Bible">
Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

A Parábola Do Fariseu e o Publicano

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 5

A Parábola do Fariseu e o Publicano

A Parábola do Fariseu e o Publicano é uma parábola contada por Jesus


durante seu ministério terreno (Lucas 18:8-14). O significado da Parábola do
Fariseu e o Publicano fala sobre qual deve ser a atitude correta na oração.
Neste estudo vamos conhecer o contexto, explicação, significado e as lições
dessa que é uma parábola de Jesus muito conhecida entre os cristãos.

Contexto da Parábola do Fariseu e o Publicano


O evangelista nos informa que Jesus contou a Parábola do Fariseu e o
Publicano à algumas pessoas que confiavam em si mesmas. Essas pessoas
se consideravam justas, e por isso desprezavam os outros. Apesar de ser um
grupo indefinido, é muito provável que sua maioria era constituída por
fariseus.

Grande parte dos fariseus rejeitava o ensino de Jesus. Muitos deles


demonstravam exatamente o comportamento descrito por Jesus nessa
parábola. Mas também é verdade que havia algumas exceções,
como Nicodemos e José de Arimatéia.

Explicação da Parábola do Fariseu e o Publicano


A Parábola do Fariseu e o Publicano é constituída de duas orações feitas por
dois homens com dois resultados diferentes. Os personagens dessa
parábola são: o fariseu e o publicano.

O fariseu
Os fariseus consistiam em um partido religioso dos judeus que era
radicalmente conservador. Seus integrantes se orgulhavam por se acharem
cumpridores da Lei e das tradições. Em diversas ocasiões, Jesus confrontou
e repreendeu representantes desse grupo pela religiosidade hipócrita.

Era comum que os fariseus fossem ao Templo para orar. Pela fama de
piedosos que ostentavam, eles gostavam de exibir sua condição de
religiosos fazendo orações em lugares públicos (cf. Lucas 20:47).
O publicano
Os publicanos formavam um grupo profissional da época de Jesus que era
empregado dos romanos. Eles exerciam a função de cobrar os impostos e
taxas alfandegárias. Os publicanos eram desprezados pelos demais judeus,
especialmente pelos fariseus. O motivo disso é que eles eram considerados
traidores e corruptos.

Diferentemente dos fariseus, os publicanos não andavam pelas sinagogas.


Quando desejavam orar, eles procuravam a área externa do Templo a qual
tinham acesso por serem judeus. Foi exatamente isto que fez o publicano
da parábola de Jesus.

A oração do fariseu
O fariseu e o publicano estavam no Templo no mesmo período e com o
mesmo objetivo: orar. O fariseu muito provavelmente procurou um lugar de
destaque; talvez o mais próximo possível do santuário real no Templo.

Em sua oração, em momento algum ele confessou seus pecados e mostrou


arrependimento. Ao contrário disso, o fariseu parecia tentar mostrar para
Deus o quanto ele era bom, e como Deus era privilegiado por ter alguém
daquela qualidade orando diante dele.

Após se comparar com outras pessoas, o fariseu começou a exibir seus


grandes feitos como cumpridor da Lei. Na verdade, como um bom fariseu,
ele se esforçou para enfatizar que ele fazia ainda mais do que a Lei
mandava.

Ele dizia jejuar duas vezes por semana, enquanto a Lei exigia apenas um dia
de jejum por ano, apesar de permitir o jejum voluntário em qualquer
ocasião (Levítico 16:29). Os fariseus, por sua vez, instituíram a segunda-feira
e a quinta-feira como dias de jejum. Muito provavelmente era disso que ele
estava falando.

O fariseu da parábola também se orgulhava de pagar o dizimo de tudo o


que possuía. A forma com que a frase está construída no grego indica que
ele pagava o dízimo até mesmo daquilo que não era exigido, como por
exemplo, o dizimo dos produtos que ele comprava de um produtor, o qual
já havia sido pago pelo próprio produtor. Ele era tão presunçoso em suas
intenções que basicamente tentava cumprir a Lei pelos outros.

A oração do publicano
A oração do publicano foi muito diferente da oração do fariseu. Ele se
postou à distância. Ao contrário do fariseu, ele não queria ser visto, apenas
desejava desesperadamente o perdão de Deus. O peso e a vergonha por
seus pecados fizeram com que ele nem mesmo se atrevesse a olhar para o
céu. A Palavra de Deus havia esmiuçado seu ego e o convencido de seus
pecados.

Ao invés de se auto-elogiar, ele reconheceu o estado de miséria em que se


encontra, e bateu contra o peito se auto-acusando, clamando a Deus por
misericórdia: “Ó Deus, sê misericordioso para comigo, o pecador”. As palavras
do publicano foram as mesmas do salmista Davi quando
disse: “Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as
minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias” (Salmo
51:1). O único pedido do publicano era para que a ira de Deus
fosse removida sobre si. Ele queria simplesmente ser perdoado.

Jesus então declarou que foi o publicano, e não o fariseu, que voltou para a
casa justificado. Ele conseguiu o que tanto desejava, a paz repousou sobre
ele. O Senhor concluiu essa parábola com uma frase muito apropriada, cujo
princípio também presente em várias outras passagens bíblicas: “Porque
qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si
mesmo se humilha será exaltado” (Lucas 18:14).
Isso significa que o homem que se considerava justificado, voltou para casa
como um pecador. Já o homem que admitiu ser um grande pecador, voltou
para casa justificado.

Significado da Parábola do Fariseu e o Publicano


O significado da Parábola do Fariseu e o Publicano é bastante claro. Essa
parábola ensina que devemos orar com a atitude correta. A mensagem
dessa parábola complementa o que foi transmitido nos versículos anteriores
do mesmo capítulo, na Parábola do Juiz Iníquo, que ensina sobre a
importância da perseverança e constância na oração.
Assim, o significado central da mensagem formada por ambas as parábolas
é o de que devemos orar constantemente e com humildade de espírito,
pois é a verdadeira humildade que leva à exaltação.

Lições da Parábola do Fariseu e o Publicano


Podemos refletir sobre algumas lições práticas importantes que a Parábola
do Fariseu e o Publicano nos ensina. Vejamos:

Em primeiro lugar, a Parábola do Fariseu e o Publicano ensina que Deus


perdoa erros e não justificativa. Em si mesmo, o fariseu considerava que não
tinha do que se arrepender. Logo, ele também não tinha do que ser
perdoado. Quando alguém não consegue reconhecer seu próprio pecado,
isso pode ser o sinal de algo muito mais grave do que simplesmente o
orgulho; isso pode até significar a ausência da genuína regeneração (cf. 1
João 1:8-10).

Em segundo lugar, a Parábola do Fariseu e o Publicano ensina que não se


pode impressionar a Deus. O fariseu tentou impressionar a Deus; ele fez isso
se comparando à outras pessoas e mostrando o quanto era superior a elas.
Ele se julgava diferente e acima de todos! O publicano, por sua vez, também
se comparou às outras pessoas, mas ele se julgou inferior a todas elas. Ele
classificou-se a si mesmo como “o pecador”. O apóstolo Paulo também fez
o mesmo quando escreveu: “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar
pecadores, dos quais eu sou o principal” (1 Timóteo 1:15).

Em terceiro lugar, a Parábola do Fariseu e o Publicano ensina que a glória


pertence somente a Deus. A oração do publicano expressa uma verdade
presente em toda a Bíblia, declarando que a salvação, do início ao fim,
pertence a Deus e é atribuída à sua misericórdia e graça (cf. Salmo 51:1;
Lucas 18:13; Efésios 2:8; Tito 3:5). O homem é incapaz de justificar-se a si
mesmo. A oração do fariseu aparentemente parecia ser uma oração de
gratidão. Aos olhos humanos, tal oração poderia realmente representar as
palavras de alguém justo e distinto por sua religiosidade. Porém, aos olhos
de Deus, tal oração era uma afronta, uma ofensa, pois na verdade ela
atacava a glória de Deus, e tentava prover complementos humanos a
perfeita obra da redenção.
Em quarto lugar, a Parábola do Fariseu e o Publicano ensina que elogio
humano pode ser perverso e enganoso. Quando o fariseu começou a se
auto-congratular, ele disse que não era um ladrão, um desonesto e um
adúltero. 

William Hendriksen, em seu comentário do Evangelho de Lucas, faz uma


observação muito apropriada sobre isso. Ele percebe que tudo o que o
fariseu dizia não ser, na verdade, ele era. O fariseu era o ladrão que naquele
exato momento roubava a glória de Deus nas palavras de sua oração. Ele
era o homem desonesto que defraudava a si mesmo. Por último, ele era o
adúltero culpado do pior de todos os adultérios, ao apostatar do verdadeiro
Deus (cf. Oseias 1:2; 5:3).
A Parábola do Fariseu e o Publicano nos convida a fazer um importante
auto-exame. Devemos olhar para nossas vidas e avaliar nossa conduta
diante da Palavra de Deus, afinal, fariseus e publicanos continuam
espalhados por todos os lugares. Que possamos apontar nossos
olhos somente para Cristo; que possamos reconhecer que apenas por seus
méritos somos justificados diante de Deus. É em Cristo que encontramos
descanso para nossa alma.

Aqui algumas perguntas devem ser feitas: No dia de hoje, você se parece
com o homem que foi para casa justificado ou com aquele que não
alcançou perdão? Quando você olha para sua própria vida através do
espelho das Escrituras quem você vê: o fariseu ou o publicano?

Certamente todos nós podemos nos ver de alguma forma através das
palavras de Jesus na Parábola do Fariseu e o Publicano.

Você também pode gostar