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Manual de Guerrilha Do Quadrinista
Manual de Guerrilha Do Quadrinista
Manual de Guerrilha Do Quadrinista
Colaboração:
Alan Guedes instagram.com/literobaloes
Andreia Fernandes twitter.com/AndreiaBolseiro
Daniel Esteves zapataedicoes.com.br
Felipe Tazzo felipetazzo.com.br
Sugestões:
Bruno Brunelli behance.net/bobrunelli
Bruno Flesch twitter.com/fleschhh
Math Vaz instagram.com/quadrinhopopular
Rubens Menezes rubens.net.br
Valter do Carmo Moreira instagram.com/valter.docarmomoreira
Projeto Gráfico:
Guilherme Smee guilhermesmee.com
Capa:
Adriano Ferrera linktr.ee/adrianoferrera
3
Sumário
Introdução 7
História em quadrinhos 9
O quadrinista 13
Biblioteca básica 13
Ninguém começa com uma obra perfeita 14
Começando nos quadrinhos 15
Publicando quadrinhos 17
Zines 17
Online 17
Tenha um site 18
Redes sociais 18
Tapas / Webtoon / Fliptru / Funktoon e afins 19
Ebook / PDF / Kindle ePub 19
4
Profissionalizando as publicações 19
Financiamento coletivo 20
Tipos de financiamento coletivo 21
Construindo uma campanha de sucesso 22
Vivendo de quadrinhos 25
Agenciamento Marvel, DC, etc 25
Freelance 26
Jornalismo em quadrinhos 26
Licenciamento 27
Venda 28
Clube de apoiadores 28
Divulgação e marketing 33
Redes sociais 34
Imprensa 35
Sites sobre quadrinhos 35
Influenciadores, críticos e profissionais 37
Distribuição 39
A experiência do Quarto Mundo 39
Distribuição direta para gibiterias, lojas e livrarias 41
Distribuição por marketplaces 42
Opções dentro do marketplace 42
Formas de viabilizar a distribuição 43
5
Prêmio Le Blanc 47
Prêmio Grampo 48
Prêmio ABERST 48
Prêmio Odisséia de Literatura Fantástica 49
Eventos de quadrinhos 50
Seja um visitante na primeira vez 50
Encontrando outros quadrinistas 50
Portfólio e inscrição 51
Montando a sua mesa 52
Público 53
Cada dia é um dia 53
Falando com o público 54
Métodos de pagamento 55
Guarde seu dinheiro com segurança 55
PIX / Máquina de cartão 55
Lidando com dinheiro 56
Quanto custa ir ao evento? 56
Organizando um evento 58
Organizações de classe 63
AQC-ESP 63
Quadrinistas, uni-vos! 63
AQUARIOS-RS 63
Considerações finais 65
6
Introdução
Histórias em quadrinhos são tão recentes como arte e produto, com-
parando com as demais artes, que as discussões teóricas seguem firmes
pelas últimas décadas entre os acadêmicos e entusiastas. Muitas vezes re-
petindo as mesmas discussões entre as revisões teóricas das revisões te-
óricas. Em paralelo, seguem absolutamente livres os artistas que querem
desafiar seus limites, pois ainda há muito o que se desbravar na contação
de histórias nesse meio tão diverso.
Mas como se guia o artista que deseja viver dessa arte e produzir qua-
drinhos como modo de vida? Quando eu comecei nos quadrinhos, quan-
do meus colegas começaram, não tínhamos ninguém para nos orientar
profissionalmente, senão nossas próprias experiências e as dos nossos
conhecidos. Hoje, com a internet unindo tantas experiências, podemos
aglutiná-las e compartilhá-las muito mais facilmente. Assim, surgiu a ideia
de criar o nosso Manual. E o objetivo dele é justamente ajudar o quadrinis-
ta que busca a profissionalização e a rentabilização de seu trabalho.
7
será pelo que você escolher lutar. Seja este um objetivo idealista ou mais
prático, todos são válidos.
Caso venha a aprender algo com este documento, não deixe de com-
partilhá-lo. Quanto mais longe ele for, mais completo ficará. E se tiver al-
guma sugestão, não deixe de nos informar! Vamos tentar manter este
documento atualizado regularmente. Lembrando que nada aqui exposto
é de direito exclusivo de ninguém, além dos próprios créditos nas colabo-
rações, e pode ser explorado sem fins lucrativos.
8
História em
quadrinhos
A discussão do que é quadrinho, do que é arte, vai longe e não cabe no
escopo deste documento. Porém, para facilitar o entendimento e as discus-
sões aqui propostas, fica escolhida a definição popular de que uma história em
quadrinhos é uma narrativa gráfica de imagens sequenciais.
Apresentando os
trabalhadores dos
quadrinhos
Há uma série de profissões que podem ser diretamente ligadas à profissão
de quadrinista e outras que podem se cruzar com ela em algum momento,
mas não exclusivamente. Neste documento, focamos nas profissões com rela-
ção direta maior com o produto final e também das quais compõem o infeliz e
tradicional acúmulo de funções dentro da produção de um quadrinho.
9
Roteirista
O roteiro, em geral, é a versão escrita da narrativa gráfica, ainda que exis-
tam diversos formatos de roteiro, o texto é a base para a maioria destes profis-
sionais. O roteirista visualiza a história e propõe sua própria visão nas relações
entre personagens e a narrativa. Geralmente o roteiro é a primeira etapa da
produção de um quadrinho.
Desenhista
O desenho, ou lápis, é a base gráfica para a primeira impressão geral do
leitor. O desenhista interpreta o roteiro e transforma ideias e palavras em algo
visual. Pode entregar as páginas já finalizadas ou entregar o desenho no “lápis”
para que o arte-finalista possa dar o acabamento.
Arte-finalista
A arte-final é o acabamento do lápis. O arte-finalista muitas vezes pode fi-
car responsável de finalizar e detalhar um lápis bastante simples, portanto sua
importância na parte gráfica não pode ser menosprezada.
Letrista
Os balões de diálogo carregam não só um pedaço do roteiro, mas também
a atmosfera da história. O formato do balão e a fonte do texto, os recordatórios,
as onomatopeias, tudo isso pode ser trabalho do letrista.
Colorista
As cores não são obrigatoriamente variações de matiz. É possível colorir
um quadrinho com tons de cinza, retículas e outras texturas. O colorista apro-
funda os significados visuais, colocando mais emoção na parte gráfica.
10
Editor
A edição no quadrinho é uma das partes que pode parecer transparente
para quem lê, mas é muito importante para que o projeto seja conduzido de
forma adequada. O editor tem o papel de acompanhar a produção de forma
geral e direcionar o projeto para que o produto final tenha o melhor resultado
possível. Assim, deve supervisionar o processo completo e tomar decisões. Há
ainda o editor de obras prontas, que neste caso supervisiona a adaptação da
obra para que o produto final seja a melhor versão possível.
Revisor
A revisão é parte importante para evitar que erros gramaticais, ortográfi-
cos ou mesmo de narrativa possam chegar ao leitor. O revisor precisa enten-
der bastante da mídia, pois o quadrinho não é literatura e o texto precisa ser
adaptado de acordo com o contexto da mídia, da obra e do público-alvo.
Diagramador
A diagramação é a montagem do quadrinho para ser lido da melhor for-
ma. Espaçamento ao redor dos quadros e páginas, numeração de páginas,
capa e contra-capa. O diagramador precisa conhecer muito sobre o veículo
em que a obra será publicada, seja digital ou impressa.
Produtor gráfico
A produção gráfica transforma as páginas do livro em produto. O produ-
tor gráfico é responsável pela qualidade do material impresso, desde a pré-
-impressão até a entrega ao cliente. Ele conhece todos os tipos possíveis de
impressão, escolhe fornecedores e define papel, formato, cores e acabamen-
tos antes do layout ser definido. O profissional trabalha coletando informações
relevantes para o planejamento orçamentário e seleção de fornecedores.
11
Tudo em um
Apesar de existirem profissões diversas na área, a maioria dos qua-
drinistas encarnará mais de uma delas durante sua carreira. Muitas ve-
zes, todas.
Por isso, é preciso conhecer um pouco de cada área para evoluir nes-
ta carreira. Além de alguma desenvoltura para lidar com o público e con-
vencer que seu trabalho é bom e vale a pena ser lido.
De fato é muito difícil lidar com tanta coisa e muitas vezes o artis-
ta acaba sobrecarregado. Nestes momentos, a organização é essencial,
porque quase sempre esta é a única forma de dar certo.
12
O quadrinista
Nesta seção, vamos tratar de forma generalista do que o quadrinista
iniciante precisa em seu começo de carreira.
Biblioteca básica
Além de ler quadrinhos, o quadrinista deve buscar obras que discu-
tam a mídia e explorem o que já foi desenvolvido por outros artistas. As
obras mais populares sobre quadrinhos são:
• Desenhando Quadrinhos – Scott McCloud
• Desvendando os Quadrinhos – Scott McCloud
• Quadrinhos e Arte Sequencial – Will Eisner
• Narrativas Gráficas – Will Eisner
13
• Story – Robert McKee
• A Jornada do Escritor – Christopher Vogler
• Save The Cat! – Blake Snyder
• Lições de Roteiristas - Kevin Conroy Scott
É fácil garantir que nunca foi a primeira obra, nem mesmo a primeira
tentativa. Alguns ficam famosos mais cedo, outros mais tarde, mas, em
geral, existe uma jornada mínima que é preciso seguir antes de chegar lá.
14
Por isso, não reinvente a roda se você está começando. Se alguém in-
ventou a roda e usa a roda, ela funciona na maioria dos casos. Assim como
nesta analogia de engenharia, existem milhares de obras sobre a produ-
ção de quadrinhos que você pode conferir antes de querer revolucionar
esta arte. É importante começar fazendo o básico e só tentar subverter
depois de adquirir muita experiência.
Após concluir esta primeira página, você pode divulgar seu trabalho
15
em algum grupo focado em quadrinhos, seja em fórum, no Facebook, no
Whatsapp, no Discord, etc. Aceite as críticas e sugestões com o coração
aberto e faça melhor na próxima. É o melhor que você pode fazer agora e
a próxima vez será ainda melhor.
16
Publicando
quadrinhos
Agora que você já começou de alguma forma esta produção, é pre-
ciso pensar em uma obra maior. Mesmo que seja uma série de páginas
únicas semanais ou mesmo tirinhas, está sendo construído algo mais ro-
busto no conjunto geral.
Onde e como publicar pode ser uma interrogação grande, já que sem-
pre parece que o único caminho é ser publicado por uma editora grande.
Ledo engano! Há muitas outras opções que podem vir a atender melhor a
sua carreira de iniciante.
Zines
Um zine é uma coletânea de histórias em quadrinhos simples, geral-
mente em formato A5, miolo preto e branco com folhas dobradas, feito
de cópias simples em uma impressora ou gráfica rápida, sem muito apelo
estético. A ideia é multiplicar os leitores da sua obra através de uma abor-
dagem mais acessível.
Online
Cada vez mais a publicação online é um caminho viável, inclusive como
carreira. Quadrinistas brasileiros como Carlos Ruas e Will Leite construíram
toda a sua carreira por meio de seus sites e redes sociais, tendo as versões
impressas servido como fonte de renda e nem tanto para novos leitores.
17
Tenha um site
Apesar de ser considerado obsoleto, ainda é possível manter um blog
gratuito hoje e publicar seu trabalho lá. Claro que o site próprio é uma me-
lhor saída, mas enquanto quadrinista iniciante, há esta opção mais econô-
mica. Lembre-se de que é importante que este site apareça nas buscas do
Google. Alguns foram banidos por algum motivo, então sempre confirme
antes de investir seu tempo lá.
Redes sociais
Infelizmente estamos numa época onde imagens estáticas estão per-
dendo espaço para vídeos, então as redes sociais que já foram ótimas para
quadrinhos, principalmente o Instagram, acabam desvalorizando este
tipo de conteúdo. Mas ainda é uma opção para alcançar um público maior.
18
Tapas / Webtoon / Fliptru / Funktoon e afins
Existem diversas plataformas com o foco em histórias em quadrinhos
publicadas digitalmente, a maioria voltada para o público leitor de inglês.
É possível publicar em português nestas plataforma ou utilizar uma das
plataformas 100% brasileiras ou amigáveis para os leitores de português,
o que pode ser um caminho para encontrar seus leitores.
Profissionalizando as publicações
Ninguém é obrigado a publicar obras em um formato cada vez mais
refinado, porém é uma tendência dos autores irem melhorando suas pu-
blicações conforme evoluem em suas carreiras.
Neste caso é preciso buscar uma editora que possa fazer este serviço
para você e ajudar na edição e publicação, ou então aprender mais sobre
editoração e financiamento coletivo.
19
Financiamento
coletivo
Explicando de forma simples, o financiamento coletivo, que vem do
inglês crowdfunding, é o processo de arrecadação de dinheiro através de
colaborações de muitas pessoas para se realizar algum objetivo. Como
aqui discutimos as histórias em quadrinhos, este será o nosso viés.
20
mo que esta pessoa espera de volta é que as promessas sejam cumpridas
e que haja uma comunicação constante e aberta entre as partes de reali-
zador e apoiador.
Nestes anos todos de Catarse, não foi raro ver autores de projetos que
atrasaram muito seus projetos, ficaram meses sem dar explicações, não
entregaram o prometido ou simplesmente desapareceram com o dinheiro
dos apoios. Cada um que cria um projeto de financiamento coletivo tem sua
parte de responsabilidade em manter o prestígio e renome das plataformas.
21
incentivo para novos apoiadores. O importante é entender
o que seu público deseja e oferecer a ele por um valor justo.
Uma dica que sempre deve ser seguida é acessar outras campanhas
bem sucedidas e tentar entender porque elas conseguiram seu objetivo.
Foi o tema do projeto? O vídeo? O texto? As ilustrações? A expectativa? A
divulgação intensa? Faça isso em várias campanhas até entender como
aplicar esses aprendizados na sua própria campanha. E também as cam-
panhas mal sucedidas, pois o fracasso também ensina muito.
O vídeo da campanha não é obrigatório, mas faz diferença. Ele pode ca-
tivar os visitantes da página e explicar de forma mais envolvente a proposta
do seu livro. Faça um vídeo curto, porém que compreenda quem são os au-
tores, o que é a obra, o que é o financiamento coletivo e forneça o caminho
para a campanha. Uma duração boa é menos de 5 minutos, mas se você
conseguir explicar tudo em 1 minuto, está perfeito.
23
coletivo. Utilize as redes sociais, blogs, fóruns e qualquer outro meio rele-
vante para divulgar sua campanha. Em outros tópicos deste documento,
disponibilizamos uma lista de alguns sites que podem ser contatados. Peça
aos seus amigos, familiares e seguidores para compartilharem a campanha
e alcançar um público mais amplo. Aliás, o ideal é construir dia a dia uma
grande expectativa na campanha, para que o dia de lançamento seja um dia
com muitos apoios logo nas primeiras horas. Por fim, não vá nos inbox das
pessoas que seguem você pedindo apoio. Muito menos as que não seguem!
24
Vivendo de
quadrinhos
São poucos os quadrinistas no mundo que vivem apenas de fazer his-
tórias em quadrinhos em relação aos que fazem isso como um trabalho
em paralelo. No Brasil, a proporção diminui ainda mais.
Dito isso, é possível ter uma renda constante com quadrinhos. Abaixo
vamos listar algumas opções.
25
Para se chegar mais facilmente nos contratantes, você pode procurar
uma agência de talentos, como a gerenciada pelo Joe Prado. Mas também
pode ir galgando sua carreira fora do país pegando trabalhos em outras
editoras menores até se firmar.
Freelance
O quadrinista freelancer se propõe a basicamente trabalhar com ma-
teriais didáticos, manuais de empresas e adaptações de obras literárias.
Geralmente o processo de orçamento é bastante cansativo e os clientes
não sabem muito bem o que precisam ou quanto vale o trabalho de criar
uma história em quadrinhos completa.
Jornalismo em quadrinhos
Uma das opções dentro do freelance é atuar como jornalista de qua-
drinhos, ou seja, transpor uma matéria jornalística para o formato das
histórias em quadrinhos. Alguns artistas inclusive são formados em jor-
nalismo e atuam como repórteres e pesquisadores de campo na criação
destas matérias para revistas e sites. É um formato em crescimento e que
funciona muito bem para as duas linguagens.
Para conseguir trabalhos neste ramo, busque artistas que fazem esse
26
trabalho e estão em destaque, analisando seu trabalho e vendo onde ele se
aplica. Você pode produzir suas próprias reportagens ou adaptar reportagens
em texto de outros jornalistas para usar como portfólio e assim oferecer o tra-
balho para os possíveis contratantes, caso não seja seu objetivo atuar como
jornalista independente, publicando e vendendo suas próprias obras.
Licenciamento
Renda passiva é a melhor definição. O quadrinista que publica suas
obras na internet, principalmente se produzir tirinhas, pode receber um
contato para vender uma licença de uso de uma ou mais imagens que pro-
duziu anteriormente. Podem ser agências de publicidade, jornais, revistas
e etc, mas o mais lucrativo é o licenciamento para materiais didáticos.
Venda
Com um bom trabalho de divulgação, é possível converter vendas re-
gularmente e transformar este comércio em uma fonte de renda regular.
Clube de apoiadores
Confira o tópico “Recorrência” em “Financiamento Coletivo”
28
Editais para
publicação de
quadrinhos
Edital é um processo seletivo. Quando se constrói uma estrada, o go-
verno abre um edital para selecionar a construtora contratada. Para forne-
cer merenda nas escolas, um edital seleciona a empresa fornecedora de
comida, equipamentos e mão de obra. Na arte e cultura não é diferente.
Os governos que entendem a importância de incentivar a produção de
quadrinhos fazem também uma seleção de projetos.
29
de execução do seu projeto e também da sua prestação de contas. A verba
destinada ao seu projeto é pública, portanto você deve satisfações de como
utilizá-la. Cada edital terá regras específicas e você deverá apresentar um rela-
tório detalhado e documentos que comprovem o uso deste dinheiro.
Editais nacionais
O governo federal não possui uma política pública eficiente para es-
timular a leitura e produção de quadrinhos. Eventualmente, programas
podem ser criados para este fim, porém o quadrinho em geral é o últi-
mo contemplado nas artes. É mais comum que o governo federal destine
uma verba a uma empresa ou instituição que administre a forma como
este investimento será feito. Em 2023, por exemplo, foram destinados 50
milhões de reais para projetos culturais em todas as áreas para serem dis-
tribuídas pelos Espaços Culturais do Banco do Brasil e mais 10 milhões de
reais para o Banco do Nordeste.
Para ficar sabendo da abertura destes editais, vale a pena seguir essas
empresas em suas redes sociais ou configurar um alerta do Google para
este assunto, visitar o site destas empresas e instituições ou acompanhar
sites especializados em notícias do mercado cultural, tais como o cultura-
emercado.com.br e o prosas.com.br.
30
Editais estaduais
Em 2020 a Lei Aldir Blanc determinou uma verba federal a ser distri-
buída através dos estados para a trabalhadores da cultura e projetos cul-
turais. Essa ação foi realizada ao longo de 2021 e 2022. Em 2023, a Lei Aldir
Blanc foi renovada e ampliada para aumentar o acesso à cultura. Além
desta iniciativa, quase todos os estados possuem programas próprios de
incentivo à cultura, porém só o Estado de São Paulo possui edital específi-
co para a publicação de quadrinhos.
• Acre
• Alagoas
• Amapá - não possui editais
• Amazonas
• Bahia
• Ceará
• Distrito Federal
• Espírito Santo
• Goiás
• Maranhão
• Mato Grosso
• Mato Grosso do Sul
• Minas Gerais
• Pará
• Paraíba
• Paraná
• Pernambuco
• Piauí
• Rio de Janeiro
31
• Rio Grande do Norte
• Rio Grande do Sul
• Rondônia - não possui editais
• Roraima - não possui editais
• Santa Catarina
• São Paulo
• Sergipe - não possui editais
• Tocantins
Editais municipais
É muito raro que municípios tenham editais de incentivo à cultura. E
ainda mais raro que tenham editais com foco em publicação ou eventos
de quadrinhos. Poucas das maiores cidades do país possuem editais de in-
centivo à cultura, como Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. Como 95%
das cidades do Brasil têm menos de 100 mil habitantes, é pouco provável
que os municípios venham a incentivar a produção de quadrinhos. No en-
tanto, cidades de qualquer tamanho podem sediar ou promover feiras e
encontros de quadrinistas. Novamente, os artistas interessados podem se
unir e exigir dos vereadores a criação deste tipo de atividade.
32
Divulgação e
marketing
Marketing não é nenhum mistério. De uma maneira simples, qualquer
atividade que você, autor, realize para encontrar e conversar com o pú-
blico e possivelmente vender seus quadrinhos é uma ação de marketing.
Até mesmo vender suas revistas no semáforo é uma ação de marketing.
A ação de marketing menos eficiente que existe, mas é. O seu objetivo de
marketing, portanto, é fazer contato e se relacionar com o maior número
de pessoas possível, pelo menor custo e no menor tempo possível e ven-
der toda a sua tiragem. É claro, atingir muitas pessoas pode exigir muito
dinheiro. Mas na falta deste, muita criatividade.
Redes sociais
Hoje existem muitas ferramentas baratas ou gratuitas para promover
um encontro saudável com o seu leitor potencial, a começar pelas redes
sociais. Esteja presente, converse com as pessoas, entenda como fun-
ciona o seu nicho de mercado e ofereça para o leitor a oportunidade de
entrar no seu universo. Seja interessante, não apenas interessado. Conte
suas histórias e mostre detalhes que estarão nas suas publicações.
34
Fora das redes sociais, tudo o mais é uma questão de verba ou de cria-
tividade. Lembre-se, você está procurando pessoas que estejam interes-
sadas no que sua história conta no momento mais sensível para elas, por
isso o exemplo da saída do cinema. Você também pode estar nos eventos
relacionados ao seu tema, como eventos esportivos, encontros de deter-
minadas categorias profissionais, ler suas histórias para crianças em esco-
las ou em espaços de recreação infantil, distribuir adesivos e marcadores
de páginas em locais onde pessoas costumam parar para ler, como em
cafés, por exemplo... Marketing eficiente é aquele que entende o público e
oferece seus produtos no momento mais necessário.
Desta forma a sua conversa com o leitor pode ser tão fluida e tão gen-
til que sequer se parece com o marketing tradicional.
Imprensa
Dentro da sua estratégia de marketing, você também deve se aproximar
da mídia especializada em quadrinhos. Ali se encontram muitos leitores, edi-
tores e até apoiadores para um eventual catarse. O Brasil hoje já tem - ainda
bem! - pessoas e empresas que se dedicam a discutir e divulgar o que está
acontecendo no mercado. Estar em contato com essas pessoas e empresas
é a atividade chamada assessoria de imprensa e consiste em ainda mais uma
ferramenta de marketing gratuita. Basta boa vontade e criatividade.
Mas, atenção, alguns sites, blogs, podcasts, revistas tem linhas edito-
riais bastante específicas que você precisa conhecer antes de mandar o
seu release. O site bocadoinferno.com.br, por exemplo, é especializado em
terror. Não adianta mandar o release do seu quadrinho de romance ou de
alta fantasia que não será publicado e possivelmente chatear os editores.
35
eles estão buscando gerar conteúdo interessante para atrair público. Para
conseguir divulgação nestes sites, o seu conteúdo deve contribuir para
despertar a curiosidade do leitor e reter sua atenção. Neste momento, você
também pode ajudar os administradores do site a publicarem este conteú-
do de forma mais fácil e rápida, portanto, é mais eficiente enviar ao editor do
site um texto já pronto para publicação. Esse texto, no jargão do jornalismo,
chama-se release. O melhor release é aquele que respeita a forma como o
site organiza suas informações, portanto, conhecer a forma como o site es-
creve suas notícias ajuda muito. Enviar junto ao release boas imagens e/ou
fotos do conteúdo que você quer ver publicado ajuda ainda mais.
36
• Revista O Grito revistaogrito.com
• Selo Multiversos selo-multiversos.com.br
• Tópico 42 topico42.com.br
• Torre de Vigilância torredevigilancia.com
• Universo HQ universohq.com
38
Distribuição
O autor independente que tem obras físicas invariavelmente um dia
precisará lidar com caixas e estoque. E perceberá que dar saída nos pro-
dutos, mesmo vendendo bastante em eventos e loja online própria, mui-
tas vezes é cansativo e repetitivo.
39
Paulo concentrar a maioria. O grupo incluía artistas de Curitiba, Rio de Ja-
neiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza, Recife, Belém do Pará, além
de autores de cidades do interior de São Paulo. Dois modelos foram abor-
dados durante a trajetória do grupo.
40
que se voluntariava a distribuir, já que essa operação acarre-
ta custos de transporte, telefônicos para cobranças das lojas,
de impressão para relatórios para as lojas, etc. Descontada a
porcentagem do distribuidor e a porcentagem da loja, o valor
seria pago aos autores/editores da respectiva obra. Neste caso,
o problema se tornou obter os pagamentos das lojas, pois mui-
tas fecharam sem prestar contas, às vezes até mesmo sem de-
volver o material distribuído em consignação. Como os artistas
costumam ter problemas em cobrar constantemente, já que
acabam acumulando funções, praticamente apenas os artistas
de São Paulo faziam acertos anuais, muito mais vinculados a
eventos do que as lojas.
Venda direta: A loja compra os livros, com um desconto que varia entre 50% a
41
60%, com prazos de pagamentos que variam entre 30 a 90 dias. Neste sistema a loja
não precisa mais prestar contas ao artista/editor, pois já comprou a publicação dele.
42
A comissão para eles é em média de 55%. No caso da Amazon, é preciso
entregar os produtos diretamente no depósito em Cajamar;
44
Prêmios para
suas obras
concorrerem
Existem algumas premiações que agraciam a produção de quadri-
nhos do Brasil e que, ano a ano, tentam premiar o que de melhor foi pro-
duzido no ano anterior. É importante destacar, porém, que premiações
são avaliações subjetivas, geralmente se preocupando em premiar aqui-
lo que o mercado ofereceu e não uma representação fiel das melhores
obras de uma mídia tão vasta e prolífica em um país como o nosso.
Troféu HQMIX
O prêmio mais consolidado do mercado de quadrinhos brasileiro, cria-
do em 1989. É um prêmio de mercado e busca avaliar toda a produção de
quadrinhos do ano anterior, sendo produtos nacionais ou internacionais.
Isso deixa algumas categorias confusas, mas a intenção da organização
é apresentar aquilo que foi exposto ao leitor nas bancas. Isso porque o
prêmio foi criado na época em que grandes editoras como Abril e Globo
enchiam as bancas brasileiras com os mais diversos materiais.
45
mente de profissionais do mercado. Ou seja, será uma avaliação entre pa-
res, mas também uma avaliação de gente que entende minimamente da
parte artística e/ou produtiva do quadrinho.
46
Troféu Jabuti
Um dos prêmios literários mais prestigiados do Brasil, sendo concedi-
do pela Câmara Brasileira do Livro desde 1959. Desde 2018, o prêmio pas-
sou a contemplar também as categorias de quadrinhos, apesar de ante-
riormente já ter premiado histórias em quadrinhos em outras categorias.
Prêmio Le Blanc
O prêmio é organizado por integrantes do Programa de Pós-Gradua-
ção em Mídias Criativas, sediado na Escola de Comunicação da Universi-
dade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Veiga de Almei-
da. É concedido a trabalhos nacionais nas áreas de literatura fantástica,
animação, quadrinhos e jogos eletrônicos. O nome do prêmio presta ho-
menagem ao artista haitiano André LeBlanc, que viveu e trabalhou por
muitos anos tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
47
Prêmio Grampo
O Prêmio Grampo de Grandes HQs, também conhecido como Prêmio
Grampo, é uma premiação anual de quadrinhos que busca selecionar os
melhores títulos publicados no Brasil. É considerado um dos prêmios mais
relevantes no mercado brasileiro de quadrinhos e foi criado pelo jorna-
lista Ramon Vitral e pelo editor Lielson Zeni em 2015, com a primeira edi-
ção ocorrendo no ano seguinte. Desde a segunda edição, a professora e
tradutora Maria Clara Carneiro integra a organização. A inspiração para o
prêmio veio das listas de “melhores do ano” criadas pelo jornalista Télio
Navega em seu blog Gibizada, a partir de rankings elaborados por pessoas
ligadas à cena brasileira de quadrinhos.
Prêmio ABERST
Esta premiação criada em 2018, originalmente apenas para literatura, mas
hoje contemplando também as histórias em quadrinhos, é organizado pela
Associação Brasileira dos Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror.
48
crime, Narrativa curta suspense (thriller), Narrativa longa de terror, Narra-
tiva longa ficção de crime, Narrativa longa suspense (thriller), Narrativa in-
fanto-juvenil/jovem adulto, Quadrinhos de crime ou terror, Projeto gráfico,
Narrativa curta século 21, e Narrativa longa século 21.
49
Eventos de
quadrinhos
A popularização dos eventos de cultura pop tornaram mais comuns os es-
paços para promoção de histórias em quadrinhos, onde muitas vezes são dis-
ponibilizadas mesas para que artistas possam expor e vender seus trabalhos.
50
carreira e outros tópicos que couberem. Deixe um contato ou obra para
que o expositor possa entrar em contato posteriormente.
Portfólio e inscrição
Não tem ainda um local com seu perfil de autor? Volte dez casas!
O que levar?
Foi selecionado para o evento, mas não faz ideia do que levar? Não
tem problema, vamos aos itens obrigatórios:
51
• Seus produtos;
• Canetas para autógrafo;
• Cartões de visita com seu contato;
• Dinheiro em notas de 2, 5, 10 e 20 reais para troco;
• Forma fácil de informar o seu PIX, preferencialmente um QR
Code impresso;
• Alguma forma de receber pagamentos por cartão, nem que
seja apenas o aplicativo que faz cobrança em cartão de crédito;
• Agora alguns itens opcionais para melhorar sua experiência:
• Toalha de mesa;
• Suportes para exposição de livro;
• Máquina de cartão;
• Carregadores de celular e bateria portátil (power bank);
• Extensão, carregadores e adaptadores para tomadas;
• Banner e suporte para banner;
• Fitas adesivas e tesoura;
• Sacolas plásticas;
• Suportes para verticalização da mesa;
Outra parte importante é montar sua mesa de forma que ela chame a
atenção dos transeuntes. Imagine-se olhando sua mesa de longe. As ca-
pas das suas obras são chamativas? Ou o conteúdo? Que tal deixar alguns
52
pôsteres na frente dos pés da mesa, ou então alguma obra aberta? Distri-
buir bottons para chamar atenção ou empilhar vários livros de forma a
montar uma montanha de destaque? Utilizar suportes verticais e expor
o máximo possível no mesmo espaço? Use o bom senso e se coloque no
lugar do público!
Público
Esta talvez seja a parte mais importante e desejada para o artista que ex-
põe em um evento de quadrinhos. Sem o público não há evento. Sendo assim,
respeite o público e tenha paciência com as pessoas. Sim, você vai ouvir as
mesmas perguntas várias e várias vezes. A maioria dos brasileiros não sabe
o que é quadrinho independente, que brasileiros também fazem quadrinhos,
muitas vezes nunca leu uma história em quadrinhos, nem mesmo Turma da
Mônica. Nosso papel como expositor também é de educar o público.
Fatores como dia do mês que o evento é realizado, preço do ingresso, convi-
dados do evento, condição financeira do público, idade do público, divulgação do
evento, atrações gratuitas, alimentação, clima, disposições das mesas, ambienta-
ção sonora, tudo pode impactar no seu desempenho para o bem ou o mal.
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Não importa se você tem 1 ou 10 anos de experiência com venda de
quadrinhos em eventos, a única certeza é que nada é certo. Nem mesmo
em uma CCXP, o maior ponto de venda de quadrinhos do país, você tem
certeza de sucesso. É tudo muito subjetivo.
Métodos de pagamento
Desde que foi implementado o sistema em que trocamos coisas sim-
bólicas como pedaços de papel com números, e não mercadorias, por
outras mercadorias, qualquer atividade comercial vai envolver dinheiro.
Você precisa entender e estipular como vai lidar com cada método de pa-
gamento nos eventos que participará.
O PIX é simples, todo banco hoje oferece a opção logo na página inicial
ou perto disso, porque para eles, aumentar as transações é vantagem. Re-
comendamos criar uma chave PIX de e-mail, pois facilita para o cliente digi-
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tar. Evite colocar seu celular ou CPF. É melhor garantir a privacidade de seus
dados pessoais e não entregá-los a estranhos. Existem sites que fazem o QR
Code do PIX para você, como o gerarpix.com.br. Basta imprimir ou deixar
como imagem no seu celular para que os clientes possam utilizar.
Porém o PIX não é as mil maravilhas. Seu cliente pode estar sem internet
e, nestes casos, você e ele ficam na mão. Por isso recomendamos também
ter uma máquina de cartão. Ter uma destas já foi muito cara no passado,
mas hoje as novas empresas não cobram mensalidade e praticamente ce-
dem o valor da máquina para você em troca das taxas altamente vantajo-
sas para eles. E as empresas são bastante variadas, por isso recomendamos
que dê uma olhada no YouTube para avaliar qual a máquina de cartão de
crédito mais adequada ao seu fluxo de vendas presencial. Por um pouco de
dinheiro a mais, você consegue uma com chip 3G/4G, sem precisar usar o
celular para realizar as vendas. Praticidade para você e seus clientes!
Aliás, é recomendado ter uma máquina com chip de uma operadora e deixar
seu celular com outra, caso a região onde ocorra o evento tenha algum problema
de sinal, você pode compartilhar o wi-fi do celular para a máquina de cartão.
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• Transporte: Vai chegar como no local? Considere todo o deslocamento;
• Alimentação: Vai levar comida de casa ou gastar no evento? Cuidado
com comida de evento, é sempre mais caro que trazer de casa;
• Hospedagem: O evento é de mais de um dia? Vai ficar por onde? Se con-
seguir a casa de um amigo, ótimo. Se for hotel, lá se vai uma boa grana. Às
vezes é mais barato se hospedar mais longe, mas o prejuízo físico e psico-
lógico pode ser danoso;
• Material: Vai imprimir prints? Mandar fazer bottons? Vai investir quanto
nisso? Se não vender, ainda pode dar saída neste material?
• Expectativa de venda: Vai vender muito? Pouco? Mais produtos caros ou
baratos? Tudo deve ser considerado.
Por fim, mas não menos importante, considere o valor do seu tem-
po. Vai investir dois dias de lazer ou trabalho para tirar 100 reais de lucro.
Vale a pena? Se for começo de carreira, talvez. Mas muitas vezes é melhor
abrir mão de um calendário cheio de eventos, indo apenas nos principais
e mais garantidos, podendo trabalhar por mais tempo em novas obras.
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Organizando
um evento
Se os eventos não vêm até você, você pode organizar os seus próprios
eventos! Um evento de histórias em quadrinhos pode ter formatos varia-
dos ou mistos, partindo desde um encontro em um bar, um quintal, uma
loja ou até integrado dentro de outro evento com tema similar.
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rentes estilos de arte e histórias em quadrinhos. É importante
considerar uma quantidade de artistas locais juntamente com
atrações externas;
• Segurança: Garanta que haverá segurança e atendimento de
emergência adequados no evento para proteger os artistas, vi-
sitantes e produtos;
• Atividades adicionais: Considere a possibilidade de trazer
convidados e realizar outras atividades, como painéis de dis-
cussão, workshops e sessões de autógrafos para atrair mais vi-
sitantes e dar maior variedade de opções ao público;
• Divulgação: É importante divulgar o evento com antecedên-
cia para atrair o máximo de público possível. Use as mídias so-
ciais, influenciadores, sites sobre quadrinhos, listas de e-mail e
outros canais de comunicação relevantes para sua audiência;
• Feedback dos participantes: Ao final do evento, prepare um
formulário e peça feedback dos participantes para identificar
áreas que precisam ser melhoradas para as próximas edições.
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Grandes eventos
do Brasil
Muita gente que chegou recentemente no mercado olha para a CCXP
e a enxerga como o grande evento de histórias em quadrinhos do Brasil. O
que não é mentira. Porém muitos outros eventos carregaram esta bandei-
ra antes da CCXP, e o principal é o FIQ que segue vivo e forte.
FIQ
O Festival Internacional de Quadrinhos, ou simplesmente FIQ, é o evento que
ocorre em Belo Horizonte, capital mineira, com recorrência bienal e está no coração
de todos os quadrinistas que já o visitaram. O formato do evento foi mudando com
os anos, inclusive tendo substituído o evento anterior chamado Bienal Internacio-
nal de Quadrinhos em 1999, mas a ideia sempre foi ser um evento financiado com
verba pública pela prefeitura e sem cobrança de ingresso para os visitantes. Existe
inclusive uma lei municipal que garante verba para produção do evento, hoje com
uma organização terceirizada, porém ainda supervisionada pela prefeitura.
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Se você nunca foi ao FIQ, junte um dinheiro e se organize para ir na
próxima edição. É uma obrigação de cada um de nós!
CCXP
Originalmente concebida como Comic Con Experience, hoje apenas
chamada de CCXP, provavelmente para evitar conflitos com nomes e mar-
cas das Comic Cons americanas, é um dos maiores eventos de quadrinhos
não só do Brasil, nem só das Américas, mas do mundo todo. A edição de
2022 teve um público de mais 280 mil pessoas. Muitas destas pessoas vão
para encontrar os artistas famosos, assistir a lançamentos de trailers, com-
prar peças de cultura pop exclusivas, entre outras atrações. Mas, como
dizem os próprios organizadores, o coração do evento é o Artists’ Valley.
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tição para conseguir uma mesa no evento aumenta a cada ano, muitas
vezes tendo o dobro de inscrições do que de mesas, e também o valor que
o artista precisa desembolsar para garantir seu espaço também tem rea-
juste regularmente. Assim, estar na CCXP se torna ao mesmo tempo uma
honra e uma grande responsabilidade. Não saber vender seu peixe pode
deixar você com um grande prejuízo para depois do evento.
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OrganizaçÕES
de classe
Apesar de não haver uma representação oficial amplamente reconhe-
cida pelos pares, nem sindicato, nem regulamentação, existem algumas
iniciativas importantes voltadas para a organização da classe.
AQC-ESP
A Associação dos Quadrinhistas e Caricaturistas do Estado de São Pau-
lo foi criada em 1984, para reunir os profissionais da categoria, procuran-
do defender seus interesses e abrir perspectivas para semi profissionais e
incentivar os amadores a abraçar esta arte. Saiba mais sobre a entidade.
Quadrinistas, uni-vos!
Organização criada na internet para organizar politicamente a classe com um
viés progressista e classista. Com centenas de integrantes pelo país, discute e atua
em prol de temas que atendam às demandas da classe dos quadrinistas. Para fazer
parte do grupo do Whatsapp, basta solicitar um convite. Saiba mais sobre o grupo.
AQUARIOS-RS
A Associação de Quadrinistas do Rio Grande do Sul foi fundada em
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2023 e tem como objetivo garantir direitos e oportunidades para quadri-
nistas que sejam de origem ou vivam no estado do Rio Grande do Sul.
Saiba mais sobre a Associação aqui.
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Considerações
finais
Se você leu todo o Manual e chegou até aqui, é hora de fazer a sua avaliação!
São apenas meia dúzia de perguntas que, ao responder, você ajudará a me-
lhorar as próximas versões do Manual para os novos leitores.
Muito obrigado!
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Licença Creative Commons
Atribuição - Não Comercial
Sem Derivações 4.0 Internacional
https://creativecommons.org/
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