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Escravidão No Egito Antigo

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – PUCG

Escravidão no Egito Antigo

Campos dos Goytacazes,

Junho de 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – PUCG

CURSO DE HISTÓRIA DAS SOCIEDADES URBANAS ANTIGAS I

ALLAN HENRRIQUE SÉRGIO

BRUNO FERREIRA

HIAGO SALES

JONAS PEREIRA

THAÍS PERIARD

THIAGO PEREIRA

Escravidão no Egito Antigo

Trabalho apresentado ao curso de História das


Sociedades Urbanas Antigas I, da Universidade
Federal Fluminense – PUCG, Campos dos
Goytacazes/ RJ.

Professor Julio Gralha

Campos dos Goytacazes

Junho de 2014
INTRODUÇÃO

O Antigo Egito desperta muita curiosidade nas pessoas, sejam por suas
pirâmides antigas, pelo reinado dos faraós, por suas múmias milenares, seus
deuses variados, entre outros estereótipos criados pelas pessoas. Muitas
histórias são contadas e muitos filmes hollywoodianos foram feitos sobre esses
temas bastante recorrentes, mas em sua maioria estes só ajudam as pessoas
terem uma concepção errada de como se deu a verdadeira história egípcia.

Muito se especula, entretanto pouco realmente se sabe. A escravidão no


Egito, também é um exemplo de um estereótipo que foi criado com o tempo,
pois muitos têm a visão de que a escravidão egípcia foi cruel ou brutal e que os
escravos sofriam maus tratos. No entanto, os egiptólogos afirmam que a
escravidão não foi como a maioria das pessoas pensam.

DESENVOLVIMENTO

Devido a alguns filmes hollywoodianos que mostram que as construções


das pirâmides foram feitas por trabalho escravo, as pessoas criaram uma
impressão errada do que realmente foi a escravidão no Egito. O filme da
Disney “O Príncipe do Egito” - que é baseado no livro do Êxodo da Bíblia - é
um bom exemplo de distorção da história real, pois mostra os escravos de uma
forma diferente do que realmente aconteceu. No filme é mostrada uma
escravidão mais parecida com o que aconteceu na América, visto que são
mostrados muitos castigos físicos aos trabalhadores das pirâmides.

Entretanto, a licença poética permite que o autor do filme distorça um


pouco a história da escravidão no Egito, dando então a ele, o direito de
apresentar cenas onde são apresentados castigos físicos severos aos
escravos egípcios. Na maioria das vezes, existe essa distorção da realidade,
pois é necessário fazer um apelo emocional, desta forma é possível conquistar
um público muito maior.

O que se sabe realmente, é que a maioria das pessoas que trabalharam


na construção das pirâmides faziam trabalho compulsório, isto é, foram
recrutadas pelo governo para realizar um trabalho obrigatório por um tempo,
mas não foram escravas por toda vida. Este tipo de recrutamento foi uma forma
que o governo encontrou de controlar os setores ociosos.

O Egito Antigo era formado por um contingente pequeno de escravos se


comparado com as demais classes sociais da época. Seu trabalho não era tão
necessário para que houvesse um bom funcionamento da economia e da
sociedade.

O Egito não conheceu a escravidão no sentido greco-romano,


designando um indivíduo privado de sua liberdade, vivendo sob a
autoridade absoluta de um mestre, seja devido ao nascimento – sendo
ele mesmo filho de escravo –, seja após ter sido capturado (no decorrer
de uma guerra), vendido ou condenado. Considerado como um bem
material, ele se torna – para sempre – a propriedade explorável e
negociável de outra pessoa. (BELER, 2013)

Beler cita a escravidão greco-romana, entretanto a forma de escravidão


que as sociedades modernas conhecem melhor é a que ocorreu nas Américas.
Esta forma de escravidão tinha o escravo como uma mercadoria e um ser
inferior, a sociedade e a economia tinham uma grande dependência deste tipo
de mão de obra.

A forma de escravidão moderna – que aconteceu nas Américas - não


condiz com o que ocorreu no Antigo Egito. Lá, os poucos escravos, eram em
sua maioria prisioneiros de guerra e devedores. Uma forma comum que uma
pessoa livre poderia se tornar escrava era quando ela não cumpria ou fugia do
trabalho compulsório. Se ela não retornasse depois de um tempo a pessoa
passava a ser considerada escrava ou então alguma pessoa de sua família
seria obrigada a realizar trabalho escravo em seu lugar.

A condição de vida dos escravos dependia da função que exerciam. Os


que trabalhavam nas minas e nas pedreiras tinham uma vida mais dura, já os
que trabalhavam como artesãos e faziam trabalhos domésticos tinham uma
vida bem melhor, pois exerciam funções bem mais brandas.
Os escravos egípcios tinham mais liberdades e não eram severamente
castigados eles podiam se casar com pessoas de outras classes, além do fato
de que tinham a oportunidade de enriquecer. A escravidão era de forma
hereditária, porém somente era passada de mãe para filhos.

Segundo Beler, “um homem endividado se colocava a serviço de um


mestre para saldar sua dívida, até que a soma fosse integralmente
reembolsada”. O trabalho escravo por dívida era uma das formas de
escravidão que mais ocorriam. Visto que as pessoas aceitavam trabalhar de
forma não remunerada, para quitar uma dívida, permanecendo nesta situação
até que essa fosse completamente quitada.

Beler ainda afirma que depois da dívida paga “os dois homens podiam
se entender, por meio de um contrato escrito, validado juridicamente e aceito
pelas duas partes”, dessa forma o escravo poderia trabalhar de forma
remunerada, após o pagamento da dívida se tornando, então, um trabalhador
assalariado podendo assim dizer.

Havia também, alguns poucos prisioneiros de guerra. Eles geralmente


eram integrantes da tropa que perdia a guerra ou uma batalha. Para não serem
mortos esses prisioneiros eram levados para fazer trabalhos forçados no Egito.

A sociedade egípcia permitia que o escravo tivesse o direito de ter seu


próprio comercio ou sua propriedade privada. Por exemplo, o escravo poderia
trabalhar para um mestre em uma parte do dia e no restante do seu tempo livre
ele poderia ter seu negócio próprio. Desta forma, alguns escravos conseguiam
enriquecer e mudar de vida.

CONCLUSÃO

A escravidão no Egito é um assunto muito pouco abordado ainda hoje,


são poucos os egiptólogos que trabalham esse assunto a fundo. Como já foi
mencionado anteriormente, muito se imagina como foi a escravidão egípcia,
todavia, nem todos sabem o que realmente ocorreu.
O que realmente se sabe é que os escravos do Egito Antigo não tinham
uma vida tão ruim. Eles dispunham de alguns direitos e não eram vistos como
seres inferiores ou uma mercadoria, ou seja, tinham um tratamento bem
diferente se forem comparados com os escravos modernos que existiram nas
Américas.

E ainda, pode ser observado que os filmes hollywoodianos, apesar de


serem ótimos para apresentar uma sociedade que viveu há milhares de anos,
não podem ser tomados como única fonte de conhecimento, pois geralmente
apresentam um conteúdo um pouco distorcido da realidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BELER, A. G.; Especial Egito: Cativos sim, escravos não. História Viva,
Especial 46 – Mistérios do Antigo Egito, 2013
<http://www2.uol.com.br/historiaviva/artigos/especial_egito_cativos_sim_escrav
os_nao.html> Acessado em 17 de Maio de 2014.

HICKNER, S.; WELLS, S.; CHAPMAN, B.; O Príncipe do Egito. [filme-vídeo].


Direção de Simon Wells; DreamWorks Animation;1998; 99 min.

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