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Unidade 1
Unidade 1
Unidade 1
Transformações Históricas
Conteudista
Prof. Me. Pascoal Ferrari
Prof.ª Dra. Rosana Tosi Costa
Revisão Textual
Camila Yuraki Ferrari
Revisão Técnica
Prof. Me. Bruno Pinheiro Ribeiro
Sumário
Objetivos da Unidade.............................................................................................................3
Introdução............................................................................................................................... 4
O Que é Psicologia?............................................................................................................... 4
Filósofos Antigos................................................................................................................... 8
Período Patrístico................................................................................................................ 10
A Psicologia e a Ciência...................................................................................................... 14
Material Complementar..................................................................................................... 22
Referências............................................................................................................................ 23
Objetivos da Unidade
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VOCÊ SABE RESPONDER?
Introdução
O filósofo Aristóteles afirma que “Nada melhor para compreendermos um tema em
sua extensão do que historicizá-lo”. Compartilhando esse pensamento, vamos iniciar
nosso estudo sobre Psicologia, analisando a evolução histórica dessa ciência. Essa
é uma boa maneira de entender um pouco mais da Psicologia. Então, vamos agora
percorrer essa história.
O Que é Psicologia?
Longe de esgotarmos essa pergunta com uma ou algumas respostas definitivas,
nesse primeiro momento, apresentaremos uma reflexão importante do teórico
George Canguilhem a respeito do assunto.
Para Aristóteles, por exemplo, em seu tratado “Da alma”, a organização da alma não
está dissociada da matéria; sendo assim, é tratada como física, como forma do cor-
po vivo. Essa categorização organiza a alma como um objeto de estudo da teoria
da natureza, em que suas formas e manifestações não se distinguem das formas
biológicas e físicas, como, por exemplo, o desempenho dos sentidos humanos ou
mesmo de elementos internos de nossa constituição, como memória e fantasia.
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Figura 1 – Busto do filósofo grego Aristóteles
Fonte: Freepik
#ParaTodosVerem: a imagem retrata um busto grego antigo, em que se vê um homem de túnica, barba, com a
cabeça levemente elevada, representando o filósofo Aristóteles. Fim da descrição.
De acordo com Canguilhem (1958), essa concepção aristotélica, embora não con-
siderasse a Psicologia como área de saber independente, ganha ressonância em
experiências modernas do conhecimento psicológico, como a Psicofisiologia e a
Psicopatologia, ambas compreendidas como disciplinas médicas.
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É claro que, conhecer a gramática
normativa da língua e obedecer às
suas regras, é muito importante para
usá-la adequadamente, principalmen-
te em situações comunicativas que
exigem maior formalidade, como na
faculdade e no trabalho. No entanto,
não podemos restringir a sua concep-
ção apenas a essas situações de uso.
Há muito o que entender sobre os
aspectos e os processos que determi-
nam a concepção de língua, inclusive
para poder adequar o seu uso, como
veremos a seguir.
Para Canguilhem (1958), essa Psicologia é uma Psicofísica por dois motivos:
primeiro porque ela não se desvincula da Física para ser aceita como ciên-
cia; e segundo porque os seus critérios de validação científica estão na na-
tureza; nesse caso, no corpo humano, que é a sede de resíduos que devem
ser detectados para o acesso ao conhecimento da realidade.
Pode parecer que essa concepção psicológica se oriente pelos princípios aristotélicos,
pelo fato de ainda se vincular à Física, contudo essa Psicologia subjetiva tende a proce-
der como a Nova Física, na qual os padrões de conhecimento são balizados por cálculos.
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Assim como determinadas características aristotélicas se espraiaram, mesmo com
diferenças, pelo tempo, essa perspectiva epistemológica da Psicologia como ciên-
cia subjetiva com seu sentido externo também será desenvolvida posteriormente,
sobretudo por Wilhem Wundt na estruturação de uma Psicologia experimental na
qual os “fatos da consciência” apareceriam como leis semelhantes àquelas da Mecâ-
nica e da Física para a validação de sua verdade.
Embora a Psicologia como ciência subjetiva tenha tido um importante referencial nes-
sa linha do sentido externo, segundo Canguilhem (1958), ela não se reduziu a essa
perspectiva. Houve também outro tipo de desenvolvimento; nele, a Psicologia subje-
tiva se apresenta como a ciência da consciência de si ou a ciência do sentido interno.
Importante
É no século XVIII que essa perspectiva ganha força e que o pró-
prio termo Psicologia passa a aparecer como sendo a ciência do
eu. Essa ciência tinha como influência, em tensão e oposição, o
trabalho “As meditações”, de René Descartes.
A meditação tem um sentido fundamental para Descartes, porque é por meio dela
que o sujeito consegue se concentrar para acessar o interior. E é nesse processo
de interiorização que se pode conectar com a alma, porque o interior cartesiano é a
condição para o pensamento e o conhecimento que a alma tem dela mesma.
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Esse conhecimento da alma é importante, e ele se dá por reflexão. A epistemologia
cartesiana faz alusão ao olho e ao espelho para explicar seus paradigmas: a alma,
assim como olho, pode ver tudo; contudo, só pode ver a si mesma através do espe-
lho. Desse modo, a alma, para Descartes, só consegue se conhecer por meio de seu
reflexo e pelo reconhecimento de seus efeitos.
Filósofos Antigos
São considerados filósofos antigos os pensadores desde o período pré-socrático,
mas, neste texto, nosso foco será o período socrático, uma vez que, conforme elu-
cidam Andery, Micheleto e Sério (1988):
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E essa preocupação em entender o homem é que faz com que tais pensadores se-
jam importantes para o desenvolvimento de uma Psicologia na Antiguidade.
No pensamento aristotélico, tudo o que vive possui alma ou psyché. Assim, ao con-
siderar tudo o que vive, considera-se que tanto os homens como os animais e as
plantas possuem alma.
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No homem, como em todo o ser vivo, corpo e alma compunham uma
unidade. A alma garantia a vida, a realização das funções vitais; a alma
era a forma, enquanto o corpo a matéria que precisava dessa forma para
tornar-se em ato. Era a forma, a alma, que dava vida, que emprestava fi-
nalidade aos corpos animados. E assim como não se podia pensar em
matéria destituída de forma, também o contrário era sem sentido.
Fica claro, nessa breve análise acerca dos filósofos antigos, o início de um pensamen-
to psicológico. Sócrates, Platão e Aristóteles, ainda que evidentemente influencia-
dos por questões de sua época, apresentam, em seus pensamentos, a preocupação
com o homem e com sua psyché, quer estabelecendo a imortalidade da alma, quer
postulando a mortalidade desta e sua relação ativa com o corpo.
Período Patrístico
O pensamento no período Patrístico, um pensamento tido como filosófico, é for-
mado por tratados de padres, teólogos, apologetas, exegetas, os quais procuravam
compreender as questões do universo com base em sua doutrina religiosa. Mere-
cem destaque aqui Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.
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Visto que a alma toma lugar tão importante na ação humana, compreender a alma,
a psique humana, passa a ser preocupação da Igreja.
Para Aquino:
Num período conturbado por questionamentos à Igreja Católica, Aquino busca a or-
dem pública, com o objetivo de estabelecer a convivência pacífica entre os homens.
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Ciência Moderna ou
Contemporânea
Nesse período, a razão, a preocupação com elementos precisos e a experiência con-
trapõem-se à fé, transferindo as preocupações da relação entre Deus e humanidade
para as preocupações da relação entre natureza e humanidade. Pesquisas, experi-
mentações e formulações marcam esse período.
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Tais pensadores marcam o período de transição: a Era Mecanicista. Pereira e Gioia
(1988) descrevem essa nova fase do pensamento:
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A Psicologia e a Ciência
As alterações na forma de compreensão do homem e do funcionamento do uni-
verso abrem espaço para novas indagações e formas de estudo. Os avanços da
Anatomia, da Fisiologia e da Neurologia propiciaram a constituição de uma ciência
distinta da Filosofia.
A Psicologia, que nasce estudando a alma, a partir dos estudos de grandes filósofos,
passa a ser uma ciência “sem alma” (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2005, p. 43), no
sentido de que seu conhecimento passa a ser produzido em laboratórios por meio
de experimentos de observação e medição.
Wilhem Wundt viveu entre os anos de 1832 e 1920, atravessando, portanto, o século
XIX e adentrando o início do século XX, e é considerado um dos pioneiros da Nova
Psicologia européia. Wundt se inspirou nos campos da Fisiologia e da Filosofia de
seu tempo para desenvolver seus métodos de investigação e tentar conceber seus
objetos de estudo.
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Figura 5 – Work, de Akira
Fonte: Wikimedia Common
Nos Estados Unidos, na virada do século XIX para o século XX, a Psicologia desen-
volveu-se em contraposição fundamental às teses de Wundt e do estruturalismo
protagonizado por Titchener. Esse novo modelo epistemológico ganhou o nome de
funcionalismo, e teve a influência decisiva de autores de outras áreas, especialmen-
te de Darwin e Galton.
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Como o nome funcionalismo pode sugerir, uma das principais reivindicações dessa
corrente de pensamento era a de que a Psicologia deveria ser útil aos problemas re-
ais das pessoas. É nesse sentido que os psicólogos funcionais focaram seus estudos
nas atividades mentais para o organismo vivo e em suas tentativas permanentes de
adaptação aos meios a que eram submetidas.
Importante
O funcionalismo, portanto, enveredou-se cientificamente pelo
interesse das consequências da dinâmica da consciência, em
como ela se manifestava na vida prática e quais as implicações
desse movimento.
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Para o comportamentalismo, a Psicologia como ciência do comportamento deveria
se deter nos “atos passíveis de descrição objetiva em termos de estímulo e res-
posta, formação de hábito ou integração de hábito” (SCHULTZ; SCHULTZ, 1981, p.
247). Para Watson, todo comportamento humano pode ser descrito a partir dessas
características, sem a necessidade de acesso aos conceitos e às terminologias que
descrevem os processos e as dinâmicas da mente.
Essa crítica também, como vimos anteriormente, se fez presente pelo compor-
tamentalismo americano, mas com uma diferença importante: ao contrário dos
comportamentalistas, os gestaltistas não descartavam a consciência, porém discor-
davam da análise em elementos realizada por Wundt.
Importante
A Gestalt criticava o elementarismo ou atomismo de Wundt,
mas, diferentemente dos comportamentalistas, não descartava
a consciência.
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A psicanálise tem seu nascimento no final do século XIX, assim como outras escolas
de pensamento no ramo da Psicologia; contudo, suas semelhanças se dão mais em
aspectos temporais do que propriamente epistemológicos.
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Livre associação Trabalho com os sonhos
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Figura 8 – The Veil, de Fernand Khnopff
Fonte: Wikimedia Commons
#ParaTodosVerem: a imagem mostra, em sépia, uma mulher jovem de pé de perfil, com um longo véu que lhe
cobre o rosto. Ela está de frente para o lado direito da fotografia e suas roupas são estilo século XIX. Fim da
descrição.
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O id busca a satisfação completa, sem se
preocupar com as normas e as regras que
ID regulamentam as dinâmicas sociais, ou seja, o id
está sempre em conflito com as posições morais
estruturadas pela sociedade.
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Material Complementar
Vídeo
Qual é a Diferença entre Psicologia, Psicanálise e Psiquiatria?
https://youtu.be/FjYvwYuCsDE
Leitura
Maria Rita Kehl: A Mínima Diferença
https://bit.ly/46ZRIyP
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Referências
RUBANO, D. R.; MOROZ, M. Razão como apoio à verdade de fé: Santo Tomás de
Aquino. In: ANDERY, M. A. P. A. et al. Para compreender a ciência: uma perspectiva
histórica. 4. ed. Rio de Janeiro: Espaço e tempo, 1988.
TOFFLER, A. A terceira onda. Tradução João Távora. Rio de Janeiro: Record, 1980.
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