Introdução À Engenharia.021
Introdução À Engenharia.021
Introdução À Engenharia.021
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA
PAULISTA
INTRODUÇÃO À
ENGENHARIA
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sendo de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos.
SUMÁRIO
O INÍCIO E A EVOLUÇÃO DA ENGENHARIA NO BRASIL 05
FORMAÇÃO E ÁREAS DE ATUAÇÃO DO ENGENHEIRO 17
ÓRGÃOS REGULAMENTADORES DA ENGENHARIA NO BRASIL 23
O MERCADO PROFISSIONAL PARA A ENGENHARIA 29
ÉTICA NA ENGENHARIA 39
RESPONSABILIDADE SOCIAL DO ENGENHEIRO 53
SUSTENTABILIDADE E MEIO AMBIENTE NA ENGENHARIA 61
ENSINO E PESQUISA CIENTÍFICA NA ENGENHARIA 69
A CRIATIVIDADE NA ENGENHARIA 77
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO NA ENGENHARIA 85
O PROJETO NA ENGENHARIA 91
O MÉTODO DE PROJETO DE ENGENHARIA – I 101
O MÉTODO DE PROJETO DE ENGENHARIA – II 109
A ENGENHARIA APLICADA NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS 115
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO NA ENGENHARIA 123
ENGENHARIA 4.0 131
CONCLUSÃO 137
ELEMENTOS COMPLEMENTARES 139
REFERÊNCIAS 141
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
INTRODUÇÃO
UNIDADE I
O INÍCIO E A EVOLUÇÃO
DA ENGENHARIA NO
BRASIL
O INÍCIO E A EVOLUÇÃO DA ENGENHARIA NO
BRASIL
giu o termo Engenharia Civil, e esse conceito foi se estendendo para as demais
áreas de Engenharia hoje conhecidas, como a Engenharia de Alimentos, de
Produção, Mecânica, Elétrica, de Controle e Automação, entre outras.
Os primeiros engenheiros nem levavam este título. Eram chamados de
Mestres nas grandes construções. Sabe-se que desde a antiguidade já existia o
conceito de engenharia, mas começou a tomar forma por volta do século XVI,
quando se referia ao mestre que construía ou operava um “engenho”, que era
uma máquina de guerra, semelhante a uma catapulta. E essa palavra engenho
em latim era o “ingenium”, que significa “gênio” ou uma invenção inteligente
(OLIVEIRA, 2016).
São diversos os conceitos da palavra Engenharia e, em muitos casos, utili-
zar um exemplo prático para definir este termo pode ser uma alternativa mais
eficaz, entretanto, Cocian (2009) define a Engenharia como a arte da aplicação
dos princípios científicos, da experiência, do julgamento e do senso comum,
para implementar ideias e ações em benefício da humanidade e da natureza.
Os engenheiros fazem coisas diversas, como projetar pontes, equipamentos
médicos, automóveis, desenvolver processos para a produção de alimentos e
sistemas para o transporte de massas. Em outras palavras, a engenharia envolve
o desenvolvimento de um produto técnico ou sistema que seja adequado para
resolver uma questão específica, valendo-se, para isso, de técnicas de utilização
de materiais que a natureza oferece com a energia para fazer as transformações
requeridas. Pensando nisso, outra definição interessante pode ser: “A engenha-
ria é a aplicação dos saberes científicos para criar algum elemento de valor a
partir dos recursos naturais” (COCIAN, 2009).
07
Estes profissionais exercem, certamente, um papel importante ao trazer
objetos comuns até o mercado. Além disso, os engenheiros são participantes
fundamentais em alguns dos mais animadores feitos da humanidade. Por exem-
plo, o programa Apolo foi uma empreitada fabulosa que permitiu à humanidade
se libertar de seu confinamento na Terra e pousar na Lua. Foi uma proeza da
engenharia que empolgou os Estados Unidos e o mundo. Alguns especialistas
argumentam que os astronautas jamais deveriam ter ido à Lua, simplesmente
porque todos os outros feitos e conquistas perdem em comparação; no entanto,
acredita-se que desafios ainda mais excitantes aguardam você e sua geração
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(HOLTZAPPLE; REECE, 2013).
Isto está
na rede
Quando paramos para pensar que a engenharia está relacionada a aplicar o conhecimento para
podemos voltar aos tempos antigos, na época da invenção da roda, da polia e da alavanca.
Mas, nesse mesmo contexto, estão as ferramentas muito antigas usadas pelos pré-históricos,
como facas feita de pedras, lanças e outros objetos. Ou seja, os engenheiros estavam lá, mas
não levavam o título. Este artigo apresenta um panorama da origem dessa grandiosa profissão.
O HISTÓRICO DA ENGENHARIA
08
da roda, elemento importante no desenvolvimento de sistemas de transporte,
criado no período neolítico, quando os principais materiais e ferramentas eram
as pedras, ossos e madeiras.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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alguém que criava invenções engenhosas e práticas. Leonardo da Vinci, por
exemplo, tinha o título de Ingegnere Generale devido a suas engenhosas ideias.
Suas notas revelam que os engenheiros da época começavam a questionar
sobre uma avaliação do “como” e “por que” funciona (FEREGUETTI, 2019).
Outras invenções mostram a evolução da engenharia e criatividade dos
engenheiros da Antiguidade, dadas as poucas ferramentas e conhecimentos
da época. Um exemplo é a Eolípila (Figura), uma máquina a vapor criada por
Heron de Alexandria, para diversão. Ela funcionava pelo aquecimento da água
em uma bacia (ou caldeira) que era aquecida com fogo. O vapor passava atra-
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vés de um tubo que também servia de eixo para
esfera e saía através de dois tubos curvos em lados
opostos, fazendo com que a esfera girasse. Heron
de Alexandria pode ser considerado o primeiro
engenheiro mecânico da história e precursor da
máquina a vapor (MANERA, 2013).
Ao longo dos séculos, novas invenções e des-
cobertas foram feitas, os conhecimentos foram se
avolumando, mas tudo isso acontecia, em essên-
cia, apenas por força da experiência prática de
vários artesãos, que aperfeiçoavam empirica-
mente seus produtos ou processos, transmitindo
suas técnicas de fabricação para novas gerações
(BAZZO; PEREIRA, 2014).
Figura – Eolípila: máquina a vapor de Heron
Disponível em: https://www.flickr.com/photos/bstorage/18994011658. Acesso em 26 nov 2019.
A ENGENHARIA MODERNA
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os homens e o motor a vapor foi melhorado. Os então chamados artesãos eram
os responsáveis pelo desenvolvimento dessas máquinas (FEREGUETTI, 2019).
Com a rápida expansão dos conhecimentos científicos e sua aplicação a pro-
blemas práticos, surge o engenheiro. O aparecimento formal desse profissional
resultou, na realidade, de todo um processo de evolução ocorrido durante milha-
res de anos. Aos poucos a engenharia foi se estruturando, fruto fundamentalmente
do desenvolvimento da matemática, da explicação dos fenômenos físicos, dos
experimentos realizados - em ambiente controlado -, da prática de campo, da sis-
tematização de cursos formais. Quando no século 18 se chegou a um conjunto
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Um marco importante para a disseminação da ciência e da técnica foi esta-
belecido por volta de 1450, quando Johannes Gensfleisch Gutenberg (1400
- 1468), partindo de uma antiquíssima invenção dos chineses, a imprensa, a
aperfeiçoou - implantando os tipos móveis metálicos para composição grá-
fica – e mecanizou o processo, garantindo uma impressão mais rápida. Este
fato injetou novo dinamismo no progresso intelectual, porque a partir daí os
conhecimentos passaram a circular com maior velocidade, pois podiam ser
reproduzidos mais facilmente. Até essa época, os conhecimentos só circulavam
verbalmente ou através de manuscritos, que eram raros e de difícil reprodu-
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ção (BAZZO; PEREIRA, 2006).
Nos séculos XVI e XVII, na Europa, a engenharia desenvolveu-se princi-
palmente pelas necessidades de segurança dos fortes militares e dos recursos
bélicos. Na Revolução Industrial, Thomas Newcomen, em 1712, criou o motor
a vapor, e a partir dele vários outros equipamentos foram desenvolvidos. Em
1778, na França, foi criada a primeira escola de engenharia do mundo, a École
Nationale des Ponts et Chaussées (Escola de Pontes e Estradas), voltada para o
ensino prático e teórico (CARDOSO, 1999).
O século XX foi a era da Engenharia das Telecomunicações e Informática e,
dentre as principais invenções, devemos destacar a televisão em 1926 e o com-
putador digital eletrônico, que foi implementado pela primeira vez em 1936
por Konrad Zuse. O computador foi fundamental para o avanço da ciência,
tecnologia e da Engenharia em todas as áreas, propiciando cálculos mais com-
plexos e rápidos, simulações e armazenamento de dados. A divulgação e troca
de conhecimentos tomou um novo impulso com o advento da Internet no fim
da década de 1960 e da World Wide Web (Rede Mundial de Computadores),
que foi criada em 1992, tornando a ciência e a tecnologia acessíveis a todos.
Em 1974, foi realizada a primeira chamada a partir de um telefone celular. Esse
inovador invento associado à internet reduziu a distância entre as pessoas e as
informações (ZIMMERMANN, 2016).
O século XXI é a era das descobertas, com um aumento vertiginoso na
velocidade das pesquisas em todas as áreas da ciência e Engenharia. Algumas
descobertas da última década: o genoma humano, por meio da engenharia
genética, foi mapeado em 2003, obtendo-se a ordem dos genes. Em 2011, foi
12
criada uma haste de metal, visível a olho nu, com comportamento, segundo a
física quântica, o que antes era aplicado apenas a objetos como o tamanho de
átomos; existência de gelo enterrado no solo e em grandes blocos em Marte;
as doenças câncer, diabetes e Alzheimer relacionados a respostas inflamató-
rias; além de algumas técnicas que levaram à comprovação de que o Cosmos
é plano (BIOLOGIANAREDE, 2011).
A ENGENHARIA NO BRASIL
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Com o passar dos anos, a Academia Real Militar sofreu várias reformas e
transformações. Após a Independência, teve seu nome alterado para Academia
Imperial Militar e, posteriormente, para Academia Militar da Corte. Em outu-
bro de 1823, um decreto possibilitou a matrícula de alunos civis, que não mais
eram obrigados a fazer parte do Exército.
Outras mudanças aconteceram até que, pelo decreto n° 2.116, de primeiro
de março de 1858, por meio da nova organização das escolas militares, a Escola
Militar da Corte passou a denominar-se Escola Central, sendo então destinada
ao ensino das Matemáticas e Ciências Físicas e Naturais e, também, das dou-
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trinas próprias da Engenharia Civil. Com estas modificações, o ensino militar
ficou a cargo da Escola de Aplicação do Exército, agora denominada Escola
Militar e de Aplicação do Exército, e da Escola Militar do Rio Grande do Sul.
Em 25 de abril de 1874, através do decreto nº. 5.600, foi criada a Escola
Politécnica do Rio de Janeiro, sucessora da antiga Escola Central.
Também durante o Segundo Império, foi criada a Escola de Minas de Ouro
Preto, em 12 de outubro de 1876. Ainda no século 19, mais cinco escolas de
engenharia foram implantadas: em 1893, a Politécnica de São Paulo; em 1896, a
Politécnica do Mackenzie College e a Escola de Engenharia do Recife; em 1897,
a Politécnica da Bahia e a Escola de Engenharia de Porto Alegre.
Até 1946 já existiam 15 instituições de ensino de engenharia e, de lá para
cá, muitas outras foram implantadas no país, o que representa, hoje, algumas
centenas de cursos.
A evolução da engenharia no Brasil culminou no reconhecimento da profis-
são em 11 de dezembro de 1933 através do Decreto nº 23.569, que regulamentou
o exercício das profissões de engenheiro, arquiteto e agrimensor, sendo, nessa
data, comemorado o dia do engenheiro. A partir desta data podemos listar, em
ordem cronológica, grandes feitos e obras da Engenharia no Brasil:
■ 1936 – Abreugrafia: forma de visualizar órgãos internos, como o pul-
mão. Técnica inventada pelo brasileiro Manuel Dias de Abreu, indicado
ao Nobel em 1950.
■ 1959 – Escorredor de arroz: patenteado pela dentista, porém engenheira
intrínseca, Therezinha Beatriz Alves de Andrade Zorowich.
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■ 1972 – Walkman: percursor do diskman e players portáteis da atua-
lidade. Inventado por Andreas Pavel, alemão naturalizado brasileiro.
■ 1984 – Usina Hidrelétrica de Itaipu: com capacidade para 14 mil MW,
foi construída integrando diversas áreas da engenharia tais como elé-
trica, civil, mecânica, eletrônica, química, metalúrgica e de materiais.
■ 1997 - Laboratório Nacional de Luz Síncrotron: laboratório de alta tec-
nologia com capacidade de acelerar elétrons até a velocidade da luz,
percorrendo 93 metros gerando radiação para aplicações diversas sobre
o estudo da matéria.
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Isto acontece
na prática
O trabuquete é um primitivo engenho de guerra. Consiste em uma longa viga, livre para girar em
torno de uma articulação fixa. Em uma das extremidades da viga há uma cesta ou bolsa na qual
os projéteis são colocados. Na outra extremidade há um contrapeso que, quando liberado, faz
com que a viga gire e lance o projétil no ar. O trabuquete foi inventado na China há cerca de 2200
anos e chegou a região do Mediterrâneo há, aproximadamente, 1440 anos. Esse engenho podia
lançar, a grandes distâncias, objetos pensando até 1 tonelada; na realidade, ele continuou sendo
utilizado mesmo após a invenção do canhão, pois seu alcance superava o das primitivas peças
476kg (sem motor) a uma distância de 80 metros, com um contrapeso de 30.000kg. As máquinas
antigas lançavam pedras, cavalos mortos e, até mesmo, cadáveres humanos, como uma forma de
arma biológica. Como frequentemente ocorre, a prática precedeu a teoria; os trabuquetes foram
construídos e empregados muito antes que sua teoria fosse entendida. Aparentemente, diversos
conceitos modernos, como vetores força e trabalho foram desenvolvidos por engenheiros na
15
UNIDADE II
FORMAÇÃO E ÁREAS
DE ATUAÇÃO DO
ENGENHEIRO
Para formar profissionais que atuem com competência nas inúmeras ativida-
des, é imprescindível que os cursos de graduação sejam bem estruturados, a fim de
contemplar um conjunto consistente de conhecimentos que os habilitem para tal.
Disciplinas teóricas bem fundamentadas, estágios no mercado de trabalho e aulas
práticas são, portanto, mais que necessárias, essenciais para que se possa alcançar
estes propósitos. Os cursos de graduação são elaborados de maneira a fornecer um
conjunto de conhecimentos que habilitem cidadãos a dominar uma determinada
área de atuação. A Figura apresenta a estrutura básica dos cursos de engenharia.
Na formação básica temos as matérias
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que pertencem a todas as engenharias, estas
podem ser diferentes dependendo da insti-
tuição de ensino, mas são basicamente:
■ Matemática (cálculo vetorial; cál-
culo diferencial e integral; geometria
analítica; cálculo numérico; álgebra
linear; probabilidade e estatística);
■ Física (medidas físicas; fundamentos
de mecânica clássica; teoria cinética;
termodinâmica; eletrostática e eletromag-
netismo; física ondulatória; introdução à
mecânica quântica e relativista; introdu-
ção à física atômica e nuclear);
■ Química (estrutura e propriedades
periódicas dos elementos e com-
postos químicos; tópicos básicos da
físico-química);
■ Mecânica (estática, cinemática e dinâ-
mica do ponto e do corpo rígido);
■ Desenho (representações de forma
e dimensão; convenções e norma-
lização; utilização de elementos
gráficos na interpretação e solução
Figura – Estrutura básica dos cursos de engenharia
Fonte: adaptado de Holtzapple e Reece (2015). de problemas);
18
■ Elétrica (circuitos; medidas elétricas e magnéticas; componentes e equi-
pamentos elétricos e eletrônicos);
■ Resistência dos Materiais (tensões e deformações nos sólidos; análise de
peças sujeitas a esforços simples e combinados; energia de deformação);
■ Fenômenos dos Transportes (mecânica dos fluidos; transferência de
calor e de massa), entre outras.
19
Aplicada; Métodos Numéricos; Eletromagnetismo; Geoprocessamento; Físico-
química; Tecnologia Mecânica; Operações Unitárias; Gestão Ambiental; Gestão
Econômica; Materiais Elétricos; Química Analítica; Gestão de Tecnologia;
Instrumentação; Microbiologia; Transporte e Logística.
Por fim temos a formação complementar, desta formação fazem parte as
disciplinas extracurriculares. Estas disciplinas podem ser oferecidas pela gra-
duação como parte complementar da grade curricular, como por exemplo
disciplinas que tratam sobre a sustentabilidade na atuação do Engenheiro.
Aprender um outro idioma é muito importante, se tornando um diferencial
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no currículo do futuro profissional. Algo que também pode melhorar o cur-
rículo e despertar o interesse na profissão são os estágios, sendo eles obrigatórios
ou não, são uma ótima estratégia para ganhar experiência.
Anote isso
Passar no vestibular e iniciar um curso de graduação é algo marcante na vida de muitas pessoas
que sonham com isso. São várias as expectativas relacionadas com este fato, como fazer amizades,
adquirir conhecimentos e ter uma profissão, e a instituição de ensino é um fator importante para
se alcançar esses objetivos. Sendo assim, se faz necessário que a instituição forneça a estrutura
adequada para que o ensino aconteça, como laboratórios, salas de aula, docentes especializados.
Porém, essa estrutura só será eficiente se houver interesse por parte do aluno, sendo esta parte
essencial na formação do futuro profissional. O aluno tem que tomar uma decisão firme de apro-
veitar todas as oportunidades oferecidas pela instituição, participando das atividades oferecidas,
tendo um senso crítico em relação aos conhecimentos passados e buscando sempre aprender
mais sobre cada assunto. Mesmo estando no primeiro, ano é necessário levar com seriedade a
graduação e a profissão que escolheu e já pensar no tipo de profissional que deseja ser no futuro.
20
Assim, um único profissional não seria capaz de dominar todas as áreas do
conhecimento, por exemplo, um engenheiro não consegue saber tudo sobre
construção civil, projetos de equipamentos mecânicos, projetos elétricos, pro-
cessos de fabricação de alimentos e desenvolvimento de produtos químicos.
Desta forma são necessários diversos tipos de engenheiros, diferenciando-se
entre si pelas competências adquiridas nas disciplinas da formação profissio-
nal do curso (BAZZO; PEREIRA, 2014).
Vamos conhecer algumas áreas da Engenharia? A seguir serão apresen-
tadas as áreas de atuação específicas das diferentes engenharias com base nos
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■ Engenharia de Computação: conjunto de conhecimentos usados no
desenvolvimento de computadores e seus periféricos. Cabe a esse pro-
fissional projetar e construir computadores, periféricos e sistemas que
integram hardware e software.
■ Engenharia de Controle e Automação: desenvolve e executa projetos
de automação industrial. O engenheiro de controle e automação pro-
jeta e opera equipamentos utilizados nos processos automatizados de
indústrias em geral, além de fazer sua manutenção.
■ Engenharia de Energia: visa o planejamento, análise e desenvolvi-
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mento de sistemas de geração, transporte, transmissão, distribuição e
utilização de energia.
■ Engenharia de Petróleo e Gás: utiliza técnicas para a descoberta de
jazidas e para a exploração, produção e comercialização de petróleo e
gás natural. O engenheiro de petróleo e gás atua em petroleiros, refi-
narias, plataformas marítimas e em petroquímicas.
■ Engenharia Química: é o ramo da engenharia responsável pelo desen-
volvimento de processos industriais que empregam transformações
físico-químicas. O engenheiro químico cria técnicas de extração de maté-
rias-primas, bem como de sua utilização ou transformação em produtos
químicos e petroquímicos, como tintas, plásticos, têxteis, papel e celulose.
■ Engenharia de Telecomunicações: é a área da engenharia que projeta,
opera e realiza a manutenção de equipamentos e sistemas de telecomu-
nicações. Esse profissional desenvolve e implanta redes de
telecomunicações.
Isto está
na rede
Por mais recente que seja, todas as modalidades de engenharia necessitam de registro no CREA.
Existem outras modalidades de Engenharia que você poderá explorar, além de conhecer mais sobre
as atribuições das demais engenharias através dos Referenciais Nacionais dos Cursos de Engenharia.
22
UNIDADE III
ÓRGÃOS
REGULAMENTADORES
DA ENGENHARIA NO
BRASIL
Você já se perguntou quais são as atividades que um engenheiro pode rea-
lizar no exercício de sua função? E quais são os órgãos que regulamentam e
fiscalizam as atividades executadas por estes profissionais? As atribuições dos
engenheiros correspondem aos direitos, poderes e privilégios concedidos pela
legislação para desenvolverem suas atividades e funções. Existem competências
e habilidades gerais que engenheiros de todas as áreas de engenharia devem
estar preparados para exercer.
De um ponto de vista mais amplo, atribuições são os direitos, os poderes
ou os privilégios concedidos a certas autoridades. De um ponto de vista mais
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restrito, as atribuições profissionais são essas mesmas prerrogativas concedidas
pela lei aos profissionais liberais para executar trabalhos, desenvolver atividades
ou exercer funções em suas respectivas áreas de formação. Às vezes as atribui-
ções profissionais são chamadas de competências profissionais.
Os juristas as definem como o conteúdo ocupacional decorrente
da característica profissional em função de seu título, curso ou currículo.
Independentemente destes conceitos, todos os profissionais têm o dever ético
de conhecer as atribuições para o desempenho correto e legal de suas atividades.
A Lei Nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966 regulamenta o exercício da
profissão dos engenheiros e arquitetos. Nela estão descritas as funções e com-
petências dos engenheiros, dentre as quais podemos citar:
a. desempenho de cargos, funções e comissões em entidades estatais, para-
estatais, autárquicas, de economia mista e privada;
b. planejamento ou projeto, em geral, de regiões, zonas, cidades, obras,
estruturas, transportes, explorações de recursos naturais e desenvolvi-
mento da produção industrial e agropecuária;
c. estudos, projetos, análises, avaliações, vistorias, perícias, pareceres e
divulgação técnica;
d. ensino, pesquisas, experimentação e ensaios;
e. fiscalização de obras e serviços técnicos;
f. direção de obras e serviços técnicos;
g. execução de obras e serviços técnicos;
h. produção técnica especializada, industrial ou agropecuária.
24
ÓRGÃOS FISCALIZADORES
25
a. gerir seus recursos e patrimônio; e
b. coordenar, supervisionar e controlar suas atividades e as atividades dos
CREAs e da Mútua, observando, especificamente, o disposto na legis-
lação federal, nas resoluções, nas decisões normativas e nas decisões
proferidas por seu Plenário.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sistema CONFEA/CREA e as infrações ao Código de Ética Profissional, bem
como recurso sobre registro, decisão ou penalidade imposta pelos CREAs ou
sobre decisão da diretoria-executiva da Mútua; promover a unidade de ação entre
os órgãos que integram o Sistema CONFEA/CREA e a Mútua; supervisionar o
funcionamento dos CREAs e da Mútua; dirimir dúvida, quando houver con-
trovérsia sobre matéria no âmbito do CREA, desde que previamente analisada
sob os aspectos técnicos e jurídicos; fixar e alterar as anuidades, emolumentos
e taxas a pagar pelos profissionais e pessoas jurídicas; registrar obras intelectu-
ais de autoria de profissionais do Sistema CONFEA/CREA; posicionar-se sobre
matérias de caráter legislativo, normativo ou contencioso de interesse do Sistema
CONFEA/CREA; articular com instituições públicas e privadas sobre questões
de interesse da sociedade e do Sistema CONFEA/CREA; e manter atualizadas as
relações de títulos, cursos, instituições ensino, entidades de classe, profissionais e
pessoas jurídicas registrados nos CREAs (todas as atribuições estão listadas nos
artigos 27 da Lei nº 5.194/1966 e 3º do Regimento do CONFEA).
É necessário o cadastro no CREA para receber um número de registro e a
carteira do CREA, que é a autorização para exercer a profissão, além de pagar
uma taxa anual que é recolhida pelo conselho. Caso o formando tenha rece-
bido apenas o comprovante de conclusão do curso, ele recebe um número do
CREA Provisório, até que o diploma definitivo seja emitido. Quando o diploma
for apresentado, o profissional recebe o CREA Definitivo.
Toda vez que o engenheiro realizar uma obra ou uma prestação de ser-
viço para pessoa jurídica na área que compreende as atribuições do CREA,
ele deve emitir uma ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), de acordo
26
com a Resolução nº 1.025, de 2009, do CONFEA. A anotação é feita por meio
do formulário eletrônico, disponível na Internet no site do CREA regional
onde o serviço é prestado.
Quando o profissional não tiver registro no CREA do seu estado ou esti-
ver com ele suspenso, não poderá atuar, assim como executar atividades
estranhas às atribuições descritas na legislação. Caso isso ocorra, será consi-
derado exercício ilegal da profissão punível pela lei. Além disso, se o engenheiro
assinar como responsável por um projeto ou por uma empresa sem que efeti-
vamente esteja trabalhando, também incorrerá em exercício ilegal da profissão
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(CONFEA, 2019).
Isto acontece
na prática
onde uma moradora de um apartamento do nono andar, juntamente com um pedreiro, mudou
o banheiro de lugar. Esse prédio desabou e a reforma está implicada nas causas do desaba-
mento. Nenhum dos dois tinha diploma de Engenharia e, ao realizar a reforma, colocaram em
risco todos os moradores. No Brasil, o exercício ilegal da profissão é uma contravenção, e o art.
47° do decreto-lei n° 3.688 de 1941 prevê para esses casos uma pena de prisão simples, de 15
dias a três meses, ou multa. Porém, se por exercer ilegalmente a profissão ocorrerem danos ao
patrimônio ou às pessoas, será outra situação, o que poderá implicar os envolvidos em outras
27
UNIDADE IV
O MERCADO
PROFISSIONAL PARA A
ENGENHARIA
A engenharia é considerada uma carreira em alta no Brasil, e pesquisas da
área indicam que a demanda por engenheiros continuará intensa nos próximos
anos. Apesar da grande quantidade de profissionais que se formam todo ano
(cerca de 38 mil engenheiros por ano) ainda se fala em escassez de mão-de-obra
qualificada em engenharia para atender as necessidades do mercado brasileiro.
O Brasil possui seis engenheiros para cada grupo de 100 mil pessoas, de acordo
com estudos da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O ideal, de acordo
com a Finep, seriam pelo menos 25 por 100 mil habitantes, proporção verificada
nos Estados Unidos e Japão. O mesmo estudo da CNI, entidade que representa
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o setor produtivo nacional, diagnostica que dos 40 mil engenheiros que se diplo-
mam anualmente no Brasil, mais da metade opta pela engenharia civil - a área que
menos emprega tecnologia. Assim, setores como o petroleiro, de gás e biocombus-
tível são os que mais sofrem com a escassez desses profissionais (PINTO, 2018).
O Brasil perde na formação de novos engenheiros até mesmo de outros
países, emergentes. Anualmente, graduam-se em engenharia 30 mil brasileiros.
Na Coreia do Sul, 80. E na China, são 400 mil novos profissionais especializa-
dos em engenharia, todos os anos. Além de poucos, o Brasil forma engenheiros
em especialidades muito similares. Dados do Conselho Federal de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia (Confea), demonstram esse quadro. Do total de pro-
fissionais registrados, 1.003.387, mais de 77% são formados em apenas quatro
especialidades: técnico industrial (339.822, ou 33,87% do total), engenheiro
civil (201.290, 20,06%), engenheiro eletricista (122.066, 12,16%) e engenheiro
mecânico e metalurgia (109.788, 10,94%) (PINTO, 2018).
Estes fatos demonstram que, além de faltarem engenheiros no mercado,
faltam profissionais em áreas específicas de engenharia, como por exemplo,
alimentos, petróleo e gás, materiais, química, ambiental etc.
A partir destas informações, você, aluno, consegue visualizar oportuni-
dade? O mercado de trabalho está cheio de graduados, mas não são todos que
conseguem assumir posições de liderança na hierarquia empresarial. Portanto,
essa é a hora para que vocês invistam na formação e na experiência profissio-
nal de vocês para que sejam requisitados futuramente.
Outro motivo é a busca por profissionais com bom relacionamento. As
empresas estão cada vez mais procurando profissionais que sejam completos.
30
Ou seja, que além de possuírem os conhecimentos técnicos, também tenham habilida-
des de relacionamento. O profissional precisa saber se comunicar e trabalhar em equipe.
A carreira de engenheiro é uma das que mais abre leques de atuação, o que a
torna também uma das mais populares no Brasil: o CONFEA (Conselho Federal de
Engenheiros de Arquitetura e Agronomia) estipula que o país conta com 600 mil enge-
nheiros e que, a cada ano, novas 40 mil pessoas se formam na área (MIOZZO, 2017).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Embora possa ser observada uma variação na média salarial de acordo com
a especialidade, o piso salarial que deve ser pago ao engenheiro em exercício é
determinado pela Lei 4.950-A/66, de 1966, que regulamenta a remuneração dos
profissionais diplomados em Engenharia, Química, Arquitetura, Agronomia
e Veterinária, a tabela salarial do engenheiro está vinculada ao valor do salá-
rio mínimo vigente e à jornada diária do profissional, independentemente do
seu local de atuação.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■ Jornada de 7 horas: 7,25 salários mínimos;
■ Jornada de 8 horas: 8,5 salários mínimos.
32
Isto está
na rede
De um lado o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta e projeta escassez de enge-
nheiros (sobretudo civis) até 2020. Do outro, recém-formados relatam dificuldade em encontrar
Como o piso salarial da categoria é estabelecido por lei federal (4.950-A/66) e fiscalizado pelo
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) com amparo dos sindicatos da categoria, o
recém-formado acaba saindo “caro” para as empresas, tendo em vista o risco da sua “inexperiência”.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para que um engenheiro tenha um bom desempenho de sua profissão, ele pre-
cisa contar com sua formação acadêmica e seu raciocínio. Mas também é importante
que tenha um senso crítico para que saiba lidar com as questões contemporâneas
que são complexas e envolvem características de vários campos disciplinares.
Porém a competência profissional não envolve apenas o conhecimento
científico, atualmente é preciso que se tenha conhecimento no campo CTS
(Ciência, Tecnologia e Sociedade) que abrangem conhecimentos da econo-
mia, psicologia, sociologia, ecologia, relacionamento pessoal, entre outros.
Os estudos do campo da CTS visam compreender as características do fenô-
meno científico tecnológico e quais as suas consequências para a sociedade e para
o meio ambiente. Também buscam promover a alfabetização científica e tecno-
lógica mostrando a importância destas duas áreas para a sociedade em geral.
Isto não quer dizer que o engenheiro precise dominar todos os campos de conhe-
cimento, mas sim que possua um mínimo conhecimento sobre diversos assuntos, além
de uma consciência de cidadania, para que consiga desenvolver soluções para diver-
sos problemas e, que essas soluções possam repercutir positivamente na sociedade.
33
Desse modo, além dos conhecimentos científicos, diversas qualidades
devem fazer parte das ações de um engenheiro, algumas destas qualidades
serão apresentadas neste tópico.
Aperfeiçoamento contínuo
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Um título alcançado com a graduação é o primeiro passo para uma carreira sólida,
mas ela sozinha não é suficiente para que o profissional se mantenha dentro do mer-
cado de trabalho, é preciso que o profissional esteja em constante aperfeiçoamento
através de livros, periódicos, palestras, congressos, simpósios, feiras e entidades de
classe. Algumas destas podem já fazer parte da vida do engenheiro mesmo durante
a sua formação acadêmica, já o preparando para o futuro profissional.
Os engenheiros também podem se especializar em determinadas áreas de
atuação durante sua vida profissional, essa especialização pode ser alcançada
por meio de cursos de pós-graduação, em nível de mestrado e doutorado, ou
em cursos de especialização e treinamento.
O mestrado busca aprofundar os conhecimentos em determinada área,
enquanto o doutorado visa formar pesquisadores. Já as especializações são
uma maneira dos profissionais se atualizarem e serem treinados em determi-
nados assuntos, através de cursos de curta duração.
Comunicação
Muitos engenheiros cometem o erro de afirmar que justamente por serem enge-
nheiros não precisam saber falar ou escrever de maneira correta por trabalharem
com números. Mas isto é um equívoco, em várias oportunidades vão ser exigidos dos
engenheiros a capacidade de comunicação, tanto oral como escrita. Exemplos de oral
é a participação em seminários, congressos e até mesmo de entrevistas de emprego.
Já em relação à comunicação escrita temos a elaboração de relatórios téc-
nicos, onde deve-se expor as atividades realizadas, utilizando gráficos e tabelas
34
para expor os dados e textos bem escritos para explicar de maneira clara e pre-
cisa o desempenho de um sistema ou projeto. Além da parte escrita, os relatórios
possuem a parte oral onde o redator do relatório deve explicar a sua equipe ou
seus superiores o conteúdo escrito.
Como podemos ver, uma comunicação é uma qualidade indispensável para
que um engenheiro tenha sucesso em sua carreira profissional, sendo assim se faz
necessário que os futuros engenheiros desenvolvam o hábito da leitura para auxi-
liá-los na lógica de elaboração de textos e na construção de um vasto vocabulário.
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Ética profissional
Experimentação
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citado acima, sabendo identificar se há erros e quais são, os possíveis erros rela-
cionados com os equipamentos de medição, quando há ou não a possibilidade
de repetição dos testes, as incertezas, e vários outros parâmetros que podem
surgir dependendo do tipo de experimento que está realizando.
Relações humanas
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terá que se relacionar com clientes, funcionários, políticos, diretores da empresa,
por isso é necessário que possua habilidade para interagir, convencer, argumen-
tar, discutir, expor suas opiniões sempre mantendo um bom nível de diálogo.
Um outro aspecto no qual essa qualidade é indispensável para o enge-
nheiro, é que ele muitas das vezes acaba assumindo cargos de liderança e vai
ter que saber lidar com pessoas com as mais variadas personalidades.
Trabalho em equipe
36
Anote isso
cato dos Administradores no Estado de São Paulo (2016), o candidato deve dominar pelo menos
o idioma inglês, pois tê-lo fluente pesa mais do que um curso de MBA ou de pós-graduação na
37
UNIDADE V
ÉTICA NA
ENGENHARIA
Os engenheiros geralmente trabalham em equipe, dificilmente trabalham
sozinhos, e os produtos que são frutos de seu trabalho impactam a sociedade
como um todo. Sendo assim, se faz necessário que haja um conjunto de regras
de interação que estabeleça qual é o comportamento adequado do engenheiro
no seu relacionamento com outras pessoas e com a sociedade (Figura).
Essas regras envolvem tanto a sociedade quanto o engenheiro: as obriga-
ções que o engenheiro tem para com a sociedade e as obrigações que a sociedade
tem para com o engenheiro. As regras de interação podem ser classificadas
como etiqueta, direito, morais e ética.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura – a conduta ética é exigida dos engenheiros
Fonte: Pixabay.com
40
O direito retrata um conjunto de regras que são determinadas por autori-
dades, governos, sociedade ou costumes do local, estas regras são denominadas
de leis. De forma diferente da etiqueta, há punições para quem não respeitar as
leis, como prisão, multas, serviços comunitários, suspensão de algum direito.
Cada sociedade impõe suas próprias consequências para as violações das leis.
Como a violação das leis pode gerar punições, muitas vezes gravíssi-
mas, é necessário que seja claramente identificável, para que assim todos
saibam quais são os limites que separam o legal do ilegal. Cada país possui
sua maneira de estabelecer e impor suas leis, assim como de identificar o que é
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
legal ou não. E temos os direitos legais que são “pleitos justos”, como afirmam
Holtzapple e Reece (2015), concedidos a todas as pessoas sob a jurisdição de
um governo. A maioria dos governos outorga direitos a seus cidadãos através
de uma constituição.
A moral é considerada como sendo os comportamentos aceitos de certo e
errado, geralmente são aplicados ao comportamento individual. Estes compor-
tamentos padrões podem ser adquiridos dos pais, da religião, dos amigos e até
da mídia. Alguns dos padrões morais estão registrados em escritos religiosos
e ainda que existem diversas religiões e culturas pelo mundo, temos concor-
dância em relação a alguns padrões morais. Um exemplo são os assassinatos e
roubos que são considerados por vários países como comportamentos imorais.
Por outro lado, temos alguns comportamentos em que há opiniões diver-
gentes em relação a moralidade ou não destes, como jogos de azar, consumo
de álcool e tabaco, algumas culturas consideram essas práticas como imorais,
porém para outras não há problemas.
Os direitos morais, segundo Holtzapple e Reece (2015), são “pleitos justos”
que pertencem a todas as pessoas, independentemente de serem reconhe-
cidas ou não por um governo. A sociedade reconhece que apenas o fato de
sermos humanos nos cobre de direitos, não sendo necessário fazer nada para
conquistá-los.
A moral, como já mencionado anteriormente, regulariza como o homem
deve se comportar consigo mesmo, definem os costumes, deveres e como o
homem deve agir com os outros homens, estando de acordo com a justiça e a
equidade natural. Dessa forma, podemos considerar que os princípios éticos
41
e morais são os pilares de uma identidade profissional. Estes princípios são os
pilares da construção de um profissional que exerça o Direito Justo, este pro-
fissional se diferencia dos demais por seu talento e por sua moral.
Oliveira (2012) afirma que o mundo ético é o mundo do “deve ser” (mundo
dos juízos de valor), em contraposição ao mundo do “ser” (mundo dos juí-
zos de realidade).
Entretanto, a moral pode ser considerada como sendo a parte subjetiva
da ética, pois o homem em muitas vezes não pode o que quer e nem sempre
quer o que pode.
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Como em todas as relações, a ética deve ser aplicada no campo das ati-
vidades profissionais e é essencial ao profissional, pois nas ações humanas o
“fazer” e o “agir” estão relacionados. O fazer está relacionado com a compe-
tência, o profissional precisa ser eficiente no exercício da sua profissão. Já o
agir é referente à conduta do profissional, em como ele age no cumprimento
de sua profissão.
Segundo Oliveira (2012), o varredor de rua que se preocupa em limpar o
canal de escoamento de água da chuva; o médico cirurgião que confere as sutu-
ras nos tecidos internos antes de completar a cirurgia; o contador que impede
uma fraude ou desfalque, ou que não maquia o balanço de uma empresa; o
engenheiro que utiliza o material mais indicado para a construção de uma
ponte, todos estão agindo de forma eticamente correta em suas profissões, ao
fazerem o que não é visto, ou aquilo que, alguém vendo, não saberá quem fez.
A ética é, portanto, o estudo do que é correto ou incorreto, justo ou injusto,
adequado ou inadequado. E tem como um dos seus objetivos a busca de jus-
tificativas para as regras propostas pela Moral e pelo Direito, diferindo destes
dois por não estabelecer regras.
Cada profissão deve ter leis que são determinadas com o intuito de prote-
ger os profissionais e as pessoas que dependem deles. Porém, além destas leis
temos vários outros aspectos não previstos especificamente e que devem fazer
parte do compromisso do profissional com a ética, que recebendo ou não elo-
gios pelo o que fez, faz a coisa certa.
42
CÓDIGO DE ÉTICA DO ENGENHEIRO
43
A definição de deveres tem que ser completa o bastante, de modo que cada
membro que o cumprir realize o ideal de ser humano. O processo de elaboração do
código de ética já tem que ser considerado como um exercício da ética. De outro
modo, não deixará de ser apenas um código moral defensivo de uma corporação.
A elaboração de um código de ética necessariamente precisa abranger todos
os componentes do grupo social que ele envolverá e irá representar. Isso requer
um processo de formulação do diverso ao unitário, de modo que o resultado
seja um código que represente todas as disposições morais e éticas do grupo.
O engenheiro, assim como outras profissões, possui um código de ética,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sendo este apresentado abaixo.
1 - Preâmbulo
Artigo 1º - O Código de Ética Profissional enuncia os fundamentos éticos
e as condutas necessárias à boa e honesta prática das profissões da Engenharia,
da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia e relaciona direi-
tos e deveres correlatos de seus profissionais.
Artigo 2º - Os preceitos deste Código de Ética Profissional têm alcance
sobre os profissionais em geral, quaisquer que sejam seus níveis de formação,
modalidades ou especializações.
Artigo 3º - As modalidades e especializações profissionais poderão estabe-
lecer, em consonância com este Código de Ética Profissional, preceitos próprios
de conduta atinentes às suas peculiaridades e especificidades.
44
Artigo 6º - O objetivo das profissões e a ação dos profissionais volta-se
para o bem-estar e o desenvolvimento do homem, em seu ambiente e em suas
diversas dimensões: como indivíduo, família, comunidade, sociedade, nação
e humanidade; nas suas raízes históricas, nas gerações atual e futura.
Artigo 7º - As entidades, instituições e conselhos integrantes da organiza-
ção profissional são igualmente permeados pelos preceitos éticos das profissões
e participantes solidários em sua permanente construção, adoção, divulgação,
preservação e aplicação.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Do objetivo da profissão
I - A profissão é bem social da humanidade e o profissional é o agente capaz
de exercê-la, tendo como objetivos maiores a preservação e o desenvolvimento
harmônico do ser humano, de seu ambiente e de seus valores;
Da natureza da profissão
II - A profissão é bem cultural da humanidade construído permanen-
temente pelos conhecimentos técnicos e científicos e pela criação artística,
manifestando-se pela prática tecnológica, colocado a serviço da melhoria da
qualidade de vida do homem;
Da honradez da profissão
III - A profissão é alto título de honra e sua prática exige conduta honesta,
digna e cidadã;
Da eficácia profissional
IV - A profissão realiza-se pelo cumprimento responsável e competente
dos compromissos profissionais, munindo-se de técnicas adequadas, assegu-
rando os resultados propostos e a qualidade satisfatória nos serviços e produtos
e observando a segurança nos seus procedimentos;
45
Do relacionamento profissional
V - A profissão é praticada através do relacionamento honesto, justo e com
espírito progressista dos profissionais para com os gestores, ordenadores, des-
tinatários, beneficiários e colaboradores de seus serviços, com igualdade de
tratamento entre os profissionais e com lealdade na competição;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
lumidade das pessoas, de seus bens e de seus valores;
4 - Dos deveres
Artigo 9º - No exercício da profissão são deveres do profissional:
II - Ante à profissão:
a. identificar-se e dedicar-se com zelo à profissão;
b. conservar e desenvolver a cultura da profissão;
c. preservar o bom conceito e o apreço social da profissão;
d. desempenhar sua profissão ou função nos limites de suas atribuições e
de sua capacidade pessoal de realização;
46
e. empenhar-se junto aos organismos profissionais no sentido da conso-
lidação da cidadania e da solidariedade profissional e da coibição das
transgressões éticas;
V - Ante ao meio:
a. orientar o exercício das atividades profissionais pelos preceitos do desen-
volvimento sustentável;
b. atender, quando da elaboração de projetos, execução de obras ou cria-
ção de novos produtos, aos princípios e recomendações de conservação
de energia e de minimização dos impactos ambientais;
47
c. considerar em todos os planos, projetos e serviços as diretrizes e disposi-
ções concernentes à preservação e ao desenvolvimento dos patrimônios
sócio-cultural e ambiental.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b. usar de privilégio profissional ou faculdade decorrente de função de
forma abusiva, para fins discriminatórios ou para auferir vantagens
pessoais;
c. prestar de má-fé orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer
ato profissional que possa resultar em dano às pessoas ou a seus bens
patrimoniais;
II - Ante à profissão:
a. aceitar trabalho, contrato, emprego, função ou tarefa para os quais não
tenha efetiva qualificação;
b. utilizar indevida ou abusivamente do privilégio de exclusividade de
direito profissional;
c. omitir ou ocultar fato de seu conhecimento que transgrida à ética pro-
fissional;
48
h. e. descuidar com as medidas de segurança e saúde do trabalho sob sua
coordenação;
i. f. suspender serviços contratados, de forma injustificada e sem prévia
comunicação;
j. g. impor ritmo de trabalho excessivo ou exercer pressão psicológica ou
assédio moral sobre os colaboradores;
V - Ante ao meio:
a. prestar de má-fé orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer
ato profissional que possa resultar em dano ao ambiente natural, à saúde
humana ou ao patrimônio cultural.
6 - Dos direitos
Artigo 11º - São reconhecidos os direitos coletivos universais inerentes às
profissões, suas modalidades e especializações, destacadamente:
a. à livre associação e organização em corporações profissionais;
b. ao gozo da exclusividade do exercício profissional;
c. ao reconhecimento legal;
d. à representação institucional.
49
a. à liberdade de escolha de especialização;
b. à liberdade de escolha de métodos, procedimentos e formas de expressão;
c. ao uso do título profissional;
d. à exclusividade do ato de ofício a que se dedicar;
e. à justa remuneração proporcional à sua capacidade e dedicação e aos
graus de complexidade, risco, experiência e especialização requeridos
por sua tarefa;
f. ao provimento de meios e condições de trabalho dignos, eficazes e
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
seguros;
g. à recusa ou interrupção de trabalho, contrato, emprego, função ou
tarefa quando julgar incompatível com sua titulação, capacidade ou
dignidade pessoais;
h. à proteção do seu título, de seus contratos e de seu trabalho;
i. à proteção da propriedade intelectual sobre sua criação;
j. à competição honesta no mercado de trabalho;
k. à liberdade de associar-se a corporações profissionais;
l. à propriedade de seu acervo técnico profissional.
7 - Da infração ética
Artigo 13º - Constitui-se infração ética todo ato cometido pelo profissional
que atente contra os princípios éticos, descumpra os deveres do ofício, prati-
que condutas expressamente vedadas ou lese direitos reconhecidos de outrem.
Artigo 14º - A tipificação da infração ética para efeito de processo discipli-
nar será estabelecida, a partir das disposições deste Código de Ética Profissional,
na forma que a lei determinar.
50
Isto acontece
na prática
janeiro de 2013, cometeram desvios éticos. Os engenheiros Marcos Benicio dos Santos, líder de
projetos da OAS no Rio Grande do Sul, Jacques Andrade Antipoff, gerente de contratos da OAS,
e Ricardo Sabino da Silva, contratado pela empresa terceirizada Aço Inox do Brasil, serão indi-
ciados por dois crimes: lesão corporal culposa e exposição de outras vidas ao perigo iminente.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Grêmio e LDU, ferindo oito pessoas na noite de 30 de janeiro, nem sequer atendia às normas
Odir Francisco Ruckhaber, explica que a conduta dos três profissionais deverá ser primeiramente
avaliada em câmaras setoriais do conselho. Santos e Antipoff, que são engenheiros civis, serão
cia/2013/05/crea-vai-apurar-conduta-de-engenheiros-da-arena-apos-incidente-naavalan-
51
UNIDADE VI
RESPONSABILIDADE
SOCIAL DO ENGENHEIRO
Há algumas décadas surgiu o conceito de desenvolvimento sustentável e
muitos valores já foram acrescidos a essa expressão desde então, mas apesar
disso muitos se prendem apenas ao fato de poluir menos ou não desmatar. No
entanto, nos dias de hoje esse conceito vai muito mais longe do que apenas
proteger as florestas e colaborar para a diminuição do efeito estufa, se mostra
necessário que não adianta apenas isso, se não houver conscientização de todos
nada vai funcionar com êxito. O desenvolvimento sustentável está totalmente
entrelaçado com a responsabilidade social, pois é com a educação, conscien-
tização e com exemplos que se criam projetos de sucesso.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para que projetos de responsabilidade social sejam cada vez mais implantados
é necessário capacitar profissionais para planejar e pôr em prática. Os engenhei-
ros são profissionais que lidam diretamente com grandes projetos e com pessoas
em todos os sentidos, por isso a necessidade de conscientizá-los de que a res-
ponsabilidade de um planeta mais sustentável depende dele, para que projetos
continuem a acontecer e que novos sejam criados. Portanto o engenheiro precisa
ser um profissional coerente, precisa ter técnica, criatividade, ter uma atuação
crítica, precisa sempre ter ética para avaliar bem os danos que um novo projeto
possa vir a causar ao meio ambiente, e se for necessário causar, como recompen-
sar para amenizar esse mal causado por um benefício necessário.
Exigir das grandes e médias empresas atitudes sustentáveis e socialmente res-
ponsáveis é tão necessário quanto exigir das instituições de ensino o compromisso
com a sociedade, pois só dessa maneira os engenheiros e estudantes de engenharia
poderão ter a consciência do quanto eles são importantes para a sociedade e de que
se eles falharem não apenas eles pagaram por esse erro, mas possivelmente tam-
bém a sociedade e/ou o meio ambiente (SILVA FILHO; SANTANA; SILVA, 2011).
54
As responsabilidades são diferentes umas das outras e independentes, resul-
tantes de ações ou fatos diferentes, ou ainda de um único fato ou ação ligados
a alguma atividade que você como profissional está exercendo.
Como exemplo temos o desabamento de uma obra, que foi executada por
um engenheiro civil habilitado, porém no decorrer da execução ele foi impru-
dente, negligente ou ocorreu imperícia e este desabamento provocou lesões
nos funcionários da obra ou prejuízos a terceiros. Este problema causado pelo
engenheiro, de acordo com o Manual do profissional da engenharia, arqui-
tetura e agronomia elaborada pelo CREA, vai gerar penalidades dentro das
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
55
Existe uma legislação específica que rege esta responsabilidade prevista nas
Leis nº 5.194/66 e nº 6.496/77, estas leis são complementadas por Resoluções
do CONFEA e o Código de Ética. Esta legislação define e caracteriza os tipos
de infrações e determina as penas cabíveis.
Se um profissional não cumprir a legislação ou exercer a profissão inadequa-
damente podem sofrer um processo ético-disciplinar, em que as penalidades são
aplicadas sobre a pessoa e podem variar dependendo da gravidade ou reincidência
da falta. Estas penalidades podem ser: advertência reservada, censura pública, multa,
suspensão temporária do exercício profissional, cancelamento definitivo do registro.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Responsabilidade Civil
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A legislação que trata sobre a responsabilidade penal é o Código Penal,
abaixo são apresentados problemas citados que podem ser gerados por ativi-
dades profissionais e que de acordo com o Código são considerados crimes e
suas penalidades.
Incêndio: Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade
física ou o patrimônio de outrem: Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
Inundação: Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a inte-
gridade física ou o patrimônio de outrem: Pena - reclusão, de três a seis anos, e
multa, no caso de dolo, ou detenção, de seis meses a dois anos, no caso de culpa.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
57
Crime de Corrupção passiva e ativa: Art. 317 - Solicitar ou receber, para
si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes
de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de
tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.
Corrupção ativa: Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a
funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de
ofício: Pena – reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.
Portanto, é dever do profissional, ao exercer suas atividades profissionais,
antecipar todas as situações que possam ocorrer a curto, médio e longo prazo,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
para que fique isento de qualquer ação penal.
Responsabilidade Trabalhista
58
Isto está
na rede
O ônibus espacial Challenger explodiu, matando sete passageiros, aconteceu devido ao selamento interno
Em Boston, a Purity Distilling Company construiu um tanque de 2 milhões de litros para armazenar melaço, que
8 – Deepwater Horizon
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A plataforma de petróleo Deepwater Horizon explodiu e despejou 180 milhões de litros de petróleo no mar.
O acidente matou 11 pessoas e feriu 17, ocorreu devido à falha mecânica nas torres de perfuração.
O MIT construiu um prédio com paredes inclinadas, muitas pessoas que passavam por lá sentiam vertigem.
A cidade de Nova Orleans foi atingida pelo furacão Katrina devido ao sistema de diques e canais ser defasado
5 – Barragem de Banqiao
Construída na China, foi recomendada a construção de 12 comportas, mas 5 foram feitas. A cidade foi atingida
4 – Torre de Pisa
Construída, em 1173, na Itália, devido a uma falha, sua base começou a se inclinar.
A explosão do Navio Mont-Blanc carregado de explosivos matou duas mil pessoas em Nova Escócia, Canadá,
Ventos a uma velocidade de 64 km/h atingiram a ponte pênsil Tacoma Narrows em Washington e fizeram
1 – Chernobyl
O reator da usina explodiu matando 4 mil pessoas devido à alta radiação, ocorreu devido à falta de manutenção
Fonte: Jornal Ciência escrito por Gustavo Teixeira (2019). Disponível em: http://www.jornalciencia.com/top-
59
Isto acontece
na prática
O Colapso da Passarela do Hotel Hyatt Regency da Cidade de Kansas Em 1976, a Crown Cen-
ter Redevelopment Corporation decidiu construir o Hotel Hyatt Regency na cidade de Kansas,
Missouri. A firma de engenharia escolhida para os cálculos estruturais foi a G.C.E International,
Inc., e as vigas de aço foram fabricadas pela Havens Steel Company. O prédio teria três passa-
relas suspensas que cruzavam o átrio e conectavam o segundo, o terceiro e o quarto andares.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
invés de utilizar um único vergalhão de ferro de 14 metros de comprimento para prender as
passarelas suspensas ao teto, fosse utilizado um vergalhão separado em dois. As alterações foram
incorporadas às plantas de engenharia, que foram aprovadas por Jack D. Gillum, presidente da
G.C.E. Em julho de 1980, o hotel foi inaugurado. No dia 17 de julho de 1981, durante uma festa
dada no hotel a passarela do quarto andar despencou sobre a passarela do segundo, matando
114 pessoas e ferindo mais de 200. Em 1985, Gillum e Duncan foram condenados por grave
origem a uma análise minuciosa de seu trabalho, revelando diversas irregularidades. Duncan e
60
UNIDADE VII
SUSTENTABILIDADE
E MEIO AMBIENTE NA
ENGENHARIA
Engenharia é a aplicação de métodos do conhecimento científico ou empí-
rico destinados à utilização de recursos materiais e naturais para o benefício
do ser humano. É a área do conhecimento que aborda os conceitos de proje-
ção, desenvolvimento, construção, análise e manutenção de alternativas que
auxiliem e facilitem a vida da sociedade nas atividades cotidianas. A palavra
engenharia tem origem do latim ingenium, que significa “produzir ou gerar
talento ou qualidade nata”. Inicialmente, ela era aplicada a qualquer equipa-
mento mecânico, sobretudo na área militar.
A Engenharia provavelmente é a ciência que mais modifica o ambiente e se
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
apropria dos recursos naturais para extrair materiais para obras, que na maior
parte das vezes são consideradas degradadoras do meio ambiente. A extração
de minérios, o descarte de resíduos, a implantação de infraestruturas como
barragens, rodovias e loteamentos vêm sendo consideradas as atividades mais
degradadoras do ambiente no país.
Mas, se por um lado a Engenharia apresenta esse componente degra-
dador do ambiente, é a própria engenharia a ciência com o maior potencial
para recuperar e promover a qualidade ambiental. Desenvolver técnicas para
modificar e se apropriar dos recursos naturais de forma que garantam a sus-
tentabilidade é o grande desafio.
Para enfrentar esse desafio, a palavra-chave é inovação. Isto significa desen-
volver novos materiais e tecnologias que produzam bens e serviços, poupando
recursos naturais.
Nesse sentido, para trilhar o caminho da sustentabilidade a engenharia deve
priorizar o desenvolvimento de novos materiais, recuperar e reciclar outros,
além de novas tecnologias que priorizem as fontes naturais de produção de
energia e redução de consumo de água (JUNQUEIRA, 2018).
SUSTENTABILIDADE
62
E nas atividades desempenhadas pela engenharia isto não é diferente, por isso
a importância de o engenheiro ter pensamentos e atitudes sustentáveis.
Entende-se por sustentabilidade a integração dos aspectos econômicos, sociais
e ambientais, de forma que a produção de bens e serviços preserve a diversidade
e a integridade dos ecossistemas, reduzindo a sua vulnerabilidade, buscando ser
compatível com a velocidade de renovação dos recursos naturais, extraindo o
que é necessário para o funcionamento do sistema econômico (DIAS, 2015).
O conceito de sustentabilidade aborda a maneira como se deve agir em relação
à natureza. Além disso, ele pode ser aplicado desde uma comunidade até todo o
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
63
Tripé da Sustentabilidade
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■ Ambiental: Refere-se aos recursos naturais do planeta e a forma como
são utilizados pela sociedade, comunidades ou empresas.
■ Econômico: Relacionado com a produção, distribuição e consumo de bens
e serviços. A economia deve considerar a questão social e ambiental.
64
seja efetivada, as pessoas devem estar em harmonia com o meio ambiente,
para obterem melhoria na qualidade de vida. O objetivo da sustentabilidade
ambiental é que os interesses das gerações futuras não estejam comprometi-
dos pela satisfação das necessidades da geração atual.
A sustentabilidade econômica é fundamentada num modelo de gestão
sustentável. Isso implica na gestão adequada dos recursos naturais, que obje-
tivam o crescimento econômico, o desenvolvimento social e a melhoria da
distribuição de renda. Em resumo, corresponde à capacidade de produção, de
distribuição e de utilização das riquezas produzidas pelo homem, buscando
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
65
mercado e pela sociedade. O conceito de um projeto sustentável “é um sistema
que promove intervenções sobre o meio ambiente, sem esgotar os recursos
naturais, preservando-os para as gerações futuras” (BAZZO e PEREIRA, 2006).
O tema sustentabilidade é tão extenso que já existe outra área de atuação
do engenheiro, o curso de graduação em nível superior derivado da Engenharia
de Produção, chamado de Engenharia de Sustentabilidade. Esse curso aborda:
planejamento da utilização eficiente dos recursos naturais nos sistemas pro-
dutivos diversos, a destinação e o tratamento dos resíduos e efluentes destes
sistemas, bem como da implantação de sistema de gestão ambiental e respon-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sabilidade social (ABEPRO, 2016).
MEIO AMBIENTE
66
6.938, de 31 de agosto de 1981, apresenta uma definição mais abrangente, no
seu art. 3º, caracterizando meio ambiente como:
Brasil, a Constituição Federal de 1988, Capítulo VI, art. 225, trata do meio
ambiente, afirmando que:
67
É papel fundamental do Engenheiro a busca constante por processos pro-
dutivos mais limpos e econômicos do ponto de vista dos recursos naturais;
produtos igualmente inovadores em termos de novas funções e com meno-
res impactos ambientais; novas matérias-primas para produtos já conhecidos;
serviços mais intensos em conhecimento para a gestão ambiental; políticas
internas de administração que envolvam educação, tecnologia e redução de
gastos relacionados à matéria-prima, processos de produção e formas de orga-
nização do trabalho (AMATO NETO, 2011).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Isto acontece
na prática
Um exemplo de impacto ambiental foi o que aconteceu no dia 25 de janeiro de 2019, com o rom-
rejeitos de minério de ferro percorreu 8 quilômetros em poucos dias, poluindo o rio Paraopeba. O
desastre causou a morte de 252 pessoas e treze continuam desaparecidas. Estudo realizado pela
Fundação SOS Mata Atlântica concluiu que os rejeitos de minério de ferro derramados mataram
vários trechos do rio Paraopeba. O tsunami de lama e rejeitos de minérios carreou para o rio,
08 jan 2020.
68
UNIDADE VIII
ENSINO E PESQUISA
CIENTÍFICA NA
ENGENHARIA
Além dos ramos de atuação dos Engenheiros já discutidos anteriormente,
existem duas áreas que são muito importantes para o desenvolvimento de novas
tecnologias, materiais, processos de fabricação e conhecimento. Estamos falando
do ensino e da pesquisa científica na engenharia, afinal de contas, a maioria de
seus professores em um curso de Engenharia são engenheiros. Novas pesqui-
sas científicas são desenvolvidas continuamente por engenheiros. Mas afinal,
o que é ciência e quais são os caminhos que um engenheiro deve percorrer
para atuar nessas áreas importantíssimas?
Após o nascimento da ciência moderna e do aparecimento daquilo que
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convencionou chamar de tecnologia - o que aconteceu mais ou menos a
partir do século 17 -, a civilização humana não foi mais a mesma. Nem a
engenharia. A aplicação da ciência nas ações técnicas por certo foi respon-
sável pela grande evolução dos meios de transporte e comunicação, dos
equipamentos cirúrgicos e de lazer, dos processos de fabricação, dos uten-
sílios domésticos etc. O grau de dependência que a sociedade moderna tem
dos resultados da ciência e da tecnologia é tal que não podemos mais conce-
ber a sua existência sem estes dois empreendimentos humanos. Praticamente
tudo o que se faz hoje tem relação direta ou indireta com elas. Escovar os
dentes, assistir à televisão, surfar, ler uma revista, escutar música ou reali-
zar uma experiência de laboratório seriam, sem as contribuições da ciência
e da Tecnologia, tarefas impossíveis ou pelo menos bem mais dificultosas.
Mesmo assim, poucos compreendem o que elas são ou o que representam
(BAZZO e PEREIRA, 2006).
70
regem. De acordo com Oliveira (2002) ciência é uma forma de conhecimento
sistemático, dos fenômenos da natureza, dos fenômenos sociais, dos fenôme-
nos biológicos, matemáticos, físicos e químicos, para se chegar a um conjunto
de conclusões verdadeiras, lógicas, exatas, demonstráveis, por meio da pes-
quisa e dos testes.
Ciências não são apenas conjuntos de informações, nomes e proposi-
ções. Nem são apenas conjuntos de teorias que explicam o funcionamento da
natureza tal como ela é. São processos dinâmicos que implicam a interação
da comunidade científica com a sociedade, onde interagem forças políticas e
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sociais. A ciência - cada uma delas - não é politicamente neutra, pois depende
de motivações culturais para o seu desenvolvimento, que acabam ditando como
acontece a pesquisa, o seu planejamento, o seu financiamento e os assuntos a
serem pesquisados. Até porque a ciência, formando uma imagem interpretada
do mundo em que vivemos, nos providencia instrumentos para transformá-
-lo (BAZZO e PEREIRA, 2006).
O conhecimento científico tem como objetivo compreender a natureza e
o universo por meio de elementos conhecidos, concretos e objetivos. Para que
a ciência funcione bem, as opiniões pessoais, as especulações, os conhecimen-
tos prévios, as crenças, os preconceitos, as expectativas e as paixões devem ser
deixados de lado. É necessário também formular perguntas lógicas, propor
hipóteses, aferir de forma experimental e cuidadosa os fatos.
A pesquisa é um conjunto de investigações racionais, operações e traba-
lhos intelectuais ou práticos que objetiva a criação de novos conhecimentos,
a invenção de novas técnicas e a exploração ou criação de novas realidades. E
uma busca minuciosa com o intuito de averiguar um evento, uma hipótese, um
fato ou uma idéia. Seria um trabalho intelectual intencional, racional, baseado
em procedimentos consagrados, aceitos e respeitados pela comunidade cien-
tífica. Não significa que só possamos trilhar caminhos previamente traçados,
mas devemos, antes de tudo, respeitar de alguma forma as lógicas dos nossos
contextos históricos e sociais para podermos trabalhar realidades concretas
(BAZZO e PEREIRA, 2006).
Uma das formas de integrar o estudante de engenharia com a pesquisa
científica é por meio da oferta de vagas em programas de iniciação científica.
71
Ao longo da graduação nos deparamos com diversos conceitos e formas de
aplicá-los, mas nem sempre temos a chance de colocar em prática o que apren-
demos. Isso causa certa insegurança em alunos de diversos cursos. Visando
proporcionar novas experiências de aprendizado e pesquisa, as universidades
oferecem aos estudantes vagas de iniciação científica. A iniciação científica
coloca o aluno diretamente na área de pesquisa, onde ele vai ter o auxílio de
um professor orientador e responsabilidades com seu projeto. Ela é muito
importante na engenharia, pois com suas experiências diárias de laboratório
e de convivência com pessoas, o aluno tende a se desenvolver tanto no profis-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sional como no pessoal (SANTOS, 2014).
Outra forma de incentivar o estudante de engenharia a realizar pesqui-
sas científicas durante o curso de graduação é promovendo na universidade
eventos como congressos, simpósios ou feiras de inovação e tecnologia
(Figura), incentivando o aluno a desenvolver uma pesquisa científica sobre
determinado assunto ou até mesmo criar uma inovação tecnológica na sua
área de estudo.
72
Outro fator que demonstra a importância da atuação de engenheiros na
área de pesquisa científica é o crescente investimento que as empresas têm
feito em seus departamentos de Pesquisa & Desenvolvimento, com o intuito
de desenvolver novos processos, tecnologias e recursos que possibilitem desta-
que destas empresas frente a seus principais concorrentes no mercado. Além de
sempre estarem em busca de novas tecnologias para torná-las mais sustentáveis.
O investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) é uma das chaves
para se alcançar a inovação e o desenvolvimento econômico. Com novos pro-
dutos e processos, a sociedade maximiza sua capacidade tecnológica, aumenta
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73
ENSINO DE ENGENHARIA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
projetos pedagógicos dos cursos de engenharia contemplem conteúdos básicos,
profissionalizantes e específicos. Os conteúdos profissionalizantes que caracteri-
zam a área de atuação do futuro engenheiro podem ser escolhidos pelo Núcleo
Docente Estruturante (NDE) e colegiado do curso, dentre uma diversidade de
disciplinas indicadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais. Os conteúdos espe-
cíficos se constituem em extensões e aprofundamentos dos conteúdos do núcleo
de conteúdos profissionalizantes, bem como de outros conteúdos destinados a
caracterizar modalidades. Sendo assim, os conteúdos básicos não necessitam ser
ministrados, obrigatoriamente, por engenheiros (CASARIN, 2012).
Por outro lado, reserva de mercado à parte, os conteúdos profissionalizan-
tes e específicos devem ser ministrados, prioritariamente, por engenheiros. Aí
é que começam as dificuldades.
É muito comum que um professor de alguma disciplina da graduação
demonstre profundos conhecimentos em sua área de atuação profissional,
porém, não se destaque como professor. De certa forma existe uma grande
distância entre o conhecimento técnico de um profissional engenheiro e a sua
capacidade de transmitir o conhecimento de uma forma clara e didática. Essa
discordância acaba tornando-se um dos principais motivos de evasão de alunos
dos cursos de engenharia. Santos e Souza (2010) tratam de forma interessante a
forma de transmitir conhecimentos, quando chegam a falar em Engenharia do
Conhecimento. Bazzo (2000, apud Reis, C.A.C., 2008) em seus estudos sobre o
ensino tecnológico, considera a formação específica para a docência como um
requisito fundamental para a melhoria da qualidade do ensino de engenharia.
74
Anote isso
A didática e atualização docente nas engenharias são imprescindíveis para evitar o que há muito
vem se ouvindo falar dos cursos de graduação oferecidos pelas instituições de ensino superior
(públicas e privadas): que os cursos estão em descompasso com a realidade do mercado de
trabalho (CASARIN, 2010) e (SILVA e CECÍLIO, 2007). Como destacam Moran et al (2000) “há uma
preocupação com ensino de qualidade mais do que com educação de qualidade. Ensino e edu-
Isto está
na rede
do(a) há 20 anos, verá que as mudanças foram tão significativas que muitas vezes nem parece se
tratar da mesma faculdade. Embora as disciplinas básicas sejam as mesmas, muita coisa mudou
no ensino de Engenharia nas últimas duas décadas. O Blog da Engenharia conversou com alguns
75
UNIDADE IX
A CRIATIVIDADE NA
ENGENHARIA
De forma geral, o engenheiro é tido como um indivíduo frio e calculista,
dedicado apenas a assuntos técnicos e a problemas práticos específicos. Muitos
enxergam nos engenheiros, profissionais sérios, atarefados, que fazem cálculos
precisos o dia inteiro e expedem soluções miraculosas para qualquer problema
que lhes é apresentado. O seu trabalho dependeria estritamente de conheci-
mentos científicos formais confiáveis e já consagrados e de desenvolvimentos
tecnológicos dominados. Muitos também imaginam que para todos os pro-
blemas da engenharia existem técnicas de solução próprias e fórmulas prontas
que, convenientemente aplicadas, resolvem qualquer questão.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Entretanto, o engenheiro é um profissional criativo, usa e precisa usar
a criatividade para resolver seus problemas técnicos - e não se pode imagi-
nar que a criatividade dependa apenas de estudos científicos. Além do mais,
seu trabalho cotidiano nem sempre está exclusivamente calcado em aspectos
puramente técnicos, em cálculos precisos ou mesmo em conceitos científicos
complexos e sacramentados.
Mesmo que olhemos pelo lado técnico da profissão, logo perceberemos
que, junto com os conhecimentos científicos e tecnológicos, aparecem outras
questões que definem a ação profissional. Se é certo que podemos dizer que o
engenheiro aplica conhecimentos específicos à criação de estruturas, dispo-
sitivos, processos e informações, não podemos esquecer que o seu trabalho
ultrapassa esse âmbito particular. Afinal, a sua ação visa à conversão de recursos
disponíveis na natureza em formas adequadas ao atendimento de necessidades
humanas, e essa característica amplia o leque de possibilidades e de exigências
profissionais. A engenharia é uma mescla complexa e sutil de ciência, técnica,
arte, experiência, bom senso etc (BAZZO e PEREIRA, 2006).
DEFINIÇÃO DE CRIATIVIDADE
78
De forma resumida, podemos dizer que a criatividade pode ser encontrada
nas pessoas que geram ideias calcadas em características tais como novidade,
utilidade e simplicidade. Uma pessoa criativa também é aquela distinguida
pela capacidade de sintetizar novas combinações de ideias e conceitos entre
formas comuns e usuais. Seria como olhar para a mesma coisa que os demais
olham e ver algo diferente, visualizá-la sob outro ponto de vista, num outro
contexto, desempenhando uma nova função.
Talvez seja exatamente quando estamos preocupados em conceber soluções
para os nossos problemas que as ideias aflorem de forma mais significativa. É
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
79
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura - Placa afetada pelo “bug do milênio” em Nantes, mostrando o ano 1900 ao invés de 2000
Fonte: Jeremy Martin (2015). Disponível em: http://engenharialivre.com/criatividade-na-engenharia-o-que-eu-aprendi-
construindo-pontes/. Acesso em 10 jan 2020.
80
ou o fracasso empresarial depende do que se faz com essas informações. A
criatividade é importante para entender melhor as informações e vislumbrar
a sua utilização de forma diferente do concorrente, a fim de conseguir maio-
res lucros (SOUZA, 2012).
Apenas com a aplicação do esforço pessoal é difícil obter boas soluções.
Entretanto, este particular poderá complementar as demais características. A
perseverança é um fator decisivo no processo de projeto, pois não podemos
sucumbir ao primeiro obstáculo. Prosseguir no trabalho enquanto divisamos
possibilidade de sucesso é uma das atitudes mais acertadas. Devemos lembrar
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que qualquer pessoa pode aumentar o seu esforço num trabalho até quando
quiser (BAZZO e PEREIRA, 2006).
Isto está
na rede
Conta-se que Thomas Alva Edison (1847-1931), quando já havia realizado cerca de setecentos
por um dos seus auxiliares a desistir, pois julgava já ter sido provada a sua inviabilidade. Afinal,
vez mais remotas. Centenas de fracassos era uma dose excessiva de frustrações. Ouvindo tal
conselho, o inventor teria dito que estava no caminho certo, pois já sabia centenas de formas de
não se construir um filamento incandescente duradouro. Ele imaginava que, portanto, já estava
bastante perto da solução. Aliás, dizia ele que “gênio é 1% de inspiração e 99% de transpiração”.
81
Método empregado: um método é um caminho ao longo do qual
podemos chegar ao ponto desejado. Isso implica intencionalidade e movi-
mento, características que evidenciam o caráter dinâmico de um método.
É importante o emprego de um método na procura de soluções, pois isso
pode auxiliar em muito a criatividade, despertando e sistematizando a
busca e economizando tempo com a eliminação de tarefas desnecessárias.
Um método também auxilia a busca em fontes de consulta - livros, revistas,
jornais, catálogos, internet etc. -, realimentando o acervo de conhecimen-
tos do profissional (BAZZO e PEREIRA, 2006).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exercer a criatividade é algo fundamental para os engenheiros, uma vez
que a engenharia é uma profissão que envolve vários aspectos da ciência e da
tecnologia. A criatividade é fundamental no desenvolvimento de novos pro-
jetos, criação de equipamentos e processos.
82
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
83
Anote isso
Criatividade é privilégio de seres humanos. Não há máquina no mundo que possa pensar cria-
tivamente. Mesmo o fantástico computador Deep Blue, que derrotou Kasparov, campeão mun-
dial de xadrez, não possui pensamento criativo – apenas uma capacidade imensa de combinar
programação. E, mesmo que fosse, isso só seria possível porque, pelo ser humano, foi progra-
mado para tanto. A própria IBM acredita nessa ideia: seu slogan, em meados da década de 1970,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
era “machines should work, people should think” (máquinas devem trabalhar, pessoas devem
84
UNIDADE X
COMUNICAÇÃO
E EXPRESSÃO NA
ENGENHARIA
Para ser um bom Engenheiro não é suficiente apenas saber utilizar os
conhecimentos adquiridos durante a sua formação. Não basta saber utilizar
as técnicas e instrumentos, saber empregar métodos de cálculo e de análise
de sistemas, conhecer em profundidade os procedimentos técnicos pertinen-
tes à profissão. Até porque alguns deles já estarão obsoletos quando chegar a
hora de usá-los na prática; e muitos outros conhecimentos vistos na universi-
dade jamais serão de fato necessários - de forma direta – durante toda a vida
profissional. De qualquer forma, todos eles cumprem o seu papel no processo
de educação, de formação de uma mentalidade e de abordagem de problemas.
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Um profissional eficiente é, antes de mais nada, aquele que sabe utilizar
os seus conhecimentos, a sua memória, o seu raciocínio e a sua capacidade de
pesquisar. Mas também é aquele que sabe se expressar, comunicando com efi-
cácia idéias e resultados de seu trabalho. Uma boa solução presa na cabeça de
seu criador é praticamente inútil (BAZZO e PEREIRA, 2006).
O Engenheiro precisa saber se comunicar, pois é uma atividade que realiza
constantemente em sua rotina de trabalho. Seja para emitir uma ordem de ser-
viço aos seus subordinados, seja para apresentar um projeto para clientes ou
órgãos financiadores, elaborar relatórios para a diretoria da empresa, preparar
manuais de instalação ou utilização de produtos, ou até mesmo para apresentar
trabalhos técnico-científicos em congressos, seminários, revistas técnicas etc.
Para o trabalho do Engenheiro não basta apenas ter o conhecimento se
não o souber transmitir. E a comunicação não é inerente apenas àquele profis-
sional que deseja seguir carreira no ensino da Engenharia, mas sim para todo
tipo de atuação, pois comunicando-se com eficiência, o Engenheiro consegue
desenvolver bem o seu trabalho e transmitir as mensagens de forma clara e
objetiva de forma que o escopo seja atendido.
O sucesso profissional depende tanto da qualidade do trabalho realizado
quanto da habilidade de fazer com que as pessoas entendam o que foi feito. Ser
compreendido é tão importante quanto ser competente tecnicamente (BAZZO
e PEREIRA, 2006).
86
A ENGENHARIA E A COMUNICAÇÃO
87
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura – Meios de comunicação na Engenharia.
Fonte: Disponível em: https://images.app.goo.gl/cbNq1Y5PQZrBWJXs5. Acesso em 15 jan 2020.
88
■ Endereço de e-mail profissional: tenha um e-mail exclusivo para usar
na empresa, um endereço corporativo, não trate de assuntos empresa-
riais com o endereço de e-mail pessoal. Ele deve ser escolhido de tal
forma que mostre quem você é e que fique claro para o destinatário
quem está enviando a mensagem.
■ Assunto da mensagem: ao definir o assunto da mensagem, procure ser o
mais objetivo possível. Evite usar o nome da empresa ou frases longas e
lembre-se, as pessoas abrem ou não as mensagens de acordo com o assunto.
■ Copiar todos e responder para todos: estes recursos precisam ser bem
utilizados. Copie todos os envolvidos no assunto a ser tratado, pois o
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura – Importância de verificar o e-mail.
Isto acontece
na prática
paulista, Jofel do Brasil Indústria e Comércio Ltda. Seu departamento de marketing correu contra
o tempo para preparar o lançamento de uma novidade na data determinada. Faltavam poucos
dias quando se descobriu que estava tudo pronto, menos o produto. A área de marketing não
havia sido avisada que componentes da embalagem do produto, importados, estavam retidos
90
UNIDADE XI
O PROJETO NA
ENGENHARIA
Um dos aspectos mais interessantes da engenharia é o projeto, pois nos
permite criar algo do zero. Para que um engenheiro de projeto seja bem-su-
cedido é necessário que possua uma série de talentos, alguns deles já citados
nos tópicos anteriores, como criatividade, conhecimento e habilidades, para
lidar com pessoas e se planejar.
Apesar dos engenheiros utilizarem os conhecimentos adquiridos pelo método
científico, não é este método que é utilizado no dia a dia dos engenheiros para
a elaboração de seus projetos, utiliza-se o método do projeto de engenharia.
O método de projeto de engenharia possui algumas etapas, que serão
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
apresentadas mais detalhadamente nesta unidade e que devem ser seguidas,
porém, não necessariamente de maneira rigorosa, por não ser um procedi-
mento rígido, o profissional possui a liberdade para utilizar o método do modo
que mais adeque ao seu trabalho.
Basicamente o método de projeto de engenharia contém os elementos:
Síntese, junção de vários elementos de maneira integrada; Análise, na qual se
utiliza matemática, ciência, técnicas de engenharia e economia para avaliar
de modo quantitativo o desempenho das diversas alternativas; Comunicação,
onde são realizadas apresentações de modo escrito e oral; e Implementação,
execução do que foi planejado.
O QUE É PROJETO
Projeto, segundo o Guia PMBOK (2013), pode ser definido como sendo um
esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado
exclusivo. Os projetos são temporários, tendo, portanto, início e fim definidos.
Se alcança o fim do projeto quando atingimos os objetivos do projeto, quando
precisamos encerrar o projeto porque os objetivos não podem ser alcançados
ou se não há mais a necessidade de existência do projeto.
Não é porque o projeto é temporário que ele vai ser de curta duração, há
projetos que possuem um tempo de duração muito longo. O que faz o projeto
ser temporário é o seu ciclo de vida, ou seja, uma hora ele vai acabar. Algo muito
importante e que temos que ter em mente é que este termo “temporário” não
92
se aplica aos resultados do projeto, normalmente iremos criar algo que deva
ser feito para durar muito tempo. Por exemplo, no projeto de construção de
um prédio, o projeto dele irá durar até o término da construção, mas, o pré-
dio, que é o nosso resultado, deve ser feito para durar muitos anos.
Cada projeto é único e vai gerar um produto ou serviço únicos. Nós vamos
ter elementos nos projetos que irão se repetir, como os materiais utilizados, a
mesma equipe de projeto, o mesmo modelo de projeto, mas isto não tira a sin-
gularidade de cada resultado, por mais que pareçam iguais. No caso da
construção de prédios, por exemplo, às vezes podem parecer iguais, além de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Assim como temos atividades dentro dos projetos que podem ser repetitivas,
também temos atividades que podem ser novas para a equipe de projeto, e quando
isso ocorre é necessário realizar um planejamento mais dedicado do que um tra-
balho de rotina. De acordo com o Guia PMBOK (2013), um projeto pode criar:
■ Um produto que pode ser um componente de outro item, um aprimo-
ramento de outro item, ou um item final;
■ Um serviço ou a capacidade de realizar um serviço (por exemplo, uma
função de negócios que dá suporte à produção ou distribuição);
93
■ Uma melhoria nas linhas de produtos e serviços (por exemplo, um pro-
jeto Seis Sigma executado para reduzir falhas); ou
■ Um resultado, como um produto ou documento (por exemplo, um pro-
jeto de pesquisa que desenvolve o conhecimento que pode ser usado
para determinar se uma tendência existe ou se um novo processo bene-
ficiará a sociedade).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■ Efetuar uma mudança na estrutura, processos, pessoal ou estilo de uma
organização;
■ Desenvolvimento ou aquisição de um sistema de informações novo ou
modificado (hardware ou software);
■ Realizar um esforço de pesquisa cujo resultado será apropriadamente
registrado;
■ Construção de um prédio, planta industrial ou infraestrutura; ou
■ Implementação, melhoria, ou aprimoramento dos processos e proce-
dimentos dos negócios existentes.
GERENCIAMENTO DE PROJETOS
94
Geralmente, o gerenciamento de um projeto normalmente deverá incluir
algumas características como identificar os requisitos necessários; abordar as
necessidades, preocupações e desejos dos envolvidos no planejamento e execu-
ção do projeto; estruturar a comunicação entre os envolvidos no projeto para que
seja a mais eficaz possível, fornecendo informações corretas na hora certa; geren-
ciar as partes interessadas com o objetivo de atender aos requisitos do projeto e a
elaborar as entregas; equilibrar as restrições conflitantes do projeto que podem ser
o escopo, a qualidade desejada, cronograma, orçamento, recursos, entre outros.
As características próprias de cada projeto podem intervir nas restrições
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
95
Os gerentes de projetos, de um modo abrangente, têm como função atender
necessidades que podem ser: de tarefas, necessidades de equipe e necessidades
individuais. O gerente de projetos acaba se tornando o elo entre a estratégia e a
equipe, pois o projeto é uma parte indispensável ao crescimento e sobrevivên-
cia das organizações. Os projetos ajudam na criação de valor, melhorando os
processos de negócios, são essenciais para o desenvolvimento de novos produ-
tos e serviços, e tornam o processo de mudanças na organização mais fáceis.
Dessa forma, a função do gerente de projetos torna-se cada vez mais
estratégico. Porém, compreender e aplicar corretamente o conhecimento, as
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ferramentas e técnicas de projeto não são suficientes para um bom gerencia-
mento de projetos. Além das habilidades técnicas específicas e das proficiências
de gerenciamento geral do projeto, o gerenciamento de projetos bem feito exige
que o gerente possua as seguintes competências, segundo Lopes, Gonçalves e
Pacagnella Júnior (2014):
■ Conhecimento: Refere-se ao que o gerente de projetos sabe sobre geren-
ciamento de projetos.
■ Desempenho: Refere-se ao que o gerente de projetos é capaz de fazer ou
realizar quando aplica seu conhecimento em gerenciamento de projetos.
■ Pessoal: Refere-se ao comportamento do gerente de projetos na execu-
ção do projeto ou atividade relacionada. A efetividade pessoal abrange
atitudes, principais características de personalidade, e liderança, que
fornecem a habilidade de guiar a equipe do projeto ao mesmo tempo
em que atinge objetivos e equilibra as suas restrições.
EQUIPE DO PROJETO
Agora nós iremos falar sobre um elemento muito importante para o bom
desempenho de um projeto, que é a equipe que irá trabalhar nele. Fazem parte
da equipe do projeto o gerente do projeto e o grupo de pessoas que trabalham
em conjunto para executar o trabalho e alcançar os objetivos propostos.
96
Compõem a equipe pessoas de áreas diferentes, que possuem conhecimentos
sobre um assunto específico ou habilidades específicas para executar cada etapa.
Esta equipe é estruturada e as características dela podem variar, porém uma carac-
terística que não muda é a função do gerente de projetos como líder da equipe,
não importa qual seja o nível de autoridade que ele tenha sobre os seus membros.
Como apresenta o Guia PMBOK (2013), as equipes de projeto incluem
papéis como:
■ Pessoal de gerenciamento do projeto: aqueles que realizam as ativida-
des relacionadas com o gerenciamento do projeto, sendo estas elaborar
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■ Membros parceiros de negócios: membros de organizações parceiras
podem fazer parte da equipe de projeto para assegurar sua coordena-
ção adequada.
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e se reportam diretamente ao gerente do projeto. Para o gerente, esta estru-
tura é a mais fácil de lidar, devido às linhas de autoridade que são mais claras,
e ao fato de que os membros da equipe podem se concentrar exclusivamente
aos objetivos do projeto.
Já na equipe de tempo parcial, os projetos são estabelecidos como um
trabalho adicional temporário, então, tanto o gerente de projeto como os mem-
bros da equipe trabalham no projeto, porém continuam em suas organizações
desempenhando suas funções. Neste caso, geralmente, o gerente do projeto
continua a executar outras tarefas de gerenciamento e os membros da equipe
podem ser alocados para mais de um projeto de uma vez.
Como comentamos, a composição da equipe do projeto pode variar tam-
bém conforme a localização geográfica de seus membros. Como exemplo temos
as equipes de trabalho virtuais. Atualmente temos tecnologias de comunica-
ção que nos permitem ter este tipo de estrutura, em que os membros da equipe
podem estar localizados em locais ou países diferentes do restante dos outros
membros. Para ter este tipo de equipe é necessário disponibilizar ferramentas
colaborativas, como espaços de trabalho compartilhados on-line e videocon-
ferências. O gerente que lidera uma equipe virtual deve entender as diferentes
culturas dos membros, as horas de trabalho, os fusos horários, as condições
locais e os diferentes idiomas.
98
CICLO DE VIDA DO PROJETO
99
■ A capacidade de influenciar as características finais do produto do pro-
jeto, sem impacto significativo sobre os custos, é mais alta no início do
projeto e diminui à medida que o projeto progride para o seu término.
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Anote isso
Sugestão de leitura:
Guide to the Project Management Body of Knowledge (ou guia para o conjunto de conhecimen-
tos de gerenciamento de projetos), mais conhecida como PMBOK e já citada nesta unidade. Ele
é considerado por muitos autores como um evento que marcou o antes e o depois do Guia na
história da gestão de projetos. O PMBOK foi elaborado pelo Project Management Institute (PMI),
de um projeto, porém não de ser utilizado como metodologia, pois cada projeto possui sua
se basear no Guia para gerenciar seu projeto, sempre buscando o que melhor se adapta para
sua situação. Se você pensa em gerenciar projetos, é altamente recomendável a leitura deste
100
UNIDADE XII
O MÉTODO DE PROJETO
DE ENGENHARIA – I
Neste tópico iremos apresentar de modo detalhado o método de projeto de enge-
nharia, este método é genérico e não precisa ser seguido à risca, mas seguiremos as
etapas descritas por Holtzapple e Reece (2015) e ilustradas na Figura a seguir.
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102
Depois de feito isso, as duas últimas etapas são realizadas em sequência.
Como resultado de um projeto de engenharia temos um produto, serviço ou
processo feito para atender as necessidades da sociedade. Nos próximos tópi-
cos serão detalhadas cada uma das etapas do método de projeto de engenharia.
103
Pode ser que o problema não seja a capacidade da via. Talvez, para resolver
este problema, precisamos construir uma pista exclusiva para ônibus ou para
caminhões dependendo dos tipos de veículos que trafegam pela via. Podemos
então mudar o problema para: “Como podemos elaborar um sistema de trans-
porte que seja mais rápido e mais eficiente?”
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Como os projetos modernos de engenharia têm atualmente uma alta com-
plexidade, dificilmente um projeto é realizado por uma única pessoa, pelo
contrário, o projeto é elaborado por uma equipe formada por pessoas com pos-
suem habilidades que se complementam. Até algum tempo atrás utilizava-se
a engenharia sequencial, onde o projeto seria realizado de maneira comparti-
mentada, onde cada especialista trabalhava separadamente dos demais.
De acordo com Santos (2015), neste sistema de engenharia sequencial cada
uma das etapas do projeto é realizada de maneira isolada, por diferentes espe-
cialistas, sem integrar um ao outro, apesar de se tratar do mesmo projeto final.
Ao término de cada uma das etapas, é necessário elaborar um projeto de com-
patibilização, que vai analisar e unir todos os planejamentos realizados, com o
objetivo de resolver conflitos entre os sistemas projetados.
Um dos problemas encontrados na engenharia sequencial é o desenvolvimento
do projeto de compatibilização, que demanda uma quantidade considerável de
tempo para sua elaboração, porém, o maior problema é que a resolução dos confli-
tos, muitas vezes, exige novas revisões dos projetos iniciais, demandando ainda mais
tempo. A demora causada por este processo acaba reduzindo também os níveis de
qualidade e detalhamentos, além de prejudicar o início e/ou andamento das obras.
Visando suprir as necessidades da engenharia sequencial, foi criada a engenha-
ria simultânea, na qual os especialistas fazem parte da mesma equipe trabalhando de
maneira integrada, facilitando o compartilhamento de informações e todas as etapas
do projeto são realizadas de maneira paralela e integrada. Este novo sistema possi-
bilita maior agilidade nas tomadas de decisão levando em conta todos os sistemas
e características do projeto, fazendo com que um se ajuste ao outro de modo eficaz.
104
Com a engenharia
sequencial os projetos são elaborados de maneira har-
mônica, mais rápido e mais eficiente. Dessa forma, a vantagem da utilização
deste sistema é principalmente a redução significativa do tempo utilizado para
a elaboração da fase de projeto e contribuição para o cronograma de obras,
visto que a qualidade dos projetos elaborados irá minimizar os erros e proble-
mas de execução que seriam corrigidos in loco.
CRITÉRIOS DE SUCESSO
105
■ Construção com itens do estoque: devemos saber se teremos que utili-
zar itens que já estão em estoque, se temos estes itens em estoque, ou se
podemos comprar os materiais de acordo com as necessidades do projeto.
■ Competição: é necessário saber se o produto final é único ou teremos
concorrência com produtos parecidos.
■ Viabilidade de fabricação: outra fonte de limitação é conhecer se o seu
projeto é viável ou não.
Depois que identificamos os fatores que limitam os projetos, se faz neces-
sário identificar o critério de sucesso, ou seja, quais são os objetivos do projeto.
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Holtzapple e Reece (2015) definem como possíveis objetivos:
■ Estética: quando fazemos projetos pensando no consumidor devemos
levar em consideração a estética do nosso produto. A estética vai deter-
minar se nosso produto vai ser um sucesso ou não, pois não importa
qual seja a resistência ou funcionalidade de um produto, se ele for feio
ninguém comprará.
■ Desempenho: o desempenho, geralmente é determinado por quem está
produzindo, mas em determinadas situações pode atender a uma exi-
gência do consumidor.
■ Qualidade: já a qualidade é sempre determinada pelo consumidor, os
produtos devem atender às exigências do consumidor para que o mesmo
seja considerado de qualidade.
■ Fatores humanos: como a maior parte dos produtos são utilizados por
humanos, devemos considerar os usuários humanos para realizar nos-
sos projetos.
■ Custo: por mais que um produto seja bonito, com qualidade e de fácil
utilização, se for muito caro não terá sucesso no mercado. Devemos
considerar dois tipos de custos: o custo de capital inicial, que é o preço
de venda do produto, e o custo do ciclo de vida, que são os custos com
a utilização e manutenção.
■ Segurança: deve-se sempre projetar produtos seguros para quem o vai
utilizar. Como não é possível produzir produtos totalmente seguros,
devido aos custos, o engenheiro deve seguir padrões de segurança pre-
viamente estabelecidos.
106
■ Ambiente de operação: o engenheiro deve projetar os produtos de
acordo com o ambiente de operação, se vai ser submetido a tempera-
turas muito altas ou muito baixas, se pode sofrer corrosão, entre outras
características.
■ Efeito nas cercanias: devido ao aumento da preocupação com as degra-
dações ambientais que determinados processos causam, devemos levar
em conta os efeitos que nossos projetos podem causar nos arredores,
como poluição, vibrações e descarte de resíduos.
■ Logística: devemos considerar a logística nos nossos projetos, desde a
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107
Isto acontece
na prática
Em 1997, Paul MacCready se tornou famoso ao receber o Prêmio Kremer, de U$95 mil, por ser
a primeira pessoa a construir um aeroplano mais pesado que o ar, movido a energia humana
e capaz de voar de forma sustentada e controlada. Paul o recebeu por construir o Gossamer
Condor. Henry Kremer então ofereceu um prêmio de U$213 mil à primeira pessoa a construir
um aeroplano mais pesado que o ar, movido pela força humana e capaz de atravessar o Canal da
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construiu o Solar Challenger, que carregou um piloto por 261 km a 3350 m de altitude em um
veículo movido pela energia solar. Em 1984, seu Bionic Bat movido a energia humana recebeu
dois Prêmios Kremer por velocidade. Em 1987, ele construiu o Sunny Racer, carro movido a
energia solar que venceu uma corrida na Austrália. Em 1990, MacCready introduziu o automóvel
elétrico Impact, que foi produzido em massa pela General Motors. Paul MacCready fundou a Ae-
roVironment, Inc., uma companhia envolvida com a qualidade do ar, resíduos perigosos, fontes
108
UNIDADE XIII
O MÉTODO DE PROJETO
DE ENGENHARIA – II
Neste tópico iremos continuar abordando as etapas no método de projeto
de engenharia.
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Figura - Estudo de viabilidade faz parte do método de projeto de Engenharia.
Fonte: Freepik.com
Esta etapa exige que os engenheiros busquem ideias para resolver os pro-
blemas do projeto. A geração de ideias faz parte de um processo criativo, não
podendo, portanto, ser feita por meio de um algoritmo. Em vez disso, Holtzapple
e Reece (2015) oferecem algumas heurísticas:
■ Posso eliminar a necessidade? Os engenheiros sempre devem pensar
de modo com que consigam eliminar totalmente a necessidade e não
somente “remediá-la” com soluções alternativas.
■ Questione as hipóteses básicas: sempre questione como as coisas estão
sendo feitas, você pode encontrar a solução para um problema somente
mudando o método de realizá-lo.
■ Adquira conhecimento: na engenharia o surgimento das ideias não
110
acontece do zero, trabalhamos sobre uma base de conhecimento. Na
busca de uma solução, o engenheiro deve buscar tanto conhecimento
quanto possível sobre o problema estudado.
■ Empregue analogias: quando se utiliza analogias, o engenheiro de proje-
tos pode analisar informações de outras áreas, encontrar as similaridades
e utilizá-las em seu projeto.
■ Identifique os parâmetros críticos: vários projetos possuem uma carac-
terística crítica que deve ser eliminada para se adquira a funcionalidade
do projeto, depois que estes parâmetros são caracterizados e elimina-
dos, o projeto terá uma solução funcional.
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ESTUDO DE VIABILIDADE
Este estudo tem como objetivo eliminar ideias de modo rápido, olhando o
quadro de maneira geral e focando nos aspectos mais importantes do problema.
Quinta Etapa - Analisar cada solução em potencial: nesta primeira aná-
lise de cada solução em potencial, a equipe do projeto pode utilizar cálculos
simples ou heurísticas simples, como número de etapas do projeto, número de
componentes, para caracterizar cada projeto e analisar as opções de projeto.
111
Sexta Etapa – Escolher a Melhor Solução: apesar de os engenheiros gosta-
rem de analisar cada opção de maneira detalhada, isso geralmente é impossível.
Como não temos tempo suficiente para fazer esta análise detalhada, é neces-
sário excluir algumas opções com base no estudo de viabilidade.
Sétima Etapa – Documentar a Solução: depois de buscar a solução e
fazer as escolhas, os resultados devem ser documentados de forma escrita. O
relatório tem que conter o problema, os critérios de sucesso identificados, a des-
crição e análise das várias opções, a descrição de como foi feita a classificação
da melhor opção e a recomendação da melhor opção. Depois de finalizado, o
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relatório deve ser entregue a todos os componentes da equipe para que todos
trabalhem em sincronia.
Oitava Etapa – Comunicar a Solução à Gerência: os engenheiros devem
sempre relatar os resultados obtidos à gerência, enviando uma cópia do rela-
tório que foi desenvolvido nesta etapa.
PROJETO PRELIMINAR
112
detalhes. Este relatório deverá ser apresentado à gerência de maneira oral, para que
eles possam fazer perguntas sobre o projeto e determinar se é viável seguir em frente.
PROJETO DETALHADO
113
Isto acontece
na prática
Um excelente exemplo disso pode ser observado na criação do removedor de ferrugem, muito
conhecido no mercado pelas suas diversas aplicações, o WD-40. O WD-40 foi inventado há mais
de 60 anos, em 1953, por três funcionários da Rocket Chemical Company. A partir de um pequeno
laboratório em San Diego, Califórnia, procuraram criar uma gama de solventes e desengordu-
rantes que prevenisse a ferrugem, para utilização na indústria aeroespacial. O chefe da equipe,
o químico Norm Larsen, procurava uma solução para a NASA que repelisse a água, de modo
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a proteger o míssil espacial Atlas contra a ferrugem e a corrosão. No entanto, só ao final de 40
tentativas é que Larsen e a sua equipe descobriram a fórmula de renome mundial. Daí o nome
114
UNIDADE XIV
A ENGENHARIA
APLICADA NA
RESOLUÇÃO DE
PROBLEMAS
O trabalho do engenheiro é uma incessante procura pela redução de peso,
custo, consumo e pelo aumento do rendimento de sistemas, da sua produti-
vidade, utilidade. Como sempre, existem várias soluções para cada problema,
o engenheiro deve também estar apto a selecionar a melhor dentre elas. Essa
seleção nem sempre se dá por decisões puramente técnicas, nem acontecem
por passe de mágica. Além do mais, um bom profissional jamais estará satis-
feito com o seu trabalho enquanto não conseguir melhorar uma solução até
quanto lhe for possível. O procedimento utilizado para se chegar a estes obje-
tivos é a otimização.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Otimização é o processo de procura por uma solução que forneça o máximo
benefício segundo algum critério; ou seja, é a busca da melhor condição.
Afirmamos que é procura, porque nem sempre a condição ótima é alcançada,
embora o ótimo seja sempre uma meta. Às vezes, restrições econômicas, de
tempo, de recursos técnicos ou mesmo de falta de conhecimento limitam essa
busca pelo ótimo.
Por ótimo entendemos o melhor possível, ou seja, a melhor solução para
um problema ou a condição mais favorável de um parâmetro, que pode apa-
recer de diferentes formas. Por exemplo, em algumas situações procuramos
por um máximo - como no caso de melhorar a produtividade na colheita de
grãos numa plantação de soja -, e em outras, por um mínimo – quando pro-
curamos reduzir um custo - como no caso em que queremos reduzir os gastos
com transporte de frangos entre o aviário e o abatedouro. Assim, o processo
de otimização em engenharia pode ser entendido como um procedimento de
maximizar ou minimizar variáveis (BAZZO e PEREIRA, 2006).
Entretanto, em todo processo de otimização, o engenheiro em algum
momento irá se deparar com uma situação na qual ele deverá tomar uma deci-
são que, de acordo com Lachtermacher (2016), é identificar um problema (ou
oportunidade) e escolher uma forma de resolvê-lo. O problema ocorre quando
o estado atual de um cenário é diferente do esperado e a oportunidade se dá
no momento em que as circunstâncias permitem que metas ou objetivos sejam
superados. De modo complementar, a definição de decisão segundo Chiavenato
(2003) remete ao “processo de análise e escolha entre as alternativas disponí-
veis de cursos de ações que a pessoa deverá seguir”.
116
Para auxiliar no processo de tomada de decisão, o engenheiro desenvolve
ao longo da sua formação diversas habilidades e competências, além de dispor
de inúmeras ferramentas para essa aplicação. Nesta unidade serão discutidas
duas importantes ferramentas que são a modelagem e a simulação aplicada
na resolução de problemas.
MODELAGEM EM ENGENHARIA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
117
compreender o que de fato ele será - a sua essência, funcionamento, detalhes
construtivos, operação, manutenção etc.
Modelar significa representar o sistema físico real, ou parte dele, em forma
física ou simbólica de maneira convenientemente preparada para predizer
ou descrever o seu comportamento. A modelagem é a atividade de construir
o modelo para representar o sistema físico real, ou seja, é o ato de modelar
(BAZZO e PEREIRA, 2006).
Os modelos são uma representação simplificada da realidade, pois além do
nível de complexidade da realidade, têm alguns parâmetros que podem exer-
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cer alguma influência no comportamento real, mas que não nos interessam.
É evidente que quanto mais o modelo se aproximar da realidade, mais com-
plexo será e mais difícil para obter a solução ótima, necessitando, para tanto,
de um maior processamento (MUNHOZ e AOKI, 2018).
Agora que você já sabe que o engenheiro pode fazer a utilização de mode-
los na busca por uma solução ótima para um problema, ou para auxiliar no
processo de tomada de decisão, vamos conhecer quais são os principais tipos
de modelos e suas características.
Os modelos podem ser classificados em icônicos, que também podem ser
chamados de concretos, modelos analógicos e modelos simbólicos, também
chamados de abstratos.
Os modelos icônicos são aqueles que são construídos por meio de fatos
da realidade, tal como o mapa da malha do metrô de São Paulo, com a divi-
são dos bairros, apresentado na Figura.
118
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
119
Os modelos analógicos são uma representação física de um fenômeno ou
processo para que possamos entender adequadamente seu funcionamento ou
origem. Por exemplo, um termômetro é um modelo analógico que tem como
finalidade medir a temperatura, ou seja, por meio de um termômetro conse-
guimos representar um fenômeno físico e fazer uma medição.
Já os modelos abstratos são aqueles que serão aplicados na pesquisa opera-
cional, pois eles podem ser utilizados para o estudo de propriedades por meio
da simulação. Normalmente este é o tipo de modelo utilizado por engenhei-
ros na resolução de problemas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SIMULAÇÃO EM ENGENHARIA
120
O objetivo da simulação é tentar prever como se comportarão os siste-
mas no futuro, ou seja, uma maneira de antecipar os efeitos produzidos por
mudanças, ou implantação de novos métodos nas rotinas e operações. Através
da simulação é possível propor hipóteses e teorias considerando as observa-
ções do comportamento do modelo construído, o que facilita a compreensão
e aceitação de resultados.
A simulação pode envolver protótipos - primeiros exemplares de um pro-
duto, construídos para testes - ou modelos submetidos a ambientes físicos reais.
No caso particular de modelos matemáticos, eles são submetidos a distúrbios
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Anote isso
simulação é bem mais simples que os modelos matemáticos analíticos, exigindo conhecimento
podendo prejudicar a representação do sistema real que está sendo simulado. E a simulação
é, geralmente, mais fácil de aplicar que os métodos analíticos (FREITAS FILHO, 2008, p. 26). Os
121
UNIDADE XV
TECNOLOGIA E
INOVAÇÃO NA
ENGENHARIA
É muito comum ouvirmos o termo inovação tecnológica associado à
Engenharia. A criação de novos produtos, o desenvolvimento de novos proces-
sos ou a utilização de novos métodos fazem parte dessas inovações tecnológicas.
O desenvolvimento científico aliado ao tecnológico tem tornado o século XXI
a Era da Tecnologia, levando a sociedade a mudanças de hábitos de consumo
e mudanças culturais.
Nesta unidade abordaremos a tecnologia e as principais inovações aplicadas
à engenharia em suas diferentes áreas, para isso iremos conhecer as principais
definições destes termos e apresentar exemplos que comprovam esse constante
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
avanço na engenharia.
TECNOLOGIA NA ENGENHARIA
Você já deve ter ouvido inúmeras vezes o termo tecnologia, afinal estamos
no século XXI, na Era da modernidade e dos avanços tecnológicos, época em
que os filmes de ficção científica retratavam com tudo o que pode ser imagi-
nado de mais futurístico. Carros voadores, avanços na medicina, robôs com
sentimentos humanos, tudo isso faz parte de um avanço tecnológico, mas afi-
nal, o que é tecnologia?
A palavra tecnologia é de origem grega: techné significa saber fazer, e logos
significa razão, portanto a tecnologia pode ser definida como “um conjunto
de conhecimentos, especialmente princípios científicos, que se aplicam a um
determinado ramo de atividade” (SILVA, 2002, p. 1). O termo tecnologia come-
çou a ser empregado ao final do século XVII nas indústrias têxtil e mecânica,
porém passou a ser aplicado em todas as áreas do conhecimento.
A tecnologia é sempre associada a conhecimentos sofisticados e à ciência,
mas, desde o desenvolvimento das primeiras ferramentas e utensílios pelos
homens primitivos, ela já estava sendo aplicada. A técnica surgiu antes do
conhecimento científico, que viria a explicar o funcionamento daquela.
124
Conforme mudam os padrões sociais e culturais, a tecnologia também
muda, sendo muito dinâmica. O que em um momento é considerado tecnolo-
gia de ponta, no momento seguinte é obsoleto, exigindo novos procedimentos,
conceitos e atitudes para inovar. Ao final, a tecnologia é um produto de
todas as formas de conhecimento humano produzido ao longo da história
(VERASZTO et al., 2004).
Autores de livros, filmes e desenhos de ficção científica antigos previam
alguns avanços das tecnologias utilizadas na atualidade. Como exemplo, temos
o livro Vinte mil léguas submarinas, de Júlio Verne, publicado em 1870, que
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
125
A tecnologia, em conjunto com a ciência, pode ser aplicada em todas áreas
do conhecimento, trazendo incontáveis benefícios para a humanidade, que
vive em constante evolução. A seguir serão apresentados o desenvolvimento
de algumas tecnologias em diferentes áreas da engenharia:
Engenharia civil: como apresentado no primeiro capítulo, Imhotep é con-
siderado o primeiro engenheiro, pois construía pirâmides para o Rei Djoser,
no Egito, em 2.500 a.C. Qual era a tecnologia utilizada para transportar as
pedras de 2,5 toneladas pelo deserto? Essa pergunta demorou muitos anos para
ser respondida e alguns acreditavam na hipótese de que alienígenas constru-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
íram as pirâmides! Mas, pesquisadores holandeses conseguiram descobrir a
resposta: as pedras eram transportadas por uma espécie de trenó puxado por
dezenas de escravos sobre a areia molhada, o que diminuía muito o atrito
(OLIVEIRA, 2014). Veja, na Figura, a ilustração de uma estátua sendo trans-
portada, com um escravo molhando a areia e dezenas de outros puxando o
trenó. Com o passar do tempo, a tecnologia dos sistemas de construção evo-
luiu muito: existem estruturas pré-fabricadas que propiciam a construção
rápida de prédios, preenchimento com cimento bombeado diretamente em
estruturas previamente fabricadas e sistemas em que um único operário é capaz
de cimentar um andar inteiro de uma casa ou edifício.
126
Engenharia de Produção: a forma de produção sofreu grande mudança
desde o início da civilização, quando os primeiros artesãos trabalhavam de
modo individualizado e manual, sem uma metodologia específica. Uma revo-
lução tecnológica do sistema de produção foi o Fordismo, criado por Henry
Ford no século XIX, que introduziu o conceito de linhas de montagem. Nessas,
o operário ficava parado, realizando uma tarefa específica, enquanto o produto
fabricado se deslocava pelo interior da fábrica, aumentando a produtividade
e os lucros; esse método é utilizado até os dias de hoje (TENÓRIO, 2011). O
controle do processo produtivo nos tempos atuais conta com sistemas infor-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
matizados e modernos.
Engenharia de Alimentos: a indústria de alimentos está em evolução cons-
tante e a tecnologia desempenha um papel cada vez mais importante neste setor.
Os avanços científicos e técnicos permitem hoje produzir alimentos e bebidas
que se adaptam melhor à procura dos consumidores de uma forma segura, com
processos produtivos mais sustentáveis e eficientes, cobrindo a procura dos mer-
cados globais. Com a adoção de novas tecnologias, a área de Alimentação vem
conseguindo otimizar significativamente o uso de energia elétrica, gás, além
de diminuir o consumo de água e a produção de resíduos orgânicos, o que se
reflete em impacto positivo no meio ambiente. Para se ter ideia, segundo dados
do Ministério do Meio Ambiente, os resíduos orgânicos correspondem a mais
de 50% do total de resíduos sólidos urbanos gerados no Brasil.
Engenharia de controle e automação: a automação e o controle dos siste-
mas de produção foram possíveis devido à evolução tecnológica da informática
e da ciência. Após a invenção do computador, o desenvolvimento da automa-
ção e da inteligência artificial foi vertiginoso e os sistemas robóticos passaram
a exercer um papel importante na sociedade. Exemplos de aplicação: operários
nas linhas de montagem foram substituídos, em parte, por braços robóticos e
os sistemas de controle da produção tornaram-se totalmente automatizados,
em que um só operário pode controlar várias linhas de produção através do
computador.
127
INOVAÇÃO NA ENGENHARIA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Há ainda a falta de engenheiros da área de PD&I para criar produtos em
larga escala, o que é um problema (WATANABE, 2016). A baixa quantidade de
cientistas e engenheiros nas empresas leva a dificuldades no desenvolvimento
econômico brasileiro, como a baixa competitividade tecnológica e a pequena
capacidade para transformar inovação em riqueza (BRITO CRUZ, 2004).
Um engenheiro deve saber identificar a diversidade de variáveis de um
problema que pretende solucionar, fazer um levantamento das ferramentas
disponíveis, ou criá-las, além de direcionar seus esforços para obter resulta-
dos que levem a uma coesão social, mantendo o desenvolvimento tecnológico
como aliado, e não como premissa para sua ação (FERRAREZZO, 2017).
128
Isto está
na rede
a robótica tenha dado vida a todos os tipos de robôs, com capacidades múltiplas e diversas, o
objetivo dos robôs humanoides é imitar os seres humanos ao máximo possível. Para isso, os
especialistas japoneses projetaram peças articuladas muito especiais, que permitem reproduzir o
movimento dos seres humanos quase à perfeição. Kengoro, como foi batizado o robô humanoi-
de, pode realizar todos os tipos de flexões, abdominais e até jogar peteca. Além disso, ao emular
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o sistema muscular, ele é capaz de suar e dispõe de válvulas para liberar o vapor produzido.
129
UNIDADE XVI
ENGENHARIA 4.0
A engenharia é um dos pilares da sociedade e as mudanças no cenário tec-
nológico também impactaram o segmento. O surgimento do conceito Indústria
4.0 é um dos principais sinais de que este é apenas o começo de uma nova fase
da revolução industrial na qual o mundo está prestes a vivenciar.
O futuro das melhores práticas na engenharia está na Engenharia 4.0,
a próxima revolução da engenharia. Este novo paradigma tem a ver com a
mudança e a capacidade das empresas de responderem rapidamente às con-
dições de um mercado cada vez mais dinâmico. Empresas que podem adotar
rapidamente as ferramentas de engenharia mais modernas terão a vantagem
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sobre os concorrentes no que diz respeito aos processos de desenvolvimento
de produto. Essa revolução também impactará o mercado de trabalho do
engenheiro, proporcionando mais áreas e especialidades promissoras para o
desenvolvimento da nação.
Neste capítulo conheceremos mais sobre a indústria 4.0, como ela influen-
cia o universo da Engenharia e, por fim, as características que o mercado busca
no perfil do engenheiro do futuro.
A INDÚSTRIA 4.0
132
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Biologia Sintética: É a convergência de novos desenvolvimentos tecno-
lógicos nas áreas de química, biologia, ciência da computação e engenharia,
permitindo o projeto e construção de novas partes biológicas tais como
enzimas, células, circuitos genéticos e redesenho de sistemas biológicos
existentes.
Sistemas ciber-físicos: consiste na combinação de componentes de softwa-
res com partes eletrônicas ou mecânicas. Para deixar mais claro, esses sistemas
ciber-físicos visam o desenho, construção e caracterização de novos circuitos
através da utilização de partes biológicas e modelos computacionais, tendo
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como objetivo, redesenhar microrganismos para aplicações biotecnológicas.
Os sistemas ciber-físicos constituem uma parte importante da indústria 4.0,
uma vez que fazem a integração da parte física e biológica com a parte de sof-
tware. Podemos citar os robôs, a Internet das Coisas e máquinas conectadas
em rede como exemplos de sistemas ciber-físicos.
A ENGENHARIA 4.0
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Essas novas tendências têm impacto direto na atuação dos engenheiros,
demandando profissionais mais qualificados que sejam capazes de lidar com
os novos aparatos tecnológicos, deixando de executar tarefas repetitivas para
atuar em áreas mais estratégicas.
Esse cenário, na contramão do pensamento que enxerga a substituição
de funcionários por máquinas — principalmente nas linhas de produção —,
aponta para um futuro com boas oportunidades de crescimento no campo da
Engenharia, principalmente nas áreas de mecânica e tecnologia da informação.
Mas quais serão as competências necessárias para se tornar um engenheiro
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Em um mercado que valoriza cada vez mais a alta qualificação dos profis-
sionais, buscando mão de obra especializada, existem algumas características
que fazem a diferença na hora de conquistar uma oportunidade de trabalho
e, neste tópico, serão listadas as principais:
Atualização constante: Investir em novos conhecimentos é imprescindí-
vel para qualquer profissional que deseja se adaptar às mudanças trazidas pela
indústria 4.0. Por isso, é muito importante ir além da graduação e investir em
novos cursos de especialização de acordo com as demandas do mercado de tra-
balho em Engenharia. Dessa forma, você se mantém sempre atualizado, amplia
o networking ao interagir com professores e outros alunos e ainda adquire um
perfil multidisciplinar, altamente valorizado pelas empresas.
Boa comunicação interpessoal: Transmitir orientações aos colaboradores
de forma clara e objetiva, fornecer feedbacks construtivos ou saber como apre-
sentar sugestões aos superiores é um fator de suma importância que contribui
com o aumento da produtividade e a excelência na realização das atividades
diárias. Essa habilidade de comunicação também contribui para o estabeleci-
mento de um bom relacionamento com toda a equipe, ajudando a manter um
clima corporativo mais harmonioso e saudável.
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Visão analítica: Ter um olhar aguçado para captar e analisar as tendências,
não só da Engenharia, mas do mercado corporativo como um todo, é essen-
cial para o crescimento do profissional atual, fazendo com que ele se adapte às
mudanças de forma mais ágil e tranquila. Além disso, essa capacidade de ava-
liar as transformações da indústria também é extremamente importante para
as empresas, ampliando o seu potencial competitivo diante da concorrência.
Planejamento estratégico: Outra habilidade bastante valorizada é a capa-
cidade de construir um planejamento bem estruturado e colocá-lo em prática
com sucesso a partir de um cronograma preestabelecido e de acordo com os
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objetivos que a empresa deseja conquistar. Para isso, é importante que o pro-
fissional saiba aplicar as competências de comunicação e visão analítica que
mencionamos anteriormente, junto à interpretação de dados, gráficos e tabelas
para realizar um estudo do perfil do mercado e alinhar os projetos às tendên-
cias mais atuais.
Como você percebeu, o futuro da Engenharia está chegando com tudo
para transformar o mercado, trazendo novos desafios e tecnologias para as
indústrias dos mais diversos segmentos. Do ponto de vista profissional, essa
evolução pode trazer excelentes oportunidades de atuação. Basta ficar de olho
nas tendências e investir em capacitação constante.
Isto está
na rede
Uma das carreiras que mais visualizou mudanças ao longo das décadas foi a engenharia. Enquan-
to no século 18, com a Revolução Industrial, o grande avanço foi a substituição da força humana
por máquinas a vapor, no cenário atual o grande desafio é reconfigurar o trabalho humano
para a chamada Indústria 4.0, em que máquinas trocam dados entre si para fazer a automação
cas-na-industria-apontam-para-necessidade-de-um-novo-perfil-de-engenheiro,70003094949.
136
CONCLUSÃO
Parabéns caro(a) aluno(a)! Se você chegou até aqui, significa que concluiu
exitosamente o curso Introdução à Engenharia. Ao longo dos capítulos deste
livro foram abordados diversos temas com informações importantes para o
futuro profissional de Engenharia.
Desde as primeiras unidades vimos que os engenheiros são profissio-
nais que buscam aplicar conhecimentos adquiridos nos campos da ciência,
matemática, economia e social, por meio da teoria, da experimentação e da
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dependem deles. Mas, além das leis há diversos outros aspectos não previstos
especificamente e que devem fazer parte do compromisso do profissional com
a ética, estes aspectos podem ser dispostos em um código de ética.
Você aprendeu também que o projeto é um dos fatores mais interessantes
da engenharia. Um projeto é iniciado sempre que temos um problema concreto.
Portanto, é a elaboração de uma solução para um problema, onde, para resolver
este problema, iremos transformar ideias em ações. Para encontrar esta solu-
ção para o problema é necessário documentar, ou seja, colocar no papel, tudo
o que é preciso para desenvolver o conjunto de atividades a serem realizadas,
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como quais são os objetivos, como faremos para atingi-los, quais os recursos
necessários, onde serão obtidos e como avaliaremos os resultados. Vimos tam-
bém o método de projeto de engenharia e todas as suas etapas. A Síntese, etapa
inicial do projeto onde iremos identificar o problema a ser solucionado e ini-
ciar a busca pelas soluções; Análise, etapa de análise das potenciais soluções e
utilizar ferramentas para escolher a melhor delas; Comunicação, documenta-
ção das soluções e apresentação destas para os interessados; Implementação,
executar o que foi planejado; e Análise, etapa final do projeto em que se irá
analisar o que foi feito e verificar se realmente atingimos o objetivo planejado
no início do projeto.
Por fim, você viu que o Engenheiro é um profissional que trabalha em cons-
tante busca da solução para os principais problemas da humanidade e para
isso, deve utilizar métodos científicos que abrangem a modelagem e a simula-
ção, aliados à inovações tecnológicas desenvolvidas para tornar o trabalho do
Engenheiro mais rápido e eficiente, tornando este profissional cada vez mais
apto a atuar no que chamamos hoje de Indústria 4.0.
Com os temas que foram abordados ao longo deste curso, com certeza você
estará preparado para dar sequência em sua formação em Engenharia, sempre
com a consciência de atuar na busca da resolução de problemas de maneira
responsável, ética e sustentável, priorizando a segurança e a minimização dos
impactos ambientais. Que você tenha excelentes estudos e muito sucesso em
sua carreira profissional!
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ELEMENTOS COMPLEMENTARES
Título: A Engenharia e os Engenheiros na Sociedade Brasileira
Autor: Pedro Carlos da Silva Telles
Editora: LTC Editora
Sinopse: O livro A Engenharia e os Engenheiros na Sociedade Brasileira do autor Pedro
Carlos da Silva Telles é um livro indispensável a qualquer estudante e futuro profissional
da área de Engenharia que queria conhecer a história, saber como a profissão evoluiu
e engenheiros que foram de grande importância para a história, desde o início (época
colonial) até os dias atuais. O autor do livro, o Professor Pedro Carlos da Silva Telles, além
de ser um dos engenheiros mais renomados e conhecidos da atualidade, no meio
acadêmico e no mercado, possui um vasto conhecimento do cenário da profissão,
conhecimento este adquirido ao longo de sua carreira de quase 70 anos. Neste
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Título: Projeto na Engenharia
Autor: Gerahrd Pahl, Wolfgang Beltz, Jorg Feldhusen, Karl-Heinrich Grote
Editora: Blucher
Sinopse: O livro Projeto na Engenharia é um manual, teórico e prático
reconhecido internacionalmente que estabelece os fundamentos metódicos
do projeto de engenharia como pressuposto de eficaz desenvolvimento
de um produto. Foi bastante aceito tanto entre estudantes, como entre
desenvolvedores e projetistas. Esta edição reforça os fundamentos
científicos do projeto:
• Descrevendo o desenvolvimento do projeto com exemplos práticos;
• Apontando novos campos de solução presentes nos materiais
consorciados com fibras, na mecatrônica e adaptrônica;
• Mostrando a eficiência econômica embutida nas séries construtivas e
modulares, com ênfase sobretudo na contribuição das modulares;
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• Incentivando a política de qualidade com medidas promissoras.
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