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Introdução Ao Sistema Endócrino Definição e Função Do Sistema Endócrino

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INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO DEFINIÇÃO E FUNÇÃO

DO SISTEMA ENDÓCRINO
O sistema endócrino em associação com o sistema nervoso é responsável
pelo controle do organismo, junto com o sistema nervoso eles formam o
mecanismo de controle corporal. Apesar de trabalharem em conjunto o
sistema endócrino e nervoso tem suas diferenças em quesito função,
mediadores e resposta final. O sistema endócrino atua na parte metabólica,
reprodutiva e de crescimento com ação mais lenta e abrangente, em contra
partida o sistema nervoso coordena a motilidade muscular (de músculo
liso, cardíaco e esquelético), as glândulas exócrinas e atua na construção e
coordenação do intelecto, com ação rápida e localizada por operar através
de neurotransmissores, já o sistema endócrino opera através de
mensageiros
químicos que são os hormônios. No sistema nervoso, a resposta está
relacionada a frequência do pulso e o número de neurônios que inervam o a
região ara onde o comando foi mandado, enquanto que o sistema
endócrino, a resposta vai depender da quantidade de hormônios, do tempo
que esses hormônios circulantes deles e da quantidade de receptor para
aquele hormônio.
Apesar de operarem de formas diferentes esses dois sistemas tem
integração que são o caso dos reflexos neuroendócrinos, que são aqueles
hormônios que só serão secretados mediante estímulo nervoso. Que é o
caso do
1. Reflexo de ejeção do leite. Como por exemplo na lactação de bovinos
onde a vaca recebe um estimulo nervoso/sensorial
que pode ser a sucção do bezerro na sua teta, a sucção da ordenhadeira
mecânica, a massagem que o ordenhador faz, o estimulo visual ou até
mesmo cheiro do bezerro, esses estímulos sensoriais ativam neurônios
sensoriais aferentes levam a informação até o centro de conexão
representado pelo hipotálamo, que será sensibilizado, com isso vai haver a
despolarização das chamadas células neurosecretoras hipotalâmicas que
são neurônios que possuem porção endócrina, ou seja, secretam hormônios,
e assim vai haver
a liberação do hormônio ocitocina. A ocitocina cai diretamente na corrente
sanguínea e chega na glândula mamária, estimulando nas células de
músculo liso, que envolvem o alvéolo mamário para que essas se contraiam
expulsando assim o leite presente glândula.
Outro reflexo neuroendócrino é o
2. Reflexo para a ovulação que acontece nas espécies chamadas de
ovuladoras induzidas, como a gata e a coelha. Nessas espécies, a ovulação
só ocorre após um estimulo sensorial que o pênis do macho causa na parede
vaginal no processo de cópula. Quando as terminações nervosas da vagina
são estimuladas pela penetração do pênis do macho, levam o impulso
nervoso até o hipotálamo. Mediante a esse estimulo, o hipotálamo libera o
GnRH (Hormônio Liberador de Gonadotrofina) numa menor amplitude e
maior frequência, comparado ao a seu padrão basal e esse padrão de pulso
estimula a liberação pela adenohipófise de LH (Hormônio Luteinizantes).
Sendo assim o pico de LH gera a ovulação; Portanto nas espécies que são
ovuladoras induzidas, o pico pré-ovulatório de LH só acontece se houver a
cópula, em determinados casos mais de uma cópula é necessário. Caso não
ocorra esse estimulo sensorial, o folículo pré- ovulatório não é ovulado e é
destruído e entra num processo de atresia, formando uma cicatriz no ovário.
Em espécies não ovuladoras induzidas o pico de LH ocorre ciclicamente
após um pico de estrógeno.

3. Reflexo em situações de estresse outro reflexo neuroendócrino é o


aumento de cortisol em caso de estresse. O cortisol apesar de ser o
hormônio do estresse, não está presente no corpo apenas em situações de
estresse, pois, sempre terá níveis basais de todos os hormônios no
organismo , contudo alterações como elevação, por exemplo, desses níveis
vão depender dos estímulos apresentados. Nesse caso o estresse é o
estímulo para aumentar o nível basal de cortisol. O estresse é um estímulo
nervoso causado em uma determinada situação psíquica ou de perigo,
estimulando o hipotálamo que vai sintetizar e liberar o CRH (Hormônio
Liberador de Corticotropina) e esse hormônio hipotalâmico vai para a
adenohipófise estimular a
secreção de ACTH ( Hormônio Adrenocorticotrópico) e por fim o ACTH
vai para a corrente sanguínea, chega no córtex adrenal e estimula a
secreção do cortisol.

OBS: Numa situação de estresse constante, o estímulo nervoso para


produção de CRH no hipotálamo vai se sobressair ao feedback negativo
(não haverá feedback negativo) gerado pelo aumento de cortisol.

CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA ENDÓCRINO


O sistema endócrino é constituído por 9 glândulas que são órgãos
específicos
para a produção de hormônios (Pineal, Hipotálamo, Hipófise, Tireoide,
Paratireoide, Pâncreas, Adrenal, Testículos e Ovários) e 4 órgãos com
função secretora (coração, intestinos, rins e placenta).
GLÂNDULAS ENDÓCRINAS

1. A Pineal fica localizada por trás do hipotálamo e acima do cerebelo.


Essa glândula é responsável pela produção e secreção de melatonina esse
hormônio está relacionado com ao sono e também com a reprodução. Por
ter uma sensibilização em relação à luz, quando há muita luminosidade, a
síntese de melatonina é reduzida. Em contrapartida quando há baixa
luminosidade, a produção aumenta. Está envolvida na reprodução,
principalmente das espécies sazonais, aquelas espécies que se
reproduzem em determinadas estações do ano. Dentre essas espécies
sazonais tem-se os reprodutores de dias longos, que são aqueles que se
reproduzem quando o fotoperíodo é maior, por exemplo, os equinos, e os
reprodutores de dias curtos, que se reproduzem quando o fotoperíodo é
menor, como por exemplo, os pequenos ruminantes.

2. O Hipotálamo
É uma glândula muito importante por ser o centro de conexão entre o
sistema nervoso e o endócrino. Responsável por coordenar a secreção
dos hormônios da adenohipófise através de hormônios secretados por ele,
esses hormônios hipotalâmicos agem estimulando ou inibindo a atividade
de células da hipófise anterior. Além disso, ele também secreta a ocitocina
e o ADH (hormônio antidiurético ou vasopressina) que são armazenados na
neurohipófise
3. Hipófise
A hipófise é uma glândula bem pequena, e fica localizada logo abaixo do
hipotálamo, numa depressão presente no crânio. É dividida em porções: a
anterior ou adenohipófise (porção secretora), e a posterior ou
neurohipófise. A adenohipófise depende dos hormônios hipotalâmicos para
que seus
hormônios sejam secretados.

4. Tireoide
A tireoide está localizada na traqueia, logo abaixo da cartilagem cricóide da
laringe. É responsável pela produção e secreção de três hormônios: O
T3(triiodotironina), T4 (tiroxina) e a Calcitonina. Os hormônios T3 e T4
estão relacionados com processos metabólicos no organismo animal e estão
ligados ao eixo hipotalâmico-hipofisário; a calcitonina por sua vez atua na
regulação dos níveis séricos dos íons cálcio (Ca) e fósforo (P) e não está
ligada ao eixo hipotalâmico-hipofisário, o que estimula ou inibe sua
secreção são os níveis séricos de Ca e P.

5. Paratireoide
A paratireoide fica na porção dorsal da tireoide. Produz o Paratormônio
(PTH), que também está envolvido na regulação das concentrações do
cálcio e o fósforo, porém com função contrária à calcitonina.
6. O Pâncreas
Está localizado na região duodenal, próximo ao estômago. É uma glândula
mista, tendo função exócrina com a produção de suco pancreático e
endócrina com a produção dos hormônios insulina, glucagon e
somatostatina. Atua no metabolismo enérgico, agindo sobre os
carboidratos, aminoácidos e proteínas.
7. As Adrenais (suprarrenais)
Localizadas na região superior dos rins. Estas glândulas são divididas em
duas porções: a medular sua região central e córtex sua região periférica. A
porção medular é formada por células de origem nervosa que produzem as
catecolaminas. A porção cortical tem 3 diferentes tipos celulares. A zona
glomerulosa produz os mineralocorticoides (aldosterona), a zona
fasciculada produz os glicocorticoides (Cortisol) e a zona reticular produz
os esteroides sexuais ou gonadais.
8. Testículos
O testículo é uma glândula mista, tem função endócrina com a produção
dos esteroides gonadais como a testosterona (principal) e estrógeno, e
exócrina, com a a produção das células espermáticas.

9. Ovários
O ovário também é uma glândula mista, sua função endócrina é a produção
de esteroides gonadais (progesterona, testosterona e o estrógeno) e sua
função exócrina é a produção de ovócito.

Os ÓRGÃOS ENDÓCRINOS,
São órgãos/tecidos que não são glândulas, mas produzem hormônios: que é
ocaso do
1. Coração
Que produz o PNA (peptídeo natriurético atrial) nas células musculares
atriais. O PNA age para normalizar a volemia sanguínea e a pressão arterial
quando a musculatura cardíaca for excessivamente distendida. Atuando no
metabolismo do sódio e da água.
Outro órgão é o
2. Intestino
Onde no trato gastrointestinal, de modo geral tem a produção de vários
hormônios como por exemplo a CCK (colecistocinina) que atua na
contração da vesícula biliar e do pâncreas, também produz a somatostatina,
secretina, etc.
3. Rins
Nos rins é produzido o calcitriol que é a forma ativa da vitamina D, que a
tua no metabolismo do cálcio e do fósforo.
4. Placenta
É um órgão secretor transitório só vai estar presente no organismo da
fêmea durante o período da gestação, por isso é um tecido endócrino
temporário, assim como o corpo lúteo da fêmea. São produzidos pela
placenta os hormônios: lactogênio placentário (hPL), progesterona e
estrógeno.
São em torno de 60 hormônios atuando no Sistema endócrino, porém só
existem 9 glândulas e 4 órgãos secretores, uma glândula pode produzir
mais de um hormônio, isso se dá devido a diferenciação celular dentro da
mesma glândula, visto que o tipo de hormônio produzido se dará de acordo
com as enzimas presentes em cada célula específica.
Além disso as glândulas fazem inter-relações entre elas.
GLÂNDULAS E SUAS FUNÇÕES INTER-RELACIONADAS
Como por exemplo, na ação do hormônio do crescimento, o GH, que
recebe suporte dos hormônios tireoidianos T3 (Triiodotironina) e T4
(Tiroxina), além disso o GH também interfere no desenvolvimento do
folículo.
HORMÔNIOS
Sendo os mediadores químicos do Sistema Endócrino os hormônios é que
vão atuar na coordenação e regulação dos processos fisiológicos, e essa
função vai depender da resposta na célula-alvo, que pode ser de inibição ou
te ativação, que vai depender do tipo de receptor da célula/tecido-alvo e do
próprio hormônio.
VIAS DE REGULAÇÃO
Para alcançar a células alvo o hormônio tem 4 vias de regulação:
1. A Regulação Endócrina é a principal forma, onde a célula secreta o
hormônio e este cai na corrente sanguínea e vai desencadear a resposta em
diferentes tecidos que tenham receptor para ele. Ex. Insulina produzida
pelas células beta do pâncreas e agindo em diferentes tecidos.
2. A Regulação Autócrina o hormônio é sintetizado por um tipo celular e
então é secretado e esse mesmo tipo celular sofre a ação por possuir
receptor para este hormônio, portanto o hormônio atua na própria célula
que o secretou. Ex. insulina agindo na célula própria célula beta que o
produziu.
Outro exemplo é o estrógeno produzido na célula da granulosa no ovário,
que age na própria célula, estimulando a sua mitose.
3. A Regulação Parácrina, nesse caso o hormônio vai atuar na célula
vizinha da que o produziu. Ex. Insulina, produzida pelas células beta do
pâncreas e age inibindo a secreção do glucagon nas células alfa do
pâncreas.
Outro exemplo é o estimulo de mitose por meio do estrógeno nas células de
teca no ovário, suas vizinhas.

4. Na Regulação Exócrina o hormônio é liberado para o ambiente externo


ou para o lumem de um órgão. Ex. os hormônios do trato gastrointestinal,
que são liberados no lúmen intestinal e atuam no tecido do trato.
Outro exemplo é a PGF2α, que por ação do estrógeno cai no lúmen uterino
ao invés de cair na corrente sanguínea (se caísse iria destruir o corpo lúteo).
Os hormônios podem ser classificados quanto a sua atuação, quanto a sua
solubilidade e quanto a sua síntese:

Na CLASSIFICAÇÃO QUANTO A SUA ATUAÇÃO temos os que atuam


na
1. Regulação do metabolismo energético, nesse grupo estão: a Insulina e o
glucagon que agem no metabolismo de açúcares, principalmente a glicose,
e também no metabolismo de aminoácidos e lipídios; o Cortisol, pois os
glicocorticoides em geral possuem efeito hiperglicêmico, o cortisol quebra
as reservas energética do corpo, porém ele possui mais de uma função, pois
também na quebra de colágeno dos ossos, aumento da excreção de cálcio
nos túbulos renais, possui efeito anti-inflamatório entre outros; os
Hormônios da Tireoide T3 e T4 que aceleram o metabolismo; o Hormônio
do Crescimento; a Adrenalina e Noradrenalina, as catecolaminas se
enquadra tanto como hormônios quanto como neurotransmissores e como
função endócrina estimulam a quebra das reservas energéticas.

2. Regulação do metabolismo mineral, nesse grupo estão o Hormônio da


paratireoide, o PTH está envolvido no metabolismo do cálcio e fosforo; a
Calcitonina, envolvida também no metabolismo do cálcio e fosforo; o
Calcitriol, envolvido também no metabolismo do cálcio e fosforo;
Aldosterona, envolvido no metabolismo do sódio, potássio e água; o PNA,
envolvido também no metabolismo do sódio e da água; o ADH, também
envolvido no metabolismo do sódio e da água.
3. Regulação do crescimento nesse grupo temos o Hormônio do
crescimento (GH), que atua no desenvolvimento e diferenciação tecidual;
os Hormônios da tireoide também se enquadram aqui visto que atuam de
modo sinérgico com o GH; a insulina; o Estrógeno, pois possui ação
mitogênica; o Androgênio, os esteroide possuem função anabolizante,
atuando no
atuam no crescimento individual; os Fatores de crescimento semelhante a
insulina, IGF-1e IGF-2, produzidos no fígado por ação do GH.
4. Regulação da reprodução nesse grupo estão o Hormônio Liberador de
Gonadotropina (GnRH); o Hormônio folículo estimulante (FSH); o
Hormônio luteinizante (LH); o Estrógeno; o Androgênio; a Progesterona; a
Prolactina; a Ocitocina; a Relaxina, este ultimo atua produzindo um
amolecimento das articulações pélvicas e das suas
cápsulas articulares, o que dará flexibilidade necessária durante o parto
alargando o canal de passagem do feto.
Na CLASSIFICAÇÃO QUANTO A SOLUBILIDADE os hormônios
podem ser lipossolúveis ou lipoinssolúveis:

1. Os Lipossolúveis são os hormônios esteroides, T3, T4 e o


calcitriol. São classificados assim por possuírem solubilidade em lipídio e
serem insolúveis em água. Como a membrana plasmática, é uma estrutura
lipoproteica, essa característica irá permitir a livre passagem por difusão
simples desse hormônio para o interior da célula alvo. No caso desses
hormônios seus receptores serão intracelular e podem ficar ou no
citoplasma ou no núcleo da célula. A prostaglandina também é
lipossolúvel, porém não tem receptor dentro da célula contudo ela não é
considerada um hormônio
porque é produzida em todos os tecidos, não existindo uma glândula
especifica para secreta-la.
2. Lipoinsolúveis são os hormônios solúveis em água por isso não
conseguem entrar nas células, e seus receptores de membrana plasmática.

Obs1: A maioria dos hormônios são lipoinsolúveis, em torno de 85% dos


hormônios, e apenas em torno de 15% são hormônios esteroides mais os 2
hormônios aminoácidos que possuem característica de esteroide, que são o
T3 e T4.
Obs2.: Receptor é uma proteína, seja de hormônios ou de neurotransmissor,
que pode estar na membrana plasmática ou no interior da célula.
Na CLASSIFICAÇÃO QUANTO A SÍNTESE HORMONAL os
hormônios podem originar-se de colesterol, proteínas e aminoácidos
1. Hormônios esteroides são aqueles originados do colesterol e, o que
determina a síntese de um ou de outro será o arcabouço enzimático de cada
célula. Por exemplo, na célula da TECA a partir do colesterol será
produzida progesterona que depois será convertida em testosterona e ao
alcançar
a célula da granulosa, será transformada em estrógeno. Hormônios
esteroides são classificados em: Hormônios adrenocorticais, que são os
produzidos no córtex das adrenais são os Mineralocorticoide (principal é a
aldosterona) e os Glicocorticoides (principal é o cortisol); Hormônios
sexuais, são aqueles produzidos principalmente nos testículos e nos
ovários. Nesse quesito engloba a Progesterona, a Testosterona, e o
Estrogênio. Vale ressaltar que os hormônios sexuais também são
produzidos no córtex da adrenal e uma pequena produção no tecido
adiposo, fígado e rins, porém as gônadas são os principais locais de
esteroidogênese.
A cascata de síntese de um hormônio esteroide vai depender da enzima que
o tipo celular vai ter, por exemplo, o que faz com que a testosterona seja
convertida em estrogênio são as aromatases, então, é a presença da
aromatase na granulosa que vai permitir essa conversão. Outro exemplo de
como as enzimas específicas são importantes para a cascata de síntese é o
exemplo da
aldosterona sintase, que está presente na zona glomerular do córtex adrenal,
que converte um intermediário em aldosterona, já na zona fasciculada e
reticular, a aldosterona sintase é ausente e por isso a conversão de cortisol
não prossegue até aldosterona.
Os hormônios esteroidais não são armazenados e sua de síntese hormonal
é
unidirecional. (Se o colesterol virou pregnenalona, ele não volta a ser
colesterol)

2. Os Hormônios relacionados a proteínas para serem produzidos será


necessário um estímulo para que haja ativação do DNA para que ocorra a
transcrição e tradução para serem sintetizados, após a transcrição do
RNAm, a estrutura formada é chamada de pré-pró-hormônio. Para se tornar
o hormônio final esse pré-pró-hormônio (que é uma proteína) precisará
passar por dois processos de quebra enzimática. Então o pré-pró-hormônio
depois de produzido no ribossomo vai para o retículo endoplasmático
rugoso, onde é transformado em pró- hormônio, e esse passa para o
complexo de Golgi, onde vira um hormônio, e só então o complexo de
Golgi forma uma vesícula onde esse hormônio ficará armazenado até ser
liberado por exocitose mediante estímulos. Esses hormônios podem ser
divididos de acordo com o tamanho da sua cadeia de aminoácidos em:
Proteicos, são os que possuem mais de 100 aminoácidos, como exemplos
temos o GH, insulina, entre outros; já os Peptídicos são o que possuem
menos de 100 aminoácidos na sua cadeia, e como exemplo podemos citar
a ocitocina, ADH, entre outros.
3. E ainda os Hormônios relacionados a aminoácidos que são os hormônios
que se formaram a partir de um único aminoácido que são principalmente o
triptofano e a tirosina, nesse grupo estão hormônios tanto lipossolúveis
quanto lipoinsolúveis. São eles: T3 (triiodotironina) e T4 (Tiroxina) que
são produzidos partir da tirosina, o T3 apesar de ser a forma ativa é
produzido em menor quantidade o T4 é produzido em maior quantidade por
ser mais estável porém assim que chega ao tecido alvo sofre deiodação e é
convertido em T4. A síntese desses hormônios ocorre da seguinte maneira:
na região do coloide da região intrafolicular da tireóide vai ocorrer a
entrada de iodo e vai acontecer a síntese da tireoglobulina a partir da
tirosina, a tireoglobulina é uma proteína que sofreu iodação e depois de
iodada, vai ter em sua
estrutura o T3 e o T4, esses hormônios só serão liberados quando a
tireoglobulina sofrer ação das enzimas lisossômicas ao voltar para célula
folicular, sendo assim se terá livre somente os aminoácidos iodados T3 e
T4. Além desses hormônios da tireoide tem-se as catecolaminas que são a
noradrenalina (Norepinefrina) e Adrenalina (Epinefrina) que também são
originadas de aminoácidos, nesse caso, esses hormônios podem ser
originados de aminoácidos, podem ser oriundas indiretamente da
fenilalanina quando esta convertida em tirosina ou diretamente da tirosina.
A cascata de síntese enzimática para a formação é: A tirosina é convertida
em dopamina, a dopamina irá ser transformada em noradrenalina que pode
ou não ser convertida em adrenalina (a adrenalina é um produto de quebra
enzimática da noradrenalina). Ainda no grupo oriundo de aminoácidos
temos a serotonina e a melatonina que são formados a partir do triptofano.
O triptofano ao sofrer a ação enzimática torna-se serotonina que
posteriormente, pode ser transformada em melatonina. A serotonina possui
função como neurotransmissor e age no trato gastrintestinal, aumentando a
motilidade do trato e a secreção dos sucos digestivos. A conversão de
serotonina em melatonina é influenciada pela quantidade de luz
normalmente sua produção é noturna, quanto menos luz mais melatonina é
produzida na pineal, pois a luz ativa a fotorreceptores hipotalâmicos que
inibem a atividade da pineal. Sua ação é mediada pelo sistema nervoso
simpático e está mais relacionado ao sono e a fadiga do voo, além disso
influência no processo reprodutivo.
Devido a importância dos hormônios para o organismo animal é necessário
entender suas propriedades químicas, pois dessa forma saberemos
como aplicá-los no dia a dia profissional como, por exemplo, na terapia
hormonal.
PROPRIEDADES QUÍMICAS DOS HORMÔNIOS
Nesse contexto vale ressaltar a questão sobre a
1. Estrutura química dos hormônios e antigenicidade, pois o hormônio
possui uma ação antigênica e quanto maior a estrutura do hormônio ou sua
complexidade mais antigênico ele será principalmente os hormônios
proteicos, pois esse vai variar de espécie para espécie.
2. Estrutura química e administração temos que atentar que dee acordo com
a estrutura química do hormônio, a sua via de administração pode ser
diferente. Por exemplo um hormônio peptídico/proteico, não deverá ser
administrado por via oral visto que vai ser facilmente digerido por enzimas
e transformados em aminoácidos, peptídeos ou tri-peptídeos perdendo
assim a ação hormonal, por esse motivo se administra essa classe por via
injetável. Os hormônios esteroides, o T3 e o T4 por sua vez por possuírem
estrutura lipídica e serem rapidamente absorvido, escapam da quebra das
enzimas digestivas, assim sendo, esses hormônios podem ser administrados
por via oral e também podem ser injetados.
3. Estrutura química e estabilidade nesse quesito os hormônios proteicos
são sensíveis a altas temperaturas, pois podem desnaturar, enquanto que os
hormônios esteroides, o T3 e o T4 são resistentes a altas temperaturas. Os
hormônios glicoproteicos são sensíveis a congelação e descongelação
repetida.
4. Estrutura química espécie animal nessa questão é importante saber que
os hormônios peptídicos/proteicos variam de espécie para espécie, não
sendo possível administrar o hormônio proteico entre espécies diferentes
antes de estudar a compatibilidade. No mais o estado fisiológico e a idade
do animal alteram a estrutura química dos hormônios. Em contra partida os
hormônios esteroides T3 e T4 não se alteram de espécie para espécie ou
mediante
a condição fisiológica.

Os hormônios também podem ser agrupados de acordo com a similaridade


estrutural e função.
GRUPOS HORMONAIS
1. Grupo do ACTH, estão contidos o ACTH (hormônio
Adrenocorticotrópico), a β-lipotropina e o MSH (Hormônio
Estimulador dos Melanócitos). Estão no mesmo grupo por derivarem da
mesma estrutura, que a pró-opiomelanocortina (POMC), possuindo assim a
estrutura muito parecida.
2. Grupo da Somatomamotropico nesse grupo estão o GH (Hormônio do
Crescimento), a prolactina e o lactogênio placentário.
A prolactina e o GH por serem parecidos suas ações se sobrepõe, por
exemplo, em produção leiteira tem-se usado o GH para aumentar a
produção de leite, que é uma função da prolactina, isso porque o GH é tão
similar com a prolactina que consegue sensibilizar seus receptores.
3. Grupo Glicoproteico, nesse grupo temos estruturas polipeptídicas ligadas
à carboidratos ou Ácido ciálico. Essa proporciona resistência ao hormônio
além de intensificar a ação hormonal. Nesse grupo temos o FSH, LH, TSH,
hCG, eCG e etc. Os hormônios glicoproteicos tem uma subunidade Alfa
que é idêntica para todos, o que vai diferenciar um hormônio glicoproteico
do
outro é a subunidade Beta, pois essa é específica para cada hormônio.

Exemplo de como o ácido ciálico pode potencializar o efeito do hormônio é


eCG (Gonadotrofina Coriônica Equina) que possui bastante dessa molécula
em sua estrutura, o que faz com que ele dure bem mais no organismo, tanto
é que ele é usado em espécies não equinas para ter o papel de FSH e LH ,
na verdade, é até mais vantajosos usar eCG do que o FSH e o LH, porque
ele tem uma meia-vida maior. O eCG é produzido pela porção fetal da
placenta, então ela é produzido quando a placenta está se estruturando,
como ele possui um função tanto de LH como de FSH, então ele vai
favorecer a estruturação/permanência do corpo lúteo como também vai
estimular os folículos ovarianos. A função disso na égua é para que o corpo
lúteo seja mantida e para que haja formação de outros corpos lúteos, então,
durante a gestação da égua vai haver a estimulação de novos folículos
devido a função de FSH do eCG e por ação, também, do eCG vão
luteinizar devido a sua ação de LH. Logo, além do folículo e original que
ovulou e depois de
fecundado deu origem ao embrião/feto que está sendo gestado, a égua vai
ter durante a gestação outros corpos lúteos e a formação desses corpos
lúteos a mais servem para aumentar os níveis de progesterona e conseguir
manter a gestação. O corpo lúteo primário, assim como e secundários,
também sofrem deterioração e a égua, no final da gestação, fica sem o
corpo lúteo, porque a placenta dela vai produzir a progesterona. Então essa
é a função da ação dupla do SG na égua. O hCG também possui ação dupla
de LH e FSH, mas principalmente de LH, então ele vai manter a
gestação através do corpo lúteo primário, ele não vai ter com função
produzir corpos lúteos acessórios como no caso da égua. Comercialmente,
o eCG é muito usado para superovular uma fêmea, pois, já que ele tem
função principalmente de FSH e também possui uma meia-vida longa
devido aos ácidos ciálicos em sua estrutura, ele vai manter o
desenvolvimento folicular e também vai impedir que haja a dominância
folicular.

4. Grupo Insulínico são hormônios proteicos e fazem parte desse grupo a


insulina, os fatores de crescimento semelhantes a insulina (IGF-1 e o IGF-
2) e a Relaxina. Por serem muito parecidos que ao dosar a insulina, os
níveis de IGF-1 e IGF-2 podem alterar a leitura e dá um falso positivo para
aumento de insulina.
A insulina tem várias funções, entre elas, uma que é bem importante que a
colocação dos canais 24 para entrada da glicose nas células. O IGF-1 e o
IGF-2 vão estimular a multiplicação e desenvolvimento celular tanto, tanto
é que a síntese deles é mediada pelo GH. A Relaxina atua na degradação de
colágeno ,relaxamento da cérvix e dos ligamentos pélvicos no final
da gestação, assim, ela abre o canal do parto.
5. Grupo da Ocitocina, nesse estão os hormônios peptídicos ocitocina e
ADH, apesar de serem muito parecidos, não possuem ação sobreposta por
possuírem receptores muito específicos.
6. Grupo dos esteroides, nesse grupo estão os esteroides gonadais
progesterona, testosterona, estradiol e os hormônios do córtex das adrenais
que são o cortisol (glicocorticoide) e a aldosterona (mineralocorticoide).
É importante lembrar que todos esses hormônios têm origem no colesterol
e
o que vai determinar a produção de um ou de outro é um tipo de enzima do
tipo celular em questão.
Para exercer sua função o hormônio precisa ir da glândula que foi
produzido até o órgão alvo para isso precisa ser transportado pela corrente
sanguínea.
TRANSPORTE DE HORMÔNIOS NO SANGUE
1. Os Hormônios esteroides e da tireoide por serem lipossolúveis não
consegue ser transportados livremente de forma eficiente pelo sangue, pois
sangue é um meio rico em água, sendo assim para ser transportado de
modo eficiente esses hormônios devem se ligar a uma proteína
transportadoras, ao chegar no tecido alvo, para que consiga entrar na célula
alvo o hormônio vai se dissociar da proteína que o transportou, essa é a
fração livre é pouca, que é em torno de 1%. As principais proteínas de
ligação dos hormônios lipossolúveis podem ser de dois tipos: Proteínas de
alta afinidade por hormônio específico: Esse tipo de proteína transportadora
mantém hormônio estável. Exemplo é a transcortina que transporta
corticosteroides. Proteínas de baixa afinidade por hormônio específico: Por
exemplo, a albumina.
Nesse caso a liberação do hormônio depende do gradiente.
Quando o a porção de hormônio livre entra na célula-alvo
a fração livre (fração ativa) diminui, então o hormônio preso à proteína
transportada começa a se solta, os hormônios ligados a proteínas de baixa
afinidade como a albumina serão os que começam a se liberar primeiro.
2. Hormônios proteicos, peptídicos, melatonina, serotonina e catecolaminas
Esses hormônios por serem lipoinsolúveis vagam livremente pela corrente
sanguínea, não necessitarão de uma proteína transportadora.

Quando o hormônio chegar a célula alvo este irá interagir com seu receptor,
existem fatores relacionados aos receptores que são importantes de saber.

INTERAÇÃO HORMÔNIO CÉLULA-ALVO: RECEPTORES


HORMONAIS
1. A Especificidade: nesse caso o receptor sempre será uma proteína a qual
o hormônio vai fazer ligação, estes podem estar dentro da célula
(citoplasma ou núcleo) ou na superfície da membrana plasmática, e é
específico para esse hormônio. Essa especificidade é variável, portanto,
quanto mais específico o receptor mais agira para determinado hormônio,
por exemplo, o receptor de prolactina não é muito específico pois também
consegue se ligar ao GH, em contrapartida o receptor de ocitocina é
altamente específico porque só se liga a ocitocina.
2. Afinidade: A afinidade do hormônio pelo receptor também varia e está
relacionada com o tempo de permanência da ligação hormônio-receptor.
Quanto maior for a afinidade mais tempo o hormônio fica e mais tempo ele
passa ligado mais vai desencadear sua função, ou seja, mais longa será a
resposta biológica.
3. Capacidade de Saturação: é a mesma coisa que quantidade de sítios de
ligação ocupados, quantidade receptores ocupados. E pode variar de tecido
para tecido, de estágio funcional para estágio funcional e de condição
patológica.
- Tipo celular: Varia com o tipo celular porque há tecido com mais
receptores para um hormônio do que outros tecidos. Além disso existem
tecidos com
receptor para um determinado hormônio e outros não tem esse receptor, por
exemplo, o LH só age no ovário e testículos (tecidos com receptores para
ele) não age no músculo (tecidos sem receptores para ele).
- Estágio funcional: esse é um caso claro na reprodução onde em
determinado estágio funcional está com mais receptor para um hormônio e
tem estágio funcional com mais receptor para outro hormônio.
- Condição patológica: Um exemplo clássico é a diabetes insipidus.
4. Regulação do número de receptores No organismo os número de
receptores é maior do que o necessário para desencadear a
resposta biológica, em condições fisiológicas normais geralmente não terá
a ocupação de todos os receptores sendo assim a resposta biológica é
garantida. O número de receptores é regulado de duas formas de acordo
com a quantidade de hormônio circulando.
4.1 Regulação descendente: é a diminuição no número de receptores
mediante aumento da quantidade de hormônio circulante. Como existe
mais receptores que hormônio circulante caso haja excesso hormonal de
um determinado hormônio iria acontecer uma hiperativação da célula,
como forma de proteção a esse desequilíbrio, o organismo começa diminui
o número de receptor para esse hormônio.
Logo, quanto mais hormônio é liberado, menos receptor a gente vai ter.
Isso ocorre quando injetamos hormônio sem necessidade no nosso
organismo, que vai causar um feedback negativo tanto na secreção do
hormônio quanto na expressão do receptor da célula-alvo.

4.2 Regulação ascendente: O inverso do que ocorre na regulação


descendente, caso a quantidade de hormônio produzido seja insuficiente o
organismo vai aumentar o número de receptor na célula alvo em forma de
compensação a perda na quantidade de hormônios circulantes.
Isso ocorre na célula folicular do ovário, pois as células da granulosa
possuem muito receptor para FSH porque se ela
não tivesse, ela iria entrar em atrésia, assim, para se manter viva ela vai
fazer uma regulação ascendente do número de receptores.
Como exemplo prático temos hiperplasia prostática, nela, um aumento na
produção de dihidrotestosterona, forma metabolizada da testosterona e mais
bioativa, vai estimular o desenvolvimento do tecido prostático, o
tratamento para fazer a próstata regredir é o medicamento que impede a
conversão de testosterona em di-hidrotestosterona. Outro exemplo prático é
o uso prolongado de eCG, que é usado para superovular e pode gerar
resistência principalmente em ovelhas, essa resistência é uma regulação
descendente.

5. A Síntese de receptores pode ser estimulada ou inibida por ação


hormonal secundária ou seja, um hormônio pode induzir ou inibir a
expressão de receptores para outro hormônio, como por exemplo, quando o
FSH estimula no folículo a expressão para receptores de LH na fase pré-
ovulatória, ppois a ovulação só se dará com pico de LH, outro exemplo é o
cortisol inibindo a
expressão de receptores para CRH nas células secretoras de ACTH na
adenohipófise.
6. O local de onde fica os receptores: Como já dito dependendo da
solubilidade do hormônio o receptor pode ser de membrana ou intracelular.
Os da membrana plasmática são proteínas de membrana e serão ligados em
hormônios proteicos e peptídicos, os intracelular podem estar no
citoplasma ou no núcleo e são para hormônios esteroidais, T3, T4 e
calcitriol.
Após a ligação do hormônio ao seu receptor vai ser desencadeada a
resposta biológica que vai ser diferente de acordo com o tipo de hormônio
RESPOSTAS CELULARES PÓS-RECEPTORAS
1. Hormônios proteicos e peptídicos: os hormônios ao se ligar a seus
receptores irão ativa-los, o receptor sofre alteração de forma a ativar ou
produzir ou estimular a produção de um segundo mensageiro, e esse
segundo mensageiro que vai ativar ou inativar enzimas, o que vai culminar
numa resposta biológica.
Exemplo disso é a insulina causando inibição da liberação de glucagon,
pois é através da inibição da enzima que sintetiza o glucagon que ela faz
esse papel.
Os principais segundos mensageiros são:
1.1 Monofosfato cíclico de adenosina (AMPc): é sintetizado quando tem
interação hormônio-receptor, com ativação da adenilato-ciclase, que faz a
quebra do ATP para gerá-lo. Esse segundo mensageiro ativo uma proteína
quinase que faz fosforilaração de várias enzimas ativando-as ou inativando-
as, isso vai depender da enzima em questão, gerando a resposta biológica
desejada.
1.2. Cálcio citosólico: esse cálcio pode vir do exterior da célula, do retículo
endoplasmático ou da mitocôndria.
1.3. Trifosfato de inositol (IP3) e Diacilglicerol (DAG): oriundos da quebra
e fosforilação do fosfolipídio de membrana PIP-2 (fosfatidill inositol
bifosfato). O PIP3 atua no retículo endoplasmático para que haja a
liberação de cálcio. O DAG atua em enzimas, geralmente a PKC (Proteínas
Quinase C) que também pode ser ativada pelo cálcio e depois de ativada
faz fosforilação enzimática, produzindo, assim, a resposta biológica.

2. Hormônios esteroides, T3, T4 e calcitriol, ao entrar na célula vai ligar-se


ao seu receptor que pode estar no citoplasma ou no núcleo da célula. Após
a ligação hormônio-receptor, o receptor expõe estruturas chamadas de
dedos de zinco (o que tem afinidade com o DNA), porque a proteína que
esconde esse dedo de zinco (Proteína do Choque Térmico ou KSP) se
desliga do receptor, o complexo hormônio+receptor liga-se ao DNA
enviando sinal para a transcrição de genes com a posterior produção ou
inibição da expressão gênica de alguma proteína para que ocorra o efeito
biológico.
Quando o estrogeno faz feedback negativo no hipotálamo ele faz isso
inibindo a síntese de GnRH (que é uma proteína) inibindo a sua expressão
no DNA. Vai ser mais demorado ação dos hormônios lipossolúveis, sendo
assim, será necessário mais tempo para que ocorra o efeito biológico
quando comparado aos hormônios hidrossolúveis. O efeito biológico do
hormônio esteroide, T3, T4 e calcitriol vai
ocorrer quando houver a produção da proteína desejada ou a parada da
produção de alguma outra.
TÉRMINO DA AÇÃO HORMONAL
1. Dissociação do hormônio receptor
Após a ação do hormônio, este vai se dissociar o seu receptor, depois de
dissociado sua destruição pode ocorrer tanto no plasma sanguíneo quanto
na própria célula-alvo. E essa dissociação só pode ocorrer porque a
ligação entre hormônio e o receptor não é covalente.
2. Internalização do complexo receptor hormônio pode acontecer por
endocitose, ocorre em hormônios proteicos como, por exemplo, com a
insulina que após se ligar o seu receptor de membrana e vai ser englobada
pela célula por um processo de endocitose. O endossomo vai sofrer ação de
enzimas lisossômicas para que a insulina seja destruída dentro da célula-
alvo, e boa parte do receptor volta para a membrana plasmática, sendo
reciclado e a insulina é destruída.
3. Metabolização dos hormônios ocorre quando o hormônio que está na
corrente sanguínea chega no fígado ou os rins. Continuamente os
hormônios são degradados e repostos na corrente sanguínea.
3.1 No caso dos hormônios esteroides: Eles sempre vão ter que passar pela
metabolização no fígado para serem excretado pela urina, pois ao passar
pelo fígado passam por algumas reações e tornam-se solúveis em água.
3.2 No caso dos hormônios T3 e T4: Precisam sofrer o processo de
deiodação, ou seja, a retirada do iodo da sua molécula, só então ele poderá
ser eliminado.
3.3 No caso dos hormônios proteicos: Eles vão sofrer a clivagem da sua
estrutura quando passarem pelo fígado, em seguidas são eliminados pela
urina.
Para o bom funcionamento o sistema endócrino precisa de um controle.
Sendo assim temos dois tipos de circuitos:
MECANISMOS DE CONTROLE DO SISTEMA ENDÓCRINO
1. Circuitos abertos: Não tem nenhum tipo de feedback (retroalimentação)
nem positivo nem negativo, só existe a presença ou a ausência de um
estímulo fisiológico.
Isso acontece, por exemplo, com a ocitocina, pois o que faz com que a
ocitocina seja liberada ou não é a presença do estímulo, nós não temos
nenhum outro hormônio ou molécula estimulando (feedback positivo) ou
inibindo (feedback negativo) o que temos é o estímulo nervoso
e apenas por isso é um circuito aberto. A ocitocina tem uma vida curta, em
torno de 15 minutos, e depois que o estímulo acaba ela não vai mais ser
secretada. Aqui, não é uma sinalização enviada a um coordenador que vai
controlar a secreção do hormônio, quem controla essa secreção é o
estímulo (a ocitocina não vai enviar uma sinalização para o bezerro para
que ele pare de mamar e assim sua secreção diminua, por isso é um circuito
aberto). A secreção de ocitocina só vai parar quando o estímulo sair ou
hormônio acabar.
2. Circuito fechado: É o circuito de controle da maioria dos hormônios,
nesse caso terá o feedback positivo ou negativo. É um circuito de tudo ou
nada, ou seja, ou a secreção está baixa (nível basal) ou está alta. A ação é
continuada, ou seja, vai estar ocorrendo constantemente no
organismo, quando a quantidade circulante aumenta causa a inibição da
produção e se a quantidade circulante diminui um pouco causa aumento da
produção. Esse fator acontece para a manutenção dos níveis basais. O
circuito fechado não depende apenas do eixo hipotalâmico-hipofisário ou
da interação de hormônio, por exemplo a insulina e glucagon, o feedback
vai ocorrer através do nível de açúcar, aminoácidos e lipídios.

Observe que no circuito fechado é sempre enviado uma sinalização para


quem está coordenando a secreção do hormônio. Por exemplo, no pâncreas
as células Beta recebem informação via glicose (molécula que ela controla
a secreção de insulina) sobre se devem parar ou continuar a secreção de
insulina (fazendo um comparativo com sistema aberto, o bezerrinho não
vai receber sinalização de ninguém para que deva parar ou continuar de
mamar)

Exemplo de feedback negativo é quando o CRH, secretado pelo


hipotálamo, viaja pelo sistema porta-hipofisário e chega na hipófise onde
vai estimular a secreção de ACTH, esse ACTH vai chegar na adrenal e vai
estimular a secreção de cortisol. Quando os níveis de cortisol ficam muito
elevados vai ocorrer um feedback negativo. O cortisol é um hormônio
esteroide, então ele vai a travessar as membranas do hipotálamo e da
hipófise, vai chegar no núcleo e vai inibir a expressão dos hormônios
proteicos que coordenam sua secreção, que são o CRH e o ACTH
(receptores de CRH na hipófise também serão inibidos). Esse feedback
negativo pode chegar a não ocorrer de modo adequado quando o estresse é
constante, aí o estímulo nervoso vai
se sobrepor ao feedback endócrino.
Exemplo de feedback positivo é o aumento dos níveis de estrógeno
secretados pelas células foliculares/ da granulosa que estão no ovário, esse
estrógeno vai até a hipófise estimular a secreção de LH, pois o pico de LH
vai levar a ovulação, esses níveis de estrógenos também vão inibir a
secreção de GnRH pelo hipotálamo, isso faz com que apenas a secreção de
LH cresça e a de FSH diminua. Foi o FSH que estimulou o
desenvolvimento
das células foliculares e são essas que secretam o estrógeno que vai inibir o
FSH, isso já é feedback negativo.
Quando se tem o aumento da glicose vai ter o aumento da insulina, isso é
feedback positivo, por outro lado a glicose inibe a secreção de glucagon e
isso é feedback negativo.

PADRÕES DE SECREÇÕES HORMONAIS


Os hormônios são liberados em ondas e o ritmo de secreção hormonal varia
com o hormônio. Os ritmos de secreção hormonal são de três tipos:
1. Ritmo de secreção Infradiano é aquele que leva menos de 24 horas para
ocorrer. Por exemplo, após uma refeição rica em carboidratos vai aumentar
os níveis de glicose no sangue rapidamente, o que gera um aumento de
insulina rapidamente também, o processo para produção e liberação do
hormônio levou menos de 24 horas.
Como também os hormônios do trato gastrintestinal que são liberados
assim que você come. É um ciclo muito rápido, onde, assim que se tem um
estímulo o hormônio é liberado
2. Ritmo de secreção Circadiano leva aproximadamente 24 horas para
ocorrer. Isso ocorre com o cortisol, onde, nas espécies diurnas, em que o
estresse será maior durante o dia, período de maior atividade, o pico maior
de cortisol será durante o início do dia e com o passar das horas cai. Entre o
pico de cortisol e a sua diminuição, o tempo gasto é de aproximadamente
24 horas.
Outro exemplo é com o GH e a melatonina, onde para
esses dois hormônios vamos ter o pico durante a noite e a diminuição
durante o dia.
3. Ritmo de secreção Ultradiano é aquele que leva mais de 24 horas e
menos de um ano para ocorrer. Exemplo é o que acontece no ciclo
ovariano, onde vai se ter o período de FSH mais alto, o período de LH mais
alto,
o período de progesterona mais alto, o período de estrógeno mais alto e o
período onde todos esses vão estar mais baixo. E esses altos e baixos vão
demorar o tempo do ciclo para ocorrer, que varia de espécie para espécie.
Contudo é mais de 24 horas e menos de um ano.
21 dias para vaca, de 18 a 28 dias para cabra, 28 dias para mulher, etc.

Esses ritmos podem ser alterados por fatores como situações


patológicas e idade.
Numa situação patológica, como tumor no hipotálamo e hipófise, pode
gerar
isso. A idade também altera, pois, animais mais jovens, adultos e mais
velhos não possuem a mesma secreção hormonal, por exemplo, a
quantidade de testosterona que um animal mais maduro e um animal mais
idoso secretam é diferente.
FATORES QUE INTERFEREM NA RESPOSTA A HORMÔNIOS
• Tipo de tecido: Só responde ao hormônio se tiver o receptor para esse
hormônio.
Então jamais a gente vai ver o LH atuando na musculatura cardíaca,
porque, no coração, ele não tem receptor, ele só vai agir onde tiver receptor
para ele.

• Relação tempo-efeito: Quanto mais tempo o receptor estiver ligado ao


hormônio mais intensa vai ser a ação do hormônio/efeito biológico.

USO DOS HORMÔNIOS NA INDÚSTRIA ANIMAL


1. Reprodução Se um se usa muito hormônio nas biotecnicas de
reprodução, como a sincronização de fêmeas, para superovular uma fêmea
(isso ocorre para ampliar a capacidade reprodutiva de uma vaca de
alto valor genético, pois, assim, ela não vai ter apenas um filho, ela vai ter
vários filhos em outras vacas), para coleta de embrião, para tratamento de
fêmea com retenção de placenta, para estimular a contração uterina... tudo
isso será feito com hormônio.
2. Produção de leite Por exemplo, usando o GH para enganar o receptor de
prolactina e aí aumentar a produção leiteira.

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