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Slam - Explicação: Bora Trabalhar!
Slam - Explicação: Bora Trabalhar!
Slam - Explicação: Bora Trabalhar!
Slam - explicação
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Bora trabalhar! escrito, sons e ruídos do mundo, como barulhos, sons de fenômenos da
natureza ou emitidos por animais, entre outras coisas.
As onomatopeias são transcrições de barulhos e sons na forma como estes são ouvidos,
sejam sons de animais, pessoas, objetos ou situações. O Slam tem algumas regras simples:
Elas são diferentes das falas e são frequentes na literatura e em nossa fala comum,
coloquial. •Poesias autorais (decoradas ou lidas na hora) de até três minutos;
•Proibição da utilização de figurino, cenário ou instrumento musical;
Elas são parte das figuras de linguagem, no caso das onomatopéias, enquadram-se como •São escolhidos, aleatoriamente, cinco jurados na plateia que serão os
figuras de som - reprodução escrita de um som. responsáveis por dar notas de zero a dez (ganha a competição aquele que
tiver a maior nota).
Nas histórias em quadrinhos, notem:
No Brasil, o Slam chegou em 2008, por intermédio da artista Roberta
Estrela D’Alva, na cidade de São Paulo.
OINC OIN
2021. Ebook, p. 21-23.
C Rá-tá-tá-tá.
Um corpo preto cai ao chão.
Bum.
não é possível abafar
o barulho de um corpo preto
jogado ao mar.
O baque surdo de um sujeito sem vida, 520 anos de genocídio ao povo preto
sem nome e sem sobrenome, nesse país.
apenas mais um número nas minutos
estatísticas.
Chin-chin-chin-chin... é o tempo que contabiliza as mortes
É só fechar os olhos e consigo ouvir dos nossos jovens cheios dos sonhos,
o barulho das correntes consigo agora dizimados
sentir pelo Estado.
os passos arrastados, Governados por uma necropolítica
a dor do preto que foi amarrado, onde vidas pretas viram estatística.
raptado, Não há descanso.
humilhado, Não há paz.
subjugado, há muita treta
retirado de sua vida, enquanto um povo sente a dor
O poema que vamos ler foi escrito pela poetisa Renata de forçado a ficar em correntes, de mais uma mãe preta
Aquino Medeiros dos Santos. Ela é gaúcha, nascida na cidade perdendo seu status de gente, que enterra seu filho inocente;
de Rio Grande. Ela é uma jovem negra, estudante de coisificado no papel de servente. na Cidade Maravilhosa
Licenciatura em História na FURG. Ela conta que a escrita é Entre gemidos, murmúrios e orações, que joga corpos pretos em valeta.
para ela um fator fundamental na sua vida porque a ajudou almas destruídas. AAAAAAAAAAHHHHHH!
enfrentar um período de depressão. A seguir o comentário dela Entre rajadas de vento e ação de É o grito de dor
engrenagens, de ser preta na “pátria amada”,
que está descrito no livro intitulado “Slam das Minas”: “A
não é possível abafar onde dor é tudo o que consigo sentir
escrita me salvou e eu vivo para tentar salvar outras pessoas
o barulho de um corpo preto
através dos meus escritos. A dificuldade maior - além de todas
jogado ao mar. enquanto meu povo implora
as outras - é vencer a timidez para expor meus escritos, o que
520 anos de genocídio ao povo preto e chora
sempre me travou. Espero (sobre)viver para continuar
nesse país. pelo “simples” - ai ai! -
escrevendo e me aprofundar em Libras e Cultura AfroBr a fim
minutos direito de existir
de me sentir completa enquanto ser”. Entre rajadas de vento e ação de
engrenagens,