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CFM - Panorama Da Missão

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CFM

Centro de Formação Missiológica

Módulo: Panorama da Missão da Igreja

Profa.: Emma Erben de Castro

Abril 2021
ÍNDICE DE CONTEÚDO

I – Introdução

- Apresentação

- Relacional (Horários)

- Programa (Ementa, Objetivos, Dinâmica das aulas) – Bibliografia

- Avaliação

II – Movimentos, ênfases e desenvolvimento 25

III – Ênfases Teológicas e Missiológicas 31

IV - Movimentos Missionários Brasileiros 34

V – Desafios Gerais e Pessoais 45


Apresentação

Professora: Emma Erben de Castro, Miss. da APMT, formada em


Especialização em Ministério Transcultural no CEM, Viçosa, MG; Auxiliar de
Enfermagem, Escola de Enfermagem do ABC, São Bernardo do Campo, SP;
Ciências da Educação, UniNorte, Concepción Paraguai; Pós-Graduação em
Didática Superior Universitária, UTIC, Concepción, Paraguai, e Jornalismo
Contemporâneo, Mackenzie, São Paulo, SP. Missionária por 12 anos no
Paraguai, com foco de atuação nas áreas da Saúde e Educação na
revitalização de igrejas. Por três anos, atuação na área de Comunicação na
LPC, Luz para o Caminho, Campinas, SP; um ano na RPC, Site da IPB, São
Paulo, SP; desde 2011 Coordenadora do Depto. de Comunicação da APMT.
Mestranda em Educação, Arte e História da Cultura.
Esposa do Rev. Cornélio C. Castro e mãe do Paulo Andrés e Samuel David.

Ementa:

Apresentação geral dos dados, necessidades e desafios atuais do trabalho


missionário mundial nas perspectivas social, urbana e religiosa.

Objetivos:

Visualizar, refletir e discutir o movimento missionário mundial podendo


entender o caminho que nos trouxe a situação atual e as perspectivas
possíveis para aplicação nos dias atuais e campos.

Entender as facilidades e dificuldades dos períodos e movimentos


apresentados as ênfases teológicas e missiológicas, proporcionando
alterações e novas linhas de ação adaptadas ao contexto atual.

Capacitar e dar ferramentas aos alunos no manuseio dos temas no ambiente


das igrejas e capacitação de crentes envolvidos com a obra missionária.

Desafiar e contribuir no aperfeiçoamento do vocacionado e sua atuação


(projeto).
PROGRAMA DE AULA

Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira


(Pág. 3) (Pág. 25) (Pág. 31) (Pág. 34) (Pág. 45)
8h. 8h. 8h. 8h. 8h
Devocional Devocional Devocional Devocional Devocional

8h15m 8h15m 8h15min 8h15m 8h15m


Apresentação, Movimentos e Ênfases Mov. Vocação,
Introdução. Estatísticas Teológicos e Brasileiro Chamado
Contextualização Globais, ênfase e Missiológicos
do tema desenvolvimento. Estatísticas Desafios
9h45 Intervalo Brasileiras e
10h. Intervalo 9h30m 10h30m Análise 10h
Edmar Ashok – Fábio Ribas Intervalo
10.15 Asia – OM 10h
Conceituações e 11h30 Intervalo 10h15m
Terminologias 10h30 Intervalo Conclusões Considerações
Missionárias Desafios à Finais
10h45 Igreja
12h. Sites e vídeos Brasileira
Encerramento APMT – PPt.
12h. 12h. 12h. 12h.
Encerramento Encerramento Encerramento Encerramento
Horário Horário Horário Horário Entrega do
Vespertino Vespertino vespertino Vespertino .ppt

Leitura até a Escolha uma Escolher um Assistir o Trabalho final


pág. 25 Live de Programa de vídeo indicado grupal até o
BatePapo Podcast e e destacar dia 19 de
Missionário para analisar em aspectos maio.
assistir e grupo. importantes
entregar uma Entregar de para sua vida
página de uma resenha. e ministério.
análise.
AVALIAÇÃO DO CURSO

1- Presença (2p)

2- Entrega da Análise do Bate Papo (1p)

3- Entrega da Resenha de Podcast (1p)

4- Entrega da Reflexão pessoal do vídeo (2p)

5- Entrega do Trabalho Final (4p) – Avaliação do Professor 2p, Auto


Avaliação 2p.

Referências

Podcast: https://anchor.fm/apmt

BatePapo com missionários/Palylist:


https://www.youtube.com/playlist?list=PLuIp3s4PhTjRA35G_v0Q4rs5EK87w1i5
s

Como funciona o processo de construção dos pensamentos da Mente Humana


| Augusto Cury https://www.youtube.com/watch?v=sSXhP7Sh3jI

TEMAS DO POWERPOINT

1- Avanço do Cristianismo no mundo

2- Janela 10/40

3- Evangelização Indígena

4- APMT/América Latina

5- APMT/Grupos minoritários

6- APMT/África

7- APMT/Oriente Médio

8- APMT/Ásia

9- Mídias da APMT

10- Tradução da Bíblia


I – Introdução à Disciplina

A Disciplina Panorama da Missão aborda temas de várias disciplinas


estudadas no curso e relacionadas a obra missionária global e mundial.

Porém, o foco da abordagem é provocar uma reflexão profunda sobre os


avanços do esforço missionário mundial e nosso engajamento pessoal, familiar
para melhor investimento de esforços e atuação.

Entre eles estão as questões: eclesiásticas, teológicas, filosóficas, estruturais,


sociais, econômicas, históricas, que acabam contribuindo e influenciando na
capacitação e atuação missionária.

A Disciplina nos situa dentro de um quadro geral, porém, com particularidades


que nos farão compreender, o porquê, onde e como estamos avançando na
proclamação das Boas Novas no mundo.

Também proporciona ferramentas e desafios gerais e pessoais, para atualizar


e aprimorar nossa atuação em prol do Reino.

A disciplina terá um desafio principal, o Trabalho em Equipe, que é a maior


dificuldade detectada nos campos transculturais atuais. A participação pessoal,
como também o Projeto de Apresentação do Trabalho Final deverá ser
transcendente e útil como ferramenta prática no despertamento e engajamento
de cada parte integrante na Missão: O Vocacionado, A Igreja, A Agência.

Podemos ver certa incoerência, ao olharmos ao nosso redor, pois ouvimos falar
que há necessidade e disposição para tais atualizações, capacitações e pagar-
se o preço necessário quanto a recursos de tempo, dinheiro, participação, a fim
de que o alvo a alcançar seja bem sucedido, contudo, quando é para a igreja,
caímos numa inércia ou acomodação.

O Reino de Deus, para o Cristão, é de maior importância e abrangência e está


incluído em nosso cotidiano, por isso deveria ser visto em nós e nele
deveríamos investir nossos esforços, com a mesma ou maior disposição,
atenção e dedicação que dedicamos a questões do nosso dia a dia.

Essa disciplina não possui um Livro didático que aborde todos os seus temas
e, por isso, é necessária a composição com vários materiais e documentos,
produzidos por vários pensadores e especialistas, que por meio de sua
experiência e capacitação trazem o enfoque necessário a cada tema.

Vamos procurar entender onde estamos, porque estamos e como chegamos. A


partir daí, para onde vamos e como vamos, lembrando que nossa contribuição
hoje trará ferramentas para as próximas gerações que virão para também
aprimorar o avanço missionário.
Isso nos traz uma abrangência maior do que a simplismo de dizermos “estou
cumprindo o chamado de Deus”, isso é fato e obediência à Palavra, porém há
questões maiores a essa ao redor de nossa ação missionária, que contribuem
hoje e no futuro para que a Glória de Deus seja Proclamada.

Perceberemos, no decorrer dos estudos, que ferramentas foram criadas como


estratégia para aquele contexto específico, com uma perspectiva futura,
alcançando e resultando em nossa época, na contribuição para analisarmos e
elaborarmos nossa ação a partir da situação atual da obra missionária.

Não pretendemos esgotar os assuntos, nem mesmo defender uma posição


única, mas contribuir para o entendimento atual do trabalho missionário, de
suas necessidades e possibilidades, e ferramentas ao projeto de cada
vocacionado.

Propomos um breve roteiro do tema diário de estudo e leituras complementares


de textos, estatísticas, artigos, e vídeos para que alcancemos nossos objetivos:
exercitar a análise textual, sintetizar o aprendizado para que o internalize e
também tenha como reproduzir de forma simplificada aos que estão ao seu
redor, seja envolvidos no projeto ou sob sua contribuição de mobilização.

Apesar do distanciamento entre o ideal e o real que fazem com que haja
desencorajamento local e empecilhos à obra missionária, poderemos glorificar
a Deus, porque no decorrer dos anos verifica-se que o Panorama da Missão é
promissor, afinal de contas esse empreendimento não é humano, mas Divino,
que é outorgado e compartilhado conosco.

I. I - Importância e Necessidade

“O crente que nada sabe sobre missões é semelhante ao aviador sem avião,
ou ao agricultor sem fazenda.” Norman Lewis1.

Além de simplesmente ser fundamental à vida cristã, não só o conhecimento e


o envolvimento, mas também nos tempos contemporâneos temos a facilidade
de conhecer, analisar e retomar sempre para o aperfeiçoamento da ordem de
Jesus de Ir e fazer discípulos de todas as nações.

Missões é um tema envolvente, porém, conflituoso. Está ligado a outras tantas


áreas do saber que promovem contribuição e aperfeiçoamento: Teologia,
Sociologia, Psicologia, etc. Mesmo assim, ainda é possível não estarmos
familiarizados, nem atualizados sobre missões.

Isso resulta em que tanto a ação missionária fique distante do meio cristão,
quanto as igrejas não sejam missionárias. Também, reflete numa visão
simplista sobre a área, que mesmo inclusa, não se limita em apenas abrir a
Bíblia e pregar, mas tudo o que está relacionado, contribui e interfere na ação
missionária.

Com certeza, levaríamos dias para nos atualizarmos a respeito de cada


assunto pertinente à ação missionária contemporânea. Teremos um panorama
que já nos torna melhor preparados para a ação direta nos campos, e também
para anunciarmos e mobilizarmos a igreja.

Como termo diz, é um panorama, e nele veremos pontos sobre:


- Contextualização do tema


- Movimentos e Congressos Missionários

- Situação Brasileira sobre missões


- Desafios


- Perspectivas

São temas que são passados à igreja de formas variadas e parceladas, em


cultos, palestras, momentos missionários, etc., de forma incontínua e
fragmentada do dia-a-dia da vida cotidiana de seus trabalhos, problemas,
rodízio de participantes e líderes.

São temas que são passados à igreja de formas variadas e parceladas, em


cultos, palestras, momentos missionários, etc., de forma incontínua e
fragmentada do dia a dia da vida cotidiana de seus trabalhos, problemas,
rodízio de participantes e líderes.

Isso faz com que se leve um tempo muito longo para atualização das
comunidades, absorção e aplicação, e por isso é necessário que os líderes e
vocacionados os compreendam e tornem participantes dos ensinos e práticas
da igreja local, bem como dos vocacionados em campo.

I. II – Temas relacionados à disciplina


Na introdução podemos focar os temas relacionados: Contemporâneo,


Perspectiva, Moderno, a fim de aprofundarmos o entendimento da necessidade
e importância deste estudo.

• Contemporâneo


A disciplina está relacionada com as de História das Missões, porém aborda


um período específico na história e no atual. Podemos denominar
contemporânea:

A idade contemporânea é o período específico atual da história do mundo


ocidental, iniciado a partir da Revolução Francesa (1789 D.C.).

O seu início foi bastante marcado pela corrente filosófica iluminista, que
elevava a importância da razão. Havia um sentimento de que as ciências iriam
descobrindo novas soluções para os problemas humanos e que a civilização
humana progredia a cada ano com os novos conhecimentos adquiridos.
Com o evento das duas grandes guerras mundiais o ceticismo imperou no
mundo, com a percepção que nações consideradas tão avançadas e instruídas
eram capazes de cometer atrocidades dignas de bárbaros. Decorre daí o
conceito de que a classificação de nações mais desenvolvidas e nações menos
desenvolvidas tem limitações de aplicação.

A história ou Idade contemporânea compreende o espaço de tempo que vai da


revolução francesa aos nossos dias. A idade contemporânea está marcada de
maneira geral, pelo desenvolvimento e consolidação do regime capitalista no
ocidente e, consequentemente pelas disputas das grandes potências européias
por territórios, matérias-primas e mercados consumidores.

• Moderno (Modernismo)

Chama-se genericamente modernismo (ou movimento moderno) o conjunto de


movimentos culturais, escolas e estilos que permearam as artes e o design da
primeira metade do século XX. Estão nesta classificação a literatura, a
arquitetura, design, pintura, escultura, teatro e a música modernas.

O movimento moderno baseou-se na ideia de que as formas "tradicionais" das


artes plásticas, literatura, design, organização social e da vida cotidiana
tornaram-se ultrapassadas, e que se fazia fundamental deixá-las de lado e criar
no lugar uma nova cultura.

Esta constatação apoiou a ideia de reexaminar cada aspecto da existência, do


comércio à filosofia, com o objetivo de achar o que seriam as "marcas antigas"
e substituí-las por novas formas, e possivelmente melhores, de se chegar ao
"progresso".

Em essência, o movimento moderno argumentava que as novas realidades do


século XX eram permanentes e iminentes, e que as pessoas deveriam se
adaptar a suas visões de mundo a fim de aceitar que o que era novo era
também bom e belo.

A palavra moderno também é utilizada em contraponto ao que é ultrapassado.


Neste sentido, ela é sinônimo de contemporâneo, embora, do ponto de vista
histórico-cultural, moderno e contemporâneo abranjam contextos diversos.

O movimento moderno (1890-1910) pode ser descrito genericamente como


uma rejeição da tradição e uma tendência a encarar problemas sob uma nova
perspectiva baseada em ideias e técnicas atuais.

• Perspectiva (cognitiva)

O ponto de vista ou perspectiva na teoria cognitiva é a escolha de um contexto


ou referência (ou o resultado desta escolha) de onde se parte o senso, a
categorização, a medição ou a codificação de uma experiência, tipicamente
pela comparação com outra. Pode-se posteriormente reconhecer diversos
significados de diferença sutil, como o ponto de vista, o “Weltanschauung”2, o
paradigma.
A ideia básica que une todos estes significados da palavra perspectiva é o de
que a experiência humana é relativizada de acordo com o ponto de vista de
onde ela é vivenciada.

Costuma-se chamar uma visão de mundo como a perspectiva com a qual um


indivíduo, uma comunidade ou uma sociedade enxergam o mundo e seus
problemas em um dado momento da história, reunindo em si uma série de
valores culturais e o conhecimento acumulado daquele período histórico em
questão.

“Weltanschauung” é a orientação cognitiva fundamental de um indivíduo ou de


toda uma sociedade. Essa orientação abrange tanto sua filosofia natural
quanto os seus valores fundamentais, existenciais e normativos. E também
seus postulados ou temas, emoções, e sua ética.

Outro sentido do termo é o de uma imagem do mundo imposta ao povo de uma


nação ou comunidade, isto é, uma ideologia.

Essa palavra alemã é adotada regularmente em diversas línguas para


expressar esses significados. Suas origens etimológicas remetem ao século
XVIII. Ela é um conceito fundamental na filosofia e epistemologia alemã e se
refere a uma percepção de mundo ampla. Adicionalmente, ela se refere ao
quadro de ideias e crenças pelas quais um indivíduo interpreta o mundo e
interage com ele.

• Missões | Missão

Qual a relação entre Missão e Missões e isto tudo?

Podemos concluir que a disciplina, então estuda o movimento missionário num


período histórico Contemporâneo que está inserido da linha filosófica e social
(modernismo) e propõe uma inclinação e decisões (perspectiva). Conforme
NOLL (200O):

“As igrejas se defrontaram com um mundo moderno no qual vozes influentes


proclamavam que a matéria em movimento era a realidade mais básica, a
mente humana como o árbitro da verdade e a felicidade humana como o bem
social humano”.3

Neste momento, os cristãos estão diante de questões de preservação e


avanço. Como manter a fé viva diante do contexto atual? Como avançar e
difundir o evangelho apesar dos obstáculos?

Os obstáculos: Intelectuais, Evangelísticos e Sociais.

Mas, pode-se pensar, a igreja tem que estar relacionada a isto? É inevitável e
impossível não estar neste contexto, também, podemos tentar nos alienar, o
que de fato ocorre com alguns grupos, mas com certeza causará dificuldades,
fracassos, conflitos e o não cumprimento da missão.
Missão e Missões: “A palavra missão, derivada do latim missio, significa enviar,
e expressa o conceito bíblico de envio, abundante nas Escrituras. Deus enviou
seu Filho para a salvação de todo aquele que crê (Jo 3:16). Jesus Cristo
enviou os discípulos para proclamarem o evangelho, fazendo discípulos em
todas as nações (Mt 28:18-20). A igreja em Antioquia enviou Paulo e Barnabé
para que os gentios fossem alcançados pela mensagem da salvação de Deus
(At 13:1-3). Em um recorte mais específico, a palavra missões tem sido
frequentemente usada para indicar uma particularidade da missão geral: a
proclamação do evangelho. Podemos entender que missão se refere à
identidade da igreja, chamada para amar e servir a Deus com tudo o que é e
faz, enquanto missões apresenta uma tarefa específica debaixo desse
chamado geral, que é a proclamação do evangelho onde Cristo ainda
permanece desconhecido”. Ronaldo Lidório

I. III – Definições e delimitações

Missiologia: Ciência que estuda a missão da igreja.

Missão: Palavra originada do latim “missio”, que significa: mandado ou


enviado. Originalmente é a ação de Deus no mundo para salvar o homem
perdido. É a missio Dei, compartilhada com o homem para alcançar os
perdidos.

Missões: Atividade de anunciar o evangelho atravessando uma barreira


cultural. Que abrange várias outras atividades como: plantar igrejas, treinar
lideranças (autóctones), promover a prática educacional e social, etc.

Dimensões (Atos 1:8) Geográficas:

Local: Atividade missionária exercida na localidade da igreja. (Jerusalém) 


Nacional e Regional: Atividade missionária exercida em localidades além da


igreja no âmbito nacional da igreja local (Judéia e Samaria) 


Mundial (Estrangeiras): Atividade Missionária exercida além do país da igreja


local, geralmente classificada como transcultural (confins da terra).

Classificação: 


Transcultural: Atividade missionária exercida em outra cultura além da igreja


local do missionário.

Urbana: Atividade missionária exercida em centros urbanos (cidades).


Rural: Atividade missionária exercida em regiões interioranas, sem estrutura


urbana.

Tribal: Atividade missionária exercida com ênfase étnica e não Geográfica. 


Testemunha: Discípulo de Jesus, que testemunha no local de sua residência e


congregação. 


Evangelista: Discípulo que além de testemunhar em seu local de residência e


congregação, tem ministério específico de proclamar o evangelho itinerante. 


Vocacionado: É o discípulo de Jesus, que além de testemunhar em seu local


de residência e congregação, tem convicção pessoal de que é separado por
Deus para o ministério missionário, reconhecido pela igreja, mas ainda precisa
passar pelo processo de seleção, preparo e desenvolvimento. 


Candidato: É o Vocacionado durante a fase de preparação para o campo


missionário. 


Missionário: O enviado da igreja local, ao campo, para anunciar o evangelho a


pessoas de outro contexto cultural e geográfico.

Categorização: Está relacionada não só a atividade e tempo disponibilizado,


quanto à forma de sustento, que estão atrelados entre si.

Integral: É o missionário que recebe sustento integral de sua igreja local, o que
consiste do salário, aposentadoria, assistência médica, fundo de garantia do
tempo de serviço e suprimento das necessidades para a execução do trabalho.

Associado: É o missionário que recebe parte de seu sustento de sua igreja, e


também de outras igrejas.

Bi-vocacional: Também conhecido como fazedor de tendas, é o enviado da


igreja que utiliza sua profissão e formação secular para entrar num campo
missionário que, em geral, não permite o ingresso do missionário tradicional.
Parte de seus recursos pode vir também dessa profissão.

Na APMT

Estatuto

IV. MISSIONÁRIOS – Categorias

1. A obra mantida pela APMT é realizada através de obreiros, chamados


missionários, conforme as seguintes categorias:

a) Efetivos: São os missionários de carreira, nomeados e sustentados


integralmente pelos parceiros e pela APMT, em campos totalmente
jurisdicionados pela APMT;

b) Conveniados: São os missionários da APMT em parceria com outras


Agências, Instituições e Igrejas, mediante a aprovação da APMT, estabelecido
através do “Contrato de Parceria Institucional” e “Contrato Missionário”
previamente assinado por ambas, agências e missionário;

c) Colaboradores: São missionários não vinculados à APMT e/ou profissionais


liberais e outros irmãos, mas sob supervisão desta, que se envolvem
voluntariamente em um campo jurisdicionado pela APMT, por um curto espaço
de tempo, entre três meses e um ano, podendo ser estendido por mais um ano.

d) Bi vocacional: São os missionários que, concomitantemente à função


ministerial, exercem também à função profissional, sendo aquela seu exercício
prioritário. O sustento desses missionários é proveniente de ofertas e não de
sua atuação profissional. Ressalta-se que, o fato do missionário ter uma
formação superior, não o torna um bi vocacional.

e) Fazedor de Tendas: São missionários que exercem o ministério missionário


transcultural e que, conquanto apesar disso, recebe remuneração financeira
proveniente de sua atuação profissional. Podendo em caso excepcional, com a
aprovação da APMT, levantar complemento para o seu sustento pessoal e/ou
projeto por meio de ofertas de igrejas e pessoas.

Qualificações:

Para cada ministério, cada campo, cada atividade e devida categoria é


necessário preparo e formação específicas.
O mínimo que pode se esperar é
formação teológica, missiológica e técnica.

Etnia: Grupo de pessoas que fala a mesma língua possui a mesma cultura e
vive dentro do mesmo contexto histórico-social.

Cosmovisão: Forma como um grupo vê e interpreta o universo que o cerca


(tempo, localização, relacionamento pessoal, princípios e valores da vida,
instituições).

Esse é um dos principais conhecimentos e preparo que o missionário precisa


ter para exercer bem seu ministério

Grupos Etnolinguísticos: Grupo de pessoas definido linguisticamente levando


em consideração os dialetos e subdialetos adotados.

PNAs: Povos não alcançados. Grupo de pessoas etnicamente definido que


não possui qualquer testemunho do evangelho ou uma igreja autóctone*, forte
o suficiente para desenvolver a propagação do evangelho dentro de sua
própria cultura.

Janela 10 /40: Região do mundo entre as latitudes 10o. e 40o. Norte do


Equador, abrangendo o Oriente Médio, Sul da Ásia e Norte da África.
A
maioria dos PNAs está dentro dessa faixa territorial.
Igreja autóctone*: Igreja autogovernada, auto-sustentada e auto- reprodutora.

Mundo A, B, C: Divisão para classificação do mundo quanto ao alcance do


evangelho e a ação missionária.

Mundo A – Todos os não cristãos que não foram evangelizados e


provavelmente assim permanecerão, caso, não haja um novo esforço dos
cristãos em levar-lhes o Evangelho.

Mundo B – Todos os não cristãos que ouviram o Evangelho ou que vivem em


sociedades e áreas nas quais provavelmente ouviram ou ouvirão o Evangelho
durante seu tempo de vida. Esses são não cristãos evangelizados. É uma
medida da margem crescente do Reino de Deus que deveria ser muito maior
que a igreja visível.

Mundo C – Todas as pessoas, em qualquer lugar do mundo. É a expressão


mais ampla do cristianismo e inclui católicos romanos, ortodoxos, protestantes,
anglicanos, evangélicos e todas as formas derivadas ou desviadas do
cristianismo.

Mundo dos 2/3: Termo para definir os países que eram alvos de missões e
agora invertem o processo.

1 O “Ide” é com você. Norman Lews. Transcultural Editora e Livraria Ltda.


Anápolis - GO. 2002.

2 O termo é de origem alemã e significa literalmente visão de mundo ou


cosmovisão.

3 Momentos decisivos da historia do cristianismo. Mark A. Noll .2000. Ed.


Cultura Cristã

4 Temos utilizados em vários livros sobre a mobilização missionária constantes


da bibliografia

5 Na APMT as categorias de missionários apresentam algumas diferenças


quanto da limitação de tempo, ação e sustento,


TERMINOLOGIAS NA AMTB – Associação de Missões transculturais


Brasileira

A AMTB formou um grupo de trabalho com a finalidade de padronizar algumas


terminologias missionárias em Português para fins de mobilização, pesquisa e
estratégias, considerando a correlação com o Inglês e contendo uma breve
explicação. Partilhamos como resultado desse estudo, as terminologias que a
AMTB sugere para otimizarmos a comunicação em publicações, mobilização,
intercessão e ações missionárias.
POVO (P)

Explicação: Um povo é um grupo étnico que possui identidade cultural distinta


e cosmovisão que se expressa por meio de crenças, valores e comportamentos
dentro do qual o evangelho pode se espalhar. Correlação em Inglês: People
Group (PG)

POVO NÃO ALCANÇADO (PNA)

Explicação: Um povo sem comunidade cristã autóctone, com insuficiente


número, recursos e visão para fazer discípulos de Jesus no seu próprio povo
sem apoio externo, em geral com menos de 2% de evangélicos. Correlação em
Inglês: Unreached People Group (UPG)

POVO MENOS ALCANÇADO (PMA)

Explicação: Um povo com reduzida presença cristã local, frequentemente com


necessidade de cooperação externa para fazer discípulos de Jesus no seu
próprio povo, em geral entre 2% a 5% de evangélicos. Correlação em Inglês:
Least Evangelized People.

POVO NÃO ENGAJADO (PNE)

Explicação: Um povo não alcançado sem a presença de cristãos, igrejas,


missionários ou Bíblia na língua materna e sobre o qual não há nenhuma
iniciativa ou intenção de evangelização, interna ou externa. Correlação em
Inglês: Unengaged Unreached People Group (UUPG)

POVO MUÇULMANO (PM)

Explicação: Um povo que possui identidade cultural distinta e cosmovisão que


se expressa por meio de crenças, valores e comportamento, sendo de maioria
muçulmana. Correlação em Inglês: Muslim People Group (MPG)

POVO MUÇULMANO NÃO ALCANÇADO (PMNA)

Explicação: Um povo de maioria muçulmana sem comunidade cristã autóctone,


com insuficiente número, recursos e visão para fazer discípulos de Jesus no
seu próprio povo sem apoio externo, em geral com menos de 2% de
evangélicos. Correlação em Inglês: Muslim Unreached People Group (MUPG)

CRENTES DE ORIGEM MUÇULMANA (COM)

Explicação: Crentes em Cristo que vieram de contexto religioso e cultural


muçulmano. Correlação em Inglês: Muslim Background Believer (MBB)

CRENTES DE ORIGEM CRISTÃ (COC)


Explicação: Crentes em Cristo de qualquer nacionalidade que vieram de
contextos cristãos. Correlação em Inglês: Christian Background Believers
(CBB)

MOVIMENTO INTERNO

Explicação: Processo em que os convertidos locais mantém, intencionalmente,


a identidade social e cultural. Correlação em Inglês: Insider Movement

GRUPO SOCIOCULTURAL

Explicação: Um segmento da sociedade unido por um processo de afinidade


cultural, como os ribeirinhos, sertanejos e outros. Correlação em Inglês:
Sociocultural Group

GRUPO SOCIAL

Explicação: Um segmento da sociedade com alguma afinidade particular, seja


uma condição física (como os surdos), orientação esportiva (como os
skatistas), profissional ou outra. Correlação em Inglês: Social Group

GRUPO TERRITORIAL

Explicação: População que habita determinado território, como Norte da África,


Sudeste Asiático ou outro. Correlação em Inglês: Cluster or Territorial Group

Fonte: www.amtb.org.br GLOSSÁRIO MISSIOLÓGICO

Com o intuito de estabelecer critérios (e evitar confusões linguísticas) seguem


os principais termos e conceitos utilizados no plano Adote Um Povo. Tê-los em
mente nos ajudará a compreender melhor a magnitude da tarefa e o processo
natural que implica em adotar um povo. Que eles--os que jamais ouviram de
nosso glorioso Senhor Jesus Cristo e seu amor redentor--possam conhecê-Lo
e fazer parte de sua família espiritual.

Evangelismo E0 E1 E2 E3

Escala usada para medir a distância cultural que o missionário deve atravessar
desde sua própria cultura para evangelizar e estabelecer igrejas. E0 se refere à
tarefa de ganhar para Cristo os filhos de crentes; E1 quando se evangeliza
cristãos nominais; E2 quando se evangeliza gente de uma cultura parecida,
mas não idêntica à do missionário; e E3 quando o missionário deve evangelizar
gente de uma cultura diferente da sua.

OS SEGMENTOS HUMANOS

Segmentação

É o processo de dividir a população do mundo em pequenos segmentos úteis


para desenvolver estratégias missionárias de tal maneira que sejam mais
facilmente selecionados para evangelizar. Alguns dos segmentos mais úteis
são países, povos etnolinguísticos, grupos humanos cidades.

País

As entidades geopolíticas (225 das quais são membros da ONU) que são
identificadas por suas fronteiras estabelecidas e governos mundialmente
reconhecidos.

Povo (Grupo Humano)

Um grupo de indivíduos sociologicamente falando, significativamente grande


que têm uma afinidade comum porque compartilham do mesmo idioma,
etnicidade, religião, residência, profissão, classe social, casta, situação etc. ou
uma combinação de alguns destes fatores.

Metrópole

Cidade com uma população acima de cem mil habitantes.

Mega-cidade

Metrópole ou cidade com uma população acima de um milhão de habitantes.

TIPOS DE POVOS

Povo Etnolinguístico

É um grupo étnico ou racial distinto de outros que fala o mesmo idioma ou


língua materna. Pode se encontrar vivendo dentro de um só país ou distribuído
por vários.

Mega Povo

Um povo etnolinguístico com população acima de um milhão.

Mini Povo

Tipo de "povo etnoliguístico" só que menor. Muitas vezes um povo


etnolinguístico grande ("mega-povo") contém vários mini-povos. Do ponto de
vista evangelístico trata-se do maior grupo dentro do qual o evangelho pode se
espalhar através de um movimento de implantação de igrejas sem encontrar
barreiras de entendimento ou aceitação. Também conhecido como "povo
unimax".

Povo Socioeconômico
Um grupo humano cujos membros se sentem "vinculados" por algum tipo de
afinidade ligada à classe econômica profissão bairro hobby orientação política
ou religiosa.

ALCANÇANDO UM POVO

Povo não alcançado

Um grupo humano (povo) dentro do qual não existe uma comunidade de


crentes que dispõe de pessoas ou recursos suficientes para evangelizar o

restante do próprio povo e portanto, precisam de um esforço missionário de


fora principalmente transcultural.

Povo fronteiriço

Este termo enfatiza a necessidade de que alguém atravesse certas barreiras


culturais ou linguísticas que separam o povo dos demais onde já existe uma
igreja que pode alcançá-lo. Sinônimo de "povo não- alcançado".

Povo oculto

Esta denominação salienta que o grupo falando em termos práticos está fora
de vista e consideração (atenção) da igreja de Jesus Cristo mesmo que se
encontre dentro de seu alcance geográfico. Sinônimo de "povo não-alcançado".

Povo não-penetrado

Esta expressão destaca a ideia da necessidade de um esforço missionário


transcultural inicial para depois continuar com o trabalho evangelístico normal
do povo. Sinônimo de "povo não-alcançado".

Movimento de Povo

Trata-se de quando um determinado povo responde ao evangelho de forma tão


positiva que produz uma conversão maciça.

Movimento missionário

Quando uma igreja implantada num campo missionário se transforma numa


força que envia missionários transculturais para levar o evangelho a outros
povos não-alcançados.

TIPOS DE PAÍSES E MISSIONÁRIOS

País de acesso restrito limitado ou criativo


País cujo governo limita por razões políticas ou religiosas a entrada de
missionários estrangeiros que desejam se radicar nele. Frequentemente tal
acesso se limita devido a cotas reduzidas para vistos missionários ou prazos
de permanência cada vez mais curtos.

País fechado

País cujo governo fechou as portas para a entrada de missionários do


estrangeiro negando-lhes vistos de permanência.

Missionário bi-vocacional fazedor de tendas

Missionário com uma profissão com atuação dupla: servindo como profissional
em um país de acesso restrito ou fechado e realizando ao mesmo tempo um
ministério evangelístico de tempo parcial.

Missionário não-residente

Missionário que está servindo em algum país de acesso restrito ou fechado e


que por isso se vê impossibilitado de residir ali. Desenvolve seu trabalho a
partir de um país próximo visitando frequentemente o país-alvo e realizando
seu ministério de forma itinerante.

ETAPAS PARA SE ALCANÇAR UM POVO

Normalmente para levar o evangelho a um povo não alcançado e implantar


uma igreja autóctone dentro dele, leva um período relativamente longo,
provavelmente vários anos. Para nossa mentalidade latina acostumada com o
improviso e querendo ver resultados imediatos convém compreender bem que,
tratando-se de missões pioneiras e povos não-alcançados, não poderemos
esperar frutos tão rápidos como os que temos aqui.

Segue um esboço das etapas que naturalmente seguem o processo de adotar


um povo esclarecendo assim, as fases pelas quais teremos que passar para
atingir um povo não-alcançado.

Nota: Dentro de cada etapa existem vários passos que precisam ser dados.
Compare com o texto "Qual é o Processo Para Se Adotar Um Povo"

Etapa 1: Reportamento

Alguém informa que um determinado povo existe e ainda não foi alcançado.

Etapa 2: Verificação

Comprova-se através de fontes confiáveis que de fato se trata de um povo que


precisa ser alcançado.
Etapa 3: Avaliação

Realiza-se uma pesquisa levantando dados precisos que possam ajudar a


entender melhor o povo e até mesmo estabelecer uma estratégia para alcançá-
lo.

Etapa 4: Seleção

Uma denominação, igreja ou agência missionária resolve iniciar um esforço


missionário para alcançá-lo com o evangelho.

Etapa 5: Adoção

Uma igreja ou um grupo de igrejas (associação, junta) ou agência missionária


assume o compromisso de enviar missionários para alcançar com o evangelho
o povo selecionado.

Etapa 6: Iniciação

Os missionários chegam ao povo adotado e iniciam seu trabalho missionário


transcultural pregando o evangelho e implantando igrejas autóctones.

Etapa 7: Alcançado

O povo já conta com uma igreja autóctone com crentes e recursos suficientes
para alcançar o restante do próprio povo sem necessidade (ou com pouca
necessidade) de ajuda externa.

Agência Missionária

Qualquer organização pequena ou grande seja uma junta de missões de uma


denominação, uma agência interdenominacional, ou um conselho (comitê
comissão) missionário de várias igrejas de diversas denominações etc. que
atua como facilitador ou enviador de missionários.

Movimento AD2000

É um movimento evangélico com uma rede de ligações internacionais que


vincula os diversos esforços missionários que têm como meta a implantação de
uma igreja autóctone dentro de cada povo não- alcançado até o ano 2000.

Fonte Principal: "Glossário Misiológico" COMIBAM Internacional Julho de


1992 (com texto corrigido)

O protestantismo na atualidade

O protestantismo é um dos grandes ramos do cristianismo. As grandes linhas


divisórias do cristianismo têm sido delineadas da seguinte forma: catolicismo
romano, igrejas orientais e ortodoxas e protestantismo. A. G. Mendonça [1]
observa que tal categorização deixa em aberto um problema: onde encaixar o
anglicanismo?

Embora a Igreja da Inglaterra resulte da Reforma Religiosa, acabou ficando a


meio caminho entre o catolicismo romano e o protestantismo. Mendonça
propõe o estabelecimento de uma quarta categoria, ficando assim a
classificação: Romana, Ortodoxas ou Orientais, Anglicana e Protestante.

No agrupamento protestante, temos as igrejas originadas pela Reforma do


Século XVI. No interior da Reforma encontramos, de início, duas orientações:
luterana e calvinista. Sobre os desdobramentos e conexões com a Reforma A.
G. Mendonça faz a seguinte observação:

Então, protestantes seriam aquelas igrejas originadas da Reforma ou que,


embora surgidas posteriormente, guardam os princípios gerais do movimento.

Estas igrejas compõem a grande família da Reforma: luteranas, presbiterianas,


metodistas, congregacionais e batistas. Estas últimas, as batistas, também
resistem ao conceito de protestantes por razões de ordem histórica, embora
mantenham os princípios da Reforma.

Creio não ser, por isso, necessário criar para elas uma categoria à parte. São
integrantes do protestantismo chamado tradicional ou histórico, tanto sob o
ponto de vista teológico como eclesiológico.

Esses cinco ramos ou famílias da Reforma se multiplicam em numerosos sub-


ramos, recebendo os mais diferentes nomes, mas que, ao guardar os princípios
fundantes, podem ser incluídos no universo do protestantismo propriamente
dito. [2]

Tendo identificado os grandes agrupamentos do cristianismo e da Reforma,


devemos passar à definição dos traços gerais da religião protestante. Elaborar
definições não é uma tarefa fácil.

São quase 500 anos de protestantismo e uma miríade de igrejas nascidas dos
cinco agrupamentos principais da Reforma. Qualquer apontamento correrá
sempre o risco de tomar por essencial algo que seja apenas circunstancial e/ou
secundário.

Preferimos, ao invés de uma tipologia do protestantismo, o apontamento dos


traços principais seguindo o modelo de adesão religiosa elaborado por STARK,
R. e GLOCK, C.Y.

Os autores [4] propõem as seguintes dimensões para a análise da adesão


religiosa: crença, prática religiosa, experiência, conhecimento e consequências.

Analisando o protestantismo a partir das dimensões listadas, temos o


seguinte quadro:
Crê que a Bíblia é a fonte de autoridade e revelação;
Crê no livre
exame da Bíblia;
Crê na salvação individual pela morte expiatória de
Cristo;

Frequência aos cultos nos quais são cantados hinos e feitas orações;
Culto centralizado na proclamação da Palavra;
Participação na Ceia
Prática do Senhor;
Leitura devocional da Bíblia feita regularmente;
religiosa
Orações individuais ou em família feitas regularmente; Pregação aos
não-crentes

Ênfase na necessidade de convicção pessoal quanto à salvação;


Experiência
Pouca concessão às emoções, exceto nos momentos de conversão
e arrependimento para santificação pessoal.

Frequência à Escola Dominical;
Cursos preparatórios (catecúmenos)


para o batismo;
Conhecimento
Ensino de catecismos e confissões (Confissão de Westminster,
Heildelberg, Helvética, Ausburgo, Catecismos Maior e Menor);

Leitura de literatura devocional.

Disciplina no uso do tempo e das finanças;
Participação nas


Consequências decisões da vida comunitária;
Conduta sexual conservadora;

Sobriedade nas vestimentas e linguagem;
Restrições quanto a
festas e consumo de cigarros e bebidas alcoólicas.

Duas observações precisam ser feitas quanto ao quadro acima. Primeiro – as


ênfases numa das dimensões serão mais ou menos intensas dependendo do
grupo religioso (presbiteriano, luterano, congregacional, metodista ou batista).
Exemplo: os batistas enfatizarão mais do que os presbiterianos a pregação aos
não-crentes, como elemento da prática religiosa.

Luteranos serão mais tolerantes quanto ao consumo de bebidas alcoólicas do


que os metodistas etc.

Segundo – de acordo com determinados períodos históricos, algumas das


dimensões poderão ser enfatizadas com a mesma intensidade pelas diferentes
igrejas que compõem o agrupamento Reformado. Exemplo: a ênfase na
conversão pessoal passou a ser compartilhada por todos a partir dos dois
grandes despertamentos (awakenings) norte- americanos nos séculos XVIII e
XIX.

O peso de cada uma das dimensões também poderá variar de acordo com a
movimentação do grupo religioso dentro do gradiente seita- igreja. Todavia, a
distribuição das características da religiosidade protestante nas dimensões
elaboradas por Stark e Glock ajuda-nos na sistematização dos elementos que
julgamos constitutivos do fenômeno em estudo.

O termo protestantismo no Brasil é subdividido em dois grupos: de imigração e


de missão. O protestantismo de imigração, representado pelo ramo luterano da
Reforma, se estabeleceu no Brasil em 1824 com a chegada dos imigrantes
alemães. [5] O protestantismo de missão compreende as igrejas que foram
implantadas no Brasil, ainda no século XIX, sob a iniciativa das missões
protestantes norte-americanas. São elas: presbiteriana (1859), batista (1881),
metodista (1886) e episcopal (1898). A igreja congregacional, também derivada
da Reforma Protestante, foi a primeira das igrejas missionárias a ser
implantada no Brasil (1855). Sua inserção no Brasil não foi resultado da
iniciativa de missão norte-americana, mas do médico Robert Reid Kalley, que
para cá veio fugindo da perseguição religiosa movida contra ele na Ilha da
Madeira.

Segundo o Censo 2000, 1.062.144 brasileiros se declararam luteranos. Os


batistas, de acordo com o Censo 2000, contavam com 3.162.700 fiéis
brasileiros. Os presbiterianos com 981.055 fiéis e os metodistas com 340.967
fiéis.

Ao somarmos o total de protestantes históricos veremos que em 2000


representavam 5,0% do total da população brasileira. Em 1980 os protestantes
históricos representavam 3,4% da população brasileira e em 1991 contavam
com 3,0% do total da população. A leve recuperação da tendência declinante
ainda é um fenômeno a ser investigado. Todavia, duas hipóteses parecem
razoáveis como explicação para a recuperação: a) aproximação das técnicas
pentecostais de proselitismo; b) as igrejas pentecostais recebem muitas
adesões, mas parte de sua clientela migra para as igrejas do protestantismo
histórico.

Com a menção acima, tocamos numa das questões mais tematizadas no


universo protestante da atualidade, o pentecostalismo. A Assembleia de Deus
instalou-se no Brasil em 1911 e a Congregação Cristã em 1910. São elas as
duas maiores igrejas pentecostais do Brasil. As igrejas Deus é Amor e
Evangelho Quadrangular foram criadas em meados do Século XX. Já a Igreja
Universal do Reino de Deus foi organizada em 1977, por Edir Macedo.

Essas são as maiores igrejas pentecostais no Brasil. De acordo com o Censo


2000 o quadro de fiéis em cada uma delas é o seguinte: Assembleia de Deus –
8.418.154, Congregação Cristã do Brasil – 2.489.089, Igreja Universal do
Reino de Deus – 2.101.884, Evangelho Quadrangular – 1.318.812, Deus é
Amor – 774.827, Outras – 2.630.721.
Enquanto os protestantes históricos representam 5,0% do total da população
brasileira, os pentecostais representam 10,6% da população. Sob o rótulo
“pentecostais” agrupamos igrejas com ênfases e estilos bastante diferenciados.
Entretanto, sob a perspectiva sociológica é possível identificar alguns traços
comuns na multiplicidade pentecostal:

As igrejas pentecostais, no seu conjunto, são mais urbanas que rurais, mais
femininas que masculinas (têm cerca de 10% de mulheres a mais que a
média), têm muitas crianças (até os 15 anos), mas poucos adolescentes de 15-
20 anos e, em geral, em todas as idades, estão um pouco abaixo da média.
Quanto à raça ou cor, têm mais negros, pardos e indígenas que a média; têm
pouquíssimos amarelos. O nível de instrução é baixo. Quase não há fiéis com
formação superior ou pós- graduação. Quanto às atividades, têm poucos
agricultores e funcionários públicos, mas têm 50% a mais que a média de
empregados em serviços pessoais (domésticos). O alto número de domésticos
(com ou sem carteira) é confirmado pela posição na ocupação. Baixa
porcentagem de empregadores.

A renda é geralmente muito baixa, com poucas exceções. [6]
Como interpretar


os significados sociais do pentecostalismo no Brasil? O pentecostalismo
representa uma ruptura com a cultura católica popular ou uma continuidade?
Diante da diversidade de igrejas pentecostais, não seria melhor falar em
“pentecostalismos”? Pode o pentecostalismo ser considerado ainda um tipo de
protestantismo?

Como se vê, são muitas as questões que o fenômeno pentecostal suscita.


Impossível respondê-las nos limites deste artigo. Todavia, julgo que o trabalho
de pesquisa deva justamente matizar o fenômeno. É isto que vários trabalhos
específicos sobre o campo pentecostal vêm realizando. L. S. Campos [7]
analisa as mudanças organizacionais na oferta de bens simbólicos introduzidas
pela Igreja Universal do Reino de Deus. Ricardo Mariano [8] mostra como o
neopentecostalismo dota os fiéis para uma nova compreensão do dinheiro.
Maria das Dores Campos Machado [9] examina o lugar da mulher nas igrejas
pentecostais. Sem a pretensão de ser exaustivo no exame da literatura
sociológica sobre o pentecostalismo da atualidade, as referências acima
ilustram a diversidade e riqueza do tema.

Procurou-se, ainda que de forma bastante sintética, apresentar um panorama


do protestantismo brasileiro na atualidade. Uma certeza podemos ter: qualquer
análise sociológica do Brasil contemporâneo estará incompleta se não
enfrentar o significado da mudança religiosa que está ocorrendo,
principalmente a partir dos anos 80.

[1] MENDONÇA, A.G. O Protestantismo no Brasil e suas encruzilhadas.


Disponível em: <http://www.antoniomendonca.pro.br/ > acesso em: 25/02/2006.

[2] Idem
[3] BRUCE, Steve. A house divided: protestantism, schism, and secularization.
Routledge: London and New York, 1990. p.31 “O objetivo da definição deve ser
identificar de maneira consistente e sistematizada o fenômeno sob
investigação. O problema é encontrar algum método para transcender os
detalhes das diferentes manifestações do fenômeno sem afastar-se do material
e sem acrescentar muito da explanação na definição inicial, que se torne
culpado de tautologia”. (Tradução minha)

[4] STARK, R.; GLOCK, C.Y. Dimensiones de la adhesión religiosa.


In:ROBERTSON, R. (org) Sociología de la religión. México: Fondo de Cultura
Econômica, 1980. p.228-235.

[5] Houve, em 1810, o estabelecimento de pequenos grupos de anglicanos


ligados à presença inglesa no Brasil. [6] ANTONIAZZI, A. Por que o panorama
religioso no Brasil mudou tanto? São Paulo: Paulus, 2004, p. 40.

[7] CAMPOS, L. S. Teatro, Templo e Mercado: organização e marketing de um


empreendimento neopentecostal. Petrópolis: Vozes, 1997.

Página 24 de 59

Página 25 de 59 [8] MARIANO, R. Neopentecostais: sociologia do novo


pentecostalismo.

São Paulo: Loyola, 1999.

[9] MACHADO, M.D.C. Carismáticos e pentecostais: adesão religiosa na esfera


familiar. Campinas/São Paulo: Autores Associados/ANPOCS, 1996

http://www.espacoacademico.com.br/059/59ferreira.htm 08/02/2010 – 20h51

II - MOVIMENTOS, ÊNFASES E DESENVOLVIMENTO

I – Introdução
Após o entendimento sobre a disciplina e o que está em torno dela, vamos
conhecer deste período histórico, alguns movimentos que impulsionaram e
delimitaram a ação missionária para o contexto contemporâneo.

Um perfil no início deste período

Neste período se acentuou o avanço missionário protestante, bem como as


pesquisas e registros do perfil do trabalho missionário. Até então, a força
missionária cristã era realizada pela igreja católica tradicional e de 1500 a 1800
pela católica Romana.

No movimento protestante se efetivou em quatro ondas, segundo Patrick


Johnstone (1998):

• Primeira onda: Missões denominacionais aos litorais dos continentes


(1792-1865) 

• Segunda onda: Missões interdenominacionais ao interior dos
continentes (1865-1910) 

• Terceira onda: Missões evangélicas aos países do mundo (1910- 1966)

• Quarta onda: Missões globais aos povos do mundo (1966 até o
presente) 
II - 40 anos de crescimento dos evangélicos a partir de 1960

Pontos marcantes do período 
O crescimento dos evangélicos nesses
40 anos mostrou uma nítida inclinação continental para cada década. 


Anos 60: África, com a finalização do regime colonial quando a maioria dos
países africanos tornou-se e independentes. O crescimento do cristianismo foi
de 50% da população num único século. Porém não atingindo a área política,
continuando então: corrupção, guerras,

ditaduras, genocídio, mesmo havendo cristãos ativos nos países. Em vários


países com as piores condições, a igreja cristã é uma das únicas estruturas
estáveis, porém fracassam ao tentar impactar as estruturas políticas. Está
impregnado o entendimento de que política é sujo, então, os cristãos devem
ficar longe.

Anos 70: América Latina, continente nominalmente católico durante os 500


anos anteriores, que no século XX multiplicou o número de evangélicos,
partindo de 250.000 (1900) para cerca de 40 milhões (final do século). Há mais
evangélicos nas igrejas aos domingos, do que católicos nas igrejas romanas.
Há mais igrejas evangélicas no Brasil do que em toda Europa. Nos anos 90,
evidenciam-se influências sociais e políticas significativas onde o crescimento
dos evangélicos é participativo. 


Anos 80: Ásia Oriental, crescimento da igreja coreana (sul), 50 milhões de


chineses estrangeiros e o javanês na indonésia, seguido do crescimento da
igreja na china (período pós-Mao). Os evangélicos na Ásia tornaram-se mais
numerosos que na América do Norte. A Igreja de Singapura tem a maior
mentalidade missionária pelo envio de número de missionários para cada 1000
cristãos. Porém é um quadro parcial, pois há grandes áreas e povos da Ásia
em que não houve ingresso do evangelho. 


Anos 90: Euroásia, área do Bloco comunista. O desaparecimento da Cortina


de Ferro trouxe mudanças com o ressurgimento das igrejas nativas mais
antigas (principalmente a Ortodoxa), crescimento na atividade evangélica
(nativa e estrangeira). Porém, a reação das Igrejas Ortodoxas limitou e/ou
condenou as atividades evangélicas estrangeiras. 
O século XX ficou marcado
por guerras terríveis, fome, tiranias, e catástrofes naturais, que de alguma
forma contribuem para o crescimento do Reino. 


Guerras: El Salvador (1980), Argentina (1982), Afeganistão (1978), Sudão


(1956-1964), Vietnã, Timor Leste (Pós Guerra- Língua Portuguesa). 


Tiranias: Kwame Nkheunah (Gana), Aiatolá Khomeini (Irã), Mao TSE Tung
(China), 


Desastres Naturais: Guatemala (lutas armadas e terremoto), Ucrânia e


Chernobyl (Acidente nuclear), Espanha (drogas), 


III - Estruturas de Ministérios

Em cada época a ação missionária (Evangelização Mundial) apresenta uma


estrutura e que em cada período apresenta mudanças:

Ministério de Jesus: Sinagoga, Os Doze, De dois em dois integrados na


evangelização mundial. Igreja Primitiva (100 D.C): Igrejas Locais, Equipes
apostólicas, Discipulado em equipe apostólica, Apoio das igrejas locais.

Católicos Romanos (1500): Igreja (papa), Universidades, Ordens Monásticas,


integradas no acúmulo do poder para o centro do império eclesiástico, A
Evangelização ficava com a ordem monástica.

Reforma e pós reforma (1600): Denominações e Igrejas, Universidade,


independentes e isoladas sem a ação evangelística mundial, que ficou sem
estrutura.

Evangélicos: Com William Carey, deu-se inicio a retomada de investimento


eclesiástico e denominacional e posteriormente com as Missões de Fé (Países)
com foco internacional. Em 1980 a estrutura passa, então, a ser: Igrejas,
Instituições de Treinamento e Agências, também independentes sendo que a
Ação missionária fica com a Agência.

Surgiram inúmeras agências para atendimento de várias necessidades (Para -


Eclésia). Houve crescimento das Instituições de Ensino Teológico para
combater a Teologia Liberal. As Agências para- eclesiásticas são vistas com
maus olhos como que utilizam as igrejas para obterem recursos. Mesmo
havendo a integração, ainda a ação evangelística mundial fica com a Agência.
Deste perfil, vemos um dos pontos críticos: Quem envia? A Igreja Local? 


A Liderança Denominacional? 


A Agência Missionária? 


O Seminário? 


Sites para consulta

SITES DE CONSULTA

https://joshuaproject.net/ http://www.operationworld.org/

https://www.wecinternational.org/ https://www.portasabertas.org.br/

http://www.amtb.org.br/

http://apmt.org.br/ https://portal.povoselinguas.com.br/

Vídeos

PNA https://www.youtube.com/watch?v=vu-jJdD8ne4

Institucional APMT https://www.youtube.com/watch?v=kmPXN-v8G6Q&t=23s

Projeto Josué 2000


por Luis Bush –
Diretor Internacional Movimento AD2000 e Além

A Janela 10/40 é onde mora a maioria dos muçulmanos hindus e budistas do


mundo. É inegável tarefa da igreja juntar-se a Deus Pai para levar o Evangelho
a esses povos.

Com fé muitos dos servos de Deus em todo o mundo creem que somos a
“geração Josué” chamados para espiritualmente “herdar as terras” dos povos
não alcançados que ainda restam através da plantação de igrejas. Esta é a
hora. O final da história já foi contado: “...Olhei e vi uma grande multidão que
ninguém podia contar de todas as nações tribos povos e línguas que estavam
em pé diante do trono e perante o Cordeiro...”(Apocalipse 7:9).

O Projeto de Oração pela Janela III fundamenta uma iniciativa estratégica


global denominada Projeto Josué 2000.

O Projeto Josué 2000 é uma estratégia de cooperação internacional que


focaliza os povos menos evangelizados do mundo. Esperamos que toda igreja
agência missionária denominação evangélica e cristãos de todos os países do
mundo trabalhem para atingir o alvo de “Uma igreja para todos os povos e o
evangelho para todas as pessoas até o ano AD2000”.

Confiamos em Deus para a reprodução de igrejas de pelo menos 100 crentes


entre cada um dos povos do Projeto Josué 2000 até o dia 31 de dezembro do
ano 2000. Suas orações são fundamentais para este esforço.

Os perfis de grupos de povos neste trabalho são baseados em uma lista


compilada pelo Projeto Josué 2000. A lista de povos do Projeto Josué 2000
procura identificar esses grupos de povos mais necessitados de um movimento
de implantação de igrejas. Essa lista inclui mais de 2000 grupos de povos cada
qual com uma população de pelo menos 10.000 pessoas com menos de 5% de
cristãos. A maioria se distingue por etnia e língua.

A oração foi fundamental no desenvolvimento dessa lista. Em 21 de novembro


de 1994 pesquisadores de todo o mundo tiveram uma reunião extraordinária e
apresentaram uma ampla gama de perspectivas. Esses pesquisadores
dedicaram a primeira metade da reunião para a oração. Um por um cada
participante leu um versículo de João 17 orando aquele versículo ao Senhor.

Num espírito de unidade os pesquisadores compilaram o documento que hoje


fundamenta a lista de povos do Projeto Josué 2000. O documento declara:
“Concordando que Jesus nos ordena a compartilhar o Evangelho com todo o
mundo e como fim de assegurar que cada grupo de povos ou nação (conforme
Mateus 28:20) em todo o mundo seja discipulado... representando várias
iniciativas de pesquisa... resolvemos agora concordando de todo coração sem
reservas convidar a comunidade cristã no mundo todo ao seguinte:
1. Desafiar os seus membros para atingir o alvo de “Uma igreja para todos os
povos e o Evangelho para todas as pessoas até o ano AD2000” (ou seja até 31
de dezembro de 2000).

2. Utilizar povos etnolinguísticos dentro de um país como ponto de referência


para avaliar a tarefa e mobilizar a igreja em todo o mundo à oração e ao
envolvimento em missões.

3. A fim de cumprir a ordem de Cristo de fazer discípulos das nações (etnias) e


o alvo do AD2000 de uma igreja para cada povo até o ano 2000...
publicaremos uma lista de todos os povos vistos como mais necessitados de
um movimento de plantação de igreja no seu meio”.

Para propósitos estratégicos povos relacionados mais de perto podem ser


reunidos em “grupos”. Os nomes dos 129 grupos de povos deste livro servem
como nomes de grupos de povos afins representando assim a maioria dos
povos do Projeto Josué 2000.

Orar por esses povos e comprometer-nos a levar-lhes o Evangelho nos permite


ser um canal de bênçãos para o mundo. As Escrituras nos contam a história de
um homem chamado Obede-Edom: “Assim ficou a arca de Deus com a família
de Obede-Edom três meses em sua casa e o Senhor abençoou a casa de
Obede-Edom e tudo que ele tinha” (1 Crônicas 13:14). Depois que a arca foi
levada a Jerusalém Obede-Edom também mudou. Tornou-se guarda da porta
na casa do Senhor (1 Crônicas 26:15).

Como Obede-Edom, temos experimentado as bênçãos do Senhor. Escolhamos


como ele abrir os portões dessa bênção para outros orando pelos grupos de
povos não alcançados do mundo. Oremos para que as bênçãos de Deus fluam
para cada um desses povos a fim de que cada pessoa tenha uma oportunidade
válida de experimentar a verdade e o poder salvador de Jesus Cristo.

Fontes: Population Reference Bureau (1991), National Geographic map (3/93),


Britanica World Data (1989) Global Mapping International (719) 531-3599
SEPAL-1995 (011-523-2544)

III - ÊNFASES TEOLÓGICAS E MISSIOLÓGICAS


INTRODUÇÃO

Além de conhecermos a situação mundial quanto à evangelização, o próprio


movimento cristão e protestante e ainda seu desdobramento, temos que
verificar as tendências teológicas e missiológicas deste período. Isto nos dará
subsídios para entender alguns itens que facilitam e/ou dificultam o avanço
missionário.

Tendências Ideológicas e Estratégias durante o século XX:


A Grande comissão: a ênfase na proclamação da mensagem da salvação foi


a tônica até 1950.

Favorecia uma dimensão individual e vertical do relacionamento do ser humano


com Deus.

O Crescimento da Igreja: a ser enfatizado nos anos 50 sob o aspecto social e


eclesiológico. Um grande crescimento se verificou nas partes do Mundo dos
Dois Terços (Brasil, Coréia, Centro-sul da África) que também favoreceu a
prioridade no trabalho missionário.

Independência das Igrejas Emergentes: é intensificada nos anos 60 com a


autonomia das igrejas nacionais em muitos denominados “campos
missionários”. Em alguns países já estava em andamento, e em outros foi com
a independência dos colonizadores, passando a nacionalização das igrejas.

O Desafio Ecumênico: é discutido na década de 70 com a dimensão sócio-


política de integração. Teve o fortalecimento com o Conselho Mundial de
Igrejas e a Conferência De Evangelização Mundial em Lausanne (1974), que
incluía no pacto a ação integral de proclamação do evangelho, atuação social e
política.

A perspectiva do Reino: a ênfase escatológica “já e ainda não” enriqueceu o


pensamento missiológico a partir da década de 70 e também a influência
latino-americana na apresentação do tema em Lausanne.

Visão Trinitariana da Missão: é enfatizada nos anos 70 firmando-se nos anos


80, com a ênfase carismática tanto em igrejas tradicionalmente pentecostais,
como não-pentecostais, passando a fazer parte na liturgia de culto e
“adoração”: ênfase na Batalha espiritual e reconhecimento da realidade
espiritual e confronto com o Mal no trabalho missionário.

Povos não Alcançados, sob aspecto estratégico tem sido a ênfase de muitos
movimentos nas décadas de 80, 90. Já existiam antes, mas teve força com
Movimento AD 2000, vinculado Janela 10- 40.

Cooperação Missiológica, como reflexo da reavaliação do movimento


missionário internacional e na busca da relevância para a Missiologia Global. A
Missiologia passa por reavaliação devido as crises que sofre pela influencia de
ideologias pragmáticas e empresariais do norte.

Surgem novas consultas para aprofundar temas relevantes para os próximos


anos de atuação.1 Podemos elucidar a problemática com Patrick Johnstone
(1998, pg 195), citando David J. Bosch sobre Missiologia:

“... a missiologia atua como uma pessoa irritante na casa da teologia, trazendo
inquietação e presunção resistente, opondo-se a cada impulso eclesiástico,
com auto-proteção, a todo desejo de ser o que somos, a cada inclinação contra
o provincialismo e o paroquialismo, a toda fragmentação da humanidade em
blocos regionais ou ideológicos, a toda exploração de alguns setores da
humanidade através do imperialismo cultural, poderoso, religioso ou ideológico,
e a cada exaltação de auto- suficiência do indivíduo sobre outras pessoas ou
sobre outras partes da criação.”

Globalização: se cruza com o movimento missionário cristão em várias partes:


teologia (julgamos a globalização e seus efeitos e nos apresentemos como a
real comunidade globalizada), antropologia, redefinição do homem como
“homo espirtualis” e não como “Homo economicus”. Contabilidade e avaliação
mudando a linguagem numérica para linguagem de vida e transformação.

CONSTATAÇÃO

Segundo Ralph Winter (missiólogo e fundador do Centro de Missões Mundiais


dos EUA), a iniciativa missionária passou por fases importantes:

A primeira, a partir da Palestina (envio dos apóstolos pelo Mestre e o trabalho


de Paulo). 


A Segunda, na Europa no fim do séc. XVIII (missões modernas). 


A terceira, na América do Norte (enviou missionários para todo o mundo na


segunda metade 
do séc. XIX). 


A quarta, a partir do mundo dos 2/3 (campos missionários até então). 


1 A Consulta de Foz de Iguaçu – Brasil apresenta os resultados, estão


reunidos no livro Global Missiology de Taylor, W. D (Ed) constante na
bibliografia.

Cenário Global na virada do século

O fim de um século e o início de um novo, que também é um novo milênio,


levam a um inventário de oportunidades e recursos. Também, servem de
balanço de onde as coisas estão, e como chegaram ao ponto em que estão,
como também a perspectiva para onde vão.
Evangelho Traduzível: Treinamento para o entendimento e conhecimento do
mundo cultural do Oriente Médio e Mediterrâneo, assim como consciência
cultural ao evangelista a partir das questões de nossa cultura pós-moderna e
às respostas que o evangelho tem para elas hoje.

Globalização e Contextualização: A cultura da globalização cria atitudes e


uma defesa mental que podem ser o oposto ao que o evangelho ensina sobre
a vida debaixo dos desígnios de Deus.

Crescimento da Pobreza e Desigualdade: O lado econômico acentuou as


disparidades sociais do mundo. O movimento missionário voltado para o
tratamento holístico é uma resposta a isto.

O Fim da cristandade: A postura de cristianismo implícito e oficial no mundo


ocidental como norteador, aponta se perder, pois sua influencia tem domínio e
elementos como compaixão e justiça que não são falados nas políticas
nacionais e/ou internacionais dos países ricos.

Cultura Pós-moderna: o Individualismo, o relativismo, o hedonismo, o


materialismo e o senso de direção as massas, denotam ausência de foco na
filosofia e direção para o futuro.

Nova Religiosidade: A nova atitude acerca da religião e a proliferação de


práticas religiosas devem ser entendidas como parte da revolta contra a
modernidade. As ideologias do progresso indefinido e a racionalidade humana
apontam o fracasso humano em dar significado a vida e respostas as questões
existenciais.

Vamos verificar outras pesquisas sobre o desenvolvimento missionário mundial


com foco na ação latino americano e analisarmos o reflexo para os dias de
hoje e as perspectivas que apontam.
IV - MOVIMENTOS MISSIONÁRIOS BRASILEIROS

I – Introdução

Após o estudo do movimento global e seus desdobramentos, inclusive na


América latina e desdobramentos vamos focar o movimento missionário no
Brasil e do Brasil. Também vamos verificar suas consultas e estruturas e o
perfil do trabalho e envio missionário.

II – Brasil e o contexto missionário

O Brasil, bem como, os outros países da América Latina foram por muito tempo
campo missionário. Neste período que estudamos, ele e também os outros
passam a ter outro status no ambiente missionário.

Cooperador: Mesmo sendo campo missionário, percebemos o movimento de


cooperação Missionário com o EUA nos países de atuação, contudo o Brasil
era força operária e os EUA a força monetária e decisória.

Enviador: no sec. XIX passa por uma mudança, há o despertamento com o


movimento mundial e então a intensificação no envio de missionários com
recursos próprios, estratégias próprias, e a nacionalização dos campos
brasileiros.

Surgem nesta época alguns movimentos de destaque na história missionária


brasileira:

AMTB, Associação Missionária Transcultural do Brasil.

APMB, Associação de Professores de Missões do Brasil.

II – Detalhando os movimentos

1) AMTB, Associação Missionária Transcultural do Brasil . A AMTB tem por


finalidade a orientação e a concentração de esforços das agências, juntas e
organizações missionárias para a mobilização das igrejas evangélicas do país
para missões transculturais, e atua:

- Reconhecendo as agências filiadas; 



- Promovendo diálogo e cooperação entre os interessados na evangelização
mundial; 

- Prestando serviços técnicos e assistenciais aos associados; 

- Desenvolvendo material apropriado ao trabalho de missões; 

- Incentivando a instalação de cursos; 

- Erando recursos destinados à realização dos seus fins. 

- Assessorando e representando seus membros. 

Breve Histórico da AMTB

A AMTB foi organizada oficialmente em 1982 por iniciativa de alguns líderes de


missões no Brasil incentivados, entre outros, pela Missão Informadora do Brasil
(MIB-Mission Information Bureau), pela Comissão de Missões da World
Evangelical Fellowship (WEF) e por missionários do exterior, residentes no
Brasil. As primeiras reuniões rumo à organização da AMTB, ocorreram já em
1976 quando líderes brasileiros, junto com missionários estrangeiros ativos no
Brasil, iniciaram os fundamentos para tal associação. A AMTB foi fundada com
16 organizações para-eclesiásticas, sendo seu primeiro presidente o Rev.
Jonathan dos Santos, que vinha liderando os encontros desde 1978.

Declaração de Fé da AMTB:

• A plena e divina inspiração das escrituras canônicas, sua infalibilidade,


sua única e final autoridade de fé e prática; 

• A existência de um só Deus que subsiste em três pessoas, com igual
essência, poder e glória: Pai, Filho e Espírito Santo; 

• A criação do homem à imagem e semelhança de Deus e com alma
imortal; a queda de toda a humanidade em Adão, sua consequente
depravação moral e sua necessidade de regeneração. 


Propósito 


O objetivo da AMTB é a concentração de esforços para a mobilização


das igrejas evangélicas do país para missões transculturais,
promovendo diálogo e cooperação entre os interessados na
evangelização mundial, prestando serviços técnicos e assistenciais,
desenvolvendo material apropriado ao trabalho de missões,
incentivando e instalando cursos, provendo recursos destinados à
realização dos seus objetivos.

Encontros Oficiais antes da organização da AMTB 


Antes da organização oficial da AMTB foram feitas várias reuniões de


discussão e delimitação para a Associação, bem como temas
importantes para a ação missionária: 

Ano Observação
Localidade Ênfase

Chamada Pessoal para o


trabalho missionário;

O Papel da igreja e
seminário no chamado
missionário;

Recrutamento; Treinando
Missionários; Currículo de
Missões;

Desenvolvendo maturidade Estavam presentes 9


espiritual em candidatos líderes nacionais e 9
antes do trabalho missionários estrangeiros
missionário; como observadores.
3o.
Encontro Maturidade emocional; A World Evangelical
- 1978 Niterói – RJ
Fellowship deu apoio
Identificando e financeiro à reunião com a
desenvolvendo atitudes finalidade de abrir canais
culturais e capacidade de comunicação entre as
linguística; missões com base no
Brasil.
A vida familiar do missionário
(cuidado pastoral, educação
de filhos, saúde e finanças);

Financiando Missões;

Estabelecimentos de alvos
em missões;
Responsabilidades e
Supervisão; Informações
Missionárias;
Regresso à
terra de origem.

Tema geral: Possibilidades e


Viabilidade das igrejas Estavam presentes 18
4o.
evangélicas do Brasil. missões, organizações e
Encontro São
Participarem de missões igrejas.
- 1979 Paulo -
mundiais.
SP
A preocupação era de reunir
o maior número de
Assuntos Abordados: Base representantes de
Bíblica de Missões; associações missionárias e
juntas denominacionais que
Quadro geral das estivessem operando ou
disponibilidades de recursos tem planos de operar em
humanos e econômicos das outras áreas e em outras
Igrejas Evangélicas do Brasil culturas.
para missões;

Países onde é viável o


trabalho Missionário de
brasileiros; O que está sendo
feito;

Modalidades de trabalho
missionário viável em outros
países para os brasileiros;

Preparo Missionário:
Integração no Campo;

Viabilidade da Organização
de uma Associação de
Missões Brasileiras.

Temas:
Apresentação das Constatou-se em pesquisa


organizações presentes com pela SEPAL que o Brasil
relatórios Intercessão pelas tinha:
5o. S. nações;
Missão como
30a 35 organizações
Encontro Cristóvão processo de encarnação;

missionárias com cerca de
- 1980 - RJ Sugestão para um currículo 300 a 350 missionários em
de missiologia;
Ligação diversas partes do mundo.
Igreja- Missão;
O Problema
de fundos para Missões. Foi proposto a formação da
Associação de Missões
Brasileiras

6o.
São Temas:
Conscientização de
Encontro
Paulo missões;
Relação Igreja-
- Além desses encontros
Missões;
Treinamento de organizados e abertos a quem
- missionários brasileiros; quisesse participar houve reuniões
1981
SP Levantamento de fundo;
 (cafés da manhã) em SP em 1980 e
Profissionais em missões. 1981 para discussão da Associação.

2) APMB, Associação de Professores de Missões do Brasil.

Iniciou como um departamento de treinamento missionário da AMTB, em 1992,


porém teve suas raízes na cidade de Belo Horizonte em outubro de 1983, no I
Congresso Brasileiro de Evangelização. Ali se reuniu o grupo de líderes da
Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB), que tinha sido
formada em meados dos anos de 1970, com a ajuda da Aliança Evangelical
Mundial (naquela época, a WEF – World Evangelical Fellowship) e a MIB
(Missão Informadora do Brasil).

Nesta reunião a AMTB decidiu formar uma comissão especificamente


direcionada para o treinamento e desenvolvimento de professores de missões.
Havia na época poucas escolas oferecendo missiologia e apenas cinco ou seis
pessoas com formação missiológica, e o movimento missionário tinha
começado a crescer. O nome dado à comissão foi “COM” – Comissão de
Orientação Missionária. A ideia era de oferecer ajuda às escolas e professores
no preparo de brasileiros para a tarefa transcultural. A COM consistiu dos
seguintes membros: Lídia Almeida Menezes, Élben M. Lenz César e Décio
Sanches Carvalho, com a Barbara Helen Burns, como relatora.

A primeira atividade formal da COM foi duas semanas de cursos intensivos


para professores e líderes de missões em julho de 1984. Mais ou menos trinta
pessoas participaram, ouvindo sobre “Estruturas Emergentes na Missão
Transcultural da Igreja de Hoje” com Dr. Theodore Williams da WEF, e “A
Pedagogia de Missões” com Dra Lois McKinney, professora de missões em
Wheaton College nos Estados Unidos e tinha sido uma das fundadoras da
AETAL (Associação Evangélica de Educação Teológica na America Latina).

Em novembro de 1984 Dr. Russell Shedd deu mais uma semana com o tema
“A Estratégia Missionária no Novo Testamento”. A matéria impactou não só os
30 alunos presentes, mas também o próprio Dr. Shedd que nunca tinha
ministrado o Novo Testamento na ótica de missões.
A COM promoveu mais
cursos intensivos em 1986 (“Etnografia” com Lois McKinney e “Movimentos
Teológicos na Realidade Contemporânea Brasileira” com Ricardo Sturz),
participou das assembleias e publicou o Boletim da AMTB, aproveitando a
oportunidade de colocar peso em informações práticas, de literatura e

professores disponíveis para o ensino de missões. Neste tempo o grupo de


professores de missões percebeu que estava um pouco limitado com a
estrutura administrativa da AMTB. Alguns desejavam ter mais liberdade de
desenvolver atividades e publicações direcionadas a necessidade do ensino de
novos missionários. A Secretária Executiva da AETTE (Associação Evangélico
para Treinamento Teológico – o primórdio da AETAL), Izes Calheiros
encontrou-se com Barbara Burns na reunião sobre ensino missiológico em
Manila, Filipinas, na ocasião da consulta da Comissão Missionária da WEF.
Ambas sonharam em desenvolver mais oportunidades para o ensino. As duas
entidades, COM e AETTE planejaram uma primeira consulta em conjunto para
acontecer dois dias antes da Assembleia anual da AMTB em Araçariguama em
abril de 1990. Todos ficaram para a Assembleia, quando foi levantada a
possibilidade da formação da nova entidade.

Na discussão em plenária da AMTB, quase todos sentiram que a separação


seria positiva. Era a AMTB gerando uma filha útil e necessária. Foi nomeada
uma comissão para estudar a questão mais a fundo:

Barbara Burns, Donald Price, Ivone Botelho, Mary Machado e Lídia Almeida de
Menezes, que compunham o grupo e na sua primeira reunião nomeou Donald
Price como relator.

Consultas

Diante disto, em 1990, esta consulta foi considerada como a 1a consulta da


Associação dos Professores de Missões no Brasil. Era o final da COM e o
início da APMB. Vinte e oito pessoas estavam presentes, com a participação
especial de David Harley, diretor da All Nations Christian College na Inglaterra,
ele falou sobre treinamento em geral, baseado na sua experiência de campo. O
grupo produziu uma declaração que foi enviada para os seminários e institutos
bíblicos, encorajando-os a incluir missiologia nas suas disciplinas. (Ver cópia
desta declaração).

A segunda consulta aconteceu nos dias 13 a 17 de novembro de 1990, de


novo em conjunto com a AMTB em Araçariguama, houve a primeira
assembleia geral do novo grupo (dia 14/11/90). O nome decidido para a nova
entidade foi a Associação de Professores de Missões no Brasil (assim incluindo
estrangeiros que atuavam nesta área no Brasil). Os preletores foram Russell
Shedd (“A Chamada Missionária”), Theodore Williams (“Ética Cristã na Prática
de Missões” e “Treinamento Missionário”), Tonica van der Meer (A História de
Missões Brasileiras em Angola), Rinaldo de Mattos (“A Importância da
Contextualização em Missões”) com Pr. Jonathan dos Santos e Roberto
Harvey dirigindo os devocionais.

Terceira consulta: Em 12-16 de maio de 1992, na sede da Missão Operação


Mobilização em Petrópolis, os sócios formalizaram o estatuto que tinha sido
elaborado pela comissão e elegeram uma diretoria, a APMB começou assim, a
sua vida oficial.
A diretoria era composta de Timóteo Carriker, Presidente;
Margaretha Adiwardana, 1a Vice- Presidente; Decio de Azevedo, 2o Vice-
Presidente; Mary Rose Machado, 1a Secretária; Durvalina Barreto Bezerra, 2a
Secretária; Ivone Botelho, 1a Tesoureira, e Lars Bertil Ekström, 2o Tesoureiro.
Os preletores dessa consulta foram: Ronaldo Lidorio, Lourenço Stelio Rega,
William Taylor e Durvalina Barreto Bezerra, abordando o tema: “Formação
Missionária Brasileira em Contexto Mundial”.

A 4a consulta em 14-17 de julho de 1993 em Araçariguama – SP, em conjunto


com a Missão Antioquia. Foi trabalhado o tema “Islamismo”, o palestrante foi
Am Solomon. Nesta reunião, o grupo decidiu os objetivos da APMB,
publicando-os em um panfleto informativo.

Objetivos:

• Promover cooperação e compartilhamento de informações para o


melhor desempenho do ministério na área de ensino e preparo de
missionários transculturais brasileiros.
• Divulgação de listas curriculares, bibliografias, apostilas e informativos. 

• Oferecer assessoria de montagem de currículos. Agregar professores
disponíveis. 

• Encorajar as editoras para publicar material missiológico. Assessorar
escolas de missões emergentes com consultas e literatura. 

• Catalogar os materiais didáticos dos professores para ser colocado à
disposição dos sócios. O número de membros tinha aumentado de 22
em 1992 para 71 em 1993. Na mesma consulta o grupo nomeou
Barbara Helen Burns como Secretária Executiva, para assumir depois
de sua volta a dos Estados Unidos, onde ficou por 1 ano. Ela retornou
ao Brasil em fevereiro de 1994. 


A 5a consulta: Em 1994 A APMB organizou uma consulta em Campinas –


S.P. Barbara Burns ensinou sobre “O Ensino Integrado de Missões”, Francis
Popovich e Timóteo Carriker também participaram como preletores. 


A 6a consulta: Em outubro de 1995 a APMB juntamente com a AMTB e a


ACMI organizou uma consulta sobre “Cuidados Missionários: Como Evitar o
Regresso Precoce do missionário”. A ênfase foi dada em ouvir vários
missionários e depois trabalhar em grupos pequenos, para saber como igrejas,
agências e escolas podem aliviar o problema. 


A 7a Consulta da APMB reuniu mais que 50 pessoas em Campinas entre 24 a


27 de abril de 1996. O tema foi “A Realidade Missionária Brasileira:
Consequência para o Preparo”. Ronaldo Lidorio, Donald Price, Durvalina
Bezerra e Decio de Azevedo foram os preletores. Barbara Burns e Margaretha
Adiwardana conduziram o grupo no processo da DACUM, ou como decidir
currículo baseado em capacidades desejadas. 


Nesta assembleia, Timóteo Carriker decidiu passar a liderança para outra


pessoa e Don Price foi eleito presidente. 1a Vice-presidente, Margaretha Nalina
Adiwardana, 2a Vice Presidente; Antônia Leonora van der Meer, Durvalina
Barreto Bezerra, 1a Secretária; Jair Pintor 2o Secretário; Carlos R. M. Mas, 1o
Tesoureiro; e Ivone Lima F. Botelho, 2a Tesoureira.
Consultas Nacionais e Regionais 

1996 - Em João Pessoa – PB no Betel Brasileiro Dirigiram: Enoque Faria e

Barbara Burns. 

1997 - Em Gramado – RS em julho de, foi um grupo maior (D. Price,

Margaretha Adiwardana, Jair Pintor e Barbara Burns).


1998 - Em Anápolis – GO em, no seminário teológico da Igreja Cristã


Evangélica. Tema: “Transformando Atitudes Raciais e Sociais através do
Preparo Missionário”. Preletor principal, Ariovaldo Ramos. 


1998 - Em Belo Horizonte – MG em Consulta Geral e assembleia Geral da


APMB aconteceu na sede da Missão AMEM. Palestrantes: Rubens Amorese,
Ted Limpic, Hans Walter, Donald Price, Tonica Van der Meer e Durvalina B.
Bezerra ministrou as devocionais. Na Assembleia, Durvalina Bezerra foi eleita
presidente. 


No biênio 98-99, a APMB tornou-se pessoa jurídica com o CNPJ-


02891032/0001-50, foi aberta conta bancária e recebendo 33 novos membros.

1999 - Em Foz de Iguaçu PR - a assembleia nacional e consulta Geral, com o


tema: “A Singularidade de Cristo num Mundo Pluralista” foi abordado por vários
preletores (William Taylor, Paul Hiebert, Antônio Carlos Barro, Bertil Ekström,
Donald Price, Jonas Machado, Ronaldo Lidorio e David Pollock. Vários outros
grupos reuniram-se no mesmo tempo (inclusive a Comissão de Missões da
WEF), facilitando os preletores e logística. Nesta reunião a secretária
executiva, Barbara Burns, entregou o seu cargo de secretária executiva, devido
a mudança dela de São Paulo para João Pessoa. Margaretha Adiwardana
assumiu seu trabalho.

2000 - Em Campinas-SP - foi preparada nova consulta para abordar o tema


“Preparo Missionário para Campos de Risco”, com Margaretha Adiwardana e
Paulo Moreira. Na eleição Donald Price foi eleito presidente, Durvalina Bezerra
1a vice-presidente, Antonia Leonora vanderrMeer, 2a vice-presidente, 1a
secretária, Elaine Cristina Soares, Ruth Brasil da Silva, 2a secretária, 1o
tesoureiro, Gustavo Chaves, 2o tesoureiro, Bezaleel Duarte Pereira, e
Margaretha Adiwardana continuou na secretaria executiva.

2000 -Em Recife – PE, em outubro foi realizada uma consulta regional no SEC,
Seminário de Educadores Cristãos. Tema: Preparando missionários para
perseverar. Preletores: Marcos Amado, Margaretha Adiwardana nas plenárias.
Na devocional, Durvalina Bezerra, Bárbara Burns, Milzete Albuquerque,
Thomas Foldor em seminários.

2001 - Em Petrópolis - RJ, em março no Acampamento Batista em Areal, foi


realizada a Consulta Nacional, refletindo o seguinte tema: Curso de
Metodologia de Ensino. As preletoras foram: Izabel Murphy, Lois Mckinney
Douglas e Bárbara Burns.
2001 - Em Viçosa – MG, em julho no Centro Evangélico de Missões, Consulta
Regional em 26 –27 de julho em parceria com o CEM. Preletores: Viviane
Stacey e Miriam Zanutti, o tema abordado foi: Preparo Missionário para o
Trabalho com o Povo Muçulmano.

2002 - Em Araçariguama – Missão Antioquia, em maio, em conjunto com a


ACMI, refletindo o tema: Construção de currículo de missões para a igreja
local. Preletores: Margaretha Adiwardana, Renilda Almeida e Cornélio Zillner.
As devocionais ficaram a cargo de Durvalina Bezerra.

2003 - Em Monte Verde – Missão Horizontes, em maio o tema abordado foi:


Modelos de envio da Igreja local. Preletores: Pr. Julio César de Machado,
Jarbas da Silva e Donald Price. Por motivo de assumir a presidência das
Edições Vida Nova, Donald Price, pediu demissão da presidência da APMB.
Em reunião da diretoria no dia 29 de outubro de 2003 no Betel Brasileiro em S.
Paulo, Durvalina Barreto Bezerra assumiu para completar o biênio, 2003- 2004.

Nas consultas foram tratados vários assuntos relevantes ao ensino de Missões,


com especialistas na área. Elias Medeiros, Scott Horrell, Barbara Burns,
Margaretha Adiwardana, Durvalina Bezerra, William

Taylor, Bertil Ekström, Russell Shedd, Theodore Williams, John Lewis, Ronaldo
Lidório, Antônia van der Meer (Tonica), Donald Price, Vera Brock, Lois
McKinney, David Harley, Rubem Amorese, Bill Bacheller, Josué Mello Salgado,
Karl Janzen, Isabel Murphy, Ariovaldo Ramos, Enoque Farias, Ted Limpic, Paul
Hiebert, Jonas Machado, Paulo Moreira.

PUBLICAÇÕES

Em 1994, a APMB começou a publicar sua revista missiológica, “Capacitando


para Missões Transculturais.” No primeiro número na apresentação fica claro
os objetivos da publicação:

A Revista: Até 2003 publicou 12 edições com conteúdos relevantes para o


ensino de missões, incluindo artigos, métodos didáticos, resenhas de livros e
até charges de Jasiel Botelho. Boletins: A cada ano publicamos trimestralmente
Boletins, informando os sócios das atividades, novidades e serviços da APMB.
Estamos na edição, no 27 Livros: A Associação tem encorajado a produção de
livros de missões e vários sócios já têm livros publicados. Promovemos a
venda de livros e publicações.

Manual de currículo para formação de missionários transculturais: A comissão,


composta por Margaretha Adiwardana, Donald Price e Durvalina Bezerra
elaborou o manual de currículo o qual teve boa aceitação e tem sido usado
como diretriz para o preparo do missionário. Foi lançado em abril de 2000.
Catálogo de escolas de formação missionária e centros de treinamento.
Elaboração em conjunto com a SEPAL para informação das Escolas e Centros
de Treinamento dentro do Brasil.
Catálogo de professores de Missões. Uma lista de professores: Foi publicada
de conformidade com a área de especialização, para atender as escolas no
ensino missiológico. Cursos Intensivos: Os membros da APMB se colocam à
disposição das escolas e Centros de Preparação Missionária no Brasil, para
ministrar cursos.

Eventos: Foi realizado um Seminário para Escritores com Mark Carpenter da


Editora Mundo Cristão (São Paulo). Desde 1990 a APMB tem realizado muitos
serviços em favor do preparo missionário de centenas de brasileiros. Tenho
certeza que Deus levantou a Associação de Professores de Missões no Brasil,
numa hora importante de início e desenvolvimento do ensino missiológico.
Trouxe unidade, ajuda mútua e qualidade para os envolvidos.

Que o Senhor possa continuar usando esta Associação para ajudar na


capacitação dos professores de missões, no processo do movimento
missionário brasileiro e nas etapas futuras na história de Deus, em alcançar
este mundo com a salvação do Seu Filho e que tudo redunde para a Sua
glória!

CONCLUSÃO

Cerca de 20 anos após seus primórdios, a AMTB conta hoje com mais de 40
organizações filiadas, tanto denominacionais como interdenominacionais, e
representa grande parte do movimento missionário no Brasil.

Um estudo histórico da AMTB nos fornece, além do relato dos fatos em si, a
visão que a associação tem tido das necessidades do Movimento Missionário
Brasileiro ao longo destes anos e as propostas de solução, abordando os
aspectos tanto positivos como negativos da trajetória da AMTB,

Descobriremos os acertos e os desacertos, assim como as facilidades e as


dificuldades encontradas pela associação. Trata-se de uma história que
proporciona lições e inspiração, ao mesmo tempo que leva à uma reflexão
crítica acerca da tentativa da AMTB de unir e manter unido o movimento
missionário, num espírito de cooperação e num desejo de desenvolvimento de
qualidade.

Consulta

AMTB: http://www.amtb.org.br/

DAI – Departamento de assuntos Indígenas http://www.amtb.org.br/dai-


departamento-de-assuntos-indigenas-da-amtb/

CONPLEI: https://www.conplei.org.br/
V - DESAFIOS GERAIS E PESSOAIS

I – Introdução

Estamos chegando ao final da disciplina do Panorama da Missão, e após


verificarmos o movimento global, latino-americano e brasileiro não podemos
deixar de verificar um âmbito mais particular ou pessoal: o Missionário.

Verificamos todo âmbito ao contorno do missionário: global, atuação,


perspectiva, necessidades regionais e étnicas, a igreja enviadora, o país
enviador, sua realidade e movimento. Mas, e quanto ao que é enviado? O que
tem sido focado neste período?

Estatística sobre os missionários brasileiros

• Perfil dos missionários enviados (gênero);


• Perfil das agencias enviadoras;

• Permanência no campo e retorno.

I – Chamado e Vocação

Uma questão difícil de ser avaliada e dimensionada. É subjetiva e pessoal,


porém é possível avaliar de algumas formas e ser confirmada.

Lugar x dom: Com todo o movimento de reflexão, estratégia e perspectiva


missionária verifica-se também uma alteração ou adequação a respeito do
chamado. Por um longo período a ênfase estava no país, depois no povo e
agora o mais comum é no dom. Isto não quer dizer que as primeiras não
existam mais, somente não são a regra. Será que estamos alcançando um
equilíbrio?

Iluminação x reflexo: A adequação ao modelo bíblico é que aquele que é


separado e enviado, já produz frutos aqui. Isto se confirma no item anterior
quanto ao dom.

Alguns motivos errôneos de opção pelo trabalho missionário

Emoção: Foi atingido por uma mensagem, num momento frágil, uma situação
catastrófica, somados a outras de seu contexto.
Sem opção: Uma família
desajustada, sem trabalho, sem perspectiva: Deus está chamando. Ministério
em baixa: Vê-se como fracassado aqui e sem perspectivas.

Status ou reconhecimento: Afinal de contas estar em outro país e retornar ao


seu traz ibope e holofotes.

Alguns motivos errôneos para envio pela igreja

Emoção: Alguém de nós vai para um lugar que eu nunca irei.



Sem opção: Se não enviar ele vai mesmo assim.


Não ter responsabilidade: Você é quem sabe, nós só podemos ajudar com $.

Convicções teológicas: Não quer ser julgado por não ter feito se realmente
for de Deus.

II – Desafio da Igreja

• A Vida e o Caráter do Missionário. É colocado como papel da


Agência, não se mantem mais a relação igreja, corpo e envio. 

• Cuidado do Missionário (Integral)
• Pré-Campo

• Campo
Pós-Campo.
Numa era de terceirização e ainda de relações


impessoais, é difícil assumir o envolvimento e participação em todo o
processo.
• Equipar os missionários

• Adversidade (preparar para os problemas locais e no campo); 

• Mentoria e modelos (Sem relacionamento pessoal não é possível,
nem pela igreja, nem pelo missionário, afinal de contas ele é o
cara); 

• Crescimento Espiritual (Embora vocacionado, ainda é um Cristão
em crescimento). 

• Dimensionar a caminhada para o candidato 

• Não generalizar, mas personalizar: Cada vocacionado é um,
único. Há algumas coisas que são básicas, mas mesmo assim o
chamado também é para uma ação, lugar, trabalho, situação e
tempo específicos; 

• Cada um tem seu papel: Mesmo que os Seminários e a Agencia
tenham suas prerrogativas e requisitos, a igreja tem o papel
fundamental na vida do vocacionado e na sua formação de vida
cristã e caráter; 

• Parceria: Não deixar de cumprir sua parte na parceria do envio
missionário. Se um não faz corretamente a parte lhe cabe, não
quer dizer que eu tenho a liberação para não cumprir minha. 


II- Desafios a vencer no âmbito pessoal


Eclesiástico – Ministerial: Fiar-se do Preparo, do modelo, da tradição não


produzirá um bom trabalho transcultural.


Choque cultural – Não importa o lugar ou tipo de campo, todo missionário


passa.

É quando você experimenta frustração por não saber as regras ou não possuir
referenciais de conduta para se ajustar na nova cultura.
Alguns sintomas: Desejo de isolar-se do povo local, muita sonolência,
ansiedade por receber notícias de casa, paranoia sobre rejeição, letargia,
doenças psicossomáticas, relutância em alargar contato no campo e investir
tempo demasiado no contato com o Brasil e amigos.

II- Desafio da Volta: Choque cultural reverso. E agora onde estou, quem sou,
o que fazer? Atitudes contra produtivas:


• Missionários em retorno esperam ser servidos e tendem a;



• Ter dificuldades de se ajustar na igreja;
• Revelar-se dependentes do trabalho em equipe e não sabem como
proceder isoladamente;
• Pensar que a forma do campo é superior da igreja local (enviadora);

• Isolar-se na igreja;

• Estabelecer padrões de conduta utópicos;
• Ser muito críticos;

• Ser sentimento de capacidade para resolver os problemas da igreja local
(enviadora).

IV - Desafios a vencer no âmbito da ação
Desafio da Contextualização:

Missionários em todas as épocas têm enfrentado este problema e desafio.



Uma resposta além das ferramentas do preparo do missionário é a Bíblica:

1) Identificação do missionário com as pessoas;

2) Confronto com o mal, inclusive espiritual, cultural e pessoal (pecado);

3) Transformação, quando as pessoas aceitam a salvação a mente fica


iluminada para o entendimento.

Desafio da Iniquidade:

Hedonismo, individualismo, antinomismo. (Mat 24 – II Tim 3: 1-9). Com certeza


o missionário enfrentará nos últimos dias o aumento da iniquidade: Mt 7:23; Rm
1:29 e Ts 2:8:

Desafio da pós-modernidade:

Subjetivismo, desencanto, sincretismo, consumismo. Mat 16:3: - At 16:18


A modernidade não conseguiu levar a humanidade a igualdade e fraternidade,


nem as ciências e filosofias à paz, progresso e união fraternal.

No meio de tantas conquistas humanas ainda vemos o aumento de pessoas


vazias, depressivas e aflitas. O Desafio da Igreja e mostrar-se uma
comunidade e sociedade alternativa e contrária a isto tudo.

Desafio da globalização:
Estabilidade financeira e intercâmbio cultural. I Jo 2: 16

• Incentivar o investimento na ação expansiva da igreja de Cristo;



• Incentivar a decisão de obediência incondicional a Cristo. (At

13:1-3);

• Criar cultura de “férias para Deus” e não de Deus.



• Vencer a setorização ministerial.

Desafio da Visibilidade do Reino:

Comercio do sagrado, prosperidade e poder ou simplicidade, fraqueza,


humildade e dependência. At 20:29

• Resgatar sua identidade I Pe 2:11;



• Pensar nas coisas do alto Cl 3:14; Fp 3: 17-21;

• Priorizar os valores do Reino Mt 5 e 6; Rm 14.17;

• Resgatar a visibilidade da igreja como grupo de pessoal com espírito e
esperança celestial.

Reflexão

Você já passou por algum desses?
Qual deles tem mais tendência no


seu campo?

V – Conclusão e postura

Estudamos temas globais e agora você tem alguns textos sobre temas
específicos para atuação no campo.

Nossa perspectiva foi se afunilando:

Global | Latino Americano | Brasileiro | Missionário Você


O último item da cadeia é o Missionário (você), assim qual o maior desafio para
você?

Artigos de apoio

O Preparo Pré-Campo

Escrito por Elizabeth Litz
Qua, 26 de Janeiro de 2000 00:00 -

A modernidade trouxe progressos consideráveis nos mais diversos campos do


conhecimento humano, ampliando os horizontes científicos, mas também
exigindo uma especialização cada vez maior no exercício profissional.
Justamente esta especialização do conhecimento científico requer crescentes
investimentos em educação, porém, educação e conhecimentos aprofundados
não são os únicos requisitos para alcançar-se o sucesso nos dias atuais, pois
há uma crescente demanda por competência. Portanto, devemos ter sempre
presente que os investimentos em educação e preparo específico, acadêmico
como também emocional, crescerão na mesma proporção em que aumentará a
responsabilidade a ser assumida.

Vejamos como estas constatações tem profundas implicações na vida de um


missionário. Normalmente, o missionário, no seu dia a dia, convive com
pessoas de culturas diversas da sua. Sua vida, seu estilo de vida e o modo de
se portar são parâmetros para os membros da comunidade na qual está
inserido. Os recém convertidos procurarão imitá-lo, outros tentarão obter
respostas aos seus problemas pautando suas vidas segundo os princípios
estabelecidos pelo missionário. Quanto maior o fosso cultural entre o
missionário e o povo a ser alcançado, maiores serão as responsabilidades e a
influência a ser exercida em relação a assuntos da comunidade, como
prevenção de doenças, ensino básico, questões de organização familiar e
social, adaptação com outras culturas, em resumo, seu exemplo será
determinante na vida de toda a comunidade. Nestes termos, necessária se faz
uma preparação específica do missionário, não somente em termos teológicos,
mas em áreas as mais diversificadas possíveis, para que possa exercer
competentemente a sua tarefa evangelizadora. Discorreremos sobre quatro
momentos distintos que, aos nossos olhos, são fundamentais na preparação
de um missionário competente, quais sejam: preparo na infância, preparo
espiritual, preparo prático e um chamado divino claro.

I. Preparo na infância

Lancemos os nossos olhos à palavra de Deus, que nos trás respostas para
todas as questões. Qual foi o preparo dado por Deus a alguns dos principais
personagens na Bíblia, capacitando-os a exercerem influência e
responsabilidade de acordo com os planos divinos?

Analisaremos a vida de Moisés, para, em seguida, tirar algumas conclusões


importantes em relação ao tópico preparo na infância. Moisés nasceu num
período histórico conturbado, quando o povo de Deus sofria aguda perseguição
pelos egípcios. Desde o primeiro sopro de vida estava condenado à morte.
Seus pais eram estrangeiros, desprezados e até odiados. Mas Deus o tinha
escolhido, desde o nascimento, para o difícil cargo de líder do povo de Israel,
mesmo que aos olhos humanos não preenchesse os mínimos requisitos
necessários para tal tarefa. Sua mãe, inspirada por Deus, teve a ideia
salvadora do cestinho. Mesmo sendo encontrado pela filha do rei egípcio,
quando o mais natural seria a sua morte, ou a internação no palácio real, Deus,
em sua soberania, providenciou-lhe uma infância na presença da mãe.
Cercado pelos cuidados maternos iniciou um período de preparo para a difícil e
singular tarefa que Deus lhe havia designado. Recebeu amor, compreensão,
autoconfiança e proteção, todos ingredientes essenciais na formação de um
caráter saudável. Neste período conheceu Jeová, o Deus de seus pais, sendo
lançada a pedra angular do seu relacionamento com Deus e o amor pelo seu
povo.

Somente após adquiridos os valores divinos numa educação cristã, como


também constituído o seu caráter como ser humano, foi levado ao palácio real,
quando “foi instruído em toda a ciência dos egípcios” (Atos 7:22), educação
esta reservada somente aos soberanos de sua época. Qual não foi a sabedoria
divina! Acredito que Moisés, desde a sua infância, supunha que Deus lhe havia
reservado um papel importante. Talvez esta a razão porque Moisés “saiu a
seus irmãos, e atentou nas suas cargas” (Êxodo 2:11). Mas sua conduta foi
impulsiva, regida pela carne, não inspirada pelo espírito de Deus, e tornou-se
um homicida. Outros quarenta anos de preparo na presença de Deus foram
necessários. Somente após este longo período de amadurecimento Deus pôde
chamá-lo ao seu serviço. Orgulho, individualismo e autoconfiança exacerbada
foram quebrantados, a tal ponto que exclamou em Êxodo 3.11: “Quem sou eu,
que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel?”. Quem sou eu? Tamanho foi
o quebrantamento vivido por Moisés, que em Números 12:3 registrou-se: “E era
Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra”.
Agora Deus podia usá-lo, agir pela sua pessoa. Todo o aprendizado anterior,
tanto emocional como a instrução especial, reservada aos soberanos egípcios,
Deus usou para preparar o povo de Israel como nação, e conduzi-la através do
deserto.

Fatos semelhantes podemos observar na vida de Paulo. Criado no exterior, na


cidade de Tarso, metrópole daquela época, adquiriu a cidadania romana,
mesmo tendo ascendência judaica. Falava diversas línguas, entre elas o
aramaico e o grego, e recebeu uma educação exclusiva dos filhos das classes
dominantes daquela era helenística. Pelos constantes exemplos usados,
parece-nos que também praticava ativamente esportes. Na sua infância
recebeu cuidadosa instrução no judaísmo, principalmente pela sua mãe e na
sinagoga. Aos treze anos de idade mudou para Jerusalém, centro cultural do
oriente médio, submetendo-se a um curso teológico profundo e meticuloso sob
os cuidados do influente e reconhecido mestre Gamaliel. Eis os pré- requisitos
que Deus providenciou, para possibilitar o futuro ministério de Paulo na
edificação da igreja em todo o Mediterrâneo, principalmente nas grandes
metrópoles do mundo antigo, onde, em acirrados debates com estudiosos e
soberanos do seu tempo, expunha a palavra de Deus.

Lendo as biografias dos principais missionários dos nossos tempos também


percebemos que Deus os capacitou de forma especial, muitas vezes iniciando
o preparo desde a tenra infância. Fazendo uma retrospectiva da minha própria
vida, vejo claramente como Deus preparou-me de forma especial para o
trabalho missionário. Uma vida de oração e a profunda confiança em Deus eu
aprendi no exemplo dado pela minha mãe. Os sofrimentos da Segunda Guerra
Mundial e o difícil período Pós-Guerra também foram essenciais para o meu
trabalho no meio indígena, pois aprendi a contentar-me com pouco, mantendo
a alegria e flexibilidade mesmo nos períodos de escassez material. Apesar das
necessidades financeiras vividas pelos meus pais, tive o privilégio de estudar
em bons colégios e receber uma ótima educação, de fundamental importância
para o futuro ensino dos meus próprios filhos no campo missionário.

Eis os motivos porque devemos dar especial atenção à educação dos nossos
jovens nas igrejas. Casamentos saudáveis, com estrutura familiar e base cristã
são fundamentais para o amadurecimento dos jovens, onde amor, obediência,
disciplina e persistência podem ser treinadas. A disposição de renunciar à
sociedade de consumo, em favor de uma vida humilde e dedicada a Deus, o
nadar contra a correnteza, um sistema de valores ancorado na palavra de
Deus, estes são alguns alvos a serem alcançados no preparo dos jovens
cristãos. Aqueles que não foram confrontados com tais qualidades durante a
sua infância necessitarão de um acompanhamento específico, regado com
muito amor, sabedoria e paciência, durante a sua permanência nos seminários.

II. Preparo espiritual

Após a conversão de uma pessoa, surgindo o desejo em dedicar-se a missões,


imprescindível se faz um período mais ou menos longo de acompanhamento
espiritual e pessoal, até ser alcançada a maturidade cristã necessário para a
frequência de um seminário teológico. Neste período o candidato deve ser
testado em algumas atividades da igreja, enquanto a própria igreja tem a
incumbência de substituir a família (como modelo) do recém convertido,
principalmente quando o exemplo cristão não foi repassado na infância. Tal
período de acompanhamento e preparo serve para propiciar um
amadurecimento e crescimento espiritual. Deus, na sua infinita bondade, deu-
me amigos fiéis justamente nesta fase de preparação profissional, aprendizado
na igreja e estudo teológico, que durante os 35 anos de ministério
acompanharam-me constantemente com suas orações e ofertas.

Muitas vezes também é importante o aprendizado de uma profissão secular,


onde podem ser adquiridas qualidades fundamentais como iniciativa,
persistência e liderança, para somente depois ingressar num curso teológico. O
mais tardar durante o período de seminário eventuais feridas emocionais da
infância e juventude devem ser diagnosticadas e especificamente tratadas,
pois a formação de um caráter saudável e equilibrado é uma precondição para
o sucesso do futuro missionário. A vida cristã estável, na obediência e
dependência de Deus, a santificação constante devem ser aprendidas e
aperfeiçoadas diariamente, enquanto os reais motivos do desejo de servir em
missões são analisados. O candidato passará por um período de autoanálise,
onde descobrirá suas fraquezas e suas virtudes, prontificando-se a trabalhar os
pontos fracos e aprimorar as virtudes. O Espírito Santo transforma vidas, e
quanto mais espaço lhe é concedido, mais poderá mudar.

Além deste preparo emocional e espiritual, um preparo teológico fundamentado


na palavra de Deus é de extrema valia, não somente para aumentar o
conhecimento acadêmico, mas para ensinar o manuseio diário da bíblia, bem
como sua aplicação constante no dia- a-dia. No campo missionário, na grande
maioria das vezes, o missionário será o único apto a trazer conforto espiritual
às pessoas, sendo necessário que seja treinado a resolver os próprios
problemas no estudo individual da palavra de Deus, recuperando suas forças
na presença constante do altar de Deus.

Dependendo da atividade a ser exercida no campo missionário, o tipo de curso


teológico a ser cursado será diferente. Enquanto o ensino e o pastorado nas
grandes igrejas exige um preparo acadêmico mais acurado, para o missionário
do campo isolado algumas habilidades práticas serão de extrema valia. Eis o
motivo pelo qual um profundo amor a Deus, uma vida na dependência divina e
santificação constante, um exemplo no casamento e na família podem tornar-
se armas mais eficazes na tarefa evangelizadora do que um curso acadêmico
baseado na autossuficiência, falta de humildade e de amor ao próximo. O
grande problema para o missionário diplomado está justamente no perigo em
realizar as suas atividades fundamentando-as na própria sabedoria,
menosprezando a dependência da vontade divina.

III. Preparo prático

Conforme o lugar onde o missionário exercer a sua atividade, torna-se


imprescindível um preparo prático. A sobrevivência em regiões inóspitas não é
garantida por diplomas de graduação, ao passo que habilidades práticas
facilitam em muito a vida do missionário. A construção da própria habitação, o
plantio de frutas e verduras, a criação de animais domésticos e manutenção do
próprio carro são situações a serem enfrentadas com naturalidade no dia-a-dia
da base missionária, enquanto a esposa precisará investir muito no trabalho
doméstico. Como já dissemos anteriormente, quanto maior o fosso cultural
entre o missionário e os povos autóctones, maior será a demanda por ajuda
nas mais diversas áreas da vida, principalmente na área da saúde, do amparo
social e da educação. Nestas situações, a profissão de marceneiro do meu
esposo e a minha de nutricionista foram grandes ajudas na realização da
atividade missionária. Inclusive na área de saúde tivemos que adquirir
conhecimentos para tornar efetiva a ajuda aos necessitados. Tendo por base
este quadro, é importante que o missionário descubra com a maior
antecedência os seus dons, para poder desenvolvê-los com zelo e dedicação.
Na grande maioria dos casos Deus usa os nossos dons naturais no seu
trabalho, apesar de que, em situações extremas, ele pode nos capacitar de
forma especial. O estudo da língua e a adaptação à outras culturas devem ser
realizados por todos, pois Deus dará a capacitação necessária.

IV. Um chamado claro

O mais importante requisito para o trabalho missionário, porém, é um chamado


divino claro e específico, não somente ao homem ou à esposa, e sim, para o
casal. Incluído está, neste chamado, a certeza em relação ao país, à cultura e
ao tipo de atividade a ser desenvolvida, pois somente com base nesta certeza
o casal suportará as dificuldades no campo missionário. Entusiasmo, amor ao
povo, fuga de outras situações, como por exemplo desemprego, não
estabelecerão bases sólidas para um projeto missionário, e sim, somente um
chamado claro e específico de Deus.

Analisando a vida de Gideão, observamos que Deus não trabalha com as


massas. Suas possibilidades para alcançar os perdidos são tão amplas, que
poderia dispensar os serviços de nós mortais. Porém, Deus quer agir através
de nós seres humanos. No entanto, devemos ter sempre presentes que tudo o
que for realizado nas nossas próprias forças, na confiança da nossa própria
sabedoria e inteligência, não terá valor algum na eternidade.

Em Juízes 7:2 Gideão “apregoa aos ouvidos do povo” para que se prepare
para a batalha contra os midianitas. Trinta e dois mil guerreiros apresentam-se.
“É demais o povo que está contigo, para eu dar os midianitas em sua mão”, por
isso, “quem for tímido e medroso, volte, e retire-se (.v.3.)”. Deus sabia que
muitos foram movidos pelas emoções, não tendo um verdadeiro chamado para
a batalha. Então sobraram dez mil soldados. Mas para Deus ainda eram
demais. “Disse mais o Senhor a Gideão: ainda há povo demais; faze-os descer
às águas, e ali os provarei. Todo que lamber as águas com a língua, como faz
o cão, esse porás à parte; como também todo aquele que se abaixar de joelhos
e beber” (V. 4 e 5 ). Somente trezentos homens sobraram, homens que
dispostos a tudo pelo Senhor. Os preguiçosos, sem iniciativa, inflexíveis e
medrosos ficaram pelo caminho.

No trabalho missionário devemos estar dispostos a tudo, dedicação total, sem


reserva alguma, inclusive de entregar a vida pelo Senhor Deus, somente assim
Deus poderá agir livremente através de nossas vidas.
Bem-vindo em Nossas "Meias", ou Pedra no Sapato?

Escrito por Ma. Leonor Sotelo Goulart

Depois de quatro anos fora no campo missionário, chegando na igreja,


encontramos pessoas novas que não conhecíamos, a liderança havia mudado
e sentimos que já não fazíamos mais parte da comunidade. Parece que a
igreja não havia se preparado para nos receber e nem nós estávamos cientes
das mudanças que encontraríamos. Havíamos comunicado nossa chegada,
mas a igreja estava envolvida com seus programas rotineiros.

Fomos acolhido por uma outra igreja que nos hospedou numa casa mobiliada
para missionários. Tivemos irmãos preciosos que nos encaminharam a
médicos, dentistas e até quem nos levasse a uma pizzaria. No entanto, o que
mais queríamos era poder contar o que tínhamos vivido e presenciado.
Tínhamos outra perspectiva do mundo e não achávamos com quem dividi-la.

Desatualizados da política, da moda e até da gíria usada naquele momento,


encontrávamo-nos divididos por dois mundos: o que havíamos deixado na
África de amigos queridos, famintos tanto física como espiritualmente, e por
outro lado, deparamos com uma igreja que buscava uma nova teologia de
receber bênçãos, ainda que já estivesse abastada.

Antigamente o missionário levava meses vindo de navio até chegar e, durante


esse tempo, se habituava com a ideia de mudança de ambiente e campo de
atuação, porém, hoje ele enfrenta estas mudanças de uma maneira drástica,
no mesmo dia, às vezes, em questão de horas!!

É preciso oferecer ao missionário oportunidade para compartilhar do seu


ministério e também de suas lutas interiores que talvez, só mesmo um
profissional possa ajudar. A igreja precisa estar consciente de que aquilo que o
missionário enfrentou, iria chocá-la vendo numa reportagem de televisão. É
como quando um soldado volta do combate, não são só as atrocidades da
guerra que o ferem, mas o fato de seu país não ter noção de como é a guerra e
de que não lhe é possível descrevê-la sem tê-la vivenciado e, essa
incapacidade e a indiferença dos que não entendem nem a guerra, nem o
soldado e ainda desconhecem as artimanhas do inimigo em combate, é que
deixa o missionário deslocado e frustrado, cansado de lutar; não na guerra em
si, mas na sua própria luta interior.

O missionário transcultural, leva a mensagem do Evangelho de maneira que,


aqueles que não a conhece, possa compreender e, muitas vezes, não se faz
compreendido por aqueles que o enviaram.

O missionário fica dando de si por muito tempo, sem receber de outros. Precisa
ser pastoreado! Ele vai dia após dia, e até anos, convivendo com aqueles que
evangelizou e discipulou, então, voltando para a igreja, precisa do amparo
dela.
O missionário transcultural perde, muitas vezes, sua própria cultura, volta com
costumes diferentes, por ter passado muito tempo ministrando a um povo
simples, e em outra língua e, frequentemente, não está habituado com o ritmo
da igreja e parece mais um peixe fora d’água e precisa ser corretamente
interpretado e entendido.

Como o trabalho missionário só é feito em conjunto e o missionário representa


sua igreja onde ele trabalha, é preciso, portanto, tratá-lo com carinho e honras
de embaixador, e isso não quer dizer que a glória e o mérito não estejam
sendo dadas ao Senhor.

Foi missionária pela MNTB por quatro anos no Senegal no início da década de
noventa. É casada com Reginaldo Goulart e tem quatro filhos que , na época,
eram todos menores de oito anos.

Relacionamento com a Igreja Enviadora: O Lado do Missionário

Escrito por Marta Carriker


Há pelo menos três coisas que os missionários esperam das igrejas que

os enviam: sustento financeiro, interesse e continuidade.

SUSTENTO: Quantos missionários já não passaram pela dura experiência de


esperar seu sustento e não recebê-lo no fim do mês? Longe do país, como
reclamar de um “Não deu este mês”?

Quando as igrejas apoiam financeiramente um missionário estão de fato


investindo no reino de Deus. Se contribuem pouco ou esporadicamente, não só
colocam em risco a sobrevivência de um missionário em quem a igreja como
um todo já deve ter investido bastante (preparo e envio), mas também deixam
de realizar sua parte no trabalho pelo qual somos todos responsáveis como
Igreja. É possível ser missionário fazedor de tendas e se sustentar em outro
país. Muitos o fazem. Mas, a igreja que sustenta o missionário está
participando da obra de Deus no mundo e é abençoada por fazê-lo. Todo
missionário gostaria de ter estabilidade para poder planejar e executar o
máximo em seu trabalho, para a glória de Deus.

INTERESSE: Não basta mandar o dinheiro para o missionário e esperar que


tudo esteja dando certo. É preciso interessar-se pelo trabalho sendo realizado.
O primeiro sinal do interesse da igreja é a oração. Esta oração deveria ser
informada, levando ao Senhor as necessidades específicas dos campos e dos
missionários. Os membros das igrejas precisam ter acesso à correspondência
do missionário. Quando estiver no país, precisam recebê-lo, sustentá-lo e ouvi-
lo. Como é frustrante para o missionário visitar uma igreja que o sustenta e ser
apenas apresentado de púlpito. Pelo menos uma oração, um abraço, para
quem esteve longe e se sente meio deslocado, seria muito importante. O
cuidado pastoral do missionário deve ser levado a sério, como parte do
interesse da Igreja por um de seus membros.

CONTINUIDADE: Outra frustração do missionário é receber aquela cartinha


informando que o novo pastor tem novos ideais, e, portanto, a igreja já não o
estará apoiando. Toda igreja tem o direito de mudar de interesse. Mas, seria
mesmo necessário deixar de sustentar o missionário que a igreja já conhece e
com quem tem um bom relacionamento? Não seria melhor que o pastor
procurasse conhecer esse missionário e o trabalho que sua nova igreja ajuda a
realizar através dele? Se isso não for possível, seria recomendável pelo menos
uma transição mais lenta, dando oportunidade ao missionário de procurar
outros mantenedores.

Falando de forma bem resumida, sustento, interesse e continuidade, deveriam


ser parâmetros constantes para as igrejas de sua fidelidade na obra
missionária.
Bibliografia Sugerida

Básica
JOHNSTONE, Patrick. A Igreja é maior do que você pensa. Missão

Horizontes. Camanducaia - MG. 1998. 



TOSTES. Silas M. (org.). Missões Brasileiras, Em resposta ao clamor do

mundo. Betel Publicações. João Pessoa-PB. 2009. 


Complementar

ADWARDANA, Margaretha N. Missionários: Preparando-os para perseverar.


Descoberta Editora Ltda. Curitiba - PR. 1999.


AYRES, Antonio Tadeu. Como entender a pós-modernidade. Editora Vida. São


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Transformadora. Descoberta Editora Ltda. Curitiba-PR. 2005.

CABRIAL, Silvanio Silas R. Missio Dei. Descoberta Editora Ltda. Curitiba - PR.
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GILPATRICK, Teston. A Missão de Deus. Uma Teologia com Integridade.


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HESSELGRAVE. David J. Plantar Igrejas. Um guia para missões nacionais e


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KIRK, J. Andrew. Que é Missão? Teologia Bíblica da Missão. Descoberta


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Transcultural Editora e Livraria Ltda. Anápolis - GO. 2002.


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__________. Com a Mão no Arado. Pensando a vida, cumprindo a missão.


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__________. Plantando Igrejas. Teologia bíblica, princípios e estratégias de


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TAYLOR, William D. (Ed.). Valioso demais para que se perca.

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