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Na época da derrota definitiva de Napoleão Bonaparte na Batalha de Waterloo (1815), a Inglaterra já era o país mais
poderoso não apenas da Europa, mas também do mundo.
Nos quase cem anos que separam o fim do Primeiro Império Francês (1804-1815) do início da Primeira Guerra Mundial
(1914-1918), a Inglaterra cresceu para tornar-se o maior império da História, ultrapassando inclusive o Império Mongol
(1206-1294) de Gêngis Khan, o maior até então.
Primeira entre as potências imperialistas, a Inglaterra contava com colônias na África, na América, na Ásia e na Oceania.
Estima-se que seu território abarcava ¼ do globo terrestre, motivo pelo qual se dizia que o Sol nunca se punha no Império
Britânico, porque por mais que fosse noite na Inglaterra, sempre seria dia em algum dos domínios controlados pela rainha
Victoria (1837-1901) e seus primeiros-ministros.
Governados por um sistema político de inspiração iluminista no qual os dois principais partidos (Whig e Tory) eram
fortemente influenciados pela Maçonaria, os ingleses acreditavam na sua própria superioridade civilizacional.
Era seu dever levar os valores da civilização para todos os povos que fossem incapazes de cultivá-los, como os irlandeses,
que por motivos raciais e religiosos eram considerados inferiores.
Um dos aliados da Inglaterra nessa missão civilizadora eram os produtos produzidos nas suas inúmeras indústrias.
Comercializados no planeta inteiro, eles auxiliavam na manutenção de uma economia assentada nos princípios do
socialismo fabiano, onde as grandes empresas e o Estado unem-se para lucrar cada vez mais e reformar a sociedade de
acordo com os ideais iluministas.
Tanto é assim que, em 1884, foi fundada na cidade de Londres a Sociedade Fabiana, cujo nome é autoexplicativo.
Embora bem menos importante, podemos dizer que, guardadas as devidas proporções, a França desse período era bastante
semelhante à Inglaterra: ambas eram sustentadas pelo expansionismo colonial, pelo iluminismo maçônico e pelo socialismo
fabiano.
Na sua relação com o resto da Europa, a Inglaterra buscava uma “política de equilíbrio”, isto é, buscava garantir que
nenhum país crescesse o suficiente para contestar seu poderio.
Conduzido pelo Reino da Prússia e concluído em 1871, o processo de unificação alemã durou cinco anos e originou o
Império Alemão.
Comandado pelo kaiser Guilherme I e governado pelo pragmático e oportunista chanceler Otto von Bismarck, tal império
logo tornou-se o segundo país mais poderoso da Europa.
Combinando elementos tradicionais com idéias modernas, sua forma de governo foi apelidada de “conservadorismo
revolucionário”.
Sua economia era altamente industrializada e seus produtos cedo começaram a concorrer com os produtos ingleses.
Os ingleses eram “fortes” na guerra e “fracos” na arte, enquanto os franceses eram “fracos” na guerra e “fortes” na arte.
Os alemães, por sua vez, eram “fortes” na guerra e “fortes” na arte, uma combinação que causava medo e admiração no
resto da Europa.
O país mundialmente conhecido pela disciplina e eficiência dos seus exércitos também foi um dos primeiros a legalizar os
clubes de nudismo.
As mesmas pessoas responsáveis pela invenção do canhão ferroviário eram responsáveis pela composição das sinfonias e
óperas mais belas.
Essa combinação de valores aparentemente contraditórios fez com que ingleses e franceses vissem na Alemanha um país
imprevisível, capaz de perturbar o “equilíbrio” cultivado até então.