncer. Dentes com grande perda de substância devem ser
extraídos previamente às terapias, os sadios devem ser mantidos e devem ser
associados a medidas preventivas. A cárie dental profunda não tratada será
sempre uma rota de infecção com consequente necrose no maxilar ou na
mandíbula.

5. Quais os objetivos do tratamento odontológico prévio a quimio e a radioterapia?

R: Preparo da boca para o tratamento,diminuição da incidência de


complicações sistêmicas pós-tratamento, minimizar a sintomatologia álgica,
melhorar a qualidade de vida.

6. Quais os procedimentos que devemos realizar em pacientes quimioterápicos com


quadro de mucosite?

R: Laserterapia, 3 aplicações em dias alternados, usando 4J/cm³,


manutenção da higiene bucal, bochechos bicarbonatados.A crioterapia tópica
pode aliviar os sintomas da mucosite. Os analgésicos sistêmicos, incluindo os
opiáceos, narcóticos e os derivados da morfina estão indicados para aliviar o
incômodo, sendo observados os que provocam irritação gastro-intestinal ou a
hemostasia.Os enxaguantes bucais contém álcool e não devem ser utilizados.

ASPECTOS RADIOGRÁFICOS DE INTERESSE A ODONTOGERIATRIA

1. A radiografia panorâmica é de valor inestimável no diagnóstico e plano de


tratamento de pacientes geriátricos. Quais as informações que essa radiografia
proporciona?

R: Permite examinar dentes superiores e inferiores, maxila, mandíbula,


ATM e as estruturas adjacentes a eles.

2. Quais os sinais orais da osteoporose?

R: Reabsorção acentuada da crista óssea alveolar, perda de dentes,


doença periodontal avançada crônica, algias dentais reflexas pela diminuição
da espessura da parede da região do seio maxilar e fraturas.

CIRURGIA ODONTOLÓGICA NA 3ª IDADE


1. Com o propósito de beneficiar a utilização da prótese, quais as cirurgias mais
comumente executadas nos pacientes da 3ª idade?

R: Cirurgia de preparo inicial do rebordo desdentado no momento das


extrações dos dentes ou na época da confecção da primeira PT. Exemplo:
torus, remoção de freio ou bridas, alveloplastia, remoção de borda óssea
cortante, tuberosidade maxilar, aumento do rebordo alveolar. E o preparo
secundário após um período de mau uso da PT, causando atrofia, cicatrizes,
traumas e Hiperplasia inflamatória

2. Quais são as considerações que devemos levar em relação ao pós-operatório


cirúrgico de pacientes idosos?

R: Devemos nos atentar ao tempo de cicatrização que é mais longo em


idosos, principalmente naqueles que usam medicamentos corticosteróides e
diabetes. Pacientes acamados correm o risco de acúmulo de secreções
pulmonares, edemas de membros inferiores e propagação de infecção para
tecidos vizinhos.

CIRURGIA ORAL EM PACIENTES IDOSOS: CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS


CIRÚRGICAS E AVALIAÇÃO DE RISCOS

1. Faça uma abordagem do exame clínico e avaliação do risco cirúrgico no


paciente idoso.

R: Deve ser realizada uma anamnese minuciosa e cruzando informações


com a ficha clínica de especialidades médicas, a fim de avaliar a condição
sistêmica do paciente. Deve-se levar em conta possíveis alergias e utilização
de medicamentos. Os exames laboratoriais são essenciais para a avaliação
pré-operatória e para conhecer a condição sistêmica do paciente. É
necessário solicitar avaliação pré-operatória com o médico responsável e com
o cardiologista para fazer exame de risco cirúrgico. O exame clínico deve ser
iniciado pela avaliação dos tecidos moles. Idealmente deve ser feita a
inspeção e a palpação das mucosas, língua, assoalho bucal e tecidos de
revestimento do rebordo. Os dentes devem ser examinados quanto à
mobilidade, cárie coronária, cárie radicular, bolsas periodontais.

2. Faça considerações operatórias:

1. Nas exodontias

R: Devido à anquilose e maior friabilidade da estrutura dentária,


esses procedimentos são mais difíceis, por necessitar de melhor
manejo do fórceps e alavancas. As tábuas ósseas são menos
elásticas em comparação aos jovens, então apesar de ser
utilizada a mesma técnica é necessário maior cuidado por ter
maior risco de fratura. É necessário também, atentar-se a
remoção de espículas ósseas, a fim de promover uma melhor e
mais confortável adaptação da futura prótese.

2. Nas cirurgias pré-protéticas

R: É realizada anestesia local, excisão em cunha do tecido e


posterior instalação de próteses totais/parciais. Em casos de
necessidade de aumento, relativo ou, da altura do rebordo
alveolar por meios cirúrgicos, podem ser realizadas
vestibuloplastias, a fim de permitir a confecção de próteses com
os bordos mais extensos, proporcionando maior retenção e
estabilidade. Em relação as exostoses, executa-se a remoção por
intermédio de um retalho mucoperiosteal e uso de brocas
esféricas ou ainda de goivas e limas para osso.

3. Nos implantes osteointegrados

R: Quando se trata de implantes osteointegrados, a altura ou a


largura insuficiente do osso alveolar a ser implantado pode ser
um problema significante para os idosos, tal condição pode ser
causada por reabsorção do osso alveolar após infecção,
extração, trauma, próteses mal adaptadas, que aceleram a
reabsorção óssea, ou ser resultado de uma aplasia. Assim, os
enxertos ósseos locais oferecem suporte viável para a correta
inserção de implantes em casos de insuficiente volume ósseo.

Existem várias técnicas de enxertia com enxertos autógenos,


xenógenos e aloenxertos. O enxerto do tipo autógeno apresenta
melhores resultados para a reconstrução de rebordos maxilares
e mandibulares, por possuir características idênticas às do osso
perdido – propriedades osteogênicas, osteocondutivas e
osteoindutivas. Merecem destaque os comprometimentos
sistêmicos maiores, como doenças renais e hepáticas graves,
osteoporose, osteomalacia e radioterapia, alterações que levam à
contraindicação médica do uso de implantes. Infecções crônicas,
como doença periodontal, além de não comportarem
momentaneamente o emprego de implantes.

PROBLEMAS OCLUSAIS E ARTICULARES NA 3ª IDADE


1. Citar as alterações que podem ser confundidas com dores mandibulares durante
o diagnóstico diferencial.

R: Infecções e condições cardíacas, neurológicas, vasculares,


traumáticas, artríticas, musculoesqueléticas ou psicológicas.

2. Faça uma abordagem sobre o bruxismo na 3ª idade.

R: Pacientes idosos que não foram orientados sobre os hábitos


agressivos da mastigação e que não tiveram uma terapia preventiva
normalmente têm seus dentes destruídos. O periodonto nessas pessoas
geralmente é saudável, mas, os dentes necessitam de uma reabilitação total. O
uso da placa oclusal para relaxamento deve ser sempre indicado em qualquer
idade.

3. Quais os principais sinais e sintomas das D.T.Ms. nos músculos, ATM e dentes?

R: Dor intra-articular, espasmo muscular, dor ao fechar a mandíbula;


crepitação, dor ou zumbido no ouvido; dor irradiada no pescoço; dor de
cabeça na região de testa, fundo de olho e têmporas; sensação de
tamponamento e de zumbido no ouvido, tonturas, vertigens, dores durante a
mastigação, atrição, hipersensibilidade dentária, alterações pulpares,
sensação de travamento da mandíbula e barulho próximo à orelha ao abrir e
fechar a boca, sensibilidade a palpação dos músculos e ATM, endentações em
língua.

4. Quais são as consequências do uso de próteses totais desadaptadas?

R: Posicionamento incorreto da mandíbula, dificuldade na articulação de


palavras, dificuldade de deglutição, lesões nos tecidos moles da
cavidade oral, alterações na atividade muscular e articular, ineficiência
mastigatória, desgaste das cúspides comprometendo a oclusão dentária,
a diminuição da estabilidade e da dimensão vertical de oclusão

ALTERAÇÕES POSTURAIS E DA MACHA QUE PODEM INTERFERIR NA


PRÁTICA ODONTOLÓGICA

1. Com relação à postura:


1. Defini-la

R: Existem diversas definições. De acordo com Ascher (1976), é a


posição do corpo no espaço, com referência especial as suas
partes, que exija o menor esforço, evitando fadiga desnecessária.
Para Roaf (1977), a postura está relacionada ao equilíbrio e à
capacidade de adaptação corporal para cada circunstância.

2. Descrever a postura ideal

R: Aquela em que uma linha de referência é traçada


longitudinalmente pela superfície corporal de um indivíduo na
posição de pé, com os calcâneos equidistantes em cerca de 5cm,
visto lateralmente pelo examinador.

3. Que cuidados preventivos devem ser adotados nos consultórios e


repassados aos pacientes, familiares e cuidadores

R: Durante a anamnese, é necessário investigar o grau de


autonomia e da independência funcional do idoso, que são
importantes indicadores do estado de saúde e da capacidade do
paciente em manter sua higiene bucal. Itens como se o paciente
consegue ficar de pé com uma postura estável e se consegue ir
até o banheiro para executar sua higiene bucal sem auxílio. Nos
casos em que pacientes não possuem essa autonomia funcional
é importante encaminha-lo para fisioterapeutas para ajudá-lo a
melhorar a coordenação. Tanto na casa do idoso quanto no
consultório é necessário a colocação de barras de apoio no
banheiro, pisos antiderrapantes, boa iluminação, corrimãos nas
escadas. Evitar o uso de tapetes, objetos espalhados pelo chão,
pisos com desenhos geométricos, cadeiras muito baixas e
mobiliários dispostos inadequadamente, pois podem causar
acidentes e quedas.

2. Com relação à macha do idoso:


1. Definir macha ou deambulação

R: Deslocamento do nosso corpo, no espaço, na posição bípede,


com um gasto energético mínimo, uma postura aceitável e uma
estabilidade aceitável.

2. Descrever as velocidades da macha e frequência do número de


passos para adultos e idosos

R: A velocidade da marcha desempenhada por um adulto entre 40


a 45 anos é de 95m/min. Após os 65 anos é de 71m/min. Entre 65
e 90 anos, esse valor diminui em 10% por década. Já a frequência
de um adulto jovem é de 90-120 passos/min. A partir de 45 anos
até os 60 anos, os homens apresentam média de 97 e as mulheres
de 108 passos/min.
3. Faça um resumo das alterações fisiológicas e patológicas do sistema
osteomuscular

R: O processo de envelhecimento acaba trazendo consigo algumas


condições, como por exemplo, a diminuição da força muscular, a
diminuição da flexibilidade e da amplitude dos movimentos e qando
estas condiões estão associadas a doenças crônicas osteoarticulares
degenerativas como doença de peget, artrite reumatóide,osteoartrite ,
osteoporose ou sequelas decorrentes de traumas, ocorrem alterações
posturais no idoso. O envelhecimento também causa perds do tônus e
força muscular nos músculos extensores do tronco, diminuindo a
capacidade de compensação dos músculos flexores gravitacionais,
tornando o idoso fletido no sentido anterior.

Os músculos encurtados são mais fortes que os alongados. A fraqueza


da musculatura torácica posterior permite alongamento maior, tornando
a escápula mais abduzida da linha media, resultando em alteração da
postura que é o aumento da cifose torácica, muito comum no paciente
idoso. E por fim, a osteoporose é outro fator que pode causar alteração
postural e diminuição da densidade óssea.

4. Citar as principais alterações posturais que podem acometer os idosos


(identificar com figuras).

R: • Cifose torácica e protusão da cabeça e do pescoço: deslocam o


centro de gravidade para frente, criando uma instabilidade postural
anterior e, muitas vezes, queda.

• Cifose toracolombar:
5. Quais as providências (procedimentos) que poderão ser utilizadas pelo
cirurgião dentista para tratar:
1. Pacientes com cifose torácica. Quais os benefícios que o paciente
terá?

R: A fim de criar uma maior estabilidade e evitar quedas,


diminui-se o centro de gravidade, flexionando os quadris e os
joelhos para aumentar a base de suporte. Para facilitar a
deglutição, permitindo o relaxamento da musculatura cervical,
durante o tratamento odontológico pode-se preencher o espaço
cervical com almofadas ou rolos de toalha e flexionar
discretamente o pescoço.

2. Pacientes portadores de doenças crônicas degenerativas na coluna


lombossacra.

R: A fim de aliviar pinçamento da raiz nervosa, espasmos


musculares, alterações no alinhamento vertebral e dores, pode-se
colocar um travesseiro ou um pequeno rolo de espuma sob os
joelhos do paciente. Para um maior conforto também pode ser
colocado pequenos rolos de toalha abaixo da curvatura lombar
exarcebada.

3. Pacientes portadores de protrusão abdominal

R: O cirurgião-dentista não deve abaixar acentuadamente a


cadeira odontológica.

ACESSIBILIDADE

1. O que é acessibilidade?
R: A acessibilidade é condição de possibilidade para a transposição
dos obstáculos que representam as barreiras para a efetiva
participação de pessoas nos vários âmbitos da vida social.

2. Com relação à acessibilidade, quais as barreiras arquitetônicas mais


comuns encontradas em muitos consultórios?

R: Falta de rampa (quando o paciente é cadeirante ou usa andador),


muitas escadas, falta de elevador (quando o consultório é vertical),
escadas ou rampas sem corrimão, pisos lisos, banheiros sem barra
de apoio, pisos com estampa geométrica, corredores e portas
estreitas.

3. Com relação à circulação horizontal, qual o espaço ideal?

R: Os corredores e espaços entre mobiliários grandes devem ter um


espaço de circulação de no mínimo 90cm livre de quaisquer
obstáculos. Quando a circulação for entre obstáculos com
tamanhos menores que 40cm, como passagem de portas, entre
mesinhas, a dimensão livre poderá ser de 80 cm.O espaço
necessário para uma pessoa girar 360 graus em uma cadeira de
rodas é de 1,5m e pode ser utilizado espaço sob os mobiliários do
tipo mesa, tampo de pias, etc.O espaço necessário para uma pessoa
girar 180 graus em uma cadeira de rodas é 1,2 m.O espaço
necessário para uma pessoa girar 90 graus em uma cadeira de rodas
é 1,2m.

4. Na circulação vertical considera-se elevadores com dimensionamento


adequado, altura e localização das botoeiras adequadas, sinalização
sonora e braile, rampa rolantes com inclinação adequada.

Pergunta-se:

a. Como devem ser as rampas e os corrimãos?

R: Segundo a norma brasileira (ABNT NBR 9050), os corrimãos


devem ser instalados em rampas e escadas, em ambos lados,
a 0,92m e a 0,70 do piso. As rampas devem ter inclinação
máxima de 8,33% e sempre que exceder 6% do piso devem ser
de material antiderrapante.Placa informativa contendo o
símbolo internacional de acesso a pessoa com deficiência,
indicando o sentido do deslocamento a ser seguido, desde a
vaga reservada até a rampa de acesso.
ALIMENTOS FUNCIONAIS

1. O que são alimentos funcionais e quais os seus benefícios para a população


idosa?

R: São alimentos que além de fornecerem energia para o corpo e uma


nutrição adequada, produzem outros efeitos que proporcionam
benefícios à saúde, auxiliando na redução e prevenção de diversas
doenças

LESÕES CERVICAIS NÃO CARIOSAS

1. Como são classificadas as lesões cervicais não cariosas? Explique o


desenvolvimento dessas lesões nos pacientes idosos.

R: Abrasão, erosão e abfração. Abrasão é o desgaste produzido por atividade


funcional anormal e está associada ao mecanismo de estresse mecânico,
geralmente atribuído à ação prolongada da escovação traumática. A maioria
dos diagnósticos etiológicos das lesões cervicais não cariosas é por abrasão
das cerdas duras das 3 escovas dentais e associação de cremes abrasivos.

Erosão é a perda de estrutura dentária por ação química ou eletrolítica. É a


perda de substância dentária por dissolução em ácidos de origem
não-bacteriana e seus agentes etiológicos estão aumentando devido
principalmente às mudanças no 4 estilo de vida e hábitos alimentares nas
últimas décadas.

Abfração é a flexão do dente que ocorre principalmente no limite


amelocementário, ocasionada por sobrecarga oclusal. Há formação de trincas
na estrutura dentária, resultando no enfraquecimento por fadiga dessas
estruturas devido à tensão local existente, provocando também superfícies
desestrutura das e perda gradual de esmalte, dentina e cemento . Essas
lesões apresentam-se em forma de cunha e com término cavitário nítido.

Esses pacientes podem apresentar dificuldades motoras e menor motivação


para a remoção mecânica da placa bacteriana, ingerem vários tipos de
medicamentos que podem reduzir o fluxo salivar (diuréticos,
anti-hipertensivos, anti-histamínicos, tranqüilizantes, antidepressivos etc.).
Esses pacientes ficam suscetíveis a cáries e erosões . Atualmente, a média de
idade das pessoas está aumentando e esse fato, combinado com a
administração de flúor sistêmico, qualidade de alimentação e melhor acesso
aos serviços dentários tem conduzido a população a menor perda de dentes.
Tais pacientes têm aumento da prevalência de cáries radiculares e lesões
cervicais não cariosas, as quais requerem tratamento.

TRAUMA OCLUSAL

1. Quais são os possíveis sinais clínicos e radiográficos que podem ser


encontrados na evolução de um trauma oclusal?

R: Um paciente com traumatismo oclusal pode apresentar sinais e


sintomas clínicos como mobilidade dentária, frêmito que é o movimento
dentário quando ocorre contato oclusal, desarmonias oclusais, linhas
de fraturas verticais do esmalte – dentes rachados (trincados) e
cúspides fraturadas como características de sobrecarga oclusal,
fraturas na raiz também é possível ocorrer, sensibilidade térmica e
possível dor de dente - hiperemia. Numa imagem radiográfica, pode – se
notar o alargamento do espaço periodontal, reabsorção radicular,
reabsorção óssea ao redor da estrutura dentária e condensação do
osso alveolar pulpar, compressão do ligamento periodontal, lesões de
abfração, perda de inserção e perda óssea.

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