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PTR02 - AULA-LL-TEXTO-PT2 - o Futuro Do Calvinismo
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O SURGIMENTO E O
D E S E N V O LV I M E N T O
D O C A LV I N I S M O N A
MODERNIDADE
João Calvino8
Por outro lado, enfatizou que se uma igreja “pretende ser reconhecida
como igreja não se pregando nela a Palavra de Deus, nem se administrando
seus sacramentos, não tenhamos menor dificuldade de fugir de tal temeridade
e soberba para não ser enganados com tais embustes” (Institutas, IV, 1,11).
Calvino sabia fazer distinção entre assuntos principais e assuntos secun-
dários. Ele escreveu:
Porque nem todos os artigos da doutrina de Deus são de uma mesma espécie.
Há alguns tão necessários que ninguém os pode pôr em dúvida como primeiros
princípios da religião cristã. Tais são, por exemplo: que existe um só Deus;
que Jesus é Deus e Filho de Deus; que nossa salvação está só na misericórdia
de Deus. E assim outras semelhantes. Há outros pontos em que não concordam
todas as igrejas e, contudo, não rompem a união da igreja. Assim, por exemplo,
se uma igreja sustém que as almas são transportadas ao céu no momento de
separar-se de seus corpos, e outra, sem se atrever a determinar o lugar, diz
simplesmente que vivem em Deus, quebrariam estas igrejas entre si o amor e
o vínculo da união, se esta diversidade de opinião não fosse por polêmica ou
por obstinação? (Institutas, IV, 1,12).
O Calvinismo puritano
Calvino e a cultura
O Espírito Santo era a fonte dessa verdade, e rejeitá-la era, para Calvino,
o mesmo que rejeitar o Espírito Santo: “Se reconhecemos o Espírito de Deus
como fonte única de verdade, não menosprezaremos a verdade onde quer que
ela se mostre, a menos que queiramos ser insultuosos com o Espírito Santo”
(Institutas, II, 2,15). Assim, as descobertas científicas e os progressos da edu-
cação eram bem-vindos:
Se o Senhor nos quis deste modo ajudados pela obra e ministério dos ímpios
na física, na dialética, na matemática, e nas demais áreas do saber, façamos
uso destas, para que não soframos o justo castigo de nossa displicência, se
negligenciarmos as dádivas de Deus nelas graciosamente oferecidas
(Institutas, II, 2, 16).
A impressão que fica é que Weber estava convencido de sua tese de tal
forma que conseguiria comprová-la em qualquer corrente de pensamento.
Fatores incontáveis foram responsáveis pelo surgimento do capitalismo
moderno. Centralizar tudo no ascetismo é simplificar demais algo de propor-
ções tão grandes. De fato, a maior crítica que pode ser feita à tese de Weber e
de todos os sociólogos que seguem a linha de que capitalismo e Calvinismo
são sinônimos é a não compreensão da doutrina em si mesma. McGrath está
absolutamente certo ao dizer que: “É difícil para um teólogo cristão, familiari-
zado com o pensamento religioso do período, discernir a ligação íntima entre
espiritualidade calvinista e o ‘espírito do capitalismo moderno’ que Weber
aceita” (2004, pág. 269). O que se percebe é que talvez Weber e seus seguido-
res não dispunham do conhecimento profundo o suficiente para entender real-
mente a doutrina de Calvino e seus sucessores e, apressadamente, traçaram
conclusões em relação às práticas sociais. Falharam ao isolar a doutrina da
predestinação de seu amplo arcabouço conforme ela se encontra em Calvino,
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MOVIMENTOS C A LV I N I S TA S
E P S E U D O C A LV I N I S TA S
NA MODERNIDADE
O escolasticismo calvinista
A Escola de Princeton
O liberalismo teológico
A neo-ortodoxia
O fundamentalismo
Embora o trabalho de Barr diversas vezes não faça muita diferença entre
fundamentalistas e conservadores, o que certamente é uma falha, ele realmente
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O KUYPERIANISMO E O AUGE DO
C A LV I N I S M O N A M O D E R N I D A D E
Calvinismo atualizado
Kuyper lutou para que o Calvinismo não fosse esquecido, mas estudado
e adaptado às situações do mundo moderno (2002, ver pág. 202). Como foi
dito na introdução, na concepção de Kuyper, o Calvinismo não podia ser