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Educacao Ambiental e Cidadania 08
Educacao Ambiental e Cidadania 08
Educacao Ambiental e Cidadania 08
A
atmosfera é responsável pela vida na Terra, pois impede que o calor rece-
bido do Sol seja totalmente dissipado para o espaço. Os gases que consti-
tuem a atmosfera são provenientes de várias reações químicas, entre elas
as que ocorrem no metabolismo dos seres vivos. O gás carbônico, por exemplo,
proveniente da respiração dos seres vivos, é responsável pela absorção da radiação
infravermelha, aquecendo a troposfera. O ozônio é um outro gás também respon-
sável pela vida, pois filtra a radiação solar nociva, a radiação ultravioleta.
O ozônio está presente na troposfera em uma quantidade bem pequena. No
entanto, é na estratosfera que ele aparece em maior quantidade, formando uma
camada de cerca de 15 quilômetros de espessura (entre 20 e 35 km de altura no
Equador e 14 e 30 km nos polos). O ozônio começou a acumular-se na estratosfera
há cerca de 400 milhões de anos, permitindo com isso o desenvolvimento da vida
no planeta até as formas que conhecemos hoje. A radiação ultravioleta provoca
mudanças na constituição genética dos seres vivos, por isso se diz que a vida é
frágil perante esse tipo de radiação.
Radiação solar
De todo o espectro solar, os seres humanos são capazes de enxergar apenas
a parte conhecida como luz branca ou luz visível. Essa luz corresponde à faixa do
espectro solar compreendida entre o vermelho e o violeta, passando por todas as
cores do arco-íris. A parte do espectro que é barrada na camada de ozônio é aque-
la compreendida entre 400 e 100 nanômetros, chamada de radiação ultravioleta, e
esta ainda é separada em três tipos:
Radiação ultravioleta A – corresponde à faixa do espectro solar que
varia do comprimento de onda de 400 até 320 nanômetros. Não é barrada
na atmosfera e, apesar de menos nociva, também pode causar danos aos
seres humanos. A ultravioleta A pode causar o eritema solar (vermelhi-
dão na pele). Além disso, potencializa a ação da ultravioleta B.
Radiação ultravioleta B – corresponde à faixa do espectro solar que varia
do comprimento de onda de 320 até 280 nanômetros. Nos seres humanos,
sabe-se que a ultravioleta B provoca envelhecimento precoce, eritema
solar, queimaduras, imunossupressão1 e câncer de pele. 1 O estado no qual o siste-
ma imunológico é supri-
mido, deixando o indivíduo
Radiação ultravioleta C – corresponde à faixa do espectro solar que mais suscetível à ação dos
agentes patogênicos.
varia do comprimento de onda de 280 até 100 nanômetros. Essa radiação
não atinge a superfície terrestre e não se sabe ao certo quais são suas
ações sobre organismos vivos.
A camada de ozônio
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A camada de ozônio
A causa da destruição
Alguns produtos são considerados responsáveis pela destruição da camada
de ozônio. O clorofluorcarbono (CFC), usado nos aerossóis e como gás refrigerante
em aparelhos de ar-condicionado e refrigeradores; óxidos de nitrogênio, provenien-
tes da desnitrificação do solo; e o metilbrometo, usado como pesticida e conservan-
te de produtos – são alguns gases que podem destruir a camada de ozônio.
Quando esses gases chegam até a estratosfera, as moléculas são quebradas
pela radiação ultravioleta, liberando os átomos que as compõem. Um átomo de
cloro, por exemplo, consegue destruir cerca de 100 mil moléculas de ozônio.
Quando há a presença de átomos que reagem facilmente com o oxigênio, a
“Mas o
velocidade de produção é mais baixa que a de destruição do ozônio, pois quando
o oxigênio O2 tem seus átomos separados pela radiação ultravioleta, estes reagem ozônio não
com as outras substâncias presentes e não formam o ozônio como acontece nor- está o tempo
malmente. todo sendo
Além disso, outro fato terrível é que a molécula de CFC é bastante estável, produzido e
permanecendo na atmosfera entre 60 e 100 anos. Ou seja, na metade do século destruído?“
XXI, mesmo que o uso de CFC seja banido, o que foi lançado no século XX ainda
vai estar atuando sobre a camada de ozônio.
Em 1987, o Programa das Nações Unidas para Proteção do Meio Ambiente
conseguiu a adesão de 31 países no Protocolo de Montreal, o qual determinou que
a produção mundial de CFC deveria cair pela metade até o ano 2000. Dois anos
depois do Protocolo de Montreal, mais 50 países aderiram, inclusive o Brasil. Os
países decidiram que até o ano 2000 a produção de CFC deveria ser totalmente
interrompida. Alemanha, Dinamarca e Holanda interromperam a produção desse
gás em 1994, os EUA pararam sua produção em 1996. O Compromisso assumido
pelos países signatários do tratado de banimento era substituir até o fim de 2010
todo o CFC, que ainda é produzido, por outros compostos. A meta não foi atingi-
da, mas dados do programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente indicam
que ela não está muito longe de ser alcançada.
Outras substâncias nocivas à camada de ozônio ainda precisam de mais
atenção, como: tetracloreto de carbono, utilizado como solvente; clorofórmio, uti-
lizado como anestésico e solvente; dióxido de nitrogênio, usado na produção do
ácido nítrico e produzido naturalmente por bactérias desnitrificantes, que têm sua
ação acentuada por causa do uso exagerado de fertilizantes no solo.
Para entender por que a camada de ozônio está sendo destruída apenas em Por que o
alguns locais, é preciso entender a movimentação do ar no globo terrestre. buraco na
Na região do Equador, onde a incidência da radiação solar é mais intensa, camada
ocorre a ascensão das massas de ar e isso gera um deslocamento da atmosfera. O de ozônio
movimento de rotação da Terra, combinado a essa ascensão, gera os padrões de é maior na
deslocamento atmosférico mostrados na figura. Antártida?
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A camada de ozônio
Células de Células de
Hadley Hadley
Na faixa dos trópicos, conhecidos como Centros de Alta Pressão, esse des-
locamento ocorre tanto em direção ao Equador como em direção aos polos, onde
as massas de ar descrevem um movimento circular em torno de um ponto deno-
minado Vórtex Polar. É justamente nessa região que se acumulam diversos gases,
entre os quais aqueles responsáveis pela destruição do ozônio.
As consequências da destruição
da camada de ozônio
As principais consequências da destruição da camada de ozônio para os
2 s.f. Turvação do cris-
talino (a lente do olho)
– Muitas cataratas princi- seres vivos são as queimaduras e o câncer de pele. Além disso, a catarata2 e a
piam pelo aparecimento de
pequeninas manchas no cris- queda do sistema imunológico, deixando os indivíduos mais suscetíveis a doenças
talino, as quais interferem
ligeiramente na visão. Podem
causadas por patógenos.
causar a cegueira quando
se estendem a todo o crista- A radiação ultravioleta B é altamente oxidante, podendo modificar a estrutu-
lino, que fica de um branco
leitoso e opaco. As cataratas ra genética das células, dependendo do tempo de exposição. Uma das consequên-
ocorrem por várias razões:
velhice (catarata senil); in-
cias mais graves é o desenvolvimento do melanoma maligno, tipo de câncer que
flamações oculares ou feri- pode levar à morte.
mento no olho; diabetes; per-
turbações do funcionamento
da glândula paratireoide; ou
ainda a criança pode nascer
com a doença (catarata con- A Agência Norte-Americana de Proteção Ambiental estima que 1% de re-
gênita). ©2002 Enciclopédia
Koogan Houaiss Digital. Se- dução da camada de ozônio provocaria um aumento de 5% no número de pesso-
gundo dados da Organização
Mundial de Saúde, entre 12 e as que contraem câncer de pele. Em setembro de 1994, foi divulgado um estudo
15 milhões de pessoas estão
cegas, no mundo inteiro, de- realizado por médicos brasileiros e norte-americanos, no qual se demonstrava
vido à catarata, cerca de 20%
desse total (mais ou menos
que cada 1% de redução da camada de ozônio desencadeava um crescimento
3 milhões) podem ter tido específico de 2,5% na incidência de melanomas. A incidência de melanoma,
como causa a exposição ex-
cessiva aos raios UV. aliás, já está aumentando de forma bastante acelerada. Entre 1980 e 1989, o nú-
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A camada de ozônio
mero de novos casos anuais nos Estados Unidos praticamente dobrou; segundo
a Fundação de Câncer de Pele, enquanto que em 1930 a probabilidade de as
crianças americanas terem melanoma era uma para 1 500, em 1988 essa chance
era uma para 135.
Em 1995, já se observava um aumento nos casos de câncer de pele e ca-
tarata em regiões do hemisfério Sul, como a Austrália, Nova Zelândia, África
do Sul e Patagônia. Em Queensland, no nordeste da Austrália, mais de 75%
dos cidadãos acima de 65 anos apresentam alguma forma de câncer de pele;
a lei local obriga as crianças a usarem grandes chapéus e cachecóis quando
vão à escola, para se protegerem das radiações ultravioleta. A Academia de
Ciências dos Estados Unidos calcula que apenas naquele país estejam sur-
gindo anualmente 10 mil casos de carcinoma de pele por causa da redução
da camada de ozônio. O Ministério da Saúde do Chile informou que desde
o aparecimento do buraco no ozônio sobre o Polo Sul, os casos de câncer de
pele no Chile cresceram 133%; atualmente, o governo fez campanhas para
a população utilizar cremes protetores para a pele e não ficar exposta ao Sol
durante as horas mais críticas do dia.
A radiação UV-B também inibe a atividade do sistema imunológico hu-
mano, o mecanismo natural de defesa do corpo. Além de tornar mais fáceis
as condições para que os tumores se desenvolvam sem que o corpo consiga
combatê-los, supõe-se que haveria um aumento de infecções por herpes, hepati-
te e infecções dermatológicas provocadas por parasitas (GEOMUNDO, 2005).
As plantas reagem à maior exposição aos raios UV-B diminuindo sua área
foliar e aumentando a espessura das mesmas; essa é uma reação bastante co-
mum. Entretanto, isso não é ruim, pois é um meio de proteção desenvolvido, ou
estimulado, pela maior presença de radiação UV-B. Por outro lado, o que mais
foi pesquisado foi a reação das plantas de interesse econômico, como a soja, que
apresenta uma diminuição na sua produção proporcional ao aumento da radiação
ultravioleta. O pinheiro que é plantado para a fabricação de papel, Pinus taeda,
apresentou menor crescimento com o aumento da radiação.
Nos ecossistemas aquáticos também há prejuízo, pois com maior incidência
de raios UV-B, o fitoplâncton, maior consumidor de gás carbônico do planeta, tem
sua produtividade reduzida, e consequentemente deixa de fixar o gás carbônico
em compostos orgânicos através da fotossíntese.
Na verdade, a clorofila, pigmento responsável pela fotossíntese, é degradada
quando exposta a intensa radiação solar. Logo, a planta perde parte de sua capaci-
dade de fotossintetizar, diminuindo seu metabolismo e retardando seu crescimen-
to, ou muitas vezes morrendo.
Há efeitos sobre os animais também, como larvas de peixes e nematódeos.
Já se constatou também que rebanhos apresentam um aumento de enfermidades
oculares, como conjuntivite e câncer, quando expostos a uma incidência maior
de UV-B.
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A camada de ozônio
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2. Quais os problemas que surgem para os organismos vivos com a destruição da camada de ozônio?
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A camada de ozônio
Temos uma natureza riquíssima e uma população consciente e alerta para as questões do am-
biente. No entanto, o país precisa combater a desigualdade. [...] Quem está agredindo mais os ecossis-
temas do Brasil e do planeta é a riqueza. O padrão de consumo que existe no Brasil e no mundo hoje
é insustentável.
Presidente do IBGE, em entrevista sobre a conferência Rio +10, em 2002 (GÓIS, 2002).
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