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CT Coele 2017 2 32
CT Coele 2017 2 32
CT Coele 2017 2 32
CÂMPUS CURITIBA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
RODRIGO ALTHOFF
CURITIBA
2017
RODRIGO ALTHOFF
CURITIBA
2017
Rodrigo Althoff
Este Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação foi julgado e aprovado como requisito parcial para a obtenção do Título de Engenheiro
eletricista, do curso de Engenharia elétrica do Departamento Acadêmico de Eletrotécnica (DAELT) da Universidade Tecnológica Federal do
Paraná (UTFPR).
____________________________________
Prof. Emerson Rigoni, Dr. Eng.
Coordenador de Curso
Engenharia Elétrica
____________________________________
Profa Annemarlen Gherke Castagna, Ma.
Responsável pelos Trabalhos de Conclusão de Curso
de Engenharia Elétrica do DAELT
______________________________________ _____________________________________
Roberto Candido, Dr. Eng. Roberto Candido, Dr. Eng.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná Universidade Tecnológica Federal do Paraná
[Orientador|Orientadora]
_____________________________________
______________________________________ Carlos Henrique Karam Salata
Annemarlen Gherke Castagna, Ma. Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Este trabalho tem por objetivo criar uma customização do conceito de edifício inteligente para
melhorar a qualidade de vida na terceira idade incorporando funcionalidades em uma
instalação elétrica que utilizem tecnologias inovadoras como a internet das coisas e moradias
com assistência. A junção destas tecnologias pode criar um ambiente residencial que monitore
de forma não invasiva alguns parâmetro relacionados à atividade do idoso e transmita para
sua família possibilitando ter consciência de que a vida do idoso ocorre com qualidade, bem
como antecipar possíveis situações de emergência. Foi realizado um questionário para idosos
e pessoas de outras faixas etárias com idosos na família ou no círculo social próximo. Este
questionário mostrou aceitação tanto dos idosos quanto da família em monitorar atividades
para prevenir emergências. Também foi construído um protótipo para detectar e informar a
família do risco de emergência através da internet, mostrando que é possível fazer o que foi
proposto.
ALTHOFF, Rodrigo. Smart building concept to improve life quality in elderly age. 53f.
Trabalho de conclusão de curso (Engenharia elétrica). Universidade tecnológica federal do
Paraná. Curitiba, 2017.
The present work aims to create a customisation in the concept of smart building to improve
quality of life during elder age connecting functionalities in an electrical installation through
technological innovation such as internet of things and ambient assisted living. Bringing these
two concepts together can create a residential ambient that monitors in a non evasive way
some parameters related to elderly people activities and send this data to the family so that
they can be aware the elderly has a good level of life quality, as well as mitigate possible
emergencies. A survey was proposed for elderlies and people from other age groups who have
any elderly in their families or close social group. This survey showed acceptance from both
groups in monitoring life activities to forecast emergency situations. A prototype was also
built to detect these emergencies and inform the family through the Internet, showing it is
possible to achieve what was proposed.
Key words: Smart building and third age. Ambient assisted living and smart building.
Residential automation and life quality.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
RESUMO ................................................................................................................................... 3
ABSTRACT .............................................................................................................................. 4
SUMÁRIO ................................................................................................................................. 7
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9
1.1
TEMA
...........................................................................................................................................................
9
1.1.1
Delimitação
do
tema
............................................................................................................................................
10
1.2
PROBLEMA
E
PREMISSAS
...................................................................................................................
11
1.3
OBJETIVOS
...............................................................................................................................................
11
1.3.1
Objetivo
geral
..........................................................................................................................................................
11
1.3.2
Objetivos
específicos
...........................................................................................................................................
11
1.4
JUSTIFICATIVA
.......................................................................................................................................
12
1.5
PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS
.............................................................................................
12
1.6
ESTRUTURA
DO
TRABALHO
..............................................................................................................
13
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 47
1 INTRODUÇÃO
1.1 TEMA
Por mais que sejam lúcidos e tenham total autonomia para realizar suas atividades, os
idosos que moram sozinhos necessitam de um apoio tanto para horas de emergência quanto
para prevenir que elas ocorram. As famílias têm carência de informações vitais para que não
necessitem estar presentes por tempo integral com o idoso, seja morando junto, contratando
uma equipe de enfermeiros ou pagando um lar para idosos (RASHIDI e MIHAILIDIS ,
2013).
Desta forma, para que os idosos possam morar sozinhos, os edifícios inteligentes
necessitam de mais funções agregadas e sistemas desenvolvidos com o intuito de atender esta
necessidade social da população. Há tecnologia desenvolvida, mas nem sempre de forma
agregada para atender as necessidades deles.
Em função dos temas de edifícios inteligentes e IOT serem relativamente novos, ainda
há bastante campo a ser explorado na área de instalações elétricas e automação residencial
que possa trazer benefícios a grupos específicos de pessoas que possam ter mais qualidade de
vida com suas necessidades atendidas através de melhor uso da tecnologia. Assim, esta
proposta visa trazer a tecnologia como forma de agregar qualidade de vida aos idosos que
moram sozinhos e às suas famílias.
1.3 OBJETIVOS
Este trabalho terá um alto impacto social numa população crescente de idosos no
Brasil, para tanto seguem seus objetivos:
1.4 JUSTIFICATIVA
A população idosa é cada vez maior, tanto pela diminuição da taxa de mortalidade
quanto pela queda na natalidade, entretanto estes anos que se vivem mais hoje nem sempre
são usufruídos com a qualidade e saúde. O idoso precisa de capacidade funcional para as
atividades diárias, mesmo que em maior grau de dificuldade (BELTRÃO, TEIXEIRA, et al.,
2013).
Segundo o IBGE, 62% da população idosa (60 anos ou mais) é responsável pelo
próprio domicílio. Para que esta população idosa possa usufruir de seus anos a mais, cuja
quantidade cresce cada vez mais, é necessário adaptar a forma de moradia desta população.
Mesmo com capacidade funcional, há dificuldades relacionadas à idade que podem intervir
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2002).
A adaptação de edifícios inteligentes para as necessidades dessa população idosa
utilizando IOT e integrando com IBMS é vista com uma forma de melhorar a qualidade de
vida desta população e da família, que nem sempre pode estar próxima ao idoso em período
integral em função das atividades cotidianas.
Para se chegar à solução do problema levantado na secção 1.2, foi realizada uma
pesquisa, abordada de duas formas: quantitativa e qualitativa. O método de pesquisa
qualitativo se aplica na compreensão e aprofundamento do tema, sendo relevadas as causas
13
dos fenômenos sem preocupação com dados numéricos. Já o método quantitativo se orienta
por resultados mensuráveis do fenômeno pesquisado. Este trabalho aborda ambas as formas
de pesquisa de forma acadêmica, ou seja, buscando ampliar o conhecimento na área
acadêmica ao qual faz parte, com base em dados numéricos das necessidades do público ao
qual se destina e também através de observações dele (PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2013).
O processo se iniciou com uma revisão bibliográfica para aprofundamento nos
conceitos de edifícios inteligentes, ambientes com assistência e internet das coisas. Um
questionário com perguntas fechadas e objetivas foi elaborado para levantar questões
relacionadas ao monitoramento do idoso. Com este questionário foram levantadas as
funcionalidades mais apreciadas esperadas entre os possíveis usuários da solução.
Estas funcionalidades foram a base para um projeto residencial que obtém as
informações vitais do idoso e integre num IBMS. Após isso, uma forma de armazenar estas
informações foi definida para então se desenvolver um aplicativo de gerenciamento e
transmissão destas informações. Para que se tenha clareza da arquitetura do sistema, um
modelo aplicado da solução foi confeccionado enfatizando os pontos com as funcionalidades
objetivadas. Este projeto foi aplicado através de um protótipo contendo a funcionalidade
definida pelo questionário.
Por fim os resultados foram analisados e discutidos para se obter conclusões
pertinentes do sistema e de sua eficácia na resolução dos problemas levantados. Além disso,
foram apontados pontos para desenvolvimento futuro e possíveis melhorias para as
dificuldades encontradas durante o desenvolvimento.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Uma instalação inteligente como a da Figura 1, por mais simples que seja, pode
oferecer uma grande gama de benefícios e facilidades ao usuário. Os sensores externos e
internos, por exemplo, podem servir para captar informações para alimentar o sistema de ar
condicionado. Além disso, o sistema pode tomar a decisão de ligar ou não o ar condicionado
conforme a temperatura transmitida pelos sensores. O sensor PIR ao lado da cama pode
indicar se a pessoa já acordou ou não. Ela pode programar seu sistema para ligar as luzes da
sala ao acordar. Estes são apenas alguns dos exemplos de automação que podem ser feitas
numa instalação.
Ambientes assistidos são lugares que oferecem condições para dar assistência a
alguém que passe por alguma limitação que impede a realização de uma ou mais tarefas. Este
tipo de ambiente é denominado AAL e possui dispositivos que realizam estas tarefas e/ou
18
oferecem alguma assistência, seja ela qual for, através de dispositivos e alguma automação.
Estes dispositivos que compõem o AAL transferem a dependência na realização da atividade
do humano para a máquina. A consequência disso é que os usuários, que possuem algum tipo
de limitação, possam adquirir certo grau de independência (SUN , FLORIO , et al., 2009).
Ao atingir a terceira idade, o ser humano adquire limitações porque suas funções
cognitivas podem ficar debilitadas, e isto é natural. Junto com isto, outros fatores que trazem
limitações são doenças crônicas relacionadas à idade, atividade física limitada, problemas de
visão e audição (RASHIDI e MIHAILIDIS , 2013). Muitas das utilidades de um AAL podem
ser aplicadas a esta população (SMITH, SILVA, et al., 2017), a qual estima-se que contará
com 10 milhões de pessoas a mais na próxima década. Este crescimento já é acelerado no
Japão, na China e nos países europeus, assim como se mostra preocupante no Brasil e na Índia
(ALI , MUHAMMAD e ALHAMID , 2017). O lado ruim é que, apesar de muitos idosos
terem uma vida independente e morarem sozinhos, a figura do idoso ainda é vista socialmente
como uma pessoa decadente e dependente, trazendo aspectos negativos como a necessidade
de auxílio (FERREIRA, MACIEL, et al., 2010).
Neste cenário, muitas pesquisas visam atender necessidades dos idosos tendo em vista
seus problemas de convivência. Problemas como a queda foram pesquisados a fim de se
trazer uma solução na instalação residencial que utiliza recursos do AAL. Este problema
atinge 32% dos idosos entre 65 e 74 anos e 51% dos idosos acima dos 81 anos como mostram
os gráficos da Figura 2 e da Figura 3. Este gráfico traz uma percepção visual do quão mais
comum é uma queda quando a idade avança. Este tipo de problema se deve a vários fatores,
como iluminação residencial, acessibilidade e até mesmo as habilidades já não tão aguçadas
nesta idade (SMITH, SILVA, et al., 2017). Em função destes problemas, há grande
preocupação com cuidados tomados por parentes, amigos e vizinhos, que são indispensáveis
para o bem estar na terceira idade. Para isso existem AAL voltados aos idosos, que ajudam a
monitorar seus estados de saúde a estes membros de seus círculos sociais (SUN , FLORIO , et
al., 2009). Isto traz tranquilidade e permite tempo de reação em emergência (ABU-
ELKHEIR, HASSANEIN e OTEAFY, 2016).
19
Idosos
que
não
sofreram
Idosos
que
queda
sofreram
49%
queda
51%
Idosos
que
não
sofreram
queda
68%
Assim como os ambientes inteligentes, conforme foi mencionado na secção 2.2, a IOT
está em fase embrionária no campo de aplicações voltadas à saúde. As atuais aplicações mais
comuns são medição de pressão, temperatura do corpo, gerenciamento de medicamentos e
aplicativos para celulares. Ela auxilia os AAL no objetivo de estender a vida independente na
terceira idade de forma segura, assim como pessoas com outras limitações relacionadas à
saúde.
A estrutura propiciada pelos AAL utilizando IOT consegue manter contato entre o
idoso e as pessoas envolvidas em sua atividade, como enfermeiros, médicos, membros da
família e permite que este contato não seja muito invasivo. Assim, o idoso pode viver
normalmente e sua saúde é monitorada sem que ele tenha que alterar seus hábitos (ISLAM,
KWAK , et al., 2015).
22
5 GHz não licenciados do grupo ISM (indústria, ciência e medicina) e por radiofrequência
(SHOREY, ANANDA, et al., 2005).
Para que os dados coletados pelos sensores possam ser utilizados para interpretar as
ações dos usuários da instalação elétrica, eles precisam ser transmitidas a um armazenador de
dados. Existem propostas de soluções utilizando armazenadores industriais, mas elas
apresentam alto custo. Uma alternativa é utilizar o computador pessoal do usuário, ou até
mesmo um computador dedicado a esta função (TANASIEV, NECULA, et al., 2016).
25
Foi elaborado um questionário para levantar informações sobre a realidade dos idosos e da
família dos idosos. As informações buscadas com a criação do questionário são referentes
tanto aos idosos quanto às famílias dos idosos. São elas:
• Interesse dos idosos em ter informações de suas vidas compartilhadas com outras
pessoas;
• Aceitação dos idosos em utilizar acessórios anexos às suas roupas e objetos pessoais
que estejam juntos com eles em tempo integral;
• O contexto de comunicação da família dos idosos (frequência de comunicação e forma
de comunicação);
• Interesse da família em ter informações vitais dos idosos de forma remota;
• Aceitação da família em quem pode ter acesso às informações detectadas.
O questionário teve perguntas direcionadas tanto aos idosos quanto à família dos
idosos. Para isso, a primeira pergunta se refere à idade e a resposta direciona ao conjunto de
perguntas específico de cada grupo de idade. Foram feitas perguntas tanto abertas quanto
fechadas, pois das informações levantadas, esperava-se obter um resultado quantitativo
específico para situações previamente descritas para alguns casos e, para outros, foram
sugeridas algumas respostas, mas também foram aceitas sugestões, as quais poderiam
enriquecer o nível e a quantidade de soluções do trabalho.
Para se obter o resultado almejado com o questionário, as perguntas abordam aspectos
do contexto da comunicação da família com o idoso, como a frequência em que os membros
da família se comunicam com os idosos, os meios que utilizam para se comunicar com os
idosos, relacionar quais serviços de saúde e segurança as pessoas acreditam que deveriam ter
acesso às informações levantadas pelo sistema desenvolvido.
Por parte dos idosos, as questões abordaram aspectos de aceitação do sistema. Para
isso foram feitas perguntas relacionadas ao incômodo dos idosos em utilizar sensores e
etiquetas em suas roupas e acessórios e a percepção deles em relação ao levantamento de
informações e de conhecimento delas por parte de outras pessoas. Foram questionadas a
percepção deles de invasão de privacidade e dificuldade de comunicação com aparelhos e
tecnologias modernas.
26
coletadas pelo sistema e o incômodo em utilizar acessórios com os sensores. Para isto, foram
feitas três perguntas fechadas, sendo possível selecionar apenas uma resposta. Por se
compreender a dificuldade dos idosos em responder o questionário, optou-se por um número
reduzido de perguntas com respostas limitadas. Isto tornou o questionário mais fácil e menos
complicado para ser respondido.
A primeira pergunta para o grupo etário dos idosos foi ‘Com que frequência você
utiliza aparelhos móveis para se comunicar com a família?’, e as possibilidades de respostas
foram: ‘Todo dia’, ‘A cada dois dias’, ‘Uma vez por semana’, ‘Menos que uma vez por
semana; . O objetivo desta pergunta foi quantificar a frequência de comunicação entre idoso e
família. Conforme a frequência de maior resposta, deve-se adequar a frequência de
transmissão informações do sistema à que atende a necessidade da maioria. Se a frequência de
transmissão de informações for muito mais baixo do que a maioria deseja, o sistema pode não
ser aceito por não suprir a necessidade do usuário. Por outro lado, se a frequência for muito
maior, pode também não ser aceito porque pode gerar perturbação com alertas exaustivos.
Na sequência, a questão ‘Você se incomodaria se algum membro da sua família
soubesse o que você está fazendo? (sem filmar)’ foi feita somente com possibilidades de
resposta ‘Sim’ ou ‘Não’. Esta pergunta visa avaliar a tolerância do idoso ao conhecimento de
familiares de suas atividades. Foi enfatizado que não haveria qualquer filmagem, para
minimizar qualquer impressão de invasão de privacidade pelo idoso. É importante saber qual
parcela de idosos se incomoda ou não de ter suas atividades monitoradas, pois por se tratar de
pessoas, não seria ético monitorar suas atividades sem consentimento.
Para finalizar o grupo de perguntas dos idosos, ‘Você acha incômodo utilizar
acessórios no seu corpo enquanto está dentro de casa? (pulseiras, colares, etiquetas)’ aceita
três tipos de resposta, ‘Muito incômodo’, ‘Tolerável’ e ‘Não me importo’. Esta pergunta foi
feita para avaliar a receptividade do sistema aos idosos. Entende-se que com a tecnologia a
qual o trabalho está delimitado, não é possível levantar qualquer informação considerada sem
o uso de algum dispositivo de captação, como sensores e etiquetas, portanto é fundamental
saber se os idosos sentem algum incômodo em utilizar algo anexo ao corpo, como um
adereço.
informações pretendidas com este grupo etário são referentes aos idoso com os quais
convivem, como a existência de idosos no circulo social próximo, a frequência de
comunicação com os idosos próximos, a aceitação da divulgação de informações dos idosos a
serviços e pessoas que podem dar suporte em possível emergência, bem como quais são estes
serviços e quais informações as pessoas deste grupo gostariam de monitorar nos idosos de
seus círculos sociais.
A primeira pergunta feita foi ‘Você possui idosos em seu círculo social próximo
(amigos próximos, parentes, colegas) que morem sozinhos e sejam independentes?’. Trata-se
de uma pergunta fechada apenas com as possibilidades de respostas sim ou não. Esta pergunta
foi feita para saber qual a parcela da população neste grupo etário que convive com idosos.
Assim, pode-se avaliar a utilidade do trabalho, pois ele resolve problemas que existem
somente quando pessoas idosas convivem com não idosas. Com esta informação é possível
saber qual parcela das pessoas que responderam poderia se tornar usuária do sistema.
A segunda pergunta foi ‘Quantas vezes ao dia você acha necessário saber se está tudo
bem com o idoso?’, com quatro possibilidades de resposta: ‘Uma vez ao dia é suficiente’,
‘Entre duas e quatro vezes’, ‘Entre cinco e dez vezes’, ‘Mais que dez vezes’. Esta pergunta foi
feita de forma fechada porque as possibilidades de resposta já apresentam todo o espectro de
frequência de comunicação significativo para o trabalho e, ainda, pode-se responder qualquer
número existente com a última resposta, que amplia a possibilidade de frequência de
comunicação de dez vezes a qualquer número maior.
Na sequência, ‘Você gostaria que médicos ou outros serviços de saúde pudessem
monitorar o estado de saúde do idoso próximo a você?’ foi uma pergunta feita para saber a
opinião das pessoas sobre serviços de saúde terem informações destes idosos. Também é uma
pergunta fechada, somente com possibilidades sim ou não de resposta, pois a opinião da
família dos idosos define se estas informações geradas devem permanecer somente com a
família ou terceiros devem ter acesso influencia nas saídas de um sistema inteligente.
Em ambas as situações há vantagens e desvantagens. O fato de serviços de saúde
terem acesso a informações que podem detectar uma emergência com o idoso tem as
vantagens de proporcionar agilidade ao atendimento, porque a informação chegaria mais
rapidamente a eles e também um atendimento mais efetivo, uma vez que seria realizado por
profissionais da área que são treinados para isto. Por outro lado, há a preocupação ética com a
propriedade da informação e também com um elevado volume de alertas ao sistema de saúde,
que poderiam ser alarmes falsos.
30
As duas próximas perguntas são de múltipla escolha, sendo elas: ‘Quem você gostaria
de informar o estado de saúde do idoso? (Não responder caso tenha dito 'não' na última
pergunta)’ e ‘Quais as informações que julga mais importante monitorar a distância no idoso
que mora sozinho (sem utilização de câmaras)?’. Além da possibilidade de se selecionar mais
de uma resposta, há a possibilidade de se adicionar mais respostas a elas. Isto foi uma forma
de saber o que as pessoas que responderam o questionário gostariam de ter para melhorar a
vida delas e a relação com os idosos de seus círculos sociais.
As respostas adicionadas pelos que responderam o questionário também contribuem
com sugestões de funcionalidades que podem ser avaliadas e incorporadas futuramente em
projetos seguintes. Através do conhecimento da necessidade dos usuários, o projeto pode ser
expandido, incorporando mais funcionalidades e resolvendo mais problemas identificados
pela sociedade.
O Anexo A apresenta uma cópia integral do questionário, das perguntas realizadas e
das possibilidades de respostas. Esta cópia foi colocada da mesma forma que o questionário
foi disponibilizado na internet para ser respondido.
31
Um protótipo foi construído para testar a solução proposta no trabalho. Ele consiste
em um dispositivo de recepção de sinal, um processador das informações captadas, um
algoritmo para processar estas informações e um dispositivo para apresentar as informações
adquiridas de uma forma amigável ao usuário do sistema.
O principal requisito desejado para o protótipo é que fosse adaptável o suficiente para
as soluções levantadas no questionário e também às soluções propostas pelas pessoas que
responderam as perguntas. A Figura 6 mostra um diagrama de blocos do funcionamento do
protótipo: um dispositivo de aquisição de dados envia o sinal para o dispositivo de
processamento de dados, o qual é programado para processar as informações adquiridas e
armazena-las num disco rígido, processar e gerar uma resposta, transmitida através da internet
e mostrada ao usuário no dispositivo de saída, que é o próprio celular do usuário.
4.1.1 Arduino©
O Arduino© é uma plataforma eletrônica criada para possibilitar uma integração fácil
entre hardware e software. Foi desenvolvido no Ivrea Interaction Design Institute como uma
ferramenta para desenvolvimento de protótipos eletrônicos. É baseado num microcontrolador,
que possui entradas e saídas eletrônicas, bem como LEDs indicadores, uma linguagem de
programação própria e um ambiente de desenvolvimento (IDE) próprio.
Pela simplicidade de uso, vasta aceitação e operabilidade nos três principais sistemas
operacionais (Mac, Windows e Linux) foi considerado como uma opção para a montagem do
protótipo. A Figura 7 mostra uma imagem mecânica do Arduino (ARDUINO, 2017).
4.1.2 Raspberry Pi
Mecanicamente é parecido com o Arduino, porém possui uma maior complexidade eletrônica
(RASPBERRY PI, 2017).
Para a montagem do protótipo foi selecionada a plataforma Raspberry Pi por ser mais
robusta e ter um maior nível de conectividade agregado. Uma antena para internet sem fio,
por exemplo, é um elemento padrão do Raspberry Pi 3 model B que teria que ser agregado ao
Arduino como uma plataforma adicional ao dispositivo.
O Raspberry Pi é uma CPU de computador como qualquer outra, porém por ser
desenvolvida para projetos de pequeno porte como os de IOT não possui memória muito
robusta nem HD. Isto o deixa muito mais leve e compacto mecanicamente, favorecendo ainda
mais este tipo de projeto.
Para o desenvolvimento do projeto foram utilizados os dispositivos externos de um
computador: um teclado e um mouse foram conectados nas estradas USB. Pela saída HDMI
foi conectado um monitor utilizando um cabo HDMI padrão comercial. A alimentação dele
pode ser feita por qualquer fonte que tenha saída USB, com um conector mini USB, desde
que a corrente seja de, no mínimo, 2,1 A em corrente contínua a 5V. O sistema operacional é
instalado num cartão de memória do tipo mini SD. É necessário que o cartão tenha no mínimo
34
Para adquirir os dados foi utilizado um módulo com tecnologia RFID que se comunica
tanto com o Arduino quanto com o Raspberry Pi: MFRC522. Foi escolhido por ser o mais
comum, com menor custo e maior disponibilidade de informações entre usuários do
Raspberry Pi.
4.2.1 MFRC522
5.1 RESULTADOS
5.1.1 Questionário
Figura 15. Resposta dos idosos sobre utilizar sensores como acessórios
As perguntas direcionadas ao grupo etário não idoso (até 69 anos), respondidas pelas
208 pessoas deste grupo etário, mostraram que 37 pessoas não possuem idosos em seu círculo
social próximo enquanto 171 possuem.
Destas pessoas, 121, ou seja, a maioria, acredita que saber se o idoso está bem uma
vez ao dia é suficiente, enquanto 77 acreditam que deve-se entrar em contato entre 2 e 4 vezes
ao dia. Um grupo minoritário de 7 pessoas disse acreditar que deve-se comunicar com o idoso
entre 5 e 10 vezes ao dia e 2 pessoas responderam sentir a necessidade de uma frequência de
comunicação maior que 10 vezes ao dia.
Quanto ao acesso a estas informações, 177 pessoas acreditam que serviços de saúde
devem receber estas informações de monitoramento do idoso, enquanto as outras 31 dizem
que as informações devem ser restritas ao circulo social do idoso, para que alguém deste entre
em contato com o serviço de saúde quando necessário.
42
Das pessoas que responderam que acreditam que serviços de saúde devem ter acesso
às informações levantadas pelo idoso, 13 responderam que os bombeiros devem ter acesso,
129 responderam que o médico deve ter, 45 concordaram com o SAMU e 121 assinalaram a
opção família. Por ser uma pergunta que aceita múltiplas respostas, a soma das quantidades
respondidas em cada opção é maior que o total de pessoas que responderam. Além destas
possibilidades, foram aceitas também sugestões de respostas. As sugestões obtidas foram
Polícia (1 pessoa), amigos próximos (1 pessoa) e Pronto socorro (1 pessoa). Por fim, 1 pessoa
informou não ter entendido a pergunta.
A última pergunta do questionário se refere a quais informações o público gostaria que
sejam levantadas pelo sistema proposto no trabalho. Esta pergunta também aceita mais que
uma resposta e abre espaço para sugestões. 99 pessoas responderam o coração, 112 pessoas
responderam a pressão, 91 pessoas responderam querer saber se o idoso já se levantou após
um horário determinado, 120 pessoas gostariam de saber se o idoso escorregou no banheiro e
92 pessoas gostariam de saber se o idoso está se movendo.
Das sugestões do usuário, as respostas foram: saber se está tomando os remédios (1
pessoa), dores (1 pessoa), todas (2 pessoas), horários de refeições (1 pessoa), saber se está se
alimentando ou bebendo álcool (2 pessoas). Uma pessoa disse que depende da necessidade do
idoso e uma disse que gostaria de saber se está tudo bem, se já voltou para casa após ter saído,
bem como sua localização e trajeto percorrido.
A Figura 16, Figura 17, Figura 18, Figura 19 e Figura 20 mostram os resultados
discutidos sobre as respostas do grupo etário não idoso na forma de gráficos e com valores
percentuais.
Figura 16. Não idosos que possuem idosos no círculo social próximo
43
5.1.2 Protótipo
5.2 CONCLUSÃO
comunicação digital. A questão a ser trabalhada é quem pode e deve ter acesso a esta
informação, como mostram a Figura 17 e Figura 18.
Durante a realização do trabalho foram levantadas algumas questões que não puderam
ser trabalhadas neste estudo. Esta falta ocorreu por estarem fora do escopo do trabalho ou por
serem de áreas diferentes da do trabalho. Além disto, o fator tempo também delimitou uma
expansão maior deste estudo.
Estas questões levantadas reforçam a interdisciplinaridade em trabalhos acadêmicos,
principalmente ao se tratar de um tema como este. Como o próprio trabalho comenta e
mostra, ele inicia com uma discussão na área social sobre uma questão relevante e crítica para
a sociedade de hoje, que é o envelhecimento da população e é tratado como um tema de
Engenharia Elétrica ao objetivar o bem estar da população em instalações elétricas. Também
importantes para o sucesso deste trabalho foram temas das áreas de automação, eletrônica,
computação e sistemas de informação.
Um trabalho como este poderia ser expandido em muitos outros a serem tratados por
estas áreas em suas especificidades. Isto agregaria ainda mais valor com seus conhecimentos e
poderia torna-lo mais completo.
Algumas questões levantadas durante a fase de construção do protótipo que podem ser
abordadas em trabalhos futuros da área da Engenharia Elétrica ou das demais citadas a fim de
tornar este tema mais completo e abrangente:
• Para maior segurança dos dados coletados pelo sistema, um sistema de
armazenamento em nuvem pode ser desenvolvido;
• Para otimização de um dispositivo de monitoramento em termos de consumo
energético e peso, pode-se pensar em alimentação por bateria ou energias renováveis
produzidas em ambiente doméstico;
• Um relatório de atividades pode ser enviado à família do idoso com uma frequência
desejada, para aumentar a confiabilidade do sistema e não gerar dúvida se o idoso não
está em situação de emergência ou se o sistema falhou caso fique muito tempo sem
emitir algum sinal pelo dispositivo;
• Implementar um projeto piloto em situação na residência de um idoso que aceite fazer
parte do trabalho.
47
REFERÊNCIAS
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48
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Início
Qual a sua faixa etária?
o Até 69 anos
o 70 anos ou mais
Com que frequência você utiliza aparelhos móveis para se comunicar com a família?
o Todo dia
o A cada dois dias
o Uma ou duas vezes por semana
o Menos que uma vez por semana
Você se incomodaria se algum membro da sua família soubesse o que você está fazendo?
(sem filmar)
o Sim
o Não
Você acha incômodo utilizar acessórios no seu corpo enquanto está dentro de casa? (pulseiras,
colares, etiquetas)
o Muito incômodo
o Tolerável
o Não me importo
#!/usr/bin/env python
# -*- coding: utf8 -*-
from time import sleep
import RPi.GPIO as GPIO
import MFRC522
import signal
import datetime
import paho.mqtt.client as mqtt
import time
import sys
import thread, os
continue_reading = True
TOPIC = 'test-rodrigo'
def setup_mqtt_client(client):
client.on_connect = on_connect
client.on_message = on_message
client.on_publish = on_publish
# Setting up MQTT
client = mqtt.Client()
thread.start_new_thread(setup_mqtt_client, (client,))
# Testing publication
sleep(2)
print 'publicar:'
client.publish(TOPIC, 'testando AVBCCBSBFS')
# Welcome message
print ('Aproxime o cartao para indicar a passagem')
# If a card is found
if status == MIFAREReader.MI_OK:
print 3
now = datetime.datetime.now()
Mensagem = 'Seu avo passou no banheiro: '+str (now)
print Mensagem
client.publish(TOPIC, Mensagem)
time.sleep(10)
# Authenticate
status =
MIFAREReader.MFRC522_Auth(MIFAREReader.PICC_AUTHENT1A, 8, key,
uid)
# Check if authenticated
if status == MIFAREReader.MI_OK:
54
MIFAREReader.MFRC522_Read(8)
MIFAREReader.MFRC522_StopCrypto1()
else:
print "Authentication error"