MAETERLINCK, Maurice. A Intrusa

5/13/2018 AIntrusaMaeterlinck-slidepdf.
com
M A U R I CE lV lA E I'E R L IN C K
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A I N T R USA
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Tradu~ao
de
SO N IA PR A l;A '0.
e
N JN A FO R T ES
RiD de 'Janei:w/Brasil
1988
http://slidepdf.com/reader/full/a-intrusa-maeterlinck 1/17
5/13/2018 AIntrusaMaeterlinck-slidepdf.com
02
A I T R u s A
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"
03
Pela p r im e i r a v ez . ..
.-~
,.
. .. aos nossos amigos .
..,
PER SON AGE N S
o AVO' (cego)
OPAl
o TIO
-,~
A I R M A DE' CARIDADE
A CRIADA
':'I
( A a 9ao pa s s a- s e em t em p o s m o der n o s )
-,
"
'0
05
'"
Sala sombria de umvelho caate Io, Porta a direita, porta a esquerda e uma peguena
por ta , disfar~ada, num dos EUlgulos. AD fundo janelas de vitrais em que domina a
I
cor verde, e umaport;a envf.dracada que se abre para umtarreco, U rn grande relOgio
f.l.arrcnqo , Urr.:l 13rrp,xl':1 accsa.
As tres rrocas r. rmIhor que se sente aqui, v o v o , perto da Luz ,
AvO Pa.r.ece que nao esta bern claro aqui.

Pai Varros para 0 terra90, ou ficarros aqui na sala ?
'rio Nao seria rrelhor ficarrros aqui ? Choveu toda a semana e as

noites estao limidas e frias.
A m : x ; ,: a mais veJha Entretcmto, ha estrelas !

'1'io Ah! as estrelas. Isso nao prova nada.
AvO t: melhor ficamos aqui , Nao se sabe 0 que pode acontecer.
Pai Nao precisamos nos preocupar. Nao h a mais perigo; ela esta
salva ...
Avo Eu creio que ela nao esta passando bern.
Pai Por que diz isso ?
AvO Escutei sua voz.

Pai Mas se os rrec1icos nos afirrram que poderros f Lcar t.ranqtli.Ios •••
'l~o Voce sabe bern que 0 seu sogro gosta de nos preocupar inutil-
mente.
'-
Avo Eu nao vejo cerro voces.
Tio Entao deve acreditar no que dizem as pessoas que enxergam. Ela
t.i.nha tim OUIiO aspecto est.a m:mha. l\gorLl, dorrre profundarrente
e nao devemos estragar a primeira noite despreocupada que 0
des t.i.no nos concede, M e parecc que tenDS 0 d.i.red, to de dcsca!:!_
sar e rresmode rir urnpouco, sem ter msdo, esta noite.

r: vcrdade , f: a prineira vez quo me sf.nto a vontacle, entre os
ffieUS, d e p o i s daquele p a r t o terrivel.
'.I.'io Quando a doenca entra numa casa, parece que ha UIl1estranho na
familia.
Pa i £; nessas ocasiOes que se ve cono, fora da farn!lia, nao se pede
contar commais ni.nquem.
'1'io '.rem razao.
Ava Por que hoje nao pude ver mi.nhapobre filha ?

Tio Sabe bern que 0 rredico proibiu.
Avo Ell na.o sei 0 que devo pensar .•.
, 'lio f: inubl se preocupar ...
AvO (Lndi.cando a por ta a esquerda) CUidado, ela pode nos ouvir.
Pai N o S n a o falamos tao alto; alern do mais a porta e muito grossa,
e a ImB de caridade que esta junto deJa nos avisaria se csti
vessemos fazendo muito barulho.
, 06
AvO (Lndi.cando a porta a clireita) E ele ? Nao nos escuta ?
e
i
Pai Nao, nao.
AvO Ele dome ?
Pai Suponho que s im,
Avo t': IfeIhor ver.

Tio o rreru.no roe preocupa mais Cb que sua muTher. H.3.algumas s~
nns que o Ie n.;ISCCU I C apcnas so Ire xe no bcrco: nao chorou se
quer luna vez, ate agora; pa.rece luna cr i.anca de cera.

Avo Creio que el e s e r a strrdo, e t a l v e z mudo. E esse 0r e s u l t a d o
dos casamentos consangtlineos.
(Silencio de .reprovacao)
Pai Eu desejo a ele 0 rresmomal, que f ez a sua mae.
'I'io Seja razoavel. 0 menino nao tern culpa. Ele esta so no quarto?
0 0
Pai Sim, rredico nao quer que rrenino fique no quarto da mae.
'l'Lo E a ama, I1clO es ta com e l e ?
Pai Nao, eLa foi descansar urnpouoo, e bern 0 rrerece , depoi.s destes
ult.irros elias! Va voce, Orsula, veja se ele donne sossegado.
A IT'09amais ve lha Sim.
I (A.s ues nocas Ievantam-se e, de ITBOS dadas, penetram no quarto, a direita)
•
Pai A que horas chega sua irma ?
'rio Creio q u e ei a v i r a p o r v o l t a das n o v e .
Poi J5 passa dDS nove. Ell gostJ.ria que c1.:1 vlcssc esta noi te; nunha
malhar .ins.ist.e muito em ve-la.
'.1.'.1_0 f: certo que vira. r! : a prin-eira vez Cjll2 eIa vernaqui ?
Pai Bla jamais enuou n e s t a caSa.
'1'10 r: Illuitodificil sair do c'Onvento.
Pai Vira so ?
'I'Lo Ell pcnso que uma das f retras a L!exmq.x"lnhara. El.as nao podem sair
soai.nhas ,
Pa i robs e La c a
, superiora.
Tio A reqra c a rreSITB para toclas.
Avo Na o estao preocupados ?
Tio Por que nos preocuparmos ? Ja nao 115nada a terrer ,
.. Avo Sua irma e mais velha que voces ?
'rio Simi e a mais velha de t.cdos nos.

AvO N a o sci 0 que tenho mas nao rre sinto sosseqado , Gostaria que a
sua iIlrB ja cstivesse agui.
Tio Ela vj_ra,ela prorreteu.
AvO Gos~~ria que esta n o i t e j a tivesse passado.
(E:ntt:"am as tres Il'CX;?2IS)
Pai Ele dome ?
07
.' A IfOCj,:a rraf.s ve lha Sim, profunc1alllente.
Tio Que farerros enquanto se espera ?

~
Av o Esperar 0 que ?
Tio E s p er a r nossa irma.
Pa i Nao ve ninguern chegar, Orsula ?
A~a mais velha (a janela) Nao.
Pai, E na estrada "? V o c e ve a es tr a cl a ?
A IT lO9a Sim. 0 luar ilwnina a estrada ate 0 bosque de ci.pres tes ,
Avo E nao ve ninguem ?
A n"Cl9a Ninguem, vovo.
Tio Carro esta 0 telTpo ?
A noca Faz una noite rnaravi.Ihosa, Nao ouve 0 canto dos rouxinof,s ?
Tio 5 1 rn , aim,
A m ::x;:a I.evanta wn pouco de vento na estrac1a.
I\vo Urn pouco de vento na csurada ?

A m:x;a Sim, e as arvores bal.ancam uml)()UCO.
'I'10 ~ estranho que minha inna nao esteja ai.nda aqui,
Av o Ell nao escuto mais os rouxinois.
A~a Creio que alguem entrou no jarc1:i.m, vovo.

.. AvO Quem e ?
A rro;.:a Nao sei, nao vejo ni.nquem.

Tj.o Entao e porque nao h o 3 ni.nquem,
A m : :x s : a Deve haver algu&n no jardim, os rouxinoi s emudecerarn de repe!!,

t eo
Avo Entre·tanto, nao ouco passo algum.

A mcx;a A.l~fllemassou perto do lago, porgue os cisnes estao com medo.
Pa i Nao ve ninguem ?
l\ n..::x;a Ninguem.
Pai Ma s 0 lago c o m este luar ...
1\ rroc;a Sim; mas so vejo que os ci.snes b~m rredo.

Tio 'lenho certeza de que foi mi.nha 1m que os assustou. Ela entra
ra pel.a por ta do lado.
rcd Por que so I~], entao,
, que os caes nao ladram ?
1\ rnc)(;;:a Ell vejo 0 cao de guarcla no fundo de sua casinhola. Os cisnes
.. vao para a Dutra marqem! ...
Tio Eles tern rredo de minha irma. Eu vou ver. (Chama) Mana Mana
r: voce'? NDO h5 ni.ngu(fun.

A [lo;:a 'l'enho ccr tczn que alguem entrou no jarc1im. Voces v a o ver.
'rio rot,s cLa Ire rnspondcrLa!
AvO Os rouxinois nao voltaram a cantar, Orsula ?

A [ro:;a Nao oUC;;o
SEXIucr urn, neste nonento.
08
.' AvO NZto hE. ncnhum rufdo ,
Pai Ha.UITl siIcnc i.o de norte.

.1
AvO Com certeza e urn desconhecido que os espantou. 5e fosse alguem
de casa, as rouxinois nao se teriam calado ?
Tio o senhor pretende dedicar-se ao estudo dos rouxinoi.s ?
AvO Orsula, as portas envidra9adas estao abertas ?
A nx::x;a Sim. Estao aber tas , vovO.
AvO Parece crue 0 frio entra na sala.

vcnca U Hl pouco no jard.irn, c as r.et.Jlas das rasas tombam no
chao.
Pai ConvE!m fechar as partas. Ja e tarde.
A rroca Sim. Eu nao consigo fecha-la.
l\s duas outras lll:I¥as Nao poc1erros fechar a port;a.
AvO Que aconteceu, rreninas ?

'rio Nao e preciso se preocopar , &1 VOLI ajud5-1as.
A noca Nao consequi.mos fechji- La di.re.i to.
rto C por causa da umi.dade, Facarros forca juntas, todas de UITla vez ,
Deve haver alguma coisa entre os batentes.
Pai 0 marccneiroconsertazaa m a n h a .
Avo o marceneiro vira amanha ?
A roc:x;:a Sim, vovo, ele vern trabalhar na adega.

Avo Vai fazer mui to barulho! .•.
A r r oca Pedir-lhe-ei que trabalhe comcuidado.
(Ouve-se, de repente, urn ruido que vern de fora, COITO 0 de 1..IIM foice ao ser afiada)
Avo (cstrenccendo) Oh !
Tio o que e isto ?
A ncca Nao sci bern. Creio que e 0 jardineiro. Nao 0 vejo bern, ele esta
rnui,o junto da casa.
Pai f: 0 janli.nciro que correca a ce ifar.

'1'io El.e Lraba lha a noi te ?
Pai Amanhanao e domingo? Sim. Ell notei que a erva dos canteiros
escii muito alta, em torno c ia casa.
AvO M2parece que sua fOice esta fazendo multo rufdo,
A m : :: x ; a Ele est5. podando as plantas ern volta da casa.
.. Avo Ve b em , Or su l a ?
A mcx;:a N a O , ele trabalha na sambra.
Avo 'Ierro que ele a c a r d e minha filha.
'1'io POllCO OUV:iJ10S.
AvO Eu escuto urnforte rufdo, cerro se 0 jardineiro estivesse eei

fando agui dentro.
Tio A dc::ente nao escutara nada, nao ha perigo.
09
Pai Parece-rre que 0 lampiao nao ihunina bern, esta noite.
'110 Falta-Ihe oleo.

.1
Pill Hoje de I T \ : : ' " U 1 h a , a empregada encheu-o bern. Cer:ois que fecharam
a p:>rta a luz se tornou nenos clara.
rio Creio que a manga esta embaciada.
Pai Oaqui a lXlUCO eIa f.Lumi.narf rrelhor ,

Vover adorneccu. 1·la tres noites que nao preqava olho,
Pai EsIii rnui to preocupado,
'1'io Exagera urn [X)llCO as SLUtS preocupacoes , an certos morrentos, nao

ouve ninguem.
Pa i E natural, na sua idade.
T:Lo s O Deua sabe COlTO es+arerros nos, nessa ida de
Pa i Vai fazer oitenta anos.
'rio Entao tern 0 direito de ser extravagante.

Pai Ele e c o m o bodos os cegos do mundo.
TJ.o Os O8gos reflctem demais.
Pai Tern tempo de sobra para perder.
Tio Nao tern outra ooisa a fazer.

Pro E, alero disso, nao tern nenhuma clistrac;ao.
.
l
rto Deve ser terri vel .

Pai Parece que se habi tuam.
Tio Nao posso me imaginar assim.

Pai sao dignos de pena!
Tio Nao saber onde se esta, donde se vern, nao saber para onde se
vai, nao distingtlir 0 ne.io-di.a da rreia-noi te, nem 0 Verao do
Inverno ... e sempre aquela escurtdao ... se fossa comigo, eu
prefcr.irl.a nEioviver r11.:t15. f; o o n p l e t . a I r e n t c LncurfiveI ?
Pal. Parece que s.im,

Tio Nas, ele nao c absolutamente ceqo " ?
Pai Ele distingUe as grandes claridac1es.
'rio Devemos cui dar dos nossos pobres oThos.
J"lai 1::1e tern Ercquenterrente iclc:i.as cst.ranhas .•.
'1'io Ha norrentos em que ele nao e agradavel.
P.:d. E1e di.z absol.ucarmrrte tudo 0 (]I.lC pensa ,
.. Tio E r a tamtem assim, antigamente ?
Pai Em absoluto; em outros tenpos ele era tao razoave.L cerro nos;
;
nao clizia nada de mais. Na verdade , Orsula 0 encoraja rnuito;
e La responde a todas as suas perguntas ...
Tio Scria melhor que ningueIn ]J1e r'espondesse , para 0 seu prOprio
bem.
10
.'
(Soamonze horas)
Ava(acordando) Estou de costas para as portas envidra9adas ?
A no:;_;a Voce dormiu bern, vovO.
AvO Estou de costas para as portas envi.dracadas ?
A rrq;a Sim, vovO.
Ava Nao h a ni.nquem nas portas envi.dracadas ?

Anq:a Nao, vovo. Nao vejo ni.nquem,
AvO Pois eu seria capaz de jurar que bateram a porta. Tive a Irn
pressao que al~n esperava. Nao viu ninguem ?
A m : : :x , i l Ningucm, vovo.
AvO (ao '1'io e ao Pai) E sua iuna, ainda nao ve.io ?
Tio Ja e muito tarde; ela nao vira mai.s; isso nao foi genUl de
sua parte.
Pai, Concyo a Ire preocupar ,

(OUve-se urn rufdo, corro de alguem que entrasse no castelo)
'rio J5 chegou! Voc:es O l l v i r a l l l ?
Pill. ouvi sim; aIquem entrou no andar terrco.
Tio f; nossa irnD. neconhccl. -lhc as passos ,
AvO Eu a escutei andar lentamente.

P.:1i F:ntrou scm fazer baru lho,
Tio Ela sate que ha u m a do en t e em easa.
AvO Agora nao ouc;o mais nada.

Tio Di.r+Ihe-eo que estarros aqui. Subira Inedi.atarnerrte.
Pai Alegra-tre que tenha vindo.
Tio Eu s a b i a que ela viria esta noite.
Avo Esta dermrando a subir,

T:Lo r-1asnao pede ser outra pessoa.
Nilo e S F c r a H o s outra visita.

AvO Nao escuto nenhum rufdo no andar b~rrE_,().
0
Pa:L Vou charnar a cr i.ada: sabererros que se passa.
(Puxa 0 cordao da campainha)
Avo E,'u escuto LUll l:Dru.U10 na escada ,
Pai ~ a criada c f £ sobe.

Avo M e p a r ec e que nao esta so.
...
Pai El.a sobe len tamente .••
Avo Eu ow;o os passos de sua irma!
Pai Pois e u nao O l l C ; O senao os d a c r i a da .
Avo r:: s u a imB ! f: sua i.rrna !

(Ouvem-se batidas na portinha)
Tio Eia bate a porta do al~apao.
11
.'
Pai E l l rresno v o u a br ir , porque esta porta faz r n u it o b a r u lh o ; n a o
serve senao para se entrar no aposen to as escondi.das. (Ent:E.e
abre a portinha; a criada fica do lado de fora, bocejando )

Onde est.a voce ?
Criac1a Aqui, senhor.
AvO Su a irma esta n a porta ?
Tio sO vejo a cr'Lada,

Pro E apenas a eriac1a. ( 1 \ c r i a d a ) Quem foi que entrou na e a s a ?
Criada Entrou n a cas a ?
Pai Sim, nao en trou alguem a g o r a rresmo ?

Criada Ninguem en tr ou , s en ho r.
AvO Quemest.:=isuspi.rando dasse jel to .?
Tio f ': a c r ia da que a.rqueja, devi do a o esforco da s u b i d a .
Two Ela cst5 chorando ?

1'io Nao. Po r q u e choraria ?
Pa i ( 1 \ e ri ad a) Ninguenl e n t r o u ?
Criada Nao, senhor, ru.nquem.
Fa i Mas nos ouvuros , daqui, abrirem a porta.'
Criada Fui eu quem fechou a porta.

. Pai Estava aberta ?
Criada Sim, senhor.

\
Pai Po r q u e el a es t a v a aberta a esta hora ?
Criadn Nao sei, senhor. E u h av ia f ec ha do .

Pa i t1as, entjio, quem foi que a b r i u ?
Cri.:ld.:, Eu n.:1osci, scnhor: talvez a . l g l l e m que tcnha s a i do dep o i s de
mime..
P;li f.': proc i::;o tamar cutdado , Mas nilo force cJ port.ar voce sabe co
lID el.a faz barulhol
Cr i.ada Mas, senhor , ell nem esrou tocando na porta,
Pa i Ora e s s a ! Voce esta for9ando a p o r t a , c o m o s e q u is es s e en t r a r .
Cri.ada Mas, scnhor, s e eu es t o u a muitos p a s s es da por+a!
Pel i. Fale urn r.lOUCO mods baixo.
AvO Apaqar am 0 lampiao ?
A !TO\=.:i D 2 rrodo a Iqurn.

Avo Pareoe-rre que escureceu de repente.
Pal (A cr.i.ada) i);!s<;a, mas nao fa<;;:amais barulho na escada.
Cri.ada -
u nao fi 7. baru.lho,
Pai f-las ell csrou dizendo que voce fez baru lho r desca c1evagar para
n a o a c o r c 1a r a Sen h o r a . E s e v ier alguem, c l i g a que nao e s t a r r o s .

'1'io Si.m, CU y c l que nao es tarros ,
Av o (solJI-t::;:;.I I L. Idol Noo dcvi.am d i zcr is:'D
12
.' Pa i A reo ser par a minha irma e 0 rredico.

Tio A q u e horas 0 n?clico vira ?
Pai Nao podera chegar antes da rreia-noite.
(Pecha a porta. Ouve-se bater rreia-hora)
AvO Ela entrou ?
Pai Q u em ?
AvO A eriada ?
Pai Nao, ela desceu.
Av o Pensei que estivesse sentada a mesa.

'1':Lo A criada ?
AvO Sim.
Tio Era so 0 que faltava !
AvO Has ninguern entrou na sala ?
Pa i Ora essa, ningLJt8mntrou.
AvO E sua irma nao esta aqui?
Tio Nossa i r m a nao veio.

AvO Voces estao querendo Ire enganar
Tio Engana-lo ?
AvO Diga-HE a verdade, Orsula, palo a r r o r de ceus!

A rroca Vovo I vovo, que e que 0 senhor tern ?
AvO Acontcceu algurna coisa! Cararrco que mi.nha filha piorou! .•.
Tio o senhor esta sonhando !
AvO Voces nao querem Ire dizer a verdade! .. CU vejo que ha alguma
coisa! •..
')'.i.o Ncssc caSO , 0 scnhor cnxcrqa rm lhor do que n o s .
Avo O r s u la , c l i g a- r r e a verdade!
l\ Il~a f\1as nos lhe di sserros a verda de , vovo;
AvO A sua voz mudou de tom

P<:l.i o senhor a anedrontou.
Avo A slIa voz t a m b C m esta mudada
Pili o senhor esta ficando loueo!
(Ele 00 tio tzocam sf.nai.s , para se persuadtrem que 0 avo perdeu a razjio)
Avo Sei per fei taIrente que voces tern [redo!
Pai. Mas de que h a v i a r r o s de ter !Tl2do ?
... AvO Po:r que e que voces estao Ire enganando ?

Tio Nenhwn de
.
nos pensa em enganar 0 senhor ,
AvO Por que apagaram 0 lampiao ?
'I'io Nao apaqanos 0 1ampiao; esta tao cl.aro COIrO antes.
A~a Pare02 que a luz di.miruu,u ,
Pal vcjo tudo tCio c Iaro cerro de cos+uro.
13
" AvO M:;us 01h05 nao vcem. 'l.bnho ass tm corm duas pedras CHI cdma
deIcs ' Hinhas fiThas, vcnham ca: di.qam-rre 0 que S8 passa aqui!
D.igam-rre pelo arror de D.:!us, voces que pcx:lem ver! Estou so aqui,
dcntro c1estas trevas scm Urn! Nao sei quem se senta ao rreu l~
do! Nao sei 0 que se passa a dois passos de m im !...Por que
e que falam em voz baixa ?
Pai Ninguem falou emvoz baixa,

AvO Voces falaram emvoz baixa, perto da porta.
Pai o senhor escutou tudo que faleL

Avo Fizeram entrar uma pessoa na sala! ...
Pai Mas eu ja The digo que ningu6n entrou
AvO Foi sua iDla ou urn padre ? f: Lniit i.L rre enganar. Orsula, quem
foi que entrou ?
Ninguem, vovo.
l:: inutil Ire enganar; eu sei 0 que sei! Quantos somosaqui ?

A rroc;a SOITDS seis em tome da nesa, vovo.
AvO Vores estao todos ern tome da rresa ?
A IllJt¥a Sim, vovo.
AvO voce esta ai, Paulo?
Pa i Sim.
Avo V~s esta ai, Oliverio?
'1'io Sim; s.irni es tou aqu:i, no I ugar de cos ttUle. E 0 senhor es t . 5 .
brincundo, n50 ?
AvO Voce cs ta af , Genoveva ?

U m a das Il"'09as Sim, vovo.
AvO
UITB. outra I"I"Cl9a Sim, vovO.

AvO V o c e cst5 ai, Orsula"?
A ncca rrais veIha Sim, vovo, ao seu lado.
l\vO E quell I C que esta sentado ali ?
Ali onde, vovo? Nao m runquam.

Ali, ali, no meio de nos?
M"Js nao ha ni.nquem, vovo

Ja. the diSSelTDS que nao ha ninguem!
AvO ~s voces nao vean, voces outros !
Tio Varros, est.~ brincando ?
AvO Ell nao tenho vontade de brincar, eu The asseguro.
1~Lo l:J1tao, acredi te nos que enxergam.
AvO (indeciso) Eu pensei que houvesse alguem•.• Penso que nao vi
verei muito tempo, •.

Tio Por que Lrf arros enqana-Lo ? ce que serviria isso ?
14
" Pm Nao prec.i.sarros esconder a verdade.

" Tio Q u e adiantaria nos enganarrros ?
~.
Pai o senhor nao poderaa viver multo terrp:> neste erro .
AvO (tentando se levantar) Ell gostaria de rorrper estas trevas! ..•
Pat A o nc1 e quer ir ?
AvO Para 0 lado de la•..

Pai Nao 5e perturbe desse jei to...
Tio o senhor esta estranho esta noite.
Avo Voces e que Ire parecem estranhos!
Pai Que c. q lie procure ?
Avo E u nZlo s c i 0 que tenho

A ~a V o vo , vo vo , 0 que v o c e precisa, v ov o ?
Avo D§em-rre suas maozinhas, minhas fiIhas •
As tres nocas Sim, vovo.

AvO Por que e que trerrern, voces b:-es?
A rroca NOs n a o eatzums tzerrendo I vovo.
AvO Creio que devem estar palidas.
A IT'i09a r; tarde, vovo I enos estamos cansadas.

Pai Cbnvem que voces se recoJham, 0 senhor taIlll:lem deveria repousar
urn pouco ,
AvO Eu n a o pex1erei dormir esta noi te.

'I'io Nos ficaremos esperando 0 rredico.
AvO rv E preparem para a verdade!
'1'io M-.:1S nao ha verdads !

Avo Entao, nao sei 0 que ha !
Tio Eu the digo que nao h a nada
AvO Eu gostaria de ver minha pobre fiTha!
Pat Nas 0 senhor sabe que mo e possfve l : n a o hli necessidade de
acord.3.-la inutilmente.
'1'io o senhor a v e r a a m a n h a .
Avo Na o se escuta nenhumbarulho no quarto.
'1'io Eu Ire preocuparia se escutasse barulho,

Avo l o r a muito tempo nao vejo minha filha!.,. Ontem a noite eu ~
guei suas maos, nBS nao a vi!.. Nao sea mais se ela esta b ern •••
.. Nao sei mai s cerro ela e... Ela Cleve ter mudado depof.s destas
serranas! •• Eu senti os pequenos ossos de seu rosto sob minhas
maos. .. Apenas trevas existe entre mim e ela, e voces todos!

Nao posse mais viver ass im••• isto nao e viver! .. Voces estao
ai, todos, comos 011105 bern abertos a o.lhar rreus olhos rrortos,
e nenhum de voces tern pena de rnirn! ••• Nao sei 0 que tenho •..
nunca 58 diz 0 que se qos tiar.i,a de di.zer ... e tudo isso e tcr
rivel quando se pensa ... f"as par ql.£ e que v o ce s n a o falam
ITBis ?
6.>
15
.'
;... Tio Que podenos clizer, se 0 senhor nao acredi ta em nos ?
l';'
•
Avo Voces tern rredo de se trairc d
Pai Pela ultina vez, seja raz06vel
AvO Nao e de hoje que se esconde a l g u m a coisa ....

I
Aconteceu 211
quma coisa aqui em casa •.. Agora e que comeco a compreender ..•
VOCesm e enganam h . 3 . mill to t.eInp::l ! Pensavam que eu nao saberia

janBis ? I - J . § . rroroentos , onde sou menos cego do que voces, voces
sabern? Ell nao escuto voces falarem baixo, elias apOs elias I
COIlD se estivessem na casa de urn enforcado ? Nao ouso di.zor 0
que sei esta noi te. .. Mas eu sabia a verdade... Eu esperei que
voces dissessem; mas ha mui.to tenpo que eu sci, apesar de vo

ces! . .• E, agora, eu sinto que voces estao mais palidos do
os rror tos !
l\s tres rrocas Vovo, vovo, que que 0 senhor tern, vovo ?
e
Avo Nao e de voces que falo, minhas fiThas, nao, nao e de voces
que £ 2 11 0 • •. Sei bern que voces me contariam a verdade, se eles
nao estivessem emvolta de voces AlL3.s, tenho certeza de' que

eles as enqanam, t. ar n J :e m • .. E voces verao, minhas filhas, voces
verao! ... Pensamque nao eseuto voces tres sol.ucarem ?

'.
•
Pai Pensa verdadeirarnente que m i r u 1 a mulher corre perigo de V i d a , ?
Avo E inutil querer ne enganar! Agora e tarde demais, e eu sei a
verda de melhor que voces !

Tio Has nos nao SOITDS cegos !
Pai o senhor quer entrar no quarto de sua f iIha ? Ha urnmal-enten
dido que deve aeabar. Quer entrar ?
AvO (subitcurente indeciso) Nao, roo, agora nao... nunea mai.s,
Tio Ve-se b e r n que 0 senhor nao esta sendo razoavel!
Avo Nao se sabe jamais tudo que un hormm nao pede dizer durante a
Vl
ida!• • •• Ouemfaz esse ~1...".,1,./1 ?
.
~;{o-
A m::)(;?a
~ d ' larnpiao que se agita, vovO.
Avo Creio que ele se agita, que se agita demais ...
1\ I'r : : l 9 < . 1 f: 0 vento frio que 0 faz oscf.Lar •.•
~ Nao h a vento frio; as p:>rtas estao fechadas.

l\ n~Ll. Parecc que a Luz vai apagar-se.
," ' Pai. Nao h a mais oleo.
1\ rn::x;a Apagou-se.
• Pai Nao podemos ficar assj~, no eseuro.
Tio E par que nao ? ELlja estou habi tuado.
Pai Ha Luz no quarto de mi.nhamulher.
'rio Peqarerros 0 lampiao do quarto para ea, quando 0 rreclico· cheqar ,
Pai t verdade que se ve b e r n ; h a a elaridade de fora.
. . 5/13/2018 AIntrusaMaeterlinck-slidepdf.com
16
,.
., la
~. Av a
Pai
Esta claro
M::lis c Iaro que aqui.
Bu qos to mui to de conversar

fora ?
no escuro.
Tio
Pai Ell tzunb0n.

(Si1encio)
I
M e parece 0
relOgio esta fazendo muito barulho
Av a
A rnc:x;;:a
que
Porgue nao falamos mais, vow.
....
Av O Mas por que voces se calaram ?
Tio Mas do que 0 senhor quer que falerros ? 0 senhor nao esta serio
esta noite.
Av o Se r a que es t a m u i t o escUDO no q u a r t o ?
T.io N a o es t a muito claro.
(Silencio)
Av a Orsula, abra urn )Xll1CO a por to i ell n50 rro sinto bern.
Pai Ande, Orsula, abr.a urn pouco a porta; eu comeco a sentir falta
de a r .
(A mc:x;:aabre a par ta)
Ti o Eu cre io que estiverros fechaclos a q u i durante m u i t o tempo.

.,
"
Avo A port.a e s t a aberta ?
A lTtc:::w;:a Sim , vovo, e s t a aberta.
A vO E l l diria que n a o e s t 5 aberta; nao vern 0menor r u i d o de fora.
A rn : x;;: a Nao, v o v o , n a o
h a n e n h u r n r u i d o.
Pai H~ um silencio ext.racrdinjirt.o:
A ITO<;:a Pcx:1e-se ouvir u r n anjo voar ,
Tio f. por isso que eu nao gosto da vi.da do campo.

Av a Eu gostaria de ou vir algum ruido. Qu e horas s a o , Orsula ?
1\ noca Quase ! T ei a - n oi t e, v o vo .
(0 tio pee-se a caminhar de u r n lado para outro)
AvO Quem e que anda, em nossa volta ?
Tio Sou eu, sou eu, nao tenha medo, Sinta necessidade de caminhar
u r n pOLlCO. ( Si l en c io ) Q u er o m e acalmar, mas n ao c on sig o.
(Si1encio)
AvO CDstaria de sair daqui
A rn : x;;: a Para onde, vov6 ?

Av a Nao sei onde - para urnoutro lugar, nao i m p o r t a onde
Pai Para onde iremos ?
•
Tio E mui to tarde para sairrros.
(Silencio. sentam-aa, imovc.i.s, em t o m e da mesa)
Avo Que e que e s t o u o l w i n do , O r s u l a ?
A m: x;a Nada, vovo, sao as f01h a s que c a em da s a r vo r es i sim, sao as
folhas que caem la fora, no terra<;:o.
J.7
AvO Va fechilr a J:X>rta, Orsula.

.,
A rroca Sim, vovo.
(Ela fecha a porta e volta a sentar-se)
Avo 'l'c:nhofrio. (SJJ.encio. lV.3 tr.C8 trm]5 se abracam) E aqorn, 0
que estou ouvindo ?
ai Sao as rreninas que se abracam.
Tic M e parece que estao muito pBJ.idas, esta noite.
(Silencio)
I\VO E agora, 0 que eu ouyo ?
A rnoc;a Nada, vow i fu.i, eu que apertei as maos.
(Silcncio)
Avo Que e isto ?
A moca Nao sei, vovo... Nao serao minhas irmas que tremem ?
Avo Ell tarnl:€m estou com me do,
(Um raio de lua penetra por um canto dos vitrais e esparze, aqui e ali, reflexos es
tranhos no quarto. sea rrefa-noi.te e, na ultima badalada, parece a alguns,que se ou
ve, muito vagarrente, urn ruIdo COITO de algusn que se Ievantasse precipitadarnente)
•a AvO (aterrorizado) Q u em se levantou ai ?

'rio Ninguemse l e v a n t o u !
ai Eu nao rre levantei !
As tres rro<;::as Eu taIlU:€mnao
Av o Alguelll s e l ev a nt ou da nesa !
'rio A luz !
(Ouvc+sc de rcpcntc um vaq i.do de cspanto , no quar co do men.ino , < I d.LI~Cj.t<:li e esse va
'lido continua, com gradac;:aes de terror, ate 0 Urn da cena)

Pai Escutcl11! 0 nrmi.no !
'I'io Ele nunca havia chorado
Pa.i Valllosv c r
'1'io A luz l~ luz !
(Nesse nonento, ouvc+se alguern cor rer , compassos r5pidos e surdos , no quarto a e~
querda , Em seguida, urn silencio de norte. Escutam, torrados de mudo terror, ate que
a porta do quar to se abrc Lentarrenue, A claridade do aposerrto vizinho irrompe na

sala e a I.rrna de Card.dade aparece a soleira da porta, em.suas vestimentas negras,e
58 Lncl.tna, fazcndo 0 s.i.naI da cruz, para anunciar a rrorte da mu.Lhe , Eles cornpre~
dem; e C l p O S urn rrorrento de Lndeci.sao e de assanbro, entram em s.i Lenci.o na camara nor
tuada, cnguanto 0 Tio, junto a por ta , se afasta, policlarrente, para dar passagem as
tres ~as. 0 cego, sozinho, ergue-se, agitado, as apalpadelas, ao redar da mesa
nas tirevas)
Av o ronde vao? Aonde vao ? Eles so

zinho !
(Fim)

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5/13/2018 AIntrusaMaeterlinck-slidepdf.

. .. aos nossos amigos .

PER SON AGE N S

As tres rrocas r. rmIhor que se sente aqui, v o v o , perto da Luz ,

AvO Pa.r.ece que nao esta bern claro aqui.

'rio Nao seria rrelhor ficarrros aqui ? Choveu toda a semana e as

A m : x ; ,: a mais veJha Entretcmto, ha estrelas !

AvO Escutei sua voz.

e nao devemos estragar a primeira noite despreocupada que 0

des t.i.no nos concede, M e parecc que tenDS 0 d.i.red, to de dcsca!:!_

sar e rresmode rir urnpouco, sem ter msdo, esta noite.

Ava Por que hoje nao pude ver mi.nhapobre filha ?

AvO (Lndi.cando a porta a clireita) E ele ? Nao nos escuta ?

Pai Suponho que s im,

Avo t': IfeIhor ver.

quer luna vez, ate agora; pa.rece luna cr i.anca de cera.

dos casamentos consangtlineos.

Avo Na o estao preocupados ?

Tio Por que nos preocuparmos ? Ja nao 115nada a terrer ,

.. Avo Sua irma e mais velha que voces ?

'rio Simi e a mais velha de t.cdos nos.

(E:ntt:"am as tres Il'CX;?2IS)

Pai Ele dome ?

Tio Que farerros enquanto se espera ?

A~a mais velha (a janela) Nao.

Pai, E na estrada "? V o c e ve a es tr a cl a ?

A IT lO9a Sim. 0 luar ilwnina a estrada ate 0 bosque de ci.pres tes ,

Avo E nao ve ninguem ?

A n"Cl9a Ninguem, vovo.

Tio Carro esta 0 telTpo ?

I\vo Urn pouco de vento na csurada ?

A~a Creio que alguem entrou no jarc1:i.m, vovo.

A rro;.:a Nao sei, nao vejo ni.nquem.

A m : :x s : a Deve haver algu&n no jardim, os rouxinoi s emudecerarn de repe!!,

Avo Entre·tanto, nao ouco passo algum.

1\ rroc;a Sim; mas so vejo que os ci.snes b~m rredo.

1\ rnc)(;;:a Ell vejo 0 cao de guarcla no fundo de sua casinhola. Os cisnes

.. vao para a Dutra marqem! ...

r: voce'? NDO h5 ni.ngu(fun.

AvO Os rouxinois nao voltaram a cantar, Orsula ?

.' AvO NZto hE. ncnhum rufdo ,

Pai Ha.UITl siIcnc i.o de norte.

Tio o senhor pretende dedicar-se ao estudo dos rouxinoi.s ?

AvO Orsula, as portas envidra9adas estao abertas ?

A nx::x;a Sim. Estao aber tas , vovO.

AvO Parece crue 0 frio entra na sala.

AvO Que aconteceu, rreninas ?

Avo o marceneiro vira amanha ?

A roc:x;:a Sim, vovo, ele vern trabalhar na adega.

Tio o que e isto ?

Pai f: 0 janli.nciro que correca a ce ifar.

'1'io POllCO OUV:iJ10S.

AvO Eu escuto urnforte rufdo, cerro se 0 jardineiro estivesse eei

Pai Parece-rre que 0 lampiao nao ihunina bern, esta noite.

'110 Falta-Ihe oleo.

a p:>rta a luz se tornou nenos clara.

rio Creio que a manga esta embaciada.

Pai Oaqui a lXlUCO eIa f.Lumi.narf rrelhor ,

'1'io Exagera urn [X)llCO as SLUtS preocupacoes , an certos morrentos, nao