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ARTIGO TIBANA Periodização Do Treinamento Aplicada Aos Programas de Condicionamento Extremo

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Rev Andal Med Deporte.

2019; 12(3): 300-306

Revista Andaluza de
Medicina del Deporte
https://ws072.juntadeandalucia.es/ojs

Artigo Especial

Periodização do treinamento aplicada aos programas de condicionamento extremo


R. A. Tibanaa,b, N. M. Sousac, M. E. Da Silva-Grigolettod, F. A. Voltarellia
a
Departamento de Ciências Médicas . Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, MT – Brasil.
b
Programa de Pós-graduação em Educação Física da Universidade Católica de Brasília (UCB), Brasília, DF, Brasil.
c
Laboratório de Fisiologia do Exercício. Universidade Estácio de Sá, ES – Brasil.
d
Universidade Federal de Sergipe, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Departamento de Educação Física, Programa de Pós Graduação em Educação Física

INFORMAÇÃO SOBRE O ARTIGO: Recebido a 8 de março de 2018, aceite a 7 de junho de 2018, online a 26 de fevereiro de 2019

RESUMO

Objetivo: Os programas de condicionamento extremo (PCE) (ex. CrossFit, Cross Training, treinamento funcional realizado em alta intensidade, etc.)
apresentam um desafio importante no desenvolvimento simultâneo de diversas valências físicas, tais como, força, força explosiva e a aptidão
cardiovascular. Uma única sessão de treinamento pode induzir uma fadiga residual, que consequentemente pode prejudicar o desempenho durante o
decorrer do treinamento se uma recuperação inadequada for realizada. Para minimizar esse tipo de interferência negativa, a periodização do
treinamento deve considerar as características de treinamento concorrente presentes nos programas de condicionamento extremo.
Conclusões: Apesar da literatura apresentar uma lacuna em relação aos modelos de periodização para os programas de condicionamento extremo, uma
análise individual da periodização tradicional e em blocos nos permite observar que a periodização em blocos apresenta uma aplicabilidade maior para
esse tipo de programa.
Palavras-chave: periodização tradicional; periodização em bloco; aptidão física; CrossFit

Periodización del entrenamiento aplicada a los programas de entrenamiento extremo


RESUMEN

Objetivo: los programas de entrenamiento extremo (PEE) (p.ej. CrossFit, Cross Training, entrenamiento funcional a alta intensidad, etc.) presentan un
desafío importante al desarrollar diversas condiciones físicas como la fuerza, potencia o resistencia. Una única sesión de entrenamiento puede inducir
una fatiga residual y, consecuentemente puede perjudicar el rendimiento durante o después del entrenamiento si se realiza una recuperación
inadecuada. Para reducir este tipo de interferencia negativa, la periodización del entrenamiento debe tener en cuenta las características concurrentes de
este tipo de ejercicios presentes en los programas de entrenamiento extremo.
Conclusiones: a pesar de que la literatura científica presenta una laguna de conocimiento en relación con los modelos de periodización para los programas
de entrenamiento extremo, un análisis pormenorizado de la periodización tradicional y en bloques, nos permite observar que la periodización en bloques
presenta una mayor aplicabilidad para este tipo de programas.
Palabras clave: periodización tradicional; periodización en bloques; aptitud física; CrossFit

Training periodization applied in extreme conditioning programs


ABSTRACT

Objective: Extreme conditioning programs (ECP, e.g. CrossFit, CrossTraining, high intensity functional training, etc.) present a major challenge in the
simultaneous development of various physical abilities, such as strength, explosive strength and cardiovascular fitness. A single training session can
induce residual fatigue, which can consequently impair performance during the training if an improper recovery is performed. To minimize the effects of
negative interference, training periodization should consider the concurrent training characteristics that are presented in extreme conditioning
programs.
Conclusions: Although the literature presents a gap in periodization models for extreme conditioning programs, an individual analysis of the traditional
and block periodization lets to observe that the block periodization presents a greater applicability for this type of programs.
Keywords: traditional periodization; block periodization; performance; CrossFit

∗ Autor para correspondência. Autor para correspondência.


Correios eletrónicos: ramirestibana@gmail.com (R. A. Tibana).

https://doi.org/10.33155/j.ramd.2018.06.008
Consejerıa de Educación y Deporte de la Junta de Andaluc ıa. Este é um artigo Open Access sob uma licença CC BY-NC-ND
(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)
301 R. A. Tibana et al. / Rev Andal Med Deporte. 2019;12(3): 300-306

Introdução (sequência, sinergia e dose) dos conteúdos de treinamento,


estabelecendo sequências lógicas e tempos adequados para
Os programas de condicionamento extremo (PCE) (ex. CrossFit, alcançar os resultados programados e alcançar o máximo
Cross Training, treinamento funcional realizado em alta desempenho esportivo.
intensidade, etc.) são caracterizados por alto volume de Os modelos comumente utilizados na periodização são os
treinamento com a utilização de uma variedade de exercícios e modelos de periodização clássico/tradicional e os modelos de
aptidões, como a força (agachamento frontal e posterior, periodização em bloco (unidirecional ou multidirecional). De
levantamento terra, supino e etc.), força explosiva (arranco, acordo com Loturco e Nakamura 12, o modelo clássico de
arremesso, exercícios pliométricos e etc.) e aptidão cardiovascular periodização pressupõe que um período relativamente
(remo, corrida, bicicleta, pulo duplo de corda e etc.), além de prolongado de treinamento básico (preparação geral) é um pré-
movimentos gímnicos e corporais (suspensão na barra, flexão de requisito para uma fase mais específica (preparação específica).
braço, flexão de parada-de-mão, subida na corda, subida na argola, Por outro lado, a periodização em bloco utiliza ciclos de
pé na barra, agachamento, e etc.) 1,2. São realizados em formato de treinamento com cargas de trabalho especializadas altamente
circuito, muitas vezes, com um tempo fixado para realizar um concentradas, visando resultados de treinamento específicos, por
número de repetições ou realizar uma tarefa específica no menor exemplo, força máxima, resistência muscular localizada, aptidão
tempo possível, sem ou com curtos períodos de descanso entre as cardiovascular, entre outros11.
séries. Essa metodologia de treinamento continua a gerar um Sendo assim, embora haja consenso na literatura sobre os
crescente interesse e entusiasmo entre atletas, militares e na benefícios dos programas de condicionamento extremo em
população em geral, mesmo quando o aumento de sua aceitação é ganhos de aptidões, tais como: força 13; força explosiva13 e
reforçado por relatórios anedóticos de ganhos em aptidão física e resistência cardiovascular14, para nosso conhecimento nenhum
desempenho3. Entretanto, não se pode negar que, na atualidade estudo até o presente momento discutiu sobre a importância da
esportiva, já representam um tipo de evento atlético, atraindo periodização e aplicação de diferentes modelos na modalidade.
multidões no Brasil e no mundo inteiro. Dessa forma, o objetivo dessa revisão é propor a aplicação da
De acordo com Coffey & Hawley4 os eventos atléticos são periodização para os praticantes e atletas dos programas de
amplamente classificados como "baseados em aptidão condicionamento extremo.
cardiovascular" ou "baseados em força-potência muscular", com
as demandas unidimensionais subjacentes a essas capacidades de Desenvolvimento
desempenho divergentes, impondo um estímulo sem
complicações para a adaptação específica (p. ex. uma repetição A busca por artigos foi realizada no PubMed, Scopus,
máxima (1RM); consumo de oxigênio (O 2) máximo). Existem, no SportDiscus, ScienceDirect e Google Scholar utilizando os termos
entanto, inúmeras modalidades atléticas onde uma combinação da “training periodization” e, “block periodization”. Ademais, alguns
aptidão cardiovascular com a força e potência muscular são artigos clássicos foram incluídos de maneira intencional, dada sua
necessárias para o sucesso desportivo. Sob tais circunstâncias, o importância na construção do conhecimento da área.
treinamento cardiovascular e o treinamento de força/potência são
realizados concomitantemente como parte de um programa de Síndrome geral da adaptação
treinamento periodizado (ou seja, "treinamento concorrente") 4. O desenvolvimento da periodização moderna teve como base a
Nesse sentido, um dos pontos principais associados com os síndrome geral da adaptação (SGA) do endocrinologista János
programas de condicionamento extremo é o desenvolvimento Hugo Bruno "Hans" Selye, que conduziu trabalhos pioneiros sobre
simultâneo de diversas capacidades físicas, tais como, força, força estressores biológicos (glicocorticoides) na década de 1930.
explosiva e a aptidão cardiovascular. Dessa forma, uma única Segundo o Dr. Hans Selye, o organismo tem a capacidade de
sessão de treinamento (p. ex. treinamento de força) pode induzir adaptar-se a situações de estresse aumentado, como por exemplo,
uma fadiga residual, que consequentemente pode prejudicar o alterações nas cargas de um programa de exercícios. A SGA não
desempenho durante o decorrer do treinamento (p. ex. força deve ser interpretada apenas como um estressor que altera a
explosiva ou resistência muscular e cardiovascular) se uma homeostase natural, mas como um processo de resposta alterada
recuperação inadequada for realizada. para retornar ao equilíbrio, o que implica assumir um custo que
Diversos estudos têm demonstrado uma interferência deve ser assumido pela capacidade adaptativa (energia de
adaptativa nos ganhos de força5-8 e na resistência adaptação) que o organismo possui 15. A SGA desenvolve-se em três
cardiovascular9,10, sendo identificados diferentes fatores que estágios: 1) reações de alarme (excitação); 2) reações de
podem influenciar o nível ou o grau de interferência gerado pelo resistência (dependem do tempo que duram os estímulos e
treinamento concorrente. Esses fatores incluem o nível de provocam adaptações); e 3) reações de exaustão (ocorrem quando
treinamento (iniciantes, atletas amadores ou atletas de elite), tipo o organismo não suporta por mais tempo o processo de superação
de exercício, volume, intensidade e frequência do treinamento, do estímulo e podem precipitar um overreaching não funcional e o
horário das sessões e a variável dependente que está sendo overtraining). No entanto, como Gorban et al. 16 nos lembram, a
investigada4. Em decorrência das altas exigências de capacidade adaptativa de qualquer sistema envolve oscilações
força/velocidade, resistência muscular localizada e aptidão funcionais que, no final, desencadeiam diferentes mudanças e
cardiorrespiratória nos programas de condicionamento extremo, consequências, dependendo da óptica ou critérios que usamos: a)
característica altamente diferenciada desse tipo de programas, Morte (proposta de Selye em 1938) 15; Adaptação (proposta de
parece ser necessário identificar a combinação ideal de variáveis Goldstone, 1952)17. Essas oscilações na resposta não exigem
de treinamento para evitar ou minimizar os efeitos negativos qualquer razão externa, mas têm uma origem dinâmica intrínseca
potenciais desse modelo de treinamento concorrente. Ou seja, a De acordo com Cunanan et al. 18 esses estágios são percebidos no
periodização do treinamento adquire uma característica desenvolvimento da força e potência muscular, que envolve uma
fundamental para minimizar os efeitos negativos potenciais do interação complexa de múltiplos mecanismos. Por exemplo, (1)
treinamento concorrente. reação de alarme (excitação): o treinamento de força (estímulos
A periodização do treinamento é definida como "a subdivisão do agudos e crônicos) transmite tensão mecânica, danos nos tecidos e
programa em períodos menores, fáceis de gerenciar, geralmente respostas metabólicas. As alterações resultantes do ambiente
relatados como ciclos/fases de treinamento" para que uma intracelular levam à ativação, a nível molecular, de muitas cascatas
adaptação biológica a uma determinada intervenção de bioquímicas diferentes que influem sobre a sínteses proteica e, em
treinamento possa ocorrer e minimize a possibilidade de consequência, sobra a capacidade de força. A resposta molecular 19
overtraining11,12. Consequentemente, assume a organização que desencadeia a síntese de proteínas tem sua origem em
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estímulos mecanossensíveis20 e alterações estruturais sofridas Periodização tradicional para os programas de condicionamento
pelo músculo ao realizar o exercício, que ativam os mecanismos de extremo
sinalização celular específica para cada tipo de treinamento. Esses
A periodização do treinamento é uma parte importante e
ajustes reativos incluem, mas não estão limitados a eles, a ativação
indispensável da teoria do treinamento. A teoria foi fundada
da via da mTOR (mammalian target of rapamycin), da AMPK
inicialmente em meados do século passado na antiga União
(AMP-activated protein kinase), alterações nas respostas
Soviética, e foi estabelecida como um conceito científico por
inflamatórias que abrangem a infiltração de leucócitos nos tecidos,
Matveyev em 1964. Essa teoria foi disseminada na Europa Oriental
aumento nas concentrações das interleucinas e alterações na
e, mais tarde, nos países ocidentais, e constituiu uma parte
ativação cortical; (2) reações de resistência: essas respostas
obrigatória do planejamento de treinamento em esporte de alto
determinam, coletivamente, o aumento do tamanho do tecido
desempenho23. Estamos cientes de que não há consenso
conjuntivo, aumento da área de secção transversa do músculo,
internacional sobre a terminologia apropriada para nomear os
mudanças arquitetônicas e alterações de entrada e saída neural,
diferentes modelos de periodização propostos nas diferentes
com as adaptações cumulativas que levam a maiores ganhos na
modalidades esportivas (tradicional, blocada, linear, etc.). Até
força muscular e características relacionadas a ela, tais como, a
mesmo algumas denominações entendem que elas não são muito
força explosiva21,22. Durante o processo de treinamento, todos
precisas e podem até levar a erros. Nos últimos anos, o ajuste da
esses efeitos são modulados por manipulações apropriadas de
teoria sobre a periodização do treinamento causa confusão sobre
variáveis de treinamento, nutrição, qualidade do sono e outros
o que é a linearidade na periodização.
fatores; 3) reações de exaustão: a inadequação da carga de
O modelo tradicional de periodização pressupõe que um
treinamento e o excesso de fadiga com estratégias de recuperação
período relativamente prolongado de treinamento básico
insuficientes podem desencadear a imunossupressão, lesões ou o
(preparação geral) seja um pré-requisito para uma fase mais
overtraining. Esses pontos ressaltam a necessidade de
específica (preparação específica). Durante a preparação geral, os
consideração e gerenciamento da frequência, magnitude e duração
treinadores visam melhorar a aptidão cardiorrespiratória e as
de todos os agentes estressores para garantir uma ótima carga de
diversas manifestações da força muscular 12. O modelo de
treinamento para promover adaptação (fig. 1). Além disso, a
periodização clássico ou tradicional e suas diferentes
tolerância ao estresse, a capacidade de adaptação final, os fatores
terminologias é apresentado na figura 2.
condicionantes e os efeitos cumulativos de treinamento
determinam concomitantemente a necessidade da periodização.
Não podemos esquecer da forte presença do treinamento
concorrente que existe nos programas de condicionamento
extremo, que, segundo a SGA pode estar provocando efeitos
positivos em um sistema, mas concomitantemente, efeitos
negativos em outro sistema.

Figura 2. Modelo de periodização clássico, iniciando a preparação com


alto volume de treino / baixa intensidade e posteriormente para o
treinamento com baixo volume / alta intensidade. A proposta seria que o
desempenho teria um aprimoramento progressivo através dos ciclos de
treinamento, até à fase competitiva (pico de desempenho).

Cada um dos objetivos na periodização requer adaptação


morfológica e psicológica específica, e muitas dessas cargas de
trabalho não são compatíveis, causando assim, respostas
Figura 1. (A) Os estágios da síndrome geral da adaptação (SAG) do conflitantes4. Essas desvantagens do modelo tradicional podem
endocrinologista János Hugo Bruno "Hans" Selye adaptadas para o ser insignificantes para os atletas de baixo nível ou praticantes
desporto: Fase 1- reações de alarme (excitação); Fase 2 - reações de sem ambições competitivas, onde os programas de
resistência (dependem do tempo que duram os estímulos e provocam
condicionamento extremo com característica complexa e mista
adaptações); Fase 3 - reações de exaustão (ocorrem quando o organismo
não suporta por mais tempo o processo de superação do estímulo e podem
torna o treinamento mais atraente e divertido. No entanto, para os
precipitar um overreaching não funcional e o overtraining. A carga de atletas de alto desempenho, as limitações da periodização
treinamento e suas respectivas respostas podem ser vistas em relação a tradicional levantam sérios obstáculos para a melhoria do
SAG; O overtraining é resultante do gerenciamento inadequado da carga de desempenho. Obviamente, essas limitações diminuem
treinamento e da fadiga. Adaptado de Cunanam et al.23. substancialmente a qualidade do treinamento. Ao contrário de
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novatos e atletas de nível médio, que exigem uma estimulação de difere da periodização tradicional por ter apenas um objetivo
treinamento relativamente baixa para a melhoria do desempenho específico no período e não vários objetivos.
físico, os atletas aprimoram seus desempenhos através de grandes De acordo com Issurin 24 os princípios gerais propostos levam,
quantidades de estímulos de treinamento que dificilmente podem em última instância, a uma taxonomia de blocos de mesociclos
ser obtidos usando o treinamento com a periodização tradicional (figura 3), que atende às necessidades práticas da compilação de
mista com múltiplos objetivos24. Dessa forma, a limitação da programas de treinamento. A "taxonomia dos blocos de
periodização tradicional para os programas de condicionamento mesociclos" é formada por três tipos especializados: (i)
extremo é contextualizada pela necessidade de desenvolver acumulação, (ii) transmutação e (iii) realização. O primeiro tipo é
concomitantemente determinados aspectos da condição física que dedicado ao desenvolvimento de habilidades básicas, como
podem ter efeitos negativos uns sobre os outros, ou mesmo o resistência aeróbia geral e aptidão cardiorrespiratória, força
estímulo inadequado devido à quantidade elevada de elementos muscular e coordenação básica. Este mesociclo é caracterizado
que seriam necessários treinar em um mesmo momento da por volume relativamente alto e intensidade reduzida de carga de
temporada. trabalho. O segundo tipo centra-se em habilidades específicas do
Além disso, uma desvantagem adicional do modelo da esporte, como resistência especial (aeróbia e aeróbia-anaeróbica),
periodização tradicional é a incapacidade de habilitar os atletas a força, resistência, técnica e táticas adequadas; este é o ciclo de
participarem com sucesso em várias competições. A periodização treinamento mais cansativo. O terceiro tipo destina-se a restaurar
tradicional propõe projetos de um, dois e três picos, onde o ciclo os atletas e prepará-los para a próxima competição. Contém
anual consiste em um, dois ou três macrociclos. No entanto, exercícios para modelagem de desempenho competitivo e a
mesmo o design de três picos não satisfaz a tendência esportiva aplicação do tapering que pode variar de 8 a 15 dias. Os três
internacional em relação a competições ao longo do ano nos blocos de mesociclos formam um estágio de treinamento único
programas de condicionamento extremo. A tendência de diversas que é concluído com uma competição específica 24.
competições dos programas de condicionamento extremo segue o
mesmo ritmo de outros esportes modernos de alto nível e que Tabela 2. As principais contraindicações da utilização da periodização
obviamente está em contradição com o modelo de periodização tradicional nos programas de condicionamento extremo, adaptado de
tradicional. A tabela 1 apresenta um exemplo de utilização da Issurin, (2007)
periodização tradicional aplicada aos programas de Fatores Contraindicações Consequências
condicionamento extremo. A tabela 2 apresenta as principais Aporte energético O desempenho simultâneo de A energia é direcionada para
desvantagens da utilização da periodização tradicional aplicada cargas de trabalho diversificadas
não pode ser sustentado em
vários objetivos, enquanto o
objetivo principal não obtém
aos programas de condicionamento extremo, de acordo com a decorrência do baixo aporte prioridade apropriada.
proposta de Issurin24. energético.
Restauração de Devido a diferentes períodos de Os atletas sofrem de
diferentes sistemas recuperação em diferentes sistemas acumulação de fadiga e não
fisiológicos. fisiológicos, os atletas não recebem podem concentrar esforços
Periodização em bloco para os programas de condicionamento restauração suficiente. nos principais objetivos.
extremo Compatibilidade de A realização de várias modalidades O desempenho de
várias cargas de muitas vezes interage determinadas cargas elimina
trabalho negativamente devido ao déficit de ou reduz o efeito de exercícios
energia, complexidade da técnica e / anteriores ou subsequentes.
Na década de 1980, o conceito de blocos de treinamento surgiu ou fadiga neuromuscular.
Concentração O desempenho durante o A concentração mental se
entre os proeminentes treinadores. Essa ideia não foi conceituada mental treinamento com cargas de trabalho dissipa; uma série de
cientificamente e foi aberta a diferentes interpretações; no em estado de fadiga exige altos exercícios são realizados com
níveis de concentração mental que atenção reduzida e baixa
entanto, em sua conotação mais abrangente, a periodização em não podem ser direcionados para motivação
bloco referiu-se a um ciclo de treinamento com cargas de trabalho vários objetivos simultaneamente.
Progresso do O progresso específico do esporte O desenvolvimento
especializadas altamente concentradas. Esta definição treinamento com de atletas de alto nível exige simultâneo e complexo de
corresponde ao entendimento comum da periodização em bloco estímulos grandes quantidades de estímulos muitas habilidades não
suficientes. de treinamento que não podem ser oferece melhorias suficientes
como uma unidade autônoma compacta de várias combinações de obtidos por treinamento para atletas de alto nível.
elementos para um objetivo específico24. Em primeira análise, já concorrente para muitos objetivos.

Tabela 1. Um exemplo de treinamento nos programas de condicionamento extremo durante uma semana seguindo o modelo de periodização tradicional
Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado Domingo
Potência 3 position snatch 3 position clean Power snatch Power clean & power jerk Snatch
(Power position, hang, floor) (Power position, hang, 50%-3 50%-3 50%-3
40%-1 floor) 60%-3 60%-3 70%-3
50%-1 40%-1 70%-3 70%-3 75%-3
60%-1 50%-1 80%-3 80%-3 85%-3
70%-1 60%-1 85%-3 85%-3
75%-1 70%-1 85%-3
75%-1 75%-3 Clean & jerk
50%-3
70%-3
75%-3
85%-3
Força Back squat Rdl Front squat Rdl Back squat
50%-3 (% of 1RM Front Squat) 50%-3 (%1RM front squat) 50%-3
60%-3 40%-3 60%-3 50%-3 60%-3
70%-3 50%-3 70%-3 Descanso 60%-3 70%-3 Descanso
80%-3 60%-3 80%-3 70%-3 80%-3
85%-2 70%-3 85%-2 80%-3 85%-2
90%-1 75%-3 90%-1 85%-3 90%-1
Ginástica 4 Sets: 4X15 Strict HSPU AFAP -
1 Bar Muscle-Up
2 Toes to Bar - -
3 Chest to Bar Pull-ups
2 Toes to Bar
1 Bar Muscle-Up
Rest as little as needed between unbroken
sets.
Cond. “Death by Triplet” “Glen” Rapidinha (TCB2017) “PARADISE
Metabólico Complete as many 30 Clean & Jerks Time Cap 8' 6 Séries de:30 CITY”
(PSE) 3 Rounds: rounds as possible (135/95) Double Unders/15 KB Por tempo: Row
30 T2B during 20 minutes. 1 Mile Run Swings (24/32kg)/ 5 1000 Meters
50 Double Unders 8 Burpee Box Jump 10 Rope Climbs Snatches (45/60kg) – 25 Thrusters
5 Front Squats (225/155) – PSE: 4/5 Overs/ 8 Hang Power 1 Mile Run PSE: 6/7 (60kg/44kg)
Snatches/ 8 Thrusters 100 Burpees – PSE: 8/10 15 Muscle-ups
(95, 65lb) – PSE: 6/7 PSE: 8/10
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Outro ponto importante a ser destacado é a diferenciação dos


modelos de periodização em bloco, uni e multidirecional. O
modelo unidirecional é realizado com uma aplicação de
treinamento altamente concentrado para o aprimoramento de um
componente da aptidão física (p. ex. força muscular); enquanto o
segundo modelo (multidirecional) está associado com o
desenvolvimento de muitas habilidades direcionadas em uma
sequência lógica de mesociclos (p. ex. força máxima; força
explosiva; resistência aeróbia-anaeróbia e etc.) 25. Esse é um
aspecto importante na aplicação do modelo de periodização para
os programas de condicionamento extremo, uma vez que permite
a seleção de determinadas componentes físicos a serem
priorizados para cada bloco, aproximando à realidade desse tipo
de esporte. As tabelas 3 e 4 apresentam exemplos de utilização da
periodização em bloco aplicada aos programas de
condicionamento extremo.
A figura 4 apresenta um exemplo de distribuição do tipo de
exercícios realizados em cada mesociclo da periodização em
blocos.

Figura 4. Um exemplo da porcentagem do tipo de exercícios realizados em


cada mesociclo da periodização em blocos aplicada aos programas de
condicionamento extremo

Uma possível explicação para essa diferença pode estar no fato


de a periodização não linear no treinamento de força produzir
maior fadiga nas sessões (estimulando sempre a falha
concêntrica) e consequentemente maior desgaste muscular 26. O
menor volume de treino necessário para se atingir um objetivo é
outro aspecto fundamental em programas de condicionamento
extremo, uma vez que esse tipo de programas é caracterizado por
alto volume de treinamento31, o que pode aumentar o risco de
lesões por sobrecarga32,33. Não obstante e favorecendo os
programas de condicionamento extremo devido às suas
características, Bartolomei et al.27 demonstraram superioridade do
modelo de periodização em bloco nos ganhos de potência
muscular para os membros superiores quando comparado a
Figura 3. Exemplo de um macrociclo com suas respectivas fases e blocos periodização tradicional durante quinze semanas de treinamento
delimitados. A primeira fase é a de acumulação, as habilidades básicas são em homens jovens com experiência no treinamento de força.
desenvolvidas, tais como: resistência aeróbia geral, força e força explosiva A periodização em bloco tem sido utilizada também em esportes
e coordenação básica. É caracterizado por grandes volumes, com duração de endurance. Rønnestad et al. 28 compararam a utilização da
entre os blocos variando entre 2 e 6 semanas. A segunda periodização em bloco com a tradicional em esquiadores de cross-
fase, transmutação, tem seu foco em habilidades específicas de cada country durante cinco semanas e demonstraram ganhos
esporte como: resistência especial (aeróbia-anaeróbia ou glicolítica),
superiores no consumo máximo de oxigênio (2 ± 2%) e na
resistência de força, técnicas e táticas adequadas. É o período mais
exaustivo do treinamento. A terceira e última, a realização destina-se a potência pico (4 ± 4% vs. -3 ± 6%) para periodização em bloco.
restaurar os atletas e prepará-los para competição. Ele contém exercícios Rønnestad et al.29 encontraram resultados similares ao analisarem
para modelar o desempenho competitivo e um programa específico para dois grupos de ciclistas treinados (VO 2máx = ~63 mL/kg/min)
uma rápida recuperação ativa. Varia de 8 a 15 dias. Adaptado de Issurin26. durante quatro semanas. Os atletas utilizaram a periodização em
bloco (primeira semana com 5 sessões de treinamento de alta
intensidade, seguido por três semanas de treinamento com apenas
Comparação entre os modelos de periodização: aplicação em 1 sessão semanal de treinamento de alta intensidade) ou a
programas de condicionamento extremo periodização tradicional (quatro semanas com duas sessões
Poucos estudos, até o presente momento, analisaram a semanais de treinamento de alta intensidade). Os resultados
efetividade da periodização em bloco quando comparado com as encontrados demonstraram ganhos superiores no VO2máx para a
demais periodizações do treinamento sobre os ganhos de força, periodização em bloco versus tradicional. Mais uma vez, os
força explosiva e aptidão cardiovascular26-30. Painter et al.26 programas de condicionamento extremo apresentam um
compararam a periodização em bloco com a periodização não componente aeróbio muito grande para o sucesso em
linear no treinamento de força (3 dias por semana/10 semanas) competições, o que nos leva a considerar que a periodização em
para os ganhos de força e potência muscular e na eficiência do bloco permite o desenvolvimento adequado desse componente.
treinamento (ganhos obtidos/carga de treinamento) em atletas do Não podemos esquecer que, caso o indivíduo priorize a longo
atletismo. Apesar de não terem sido encontradas diferenças prazo o componente aeróbio no seu treinamento, se torna difícil
significativas nos ganhos de força e potência muscular, o grupo conciliar todos os outros componentes necessários nos programas
que realizou o treinamento com a periodização em bloco teve de condicionamento extremo. Dessa forma, é fundamental
menor volume de treinamento (-35%) e maiores ganhos na minimizar o tempo de treino para o desenvolvimento aeróbio com
eficiência do treinamento (ganhos obtidos/volume de treino) resultados positivos, o que, aparentemente, a periodização em
quando comparado com o grupo com periodização não linear. bloco pode realizar de forma mais adequada.
305 R. A. Tibana et al. / Rev Andal Med Deporte. 2019;12(3): 300-306

Tabela 3. Um exemplo de treinamento nos programas de condicionamento extremo durante uma semana seguindo o modelo de periodização em bloco no
mesociclo de acumulação com foco na força muscular
Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado Domingo

Potência 3 position snatch 3 position clean Power snatch Power clean & power Snatch
(Power position, hang, (Power position, hang, 50%-3 jerk 50%-3
floor) floor) 60%-3 50%-3 70%-3
40%-1 40%-1 70%-3 60%-3 75%-3
50%-1 50%-1 80%-3 70%-3 85%-3
60%-1 60%-1 80%-3
70%-1 70%-1 85%-3
Clean & jerk
50%-3
70%-3
75%-3
85%-3

Força Back squat Rdl Front squat Rdl Back squat


50%-3 (2x) (% of 1RM Front Squat) 50%-3 (2x) (%1RM front squat) 50%-3 (2x)
60%-3 (2x) 40%-3 (2x) 60%-3 (2x) 50%-3 (2x) 60%-3 (2x)
70%-3 (2x) 50%-3 (2x) 70%-3 (2x) 60%-3 (2x) 70%-3 (2x)
80%-3 (2x) 60%-3 (2x) 80%-3 (2x) 70%-3 (2x) 80%-3 (2x)
85%-2 (2x) 70%-3 (2x) 85%-2 (2x) 80%-3 (2x) 85%-2 (2x)
Descanso Descanso
90%-1 (2x) 75%-3 (2x) 90%-1 (2x) 85%-3 (2x) 90%-1 (2x)

Ginástica 4 Sets: 4X15 Strict HSPU AFAP -


1 Bar Muscle-Up
2 Toes to Bar - -
3 Chest to Bar Pull-ups
2 Toes to Bar
1 Bar Muscle-Up
Rest as little as needed
between unbroken sets.

Cond. Metabólico (PSE) “Death by Triplet” “Glen” Rapidinha (TCB2017) “PARADISE CITY”
Complete as many 30 Clean & Jerks Time Cap 8' 6 Séries Por tempo: Row 1000
3 Rounds: rounds as possible (135/95) de:30 Double Meters
30 T2B during 20 minutes. 1 Mile Run Unders/15 KB Swings 25 Thrusters
50 Double Unders 8 Burpee Box Jump 10 Rope Climbs (24/32kg)/ 5 Snatches (60kg/44kg)
5 Front Squats Overs/ 8 Hang Power 1 Mile Run (45/60kg) – 15 Muscle-ups
(225/155) – PSE: 4/5 Snatches/ 8 Thrusters 100 Burpees – PSE: PSE: 6/7 PSE: 8/10
(95, 65lb) – PSE: 6/7 8/10

Tabela 4. Um exemplo de treinamento nos programas de condicionamento extremo durante uma semana seguindo o modelo de periodização em bloco no
mesociclo de acumulação com foco na força explosiva.
Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado Domingo

Potência Snatch High Pull + High Hang Clean + Power snatch "POWER CLEAN + Snatch
Hang Snatch High Pull Hang Clean + Clean + 50%-3 SPLIT JERK" 50%-3
+ Hang Snatch + Snatch Split Jerk 60%-3 50%-3 (2x) 60%-3
50%-1 50%-1 70%-3 55%-3 (2x) 70%-3
55%-1 55%-1 80%-3 60%-3 (2x) 75%-3
60%-1 60%-1 65%-3 (2x) 85%-3
65%-1 65%-1 Snatch balance
65%-1 65%-1 Barbell Squat Jumps Double Leg Bounds - 50%-3
70%-1 70%-1 30%-5 (6x) Height/Distance 60%-3
5 reps (6x) 70%-3
75%-3
80%-3
75%-3

Força

Snatch balance Jerk balance Front squat Rdl Back squat


50%-3 50%-3 80% - 3 (2x) (%1RM front squat) 80% - 3 (2x)
60%-3 60%-3 80% - 3 (2x)
70%-3 70%-3
75%-3 75%-3
Descanso Descanso
80%-3 80%-3
75%-3 75%-3

Ginástica 4 Sets: 4X15 Strict HSPU -


1 Bar Muscle-Up
2 Toes to Bar - -
3 Chest to Bar Pull-ups
2 Toes to Bar
1 Bar Muscle-Up
Rest as little as needed
between unbroken sets.

Cond. Metabólico (PSE) “Death by Triplet” “Glen” Rapidinha (TCB2017) “PARADISE CITY”
Complete as many 30 Clean & Jerks Time Cap 8' 6 Séries Por tempo: Row 1000
3 Rounds: rounds as possible (135/95) de:30 Double Meters
30 T2B during 20 minutes.8 1 Mile Run Unders/15 KB Swings 25 Thrusters
50 Double Unders Burpee Box Jump 10 Rope Climbs (24/32kg)/ 5 Snatches (60kg/44kg)
5 Front Squats Overs/ 8 Hang Power 1 Mile Run (45/60kg) – 15 Muscle-ups
(225/155) – PSE: 4/5 Snatches/ 8 Thrusters 100 Burpees – PSE: PSE: 6/7 PSE: 8/10
(95, 65lb) – PSE: 6/7 8/10

Não obstante, Marques et al.30 analisaram 21 atletas da elite do e fase de realização de 3 semanas). Os resultados reportados pelos
judô brasileiro que foram submetidos a um programa de autores demonstraram que os atletas souberam lidar
treinamento com periodização em bloco durante 13 semanas (fase adequadamente com o modelo de periodização em bloco aplicada
de acumulação de 5 semanas, fase de transmutação de 5 semanas à modalidade específica e que foi suficiente para aumentar o
R. A. Tibana et al. / Rev Andal Med Deporte. 2019;12(3): 300-306 306

desempenho em um teste específico de performance aplicado ao 8. Fyfe JJ, Bartlett JD, Hanson ED, Stepto NK, Bishop DJ. Endurance
judô, além disso, não foram observadas alterações significativas training intensity does not mediate interference to maximal lower-
nas concentrações de cortisol e testosterona. body strength gain during short-term concurrent training. Front
Physiol. 2016;7:487.
9. Docherty D, Sporer B. A proposed model for examining the
interference phenomenon between concurrent aerobic and strength
Conclusões training. Sports Med. 2000;30:385-94.
Apesar da literatura apresentar uma lacuna em relação aos 10. Chtara M, Chamari K, Chaouachi M, Chaouachi A, Koubaa D, Feki Y et al.
modelos de periodização para os programas de condicionamento Effects of intra-session concurrent endurance and strength training
extremo, uma análise individual da periodização tradicional e em sequence on aerobic performance and capacity. Br J Sports Med.
blocos nos permite observar que a periodização em blocos 2005;39:555-60.
apresenta uma aplicabilidade maior para esse tipo de programas. 11. Issurin V. Block periodization versus traditional training theory: a
Sabe-se que, mesmo sem periodizar, com cargas fixas, os review. J Sports Med Phys Fitness. 2008;48:65-75.
12. Loturco I and Nakamura F. Training periodisation: an obsolete
indivíduos ganham capacidade funcional nos primeiros meses. A
methodology? Aspetar Sports Med J. 2016:110-5.
questão que norteia a periodização parece ser o ganho a longo 13. Tibana RA, Farias DL, Nascimento DC, Da Silva-Grigoletto ME, Prestes J.
prazo em indivíduos treinados e com competições frequentes, Relação da força muscular com o desempenho no levantamento
onde o tempo de treino começa a ser limitado em relação ao olímpico em praticantes de CrossFit®. Rev Andal Med Deporte.
número de competições. Desse modo, a periodização do 2018;11:84–88.
treinamento é uma ferramenta importante no planejamento dos 14. Smith MM, Sommer AJ, Starkoff BE, Devor ST. Crossfit-based high-
programas de condicionamento extremo, visando tanto à melhora intensity power training improves maximal aerobic fitness and body
como à manutenção dos benefícios obtidos, não apenas em curto composition. J Strength Cond Res. 2013;27:3159-72.
15. Selye H. Experimental evidence supporting the conception of
prazo, mas ao longo dos anos e com adequação ao calendário
“adaptation energy”. AJP-Legacy. 1938;123:758-65.
competitivo, cada vez mais maior. Os pontos chave para a sugestão 16. Gorban AN, Tyukina TA, Smirnova EV, Pokidysheva LI. Evolution of
da utilização da periodização em blocos em programas de adaptation mechanisms: Adaptation energy, stress, and oscillating
condicionamento extremo estão na possibilidade de selecionar em death. J Theor Biol. 2016;405:127-39.
cada bloco os componentes a serem desenvolvidos e uma 17. Goldstone B. The general practitioner and the general adaptation
adequação maior em relação a uma temporada de treinamento, syndrome. S Afr Med J. 1952;26:106-9.
permitindo que o atleta se apresente no seu rendimento máximo 18. Cunanan AJ, DeWeese BH, Wagle JP, Carroll KM, Sausaman R, Hornsby
por mais períodos. É importante comentar que, mesmo com essa WG 3rd, et al. The general adaptation syndrome: a foundation for the
sugestão, a periodização tradicional também pode ser aplicada e concept of periodization. Sports Med. 2018;48:787-97.
19. Jaafar R, De Larichaudy J, Chanon S, Euthine V, Durand C, Naro F, et al.
com resultados positivos. Phospholipase D regulates the size of skeletal muscle cells through the
activation of mTOR signaling. Cell Commun Signal. 2013;11:55.
20. Fischer M, Rikeit P, Knaus P, Coirault C. Yap-mediated
mechanotransduction in skeletal muscle. Front Physiol. 2016;7:41.
21. Garcia-Manso JM. La fuerza: fundamentación, valoración y
Autoria. Todos os autores contribuíram intelectualmente no desenvolvimento do entrenamiento. Madrid: Gymnos, 1999.
trabalho,assumiram a responsabilidade do conteúdo e, da mesma forma, concordam com a versão
final doartigo. Conflito de interesses. Os autores declaram não haver conflito de interesses.
22. Garcia-Manso JM, Álvarez GR, Da Silva Grigoletto M. Manual de
Origem e revisão. Não foi encomendada, a revisão foi externa e por pares. Responsabilidades levantamento de peso olímpico. São Paulo: Icone Editora;2017.
Éticas. Proteção de pessoas e animais: Os autores declaram que os procedimentos seguidos estão de 23. Issurin V, Yessis M. Block periodization: breakthrough in sports
acordo com os padrõeséticos da Associação Médica Mundial e da Declaração de Helsinque.
Confidencialidade: Os autores declaram que seguiram os protocolos estabelecidos por seus
training. Pennsylvania State University: Ultimate Athlete Concepts;
respectivos centros para acessar osdados das histórias clínicas, a fim de realizar este tipo de 2008.
publicação e realizar uma investigação / divulgação para a comunidade. Privacidade: Os autores 24. Issurin VB. New horizons for the methodology and physiology of
declaram que nenhum dado que identifique o paciente aparece neste artigo.
training periodization. Sports Med. 2010;40:189-206.
25. Issurin VB. Benefits and limitations of block periodized training
approaches to athletes' preparation: a review. Sports Med.
2016;46:329-38.
26. Painter KB, Haff GG, Ramsey MW, McBride J, Triplett T, Sands WA, et al.
Strength gains: block versus daily undulating periodization weight
Referências training among track and field athletes. Int J Sports Physiol Perform.
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27. Bartolomei S, Hoffman JR, Merni F, Stout JR. A comparison of
traditional and block periodized strength training programs in trained
1. Tibana RA, Almeida LA, Prestes J. Crossfit riscos ou benefícios, o que athletes. J Strength Cond Res. 2014;28:990-7.
sabemos até o momento? R Bras Ci e Mov. 2015;23:182-5. 28. Rønnestad BR, Hansen J, Thyli V, Bakken TA, Sandbakk O. 5-week block
2. Tibana RA, de Almeida LM, Frade de Sousa NM, Nascimetno Dda C, periodization increases aerobic power in elite cross-country skiers.
Neto IV, de Almeida JA, et al. Two consecutive days of crossfit training Scand J Med Sci Sports. 2016;26:140-6.
affects pro and anti-inflammatory cytokines and osteoprotegerin 29. Rønnestad BR, Hansen J, Ellefsen S. Block periodization of high-
without impairments in muscle power. Front Physiol. 2016;7:260. intensity aerobic intervals provides superior training effects in trained
3. Tibana RA, De Sousa NMF, Prestes J. Programas de condicionamento cyclists. Scand J Med Sci Sports. 2014;24:34-42.
extremo: planejamento e princípios. Barueri, SP: Manole; 2017. 30. Marques L, Franchini E, Drago G, Aoki MS, Moreira A. Physiological
4. Coffey VG, Hawley JA. Concurrent exercise training: do opposites and performance changes in national and international judo athletes
distract? J Physiol. 2017;595:2883-96. during block periodization training. Biol Sport. 2017;34:371-8.
5. Hickson RC. Interference of strength development by simultaneously 31. Williams S, Booton T, Watson M, Rowland D, Altini M. Heart rate
training for strength and endurance. Eur J Appl Physiol Occup Physiol. variability is a moderating factor in the workload-injury relationship
1980;45:255-63. of competitive crossfit™ athletes. J Sports Sci Med. 2017;16:443-9.
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Concurrent training: a meta-analysis examining interference of aerobic rugby league. J Sports Sci. 2004; 22: 409-17.
and resistance exercises. J Strength Cond Res. 2012;26:2293-307. 33. Vitale JA, Bassani T, Galbusera F, Bianchi A and Martinelli N. Injury
7. Murlasits Z, Kneffel Z, Thalib L. The physiological effects of concurrent rates in martial art athletes: anthropometric parameters and training
strength and endurance training sequence: A systematic review and volume, but not foot morphology indexes, are predictive risk factors
meta-analysis. J Sports Sci. 2018;36:1212-9. for lower limb injuries. J Sports Med Phys Fitness. 2017.

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