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O Deus Que Eu Não Conhecia
O Deus Que Eu Não Conhecia
O Deus Que Eu Não Conhecia
“Eu tenho aprendido com Robert Morris sobre o Espírito Santo mais do que
com qualquer outro pastor. Seu conhecimento sobre esse assunto importante
nos motiva, nos ensina e nos equipa para abraçar a terceira pessoa da
Trindade e nos leva a um novo tempo de adoração.”
— BRADY BOYD
PASTOR TITULAR DA NEW LIFE CHURCH E AUTOR DE FEAR NO EVIL.
“O pastor Robert Morris descreve o Espírito Santo de uma maneira que não
faz com que queiramos fugir Dele ou pensemos que Ele é a parte
assustadora e a menos importante da Trindade. O Deus Que Eu Não
Conhecia faz um trabalho incrível de não apenas descrever quem o Espírito
Santo é, mas também de nos fazer desejar mais de Seu agir em nossa vida.
Essa é uma das abordagens mais equilibradas sobre o papel do Espírito
Santo que eu já vi. Você tem que ler este livro!”
— PERRY NOBLE
FUNDADOR E PASTOR TITULAR DA NEWSPRING CHURCH.
DEUS QUE EU NÃO CONHECIA
por ROBERT MORRIS
Editora Luz às Nações Ltda. ©2013
Copyright © 2011 por Robert Morris. Originalmente publicado nos Estados Unidos sob o título The God I Never Knew por WaterBrook Multnomah, um selo de The Crown
Publishing Group, uma divisão de Random House Inc., 12265 Oracle Boulevard, Suite 200, Colorado Springs, Colorado 80921.
Direitos internacionais contratados através de Gospel Literature International, P.O. Box 4060, Ontario, California 91761-1003 USA.
Tradução publicada por acordo com Waterbrook Multnomah, um selo de The Crown Publishing Group, uma divisão de Random House Inc.
Publicado no Brasil pela Editora Luz às Nações, Rua Rancharia, 62, parte — Itanhangá — Rio de Janeiro, Brasil CEP: 22753-070. Tel. (21) 2490-2551. 1ª edição brasileira: maio de
2015. Todos os direitos reservados.
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CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
Morris, Robert (Robert Preston), 1961-
M858d
O Deus que não conhecia : como a amizade verdadeira com o Espírito Santo
pode transformar sua vida/ Robert Morris ; [tradução:
Mylena de Araujo Cardoso]. - 1. ed., reimpr.
- Rio de Janeiro, RJ : Luz às Nações, 2016.
Tradução de: The God I never knew
Apêndice Inclui
índice
3854Kb; ePUB
ISBN 978-85-99858-62-2
2. Ajudador
3. Amigo
4. Deus
5. Sua Personalidade
6. Sua Alma: Mente e Vontade
7. Sua Alma: Emoções
8. Vento e Fogo
9. Pentecostes Agora
10. Submerso
11. Três Batismos, Três Testemunhas
12. Capacitado para Viver
Guia de Estudo
Agradecimentos
Sobre o Autor
1
É claro, muitos de nós nos sentimos ofendidos quando alguém pensa mal
de uma pessoa a quem amamos e respeitamos, especialmente quando a
opinião é baseada em mentiras ou em mal-entendidos. Estou certo de que
você já teve a experiência de ouvir coisas ruins sobre alguém e com isso
formar uma impressão negativa sobre aquela pessoa, mas depois a conheceu
e descobriu que ela não era nada daquilo que você imaginava.
Se você é como a maioria das pessoas, provavelmente já foi mal
informado sobre o Espírito Santo até certo ponto. Em mais de vinte cinco
anos de experiência no ministério, tenho visto em primeira mão que a
maioria dos cristãos tem uma visão distorcida, incorreta ou incompleta do
terceiro membro da Trindade. Na verdade, muitos crentes frustrados estão
como Irene Adkins esteve na maior parte de sua vida – totalmente sem
saber que uma pessoa amorosa e maravilhosa gostaria de conhecê-la e de
preencher sua vida vazia com coisas boas. Muitos têm se entregado à
derrota perpétua em suas lutas contra a tentação ou tropeçando pela vida,
tomando decisões com nada além de sua própria razão imperfeita para guiá-
los. Outros vivem um tipo de cristianismo tedioso e sem poder,
completamente em desacordo com a figura da vibrante, vitoriosa e
progressiva igreja do livro de Atos.
A vida plena e dinâmica que Jesus prometeu aos crentes é o
desenvolvimento natural da amizade íntima com Deus, o Espírito Santo.
Hoje tenho um relacionamento maravilhoso com o Espírito Santo, apesar de
não ter sido sempre assim. Quando terminarmos de explorar este tópico,
você perceberá que também pode ter um relacionamento incrível com Ele.
2
Ajudador
A ssim como muitos recém-casados, Debbie e eu não tínhamos muito no
início. Até mesmo os bens que podíamos chamar de nossos haviam sido
antes de nossos pais.
Nossa situação financeira melhorou após alguns anos de casados e, certo
dia, Debbie me perguntou se poderia comprar um edredom novo. O nosso
estava tão desbotado e surrado que praticamente dava para ler um jornal
através dele. Como um típico homem, pensei que iríamos comprar um
edredom simples. Então, quando fomos comprar, fiquei surpreso ao
descobrir que o edredom que a Debbie tinha em mente custava o preço de
uma casa nova. É claro que estou exagerando. Mas o edredom grande,
macio, fofinho e colorido que compramos era muito mais luxuoso e bonito
do que eu poderia ter imaginado.
Apesar do custo, eu estava empolgado com a nossa nova aquisição. No
dia em que o compramos, várias vezes eu me peguei imaginando como
seria me esconder debaixo da proteção daquele edredom e ficar envolvido
pelo seu calor e conforto.
Na hora de dormir, fui ao nosso quarto e, para meu espanto, o lindo
edredom novo não estava lá. Com minha melhor voz exasperada, mas
perplexa, perguntei a Debbie: “Amor, cadê o edredom novo?”
Ela olhou para mim com aquele olhar. Você sabe, aquele olhar de “não
acredito que você seja tão tolo”. A verdade é que, sim, às vezes, nós
maridos podemos ser tão tolos! Percebendo o grau da minha tolice naquele
momento, ela explicou: “O edredom novo não é para usar. É para
decoração”.
Durante os anos após aquela noite, acumulamos muitos itens domésticos
que descobri que são apenas para decorar e não para usar. Temos pratos que
eu sou proibido de usar e taças chiques em que não me deixam beber.
Temos lindas toalhas que você pode usar se estiver em nossa casa, mas eu
não. Na verdade, agora mesmo no meu banheiro, há toalhas penduradas que
sou proibido de usar.
Da mesma forma, foi dado a milhões de cristãos um presente que os
protege e conforta – o Espírito Santo – mas O tratam como se Ele fosse
apenas para decoração. Se pensarmos dessa forma, estaremos equivocados.
O maravilhoso presente que é o Espírito Santo deve ser muito mais do que
um detalhe ornamental em nossas vidas.
APRESENTANDO UM AJUDADOR
Quem é o Espírito Santo? Essa é uma grande pergunta – tão grande como
o próprio Deus.
Quando queremos conhecer alguém novo, na maioria das vezes, o
primeiro passo é ser apresentado por alguém que já conhece bem aquela
pessoa. Durante Seus anos de ministério na Terra, Jesus conhecia o Espírito
Santo melhor do que qualquer homem poderia conhecê-Lo. Então, talvez o
melhor lugar para aprender sobre o Espírito Santo inicia com Jesus e com as
palavras que Ele usou para apresentar o Espírito aos discípulos, como
relatado em João 14.
É interessante saber que os capítulos 14 a 16 do Evangelho de João
contêm o registro da conversa de Jesus com Seus discípulos na Última Ceia.
Jesus não está ensinando publicamente uma grande multidão de seguidores
casuais e espectadores curiosos num monte da Galileia. Ele não está
debatendo com os fariseus, nem falando em parábolas para os saduceus. Ao
invés, Jesus está numa pequena sala, jantando com Seus amigos mais
chegados. Ele sabe que em doze curtas horas, Ele será levado à morte na
cruz. Nesse momento incrivelmente sério, um líder que sabe que está
prestes a ser morto dá instruções e informações vitais a Seus seguidores.
Jesus inicia com palavras de consolo: “Não deixe que seus corações
fiquem atribulados. Eu estou indo embora, mas voltarei” (paráfrase do
autor). Depois, em João 14:16-17, Jesus chega ao ponto central do que Ele
quer que aqueles homens entendam: “E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará
outro Ajudador, para que fique convosco para sempre, a saber, o Espírito
da verdade, o qual o mundo não pode receber; porque não o vê nem o
conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita convosco, e estará em
vós.” (ARIB)
Não fique preso ao fato de que Jesus diz: “Eu rogarei ao Pai”. Usar o
verbo rogar dessa forma soa um pouco estranho para nossos ouvidos
modernos. Porém, a palavra grega traduzida aqui como “rogar” é traduzida
como “pedir” em muitas outras partes do Novo Testamento. Jesus está
simplesmente dizendo: “Pedirei ao Pai, e Ele dará a vocês outro Ajudador”.
Note a palavra “Ajudador”. A pessoa que o Pai enviará parece misteriosa,
mas Jesus diz aos discípulos que o papel e a natureza dela é “ajudar”. Jesus
também lhes assegura de que o Ajudador não será um completo estranho:
“mas vós o conheceis”, diz Jesus.
Um pouco mais tarde, durante essa conversa com os discípulos, Jesus faz
a terceira menção sobre a vinda do Conselheiro que será enviado pelo Pai:
“Quando vier o Ajudador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito
da verdade, que do Pai procede, esse dará testemunho de mim.”
— João 15:26, (ARIB)
Note que Jesus O chama de “o Espírito da verdade”. Jesus apresenta o
Espírito Santo a nós como a resposta definitiva para superar e desfazer a
obra de satanás, o grande Enganador e “pai da mentira” (Jo 8:44). Por
milhares de anos, desde a queda de Adão e Eva, a humanidade tropeçava na
escuridão das mentiras do diabo. Mas Jesus, que declarou ser “o caminho, a
verdade e a vida” (Jo 14:6), anunciou que enviaria um ajudador que tornaria
possível viver uma vida livre do engano.
Em João 16, Jesus dá aos discípulos a apresentação mais completa sobre
o Espírito Santo. “Aquele que será enviado é tão maravilhoso que é melhor
para você que eu vá, senão Ele não poderá vir!”. Essa é forma como eu
gosto de parafrasear – aqui está a tradução real: “Todavia, digo-vos a
verdade, convém-vos que eu vá; pois se eu não for, o Ajudador não virá a
vós; mas se eu for, vo-lo enviarei.”
— João 16:7 (ARIB)
A primeira coisa que sempre chama minha atenção nessa passagem é que
Jesus se sente compelido a dizer: “Agora, estou dizendo a verdade aqui”.
Ele sabia que as próximas palavras que falaria pareceriam inacreditáveis
para os discípulos. Eles estavam arrasados com a ideia de que Jesus iria
deixá-los. Eles O amavam, dependiam Dele. Ele era o líder que fazia
milagres. Como poderia ser bom que Ele fosse embora? Então, Jesus
imediatamente explica que apenas se Ele for para o Pai, o Ajudador poderá
ser enviado.
Jesus continua explicando algumas outras formas como o Espírito Santo
ajudaria, e as veremos em um instante. Mas agora, observe João 16:12-14.
Aqui, Jesus diz: “Tenho ainda muito que lhes dizer, mas vocês não o podem
suportar agora. Mas quando o Espírito da verdade vier, ele os guiará a
toda a verdade. Não falará de si mesmo; falará apenas o que ouvir, e lhes
anunciará o que está por vir. Ele me glorificará, porque receberá do que é
meu e o tornará conhecido a vocês.”
Vamos dar uma olhada em João 16:8-11. Nesses quatro versículos, Jesus
nos dá mais detalhes sobre como o Espírito Santo nos auxilia. Na verdade,
Ele menciona mais três aspectos do ministério do Conselheiro. Vamos ver a
passagem completa e depois analisar parte por parte: “Quando Ele vier,
convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Do pecado, porque
os homens não creem em Mim; da justiça, porque vou para o Pai, e vocês
não Me verão mais; e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está
condenado.”
Convicção
Jesus nomeia três áreas em que o Espírito Santo “convencerá” o mundo:
pecado, justiça e julgamento. O que Jesus quer dizer com o verbo
convencer? Jesus está falando sobre convencimento no sentido de
“convicção” e “persuasão”. De forma mais simples, convencer significa
levar alguém a reconhecer uma verdade. E, em Seu papel de ajudador, o
Espírito Santo convencerá o mundo das verdades de Deus concernentes ao
pecado, à justiça e ao julgamento. Ele persuadirá as pessoas de que certas
coisas são verdade.
No versículo 9, Jesus diz que o Espírito Santo convencerá o mundo “do
pecado, porque os homens não creem em Mim”. Precisamos entender que
quando o Espírito Santo convence as pessoas perdidas do pecado – ou seja,
ajuda-as a reconhecer que o pecado domina suas vidas – isso é algo bom!
Esse convencimento ou convicção é a única forma como elas se
conscientizam de que precisam do Salvador. A verdade é que ninguém
nunca passa a crer em Jesus como seu Salvador sem primeiro passar pela
convicção de que precisa do Salvador. Essa é a tarefa do Espírito Santo.
Eu fui salvo num humilde quarto de hotel. Você não precisa estar dentro
da igreja para ser salvo. Afinal, você provavelmente não morrerá numa
funerária. Seria conveniente, mas provavelmente não acontecerá. Mais do
que qualquer coisa, durante aquele momento que mudou minha vida num
hotel simples, lembro-me do convencimento do Espírito Santo. Eu havia
frequentado a igreja por toda a minha vida, mas naquele encontro fui
completamente convencido de que eu era um pecador e de que precisava de
Jesus. Aquela convicção era a ministração do Espírito Santo, e eu sou mais
grato do que palavras podem expressar por Ele ter trazido isso a minha
vida.
Pense em quando você foi salvo. Você se lembra do momento em que foi
convencido e da sua forte sensação de necessidade? Aquilo era o Espírito
Santo levando você a Jesus! Na verdade, 1 Coríntios 12:3 diz que “ninguém
pode dizer: ‘Jesus é Senhor’, a não ser pelo Espírito Santo”.
Justiça
O Espírito Santo também nos convence da justiça. Antes de explorarmos
esse ministério particular do Espírito Santo, precisamos ter um
entendimento claro sobre o que a palavra justiça significa. Ao contrário do
que todos pensam, justiça não significa “comportamento correto”. Talvez
você já tenha até escutado alguém com altos padrões morais ser referido
como uma “pessoa justa”. É claro, é bom ter padrões morais, mas isso não é
justiça. Na verdade, justiça significa ter uma “posição correta” diante de
Deus.
Por favor, note que esse versículo não diz que o Espírito Santo nos
convencerá da necessidade de viver corretamente. Apesar de uma posição
correta diante de Deus nos levar a viver corretamente, essa não é a
mensagem em João 16:8-11. Ao invés, Jesus diz que o Espírito Santo
convencerá o mundo da justiça porque “vou para o Meu Pai”. A razão pela
qual podemos ter uma “posição correta” diante de Deus é porque Jesus
ascendeu ao Pai e está sentado a Sua direita como um lembrete eterno de
que nossos pecados foram pagos (ver Hebreus 10:8-14).
Quando Jesus diz que o Espírito Santo nos convencerá da justiça, Ele está
se referindo ao fato de que todos nós precisamos ser convencidos de que a
justiça existe – de que é até mesmo possível ter uma posição correta diante
de Deus. Além disso, uma vez que nascemos de novo, o papel do Espírito
Santo é nos convencer de que fomos justificados através do sangue de Jesus
Cristo. Ele nos ajuda providenciando uma confiança interior da maravilhosa
realidade de 2 Coríntios 5:21: “Deus tornou pecado por nós Aquele que
não tinha pecado, para que Nele nos tornássemos justiça de Deus”.
Entender que fomos justificados é um presente maravilhoso. O Espírito
Santo nos ajuda a nos tornarmos completamente convencidos de que temos
uma posição correta diante de Deus e de que podemos chegar diante de Seu
trono com confiança e com a certeza de que somos aceitos, bem-vindos e
abraçados por Ele.
Juízo
Por fim, o Espírito Santo foi enviado para convencer o mundo “do juízo,
porque o príncipe deste mundo já está condenado” (Jo 16:11).
A fim de compreender esse aspecto da obra do Espírito Santo,
precisamos saber a quem Jesus se refere como “o príncipe deste mundo”.
Muitas passagens bíblicas estabelecem que Ele esteja falando sobre satanás.
Por exemplo, em João 12:31, Jesus diz: “Chegou a hora de ser julgado este
mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo”. Em João 14:30, Jesus
diz: “Já não lhes falarei muito, pois o príncipe deste mundo está vindo. Ele
não tem nenhum direito sobre mim”.
Fica claro que Jesus está falando sobre o inimigo. satanás era o príncipe
do mundo, mas ele foi julgado dois mil anos atrás através do sacrifício de
Jesus e de Sua subsequente vitória sobre a morte, o inferno e a sepultura. O
Espírito Santo nos convence dessa verdade ao nos mostrar que o ex-
príncipe deste mundo, satanás, já foi julgado e expulso. Ele já não tem
nenhuma autoridade sobre nossas vidas. Ele é um fora da lei.
Um Entendimento Correto
Amigo
Eu cresci numa pequena cidade do Texas. Como uma comunidade
pequena típica dos Estados Unidos, minha cidade natal tinha uma variedade
de igrejas. Nós também tínhamos televisão cristã. Quando eu era criança,
essas duas coisas me expuseram a diferentes correntes do Cristianismo.
Minhas observações, confessadamente superficiais e um tanto céticas me
levaram a concluir bem cedo na vida que os cristãos que falavam muito
sobre o Espírito Santo frequentemente se incluíam em um de dois grupos:
um em que as mulheres pareciam não usar maquiagem nenhuma, ou outro
em que elas usavam maquiagem demais. Durante muito tempo, achei que
qualquer mulher que decidisse querer ter uma experiência profunda com o
Espírito Santo enfrentava o difícil dilema: Vou parar de usar maquiagem,
ou vou passar a usá-la mais?
AS MENTIRAS DO INIMIGO
É claro que estou brincando, mas esses estereótipos estão realmente vivos
e bem de saúde, hoje em dia, entre muitos que amam a Jesus. Muitas
pessoas sinceramente relutam em abraçar a oportunidade de ter um
relacionamento transformador de vida com o Espírito Santo por causa
desses estereótipos.
Quem você acha que é o autor desses enganos? É satanás – aquele que
quer nos fazer pensar que convidar o Espírito Santo para nossas vidas não
tem nada a ver com amizade. Ele é o inimigo que quer nos convencer de
que dar ao Espírito um papel maior em nossa vida nos tornará esquisitões.
Pense sobre isso. Se a vinda do Ajudador, o Espírito Santo, é realmente
algo maravilhoso para os crentes, não é lógico que o inimigo queira nos
manter distante dessa ajuda? Afinal, um aspecto da obra do Espírito Santo é
nos convencer de que satanás já foi julgado e despojado de sua autoridade.
Então, é realmente tão difícil imaginar que satanás quer nos impedir de
receber essa convicção e agir de acordo com ela?
Estou convencido de que uma das principais estratégias de satanás para
impedir as pessoas de experimentar toda a ajuda e todos os benefícios
maravilhosos que vêm a partir de um relacionamento com o Espírito Santo
é nos convencer de que seremos esquisitos – muito esquisitos!
Satanás tem muita ajuda para reforçar essa mentira, é claro. O mundo
tem sua porção de pessoas verdadeiramente excêntricas, e algumas delas
são cristãs “cheias do Espírito”. Mas aqui vai uma notícia de última hora:
elas eram esquisitas mesmo antes de serem cheias do Espírito! Elas
simplesmente são assim por natureza. Também seriam esquisitas mesmo se
nunca tivessem sido salvas e tivessem se tornado colecionadoras de
moedas. Seriam simplesmente colecionadores de moedas esquisitos.
As pessoas às vezes fazem coisas bizarras e depois dizem que foi o
Espírito Santo quem as fez através delas. Não foi Ele. O Espírito Santo não
é esquisito. Eu sei disso porque O conheço bem. Ele é um grande amigo
meu.
Quando o Espírito Santo se torna seu amigo, Ele traz quatro benefícios
incríveis para sua vida. Vamos vê-los brevemente.
Poder
Atos 1:8 diz: “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer
sobre vocês”. Infelizmente, muitos cristãos batalham todos os dias para
viver a vida cristã, e experimentam todos os tipos de derrotas, precisamente
porque tentam vivê-la com sua própria força. Eles são salvos, mas ainda
vivem uma vida de derrota e de ineficácia, morrem e vão para o céu. No
entanto, passam a vida inteira sem usar o único poder que torna possível
uma vida vitoriosa.
Amor
O famoso capítulo bíblico do amor, 1 Coríntios 13, está localizado entre
dois capítulos que exploram os dons do Espírito Santo. De acordo com
Romanos 5:5, o Espírito Santo torna possível que andemos no amor de
Deus com os outros: “E a esperança não nos decepciona, porque Deus
derramou Seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que
Ele nos concedeu”.
Talvez a razão pela qual muitos cristãos lutam para andar em amor e
falham é que nunca abram seu coração para o Espírito Santo, Aquele que
possui a tarefa de derramar o amor de Deus em nós. O grande evangelista
no século XIX, Charles Finney, descreveu assim o encontro que teve com o
Espírito Santo, encontro este que transformou sua vida: “O Espírito Santo...
parecia se mover dentro de mim, passando pelo meu corpo e pela minha
alma... Eu podia sentir aquilo, como uma onda de eletricidade correndo
através de mim. Parecia mesmo vir em ondas de amor líquido, pois eu não
poderia expressar isto de outra forma.”2
Para Finney, essa experiência com o amor de Deus através do Espírito
Santo foi tão transformadora que no dia seguinte ele desistiu de sua carreira
lucrativa como advogado e começou a pregar em tempo integral. Ele se
tornou um dos mais influentes avivalistas da história da nação norte-
americana.
Fruto
De acordo com Gálatas 5:22, quando permitimos que o Espírito Santo
habite totalmente em nossas vidas, Ele produz amor, alegria, paz, paciência,
bondade, mansidão e muitas outras coisas boas. Aliás, Paulo inicia essa
conversa específica sobre o Espírito Santo com as seguintes palavras: “Por
isso digo: vivam pelo Espírito” (v. 16). E a termina da mesma forma com as
seguintes palavras: “Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo
Espírito” (v. 25).
Como pastor, frequentemente encontro pessoas que me perguntam o
segredo de ser uma pessoa com grande paz, ou paciência, ou mansidão, ou
bondade. Eu digo que não há segredo. Todas essas qualidades e outras são
subprodutos naturais de desfrutar da presença e da amizade do Espírito
Santo. É isso que Paulo quer dizer com andar “pelo Espírito”.
Dons
O fruto do Espírito é um dom. As qualidades que Ele produz em nossas
vidas são como pacotes do próprio Céu, cheios de bênçãos, milagres e
poder.
Os primeiros crentes do Novo Testamento (ver Atos 2) que abriram a
porta para o Espírito Santo viraram o mundo de cabeça para baixo!
Milhares vinham para o Reino, milagres aconteciam e vidas eram
transformadas em todos os lugares a que iam. Não é surpresa que satanás
fique aterrorizado com a ideia de que o povo de Deus se abra totalmente
para receber a ajuda do Espírito Santo. Não deveríamos nos surpreender
com o fato de que o diabo tem feito o seu melhor para tornar esse assunto
controverso.
Perder os dons que o Espírito traz é muito triste. Porém, perder a amizade
com Ele é trágico. Descobri essa verdade de forma inusitada no início da
minha vida cristã.
Eu não havia nascido de novo quando Debbie e eu nos casamos. Nove
meses depois do casamento, recebi Jesus como meu Senhor e passei a
reconhecê-lo como meu Salvador. Apesar de aquilo ter sido um
acontecimento poderoso e transformador, ainda havia em mim muitas
questões emocionais que precisavam de cura e de restauração. Primeiro, eu
era inseguro e até temia outras pessoas. Eu costumava usar uma máscara de
confiança, mas era uma fina fachada de petulância cobrindo uma grande
quantidade de baixa autoestima.
Além de falar através da Sua Palavra, Deus também fala com as pessoas.
Ele não tem ficado em silêncio durante os últimos dois mil anos! Hebreus
13:8 nos diz que Deus não muda; Ele “é o mesmo ontem, hoje e para
sempre”. Sendo isso verdade, por que é tão difícil aceitar que Deus ainda
fala conosco hoje?
O próprio Jesus falou sobre a voz do Espírito: “Eu lhes asseguro que
aquele que não entra no aprisco das ovelhas pela porta, mas sobe por outro
lugar, é ladrão e assaltante. Aquele que entra pela porta é o pastor das
ovelhas. O porteiro abre-lhe a porta, e as ovelhas ouvem a sua voz. Ele
chama as suas ovelhas pelo nome e as leva para fora. Depois de conduzir
para fora todas as suas ovelhas, vai adiante delas, e estas o seguem, porque
conhecem a sua voz. Mas nunca seguirão um estranho; na verdade, fugirão
dele, porque não reconhecem a voz de estranhos... As minhas ovelhas
ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.”
João 10:1-5,27
Cinco vezes, nesses versículos, Jesus se refere ou ao pastor falando, ou às
ovelhas ouvindo a voz do pastor. As ovelhas não escutam apenas sua
palavra, mas também sua voz. Nós somos as ovelhas de Jesus e, de acordo
com Sua Palavra, podemos e devemos ouvir Sua voz – a voz do Espírito.
Quando a escutamos, devemos conhecê-la.
Debbie e eu nos casamos em 1980, mas nos conhecíamos desde o
colégio. De vez em quando ela me liga de um telefone cujo número não
reconheço. Quando isso acontece, atendo a ligação e cuidadosamente digo:
“Alô?”. E escuto a voz do outro lado dizer “Oi!”.
Essa única palavra é tudo de que preciso. Minha voz e minha entonação
mudam para uma expressão de afeto e de familiaridade. Sem hesitar,
respondo: “Oi, amor. Tudo bem?”. Eu conheço a voz da minha querida
esposa. E a tenho escutado por mais de trinta anos. Após todo o tempo que
passamos juntos, conversando e simplesmente vivendo, conheço a voz dela
melhor do que qualquer outra na Terra.
Deus
Você se lembra da história que contei anteriormente sobre as palavras de
conselho que meu pastor me deu quando eu estava indo para o seminário?
Ele disse o seguinte: “Cuidado com as pessoas que falam sobre o Espírito
Santo”.
Eu não quero pegar no pé dele – apesar de ter me referido às suas
palavras duas vezes agora. Eu sei que ele era um bom homem e que amava
ao Senhor. E não tenho dúvida de que, se eu tivesse lhe perguntado se ele
acreditava no Espírito Santo como a terceira pessoa da Trindade e como
“Deus” tanto quanto o Pai e o Filho, ele teria dito prontamente: “Com
certeza!”.
No entanto, suas palavras de conselho revelaram algo sobre sua atitude.
Num sentido muito real, é como se ele tivesse me dito: “Cuidado com as
pessoas que falam sobre Deus”. Na verdade, enquanto eu crescia, a tradição
da nossa igreja tendia a pular alguns versículos bíblicos que falavam sobre
o Espírito Santo e Seus dons. E, por alguma razão, nunca chegávamos a
estudar muitos capítulos do livro de Atos. Talvez sua igreja seja assim
também.
Se sim, é possível que você não veja o Espírito Santo completamente
como Deus. Sem mesmo saber, você aceitou um ensinamento incorreto e
sutil de que o Espírito Santo é um tipo de membro de segunda classe da
Trindade.
De certo modo, nada disso deveria nos surpreender porque o Espírito
Santo nunca chama a atenção ou fala sobre Si mesmo. Ele apenas quer falar
sobre Jesus e ver o Filho ser exaltado. Quando Jesus apresenta o Espírito
Santo aos Seus discípulos em João 16, Ele diz: “Ele me glorificará, porque
receberá do que é meu e o tornará conhecido a vocês” (v. 14). Em outras
palavras, uma parte principal da missão do Espírito Santo é revelar coisas
celestiais que glorificam Jesus. Ele não é maravilhoso? diz o Espírito
Santo. Sua vida terrena foi tão incrível; Seu sacrifício foi tão enorme; Sua
vitória foi tão impressionante; Jesus é tão digno de glória, e honra, e poder,
e domínio.
Porém, apesar de o Espírito Santo não se vangloriar, não devemos pensar
que Ele não é um membro pleno e equivalente da Divindade. Ele é a
terceira pessoa da Trindade. O Espírito Santo é Deus.
AS ESCRITURAS REVELAM A TRINDADE
O que o Espírito Santo tem falado a você até agora enquanto exploramos
quem Ele é? Como está seu relacionamento com Ele? Permita-me desafiar
você a fazer uma avaliação honesta sobre isso em seu coração. Tenha
coragem de fazer a si mesmo as seguintes perguntas.
Você tem um pouco de medo do Espírito Santo? Você já viu alguns maus
exemplos – alguns abusos ou usos impróprios – que fizeram com que seu
coração se fechasse para a ministração do Espírito Santo? Isso já fez com
que você recuasse quando sentiu a presença ou o toque do Espírito Santo?
Se sim, encorajo você a reconhecer três verdades antes de avançarmos
em nossa jornada: (1) o Espírito Santo foi enviado para ser seu ajudador, (2)
Ele deseja ser seu amigo íntimo, e (3) a verdade que torna essas duas
declarações as mais incríveis de todas é que Ele é Deus.
5
Sua Personalidade
Eu tenho uma poltrona favorita. Eu gosto muito dela, mas ela não sente o
mesmo por mim. Na verdade, não é possível ter um relacionamento com
esse objeto.
Note que eu chamei minha poltrona de “objeto”. A maioria de nós
aprende, em nossas primeiras aulas de português, que o pronome isso se
refere a um objeto e não a uma pessoa. Porém, as pessoas usam
frequentemente esse pronome para falar do Espírito Santo. Quantas vezes
não ouvimos alguém falar: “O Espírito Santo é como o vento... Precisamos
mais disso em nossas vidas”?
Esse tipo de linguagem revela uma atitude mental de que o Espírito Santo
não é uma pessoa, mas algum tipo de força impessoal. Essa é uma visão
comum. Aliás, sistemas teológicos inteiros foram construídos em volta da
premissa de que o Espírito Santo não tem pessoalidade, isto é, identidade de
pessoa, indivíduo. Mesmo nos primeiros séculos da igreja, um movimento
herege chamado Arianismo negava a pessoalidade do Espírito Santo. Hoje
em dia, a seita dos Testemunhas de Jeová acredita no mesmo.
No entanto, essa visão apresenta um grande problema. Se não virmos o
Espírito Santo como uma pessoa, nunca desenvolveremos um
relacionamento pessoal com Ele. Por quê? Porque é impossível desenvolver
um relacionamento pessoal com um objeto ou com uma coisa. Nunca
pensei em compartilhar meus sentimentos com minha poltrona favorita e
nunca conversei com uma árvore no quintal.
Somente podemos experimentar os incríveis benefícios e alegrias que
vêm da amizade com o Espírito Santo quando entendemos completamente
que Ele é uma pessoa.
UM NOME OU UM PAPEL?
Fica claro que Deus possui mente, vontade e emoções. Isso significa que
Ele tem uma alma. E isso é válido para Deus Pai, Deus Filho e Deus
Espírito Santo. (Discutiremos sobre a alma do Espírito Santo nos capítulos
seguintes.) Como cristãos, temos Alguém vivendo em nós, Alguém que é
Deus. Ele tem a mente de Deus, Ele conhece a vontade de Deus, e Ele
conhece os sentimentos de Deus. Ele reside dentro de nós porque deseja nos
ajudar a pensar da forma como Deus pensa, desejar o que Deus deseja e
sentir o que Deus sente. Que privilégio!
OS ATRIBUTOS DE DEUS
Sei que essas ilustrações parecem ridículas, mas como sou pastor, as
pessoas sempre me abordam esperando que eu pergunte a Deus sobre a
vontade Dele para a vida delas. Minha resposta é praticamente sempre a
mesma: “Não. Ele é seu Pai celestial também. Você deve perguntar isso a
Ele!”.
É claro, eu certamente concordo em buscar conselhos sábios antes de
tomar uma decisão. Mas isso não é o mesmo que esperar que outra pessoa
escute a voz de Deus em seu lugar porque você não pode ou não quer.
Lembre-se, outras pessoas podem escutar a voz de Deus com você, mas
não por você. O Pai e o Filho enviaram o Espírito Santo para que
pudéssemos ter um relacionamento pessoal com Deus.
Lembro-me de uma vez que um homem se aproximou após um culto. Ele
disse: “O senhor poderia buscar uma palavra de Deus para mim?”.
Eu olhei para ele meio surpreso por um momento e disse: “Tudo bem, se
Deus me disser algo sobre você eu lhe informarei. Mas acho que isso não
vai acontecer”.
No dia seguinte, enquanto eu passava tempo a sós com o Senhor, eu me
lembrei daquele homem e do seu pedido. Eu não queria ignorar a
oportunidade caso Deus quisesse ministrar na vida daquele homem. Então,
sem cerimônia, perguntei: “Pai, existe algo que o Senhor queira que eu diga
àquele homem?”. No mesmo instante, ouvi a voz familiar do Senhor
responder dizendo: Sim. Diga que quero conversar com ele pessoalmente.
Diga para ele passar no meu escritório amanhã de manhã!
Eu posso testemunhar que as pessoas podem escutar a voz do Espírito
Santo – clara, poderosa e consistentemente. Tenho vivido minha vida assim
há anos.
Ele fala comigo sobre minhas decisões e me ajuda a escolher com mais
sabedoria do que eu jamais conseguiria sozinho. Afinal, Ele conhece o
futuro. Às vezes, um caminho que parece prudente e seguro na superfície
pode resultar num desastre. Não posso contar quantas vezes me deparei
com uma escolha, mas quando pedi ao Espírito Santo por direção naquela
situação, Ele me direcionou a um caminho menos provável. Sua direção
nunca falhou em operar para o meu benefício.
Assim como vimos, tudo que entristece o Espírito Santo está relacionado
com a forma como tratamos uns aos outros. Porém, precisamos adicionar
uma verdade importante a esse entendimento: se você tem amargura em
alguma área da sua vida, há veneno em seu sistema. A amargura envenena
você emocional, espiritual, mental e fisicamente.
Por toda sua vida, Simão havia sido o grande homem com poder
sobrenatural naquela área. Ele era o feitor de maravilhas cujo feitiço
causava muitos “oohs” e “aahs”. É claro que a fonte do poder dele de
feiticeiro havia sido demoníaca ao invés de celestial.
Simão assistiu aos apóstolos colocarem a cidade de cabeça para baixo
com sinais e maravilhas milagrosos. Ele perdeu todo seu poder antigo
quando foi salvo. Inveja e ciúme o consumiram até que ele finalmente
tentou comprar o poder do Espírito Santo. Claro, a ironia é que, como
crente, Simão já possuía o poder do Espírito completamente disponível para
ele! O próprio Jesus havia dito que todos os sinais e maravilhas feitos pelos
discípulos eram o fruto natural que acompanha aqueles que creem Nele:
“Estes sinais acompanharão os que crerem: em meu nome expulsarão
demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se beberem
algum veneno mortal, não lhes fará mal nenhum; imporão as mãos sobre os
doentes, e estes ficarão curados.”
Marcos 16:17-18
Iniquidade
Além da amargura, Simão também estava “em laço de iniquidade”. Não
usamos a palavra iniquidade no vocabulário do dia a dia. Essa palavra
antiga se refere à prisão que o pecado habitual cria em nossas vidas. Pecado
é um acontecimento; iniquidade é um estilo de vida. Pecado é um ato;
iniquidade é um hábito.
No caso de Simão, sua iniquidade vinha da prisão a algum tipo de
imoralidade. Isso é compreensível, pois Simão havia se rendido a poderes
demoníacos durante a maior parte de sua vida. Não se pode brincar com o
diabo por anos sem se envolver em alguns hábitos e práticas diabólicos.
Todos nós trazemos bagagem para nossa nova vida em Cristo, e Simão
não era exceção. Você provavelmente notou que todos os seus hábitos
impuros não simplesmente desapareceram no momento em que você
recebeu Jesus em sua vida.
A vida cristã é uma jornada para o alto. No momento em que nascemos
de novo, nós nos tornamos justificados – colocados numa posição correta
diante de Deus. Mas a santificação – tornar-se puro e mais parecido com
Cristo em nosso comportamento – é um processo. O Espírito Santo quer ser
nosso parceiro e amigo nesse processo. É por isso que entristecemos o
Espírito quando permitimos que uma fortaleza de iniquidade permaneça
mesmo quando Ele já a revelou para nós. É claro, algumas iniquidades são
superficiais e têm fraca influência sobre nós; porém, outras têm raízes que
são bem profundas.
MEU LINDO PRESENTE DE ANIVERSÁRIO
Naquele ano, meu aniversário caiu numa segunda-feira. Nas três noites
anteriores, eu estava agendado para ministrar numa reunião “profética” de
uma igreja em outra cidade. Junto com uma equipe de outros preletores, eu
estaria profetizando sobre as pessoas – dando palavras de encorajamento e
de conforto da parte do Espírito Santo.
Na primeira noite – a sexta-feira anterior ao meu aniversário – eu estava
escutando a voz do Espírito Santo mais claramente como nunca antes. Eu
estava recebendo palavras de encorajamento, sobrenaturalmente detalhadas
para as outras pessoas, enquanto o Espírito Santo me mostrava áreas
escondidas de dor e feridas que Ele queria curar. Lembro-me de ter
pensado: Uau, já estou recebendo meu presente de aniversário. Estou
ouvindo Deus tão claramente, e já estou ajudando as pessoas!
Quando voltei ao quarto do hotel naquela noite, eu estava tão agitado que
não conseguia dormir. Liguei a televisão e comecei a passar os canais.
Infelizmente, passei por um canal em que passava um filme que nenhum
cristão deveria assistir. Naquele momento, eu precisava desligar a televisão.
As razões inundaram minha mente: Sou um templo do Espírito Santo, e o
que eu coloco diante dos meus olhos o Espírito Santo vê. E Ele se entristece
com meu pecado e com minha iniquidade.
Mas não desliguei. Assisti àquele programa profano. Lembro-me de me
sentir muito impuro depois.
Em meu momento de silêncio com Deus na manhã seguinte, acheguei-me
a Ele e disse: Senhor, confesso isso a Ti. Peço que me perdoe. Não sei por
que continuo a voltar a essa parte da minha vida repetidamente. A verdade
é que eu já sabia por que – era uma fortaleza não destruída em minha vida,
remanescente da época antes de eu ser salvo. Eu ainda estava em laço de
iniquidade nessa área de imoralidade.
No sábado à noite, eu cheguei à igreja e todos esperavam que eu fosse
ministrar profeticamente de novo. Só havia um problema. Eu não conseguia
ouvir a voz do Espírito Santo. Nada. Apenas silêncio. Eu havia confessado
e me arrependido do meu pecado. E eu sabia que Deus, fiel à Sua Palavra,
havia me perdoado. Mas, ainda assim, eu não podia ouvir nada. O Espírito
Santo estava comigo, mas Ele estava em silêncio absoluto. Então,
improvisei o melhor que eu pude. Acho que foi o culto mais longo em que
já estive.
Eu estava muito apreensivo sobre o culto de domingo de manhã. Mas
quando cheguei à igreja, o líder da equipe profética nos reuniu e disse:
“Tenho uma palavra do Senhor queimando em meu coração, e não acho que
Ele quer que ministremos profeticamente hoje de manhã. Acho que Ele
quer que eu pregue”. Eu tentei não parecer aliviado demais.
Quando chegou o momento da pregação, aquele homem se levantou e
disse: “O Senhor quer que eu ensine sobre o assunto de iniquidade. Quero
mostrar a vocês algumas coisas em Sua Palavra sobre as prisões e fortalezas
que muitos de nós temos – inclusive muitos cristãos maduros – e que detêm
nossa eficácia no reino de Deus”.
Eu estava sentado na primeira fileira e pensei: Entendi, Senhor. Isso é
para mim.
Em certo ponto da mensagem, o preletor começou a dizer que, quando o
Espírito Santo nos avisa sobre algo e nós ignoramos Seu aviso, isso é
equivalente a dar um “empurrão” Nele. Praticamente, dizemos ao Espírito
Santo: “Não quero Você na minha vida. Não quero escutá-Lo. Não quero
segui-Lo – apesar de Você ter meus maiores interesses em mente”. O
pregador em seguida falou sobre como não podemos repelir o Espírito
Santo com o pecado num momento e depois esperar que Ele fale conosco
sobre outro assunto momentos depois. Ai! eu pensei.
Em seguida, ele foi inequivocadamente claro. Ele disse: “Se você tem
feito isso, você tem entristecido o Espírito Santo. E Deus me instruiu a dizer
que se você se humilhar e vier a esse altar, Ele te libertará”.
Lembro-me de que pensei, Esse sou eu. Essa mensagem toda foi para
mim, e eu quero desesperadamente ser liberto. Eu vou.
Porém, imediatamente, tive outro pensamento. Sou um dos pastores aqui.
Não posso me ajoelhar lá na frente e responder a esse apelo. Não vou.
Depois veio um terceiro pensamento: As pessoas não irão presumir que
eu tenho um pecado horrível na minha vida. Já que sou um pregador, elas
pensarão que eu não tenho lido minha Bíblia e orado o suficiente. Eu vou
lá.
Enquanto eu estava ali de pé lutando comigo mesmo, o pregador disse
mais uma coisa: “A propósito, não estou falando de pecados como não orar
ou não ler sua Bíblia o suficiente. Estou falando sobre ter um pecado sujo,
profano e vergonhoso em sua vida, pecado que tenha se tornado uma
fortaleza”.
Então o Espírito Santo falou gentilmente: Você ainda vai, Robert? Você
ainda quer ser liberto?
Eu respondi: Sim, eu vou. Serei o primeiro a chegar lá, pois estou
cansado de viver dessa maneira.
Caminhei até a frente e me ajoelhei no altar. Naquele momento, Deus fez
uma cirurgia no meu coração e na minha vida da qual volto a me lembrar
até hoje. Mas aí vai o resto da história.
Na segunda-feira de manhã, assim que meus olhos abriram, ouvi a clara e
doce voz do Espírito Santo dizer duas palavras: Feliz Aniversário!
Naquela hora, lembrei-me de que eu havia pedido para ouvir a voz do
Espírito Santo mais claramente. Mas Deus sabia que existia uma barreira
dentro de mim – uma fortaleza de iniquidade que entristecia o Espírito
Santo repetidamente. Ele sabia que aquele pecado me impedia de escutá-Lo
claramente, então Ele trabalhou isso em mim, porque eu havia pedido.
Que presente maravilhoso. Que amigo maravilhoso.
RESUMINDO
O Espírito Santo falou algo com você através desses capítulos anteriores?
Ele acendeu uma luz em alguma área escura da sua vida? Ele fez com que
você descobrisse alguma área em que você está “em laço de iniquidade”?
Se você se humilhar hoje, Ele libertará você.
Você pode se ajoelhar onde você está agora mesmo e fazer desse lugar
um altar. Você pode ser “o primeiro a chegar lá”, como eu fui. O Espírito
Santo se encontrará com você e o libertará.
8
Vento e Fogo
Imagine que você está conversando com uma boa amiga. No meio da
conversa, ela fala sobre um homem que nunca havia mencionado antes. Ele
parece interessante, então você faz algumas perguntas.
“Quem é ele?”
“Como ele é?”
“O que ele faz?”
Em essência, temos apresentado uma série similar de perguntas sobre o
Espírito Santo. Ao responder algumas questões básicas que naturalmente
perguntaríamos sobre qualquer pessoa, estou apresentando meu melhor
amigo a você.
Nós começamos com a pergunta: “Quem é essa pessoa?” Prosseguimos
com a importante pergunta: “Como é essa pessoa?” E agora vamos
continuar cavando mais fundo para saber quem o Espírito Santo é,
observando como Ele deu poder aos primeiros cristãos no Dia de
Pentecostes.
DEFINIÇÕES
Pentecostes era e ainda é uma das três maiores festas da nação de Israel.
O próprio Deus instituiu esses eventos através de Moisés. O calendário
santo judaico contém um total de sete festas, mas todas as sete se encontram
em três grandes feriados de vários dias que ocorrem no primeiro, no terceiro
e no sétimo mês do calendário judaico. Esses três feriados são a Festa da
Páscoa, a Festa de Pentecostes e a Festa dos Tabernáculos. Antes de os
exércitos romanos destruírem o templo de Jerusalém em 70 d.C., judeus de
todo o mundo romano viajavam a Jerusalém três vezes ao ano para fazer
sacrifícios e para celebrar essas festas.
Na Festa da Páscoa, eles celebravam o evento em que, séculos antes, no
Egito, o anjo da morte passou sobre os filhos de Israel na noite anterior à
sua grande libertação da escravidão. Naquela noite, eles foram salvos por
terem passado o sangue de um cordeiro nos umbrais da porta de suas casas.
Esse acontecimento previa o dia futuro quando toda a humanidade receberia
a oferta de libertação da escravidão do pecado e da morte eterna através do
sangue de Jesus, o Cordeiro de Deus.
Como o nome sugere, a Festa de Pentecostes sempre foi celebrada no
quinquagésimo dia após o festival da Páscoa. Pente é a palavra grega para
“cinco”, e o sufixo koste indica “vezes dez”. Essa festa comemorava o fato
de Deus ter dado a Lei a Moisés no Monte Sinai cinquenta dias depois do
êxodo do Egito.
Como você talvez saiba, o número sete aparece muitas vezes ao longo
das Escrituras e simboliza inteireza, maturidade plena, ou perfeição. Deus
ordenou que a Festa de Pentecostes ocorresse sete semanas após a Páscoa,
mais um dia. Já que uma semana é composta de sete dias, Pentecostes
acontece um dia depois de sete dias vezes sete – um período de tempo
perfeitamente perfeito.
Isso é tão apropriado! Como você está prestes a ver, Deus usou o festival
divinamente ordenado de Pentecostes para apresentar a pessoa que tornaria
possível que todo crente se tornasse maduro e completo.
O QUE ACONTECEU NO DIA DE PENTECOSTES?
Pentecostes Agora
Talvez você seja como eu e ocasionalmente inveja as pessoas da Bíblia
que testemunharam extraordinárias obras de Deus ou sinais e maravilhas
espetaculares. Não foi possível eu e você testemunharmos a abertura do
Mar Vermelho, nem foi possível fazermos parte da incrível façanha de
construção de Noé (esse navio já partiu, por assim dizer). Mas posso
garantir a você uma coisa: apesar de aquele dia maravilhoso, Pentecostes,
ter ocorrido dois mil anos atrás, nós ainda podemos experimentá-lo!
CADA UM E TODOS
E em Atos 19, “Quando Paulo lhes impôs as mãos, veio sobre eles o
Espírito Santo, e começaram a falar em línguas e a profetizar” (v. 6).
Já ouvi algumas pessoas dizerem “Eu não posso experimentar
Pentecostes porque isso aconteceu dois mil anos atrás”. Minha resposta é
apresentar um questionamento: Você pode ser salvo por causa da morte e da
ressurreição de Jesus? É claro! Todos os dias pessoas são salvas ao colocar
sua fé em Jesus Cristo. Bem, isso aconteceu dois mil anos atrás também.
Você não estava vivo quando Jesus estava na Terra, mas a salvação é
completamente disponível para você agora, pois através de Sua morte e Sua
vitória sobre a morte, Jesus abriu a porta de uma vez por todas.
Demorei um tempo para responder essa questão para mim mesmo. Eu era
um cristão nascido de novo há alguns anos, antes de experimentar o
cumprimento de Pentecostes na minha vida. Um pastor que era cheio do
Espírito Santo abriu os meus olhos para a necessidade de receber a
plenitude do Espírito Santo. Ele estava pregando e me fez um convite no
final de seu sermão. Com certo receio e apreensão, eu fui à frente. Lembre-
se, eu havia recebido muitos ensinamentos negativos sobre o Espírito Santo
no passado e havia visto algumas pessoas muito esquisitas que diziam ter
relacionamento com Ele.
Lembro-me de haver pensado: Ok, Espírito Santo. Eu quero receber
você, mas não quero mudar meu cabelo, não quero ser esquisito, e
definitivamente não quero falar em línguas. Não usei exatamente essas
palavras, mas a atitude do meu coração dizia: Espírito Santo, eu quero que
você venha sobre mim, mas somente com as minhas condições. Estou
recebendo você, apesar de ter algumas reservas quanto a isso. Quero que
você saiba que eu tenho algumas preocupações e estipulações, mas se Você
puder agir de acordo com minhas condições e prometer se comportar, então
será bem-vindo na minha vida. Até certo ponto... eu acho.
Não é de surpreender que não vi muito aumento de poder ou atividade
milagrosa em minha vida após aquele convite fraco e insultante que fiz.
Mais ou menos um ano depois, após passar bastante tempo estudando o que
a Bíblia fala sobre a obra e o ministério do Espírito Santo, eu fiquei
profundamente convicto e arrependido da minha atitude anterior. Eu percebi
que havia permitido que meu preconceito religioso e minhas concepções
erradas me impedissem de receber completamente o Espírito Santo.
Escrevi este livro não para fins de informação, mas para transformação.
Meu objetivo não é satisfazer sua curiosidade ou adicionar riqueza ao seu
conhecimento. Minha meta é estimular sua sede de Deus. Desejo que você
seja transformado pela Palavra Dele.
Então, posso lhe fazer uma pergunta pessoal? Você precisa receber o
Espírito Santo? Você precisa experimentar a realidade completa de
Pentecostes? Antes de responder, talvez você deva fazer a Ele essa pergunta
com um coração aberto, confiante e humilde.
Se a resposta for sim, tudo que você precisa fazer é pedir. Mas você deve
pedir sem condições. Por quê? Porque Ele é Deus. Apenas se lembre de que
Ele não é um Deus esquisito. Ele também não é um Deus durão. Ele é um
Deus bondoso e manso que deseja nos encher de amor, paz e alegria! Abra
seu coração a Ele e não permita que nenhum abuso ou uso impróprio que
você tenha visto no passado faça com que você peça com receio.
Da mesma forma como você recebeu Jesus pela fé, abra seu coração e
receba o Espírito Santo com fé e alegria!
10
Submerso
Você provavelmente já viu fotos da Torre inclinada de Pisa, na Itália. Na
verdade, essa torre é um campanário da catedral da cidade de Pisa. Você
sabia que esse famoso monumento foi projetado para ficar ereto? Mas por
causa de uma fundação mal construída, a torre começou a se inclinar logo
após o início de sua construção em 1173.
Fundações são importantes, pois elas transferem o peso de um edifício
para o solo. Pense na fundação da sua casa. Talvez seja uma fundação do
tipo rasa, uma laje de concreto sobre colunas e vigas, para suspender a
maior parte da sua casa acima do solo, protegendo-a de possíveis enchentes,
ou uma fundação mais profunda, no subsolo, ou até com porão. Em grandes
construções, as fundações frequentemente se estendem até o nível rochoso
do solo.
Estamos aprendendo que o Espírito Santo é uma pessoa que pode ser
nosso amigo. Entendemos agora que Ele não é uma força mística ou
impessoal, mas uma pessoa a quem podemos conhecer, amar e em quem
podemos confiar. Essa fundação é essencial para abordarmos o próximo
assunto da forma apropriada.
O DIABO DESPERTA CONTROVÉRSIA
Peço que você pondere mais uma questão: quais foram as instruções
finais de Jesus aos Seus discípulos?
Jesus aparecia de vez em quando aos Seus discípulos durante os quarenta
dias após a Ressurreição. Finalmente, chegou um dia em que Ele lhes deu
palavras de instrução pela última vez. Isso aconteceu logo antes de Sua
ascensão ao Céu. Muitas pessoas pensam que Suas últimas palavras de
instrução são aquelas nos dois versículos finais do livro de Mateus:
“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome
do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as
coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os
dias, até a consumação dos séculos. Amém”.
Mateus 28:19-20, ACF
A palavra fiquem quer dizer “esperem”. Você não acha que Jesus
escolheria com cuidado as palavras que Ele sabia serem as últimas que os
discípulos O ouviriam dizer? Não seria sensato entender que elas são
instruções importantes?
A última ordem Dele foi que esperassem. Esperar pelo quê? Pela
Promessa. Como vimos antes, as palavras de Deus também estão gravadas
no primeiro capítulo de Atos: “Certa ocasião, enquanto comia com eles,
deu-lhes esta ordem: ‘Não saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa
de meu Pai, da qual lhes falei. Pois João batizou com água, mas dentro de
poucos dias vocês serão batizados com o Espírito Santo.’”
(versículos 4-5)
Vimos anteriormente que cada um dos quatro evangelhos reporta à
promessa de que Jesus batizará Seus seguidores no Espírito Santo. Agora
temos uma quinta menção do batismo no Espírito Santo.
Jesus disse aos Seus discípulos que “esperassem” antes de “irem”
transformar o mundo. Ele sabia que se eles fossem sem a capacitação do
Espírito Santo, nada aconteceria. Ele estava dizendo: Não tentem fazer nada
do que chamei vocês para fazer antes de receberem esse batismo adicional.
Senão, estarão lutando com suas próprias habilidades naturais, e nada de
valor espiritual duradouro será conquistado. Esperem! Esperem pelo que
Eu prometi a vocês – um ajudador.
Se você é nascido de novo, o Espírito Santo o batizou em Jesus no
momento em que você foi salvo. Mas me deixe lhe fazer uma pergunta,
você já pediu a Jesus para batizá-lo no Espírito Santo? Se não, com que
poder você está tentando viver a vida cristã?
11
Três Batismos,
Três Testemunhas
Lembro-me de ouvir bastante sobre o grande evangelista D. L. Moody
quando eu estava no seminário. Eu constantemente ouvia citações e
anedotas dos meus professores sobre ele. Curiosamente, a posição oficial do
meu seminário era que o poder do Espírito Santo era apenas para os cristãos
do século I. Aprendemos que o Espírito Santo havia parado de batizar
pessoas na época de Pedro e Paulo. No entanto, Moody era constantemente
apresentado para os alunos como um brilhante exemplo de um eficaz
pregador e evangelista. E com toda razão.
Imagina minha surpresa, anos depois, ao finalmente ler a autobiografia
de Moody e descobrir que ele havia tido uma experiência transformadora
com o Espírito Santo anos após ter sido salvo e entrado para o ministério.
No final do século XIX, Moody pastoreava uma igreja que se reunia num
salão alugado em Chicago. Ele achava que estava indo bem no ministério,
mas, de repente, duas senhoras de sua congregação – “tia” Cook e Sra.
Snow – começaram a orar para que ele recebesse o batismo no Espírito
Santo. Quando aquelas guerreiras de oração disseram a ele o que estavam
pedindo que Deus fizesse na vida dele, ele agradeceu a oração delas, mas
cuidadosamente explicou que já havia recebido todo o Espírito Santo que
alguém poderia receber quando havia sido salvo.
De acordo com Moody, enquanto aquelas mulheres continuavam
persistindo a orar por ele, ele começou a perceber que não havia muito
poder espiritual operando em seu ministério – pelo menos não do tipo que
ele via fluir através dos cristãos comuns encontrados em sua Bíblia. Em
Atos 2, ele viu claramente que um derramamento do Espírito Santo sobre
uma pessoa foi o que concedeu poder para que ela fosse uma testemunha de
Jesus. Por fim, ele chegou à conclusão de que lhe faltava outro batismo. Ele
começou a orar por isso, e também pediu às duas senhoras que orassem
para que ele recebesse um derramamento do poder de Deus. Não muito
depois, Deus ouviu o clamor do coração de D. L. Moody.
Moody havia sido convidado para pregar na Inglaterra. Antes de seu
navio partir, ele passou alguns dias em Nova Iorque. Certo dia, ele
caminhava na rua quando algo extraordinário aconteceu. Como seu amigo
R. A. Torrey descreveu anos depois: Ele estava caminhando na Wall Street
em Nova Iorque... e, em meio ao alvoroço e à confusão daquela cidade, sua
oração foi respondida; o poder de Deus caiu sobre ele enquanto andava na
rua, e ele teve que correr para a casa de um amigo e pedir para ficar num
quarto a sós. Ali, ele ficou sozinho por horas; e o Espírito Santo veio sobre
ele enchendo sua alma de imensa alegria, a ponto de ter que pedir a Deus
que retivesse Suas mãos para que não desfalecesse de tanta alegria. Então,
ele saiu daquele lugar com o poder do Espírito Santo e, quando chegou a
Londres, o poder de Deus operou através dele poderosamente no norte da
cidade, e centenas de pessoas foram adicionadas às igrejas.6
NÃO TÃO DIFÍCIL QUANTO PARECE
Vamos expandir uma passagem sobre a qual já falamos. Você lembra que
Pedro pregou imediatamente após o derramamento do Espírito Santo no Dia
de Pentecostes (ver Atos 2)? Em resposta ao sermão de Pedro, vários de
seus ouvintes judeus receberam a convicção do Espírito Santo. Atos 2:37
nos diz: “Quando ouviram isso, os seus corações ficaram aflitos, e eles
perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: ‘Irmãos, que faremos?’”
“Que faremos?” Essa é uma pergunta bem ampla – com certeza muito
mais geral do que a pergunta feita pelo carcereiro filipense depois do
terremoto que libertou Paulo e Silas em Atos 16: “Senhores, que devo fazer
para ser salvo?” (v.30). O carcereiro pergunta apenas sobre o primeiro
batismo – a salvação – então a resposta de Paulo abrange apenas esse
assunto: “Creia no Senhor Jesus, e serão salvos, você e os de sua casa” (v.
31). E como Pedro responde àquela pergunta mais genérica?
“Pedro respondeu: ‘Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado
em nome de Jesus Cristo, para perdão dos seus pecados, e receberão o
dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vocês, para os seus
filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor,
nosso Deus, chamar.’”
Atos 2:38-39
Note que, nos verbos ativos desses versículos, Pedro aponta todos os três
batismos. Ele diz: Arrependa-se. Esse é primeiro passo essencial no batismo
da salvação.
Preste atenção no que essa passagem não diz. Ela não nos diz que os
apóstolos em Jerusalém, quando ouviram que Samaria havia recebido a
Palavra de Deus, enviaram Pedro e João para levar a comunhão cristã
porque tinham tudo de que precisavam.
Nos primeiros anos da minha caminhada cristã, foi exatamente isso que
me ensinaram. Uma vez que eu já tivesse sido salvo e batizado nas águas,
eu tinha tudo que precisava para viver a vida cristã. É claro que agora sei
que sem receber o Espírito Santo eu vivia uma vida sem poder, derrotada e
de mínima eficácia no reino de Deus.
Pedro e João não se atreveram a fazer esse desserviço aos novos crentes
de Samaria. Eles ficaram felizes em saber que aquelas pessoas haviam
recebido os dois primeiros batismos, mas a primeira coisa que lhes
perguntaram foi se haviam recebido o terceiro. Quando a resposta volta
negativa, os apóstolos imediatamente lidaram com aquela situação: “Então
Pedro e João lhes impuseram as mãos, e eles receberam o Espírito Santo”
(v. 17).
Depois disso, e apenas depois, aqueles novos cristãos ficaram totalmente
equipados para ser tudo aquilo que Deus os havia chamado para ser.
A propósito, note que essa cena não acontece em Atos 2. Já ouvi pessoas
argumentarem que o batismo no Espírito Santo ocorreu somente no Dia de
Pentecostes. Porém, esses eventos em Samaria aconteceram meses, ou
talvez anos, após o evento de Atos 2. E, ainda assim, não é a última vez em
que vemos pessoas experimentando os três batismos.
O PADRÃO CONTINUA EM ÉFESO
Podemos começar com Abraão. Gênesis 12:1 inicia sua história dizendo-
nos: “Então o Senhor disse a Abrão: ‘Saia da sua terra, do meio dos seus
parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei.’”
Esse chamado para que Abraão deixasse sua terra natal é uma
experiência similar a da salvação. Quando somos salvos, deixamos o reino
em que nascemos e nos tornamos cidadãos de um novo reino. É exatamente
assim que Paulo descreve ser nascido de novo: “Pois ele nos resgatou do
domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado”
(Cl 1:13).
Deus fala com Abraão, que se chamava Abrão naquela altura de sua vida,
e o convida para um relacionamento. Abrão responde a esse chamado e
deixa sua antiga vida para trás. Paulo confirma isso em Romanos 4:3
declarando que quando Deus o chamou, “Abraão creu em Deus, e isso lhe
foi creditado como justiça”.
Encontramos o próximo grande acontecimento da vida de Abraão em
Gênesis 15:17-18: “Depois que o sol se pôs e veio a escuridão, eis que um
fogareiro esfumaçante, com uma tocha acesa, passou por entre os pedaços
dos animais. Naquele dia o Senhor fez a seguinte aliança com Abrão: ‘Aos
seus descendentes dei esta terra’”.
Isso descreve uma cerimônia de aliança entre Deus e Abrão. Creio que
esse acontecimento é um tipo de batismo nas águas, que representa a
decepagem de nossos desejos carnais. Deixe-me explicar melhor.
Em tempos antigos, dois indivíduos faziam uma aliança sagrada
sacrificando um animal, cortando-o ao meio e, depois, colocando as duas
metades no chão, deixando um espaço entre elas. As duas pessoas andavam
entre as metades como parte de um importante juramento inquebrável de
fidelidade. O ato simbolizava que as duas pessoas tinham uma aliança de
sangue.
Abrão entendeu a importância do que Deus estava fazendo quando o
instruiu a preparar aquele sacrifício de aliança. Abrão tinha a expectativa de
andar entre aquelas duas metades com Deus. Porém, Deus fez algo
formidável. Ele fez Abrão adormecer. Então, um fogareiro esfumaçante e
uma tocha acesa apareceram. Eu creio que o fogareiro simboliza o Pai, pois
o “verdadeiro pão do céu” vem Dele (ver João 6:32), e a tocha representa o
Filho, porque Ele é a luz do mundo. Ou seja, o Filho veio para representar
Abrão na cerimônia da aliança. Por quê? Porque Deus sabia que seria
impossível para Abrão, como um homem pecador, cumprir sua parte do
juramento. O único papel de Abrão era “crer” – ter fé na participação do
Filho e em Seu cumprimento da aliança em seu lugar.
Por favor, entenda o próximo ponto. Deus Pai e Deus Filho fizeram uma
aliança através da Cruz dois mil anos atrás. O Filho veio para cumprir nossa
parte do acordo, pois, como pecadores, não poderíamos fazer isso sozinhos.
Para receber os benefícios e as bênçãos dessa aliança, nosso único papel é
crer.
Talvez você esteja pensando, Muito bom, Robert, mas como Abrão
experimentou um tipo de batismo nas águas? Isso simboliza o batismo,
porque as pessoas tinham que passar “entre” as partes que representavam a
morte. O animal sacrificado significava que, se algum dos indivíduos
violasse a aliança, morreria. Da mesma forma, passar pelas águas do
batismo significa um tipo de morte para o velho eu.
PROMESSAS PARA OS FILHOS DE ISRAEL
Caso você ache que estou exagerando um pouco ao dizer que esses
eventos do Antigo Testamento simbolizam o batismo, permita-me chamar
uma testemunha para testificar – o apóstolo Paulo: “Porque não quero,
irmãos, que vocês ignorem o fato de que todos os nossos antepassados
estiveram sob a nuvem e todos passaram pelo mar. Em Moisés, todos eles
foram batizados na nuvem e no mar.”
1 Coríntios 10:1-2
Paulo aponta que os filhos de Israel simbolicamente experimentaram
todos os três batismos. Eles foram batizados “em Moisés... na nuvem e no
mar”.
Se é verdade que Deus fornece esses exemplos para nossa instrução, qual
exemplo estamos seguindo? A Palavra de Deus ensina claramente que
devemos ser batizados no Libertador, na água e na nuvem. Mas caso você
ainda esteja relutando um pouco, permita-me mostrar mais um exemplo no
Antigo Testamento.
Você conhece o tabernáculo de Moisés? O tabernáculo é um complexo de
tendas portáteis que Deus instruiu a Moisés e aos israelitas para construir
enquanto vagavam no deserto. Ele forneceu instruções incrivelmente
detalhadas sobre como deveriam construir, dispor e equipar a estrutura. O
tabernáculo possuía um átrio exterior, um espaço interior chamado de santo
lugar e uma área menor chamada de Santíssimo Lugar ou Santo dos Santos.
A arca da aliança foi guardada no Santo dos Santos, o lugar da presença
manifesta de Deus. Ninguém podia simplesmente entrar no Santíssimo
Lugar. Entrar na presença de Deus como um pecador seria fatal. A glória
absoluta e a pureza de Deus matariam qualquer um que tentasse.
De acordo com as instruções severas que Deus deu a Moisés, a Arão e
aos sacerdotes levitas, um sumo sacerdote precisava passar por três etapas
antes de poder entrar no Santo dos Santos. Imagine isso – três etapas!
Primeiro, o sacerdote tinha que sacrificar um cordeiro sem defeito e sem
manchas no altar. Em seguida, o sacerdote ia até uma bacia cheia d’água,
chamada de pia, onde ele se lavava e ficava cerimonialmente limpo. Por
fim, o sacerdote ia para um lugar onde era ungido com óleo. Somente então
poderia se aproximar da presença de Deus no Santo dos Santos.
Estou certo de que não preciso explicar a você o significado simbólico
desses passos. O sangue do cordeiro sem manchas é uma referência clara à
salvação através do sangue de Jesus. Lavar-se com água na pia representa o
batismo nas águas. E o óleo sempre foi um símbolo para o Espírito Santo na
Bíblia. O derramamento do óleo ungido sobre a cabeça do sacerdote é uma
incrível ilustração da unção sobre um crente sendo batizado no Espírito
Santo.
Apesar das instruções claras acerca dos três batismos que temos
discutido, aqui está o que vejo muitos cristãos fazerem: eles querem
experimentar as bênçãos e os benefícios da presença de Deus, então entram
no tabernáculo e dizem: “Sim, eu recebo o sangue do Cordeiro e, sim, eu
me lavarei com água, mas não acho que quero ter algo a ver com aquele
óleo de ungir. Já vi algumas coisas esquisitas com isso. Gostaria de pular
essa etapa, mas ainda quero chegar à presença de Deus”.
Isso não é uma atitude inteligente. Como vimos ao longo de nossa
discussão, Deus basicamente diz: “Se você quiser a plenitude da Minha
presença e do Meu poder, precisa vir pelo caminho que prescrevi”.
O sangue do Cordeiro, a pia e o óleo de ungir claramente representam os
três batismos: a salvação, quando o Espírito Santo nos batiza no corpo de
Cristo; o batismo nas águas, quando somos batizados depois que recebemos
Jesus como nosso Senhor e Salvador; e o batismo no Espírito, quando Jesus
nos batiza com poder do alto, o Espírito Santo!
RESUMINDO
Você já experimentou os três batismos? É possível que você seja um
crente nascido de novo que ainda não experimentou um ou dois batismos?
Muitas pessoas foram aspergidas ou batizadas quando crianças, depois
entregaram a vida a Jesus quando eram mais velhos, mas nunca foram
batizados por imersão nas águas. Se esse é o seu caso, você está perdendo
as bênçãos vindas da obediência nessa área. Uma obra maravilhosa da graça
está disponível para você através do batismo nas águas.
Ou, talvez, você tenha negligenciado ou até resistido o terceiro batismo
do óleo do Espírito Santo. Se sim, encorajo você a deixar de lado quaisquer
obstáculos de orgulho ou de teimosia que têm impedido que você se renda
totalmente a tudo que Deus tem para sua vida. Tomar esse passo é tão
simples quanto pedir e receber. Você pode fazer isso agora, bem onde está.
Peça a Jesus, nosso maravilhoso Senhor e Salvador, que batize você no
Espírito Santo agora.
7 Interpretação pessoal do autor já que, no inglês, Abram passa a ser chamado de Abraham.
8 Na língua inglesa, a letra “I” também é o pronome pessoal “eu”. Portanto, ao fazer esta analogia, o autor apresenta sua interpretação pessoal dizendo que ao retirar o “i” do
nome de Sarai, Deus removeu seu “eu”.
13
Atos da Graça
Um amigo meu estava pensando em chamar sua filha que estava para
nascer de Charis (pronunciado com o som de k). Ele e sua esposa achavam
esse nome bonito e gostavam do significado, “graça”.
Quando meu amigo me disse que estava considerando esse nome, eu
respondi: “Deixa eu te encorajar a não fazer isso”.
Obviamente confuso com a minha opinião sobre o nome de sua futura
filha, ele fez um olhar curioso e perguntou “Por que não?”.
“Porque seu sobrenome é Maddox”, eu respondi. “Você realmente quer
que o nome da sua filha seja Charis Maddox?” Já que ele ainda me olhava
confuso, eu falei o nome novamente mais alto e mais rápido. A mente dele
clareou quando ele ouviu o quanto “Charis Maddox” parecia com
“Carismáticos”.
Misericordiosamente, eles escolheram um nome diferente para sua
filhinha, pois como eu irei explicar brevemente, a palavra carismático causa
impressão negativa em algumas pessoas.
PRESENTES DA GRAÇA
estavam enfrentando.)
Além de estar lidando com confusão, a igreja de Corinto não era uma
congregação judaica. Era formada por gentios convertidos. Também, a
cidade de Corinto era uma cidade portuária rica, mas corrompida,
localizada na interseção de várias das principais rotas comerciais do mar.
Muitos templos de vários deuses gregos e romanos permeavam a cidade,
inclusive o enorme templo da deusa Afrodite, que dizem ter empregado
mais de mil prostitutas para rituais. Os dois ídolos que os cidadãos de
Corinto mais adoravam eram o dinheiro e o sexo.
Com isso em mente, vamos voltar ao que Paulo escreve àqueles crentes
sobre dons espirituais: “Irmãos, quanto aos dons espirituais, não quero que
vocês sejam ignorantes” (1 Co 12:1).
Obviamente, os crentes haviam ficado confusos sobre como os dons
espirituais funcionam e como deveriam ser utilizados dentro da igreja –
especialmente durante os cultos públicos. Com a frase acima, Paulo inicia
uma seção de instrução e explicação que ocupa três capítulos na Bíblia.
Vamos dar uma olhada nos primeiros desses versículos e depois
desmembrá-los para uma boa compreensão: “Há diferentes tipos de dons,
mas o Espírito é o mesmo. Há diferentes tipos de ministérios, mas o Senhor
é o mesmo. Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus quem
efetua tudo em todos.”
(versículos 4-6)
Note as frases “o Espírito é o mesmo”, “o Senhor é o mesmo” e “o
mesmo Deus”. Isso é uma referência, eu creio, ao Espírito Santo, ao Filho e
ao Pai, respectivamente. A mensagem de Paulo é “Há diferentes dons
(charismata) e muitos ‘ministérios’ e muitas ‘formas de atuação’ através
das quais esses dons podem ser expressos – mas o mesmo Deus trino ainda
está por trás de todos eles”.
Tudo isso incita duas perguntas importantes: Que tipos de dons? Com
que esses dons se parecem? Nos versículos seguintes, Paulo lista nove
deles: “Pelo Espírito, a um é dada a palavra de sabedoria; a outro, a
palavra de conhecimento, pelo mesmo Espírito; a outro, fé, pelo mesmo
Espírito; a outro, dons de cura, pelo único Espírito; a outro, poder para
operar milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a
outro, variedade de línguas; e ainda a outro, interpretação de línguas.
Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e
ele as distribui
Os Dons de Discernimento
Certa vez, eu estava num restaurante fazendo uma refeição com minha
esposa, quando observei um homem fortão e uma mulher, que depois
descobri ser sua esposa, carregando a bandeja deles para uma mesa vazia
perto de nós.
No momento em que meus olhos viram aquele homem, eu soube algo
sobre ele. Eu reconhecia que aquele conhecimento vinha do Espírito Santo,
pois nunca havia visto aquele homem antes. Eu também sabia que o
Espírito Santo não nos dá conhecimento sem uma boa razão. Deus amava
aquele homem e queria ajudá-lo.
Ao longo dos anos, aprendi como agir com revelações sobrenaturais
como essas sem parecer esquisito ou arrepiante. Como eu disse, meu amigo
o Espírito Santo não é esquisito. Ele só quer ver as pessoas livres e plenas.
Eu me levantei, caminhei até aquele casal e disse: “Com licença, vocês não
me conhecem. Mas posso fazer uma pergunta?”
O homem pareceu um pouco assustado, mas respondeu “Claro”.
“Você já levantou peso?” Eu perguntei. Isso não foi uma revelação
sobrenatural da minha parte. Eu simplesmente precisava quebrar o gelo.
Qualquer um que olhasse para aquele homem musculoso deduziria que ele
passava bastante tempo na academia. Mas depois descobri que ele na
verdade era um ex-fisiculturista que havia vencido um título nacional certa
vez.
Ele e sua esposa riram, e depois ele disse: “Com certeza, já levantei
alguns pesos sim”.
“Bem, talvez isso soe estranho para você”, eu continuei. “Mas eu creio
que Deus me disse algo muito pessoal e importante sobre você. Quero saber
se você se importa que eu compartilhe contigo”.
Os olhos dele ficaram arregalados e ele olhou para sua esposa por um
instante. Então ele disse: “Claro, puxe uma cadeira”.
“O Espírito Santo me mostrou uma imagem sua de quando você era
garoto. Vi você sentado no colo da sua avó, chorando. Ela lhe disse que
Deus poderia torná-lo forte como Sansão se você prometesse servi-Lo. Eu
vi você assumir aquele compromisso de servir a Deus e honrá-Lo com a sua
vida. Bem, Deus pediu para dizer a você que Ele manteve a parte Dele do
acordo, mas você não cumpriu sua promessa”.
O homem olhou para mim por alguns segundos com um olhar tão vazio
que pensei que talvez eu estivesse enganado. Aquele realmente não era um
cara que eu queria ofender! Mas bem quando eu estava começando a orar
por um escape rápido, seu queixo começou a tremer e lágrimas começaram
a rolar pelo seu rosto. Ele olhou para sua esposa e ela começou a chorar
também. Curiosamente, ele tinha acabado de contar aquela história para ela
antes de eu chegar!
Ele disse: “Senhor, eu fui criado pela minha avó. Meu pai foi embora
quando eu nasci, e minha mãe partiu alguns anos depois. Certo dia, quando
eu tinha oito anos, alguns meninos estavam atirando pedras em mim de
maldade. Foi aí que minha avó me colocou no colo dela e me contou a
história de Sansão. Eu prometi a Deus que se Ele me tornasse forte, eu O
serviria por toda minha vida. Eu estava dizendo a minha esposa que tenho
pensado sobre essa promessa ultimamente, mas não sei muito bem como
me aproximar de Deus”.
Na mesma hora, eu os conduzi ao Senhor e na semana seguinte eles
foram batizados. Neste exemplo, o Espírito Santo me deu uma palavra de
conhecimento. Como vimos, esse dom está listado em 1 Coríntios 12:8-11
como um dos nove dons espirituais que o Espírito distribui a cada crente
“conforme Ele quer”. Inclusive, este é outro lembrete de que o Espírito
Santo é uma pessoa – com mente, vontade e emoções. Ele escolhe.
No começo daquela lista encontramos: “Pelo Espírito, a um é dada a
palavra de sabedoria; a outro, a palavra de conhecimento, pelo mesmo
Espírito” (1 Co 12:8). A “palavra de sabedoria” e a “palavra de
conhecimento”. Podemos classificar esses dois dons do Espírito na
categoria de dons de discernimento. Outra classificação apropriada seria a
de dons perceptivos. Qualquer um dos nomes é adequado, porque quando
esses dons operam, somos capacitados para discernir ou perceber certas
verdades que podem ajudar outra pessoa. Tenha em mente que esses dons
sempre são dados a fim de que outros sejam abençoados e beneficiados. E
outras pessoas irão operar nesses dons para abençoar e beneficiar você!
A PALAVRA DE CONHECIMENTO
Com que esses dons se parecem quando estão em ação? Vamos começar
com o dom que o Espírito usou para tocar a vida daquele fisiculturista
naquele restaurante – a “palavra de conhecimento”.
Uma palavra de conhecimento é o Espírito Santo permitindo que
saibamos algo específico que não aprendemos por meios naturais. É uma
transferência sobrenatural de informação que não poderíamos saber através
de processos naturais.
Jesus operava nesse dom o tempo todo. Você se lembra do encontro Dele
com a mulher samaritana no poço? Ela disse a Jesus que não era casada, e
Ele respondeu dizendo: “Você falou corretamente, dizendo que não tem
marido. O fato é que você já teve cinco; e o homem com quem agora vive
não é seu marido. O que você acabou de dizer é verdade” (Jo 4:17-18).
Aquela era uma informação bastante específica que Jesus sabia sobre
uma estranha. É claro, você deve estar pensando que Jesus era Deus na
carne humana e por isso Ele sabia de coisas como aquela porque Ele era
Deus. Essa é uma suposição comum, mas falsa. Jesus era de fato
completamente Deus e completamente homem, mas não viveu Sua vida
acessando Sua divindade. Filipenses 2 nos diz que Ele “esvaziou-se a si
mesmo” de todos os Seus direitos e privilégios como Deus, “vindo a ser
servo, tornando-se semelhante aos homens” (v. 7).
Jesus não fez nenhum milagre antes de o Espírito Santo descer sobre Ele
imediatamente após Seu batismo. Várias vezes, Jesus disse aos Seus
discípulos que Ele apenas dizia o que ouvia o Pai dizer e fazia o que o Pai,
através do Espírito Santo, o guiava a fazer (ver Lucas 4:1; João 5:19; 8:28).
Jesus demonstrou o que é possível para uma pessoa totalmente rendida e
obediente ao Espírito Santo.
Os Dons Declarativos
Talvez você tenha visto o programa de televisão chamado America’s Got
Talent, em que uma menina de dez anos de idade deixou a plateia – e o
resto do mundo – de boca aberta quando soltou sua voz. Das cordas vocais
daquela pequena garota saiu uma voz forte, calorosa e afinada que não
parecia se adequar a sua faixa etária. Na verdade, com sua poderosa voz
cantando ópera, muitas pessoas ficaram surpresas de ela ter alcançado
apenas o segundo lugar no programa! Obviamente, a voz da pequena Jackie
Evancho era um dom físico singular.
Apesar de poucos de nós termos o dom de cantar com uma voz singular,
o Espírito Santo dá aos crentes uma série de dons espirituais que alguns
teólogos chamam de dons vocais. Eu prefiro chamá-los de dons
declarativos.
Como vimos, os dons de discernimento envolvem uma transferência
sobrenatural de informação para a mente. Eles permitem que saibamos de
algo que não aprendíamos por meios naturais. Cada um dos dons
declarativos envolvem uma forma de declaração de verdade divina ou de
mensagem sobrenatural.
Vamos dar uma olhada naquela seção da lista de Paulo. Ele diz que o
Espírito Santo dá “a outro, poder para operar milagres; a outro, profecia; a
outro, discernimento de espíritos; a outro, variedade de línguas; e ainda a
outro, interpretação de línguas” (1 Co 12:10). Aqui temos três dons únicos
e maravilhosos – profecias, variedade de línguas e interpretação de línguas.
Analisemos brevemente cada um.
MENSAGENS PROFÉTICAS DE ENCORAJAMENTO
Os Dons Dinâmicos
Você deve se lembrar da notícia dos primeiros dias da invasão dos
Estados Unidos no Afeganistão, em que duas missionárias norte-americanas
foram mantidas reféns pelo Talibã.
Dayna Curry e Heather Mercer eram crentes que frequentavam uma
igreja carismática em Waco, Texas, e se voluntariaram para trabalhar no
Afeganistão com um grupo missionário chamado Shelter Now (Abrigo
Agora). Em agosto de 2001 – poucas semanas antes dos ataques de 11 de
setembro aos Estados Unidos – as duas mulheres foram presas pelo Talibã
por estarem evangelizando. Já existia muita preocupação quanto à
segurança delas, mas quando os ataques a Nova Iorque e a Washington
foram associados a Osama Bin Laden, conhecido como convidado do
Talibã no Afeganistão, a aflição dos entes queridos das duas moças
aumentou. Quando os Estados Unidos invadiram o Afeganistão em outubro
daquele ano, havia grande temor de que o Talibã iria retaliar brutalmente
contra suas reféns norte-americanas.
Eventualmente, as moças foram resgatadas pelos EUA e por tropas
antitalibãs em 15 de novembro. Depois, as mulheres revelaram que haviam
tido experiências muito diferentes enquanto estavam presas. Heather
experimentou todo medo, aflição e preocupação que esperamos que alguém
naquela situação sinta. Mas Dayna se encontrou envolta de incrível calma e
confiança durante a maior parte da angustiante situação pela qual estava
passando. Numa entrevista à revista Christianity Today (Cristianismo Hoje),
ela disse: “Eu sentia uma paz sobrenatural em quase todo o tempo. Na
verdade, estou enfrentando mais estresse agora do que quando era
prisioneira”.10
O que fez com que Dayna tivesse aquela paz em meio a mais terrível das
circunstâncias? Ela recebeu o dom da fé.
O dom da fé é um dos dons dinâmicos. O nome vem das últimas palavras
de instrução de Jesus aos Seus discípulos antes de ascender ao Céu. Ele lhes
disse: “fiquem na cidade até serem revestidos do poder do alto” (Lc 24:49).
Agora você já sabe que a fonte de “poder” que Jesus prometeu era o
derramamento do Espírito Santo. Jesus declarou isso explicitamente em
Suas últimas horas na Terra quando disse: “Mas receberão poder quando o
Espírito Santo descer sobre vocês” (At 1:8).
A palavra grega traduzida como “poder” nesses versículos é dunamis (às
vezes escrita dynamis). É a raiz das palavras dinamite, dínamo e dinâmico.
Então, é mais do que apropriado chamar essa próxima categoria de dons do
Espírito Santo de dons dinâmicos, porque eles tendem a revelar o poder de
Deus.
Voltando à nossa lista dos nove dons do Espírito Santo que Paulo
apresenta em 1 Coríntios 12, encontramos o seguinte: “A cada um, porém, é
dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum... a outro, fé, pelo
mesmo Espírito; a outro, dons de cura, pelo único Espírito; a outro, poder
para operar milagres.”
( versículos 7, 9-10)
Mais uma vez, temos três dons distintos nesse grupo – fé, dons de cura e
operação de milagres. Apesar de serem diferentes, produzem resultados
similares.
CONFIANÇA SOBRENATURAL
Quando Jesus retorna à Sua cidade natal, algum tempo após iniciar Seu
ministério público, sabemos que Ele “não pôde fazer ali nenhum milagre,
exceto impor as mãos sobre alguns doentes e curá-los. E ficou admirado
com a incredulidade deles. Então Jesus passou a percorrer os povoados,
ensinando” (Mc 6:5-6). Claramente, houve vezes em que o poder de cura
foi mais presente em Jesus do que em outras. Talvez você se lembre do
ocorrido em Lucas 5, quando quatro homens levaram seu amigo paralítico
para ver Jesus, descendo ele na sua maca através de um buraco no telhado.
Pouco antes disso, Lucas diz:
“Certo dia, quando ele ensinava, estavam sentados ali fariseus e
mestres da lei, procedentes de todos os povoados da Galileia, da
Judeia e de Jerusalém. E o poder do Senhor estava com ele para curar
os doentes.”
Lucas 5:17
Jesus recebia e operava no dom de cura. Seus discípulos também, depois
que receberam o derramamento do Espírito Santo no Dia de Pentecostes.
Na verdade, um dia ou dois após Pentecostes, Pedro e João passaram por
um mendigo deitado no chão perto da porta do templo chamada Formosa.
Ele havia nascido sem poder andar, e alguns amigos e familiares
aparentemente carregavam-no todos os dias até aquele ponto bastante
movimentado para que ele pudesse mendigar esmolas das pessoas que
entravam no templo para adorar ou orar. Pedro e João provavelmente já
haviam passado por aquele homem diversas vezes. Mas aquele dia era
diferente. Quando o homem pede a eles por dinheiro, Pedro diz: “Disse
Pedro: ‘Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isto lhe dou. Em nome
de Jesus Cristo, o Nazareno, ande.’ Segurando-o pela mão direita, ajudou-
o a levantar-se, e imediatamente os pés e os tornozelos do homem ficaram
firmes. E de um salto pôs-se de pé e começou a andar. Depois entrou com
eles no pátio do templo, andando, saltando e louvando a Deus.”
Atos 3:6-8
Aquele dia era diferente, porque o dom de cura dado pelo Espírito Santo
havia sido derramado sobre Pedro e seus amigos seguidores de Jesus.
Algumas pessoas questionam se o Espírito Santo ainda dá esse dom.
Então eu pergunto, o Espírito Santo fechou seu escritório ou está de férias
estendidas? Não! O dom de cura ainda é generosamente dado hoje em dia
para aqueles que desejam recebê-lo.
Lembro-me de quando nosso primeiro filho era recém-nascido. Ele tinha
icterícia e sua pele havia ficado amarelada. Em minha mente, eu sabia que a
cura fazia parte da expiação – pois Jesus levou sobre si nossas enfermidades
e nossos pecados na cruz (ver Mateus 8:17). Quando você é um pai de
primeira viagem e seu bebê está doente, a cura assume uma nova dimensão
de urgência. Então abri minha Bíblia e comecei a ler versículos-chave que
indicavam claramente que a cura faz parte de nossa herança em Cristo.
Enquanto lia, senti algo surgir dentro de mim. De repente fiquei totalmente
convencido de que era inapropriado e proibido que aquela doença ficasse no
meu bebê.
Por favor, observe que esses dois últimos dons do Espírito Santo são
listados na forma plural em algumas traduções da Bíblia. As Escrituras os
chamam de dom de curas e dom de operação de milagres. Isso informa que
muitos desses dons estão disponíveis, e nos deixa saber que toda cura e todo
milagre é importante para Deus. Em outras palavras, podemos ter a certeza
do cuidado de Deus com as pessoas.
Como com outros dons do Espírito, esses dons dinâmicos não são apenas
para poucas pessoas especiais. Deus não organizou uma loteria celestial
para sortear um punhado de pessoas de Seu povo ao redor do planeta para
experimentar milagres em suas vidas. Se somente poucas pessoas podem
ver milagres acontecerem e eu preciso de um milagre, vou me dar mal se
não conseguir chegar a uma dessas pessoas especiais. Graças a Deus, a
verdade é que o dom de milagres está disponível para todos aqueles que têm
o Espírito Santo operando dentro de si. E um relacionamento íntimo e
pessoal com Ele também está disponível para todo crente.
Isso explica por que Jesus disse aos Seus discípulos que era melhor para
eles que Ele partisse. Em Sua forma terrena, Ele podia estar apenas em um
lugar de cada vez. Mas o derramamento do Espírito Santo sobre a carne
humana no Dia de Pentecostes foi um dos eventos mais benéficos e
importantes da História, tornando possível a extraordinária declaração de
Jesus em João 14:12: “Digo-lhes a verdade: Aquele que crê em mim fará
também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que
estas, porque eu estou indo para o Pai.”
Creio que uma das maiores tragédias da história da igreja, nos últimos
cem anos, tem sido a forma como satanás, o inimigo da igreja, tem tornado
esse dom em especial tão controverso e, com sucesso, feito grandes
segmentos do corpo de Cristo relutantes a abraçar quaisquer das
capacitações do Espírito Santo. Eu sei disso, porque eu era um deles.
Você lembrará que, quando eu finalmente abri meu coração para receber
o poder do Espírito Santo em minha vida, minha oração inicial era algo do
tipo: “Ok, Espírito Santo, quero você na minha vida, quero Seu poder e Sua
capacitação, mas não quero isso nem aquilo”. Um desses aquilos que eu
não queria era o dom de línguas. Ou seja, eu queria escolher dentre os dons
do Espírito Santo, porque, no fundo do meu coração, eu achava que sabia
melhor do que Ele do que eu precisava.
Por razões que a princípio podem parecer misteriosas, mas se tornarão
claras depois, quanto aos assuntos de fé, o dom de línguas é a coisa com
que as pessoas mais têm dificuldade. Temos visto que esse é um dom que o
Espírito Santo concede ao povo de Deus para seu próprio benefício e para o
avanço dos planos e propósitos Dele no mundo. Também vimos que é
apenas um, dentre diversos dons. Ainda assim, mais do que qualquer outro
dom, preciosos cristãos têm sofrido rejeição, desprezo e até perseguição por
causa dele.
Nesta seção, espero afastar a nuvem de desentendimento e engano que
tem escondido de muitas pessoas por tanto tempo a verdade maravilhosa e
poderosa sobre esse dom.
O DOM E A GRAÇA
forma:
“Sigam o caminho do amor e busquem com dedicação os dons
espirituais, principalmente o dom de profecia. Pois quem fala em
língua não fala aos homens, mas a Deus. De fato, ninguém o entende;
em espírito fala mistérios. Mas quem profetiza o faz para a edificação,
encorajamento e consolação dos homens. Quem fala em língua a si
mesmo se edifica, mas quem profetiza edifica a igreja. Gostaria que
todos vocês falassem em línguas, mas prefiro que profetizem. Quem
profetiza é maior do que aquele que fala em línguas, a não ser que as
interprete, para que a igreja seja edificada.”
(versículos 1-5)
Aqui, e ao longo de todo o capítulo 14, Paulo está fazendo um ato de
equilíbrio. Ele está tentando trazer correção e ordem à maneira como os
membros daquela igreja estavam usando o dom de línguas em suas reuniões
públicas, mas sem desencorajá-los a se renderem à graça de línguas em seu
devocional diário de oração a sós com Deus.
Existe um contexto histórico para tudo isso que seria bom você conhecer.
Em 1904, houve um grande avivamento no País de Gales. Desde então,
ficou famoso como o Avivamento de Gales. Nesse notável mover de Deus,
cristãos mornos, de repente, queimaram em chamas por Deus, igrejas
lotaram, bares e casas de prostituição fecharam por falta de clientela e, o
mais importante, mais de cem mil pessoas nasceram de novo. Tudo
começou com algumas pessoas dedicadas que oravam pelo derramamento
do Espírito Santo. E durante tudo isso, surgiram eventos sobrenaturais
extraordinários parecidos com os documentados no livro de Atos.
Como sementes sopradas pelo vento que criam raízes longe da planta
original, o espírito de avivamento cruzou o Atlântico e brotou em vários
lugares nos Estados Unidos – especialmente dentre um pequeno grupo de
guerreiros de oração que se reunia numa casa na Avenida Bonnie Brae no
centro de Los Angeles em 1906. Aquelas pessoas oravam para que Deus
movesse com Seu poder, na América, assim como havia feito no País de
Gales. Elas logo começaram a experimentar o livro de Atos em suas
reuniões – muitas pessoas falavam em línguas e profetizavam. O número de
presentes cresceu e as reuniões passaram a ser feitas numa igreja metodista
abandonada que havia a alguns quarteirões dali, na Rua Azusa. Em pouco
tempo, milhares de pessoas estavam indo até lá e sendo tocadas por Deus de
formas extraordinárias.
A Palavra e a Linguagem
Cristãos são e deveriam ser “pessoas do Livro”. A Bíblia é nossa primeira
e última autoridade em todas as coisas relacionadas à vida e à fé. É por isso
que fiz referência a tantos versículos neste livro.
Se eu fizer uma afirmação que não pode ser apoiada nas Escrituras, você
não deve aceitá-la como verdade. Mas, da mesma forma, se eu apontar uma
verdade na Bíblia, você não deveria desprezá-la, mesmo que seja contrária
às suas crenças e suposições de longa data.
Nos capítulos anteriores, examinamos muitos versículos em que o
apóstolo Paulo, iluminado e guiado pelo Espírito Santo, escreve sobre o
dom espiritual de línguas (e interpretação de línguas), assim como sobre a
similar, mas distinta, graça de falar em línguas, que se refere a orar no
Espírito.
É sobre este último tópico que quero que você tenha um entendimento
mais completo e profundo. Por que? Porque isso revolucionará sua vida de
oração e o ajudará de inúmeras maneiras. Baseado no que eu disse acima,
devemos começar assegurando a nós mesmos que isso é totalmente bíblico.
ORAR NO ESPÍRITO
Vamos dar uma olhada nas palavras agora familiares de 1 Coríntios 14:
“Pois quem fala em língua não fala aos homens, mas a Deus. De fato,
ninguém o entende; em espírito fala mistérios.”
(versículo 2)
Por favor, atente para a frase que enfatizei no versículo acima: “em
espírito”. Essas são palavras importantes que Paulo usará várias vezes ao
longo desse capítulo, assim como outros autores do Novo Testamento
usarão em outros versículos que iremos examinar brevemente.
Como o contexto dos outros versículos confirmará, a frase “no espírito”
se refere à esfera espiritual ao invés da esfera física, natural. A maioria das
pessoas vive suas vidas crendo que as únicas coisas reais são as que podem
perceber com seus cinco sentidos naturais. Se não podem ver, ouvir, tocar,
provar ou cheirar, não creem que existe. Mas Jesus nos ensinou que havia
uma esfera invisível que, na verdade, é mais real do que aquela em que
vivemos – a esfera do espírito. “Certa vez, tendo sido interrogado pelos
fariseus sobre quando viria o Reino de Deus, Jesus respondeu: “O Reino de
Deus não vem de modo visível” (Lc 17:20). Paulo apresenta isto da seguinte
forma:
“Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se
vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno.”
2 Coríntios 4:18
A esfera natural e a espiritual existem lado a lado, e nós interagimos com
as duas todos os dias. Acontece que tendemos a ser muito mais conscientes
de uma do que da outra.
Em 1 Coríntios 14:2, Paulo nos dá algumas informações-chave. Sim, ele
nos diz que falar em línguas é falar mistérios, ou coisas ocultas, no Espírito.
Mas, antes disso, ele nos conta que uma pessoa que fala em línguas não está
falando às pessoas (na esfera natural) mas a Deus (na esfera espiritual).
Agora, qual é o termo comum que usamos para descrever “falar com
Deus”? Oração! Oração é simplesmente falar com Deus. E qualquer um
que fala com Deus está orando. Isso é bastante elementar e também explica
por que Paulo está dizendo à igreja de Corinto que seus cultos públicos não
são o local para exercitar esse dom. Se uma pessoa levanta e faz uma longa
oração em línguas, ninguém é edificado, a não ser ela. Porém, se a mesma
pessoa levanta e transmite um encorajamento profético na língua materna
de todos na reunião, então todos saem dali encorajados.
Esse é um conceito muito simples de ser entendido, mas para ter certeza
de que os irmãos de Corinto tinham compreendido essa questão, Paulo
Aqui, a Palavra de Deus está nos dando uma instrução clara e inequívoca
sobre como ter uma vida equilibrada de oração e de devocional. Orar com o
espírito e orar com o entendimento. Em seu tempo de adoração particular,
cante com o espírito e cante com o entendimento.
Você está começando a ver que receber e usar uma língua de oração é
algo bíblico? Paulo diz francamente: “Gostaria que todos vocês falassem
em línguas” (v. 5). Após essa exortação sobre falar em línguas em oração e
em adoração particulares, Paulo volta a dar instruções sobre usar este dom
em ambientes públicos:
“Dou graças a Deus por falar em línguas mais do que todos vocês.
Todavia, na igreja prefiro falar cinco palavras compreensíveis para
instruir os outros a falar dez mil palavras em língua.”
(versículos 18-19)
Pense sobre isso. O maior apóstolo da fé que já existiu orava em línguas
“mais do que todos vocês”. O homem de Deus que foi usado pelo Espírito
Santo para escrever um terço do Novo Testamento – isso é muito mais do
que eu ou vocês escrevemos – disse: “Agradeço a Deus, porque uso este
privilégio da graça mais do que qualquer um de vocês”.
19
Existe outra testemunha bíblica que pode atestar que orar no Espírito nos
edifica espiritualmente? Sim! Dê uma olhada no livro de Judas.
Encontramos o seguinte no versículo 20: “Edifiquem-se, porém, amados, na
santíssima fé que vocês têm, orando no Espírito Santo”.
Qual é a receita de Judas para termos uma fé forte e nos edificarmos?
Orar “no Espírito Santo”.
Mais de duas décadas atrás – antes de eu me abrir para o batismo no
Espírito Santo – estava pregando numa série de cultos de avivamento numa
das igrejas que mais crescia na Convenção Batista do Sul. Na verdade, essa
era uma das igrejas da denominação que mais fazia batismos. Eu estava
animado para passar tempo com o pastor, pois Deus estava claramente
fazendo coisas maravilhosas naquela igreja e eu queria descobrir por quê.
Além disso, aquele homem tinha a reputação de ser um grande ganhador de
almas, e isso também era algo pelo qual eu tinha paixão.
Em certo ponto, durante meu tempo ali, soube que aquele pastor, para
minha grande surpresa, havia recebido o batismo no Espírito Santo e que
sempre orava em línguas em seus momentos a sós com Deus. Baseado nos
preconceitos e nas opiniões erradas que eu tinha na época, achei aquilo um
pouco alarmante.
Finalmente, eu tive coragem de perguntar a ele sobre isso. “Ouvi que
você ora em línguas”, eu comentei quando estávamos sozinhos.
A Escolha É Sua
Como pastor, tenho tido o privilégio de levar muitos crentes – após abrir a
Palavra e mostrar-lhes as coisas que temos explorado neste livro – a receber
o batismo no Espírito Santo. E, depois de muitos anos ajudando outros
cristãos a fazerem a mesma descoberta maravilhosa que eu fiz, tenho
notado alguns equívocos e enganos comuns no pensamento daqueles que
relutam em não receber o dom de línguas.
Um dos que mais prevalecem é a suposição de que, quando nos abrimos
para receber o dom de línguas, ele de alguma forma virá involuntariamente
jorrando de você como sevocê fosse um hidrante aberto de palavras
estrangeiras. Eu compreendo. Eu também achava algo similar a isso.
Muitas pessoas pensam que orar em línguas, pela primeira vez, será
seguido de entrar em transe e tremer violentamente por alguns minutos.
Não é assim.
O que é ainda pior, por causa do mesmo equívoco, muitas pessoas que
fora isso provavelmente estariam abertas para receber a graça do dom de
línguas, têm medo porque não querem estar na fila do caixa do
supermercado e, de repente, começar a entregar uma mensagem em línguas
descontroladamente. Elas imaginam como ficariam envergonhadas se o
Espírito Santo escolhesse o momento exato de uma reunião importante de
negócios para, repentinamente, começar a cantar uma canção numa versão
celestial de suaíle.
Novamente, não é assim.
Nada relacionado aos dons do Espírito Santo acontece dessa maneira. A
verdade é que operar em qualquer um dos dons espirituais é uma escolha
que fazemos. Lembre-se do simples resumo de Paulo sobre tudo o que
escreveu sobre o dom de línguas em 1 Coríntios 14. Ele diz: “Então que
farei? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento;
cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento” (v. 15).
Note que no versículo acima os verbos estão no tempo futuro. Isso deixa
claro que teremos que entrar em ação e exercitar nossa vontade para orar ou
para cantar no Espírito, assim como fazemos quando oramos ou cantamos
com nosso entendimento. Em outras palavras, é uma escolha. É como
qualquer outra coisa que fazemos em nossa vida cristã. Temos que nos
render ao Espírito Santo. Temos que escolher cooperar com Ele.
UM EXERCÍCIO DE FÉ
Outro engano comum é que dar um passo à frente e orar em línguas não
requer nenhuma fé. O fato é que requer sim um grande passo de fé, assim
como a oração regular em nossa língua materna.
Pense no seguinte. Você está numa sala sozinho e decide começar a falar
em voz alta com um Deus que você nunca viu. Se por acaso alguém passar
pela porta, ele talvez pensaria: “A quem essa pessoa está falando se ele está
sozinha ali dentro?”
Da mesma forma, dar um passo à frente para orar na sua língua de oração
é um exercício de fé. Já ouvi algumas pessoas para quem esse assunto é
muito novo dizerem: “Tentei, mas parece soar como sílabas de balbucio
para mim”. Bem, isso não deveria nos surpreender. Se você é um pai, pense
em como era quando seus filhos começaram aprender a falar. Eles não
acordaram um dia e começaram a falar perfeitamente com frases
complexas. Todas as crianças começam com poucas sílabas hesitantes.
Quando meu neto tinha cerca de dezoito meses, ele veio me visitar.
Ficava engatinhando pra lá e pra cá, apontava para mim e dizia “Ma-pa-da-
de-ma-pa-ta-ia”. Ele parecia muito verdadeiro no que comunicava, então eu
dizia: “Mesmo?”. E ele imediatamente replicava: “Ma-pa-da-de-ma-pa-ta-
ia”. Continuávamos a conversa por um momento, apesar de eu não entender
uma palavra do que ele dizia. Aparentemente, eu não tinha o dom de
interpretação. No entanto, a mãe dele tinha. Ele balbuciava algumas sílabas
incompreensíveis e ela sabia exatamente o que ele queria.
Quando meu filho mais novo era bebê e estava começando a falar,
lembro-me de estar na mesa de jantar e escutá-lo, em sua cadeirinha, dizer
algo parecido com “Ba-ga-ba-ba!”. Ele estava claramente tentando nos
dizer algo, mas sua mãe e eu não fazíamos ideia do que era. Então, ele
repetia ainda mais alto e mais enfaticamente: “Ba-ga-ba-ba!”
Daí, seu irmão mais velho, que na época tinha quatro ou cinco anos,
disse: “Ele quer mais milho”. Olhamos para ele e pensamos, Como você
entendeu “Mais milho” em “Ba-ga-ba-ba”? Mas como era de se esperar,
colocamos mais milho no prato dele e ele nos deu um sorrisão e ficou todo
feliz.
O que quero dizer é que, quando oramos para receber o batismo no
Espírito Santo, talvez não tenhamos um vocabulário completo com uma
sintaxe complexa na primeira vez em que dermos um passo de fé e
começarmos a orar em nossa língua de oração. Mas, também pode ser que
sim. Eu já conheci pessoas que experimentaram isso, mas esse não é o
padrão. Além disso, nossa língua de oração não será necessariamente um
idioma real falado por alguma tribo ou nação da Terra. Veja o que Paulo diz
no primeiro versículo do “capítulo do amor”, 1 Coríntios 13: “ainda que eu
fale as línguas dos homens e dos anjos...” Nossa língua de oração pode ser
uma língua angelical. Entretanto, já ouvi testemunhos de pessoas que
entregaram uma mensagem em línguas num grupo de crentes e depois veio
um estranho de outro país dizer-lhes: “Você estava falando minha língua
materna e no perfeito dialeto da minha região. Você tinha até o sotaque!”.
Começar é uma escolha que requer fé. Como disse acima, o Espírito
Santo não irá tomar o controle das suas cordas vocais, dos seus pulmões e
da sua língua e falar em seu lugar. Os dons espirituais não funcionam assim.
Por exemplo, a Bíblia fala sobre o “dom de dar”, mas quem tem esse dom
nunca viu um cheque sair sozinho do seu bolso e sair voando para a cesta de
ofertas.
Não, para operar no dom de dar, é preciso dar um passo de fé e escolher,
por um ato da sua vontade consciente, preencher um cheque. Da mesma
forma, se quisermos orar no Espírito, teremos que abrir nossas bocas e
começar a falar uma língua que não conhecemos. Isso exige fé e uma
decisão consciente de cooperar com o Espírito Santo.
UMA QUESTÃO DE CONFIANÇA
Aquele medo de receber algo ruim enquanto pedia por algo bom não era
o único obstáculo que encontrei entre mim e o derramamento completo do
Espírito Santo em minha vida. Eu tinha um monte de outros empecilhos. Na
verdade, eu e minha esposa, Debbie, tínhamos. Assim como tudo em nossa
vida, caminhamos a jornada à plenitude do Espírito Santo juntos.
Eu estava no ministério integral, e havíamos escutado sobre o batismo no
Espírito Santo por vários anos. Amávamos o Senhor. Amávamos e
honrávamos Sua Palavra. E, se havia algo que Deus tinha para nós – algo
que nos tornaria mais eficazes para Ele – nós queríamos. No entanto,
havíamos recebido muitos ensinamentos negativos sobre os dons do
Espírito Santo quando éramos jovens. As raízes dessa doutrina religiosa
enganosa ficaram bem profundas, e ainda não estávamos convencidos, de
um ponto de vista bíblico, de que o batismo no Espírito Santo era uma
experiência válida após a salvação.
Por alguma razão, nunca questionamos a validade do batismo nas águas
após a salvação. Porém, tínhamos um problema com toda a ideia de receber
o batismo no Espírito Santo após ela.
Tínhamos muitas perguntas, mas eventualmente nos encontramos numa
igreja com um pastor que entendia muitas das coisas que compartilhei nas
páginas anteriores. Ele compreendia e ensinava a realidade dos três
batismos, e que os dons do Espírito ainda estão disponíveis para os crentes
hoje. Não muito depois que fomos àquela igreja, o pastor deu uma aula
sobre essas coisas.
Ele nos levou versículo após versículo e, antes de terminar, nós já
estávamos convencidos. Estávamos prontos para receber. No fim da aula,
fomos até ele e pedimos que orasse conosco para que recebêssemos o
batismo no Espírito Santo.
Ele colocou as mãos sobre a Debbie e orou por ela. Depois a guiou numa
oração sozinha. O padrão bíblico no livro de Atos é que, quando o Espírito
Santo vinha sobre as pessoas e as enchia, elas frequentemente começavam
imediatamente a falar em línguas. Ele perguntou a Debbie se algumas
palavras ou sílabas vinham à mente dela. Ela disse que sim e ele a
encorajou a dizê-las. Ela agiu conforme a orientação dele e, na mesma hora,
recebeu as primícias de sua língua de oração.
Em seguida, o pastor me levou pelo mesmo processo. No final, ele
perguntou: “Você sente vontade de dizer algo?” De fato eu sentia. O que eu
sentia vir do meu espírito à minha mente não eram palavras nem sílabas de
uma língua desconhecida. Sentia uma mensagem surgindo dentro de mim.
Ele disse: “Apenas diga o que está chegando em sua mente”.
Eu disse: “Temos que ser um povo santo. É importante que o povo de
Deus viva corretamente e com pureza”.
Naquele momento eu não sabia, mas estava profetizando. Era uma versão
de uma palavra profética de iniciante. Agora sei que isso também está
inserido no padrão bíblico também. Atos 19:6 diz: “Quando Paulo lhes
impôs as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e começaram a falar em
línguas e a profetizar.”
Nas semanas seguintes, eu pude sentir uma diferença real em meu
coração e em meus tempos de oração. Mas eu estava um pouco incomodado
com o fato de não ter falado em línguas. Debbie, por outro lado, estava
crescendo e amadurecendo em sua língua de oração dia após dia. Para ser
sincero, meu orgulho masculino foi um pouco ferido ao ver minha esposa
fluindo em uma bênção do Espírito Santo que eu parecia não possuir.
Depois daquilo, contei minha experiência para o meu pastor. Sua resposta
foi: “Sim, isso acontece muito com pessoas cabeça-dura”.
Bem, isso é tão encorajador, lembro-me de ter pensado. É bom saber que
não sou o único! Ele continuou a dizer que eu provavelmente havia
construído uma fortaleza na minha mente contra esse dom. Talvez isso
também tenha acontecido com você. Permita-me compartilhar o conselho
que meu pastor me deu.
Então, tive um pensamento que agora sei que não se originou em mim.
Eu ouvi: Você deve orar no Espírito.
Eu obedeci aquilo, e estou tão feliz por ter feito isso. Comecei a orar em
minha língua de oração e, quase instantaneamente, ela simplesmente...
decolou. Essa é a única maneira como sei descrever. Foi diferente. Era uma
língua. Eu ainda tinha completo controle sobre ela e podia ter parado em
qualquer instante, mas não queria. Era um fluir tão lindo – era evidente para
mim que meu espírito humano nascido de novo e o Espírito Santo estavam
sincronizados.
Lembro-me de que comecei a andar para frente e para trás ao lado
daquela piscina, como se estivesse pregando no púlpito de uma igreja.
Pareceu apropriado gesticular enquanto falava aquela língua que não
conhecia. Acho que se alguém tivesse me visto naquele momento, acharia
que eu tinha ficado acordado a madrugada toda bebendo. Mas foi
exatamente isso que alguns daquela multidão em Jerusalém no Dia de
Pentecostes pensaram dos discípulos.
Eu não sabia o que estava dizendo, pois naquela época não sabia pedir ao
Espírito Santo pela interpretação. No entanto, sabia que eu estava pregando
poderosamente, declarando e profetizando, e tinha certeza de que estava
sendo bom para o reino de Deus. Lembro-me de ter pensado: Ah, era isso
do que as pessoas tanto falavam! É isso que elas chamam de unção.
O que eu estava fazendo? Estava orando no Espírito.
Daquele momento em diante, eu soube o que Paulo queria dizer quando
disse aos crentes de Corinto: “Gostaria que todos vocês falassem em
línguas” (1 Co 14:5).
Eu desejo isso para você. Por quê? Porque como vimos, é completamente
bíblico e oferece um benefício extraordinário. Mas você não o receberá a
menos que se abra com confiança e rendição. Por quê? Porque isso também
é uma escolha.
RESUMINDO
“Claro que não”, disse o homem. “Todos têm sido tão agradáveis. É que
estou guardando o pouco dinheiro que tenho para as despesas que terei ao
me estabelecer na América. Não queria gastá-lo com comida”.
A expressão de confusão do tripulante se tornou uma de comoção e
tristeza quando entendeu o que o homem estava dizendo. “Oh, meu amigo”,
o tripulante disse. “Você não sabia que três refeições diárias estavam
inclusas no valor da sua passagem? Nós preparávamos um lugar para o
senhor todos os dias, mas o senhor nunca apareceu!”
É claro que o homem não sabia, até que já era tarde demais – e a
oportunidade de bênção e de provisão em sua viagem havia sido perdida
para sempre.
UM LUGAR PREPARADO PARA NÓS
Todos os dias, encontro cristãos que são como esse homem. Vivem sem a
bênção e a provisão disponível para eles como filhos de Deus nascidos de
novo na jornada da vida. Jesus enviou o Espírito Santo como um presente
maravilhoso – melhor do que ter o próprio Jesus conosco na Terra – e o
preço pago por Sua presença em nossas vidas foi totalmente pago por Jesus
na cruz. O Espírito Santo veio com todas as outras incríveis bênçãos da
salvação. No entanto, alguns crentes nunca receberam nem desembrulharam
o presente.
Ao invés, vivem um cristianismo de queijo-e-biscoito. Perambulam por
este mundo sem poder e desprovidos da riqueza da presença de Deus,
consolando-se com o pensamento de que o Céu espera por eles.
Alguns, inclusive, olham desejosos para o poder e para o proveito no
reino de Deus que alguns parecem ter. Com seus narizes encostados no
vidro da janela, observam certos crentes que ouvem a voz de Deus
claramente e sempre estão abençoando outros com mensagens oportunas de
encorajamento e avivamento espiritual. Esses são os mesmos cristãos que
parecem tomar decisões sábias e evitam armadilhas, quase como se
soubessem com antecedência o que os espera dobrando a esquina. Eles
oram com uma dimensão de poder e eficácia mais alta. Milagres e
“coincidências” incríveis fazem parte da vida diária desses crentes.
Aqueles do lado de fora supõem que esses privilégios são para uma
classe especial de cristãos, não para eles. Mas estão equivocados. Deus lhes
preparou um lugar na mesa do banquete de Seu Espírito Santo, mas eles
nunca apareceram.
DISPONÍVEL PARA TODOS
O batismo no Espírito Santo está disponível para todo crente. Ele não é
uma placa de mérito ou uma medalha conquistada por poucas pessoas. Ele
não é um nível de espiritualidade alcançado com esforço ou ao longo do
tempo. Ele é um dom gratuitamente derramado sobre aqueles que pedem e
recebem, inclusive o mais novo jovem crente. Como Jesus diz: “Se vocês,
apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais
o Pai que está no céu dará o Espírito Santo a quem o pedir!” (Lc 11:13)
Outros cristãos simplesmente não sabem o que estão perdendo. Acham que
seu cristianismo queijo-com-biscoito é tudo o que há disponível para eles.
Talvez você fosse um desses antes de ler este livro. Agora, você sabe que
isso não é verdade.
Como lembrete, aqui estão alguns dos benefícios e algumas das bênçãos
que a amizade com o Espírito Santo traz:
Agora que estamos no fim dessa jornada bíblica, oro para que você não
seja um dos cristãos medrosos, preconceituosos ou orgulhosos que recusam
a impressionante oferta de amizade com o próprio Deus. Minha esperança é
que você esteja pronto para pedir e receber, pois sei que a necessidade do
poder e da presença do Espírito Santo na vida de um crente é tão crítica
hoje, quanto era na época dos apóstolos. E experimentar Seu poder e Sua
presença realmente é tão simples como pedir e receber. Nosso Pai celestial
tem alegria e prazer em dar o Espírito Santo àqueles que pedem.
Assim como a experiência da salvação, o batismo no Espírito Santo é um
dom gratuito do Pai que podemos receber pela fé.
O que podemos esperar quando o recebermos? Podemos esperar que as
coisas sejam diferentes em nossa vida. Talvez você não sinta nada no
momento em que pedir e receber. Novamente, isso é similar à experiência
da salvação; algumas pessoas não sentem nada, mas vão adiante pela fé,
enquanto outras experimentam alegria, lágrimas, libertação ou uma série de
outros impactos físicos e emocionais. Todos são únicos.
Entretanto, o padrão das Escrituras é claro. Quando uma pessoa recebe o
Espírito Santo, frequentemente há manifestações específicas associadas a
esse encontro. Algumas ficam emocionadas ou expressam um dom do
Espírito Santo como línguas ou profecia, enquanto outros notam uma
mudança em sua revelação da Bíblia, ou em sua coragem para testemunhar.
Apesar de manifestações não serem requisitos para receber o Espírito Santo,
elas são comuns.
O Espírito Santo não é místico. Ele é prático e quer vir e ajudar você
todos os dias. Deseja ser seu melhor amigo, que anda ao seu lado, que fala
com você em todos os momentos, que o consola e que o capacita!
Minha oração é que você não passe nem mais um dia num cristianismo
pobre de queijo-com-biscoitos, enquanto um banquete de dons e
capacitação já foi comprado para você. Ele veio incluído na compra da sua
passagem para o céu.
O Espírito Santo é o seu melhor amigo? Ele pode ser hoje.
Estudo Dirigido
Introdução
Enquanto alguns crentes já fizeram a grande descoberta da obra do
Espírito Santo em suas vidas, muitos outros permanecem longe do terceiro
membro da Trindade – por medo, confusão, ou informações equivocadas
sobre quem o Espírito Santo é – e da amizade, do poder e da direção que
Ele oferece a todos que creem em Jesus Cristo.
Infelizmente, tamanha hesitação apenas os impede de avançar na fé. Na
verdade, Jesus considerava a obra do Espírito Santo tão crucial que, na
noite anterior à Sua crucificação, Ele disse aos Seus discípulos: “E eu
rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Ajudador, para que fique convosco
para sempre, a saber, o Espírito da verdade, o qual o mundo não pode
receber; porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque ele
habita convosco, e estará em vós.” (Jo 14:16-17, ARIB). Jesus sabia que,
quando ascendesse ao Céu, não iria estar mais fisicamente na Terra para
ajudar e para instruir Seus seguidores. Mas Deus tinha um magnífico plano
de longo prazo: dar-nos o Espírito Santo (“outro Ajudador”) para viver e
habitar em todos os crentes, capacitando-nos, ensinando-nos e guiando-nos
para viver à maneira de Deus num mundo hostil.
Neste estudo, exploraremos quem é o Espírito Santo, Sua ministração nos
corações e nas vidas do povo de Deus e Seu papel em nos ajudar a viver a
alegre e bem-sucedida vida cristã.
Reflexão e Discussão
Versículo-Chave
Entre a sessão 2 e esta, reivindique a promessa de Jesus para si mesmo:
“Estas coisas vos tenho falado, estando ainda convosco. Mas o Ajudador, o
Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas
as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito.” (Jo 14:25-
26, ARIB)
Oração
Separe um momento para compartilhar necessidades e pedidos para a
oração final. Certifique-se também de agradecer a Deus por prover Seu
Espírito Santo para ajudar, ensinar, guiar e capacitar Seus filhos.
Introdução
Se você é como muitos cristãos, deve ter encontrado – e até aceitado –
alguns estereótipos negativos acerca do Espírito Santo e da “vida cheia do
Espírito”. O autor de O Deus Que Eu Não Conhecia fez isso. Robert
demorou, mas, quando finalmente abriu sua mente e seu coração para a
verdade bíblica sobre o Espírito Santo, rapidamente descobriu os incríveis
benefícios que estava perdendo!
Na sessão 2, continuaremos a ver quem o Espírito Santo é. Note a ênfase
em quem, e não o que, pois o Espírito realmente é uma pessoa e não uma
força cósmica qualquer. Nos capítulos 3 e 4, Robert deixa claro através da
Palavra de Deus que o Espírito Santo é Deus, assim como Deus é Deus e
Jesus é Deus. O Espírito é a forma gloriosa de Deus de ser um amigo
sempre presente e ativo na vida de todo aquele que confia em Cristo como
Salvador e Senhor.
Vimos, na sessão 1, que Deus enviou o Espírito Santo para ser nosso
Ajudador. O estudo de hoje se constrói sobre a identidade do Espírito ao
mostrar que Ele também é nosso amigo... e que Ele é Deus.
Reflexão e Discussão
Versículo-Chave
Entre a sessão 3 e esta, foque nessa admoestação do apóstolo Paulo: “Por
isso digo: vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da
carne” (Gl 5:16).
Oração
Separe um tempo para compartilhar necessidades e pedidos para a oração
final. Agradeça a Deus por prover Seu Espírito Santo para ser nosso
ajudador pessoal e amigo.
Introdução
“A vida cristã é uma jornada para o alto”, escreve o autor no capítulo 7.
“No momento em que nascemos de novo, nós nos tornamos justificados –
colocados numa posição correta diante de Deus. Mas a santificação –
tornar-se puro e mais parecido com Cristo em nosso comportamento – é um
processo. O Espírito Santo quer ser nosso parceiro e amigo nesse processo.”
Nos capítulos 5, 6, e 7, Robert expande o fato de que o Espírito Santo
não é uma entidade impessoal, mas que Ele é uma pessoa – com
personalidade e com uma alma que consiste de mente, vontade e emoções.
Saber disso nos garante que o Deus Espírito Santo é um amigo que
verdadeiramente queremos conhecer intimamente, um ajudador em quem
podemos confiar totalmente e um consolador com quem podemos contar
nos momentos de dor. Que honra e privilégio é ter Deus vivendo em nós!
Reflexão e Discussão
Versículo-Chave
“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade,
bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.”
Gálatas 5:22-23
Oração
Separe um momento para compartilhar necessidades e pedidos para a
oração final. Depois, informe ao grupo que, no início do momento da
oração, haverá alguns minutos de silêncio para que os participantes entrem
em oração particular a fim de lidar com algo que o Espírito Santo esteja
lhes dizendo.
Para a Próxima Discussão
A fim de se preparar para o próximo estudo dirigido, leia os capítulos 8 e
9 de O Deus Que Eu Não Conhecia.
Introdução
Pouco antes de ascender ao Céu, Jesus instrui Seus discípulos a
esperarem em Jerusalém pela “Promessa de meu Pai, da qual lhes falei”.
Qual era essa promessa? “Dentro de poucos dias vocês serão batizados com
o Espírito Santo” (Atos 1:4-5).
Então, eles esperaram, com fé, e a história relata que a Promessa foi
cumprida no Dia de Pentecostes. O Espírito Santo desceu sobre 120 dos
seguidores mais chegados de Cristo como um vendaval. Testemunhas viram
o que descreveram como “línguas de fogo” enquanto o Deus Espírito Santo
entrava nas vidas e nos corações daqueles cristãos. O Espírito os capacitou
a proclamar com ousadia as boas novas de Jesus Cristo, inclusive em
línguas estrangeiras, para que os visitantes de outros países que estavam em
Jerusalém pudessem entender e abraçar aquela mensagem transformadora.
A Bíblia diz que mais de 3 mil pessoas creram em Jesus Cristo naquele
único dia.
Mas aquilo aconteceu naquela época e não hoje, certo? Como os cristãos
de hoje recebem o Espírito Santo juntamente com Sua ajuda, Sua amizade e
Seu poder para viver? Esta sessão, baseada nos capítulos 8 e 9 de O Deus
Que Eu Não Conhecia, explora a empolgante verdade de que a experiência
de Pentecostes, de ser batizado com o Espírito Santo, não foi apenas um
evento de um dia na História: é para todo crente, aqui e agora.
Reflexão e Discussão
Versículo-Chave
“Pedro respondeu: ‘Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado
em nome de Jesus Cristo, para perdão dos seus pecados, e receberão o
dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vocês, para os seus
filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o
nosso Deus chamar’”
(At 2:39).
Oração
Separe um momento para compartilhar necessidades e pedidos para a
oração final. Informe ao grupo que o momento de oração iniciará com
alguns minutos de silêncio para que os participantes falem individualmente
com Deus.
Introdução
A maioria dos cristãos de hoje conhece a doutrina bíblica do batismo nas
águas. Depois que alguém recebe a Cristo como Salvador, ser batizado nas
águas é um ato de obediência à Palavra de Deus, que simboliza a morte e o
sepultamento de sua antiga vida de pecado e a sua apropriação da nova vida
em Jesus Cristo.
Mas o que muitos cristãos bem intencionados não percebem, e talvez não
tenham aprendido em suas igrejas, é que na verdade existem três batismos
para o cristão, e não somente um. Esses três batismos podem ser recebidos
com entusiasmo, porque equipam o crente com uma nova vida, consolo,
poder e direção do nosso próprio Deus Criador, através da ministração
pessoal do Espírito Santo.
Nesta sessão, examinaremos os três batismos, com foco especial no
terceiro. Muitos cristãos, inclusive alguns líderes famosos e reverenciados,
demoraram a conhecer bem esse terceiro batismo durante suas trajetórias –
e suas vidas nunca mais foram as mesmas depois de conhecê-lo.
Será que Deus tem uma descoberta similar guardada para você?
Reflexão e Discussão
Versículo-Chave
“Portanto, deixemos os ensinos elementares a respeito de Cristo e
avancemos para a maturidade, sem lançar novamente o fundamento
do arrependimento de atos que conduzem à morte, da fé em Deus, da
instrução a respeito de batismos, da imposição de mãos, da
ressurreição dos mortos e do juízo eterno.”
Hebreus 6:1-2
Oração
Separe um momento para compartilhar necessidades e pedidos para a
oração final. Informe ao grupo que o momento de oração iniciará com
alguns minutos de silêncio para que os participantes falem individualmente
com Deus sobre o que Ele possa estar lhes revelando.
Introdução
A Palavra de Deus ensina claramente que o Espírito Santo dá aos cristãos
aptidões e habilidades, ou “dons espirituais” para que edifiquem uns aos
outros e avancem o reino de Deus. Há pouco debate sobre isso, mas ao
longo dos anos, e especialmente durante o século passado, surgiram
discórdias sobre alguns dos dons espirituais listados na Palavra de Deus.
Muitos cristãos creem que alguns dos dons espirituais foram providenciados
apenas para ajudar a alavancar o lançamento do cristianismo, enquanto
muitos outros creem que todos os dons permanecem operando plenamente
hoje.
O autor de O Deus Que Eu Não Conhecia se inseriu no primeiro grupo,
até que um dos dons “temporários” se manifestou em sua própria vida.
Agora ele crê com todo o coração que “um Deus bom e amoroso projetou
esses dons expressamente para o nosso benefício e para nos abençoar. É
uma tragédia o fato que muitos dos Seus filhos tenham rejeitado esses dons.
Essa rejeição entristece o Espírito Santo e trava o corpo de Cristo”.
Seja qual for seu passado, estude esta sessão com o coração e com a
mente abertos e seja amável e respeitoso com qualquer participante que
discorde de você. Os conceitos apresentados aqui podem afirmar aquilo em
que você já crê ou podem ajudá-lo a ganhar maior entendimento e estima
por aqueles cristãos cuja opinião é diferente da sua.
Independentemente da sua visão sobre o assunto, a triunfante mensagem
desses capítulos é que “se você se abrir completamente para o Espírito
Santo, Ele lhe dará o que você necessita quando você precisar. Peça que Ele
manifeste agora Seus dons através de você ‘conforme Ele quer’ para o ‘bem
comum’”.
Reflexão e Discussão
Versículo-Chave
“Pelo Espírito, a um é dada a palavra de sabedoria; a outro, a
palavra de conhecimento, pelo mesmo Espírito; a outro, fé, pelo
mesmo Espírito; a outro, dons de cura, pelo único Espírito; a outro,
poder para operar milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento
de espíritos; a outro, variedade de línguas; e ainda a outro,
interpretação de línguas. Todas essas coisas, porém, são realizadas
pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada
um, conforme quer.”
1 Coríntios 12:8-11
Oração
Separe um momento para compartilhar necessidades e pedidos para a
oração final. Certifique-se também de orar para que um espírito de amor
triunfe sobre quaisquer discórdias que possam ter surgido durante a
discussão e que Deus esclareça quaisquer confusão e dúvidas que possam
permanecer no coração dos membros do grupo.
Introdução
Não há dúvidas: Os dons espirituais de falar e orar em línguas
desconhecidas têm causado medo, discórdia e confusão em meio aos
cristãos por décadas. Com certeza, existem cristãos muito amorosos,
autênticos, eficazes e cheios do Espírito nos dois lados dessa questão, e 1
Coríntios 13-14 deixam claro que a última coisa que o Senhor quer é que
façamos julgamentos ou divisões por causa desses assuntos.
Como o assunto tem causado muitas incertezas e confusão entre os
crentes, Robert dedica quatro capítulos inteiros para examinar o tópico. Ao
ler esses capítulos, você não terá dúvidas acerca do ponto de vista dele
sobre os dons espirituais. E mesmo que a opinião dele se alinhe ou não com
as suas crenças ou experiências passadas, você verá que Robert se esforça
para apresentar e para sustentar a sua perspectiva com calma, amor, de
forma justa e manejando as Escrituras com integridade.
Ao processar o que foi apresentado, peça ao Espírito Santo que verifique
ou que esclareça Sua verdade e Sua vontade. Ouça Sua voz com coração e
mente abertos para o que Ele tem guardado para você.
Reflexão e Discussão
Versículo-Chave
“Tudo seja feito para a edificação da igreja. Se, porém, alguém falar
em língua, devem falar dois, no máximo três, e alguém deve
interpretar. Se não houver intérprete, fique calado na igreja, falando
consigo mesmo e com Deus... Pois Deus não é Deus de desordem, mas
de paz.”
1 Coríntios 14:26-28, 33
Oração
Separe um tempo para compartilhar necessidades e pedidos para a oração
final. Informe ao grupo que o momento de oração iniciará com oração em
silêncio. Durante esse tempo, encoraje os participantes a colocarem
quaisquer dúvidas, confusão ou lutas acerca do conteúdo desta sessão diante
do Senhor e a confiarem Nele por respostas.
Introdução
O Deus Espírito Santo está disponível para todos os cristãos. Ele é nosso
ajudador e amigo, um companheiro presente que nos capacita diariamente a
tomar decisões melhores e a honrar a Deus com a nossa vida. Ele deseja ser
seu novo melhor amigo. Tudo que você precisa fazer é pedir com fé, crendo
que Deus Pai e Deus Filho cumprem Suas promessas.
Reflexão e Discussão
Versículo-Chave
“Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus
filhos, quanto mais o Pai que está no céu dará o Espírito Santo a quem
o pedir!”
Lucas 11:13
Oração
Peça ao grupo que apresente suas necessidades e seus pedidos para a
oração final. Diga-lhes que, como foi feito nas sessões anteriores, os
primeiros minutos serão de oração silenciosa para que cada um possa falar
particularmente com o Senhor sobre seu relacionamento com o Espírito
Santo.
Daqui Em Diante
Agora é hora de aproveitar seu relacionamento com seu novo melhor
amigo, Deus Espírito Santo. Você pode contar com Ele! Caminhe ao lado
Dele e tenha prazer em Seu conselho.
Agradecimentos
Eu gostaria de agradecer às seguintes pessoas: