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Livro Capítulo Introdução À Nutrição Funcional
Livro Capítulo Introdução À Nutrição Funcional
Livro Capítulo Introdução À Nutrição Funcional
FUNCIONAL E
FITOTERAPIA
Daniela Aguirre
Luciana de
Souza
Revisão técnica:
Sandra Muttoni
Nutricionista e Professora. Especialista em Nutrição Clínica e Dietética
pelo Instituto Metodista de Educação e Cultura (IMEC)
Especialista em Terapia Nutricional Parenteral e Enteral pela
Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE)
Mestre em Medicina - Ciências Pneumológicas pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
ISBN 978-85-9502-128-0
Introdução
A alimentação é uma das necessidades fundamentais do homem para
manter-se vivo. Através da alimentação, nosso organismo recebe os
nutrientes e as substâncias necessárias para a manutenção, o funciona-
mento e a diferenciação das células que o compõem. Os nutrientes e
não nutrientes que ofertamos ao organismo influenciam a forma como
as células funcionam, condicionando, assim, nosso estado de saúde.
Dependendo dos hábitos, podemos dar-lhe proteção ou contribuir para
o desenvolvimento de doenças.
A nutrição funcional trabalha com a individualidade bioquímica e os
efeitos dos alimentos no organismo de cada um, investigando, identi-
ficando e tratando a causa, para corrigir os distúrbios que provocam o
desequilíbrio apresentado no organismo. São utilizados como tratamento
alimentos que contenham alegações funcionais.
Neste texto, você vai aprender as principais características da nutrição
funcional, sua forma de abordagem e a diferença entre nutrição tradi-
cional e nutrição funcional.
pela lua. Nosso organismo faz parte da natureza, e ela age na fisiologia dos
organismos vivos. A cronobiologia explica que o ciclo de claro e escuro (luz
e escuridão, dia e noite) influencia na secreção hormonal humana, no com-
portamento alimentar, na atividade motora e cognitiva, na atividade celular
e na temperatura corporal.
O exemplo usado com os ciclos circadianos reflete apenas uma das mui-
tas ligações que temos com agentes que nem suspeitamos que influenciam
nosso organismo. Se a luz, a escuridão e o ciclo de 24 horas são capazes de
interferir no funcionamento do corpo humano, não seria lógico pensar que
alimentos e medicamentos – substâncias que ingerimos –se transformariam
em partes do nosso corpo? Imagine o tamanho da influência dos nutrientes e
das substâncias que ingerimos nas células, que, por sua vez, são as estruturas
que formam o aparelho humano.
O organismo humano é uma rede de infinitas conexões que se encontram
entrelaçadas, umas interferindo nas outras. É como uma bicicleta, por exemplo:
todas as peças devem estar bem encaixadas, lubrificadas e colocadas no local
certo; assim, o movimento será o adequado.
O processo de utilização do alimento pelo organismo envolve as seguintes
etapas: ingestão, digestão, absorção, transporte, utilização e excreção. As
células do intestino (os enterócitos) se renovam a cada 4 ou 5 dias. Repare,
portanto, o quanto a alimentação é importante, pois ela muda todo o perfil
da microbiota intestinal, podendo até torná-la mais permeável constante-
mente. “Os nutrientes e compostos bioativos dos alimentos são capazes de
modular a expressão gênica e, da mesma forma, características genéticas
A nutrição funcional pode ser compreendida como o estudo da relação entre os vários
sistemas do organismo, reconhecendo que existem vários fatores que influenciam no
desequilíbrio do estado de saúde do indivíduo. A partir disso, trabalha na prevenção e
no tratamento, corrigindo os desequilíbrios que geram doenças e utilizando alimentos
funcionais como terapia.
Alimentação coletiva;
Nutrição clínica;
Saúde Coletiva;
Docência;
Indústria de Alimentos;
Nutrição em Esportes;
Marketing na área de Alimentação e Nutrição.
Individualidade bioquímica
É fundamental ter a compreensão de que cada ser humano tem a sua indivi-
dualidade bioquímica. O profissional deve atender cada paciente com base
nos conceitos de genética e singularidade ambiental.
O tratamento nutricional a ser feito para duas mulheres de 30 anos e 1,70 m de estatura,
com o objetivo de melhorar a disposição e perder gordura corporal mantendo a
massa magra, não vai ser o mesmo, isto é, será um tratamento para cada mulher, pois
existem fatores bioquímicos diferentes em cada uma delas. A permeabilidade do
intestino, a absorção de nutrientes e a resposta metabólica são aspectos diferentes
devido a ritmo de vida, estresse, hábitos alimentares e físicos, uso de medicamentos
e fatores genéticos.
O profissional precisa tratar a anemia ferropriva do paciente. Além de ofertar uma dieta
rica em ferro, ele explica e prescreve nutrientes facilitadores da absorção do ferro (como
a vitamina C) para otimizar a absorção do nutriente necessário para o tratamento.
O Institute for Functional Medicine faz uma analogia interessante sobre os princípios
e a forma de ser aplicada a nutrição funcional. Confira a comparação feita entre a
nutrição funcional e uma árvore.
Na medicina funcional, os fatores mais importantes – e que examinamos em primeiro
lugar ao coletar informações sobre o paciente – são os fatores do estilo de vida, tais
como sono, exercício, nutrição, níveis de estresse, relações e genética. Esses fatores
podem ser vistos como as raízes e o solo de uma árvore. Essas partes, por sua vez, são
influenciadas por fatores predisponentes específicos (antecedentes), eventos discretos
(desencadeadores) e processos fisiológicos em andamento (mediadores), podendo
resultar em desequilíbrios fundamentais no tronco. Tais desequilíbrios podem gerar
sinais e sintomas diagnosticáveis, isto é, a doença, que é representada pelos ramos
e pelas folhas.
A medicina convencional tende a olhar para os sintomas em primeiro lugar (ramos
e folhas), o que costuma resultar em um diagnóstico. Muitas vezes, esse diagnóstico
está associado a uma substância que pode ser prescrita para tratar os sintomas, e assim
se resolve o problema. No entanto, essa abordagem negligencia os aspectos mais
fundamentais da saúde e que residem nas raízes e no tronco da árvore. Trata da mesma
forma todos os pacientes que apresentam sintomas semelhantes e desconsidera as
diferenças inerentes entre os pacientes, assim como a grande quantidade de possíveis
causas que uma “doença” pode ter.
Fonte: The Institute of Functional Medicine (2017).
Pulmonar
Endocrinologia
Cardiologia Neurologia
Gastroenterologia Hepatologia
Imunologia
Urologia
Sono e Poluentes
relaxamento ambientais
Exercício e
Microorganismos
movimento
Nutrição e Trauma
hidratação
Estresse e Redes e
resiliência relacionamentos
https://www.functionalmedicine.org/
b)
c)
d)
e)
Leituras recomendadas
ANGELIS, R. C. de. Novos conceitos em nutrição: reflexões a respeito do elo dieta
e saúde. Arquivos de Gastroenterologia, São Paulo, v. 38, n. 4, p. 269-271, out./dez.
2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ag/v38n4/14265.pdf>. Acesso em:
10 maio 2017.
BRASIL. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN Nº380/2005. Dispõe sobre
a definição das áreas de atuação do Nutricionista e suas atribuições, estabelece
parâmetros numéricos de referência, por área de atuação, e dá outras providências.
Brasilia, DF, 2005. Disponível em: <http://www.cfn.org.br/novosite/pdf/res/2005/
res380.pdf>. Acesso em: 10 maio 2017.
CENTRO DE NUTRIÇÃO FUNCIONAL. Desvendando a nutrição funcional. [2016?]. Dis-
ponível em: <http://www.vponline.com.br/portal/visualizar.php?id_noticia=38>.
Acesso em: 10 maio 2017.
COSTA, N. M. B.; ROSA, C. de O. B. Alimentos funcionais: componentes bioativos e
efeitos fisiológicos. Rio de Janeiro: Rubio, 2010.
INSTITUTE FOR FUNCTIONAL MEDICINE (IFM). IFM tools. 2017. Disponível em: <https://
www.functionalmedicine.org/getstarted/IFMTools/>. Acesso em: 10 maio 2017.
INSTITUTE FOR FUNCTIONAL MEDICINE (IFM). Principles of functional medicine. 2017.
Disponível em: <https://www.functionalmedicine.org/What_is_Functional_Medicine/
AboutFM/Principles/>. Acesso em: 10 maio 2017.
INSTITUTE FOR FUNCTIONAL MEDICINE (IFM). Why functional medicine?. 2017. Dispo-
nível em: <https://www.functionalmedicine.org/What_is_Functional_Medicine/
Why/>. Acesso em: 10 maio 2017.
INSTITUTO BRASILEIRO DE NUTRIÇÃO FUNCIONAL. Mensagem do Plenário de 2013.
2013. Disponível em: <http://www.ibnfuncional.com.br/_site/quem-somos/editorial/>.
Acesso em: 10 maio 2017.