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Cultura Um Conceito Antropologico Parte I
Cultura Um Conceito Antropologico Parte I
Cultura Um Conceito Antropologico Parte I
Essa documentação sobre populações nativas diversas, somadas ao interesse das sociedades colonialistas
em ampliar suas formas de dominação, gerou a produção de um conhecimento que hoje chamamos de
antropológico.
Aliás, você sabe o que faz um antropólogo? O que ele estuda e qual o seu método de trabalho?
Os primeiros pesquisadores desta área de conhecimento chamada Antropologia, realizaram seus estudos
através de um método que se convencionou chamar de antropologia de gabinete. Esses pesquisadores olhavam para
os dados coletados pela empreitada colonial, determinavam quais sociedades consideravam mais simples e quais
seriam mais complexas e as distribuíam em uma escala evolutiva, esse conhecimento ficou conhecido como
Evolucionismo Cultural.
Lewis Henry Morgan (1818-1881) – divide a história da humanidade em três etapas: selvageria, barbárie e
civilização.
Edward Tylor (1832-1917) – considerado um dos responsáveis pelo desenvolvimento do conceito de
moderno de cultura ao associar esta ideia a um processo de aprendizado e não a algo inato. Segundo Tylor,
Cultura é : “o todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, leis, arte, moral, costumes ou qualquer
capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro de uma sociedade”.
James Frazer (1854-1941) – “um selvagem está para um homem civilizado assim como uma criança está para
um adulto. [...] Em suma, a selvageria é a condição primitiva da humanidade.”
Com o pouco que conhecemos até aqui já podemos observar o quanto a teoria do Evolucionismo Cultural além
de equivocada é também problemática, afinal de contas, estudar as sociedades orientado pela noção de progresso
implica em diversas conclusões que hoje são repudiadas pelas Ciências Sociais, dentre elas, observar o colonialismo
como uma ação de solidariedade aos povos “atrasados”, que poderiam atingir os estágios mais adiantados
justamente por meio da dominação ocidental.
Um dos principais críticos do evolucionismo foi o antropólogo alemão e radicado nos Estados Unidos, Franz
Boas (1858-1942). Boas foi o primeiro a utilizar a palavra cultura em um sentido propriamente antropológico. Antes
de Boas, cultura era sinônimo de “civilização” e um atributo dos países tidos como civilizados. Franz Boas inaugurou
a utilização do conceito em uma perspectiva pluralista: ele fala em “culturas” e não em “cultura”. Essa pequena
mudança de perspectiva foi fundamental para ajudar a desconstruir a hierarquias presentes no pensamento colonial
e racista em geral.
Conhecido como “pai da antropologia americana”, Boas foi um dos responsáveis pelo
desenvolvimento do chamado relativismo cultural.
O relativismo cultural é uma tomada de posição diante da diferença cultural, segundo a qual cada cultura
deve ser observada apenas em seus próprios termos.
Relativismo cultural, portanto, é uma forma de encarar a diversidade sem impor valores e normas
alheios. Podemos considerar o relativismo como uma inversão do evolucionismo: se este escalona as
diferenças a partir de valores específicos das sociedades ocidentais, o relativismo evita qualquer tipo de
escala, analisando as diferenças segundo os termos da própria sociedade da qual faz parte.
COLÉGIO PEDRO II – CAMPUS ENGENHO NOVO II
DISCIPLINA: SOCIOLOGIA – 2ª SÉRIE – 1ª CERTIFICAÇÃO
COORD. PEDAGÓGICA: PEDRO CAZES
PROFESSORA: PALOMA AUGUSTO
2) Por que o conceito de progresso tecnológico é tão importante para os cientistas do século XIX?
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