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Transtorno Opositor Desafiante

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TRANSTORNO OPOSITOR DESAFIANTE

Carolina Viana do Amaral Varjal¹


Giulia Nogueira Costa²
Tainá Bandeira Ferraz Lins³
Valéria Fernandes da Silva⁴
RESUMO
O artigo aborda o Transtorno de Oposição Desafiante (TOD), um distúrbio comportamental que se
manifesta durante a infância, caracterizado por comportamentos agressivos, distúrbios de controle de
impulsos e conduta desafiadora. O TOD está frequentemente associado a outros transtornos, como o
Transtorno de Conduta e o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. O desenvolvimento do
transtorno é influenciado por fatores genéticos, neurobiológicos e ambientais, sendo importante identificar
e diagnosticar o TOD precocemente, pois ele pode ser um precursor de outras psicopatologias na fase
adulta. O artigo destaca a necessidade de uma abordagem abrangente no tratamento do TOD, envolvendo
tanto a intervenção médica quanto a abordagem social e educacional
Palavras-chave: Transtorno de Oposição Desafiante. Fatores genéticos. diagnóstico precoce

1.INTRODUÇÃO

O transtorno de oposição desafiante, conhecido como TOD, caracteriza-se por


comportamentos agressivo e distúrbios de controle de impulsos e conduta, manifestando-
se durante a infância período em que ocorre maior transformação pessoal e social do
indivíduo. Geralmente é associado a outros transtornos como o transtorno de conduta e o
transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Os transtornos disruptivos de controle
da conduta e dos impulsos são caracterizados pela agressividade física ou verbal contra
pessoas ou propriedades, ocasionados pela dificuldade do controle emocional.
Ademais, o controle do opositor desafiador é caracterizado pela oposição contra
figuras de autoridade, como os pais ou professores, de forma hostil e proposital. Jovens
com TOD apresentam reações rápidas e intensas, porém com baixa tolerância à
frustração, em alguns casos a quebra das regras e o comportamento antissocial é bem
planejado e frequentemente associado à frieza.
O âmbito familiar contribui bastante para o desenvolvimento das características do
TOD, de forma que crianças expostas a qualquer tipo de agressão, métodos punitivos ou
negligência dos cuidados com seu desenvolvimento cognitivo por parte dos pais causam
temperamentos altamente impulsivos e irritáveis.
Logo, é importante diagnosticar o TOD nas fases iniciais da vida do indivíduo pois
esse transtorno se não tratado é um dos principais precursores de outras psicopatologias
na fase adulta.

2.CAUSAS DO DESENVOLVIMENTO

O desenvolvimento do Transtorno Desafiador Opositor (TOD) em crianças não tem


uma causa única e claramente definida, mas é influenciado por uma combinação de
fatores genéticos, neurobiológicos e ambientais. O TOD é uma condição adquirida. Aqui
estão alguns dos principais fatores envolvidos para o desenvolvimento:

2.1 FATORES GENÉTICOS

Estudos sugerem que existe uma predisposição genética para o desenvolvimento do


TOD. Crianças com familiares de primeiro grau, como pais ou irmãos, com transtornos
de comportamento como TEA ou TDAH, têm maior probabilidade de desenvolver o
transtorno. No entanto, nenhum gene específico foi identificado como a causa exclusiva
do TOD.

2.2 FATORES NEUROBIOLÓGICOS

Pesquisas indicam que certas regiões do cérebro podem estar associadas ao TOD.
Anormalidades em áreas responsáveis pelo controle emocional, processamento de
recompensa e tomada de decisões podem contribuir para os sintomas desafiadores e
impulsivos observados no transtorno.

2.3 FATORES AMBIENTAIS

O ambiente em que a criança cresce desempenha um papel significativo no


desenvolvimento do Transtorno de Oposição Desafiante (TOD). Diversos fatores
ambientais podem influenciar a manifestação e a gravidade desse transtorno.
2.3.1 DISFUNÇÃO FAMILIAR

Ambientes familiares disfuncionais, como a presença de pais com problemas de saúde


mental, abuso de substâncias, conflitos familiares frequentes ou negligência emocional,
podem aumentar o risco de desenvolvimento do TOD. A falta de estabilidade e apoio
emocional no ambiente familiar pode contribuir para o surgimento de comportamentos
desafiadores e impulsivos nas crianças.

2.3.2 ESTILOS PARENTAIS INADEQUADOS

A falta de limites consistentes, disciplina ineficaz ou excessivamente punitiva, falta de


supervisão adequada ou ausência de apoio emocional dos pais podem contribuir também
para o desenvolvimento do transtorno. Crianças que não recebem uma orientação
adequada dos pais sobre como lidar com as emoções e controlar os impulsos podem
apresentar dificuldades no desenvolvimento de habilidades socioemocionais saudáveis.

2.3.3 EXPERIÊNCIAS ADVERSAS NA INFÂNCIA

Experiências traumáticas, como abuso físico, sexual ou emocional, negligência,


exposição à violência doméstica ou comunitária, podem aumentar o risco de
comportamento desafiador e problemas de regulação emocional. Essas experiências
traumáticas podem impactar negativamente o desenvolvimento cognitivo, emocional e
social, contribuindo para a manifestação do transtorno.

2.3.4 INFLUÊNCIAS SOCIAIS E ESCOLARES

Interações negativas com colegas, dificuldades acadêmicas, problemas de disciplina


na escola ou falta de apoio social e familiar podem afetar negativamente o comportamento
da criança e contribuir para o TOD. O ambiente escolar desafiador ou hostil, aliado a
dificuldades de adaptação social, pode aumentar o estresse e a frustração das crianças,
resultando em comportamentos desafiadores e agressivos.
É importante ressaltar que nem todas as crianças expostas a esses fatores de risco
desenvolverão o TOD. A interação complexa entre os fatores genéticos, neurobiológicos
e ambientais influencia o risco individual e a manifestação do transtorno. Portanto,
compreender a influência do ambiente e promover ambientes familiares e escolares
saudáveis e apoiadores é essencial para a prevenção e o manejo adequado do TOD.

3.TOD NO AMBIENTE ESCOLAR

A importância dada a abordagem com a criança que possui Transtorno Opositivo-


Desafiador no âmbito social e escolar é tão necessária quanto a abordagem médica para
esse transtorno. A maneira que se estabelece um método de tratamento reflete diretamente
na intensidade do TOD e como ele afeta aqueles que possuem tal particularidade.
Muitos educadores e diversas pessoas no geral ainda não sabem lidar com o TOD e
não dão devida importância a essa temática, acusando automaticamente que uma criança
está com "birra" ou má criação, quando na verdade são os sinais desse transtorno se
fazendo visíveis. Esse assunto ainda é negligenciado pois muitos reforçam a ideia de que
uma criança que possui o TOD não é capaz de ter um bom desenvolvimento pedagógico,
ou que é praticamente impossível inseri-la no ciclo social de crianças que não têm tal
alteração emocional e comportamental. Sabendo disso, o que difere uma criança que não
tem Transtorno Opositivo-Desafiador de uma que tem é, de forma geral, a maneira que
elas precisam ser tratadas socialmente, as adaptações na rotina e a criação de cada uma
delas.
Há diversas adaptações escolares eficazes na melhoria de vida dessas crianças. Uma
delas é não isolar nem as repreender em frente aos colegas de classe ou de quaisquer
pessoas no ambiente educacional e acabar criando um clima constrangedor, pois elas
tendem a agir mais agressivamente ao se sentirem ameaçadas ou contrariadas. É sempre
necessário dar ouvidos e espaço para elas se expressarem e tratá-las com calma e afeto,
estimulando um ambiente escolar muito mais amigável e proveitoso.
Além disso, beneficiar a atenção dessas crianças na sala de aula também pode ser
bastante necessário, tendo em vista que nem toda criança que possui TOD também tem
TDAH, mas os transtornos podem coexistir e 50% dos indivíduos que tem o Transtorno
Opositivo-Desafiador tem TDAH simultaneamente. Se as crianças com TOD assistem
aula de um lugar melhor e seus educadores ensinam de modo apropriado para que elas
consigam, de fato, obter conhecimento, então a escola se torna um lugar muito mais
natural na mente delas do que desafiador e nocivo.
Além do tratamento dado na escola, a boa criação vinda de casa pelos responsáveis é
um fator essencial. Os pais que tendem a valorizar os acertos dos filhos e não punem
totalmente eles, que constroem uma boa relação de companheirismo com eles, que
passam bons exemplos a serem seguidos, que impõem as regras sem agressividade e têm
um estilo de vida que se adapte ao dos filhos (principalmente se forem separados),
conseguem enxergar uma criança com um TOD muito menos abundante e visível. Apesar
de tantas maneiras de lidar com crianças que têm esse transtorno, a mente de cada uma
tem sua particularidade e funciona de uma maneira. Portanto, o acompanhamento
psicológico ou psiquiátrico é indispensável e auxilia bastante no tratamento e resultado
desses pacientes.

4.CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nas considerações finais, é importante destacar a relevância do artigo em fornecer


informações abrangentes sobre o Transtorno de Oposição Desafiante (TOD). O transtorno
é uma condição que afeta crianças durante a infância, manifestando-se por meio de
comportamentos agressivos, distúrbios de controle de impulsos e conduta desafiadora.
O artigo abordou os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento do
TOD, incluindo fatores genéticos, neurobiológicos e ambientais. Ficou claro que a
interação complexa entre esses fatores influencia o risco individual e a manifestação do
transtorno, destacando a importância de uma abordagem holística e multidisciplinar no
tratamento e manejo do TOD.
Além disso, o artigo ressaltou a necessidade de uma compreensão adequada do TOD
no contexto social e escolar. Muitas vezes, crianças com o transtorno são mal
interpretadas e estigmatizadas, sendo rotuladas como birrentas ou malcriadas. É
fundamental que educadores, pais e cuidadores recebam informações e conhecimentos
sobre o TOD, a fim de proporcionar um ambiente acolhedor e de apoio para essas
crianças.
O texto também destacou a importância da colaboração entre a família e a escola no
tratamento do TOD. A implementação de estratégias educacionais adequadas, como
adaptações na sala de aula e abordagens pedagógicas individualizadas, pode fazer uma
diferença significativa na vida das crianças com TOD. Da mesma forma, uma criação
positiva, baseada em limites consistentes, apoio emocional e relacionamento de
companheirismo, por parte dos pais, também desempenha um papel fundamental no
manejo do transtorno.
Por fim, o artigo ressaltou a importância do acompanhamento psicológico ou
psiquiátrico como parte integrante do tratamento do TOD. Profissionais especializados
são essenciais para o diagnóstico adequado, fornecimento de suporte emocional e
desenvolvimento de estratégias terapêuticas eficazes
Em resumo, o artigo forneceu informações valiosas sobre o Transtorno de Oposição
Desafiante, abrangendo desde suas características e fatores de desenvolvimento até a
importância de uma abordagem multidisciplinar no tratamento. Espera-se que esse
conhecimento contribua para uma maior compreensão e conscientização sobre o TOD,
levando a um melhor suporte e qualidade de vida para as crianças afetadas por esse
transtorno.

REFERÊNCIAS

GIROTTO, Paula. Entenda o que é o Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD). Dra. Paula Girotto,
2018. Disponível em: https://drapaulagirotto.com.br/tag/tod/. Acesso em: 11 maio 2023.

Entenda o que é o Transtorno Opositivo-Desafiador. Instituto neurosaber, 2021. Disponível em:


https://institutoneurosaber.com.br/entenda-o-que-e-o-transtorno-opositivo-desafiador-tod/. Acesso em: 11
maio 2023.

SILVA, Taynara Souza. TOD: PERSPECTIVAS COMPORTAMENTAIS E SUA ASSOCIAÇÃO AO


TDAH E À TC. Residência Pediátrica, 2022. Disponível em:
https://residenciapediatrica.com.br/detalhes/1127/tod%20perspectivas%20comportamentais%20e%20sua
%20associacao%20ao%20tdah%20e%20a%20tc#:~:text=O%20transtorno%20de%20oposi%C3%A7%C
3%A3o%20desafiante,aten%C3%A7%C3%A3o%20com%20hiperatividade%20(TDAH).. Acesso em: 12
maio 2023.

PIMENTA, Tatiana. TOD: entenda o que é o transtorno opositivo-desafiador. Vittude, 2021. Disponível
em: https://www.vittude.com/blog/tod-transtorno-desafiador-de-oposicao/amp/. Acesso em: 12 maio
2023.

Como trabalhar TOD na escola?. Instituto Neurosaber, 2016. Disponível em:


https://institutoneurosaber.com.br/como-trabalhar-tod-na-escola/. Acesso em: 13 maio 2023.

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