Zoology">
Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

Resumo Anatomia Humana I Generalidades

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 60

Conceitos e fatores de variação anatômica

No seu conceito mais amplo, a anatomia é a ciência que estuda, macro e microscopicamente, a
constituição, estrutura e o desenvolvimento dos seres organizados.

Especificamente, a anatomia (ana = em partes; tomein = cortar) macroscópica é estudada pela


dissecação de peças previamente fixadas por soluções apropriadas.

Com a descoberta do microscópio desenvolveram-se ciências que, embora constituam


especializações, são ramos da anatomia.

Assim, a:

Citologia (estudo da célula);

Histologia (estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a formação de órgãos);

E a Embriologia (estudo do desenvolvimento do indivíduo).


Do mesmo modo poder-se ainda considerar:

Anatomia Radiológica (que estuda os órgãos, quer no vivente, quer no cadáver, por meio dos
raios-x);

Anatomia Antropológica (que se ocupa dos tipos raciais);

Anatomia Biotipológica ou Constitucional (que se ocupa dos tipos morfológicos constitucionais);

Anatomia Comparativa (que se refere ao estudo comparado dos órgãos de indivíduos de espécies
diferentes);

E uma Anatomia de Superfície (estudo dos relevos morfológicos na superfície do corpo do


indivíduo).

Os sistemas que, em conjunto, compõem o organismo do indivíduo são os seguintes:

A) Tegumentar;

B) Esquelético;

C) muscular;

D) nervoso;

E) circulatório;

F) respiratório;

G) digestório;

H) urinário;

I) genital/reprodutor — feminino e masculino;

J) endócrino;

I) sensorial.
Alguns sistemas podem ser agrupados formando os aparelhos, ex:

A) aparelho locomotor: constituído pelos sistemas esquelético e muscular;

B) aparelho urogenital: constituído pêlos sistemas urinário e genital (masculino ou feminino).

Conceitos anatômicos

Normal

É tudo aquilo que esta presente na maioria das pessoas, o mais frequente, um dado puramente
estatístico que determina um padrão de normalidade.

Ex: 5 dedos em uma mão, dois olhos, um nariz, etc…

Variação anatômica

É uma diferença do normal que não prejudica em nada a função ou o indivíduo

Ex: ausência da veia intermédia do cotovelo.


Anomalia

É uma alteração morfológica, que difere do normal, trazendo prejuízo a função, porém é


compatível com a vida.

Ex: ter uma dedo a mais na mão, fenda palatina, irmãos siameses, etc…

Monstruosidade

É uma alteração morfológica, que difere do normal, trazendo prejuízo a  função, sendo


incompatível com a vida.

Na figura é possível perceber pela seta branca o 3º irmão que não sobreviveu.
Fatores gerais de variação

Idade

As variações anatômicas ditas individuais devem-se acrescentar aquelas decorrentes da idade, do


gênero, da etnia, do tipo constitucional (biótipo) e do ambiente.

Estes são, em conjunto, denominados fatores gerais de variação anatômica.

Gênero

Anatomicamente é o caráter de masculinidade ou feminilidade.

É possível reconhecer órgãos de um e de outro sexo, graças a características especiais, mesmo


fora da esfera genital.
Etnia

É a denominação conferida a cada grupamento humano que possui caracteres físicos comuns,
externa e internamente, pelos quais se distinguem dos demais.

Conhecem-se, por exemplo, representantes das raças Branca, Negra e Amarela e seus mestiços,
ou seja, “o produto do seu entrecruzamento”.

Ambiente

Sabe-se que fatores ambientais como o sol, clima e alimentação exercem influência no
desenvolvimento do indivíduo (ex. pessoas com má nutrição podem não crescer o que
poderiam).

Biótipo
É a resultante da soma dos caracteres herdados e dos caracteres adquiridos por influência do
meio e da sua interrelação.

Os dois tipos extremos são chamados longilíneo e brevilíneo e sua comparação denota melhor


as diferenças, tanto nos caracteres morfológicos internos quanto os externos, acarretando uma
construção corpórea diversa.

Os longilíneos são indivíduos magros, em geral altos, com pescoço longo, tórax muito achatado
ântero-posteriormente, com membros longos em relação à altura do tronco.

Os brevilíneos são indivíduos atarracados, em geral baixos, com pescoço curto, tórax de grande


dia metro ântero-posterior, membros curtos em relação à altura do tronco.

Os mediolíneos também chamados de normolíneos apresentam caracteres intermediários aos


dos tipos precedentes.

Ectomorfos: Tem uma constituição leve, com articulações pequenas e predominância de massa


muscular magra.

Normalmente o ectomorfo tem membros longos e finos com a musculatura fibrosa.

Ombros tendem a ser mais finos que a cintura.

As pessoas que tem esse tipo de corpo, tem uma maior dificuldade para ganhar peso devido ao
seu metabolismo rápido. 

Mesomorfos: Tem como principal característica uma estrutura óssea grande, grandes músculos e


um corpo naturalmente atlético.
Mesomorfos tem o melhor tipo de corpo quando o assunto é musculação.

Tem extrema facilidade em ganhar e perder peso. 

Endomorfos: Ganham gordura com muita facilidade, geralmente tem membros mais curtos,


com braços e pernas grossas.

Tem a musculatura forte, especialmente nas pernas.

Divisão do corpo humano – Posição anatômica e planos de secção

O corpo humano divide-se em: cabeça, pescoço, tronco e membros.

A cabeça corresponde à extremidade superior do corpo estando unida ao tronco por uma porção
estreitada, o pescoço.

O tronco compreende o tórax, abdome, pelve e sua região posterior, o dorso.

Dos membros, dois são superiores ou torácicos e dois inferiores ou pélvicos.

Na transição entre o braço e o antebraço há o cotovelo; entre o antebraço e a mão, o punho; entre
a coxa e a perna, o joelho, e entre a perna e o pé, o tornozelo.

A região posterior do pescoço é denominada nuca e a do tronco, dorso.

As nádegas correspondem a região glútea.


Homem Vitruviano

Feito por Leonardo da Vinci por volta de 1490 baseando-se no conceito exposto na obra “Os
dez livros da Arquitetura”, escrito pelo arquiteto romano Marcus Vitruvius Pollio.

O homem descrito por Vitruvius apresenta-se como um modelo ideal para o ser humano, cujas
proporções são perfeitas, segundo o ideal clássico de beleza.

O desenho também é considerado como um símbolo da simetria básica do corpo humano e, para
extensão, para o universo como um todo.

Esse desenho é usado até hoje por ilustradores para aprender a proporção humana, como se
fosse um guia universal de ilustração.

No entanto para os dias atuais, as proporções e identificações no corpo humano são baseadas
na posição anatômica.

Posição Anatômica

Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas, considerando-se que a posição
pode ser variável, optou-se por uma posição padrão, denominada posição anatômica.

Deste modo, os anatomistas, quando escrevem seus textos, referem-se ao objeto de descrição
considerando o indivíduo na posição padronizada. 

A posição anatômica é descrita como:

Indivíduo em posição ereta (em pé, posição ortostática ou bípede);

Com a face voltada para frente;


O olhar dirigido para o horizonte;

membros superiores estendidos, ao longo do tronco e com as palmas voltadas para frente;

membros inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas para frente.

Não importa, portanto, que o cadáver esteja sobre a mesa em decúbito dorsal (com o dorso
acolado à mesa), decúbito ventral (com o ventre acolado à mesa) ou decúbito lateral (de lado): as
descrições anatômicas são sempre feitas considerando o indivíduo em posição anatômica.

Representação da posição anatômica

Para os animais quadrúpedes, a posição anatômica refere-se ao animal na sua posição ordinária,
com os quatro membros estendidos firmemente sobre o solo.

Planos de secção do corpo humano

Sagital

A) O plano que divide o corpo humano em metades direita e esquerda de tamanhos idênticos é
denominado sagital mediano.

Quando divide o corpo humano em metades direita e esquerda de tamanhos diferentes é


denominado sagital paramediano.
Toda secção do corpo feita por planos paralelos ao mediano é uma secção sagital (corte sagital) e
os planos de secção são também chamados sagitais.

Plano sagital mediano, que divide o corpo em duas metades idênticas.

Frontal

B) Os planos de secção que são paralelos aos planos ventral e dorsal são ditos frontais e a secção
é também denominada frontal ou coronal (corte frontal ou coronal).

Como já foi assinalado, o plano ventral (ou anterior) é tangente à fronte do indivíduo, donde o
adjetivo — frontal.

Plano de secção frontal ou coronal, que divide o corpo em anterior e posterior

Transversal

C) Os planos de secção que são paralelos aos planos cranial, podálico e caudal são horizontais.

A secção é denominada transversal / axial / horizontal (corte transversal ou axial ou ainda


horizontal).

Os três termos podem ser usados. 


Plano de secção transversal, axial ou horizontal, que divide o corpo em superior e inferior.

Oblíquos

D) Os cortes oblíquos são “fatias” do corpo ou de qualquer uma de suas partes que não são feitas
ao longo de um dos planos anatômicos já mencionados.

É um plano longitudinal ou transverso, que está angulado ou inclinado (diagonal) e


não paralelo aos planos sagital, coronal ou axial.

Na prática, muitas imagens radiológicas e cortes anatômicos não são feitos exatamente nos
planos sagital, frontal ou transverso.

As vezes, são feitas em oblíquos.

Movimentos do corpo humano

A compreensão dos movimentos em relação ao plano e ao eixo que são encontrados, é de grande
importância para médicos, fisioterapeutas, educadores físicos, radiologistas, enfermeiros e outros
profissionais da área da saúde, devido formar a base na elaboração de um programa de atividades
e uma melhor localização das partes do corpo.

Os movimentos ocorrem através de planos imaginários e em eixos perpendiculares ao


movimento e por convenção os movimentos articulares são definidos com relação à posição
anatômica, que coloca o corpo ereto com os pés unidos, membros superiores ao lado do corpo e
as palmas olhando para a frente.
Na posição anatômica, o corpo é referenciado de acordo com três planos mutuamente
ortogonais:

O Plano Sagital, divide o corpo simetricamente em laterais direita e esquerda.

As ações articulares ocorrem em torno de um eixo horizontal ou transversal e incluem


os movimentos de flexão e extensão.

O Plano Coronal ou Frontal, divide o corpo em partes anterior (ventral) e posterior (dorsal).

As ações articulares ocorrem em torno de um eixo ântero-posterior (AP) e incluem a abdução e


a adução.

E por último, o Plano Transversal, Axial ou Horizontal que divide o corpo em partes


superior (cranial) e inferior (caudal).

As ações articulares ocorrem em torno de um eixo longitudinal ou vertical e incluem a rotação


medial – lateral e pronação – supinação.

Os termos que descrevem os movimento podem ser usados para várias articulações em todo o
corpo, sendo que alguns termos são específicos para certas regiões, mas sempre respeitando a
posição anatômica.
Nomenclatura e descrição dos principais movimentos corporais

Gerais

Flexão = Movimento no plano sagital, em que dois segmentos do corpo (proximal e distal)


aproximam-se um do outro.

Hiperflexão = Quando o movimento de flexão ultrapassa a posição anatômica, ou além de sua


capacidade normal.

Extensão = Movimento no plano sagital, em que dois segmentos do corpo (proximal e distal)


afastam-se um do outro.

Hiperextensão = Quando o movimento de extensão ultrapassa a posição anatômica, ou além de


sua capacidade normal.

MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2014.
Abdução = Movimento no plano frontal, quando um segmento move-se para longe da linha
sagital (média) do corpo.

Hiperabdução = Quando o movimento de abdução ultrapassa a posição anatômica, ou além de


sua capacidade normal.

Adução = Movimento no plano frontal, a partir de uma posição de abdução quando o segmento


volta para a posição anatômica.

Hiperadução = Quando o movimento de adução ultrapassa a posição anatômica, ou além de sua


capacidade normal.

MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

Desvio/Flexão lateral = Movimento no plano frontal em que a estrutura desvia a linha sagital
para as laterais direita ou esquerda.

MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
Elevação = Movimento no plano frontal onde a estrutura move-se no sentido superior (para cima
ou cranial).

Depressão ou abaixamento = Movimento no plano frontal onde a estrutura move-se no sentido


inferior (para baixo ou caudal) ou retorno a posição inicial antes da elevação.

MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a


clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

Rotação lateral ou externa = Movimento no plano horizontal, em que a face anterior da


estrutura volta-se para o plano lateral do corpo.

Rotação medial ou interna = Movimento no plano horizontal, em que a face anterior da


estrutura volta-se para o plano mediano do corpo.

MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio


de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
Circundução = Movimento circular de um membro que descreve um cone, em torno de um
centro ou de um eixo, combinando os movimentos de flexão, extensão, abdução e adução, ou
desvios laterais.

MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2014.

Rotação superior / para cima = Movimento no plano frontal onde a escápula gira
superiormente, ao mesmo tempo que se afasta da linha mediana e se eleva.

Rotação inferior / para baixo = Movimento no plano frontal onde a escápula gira inferiormente,
ao mesmo tempo que se aproxima da linha mediana e se deprime.

Protração = Movimento no plano horizontal em que o ombro é direcionado para frente.

Retração = Movimento no plano horizontal em que o ombro é direcionado para trás.


MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2014.

Protusão = É um movimento dianteiro (para frente).

Retrusão = É um movimento de retração (para trás).

MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2014.

Anteversão = Movimento no plano sagital, onde a estrutura inclina-se para a frente, logo a
espinha ilíaca ântero-superior anterioriza-se à sínfise púbica.

Retroversão = Movimento no plano sagital, onde a estrutura inclina-se para trás, logo a espinha
ilíaca ântero-superior posterioriza-se à sínfise púbica.
Pronação = Movimento de rotação do antebraço pelo qual a palma da mão torna-se inferior ou
posterior.

Supinação = Movimento de rotação do antebraço pelo qual a palma da mão torna-se superior ou
anterior.

MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2014.

Desvio radial – Flexão radial = Movimento no plano frontal, onde a mão afasta-se da linha
mediana do corpo (abdução do punho). 

Desvio ulnar – Flexão ulnar = Movimento no plano frontal, onde a mão se aproxima da linha
mediana do corpo (adução do punho). 

Oposição do polegar = Movimento no plano horizontal, em que ocorre a aproximação das


polpas digitais (polegar em relação aos demais dedos) e envolve uma combinação de abdução,
circundução e rotação.

Reposição do polegar = Movimento no plano horizontal, em que ocorre o afastamento das


polpas digitais, é o inverso da oposição.
Nomenclaturas e abreviações anatômicas

Como toda ciência, a anatomia tem sua linguagem própria.

Ao conjunto de termos empregados para designar e descrever o organismo ou suas partes dá-se o
nome de Nomenclatura Anatômica.

Com o extraordinário acúmulo de conhecimentos no final do século passado, graças aos


trabalhos de importantes “escolas anatômicas” (sobretudo na Itália, França, Inglaterra e Alema-
nha), as mesmas estruturas do corpo humano recebiam denominações diferentes nestes centros
de estudos e pesquisas.

Em razão desta falta de metodologia e de inevitáveis arbitrariedades, mais de 20.000 termos ana-


tômicos chegaram a ser consignados (hoje reduzidos a pouco mais de 5.000).

Em 1955, em Paris, foi aprovada oficialmente a Nomenclatura Anatômica, conhecida sob a sigla
de P.N.A. (Paris Nomina Anatômica).

Revisões subsequentes foram feitas em 1960, 1965 e 1970, visto que a nomenclatura anatômica
tem caráter dinâmico, podendo ser sempre criticada e modificada, desde que haja razões
suficientes para as modificações e que estas sejam aprovadas em Congressos Internacionais de
Anatomia, realizada de cinco em cinco anos.

A língua oficialmente adotada é o latim (por ser “língua morta”), porém cada país pode
traduzi-la para seu próprio vernáculo.

Ao designar uma estrutura do organismo, a nomenclatura procura adotar termos que não sejam
apenas sinais para a memória, mas tragam também alguma informação ou descrição sobre a
referida estrutura.

Dentro deste princípio, foram abolidos os epônimos (nome de pessoas para designar coisas) e os
termos indicam:

A forma (músculo trapézio);

A sua posição ou situação (nervo mediano);

O seu trajeto (artéria circunflexa da escápula);


As suas conexões ou inter-relações (ligamento sacro-ilíaco);

A sua relação com o esqueleto (artéria radial);

Sua função (m. levantador da escápula);

Critério misto (m. flexor superficial dos dedos-função e situação).

Entretanto, há nomes impróprios ou não muito lógicos que foram conservados, porque estão
consagrados pelo uso (fígado, por exemplo, tem etimologia discutida). 

Abreviações utilizadas na anatomia

Singular

A. – artéria

Art. – Articulação

B. – Bolsa

Fasc. – fascículo

For. – Forame

Ggl. – Gânglio

Gl. – glândula

Lig. – ligamento

Ln. – Linfonodo

M. – músculo

MI – Membro inf. (dir. / esq.) MID / MIE

MS – Membro sup. (dir. / esq.) – MSD / MSE

N. – nervo

Proc. – Processo

R. – ramo
Rec. – Recesso

Reg. – Região

Sut. – Sutura

Tuberc. – Tubérculo

Tuberos. – Tuberosidade 

V. – veia

Vag. – Vagina (“bainha”)

Plural

Aa. — artérias

Artt. – Articulações

Bb. – Bolsas

Fascc. – fascículos

Forr. – Forames

Ggl. – Gânglios

Gll. – glândulas

Ligg. — ligamentos

Lnn. – Linfonodos

Mm. — músculos

MMII – Membros inferiores

MMSS – Membros superiores

Nn. — nervos

Procc. – Processos

Rr. — ramos
Recc. – Recessos

Regg. – Regiões

Sutt. – Suturas

Tubercc. – Tubérculos

Tubeross. – Tuberosidades

Vv. — veias

Vagg. – Vaginas (“bainhas”)

Sistema esquelético

Conceito de esqueleto

Osteologia, em sentido restrito é etimologicamente, o estudo dos ossos articulados ou


individualmente.

Em sentido mais amplo inclui o estudo das formações intimamente ligadas ou relacionadas com
os ossos, com eles formando um todo: o esqueleto.

Este, a julgar pelo emprego rotineiro do termo, poderia significar a simples reunião dos ossos,
mas na realidade transcende este sentido significando “arcabouço” (daí esqueleto fibroso do
coração, esqueleto cartilagíneo, etc.).

Assim sendo, podemos definir o esqueleto como o conjunto de ossos e cartilagens que se


interligam para formar o arcabouço do corpo do animal e desempenhar várias funções.

Por sua vez os ossos são definidos como peças rijas, vivas, que em conjunto, constituem o
esqueleto.
Funções do esqueleto

Como funções importantes para o esqueleto, podemos apontar:

Proteção (para órgãos como o coração, pulmões e sistema nervoso central);

Rigidez e forma do corpo;

Local de armazenamento de íons Ca+ e K (durante a gravidez a calcificação fetal se faz, em


grande parte, pela reabsorção destes elementos armazenados no organismo materno);

Sistema de alavancas que movimentadas pelos músculos permitem os deslocamentos do corpo,


no todo ou em parte e, finalmente;

Hematopoiese/hematopoese (produção de certas células do sangue).


Divisão do esqueleto

O esqueleto pode ser dividido em duas grandes porções.

Uma mediana, formando o eixo do corpo, e composta pelos ossos da cabeça, pescoço e tronco
(tórax e abdome): é o esqueleto axial (em azul na imagem).

Outra, “pendurada” a esta, forma os membros e constitui o esqueleto apendicular (em amarelo


na imagem).

A união entre estas duas porções se faz por meio de cinturas:

Escapular (ou torácica, constituída pela escápula e clavícula) e pélvica constituída pelos ossos


do quadril (coxais).
Número de ossos

No indivíduo adulto, idade na qual se considera completado o desenvolvimento orgânico, o


número de ossos é de 206.

Para efetuarmos a contagem, vamos novamente dividir o esqueleto em axial e apendicular.

O esqueleto axial (do latim axis = eixo) é formado pelos ossos que estão no eixo do corpo, com
um total de 80 ossos.

O esqueleto apendicular (apêndice, do latim appendix = o que pende), forma o esqueleto dos


membros superiores e inferiores, com um total de 126 ossos.

Classificação dos ossos

Há várias maneiras de classificar os ossos.

Eles podem, por exemplo, ser classificados pela sua posição topográfica, reconhecendo-se ossos
axiais (que pertencem ao esqueleto axial) e apendiculares (que fazem parte do esqueleto
apendicular).

Entretanto, a classificação mais difundida é aquela que leva em consideração a forma dos ossos,
classificando-os segundo a predominância de uma das dimensões (comprimento, largura ou
espessura) sobre as outras duas.

Assim, reconhecem-se:

Osso longo

É aquele que apresenta um comprimento consideravelmente maior que a largura e a espessura.


Exemplos típicos são os ossos do esqueleto apendicular: fêmur, úmero, rádio, ulna, tíbia, fíbula,
falanges.

Observe como o osso longo apresenta duas extremidades, denominadas epífises e um corpo, a
diáfise.

Por esta razão, boa parte dos ossos longos apresentam um canal central, também conhecido
como canal / cavidade medular.

Osso alongado

Também apresenta um comprimento consideravelmente maior que a largura e a espessura.

No entanto são curvados em relação aos ossos longos e não apresentam canal central.

Ex: Costelas e clavículas.

Osso laminar
Também chamado (impropriamente) plano, é o que apresenta comprimento e largura
equivalentes, predominando sobre a espessura.

Ossos do crânio, como o parietal, frontal, occipital e outros como a escápula e o osso do quadril,
são exemplos bem demonstrativos.

Osso curto

É aquele que apresenta equivalência das três dimensões.

Os ossos do carpo e do tarso são excelentes exemplos.

Ossos irregulares

 Apresenta uma morfologia complexa que não encontra correspondência em forma


geométrica conhecidas.

As vértebras e o osso temporal são exemplos marcantes.


Ossos pneumáticos

 Apresenta uma ou mais cavidades, de volume variável revestidas de mucosa e contendo ar.

Estas cavidades recebem o nome de seio.

Os ossos pneumáticos estão situados no crânio: frontal, maxilar, temporal, etmóide e esfenóide.

Ossos sesamóides

Desenvolvem-se na substância de certos tendões ou da cápsula fibrosa que envolve certas


articulações.

Os primeiros são chamados intratendínios e os segundos peri-articulares.

A patela é um exemplo típico de osso sesamóide intratendínio.


Osso fabela

É o nome dado a um osso sesamóide situado na cabeça lateral do músculo gastrocnêmio.

Wormianos

Também chamodos de Vormianos conhecidos como ossos intra-suturais, são


ossos supranumerários que ocorem nas suturas do crânio.
São ossos irregulares e isolados que aparecem fora dos centros de ossificação do crânio e,
embora pouco comuns, não são raros.
Esqueleto axial e apendicular

No esqueleto axial (em azul na imagem) do latim axis = eixo estão todos os ossos que ficam
próximos ou no próprio eixo central do corpo.

No esqueleto axial estão todos os ossos que ficam próximos ou no próprio eixo central do corpo.

O esqueleto axial adulto tem 80 ossos, incluindo o crânio, a coluna vertebral, as costelas e o


esterno.

Os ossos do esqueleto axial são:

Crânio

Face (14)

2 – Maxilares superiores maxilas


2 – Zigomáticos
2 – Lacrimais
2 – Nasais
2 – Conchas nasais inferiores
2 – Palatinos
1 – Vômer
1 – Mandíbula
Caixa craniana (8) Calvário (calota)

1. Frontal
2. Parietal direito
3. Parietal esquerdo
4. Occipital

Base

5. Temporal direito
6. Temporal esquerdo
7. Esfenoide
8. Etmoide

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2011.
NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2011.

Além disso temos, a contagem pode aumentar se considerarmos os 06 ossículos da audição
(três de cada lado).

Que não ajudam a compor o crânio, mas estão contidos nele, no interior dos ossos temporais.

Coluna vertebral

Vértebras cervicais (7);

Vértebras Torácicas (12);

Vértebras Lombares (5);

Osso Sacro (1) tendo cinco vértebras fundidas;

O osso cóccix (1) tem de quatro a cinco vértebras, também fundidas.


NETTER: Frank H. Netter Atlas
De Anatomia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2011.

Costelas

24 ossos.

Divididos em 12 pares.

Osso esterno

1 osso.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De


Anatomia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2011.

osso hióide

1 osso.
Localizado na região do pescoço.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2011.

Esqueleto apendicular

A segunda parte do esqueleto é a porção apendicular (em amarelo na imagem), que consiste em


todos os ossos dos membros superiores e inferiores (extremidades), ombro e pelve.

O esqueleto apendicular, que é preso ao esqueleto axial, em sua forma adulta comporta 126 ossos
isolados.

Os ossos dos membros superiores podem ser divididos em quatro grupos principais:

(1) mão e punho;

(2) antebraço;

(3) braço (úmero)

e (4) cintura escapular.

Os ossos dos membros inferiores também podem ser divididos em quatro grupos principais:

(1) pé e tornozelo;

(2) perna;

(3) Coxa (fêmur);

e (4) cintura pélvica.


Membros superiores

Ombro: 

Escápula (2)

Clavícula (2)

Úmero (2)

Antebraços: 

Rádio (2)

Ulna (2)

Mãos e dedos:

Carpos (16)

Metacarpos (10)

Falanges (28)

Um total de 64 ossos.
Membros inferiores

Pelve (2):

Apesar de serem nomeados em 3 estruturas (íleo, ísquio e púbis), são contabilizados como
apenas 1 osso, ou seja, apenas pelve.

Coxa:

Fêmur (2)

Perna:

Tíbia (2) – Fíbula (2)

Joelhos:

Patelas (2)

Pés e dedos: 

Tarsos (14)

Metatarsos (10)

Falanges (28). 

Um total de 62 ossos.
Sistema articular

Artrologia

Conceito:

É a união entre duas ou mais estruturas rígidas (ossos, cartilagem e dente) que pode ou não


apresentar movimento.

Classificação:

Embora apresentem consideráveis variações entre elas, as articulações possuem certos aspectos
estruturais e funcionais em comum que permitem classificá-las em três grandes grupos:

Fibrosas, cartilagíneas e sinoviais.

O critério para esta divisão é o da natureza do elemento que se interpõe às peças que se
articulam.

Articulações fibrosas (Sinartroses) - Imóveis

São as articulações nas quais o elemento que se interpõe às peças que se articulam é o tecido
conjuntivo fibroso e são ditas fibrosas, e a grande maioria delas se apresenta no crânio.
É evidente que a mobilidade nestas articulações é praticamente ausente, embora o tecido
conjuntivo interposto confira certa elasticidade ao crânio.

Há três tipos de articulações fibrosas: Sindesmoses, gonfoses e suturas.

Sindesmoses

São as membranas interósseas presentes no:

Antebraço (membrana interóssea do antebraço ou sindesmose radiulnar) e;

Na perna (membrana interóssea da perna ou sindesmose tibiofibular).

Gonfoses

Articulações fibrosas entre os alvéolos dentais da maxila e mandíbula com os dentes.

Suturas

São encontradas entre os ossos do crânio. 

A maneira pela qual as bordas dos ossos articulados entram em contato é variável,
reconhecendo-se:

Suturas planas = união linear retilínea ou aproximadamente retilínea, ex: internasal


e interpalatina;
Suturas escamosas = união em bisel (Corte enviesado na aresta de uma peça. O mesmo que
chanfradura = marca na pele provocada por corte de faca ou de navalha; cicatriz), ex: temporo-
parietal;

Suturas serreadas ou serrátil = união em linha “denteada”, ex: inter-parietal ;

Suturas esquindilese = Também chamada de cunha e sulco por assim se apresentarem às


superfícies ósseas, ex: esfenóide e vômer.

No crânio do feto e recém-nascido, onde a ossificação ainda é incompleta, a quantidade de


tecido conjuntivo fibroso interposto é muito maior, explicando a grande separação entre os
ossos e uma maior mobilidade.

É isto que permite, no momento do parto, uma redução bastante apreciável do volume da cabeça
fetal pelo “cavalgamento“, digamos assim, dos ossos do crânio. 

Esta redução de volume facilita a expulsão do feto para o meio exterior.

Se observar atentamente um crânio de feto em vista superior, um outro fato pode ser notado: em
alguns pontos a separação entre os ossos é maior pela presença de maior quantidade de tecido
conjuntivo fibroso.
Estes são pontos fracos na estrutura do crânio, denominados fontanelas ou fontículos e
vulgarmente chamados “moleiras“. Desaparecem quando se completa a ossificação dos ossos do
crânio. 

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2011.

NETTER: Frank H.
Netter Atlas De Anatomia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2011.

Com o passar do tempo, os ossos da cabeça vão crescendo até que se encostam e “colam” uns
nos outros, fechando a fontanela quando a criança tem cerca de 1 ano e meio de idade. 
Embora já tenha sido descrita anteriormente, seria interessante lembrar que na idade avançada
pode ocorrer ossificação do tecido interposto (sinartrose), fazendo com que as suturas, pouco a
pouco, desapareçam e, com elas, a elasticidade do crânio.

Articulações Cartilagíneas (Anfiartroses) - Com movimentos limitados

Neste grupo de articulações o tecido que se interpõe é uma cartilagem.

Tipos de articulações cartilagíneas: Sincondroses e sínfises.

Em ambas a mobilidade é reduzida.

Sincondroses

Quando se trata de cartilagem hialina, temos as sincondroses, conhecidas também como


articulações temporárias que desaparecem depois do crescimento.

Ex: articulação esfenoccipital ou esfenobasilar, manubrioesternal e epífise de crescimento.

Sínfises

As articulações que contém fibrocartilagem são mais fortes e geralmente localizadas em locais


de impacto, servem também como “amortecedores”; são as chamadas sínfises. 

Exemplo de sínfise encontramos na união, no plano mediano, entre as porções púbicas dos ossos
do quadril, constituindo a sínfise púbica.

Também as articulações que se fazem entre os corpos das vértebras podem ser consideradas
como sínfise, uma vez que se interpõe entre eles um disco de fibrocartilagem — o disco
intervertebral.
Articulações sinoviais (Diartroses) - Com movimentos amplos

A mobilidade exige livre deslizamento de uma superfície óssea contra outra e isto é impossível
quando entre elas interpõe-se um meio de ligação, seja conjuntivo fibroso ou cartilagíneo.

Para que haja o grau desejável de movimento, em muitas articulações, o elemento que se
interpõe às peças que se articulam é um líquido denominado sinóvia, ou sinovial.

Deste modo, os meios de união entre as peças esqueléticas articuladas não se prendem nas
superfícies de articulação, como ocorre nas articulações fibrosas e cartilaginosas.

Nas articulações sinoviais o principal meio de união é representado pela cápsula articular,


espécie de manguito que envolve a articulação prendendo-se nos ossos que se articulam. 

O corte frontal (esquemático) de uma articulação sinovial mostra a presença de uma cavidade
articular.
Possuem ampla mobilidade, e o elemento que se interpõe às estruturas ósseas é o líquido
sinovial.

A cavidade articular é o espaço virtual onde se encontra o liquido sinovial, responsável pela
lubrificação que reduz o atrito entre as estruturas, permitindo o deslizamento com o menor
desgaste possível.

Classificação funcional das articulações sinoviais

Quanto à movimentação, podem ser:

Mono-axial;
Bi-axial;
Tri-axial.

Mono-axial

Realizam movimentos em torno de apenas um eixo.

Ex: articulação do cotovelo.

Gínglimo ou Articulação em Dobradiça

São articulações mantidas por fortes ligamentos colaterais.


Trocoide ou Articulação em Pivô

Possuem movimentos exclusivos de rotação.

A articulação é formada por um processo em forma de pivô rodando dentro de um anel ou um


anel sobre um pivô. 

Bi-axial

Realizam movimentos em torno de dois eixos.

Ex: articulação do punho.

Articulação Condilar

Possuem uma superfície articular ovoide ou condilar interligada a uma cavidade elíptica de


modo a permitir os movimentos de flexão e extensão, adução e abdução e circundução.
Articulação Selar

São articulações com faces ósseas côncavas ou convexas. 

Tri-axial

Realizam movimentos em torno de três eixos.

Ex: articulação do ombro.

Articulação Esferoide ou Enartrose

É um tipo de articulação na qual o osso distal é capaz de movimentar-se em 3 eixos ou 6


movimentos.

Flexão, extensão, abdução, adução, rotação e circundução.


Sistema muscular

Os músculos são órgãos constituídos principalmente por tecido muscular, especializado em


contrair e realizar movimentos, geralmente em resposta a um estímulo nervoso.

 Os músculos podem ser formados por três tipos básicos de tecido muscular:

Músculo liso: Está presente em diversos órgãos internos.

Músculo estriado esquelético: Permitem os movimentos dos diversos ossos e cartilagens.

Músculo cardíaco ou miocárdio: Este tipo de tecido muscular forma a maior parte do coração
dos vertebrados.

O músculo cardíaco é involuntário, ele é controlado pelo sistema nervoso autônomo.


Tecido Muscular Liso

A contração dos músculos lisos é geralmente involuntária, ao contrário da contração dos


músculos esqueléticos.

Tem sua contração mediada pelo sistema nervoso autônomo, ou seja, por isso realizam
movimentos involuntários.

As células musculares lisas são uninucleadas e os filamentos de actina e miosina se dispõem


em hélice em seu interior, sem formar padrão estriado como o tecido muscular esquelético.

Está presente em diversos órgãos internos.

É constituído por fibras fusiformes dotadas de um núcleo alongado e central.

Essas fibras, de contração lenta e involuntária, ocorrem organizando certos músculos, como os
do tubo digestivo (esôfago , estômago e intestino) e dos vasos sanguíneos.

Tecido Muscular Estriado Esquelético

É inervado pelo sistema nervoso central e, como este se encontra em parte sob controle


consciente, chama-se músculo voluntário.
As contrações do músculo esquelético permitem os movimentos dos diversos ossos e cartilagens
do esqueleto.

Apresenta, sob observação microscópica, os sarcômeros, faixas alternadas transversais, claras e


escuras.

Essa estriação resulta do arranjo regular de microfilamentos formados pelas


proteínas actina e miosina, responsáveis pela contração muscular.

A célula muscular estriada chamada fibra muscular, possui inúmeros núcleos e pode atingir


comprimentos que vão de 1mm a 60 cm.

O sistema muscular esquelético constitui a maior parte da musculatura do corpo, formando o que
se chama popularmente de “carne”.

Essa musculatura recobre totalmente o esqueleto e está presa aos ossos, sendo responsável pela
movimentação corporal.
Os componentes que formam o músculo estriado esquelético são:

Ventre;

Tendão ou aponeurose (quando tiver forma mais “alargada”).

O ventre é a parte avermelhada do músculo, e formado principalmente por células


musculares, é a parte responsável por realizar a contração.

Cada célula muscular presente no ventre (e somente no ventre já que não existem células deste
tipo nos tendões) é revestida por uma membrana chamada endomísio; ao se juntar com outras
iguais a ela, esta célula muscular forma um grupo de células chamado fascículo muscular, o qual
é revestido por uma membrana denominada perimísio.

Por fim, o ventre muscular (revestido pelo epimísio) é formado por um conjunto de fascículos.

Os revestimentos endomisio, perimísio e epimísio continuam além do ventre muscular, dando


origem assim ao tendão ou aponeurose. 

Classificação quanto à forma

Planos

Têm fibras paralelas, frequentemente com uma aponeurose.

Ex: M. oblíquo externo do abdome (músculo plano largo).

O M. sartório é um músculo plano estreito com fibras paralelas.


Peniformes

São semelhantes à penas na organização de seus fascículos, e podem ser semipeniformes,


peniformes ou multipeniformes.

Ex: M. extensor longo dos dedos (semipeniforme).

M. reto femoral (peniforme).

e M. deltoide (multipeniforme).

Fusiformes

Têm formato de fuso com um ou mais ventres redondos e espessos, de extremidades afiladas.

Ex: M. bíceps braquial.


Circulares ou esfincterianos

Circundam uma abertura ou orifício do corpo, fechando-os quando se contraem.

Ex: M. orbicular da boca (fecha a boca).


Quadrados

Têm quatro lados iguais.

EX: M. reto do abdome entre suas interseções tendíneas.

Triangulares (convergentes)

Originam-se em uma área larga e convergem para formar um único tendão.

Ex: M. peitoral maior.


Com múltiplas cabeças ou múltiplos ventres

Têm mais de uma cabeça de inserção ou mais de um ventre contrátil, respectivamente.

Os músculos bíceps têm duas cabeças de inserção (p. ex., M. bíceps braquial);

Os músculos tríceps têm três cabeças de inserção (p. ex., M. tríceps braquial);

Os mm. digástrico e gastrocnêmio têm dois ventres (no primeiro, a organização é em série; no
segundo, em paralelo).
Classificação quanto à função

A movimentação de uma parte do corpo depende da ação de músculos que


atuam agonicamente e antagonicamente.

Por exemplo, a contração do músculo bíceps e o relaxamento do tríceps, provocam a flexão do


membro superior.

Agonistas: São os músculos principais que ativam um movimento específico do corpo, eles se


contraem ativamente para produzir um movimento desejado.

Antagonistas: Músculos que se opõem à ação dos agonistas, quando o agonista se contrai, o


antagonista relaxa progressivamente, produzindo um movimento suave.

Sinergistas: São aqueles que participam estabilizando as articulações para que não ocorram
movimentos indesejáveis durante a ação principal.

Fixadores: Estabilizam a origem do agonista de modo que ele possa agir mais eficientemente.

Estabilizam a parte proximal do membro quando move-se a parte distal.

Fibras musculares lentas e rápidas

As fibras musculares esqueléticas diferem quanto ao tempo que levam para se contrair, podendo
levar um tempo de até 5 vezes maior do que as rápidas para se contrair.
As fibras musculares lentas ou Tipo I = estão adaptadas à realização de trabalho contínuo,
possuem maior quantidade de mitocôndrias, maior irrigação sanguínea e grande quantidade de
mioglobina, capaz de estocar gás oxigênio.

As fibras rápidas ou Tipo II = são pobres em mioglobina, estão presentes em músculos


adaptados à contrações rápidas e fortes.

Esses dois tipos de fibras podem ser diferenciados apenas ao microscópio por meio de corantes
especiais.

Origem e inserção

Quando um músculo contrai e encurta, uma de suas extremidades geralmente permanece fixa,


enquanto a outra extremidade (mais móvel) é puxada em direção a ele, resultando em
movimento.

A origem geralmente é a extremidade proximal do músculo e que permanece fixa durante a


contração, ou seja, é a extremidade presa ao osso que não se desloca (ponto fixo).

A inserção é a extremidade distal do músculo que se movimenta durante a contração, ou seja,


é a extremidade presa ao osso que se desloca (ponto móvel).
Componentes anatômicos

Fáscia

Lâmina de tecido fibroso na qual se fixam alguns músculos, e separam os ventres.

Retináculo

É um tecido fibroso cuja função é estabilizar um tendão, por exemplo, no local correto.
Ligamento

Feixe fibroso que liga entre si os ossos articulados ou mantém os órgãos nas respectivas


posições.

Aponeurose

É uma estrutura formada por tecido conjuntivo.

Membrana que envolve grupos musculares.

Geralmente apresenta-se em forma de lâminas ou em leques.


Bainhas Tendíneas

São estruturas do tipo fibrosa (marcação azul) e sinovial (marcação vermelha) que formam
pontes ou túneis entre as superfícies ósseas sobre as quais deslizam os tendões.

Bolsas Sinoviais (Bursas)

São encontradas entre os músculos ou entre um músculo e um osso.

São pequenas bolsas forradas por uma membrana serosa que possibilitam o deslizamento
muscular.
Tônus muscular

Os músculos mantêm-se normalmente em um estado de contração parcial, o tônus muscular, que


é causado pela estimulação nervosa, e é um processo inconsciente que mantém os
músculos preparados para entrar em ação.

Quando o nervo que estimula um músculo é cortado, este perde tônus e se torna flácido.

Estados de tensão emocional podem aumentar o tônus muscular, causando a sensação física de
tensão muscular.

Nesta condição, gasta-se mais energia que o normal e isso causa a fadiga.

Você também pode gostar