Family">
Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

A Emancipação Feminina Nos Anos 60

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 10

A Emancipação

Feminina nos
anos 60

Trabalho desenvolvido no âmbito da disciplina de História A pela aluna Diana Pinguinha nº10
da turma 12ºF
Índice

Introdução ……………………………………………………………………………………….. 1

Capítulo I – A regressão ………………………………………………………………. 2

Capítulo II - Alterações nas mentalidades …………………………………….. 3

Capítulo III - A Mulher na moda ………………………………………………………. 4

Capítulo IV – O meio intelectual para as mulheres …………………………… 5

Capítulo V– “Novidades/benefícios” …………………………………………………. 6

Conclusão …………………………………………………………………………………………….. 7

Webbgrafia/ Bibliografia e anexos …………………………………………..……….. 8


Introdução

A mulher, a sua imagem, e direitos são realidades que têm vindo a mudar
com o passar das décadas e dos séculos.

Desde dos primórdios que a mulher tende a ser vista pela sociedade como
inferior e/ou até mesmo serviçal do homem.

“ A desordem numa casa de banho desperta ao marido a vontade de ir


tomar banho fora de casa” , “Não se deve irritar o homem com ciúmes e
dúvidas” , e , “Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar seu carinho e
provas de afeto” , estes , são os ensinamentos encontrados nas revistas Jornal das Moças
de 1945 e de 1957 , e na Revista Cláudia de 1962 .

Estas dicas são as responsáveis por entregar veracidade no que toca ás ideias de que a
mulher deve ser uma boa dona de casa, não questionar o marido e as suas vontades, além
de ser totalmente submissa e passiva a este.

Dogmas inquestionáveis para algumas mulheres mesmo depois da famosa década de 20,
conhecida pelo salto da emancipação feminina, e até mesmo mantidos até aos dias de hoje.
Ideia está que pode ser comprovada através dos testemunhos feitos por mulheres reais
presentes no documentário "Eu Tarzan, Você Jane", de 2006, onde é possível analisar o que
é que homens e mulheres pensavam das mulheres no final dos anos 60.

Ao longo do documentário tristemente se encontram testemunhos como , “Eu não aprovo o


facto da mulher querer ser igual a um homem” , “O homem deve ser o chefe , comandar a
família e a mulher deve segui-lo “,” O papel do homem é trabalhar e o da mulher é ficar no
lar”. Todos eles testemunhos ditos por mulheres ou até mesmo , “A mulher devido á sua
constituição física e ao aspeto emocional isso ( o facto de ficar em casa ) até lhe convém
muito bem “ , testemunho dito por um homem que acreditava assim como as mulheres da
época que as funções destinadas a uma mulher ou seja cuidar da casa , dos filhos e ser
dependente eram de facto o agradável e o conveniente.

Este trabalho visa então abordar tal como o título índica , o que mudou nas mulheres na
década de 60, e a sua respetiva emancipação apesar de muitas ideias ainda conservadoras
se terem mantido, nesta época, até ao final do século, e/ou até mesmo nos dias de hoje.

Ao longo do trabalho irá ser demonstrado o papel da mulher na sociedade da época e a sua
respetiva regressão com as ditaduras , no caso português a Salazarista, as alterações nas
mentalidades, o que mudou na moda, as mulheres no meio intelectual ,além das
“novidades/benefícios” que a mulher obteve e a sua respetiva emancipação.

Questão chave : Frágil ou Subversiva?


Capítulo I – A regressão

A década de 60, o mundo,


Salazar, e as mulheres

Não é equivoco considerar que os anos 60 tenham


representado, não somente em Portugal , mas também
em outros países , um período distinto, onde havia
muito em que se pensar: a Guerra no Vietnam, a altura das saias das mulheres , a pílula
anticoncecional, a chegada do homem à lua, as ditaduras na América Latina e, especialmente entre
nós, portugueses o grande surto de emigração , as censura e repressão provocadas por um
autoritarismo que fingia ser democrático imposto pelo Estado Novo e o governo do nosso tão
“querido” António de Oliveira Salazar .

Este que veio regredir algumas mudanças já adquiridas com e emancipação feminina da década de
20, onde a mulher adota comportamentos até então considerados subversivos como frequentar
estabelecimentos noturnos ou cafés, ou fumar, além de claro uma postura descontraída perto de
homens, interage e dança por exemplo.

A mulher tinha-se desenvolvido já sai de casa e apesar de mal vista pela sociedade divorcia-se.

Salazar, assim como muitas outras ditaduras , recusa essas “novas” ideologias e baseado nos
princípios de preservação dos valores tradicionais estes sendo Deus, Pátria e Família de modo a formar
uma sociedade educada de acordo com a moral cristã, nacionalista e corporativa impõe uma formação
ideológica e doutrinal feminina concretizada através dos organismos de Estado, tais como a Obra das
Mães pela Educação Nacional (OMEN), a Mocidade Portuguesa Feminina (MPF) para as mais pequenas
e o Movimento Nacional Feminino (MNF) que gera uma sociedade onde a mulher volta a estar em
casa , volta a ter que cuidar dos filhos (ideia imposta pela política de natalidade )e volta a ter o papel
de submissa para com o marido.

Surgindo deste modo então o seu celebre slogan que se intitula de “A mulher para o lar”, inserido na
filosofia já referida “Deus, Pátria e Família”.

A busca pelas liberdades era então devido a este regime algo incessante entre os portugueses, a luta
pelos direitos, a luta pela palavra era algo que não queria calar apesar da censura e repressão. Deste
mesmo modo encontravam-se as mulheres que aproveitaram esta década para se impor e revindicar
não só em Portugal, como no mundo.
Capítulo II – Alterações
nas mentalidades

Como se deu o “Boom


Feminino” ?

Apresentada a mulher das ditaduras vamos agora tentar perceber a explosão do feminismo
e como de facto se a mulher voltou a ser submissa como atingiu a sua emancipação
novamente pelo mundo. Irei então começar por falar sobre as alterações nas mentalidades.

Contrária ás gerações anteriores a geração dos anos 60, foi a geração que introduziu a ideia
de que era preciso mais do que estudar, trabalhar, e namorar era preciso viver a política, que
se refletia em todas as instâncias sociais, incluindo as universidades, empresas, e na própria
cultura de maneira geral , deste modo começam a surgir contestações á volta do mundo .
Estas não só á politica como à forma como a vida em sociedade se afigurava . Apresentaram-
se consequentemente queixas vindas por intermédio do teatro, da literatura, do cinema e da
música.

A juventude do mundo inteiro cantava os mesmos refrões, usando palavras, em idiomas


diferentes. Sonhos de um novo mundo que ganharam voz através dos cantores Bob Dylan,
Beatles, Jimi Hendrix, mas também por Geraldo Vandré e Chico Buarque. Mas o que de facto
isso tem que ver com a emancipação feminina ?

Foram exatamente os Beats da década os Hippies, os jovens com os ideais de liberdade e


de postura contestatória, as críticas nos filmes e nas peças que influenciaram a explosão do
feminismo, considerado um dos movimentos mais importantes do século XX, embalado pelo
“caos” revolucionário do momento, outro marco importante no calor dos anos 60.

As mulheres deixam finalmente os seus papeis de coadjuvantes para assumirem seus lugares
no elenco principal.
Capítulo III - A Mulher na
moda
Alterações na roupa , maquiagem
e diretrizes a seguir

Sinonimo de uma mulher que deixou o seu papel de


coadjuvante para assumir o seu lugar no elenco
principal não só como protagonista no cinema mas
protagonista na sua própria vida e casa foi Marilyn
Monroe, o Sex Symbol ( símbolo sexual ) da época
que comandava além do cinema , maquiagem , casa,
vida , também a cabeça de muitas mulheres .

Marilyn , ensinava que se deveria vestir para se sentir bonita e sexy , não para se esconder
ou agradar um homem como diziam algumas das revistas da época . Realçava ainda o que
até então era chocante , ou seja que uma mulher não precisava de um homem para
efetivamente nada portanto para quê se preocupar em agradá-lo? Algo que podemos
confirmar com as suas conhecidas frases “ Os homens passam, os diamantes ficam” ou “Não
me importo de viver no mundo de um homem, desde que eu possa ser uma mulher nele”.

Não obstante foi uma das principais responsáveis por difundir os fatos de banho que se
tornaram populares na época, afirmando que uma mulher não se deve esconder pois
segundo ela “O corpo é para ser mostrado, não para ser coberto”.

Além dos fatos de banho característicos da época passa-mos também a ver na rua os
famosos lábios vermelhos provocantes até então resumidos ás cores pastel juntos á celebre
pinta de Marilyn, as saias lápis , os vestidos de bolinhas e padrões e inclusive até calças
justas também difundidos pela mesma.

O importante que passou a ser a ideologia das mulheres da época era sentir-se bonita pois
segundo Monroe, “Todo mundo é uma estrela e merece o direito ao brilho”.
Capítulo IV – O meio
intelectual para as
mulheres

As principais difusoras das ideias feministas

Além de Marilyn Monroe existiram outras figuras de papel importantíssimo que devo ressaltar
neste trabalho .

Não no âmbito da música , não no cinema ou no teatro mas na literatura , Simone Beauvoir
e Betty Friedan foram as mulheres responsáveis por terminar com a ideologia que a mulher
era burra e não se conseguia desenvolver nas áreas como literatura ou cultura .

Betty Friedan desafia com o seu livro The Feminine Mystique ( A mística feminina) a crença
amplamente compartilhada na década de 1950 de que a realização como mulher só tinha
uma definição para as mulheres americanas após 1949 ser a “dona-de-casa-mãe”.

Este livro trouxe Betty á fama pois ficou conhecido como um dos principais influenciadores
do movimento feminista da época .

O seu nome "mística feminina" foi criado por Friedan para mostrar as suposições de que as
mulheres seriam cumpridas nas suas tarefas domésticas, casamento, vida sexual e filhos ,
pois dizia-se que as mulheres, na verdade femininas, não deveriam querer trabalhar, obter
educação ou ter opiniões políticas . Deste modo veio então dar voz ás mulheres que estavam
insatisfeitas, mas não podiam expressar seus sentimentos.

Simone Beauvoir , outra escritora importantíssima do movimento ficou conhecida através do


seu livro “O Segundo Sexo” responsável por gerar um escândalo em diversos âmbitos como
o da Igreja católica (sendo até mesmo incluída na lista de publicações proibidas) e onde
propõe uma série de demandas para conseguir a emancipação feminina.

Nesta obra a autora expõe o desenvolvimento da opressão masculina por meio da análise da
história, da literatura e dos mitos, atribuindo os efeitos contemporâneos dessa opressão ao
fato de ter-se estabelecido o masculino como norma positiva.

O segundo volume da obra conta com a famosa afirmação: “Não se nasce mulher, torna-se
mulher“ com a qual a autora tem o objetivo de demonstrar que a vida feminina é muito mais
difícil que a masculina e onde é necessário lutar para ser mulher e sobreviver sendo mulher
, ou seja lutar pelos seus direitos e pela palavra.
Capítulo V– “Novidades/benefícios”

A entrada massiva da mulher no mundo do trabalho e a


libertação sexual

E é finalmente quando alcançamos a década de 1960, o que surgem as novidades que vieram
a libertar e a beneficiar a mulher nomeadamente a pílula anticoncepcional que permitiu uma
libertação dos comportamentos sexuais antes restritos à monogamia e às relações
matrimoniais; a criação do estatuto da Mulher casada no brasil , que garantiu entre outras
coisas que a mulher não precisava mais de autorização do marido para trabalhar, receber
herança e em caso de separação ela poderia requerer a guarda dos filhos .
Conclusão

A década de 60 fica assim na minha opinião conhecida como a década do “Boom Feminino”
, a época que apesar das ditaduras á volta do mundo e como no caso português do governo
de Salazar, deu voz á mulher e a fez ser capaz de se tornar efetivamente mulher , e de
demonstrar a sua força .

Em suma este trabalho demonstra isso mesmo pela abordagem do posicionamento da mulher
em diversas áreas além claro da abordagem da sua emancipação e fatores que contribuíram
para a mesma .

A mulher da década de 60 foi contudo na minha opinião um pouco desigual ao longo do globo
pois a algumas mulheres não lhes foi permitida a sua emancipação imediata e da mesma
forma tal qual o caso português apesar da mulher portuguesa já obter o direito ao voto muito
antes dos anos 60.

Assim termino o meu trabalho com a minha frase inicial , a mulher, a sua imagem, e direitos
são realidades que têm vindo a mudar com o passar das décadas e dos séculos fazendo
desta vez o juízo final que consta que mesmo apesar de regressão , a mulher ocupou o seu
devido espaço na sociedade e decidiu a partir da década de 60 ser a mulher que não foi na
década de 20 e a mulher que não é nos dias de hoje.
Web grafia
Blogmulheres.com

Mundoeducação.bol.uol.com

www.womenhistory.org

Sites de curiosidades.com

Wikipédia

Prezi.com – O feminismo nos anos 50 e 60

Documentário “Eu Tarzan , Você Jane”

Bibliografia
Linhas da História 12º Ano

Marylin Monroe: Fragmentos

Você também pode gostar