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Ecossistemas Brasileiros
Ecossistemas Brasileiros
Ecossistemas Brasileiros
As várias regiões botânicas do Brasil foram chamadas pelo nome atribuído a elas
pelos indígenas, pelos portugueses e pelos primeiros naturalistas.
A bacia amazônica é formada por inúmeros rios de grande tamanho, carregando águas
barrentas, águas pretas ou águas claras. Conhecida como abrigo da maior biodiversidade do
mundo, a Floresta Amazônica é formada basicamente por matas de terra firme, que se
encontram fora da influência direta dos rios, sem sofrer inundações; matas de várzea,
alagadas pelos rios de água barrenta na estação das cheias; e matas de igapós, inundadas
quase permanentemente por rios de água preta. Manchas de cerrado existem entre as
florestas, assim como clareiras de vegetação pobre e campinas ou campinaras sobre as
manchas de areias.
Os rios de cerrado geralmente não secam, mantendo ao seu redor uma mata ciliar. O
lençol subterrâneo passa a 15-20 metros de profundidade ou até mais. Atualmente, o cerrado
tem sido utilizado para a agricultura de soja, com bastante sucesso, após melhorias em suas
condições químicas. Sendo uma região aberta, tem uma fauna típica de mamíferos
herbívoros, aves de chão e muitos répteis. O manejo do cerrado inclui o uso do fogo, e a
vegetação é adaptada à sua passagem. Em um cerrado bem preservado as árvores atingem
altura de 8 a 10 metros. Cerca de 2 milhões de km 2 do território brasileiro são ocupados por
cerrados. Devido ao sistema subterrâneo de suas plantas, ele se recompõe rapidamente após
as freqüentes queimadas.
Encravado entre o cerrado e o chaco boliviano está o Pantanal, formado por enchentes
dos rios da bacia do rio Paraguai. Trata-se de uma das áreas de maior potencial turístico do
Brasil e da maior área alagável do mundo. Ocupa uma grande extensão, com cerca de 150
mil km2, na maior parte no Estado do Mato Grosso do Sul. São as riquíssimas populações de
peixes, de aves e de mamíferos que caracterizam o Pantanal: os tuiuiús, as emas, as
capivaras, as ariranhas, as onças etc. Entre os répteis destacam-se os jacarés e as sucuris.
Esta mata ainda pode ser larga em certos trechos, nos estados do Paraná e de Santa
Catarina. Em outros locais ocupa principalmente a estreita faixa da escarpa atlântica,
formada de rochas cristalinas. A Mata Atlântica é uma floresta pluvial montana, ocupando
principalmente montanhas com altitudes de 800 a 1700 metros. Sofre a influência dos ventos
marinhos, os alísios, que ao subirem a encosta da serra se resfriam, condensando-se e
provocando a neblina da Serra do Mar. Chove então cerca de 2000mm por ano nesta serra;
em algumas regiões, como em Boracéia (Estado de São Paulo), até 4000mm por ano. A
umidade destas áreas vai depender da distância entre elas e o mar. Em algumas o frio
noturno é considerável. Na Mata Atlântica, as temperaturas médias variam de 14° C a 21° C;
a mínima absoluta, no Sul do País, pode chegar a -6° C. Temperaturas mais altas chegam a
35° C.
A drenagem deste delta interno pelo médio Paraguai, por meio da barra
estreita e rasa do Fecho dos Morros do Sul, faz-se com muita dificuldade. Porém,
enormes quantidades de água estagnada atrás desta barragem tornam o Pantanal
um labirinto imprevisível de águas paradas e correntes, temporárias ou
permanentes, designadas através de grande quantidade de termos específicos
pelo homem pantaneiro. Nas lendas indígenas e nos primeiros mapas, o Pantanal
é lembrado como um grande lago cheio de ilhas, o "mar dos Xaraiés".
Numa região um pouco mais elevada, já com áreas não inundáveis, há uma
vegetação característica de cerrado. Há ainda no Pantanal áreas com mata densa
e sombria (com Piptadenia, Bombax, Magonia, Guazuma). Em torno das
margens mais elevadas dos rios aparece a palmeira acuri (Attalea principes),
formando uma floresta de galerias juntamente com outras árvores, como o pau-
de-novato (Triplaris formicosa), a embaúba (Cecropia), o genipapo (Genipa) e
as figueiras (Ficus). Em pontos altos dos morros aparece uma vegetação
semelhante à da caatinga, com a bromeliácea Dyckia e os cactos cansanção e
mandacaru (Cereus).
O passado geológico permitiu ao Pantanal constituir-se no maior
entroncamento dos intercâmbios da flora e da fauna aquática da América do Sul.
Atualmente é povoado por uma variedade de organismos amazônicos e sulistas.
Sendo principalmente um corredor de intercâmbios, não abriga fauna endêmica
rica, como a Amazônia, e são as quantidades e não as raridades que o
caracterizam.
drenagem perene.
Uma estação ecológica está situada por inteiro no ambiente dos igapós: é a
Estação Ecológica Federal do arquipélago de Anavilhanas, no baixo rio Negro.
Nas enchentes, o arquipélago de centenas de ilhas é praticamente submerso. O
laboratório de pesquisa da Estação fica em casas flutuantes que acompanham
também o nível das águas. Uma outra estação, Mamirauá, está situada na várzea,
perto de Tefé. O grande centro de pesquisas da Amazônia (INPA), em Manaus, e
o Museu Goeldi, em Belém, mantêm várias reservas e áreas de pesquisa nas
matas de terra firme. Em Santarém encontra-se um grande centro de pesquisas
piscívoras.
Localização e Caracterização
Localização e Caracterização
Localiza-se no sul do Brasil, estendendo-se pelos Estados do
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A região das araucárias
principia no primeiro planalto, imediatamente a oeste da Serra do Mar, e
estende-se pelos segundo e terceiro planaltos do Estado do Paraná e
Laranjeiras do Sul, com associações florísticas da araucária. A região da
araucária insere-se às partes mais altas das montanhas do Sul, nos
planaltos, onde ocorrem até altitudes médias de 600 a 800 m, e em alguns
poucos lugares em que ultrapassam 1.000 m. O limite inferior destas matas
situa-se entre 500 e 600 m nos estados do Sul, sendo que ao norte este
limite situa-se algumas centenas de metros acima. Nestas florestas,
coexistem representantes da flora tropical e temperada do Brasil, sendo
dominadas, no entanto, pelo pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia).
Clima
O clima da região é temperado, com chuvas regulares e estações
relativamente bem definidas: o inverno é normalmente frio, com geadas
freqüentes e até neve em alguns municípios do Rio Grande do Sul, e o
verão razoavelmente quente. As temperaturas variam de 30ºC, no verão,
até alguns graus negativos, no inverno rigoroso.
A umidade relativa do ar está relacionada à temperatura, com
influência da altitude. Assim, nas zonas mais elevadas, a temperatura não é
suficientemente elevada, diminuindo a umidade produzida pelas chuvas.
As médias mais elevadas são resultados da influência oceânica sobre o
clima e da transpiração dos componentes das matas pluviais existentes. Os
maiores índices pluviométricos são registrados nos planaltos, com chuvas
bem distribuídas.
Geologia e Relevo
O Estado do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul são
formados, em sua maior extensão, por escarpas de estratos e planaltos que
declinam suavemente em direção a oeste e noroeste. Apresentam grandes
regiões geográficas naturais ou grandes paisagens naturais (Zona litorânea
- orla marinha e orla da serra, Serra do Mar, Planaltos, Planícies costeiras,
Serras Litorâneas e Planalto Ocidental).
Flora
Fauna
Campos do Sul
Localização
Caracterização
Ocupação
Clima
Flora
Fauna
Localização
Os campos da região sul do Brasil são denominados de pampas, termo
indígena que significa região plana, abrangendo o Estado do Rio Grande
do Sul, o Uruguai e a Argentina.
Caracterização
As florestas dos Campos Sulinos abrangem em sua maioria as
florestas tropicais mesófilas, florestas subtropicais e os campos
meridionais. As florestas subtropicais compreendem basicamente a
Floresta com Araucária, distribuindo-se sobre os planaltos oriundos de
derrames basálticos, e caracterizando-se principalmente pela presença
marcante do pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia). E em direção ao
arroio Chuí, na divisa com o Uruguai, estabelece-se um campo com formas
arbustivas sobre afloramentos rochosos.
Ocupação
Devido à ocupação do território, a exploração indiscriminada de
madeira, iniciada pela colonização no planalto das Araucárias, favoreceu a
expansão gradativa da agricultura. Os gigantescos pinheiros foram
derrubados e queimados para dar lugar ao cultivo de milho, trigo, arroz,
soja e uva. O cultivo de frutíferas está tendo um grande avanço, criando
uma pressão nas áreas florestais; aliado ao extrativismo seletivo de
espécies madeireiras que está comprometendo os remanescentes florestais.
Além dos grandes desmatamentos para o cultivo, existe ainda uma
forte pressão de pastejo e a prática do fogo que não permitem o
estabelecimento da vegetação arbustiva.
A agricultura, a pecuária de corte e a industrialização trouxeram
vários problemas ambientais, como a degradação, a compactação dos
solos, a contaminação e o assoreamento dos aqüíferos, devido ao manejo
inadequado das culturas. O manejo inadequado em áreas inapropriadas dos
campos sulinos tem levado a um processo de desertificação,
principalmente em áreas cujo substrato é o arenito, na abrangência das
bacias dos rios Ibicuí e Ibarapuitã.
Estas regiões ainda guardam áreas protegidas restritas a ecossistemas
naturais, que são alvo de preocupação em relação à sua conservação e
preservação. Atualmente estão implantadas Unidades de Conservação
voltadas para a conservação da Floresta com Araucária e dos campos
sulinos.
Clima
O clima nos campos sulinos é caracterizado com altas temperaturas
no verão, chegando a 35ºC, e o inverno é marcado com geadas e neve em
algumas regiões, marcando temperaturas negativas. A precipitação anual
situa-se em torno de 1.200 mm, com chuvas concentradas nos meses de
inverno. O clima é frio e úmido.
Flora
A vegetação predominante é de gramíneas, representadas pelos
gêneros Andropogon, Aristida, Paspalum, Panicum e Eragrotis,
leguminosas e compostas. As árvores de maior porte são fornecedoras de
madeira, tais como o louro-pardo, o cedro, a cabreúva, a grápia, a
guajuvira, a caroba, a canafístula, a bracatinga, a unha-de-gato, o pau-de-
leite, a canjerana, o guatambu, a timbaúva, o angico-vermelho, entre outras
espécies características como, a palmeira-anã (Diplothemium campestre).
Os campos sulinos possuem uma diversidade de mais de 515 espécies.
Já os terrenos planos das planícies e planaltos gaúchos e as coxilhas,
de relevo suave-ondulado, são colonizados por espécies pioneiras
campestres que formam uma vegetação tipo savana aberta. Há ainda áreas
de florestas estacionais e de campos de cobertura gramíneo-lenhosa.
Fauna
É um dos ecossistemas mais ricos em relação à biodiversidade de
espécies animais, contando com espécies endêmicas, raras, ameaçadas de
extinção, espécies migratórias, cinegéticas e de interesse econômico dos
campos sulinos.
As principais espécies ameaçadas de extinção são exemplificadas por
inúmeros animais, como: a onça-pintada, a jaguatirica, o mono-carvoeiro,
o macaco-prego, o guariba, o mico-leão-dourado, vários sagüis, a
preguiça-de-coleira, o caxinguelê, o tamanduá.
Entre as aves destacam-se o jacu, o macuco, a jacutinga, o tiê-sangue,
a araponga, o sanhaço, numerosos beija-flores, tucanos, saíras e
gaturamos.
Entre os mamíferos, 39% também são endêmicos, o mesmo ocorrendo
com a maioria das borboletas, dos répteis, dos anfíbios e das aves nativas.
Nela sobrevivem mais de 20 espécies de primatas, a maior parte delas
endêmicas.