701 - O BRT Como Transporte em Megaeventos Olimpíadas e Paralimpíadas Rio 2016 - Rev00
701 - O BRT Como Transporte em Megaeventos Olimpíadas e Paralimpíadas Rio 2016 - Rev00
701 - O BRT Como Transporte em Megaeventos Olimpíadas e Paralimpíadas Rio 2016 - Rev00
2016
Alexandre Castro2; Marcelo Tadeu Mancini1; Paula Leopoldino de Barros¹; Taiana Catharino
do Carmo¹; Aline Damaceno Leite¹; Bruno Alexandre Brandimarte Leal¹; Artur Piatti Oiticica
de Paiva¹; Felipe Costa Bethonico¹; Miguel Ângelo Vieira M. de O. Dias¹; Rodrigo Pacheco¹.
1
Rio Ônibus (Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro) – Rua Victor Civita, 77
– Bloco 8, Ala Leste – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro – RJ – CEP: 22775-040 – Telefone: (21) 2173-
7400 – E-mail: area.tecnica@rioonibus.com.
2
Consórcio BRT – Gerente de Infraestrutura até março de 2017 – Av. Ayrton Senna, Lote 01/Terminal
Alvorada – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro – RJ – CEP: 22793-000 – E-mail:
acc.alexandrecastro@gmail.com.
SINOPSE
PALAVRAS-CHAVE
INTRODUÇÃO
A cidade do Rio de Janeiro foi anunciada oficialmente em agosto de 2008 como sede das
Olimpíadas de 2016. Dentre os requisitos do Comitê Olímpico Internacional, um se tornaria
o maior legado para cidade do Rio de Janeiro: o novo sistema de transporte público de
passageiros que a cidade teria que preparar, com maior capacidade, rapidez, segurança e
conforto para atender aos jogos e, posteriormente, a população carioca, o BRT.
Para integrar as diversas áreas de competição, foi estruturada uma rede de transportes
públicos em diferentes bairros da cidade para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016.
O sistema de ônibus BRT foi o principal modo de acesso para o Parque Olímpico da Barra,
a maior arena de competições com maior número de espectadores, além de outras arenas
da Barra e em Deodoro.
Para atender à demanda dos jogos pelo BRT, foram planejados serviços especiais, bem
como separação de estações e terminais para atender aos espectadores. O maior desafio
foi conciliar o funcionamento da cidade, com um sistema regular já em operação, e a alta
demanda criada pelos jogos, por muitas vezes coincidente com o horário de pico da cidade.
O sistema era interligado a outros modos de transportes como metrô e trem, principalmente
no Jardim Oceânico, onde ocorria a transferência de grande parte da demanda entre zona
sul e oeste do Rio. A ampliação de passarelas de acesso, o esquema de bilhetagem
especial e o embarque simultâneo de diversos ônibus articulados fez com que a operação
fosse bem-sucedida.
Uma série de estudos foi realizada previamente, comparando capacidade, custos e tempo
de implantação, até a definição do projeto do BRT como o novo modelo de transporte
coletivo capaz de vencer os grandes congestionamentos, de forma sustentável para a
cidade. Este modelo possibilita a “implantação incremental do sistema de acordo com o
ritmo de crescimento da cidade, sendo capaz de tirar partido da infraestrutura viária
existente” (Lerner, 2013).
O projeto de transformação da mobilidade urbana na cidade buscou extrair o máximo das
potencialidades do sistema de BRT, objetivando atender expectativas dos usuários
relacionadas aos atributos de qualidade dos serviços de transporte público:
- Vias totalmente segregadas para os ônibus do sistema, eliminando o efeito dos
congestionamentos nas vias compartilhadas com automóveis e sem prioridade para o
transporte coletivo;
- Serviços expressos e paradores com pontos de ultrapassagem em todas as estações;
- Sistema de prioridade semafórica nos cruzamentos em nível;
- Embarque em nível nas estações, com abertura automática de portas, reduzindo o tempo
das paradas;
- Pré-pagamento das passagens nas estações e utilização maciça de bilhetagem eletrônica,
eliminando a função de cobrança no interior do ônibus, reduzindo o tempo de embarque e
desembarque e aumentando a segurança;
- Construção de estações em canteiro central, com acessibilidade total e bicicletários,
valorizando a sustentabilidade, conforto, segurança física e patrimonial. O posicionamento
em canteiro central também permite navegação livre dos passageiros entre serviços
diferentes, invertendo o sentido se desejarem, pagando somente uma tarifa;
- Planejamento e execução a partir de um Centro de Controle Operacional - CCO,
interferindo em tempo real na operação, manutenção e segurança de todas as estações e
terminais do sistema;
- Racionalização das linhas das regiões de influência do BRT, criando sistema de linhas
alimentadoras com estações de integração;
- Manutenção e ampliação do modelo de tarifa do bilhete único com uso de Sistema de
Bilhetagem Eletrônica (SBE), permitindo até quatro integrações em até 2h30min
(Alimentador + BRT + Alimentador + Linha Comum).
A nova rede de corredores de BRT estava destinada a atender os espectadores das
Olimpíadas e Paralimpíadas (Rio 2016), ficando posteriormente como legado para a
população do Rio de Janeiro. Além de permitir um transporte mais rápido por meio de
ônibus, o BRT passou a se integrar fisicamente com a malha existente de trens e metrô,
através de terminais e estações de integração.
A estruturação do sistema baseou-se na construção de quatro corredores expressos para
ônibus articulados. Juntos foram responsáveis pela transformação da mobilidade urbana na
cidade do Rio de Janeiro (Figura 1):
Transoeste – Inaugurada em junho de 2012, liga as regiões de Santa Cruz e Campo
Grande, na zona oeste, à Barra da Tijuca. Com 58 km de extensão e 63 estações, atende a
mais de 200 mil passageiros por dia. Possui também um terminal de integração com a Linha
4 do metrô.
Transcarioca – Inaugurada em junho de 2014, liga a Barra da Tijuca ao Aeroporto
Internacional do Galeão, possui 39 km, 46 estações e passa por 27 bairros da baixada de
Jacarepaguá e da zona norte, atende atualmente a mais de 150 mil passageiros por dia.
Transolímpica – Inaugurada em junho de 2016, liga a Barra da Tijuca à Vila Militar, no
bairro de Deodoro. Em sua operação, conta com 26 km e 21 estações, atendendo cerca de
30 mil passageiros por dia.
Transbrasil – Com obras em curso e inauguração prevista para 2018, este corredor ligará o
bairro de Deodoro ao Centro do Rio, através da Avenida Brasil, principal via de acesso da
cidade. Possuirá 26 estações e atenderá a 500 mil passageiros por dia.
Figura 1: Corredores BRT da cidade do Rio de Janeiro.
Cartões de acesso: Para acessar o transporte público durante os jogos, foram emitidos
pela RioCard (operadora do sistema de bilhetagem eletrônica no Rio de Janeiro) cartões
com edição limitada objetivando facilitar o transporte dos espectadores. Estes cartões, além
de possuir uma comunicação visual dentro dos padrões do evento, eram carregados com
créditos para múltiplas viagens e foram aceitos em todos os modais. Além da venda nas
lojas da RioCard e bilheterias do BRT, foram instaladas máquinas do tipo ATM nas estações
do BRT, metrô e trem para atender a demanda dos jogos. Posteriormente, os equipamentos
foram redistribuídos e passaram a integrar a operação regular de venda de passagens.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
EXAME.COM. São Paulo. As 200 cidades mais populosas do Brasil. Disponível em:
<http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/as-200-cidades-mais-populosas-do-brasil>. Acesso
em 21 de maio de 2017.
EXAME.COM. São Paulo. As 20 cidades com mais peso no PIB (e sua evolução).
Disponível em: <http://exame.abril.com.br/economia/noticias/as-20-cidades-com-mais-peso-
no-pib-e-sua-evolucao>. Acesso em 21 de maio de 2017.
PORTAL CIDADE OLÍMPICA. Dados sobre as obras dos corredores de BRT da Cidade do
Rio de Janeiro, legado olímpico. Disponível em <http://www.cidadeolimpica.com.br/>.
Acesso em 10 outubro de 2016.