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Física Geral e Experimental I
Física Geral e Experimental I
Física Geral e Experimental I
Experimental I
Luis Ricardo Arruda de Andrade
PALAVRA DO REITOR
13
Descrição de
dois Movimentos
Importantes
da Física
41
Forças e o Princípio
Fundamental da
Dinâmica para o
Movimento Retilíneo
65
Rotação, Cinemática
e Dinâmica do Sistema de
Movimento Corpos Interagindo
Circular Uniforme
101 211
Conceito,
Classificação e
Estática e
Descrição dos
Hidrostática
Diferentes Tipos
de Energia
131 271
Aplicações da Teoria
Movimentos
de Trabalho
Balísticos
e Energia
169 317
Sistema Internacional de Unidades
Comprimento metro m
Massa quilograma kg
Tempo segundo s
Todas as demais unidades são derivadas das fundamentais. Por exemplo, a unidade
de área é o metro quadrado (m2), de velocidade é m/s, e assim por diante.
Muitas das unidades derivadas recebem nomes, como a unidade de potência
que é o watt (W), mas todas elas derivam das fundamentais, como será mostrado à
medida que são apresentadas.
Frequentemente, são empregados múltiplos e submúltiplos das unidades, iden-
tificados por prefixos. Por exemplo, o quilômetro (km), que vale 1.000 metros. O
quadro, a seguir, mostra os nomes desses prefixos.
Para evitar enganos e facilitar as operações aritméticas, é comum, na Física, o
emprego das potências de dez. Em vez de dizer que um giga vale 1.000 milhões, ou
escrever 1 G = 1 000 000 000, prefere-se 1 G = 109 m.
Quadro 2 - Prefixos indicativos de múltiplos da unidades
tera T 1012
giga G 109
mega M 106
quilo k 103
hecto h 10²
deca da 10
Fonte: Rozemberg (1998).
UNIDADE 1 15
Posição
km
340
18 Descrição do Movimento
Trajetória
P
O
UNIDADE 1 19
Se você entendeu o exemplo, vai compreender os dois itens que seguem, que tratam
da velocidade escalar média e da velocidade escalar instantânea.
P (t)
P’ (t’)
O
∆S
S
S’
UNIDADE 1 21
É imediato verificar que a unidade de velocidade no SI é m/s. No entanto, a unidade
utilizada comumente é o km/h. Para transformar uma unidade em outra, vamos
imaginar um veículo a uma velocidade de 36 km/h e determinar sua velocidade em
m/s. Para isso, basta lembrar que 1 km = 1000 m e 1h = 3600 s. Logo:
= 36 �
km 1000 � m
36 = 10 m/s
h 3600 � s
Generalizando, para transformar uma velocidade expressa em km/h para m/s, basta
dividir o valor por 3,6.
Concluindo: a não ser em casos particulares, velocidade média não é média das
velocidades.
22 Descrição do Movimento
Com um pouco de cálculo, podemos determinar o deslocamento do corpo no inter-
valo 0 a 11 s e a velocidade média nesse intervalo de tempo.
A área sob o gráfico (veja figuras) é o deslocamento do corpo no intervalo de
tempo considerado.
A Figura 5, que é um trapézio, mostra o comportamento da velocidade no
intervalo 0 a 2 s. Lembrando que a área de um trapézio é dada pela expressão
1
( base maior +base menor ) . altura , obtemos:
2
4 ∆S 6
2
Figura 5 - Comportamento da velocidade no intervalo 0 a 2 s
Fonte: o autor.
6 ∆S 6
∆ S2 = 2 . 6 = 12 m
1
6 ∆S ∆ S3 = ( 6 + 2 ) · 4 = 16 m
2
2
4
Figura 7 - Comportamento da velocidade no intervalo 4 s a 8 s. A área representa o deslocamento
nesse intervalo de tempo
Fonte: o autor.
24 Descrição do Movimento
Deslocamento no intervalo 8 s a 11 s: a figura sob o gráfico da Figura 8 é um retângulo.
Lembrando que a área do retângulo é a dada pela expressão base × altura , obtemos:
2 ∆S 2
∆ S4 = 2 . 3 = 6 m
3
∆ S 44
Vm = = = 4m s
∆ t 11
V ( m/s )
4 Vmédia
0 t(s)
0 2 4 6 8 10
UNIDADE 1 25
Uma possibilidade é descrever o comportamento da velocidade pela taxa de variação,
que é o quociente da variação da velocidade pelo tempo gasto para haver a variação.
Tanto no intervalo 0 a t1 como no intervalo t1 � a t2 , a taxa de variação é positiva, in-
dicando aumento de velocidade. Quanto mais rápida é a variação, maior é a taxa de
variação. No intervalo t3 � a t4 , há uma diminuição da velocidade e, neste caso, a taxa
de variação é negativa. No intervalo de tempo t2 � a t3 em velocidade constante, a taxa
de variação é nula. Essa taxa de variação é denominada aceleração escalar.
= m / s2
m/s
s
Observe que V '� pode ser maior ou menor que V . No primeiro caso, ∆V será positi-
vo e no segundo caso será negativo. A conclusão é que se V ' > V , a aceleração será
positiva. No caso de V '� menor que V , a aceleração será negativa.
Nesta unidade, apresentamos dois diferentes temas: o primeiro refere-se ao Sistema
Internacional de Unidades. A primeira vista, pode parecer sem importância, afinal,
que diferença faz se meço o comprimento em metros ou em polegadas ou em milhas?
A diferença é que, na Física e na Engenharia, as grandezas vão sendo relacionadas.
Se não estabelecêssemos padrões internacionais, teríamos de estabelecer múltiplas
tabelas para compararmos as unidades das diferentes grandezas. Nos dias atuais,
apenas Myanmar, a Libéria e os Estados Unidos não o utilizam.
Por enquanto, você só precisa saber o metro (m), o quilograma (kg) e o se-
gundo (s) e seus derivados m/s e m/s2.
UNIDADE 1 27
GUIMARÃES. O.; CARRON, W. As faces da Física. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2006.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. Volume 1 - Mecânica. 10. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2016.
ROZEMBERG, I. M. O sistema internacional de unidades – SI. São Paulo: Instituto Mauá de tecnologia, 1998.
SERWAY, R. A.; JEWETT, J. W. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica. São Paulo: Cen-
gage Larning, 2012.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica e Ondas, Termodi-
nâmica. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física. 12. ed. São Paulo: Addison Wesley, 2009.
35
1. C.
2. D.
3. E.
4. A.
5. B.
6. E.
36
37
38
39
40
Definição de Movimento Uniforme
Já sabemos que a posição de um corpo que está sobre uma linha conhecida pode ser
determinada por uma única medida. Na Física, essa medida é denominada espaço (S).
P
O
UNIDADE 2 43
Empregamos a palavra função com o mesmo significado utilizado pelos mate-
máticos. Dizemos que y é função de x quando a cada y corresponder um único x.
Claro que, se um corpo percorre uma trajetória, o valor de cada instante (t) só pode
corresponder um único valor de S, ou seja, S é função de t.
S S S0
V (constante) = �
t t 0
S0 t
S0 =0
t
S0 =0
Figura 2 - Gráfico do espaço (S) em função do tempo para o caso do movimento uniforme
Fonte: o autor.
Equação da
Velocidade do MUV
∆V V − V0
a= =
∆t t −0
Conceito de aceleração
UNIDADE 2 47
Observe que a velocidade é crescente em um dos casos (Figura 5a) e decrescente no
outro (Figura 5b).
a) b)
V (m/s) V (m/s)
24
30
V0 = 20
16
20
8
10
V0 = 5
t (s) t (s)
2 4 6
2 4 6
V V ' V
a
t t ' t
∆V 25 − 15
a= = = 5 m s2
∆t 4−2
V V ' V
a
t t ' t
∆V 4 − 16
a= = = − 4 m / s2
∆t 4 −1
20 - 4
S = S0 + ∆S
Figura 6 - Corpo percorre uma trajetória retilínea em movimento uniformemente variado com
aceleração a.
Fonte: o autor.
V = V0 + at
V0
∆S
0 t t
O deslocamento ∆S, no intervalo 0 a t, pode ser determinado pela área indicada, que
é um trapézio de bases V0 e V e altura t. Logo:
S = S0 + V0t + ½ at2
1 V V0
S V0 V
2 a
V 2 V02 2aS
Na expressão anterior:
V0 = 20 m/s (dado); ∆S = 40 m (distância até parar)
Velocidade no instante em que o veículo para: V = 0
0 = 400 + 2 . a . 40.
Logo: a = - 5 m/s2, sendo que o sinal negativo indica que a velocidade é decres-
cente durante a frenagem.
Esta unidade se resume a descrever dois tipos de movimento.
O primeiro é o movimento uniforme, que apresenta velocidade escalar constan-
te. Com base nessa informação, foi deduzida a equação horária de um movimento
uniforme e o gráfico do espaço em função do tempo desse movimento.
O segundo é o movimento uniformemente variado, que apresenta aceleração es-
calar constante. Com base nessa informação, foi deduzida a equação da velocidade
de um movimento uniformemente variado e o gráfico da velocidade em função do
tempo desse movimento.
Apresentamos a propriedade do gráfico da velocidade do movimento uniforme-
mente variado e, a partir dele, deduzimos a equação horária do movimento unifor-
memente variado.
A partir das equações da velocidade e do espaço, foi deduzida a equação de Tor-
ricelli, que relaciona a velocidade com a posição.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. Volume 1 - Mecânica. 10. ed. Rio de Ja-
neiro: LTC, 2016.
SERWAY, R. A.; JEWETT, J. W. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica. São Paulo: Cengage
Larning, 2012.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica e Ondas, Termodi-
nâmica. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física. 12. ed. São Paulo: Addison Wesley, 2009.
60
1. C.
2. D.
3. A.
4. E.
5. E.
6. E.
7. D.
61
62
63
64
Grandezas Escalares e Vetoriais
Há grandezas, denominadas
B
escalares, que ficam determi-
nadas quando se conhece a sua
intensidade, que é um número 10
A B
Figura 2 - Direção e sentido. (A) Um feixe de retas paralelas apresenta uma mesma direção. (B) A cada
direção correspondem dois sentidos
Fonte: o autor.
Uma grandeza vetorial fica determinada pela intensidade, que é um número positivo,
acompanhado de uma unidade, e por uma orientação espacial, que é dada pela
direção e pelo sentido.
UNIDADE 3 67
Por exemplo, se dissermos que um corpo que está em um ponto A se desloca 10 m
para o Norte, seu deslocamento está determinado.
0 20
340
20 40
B
3
N
60
30
NW NE
280
80
10 W E
100
260
SW SE
12
24
0
A 0
22 S 0
14
200 180
160
≠ D2 ≠ D 3
Mas
D1
D1
X D2 Y
A
N D3 M
1m
1m
Figura 4 - Exemplos de deslocamentos
Fonte: o autor.
Conceito de Força
Força é uma grandeza vetorial que caracteriza a ação de um corpo sobre outro e
que tem como efeito a deformação do corpo e/ou a alteração da velocidade do
corpo sobre o qual ela está sendo aplicada.
Empregamos, para forças, a notação usual para grandezas vetoriais: uma letra sobre
uur r
a qual se coloca uma seta. Exemplos: F , f , T , P . Para indicar a intensidade da força,
empregamos a mesma letra sem a seta. Exemplos: F, f, T, P.
Observando as ações que ocorrem na natureza, verificamos que só existe força
quando há dois corpos: um que aplica a força, e outro que sofre a ação. Não podemos
falar em força do corpo, mas em força aplicada ou recebida pelo corpo. A força não
é propriedade do corpo, mas de um par de corpos.
UNIDADE 3 69
Dinamômetro
Tipos de Força
Vamos descrever apenas as forças aplicadas ou recebidas por corpos que estão no
estado sólido. Essas forças se dividem em dois tipos: de contato e de campo. As forças
de contato só existem enquanto há contato entre os corpos; portanto, em dado corpo,
o número de forças de contato não pode superar o número de contatos. Essas forças
estão presentes quando se empurra ou se puxa um corpo.
As forças de campo existem mesmo que não haja contato entre os corpos. São
exemplos de força de campo: a força elétrica (aplicada por corpos eletrizados), a força
magnética (aplicada por ímãs) e a força peso ou força de atração gravitacional ou
força da gravidade (aplicada por um planeta ou estrela sobre os outros corpos). No
momento, entre as forças de campo, só nos interessa a força peso.
Em 1687, Isaac Newton formulou a hipótese de que todos os corpos se atraem mu-
tuamente. A existência dessa atração, denominada gravitacional, é muito difícil de
ser observada experimentalmente enquanto se opera com objetos comuns – duas
pessoas, por exemplo – pois, nessas condições, ela é desprezível. No entanto, quando
um dos objetos é um planeta, essa atração passa a ter intensidade considerável.
Nessas condições, um corpo na superfície ou nas proximidades da Terra – ou de
qualquer outro planeta – está submetido a uma força de atração gravitacional, tam-
Um Exemplo Fundamental
Considere o exemplo de um trator puxando uma pedra que está apoiada em uma super-
fície horizontal. Vamos assinalar as forças que agem na pedra e descrever cada uma delas.
N
T
Fa
Figura 6 - Forças que agem em uma pedra sendo puxada por um trator
Fonte: o autor.
r
P : é o peso da pedra, ou seja, a força com que a Terra a atrai.
r
T : é a força de tração transmitida pelo fio do trator até a pedra. Tem a direção do
fio e sentido de puxar.
r
N : é a força normal aplicada pelo solo na pedra. Tem a direção perpendicular à
superfície e sentido de empurrar.
r
Fat : é a força de atrito aplicada pelo solo na pedra. Tem a direção tangente à su-
perfície e sentido contrário ao deslizamento, ou tendência.
UNIDADE 3 71
Entretanto, ainda temos de resolver dois problemas: um processo de medida de massa
e uma unidade.
Tabela 1 - cotações de preços
O primeiro problema é resolvido com uma balança de dois pratos com braços iguais. Esse
tipo de balança só permanece em equilíbrio se nos dois pratos forem colocados corpos
de mesma massa. Em princípio, a utilização de uma balança de dois pratos é bastante
simples. Em um dos pratos, coloca-se o corpo cuja massa se quer determinar. No outro
prato, colocam-se massas aferidas, até que se atinja o equilíbrio. Massas aferidas são corpos
cuja massa é unitária, ou um múltiplo ou, ainda, um submúltiplo da unidade de massa.
UNIDADE 3 73
O segundo problema é caracterizar o corpo que será empregado como unidade
de massa, especificando o material de que é feito e suas dimensões. Assim como no
caso da unidade de comprimento, houve inúmeras propostas para se utilizar obje-
tos como unidade de massa – grãos de cereais, peças de bronze e muitas outras. Até
que, em 1791, a Academia de Ciências de Paris definiu o quilograma (símbolo: kg,
obrigatoriamente grafado em letras minúsculas), como sendo a massa de 1 dm3 de
água a 4 °C.
Atualmente, o quilograma é definido como sendo igual à massa do protótipo
internacional do quilograma, que é um cilindro de uma liga de platina e irídio com
39 milímetros de diâmetro e 39 milímetros de altura, depositado no Bureau Inter-
national de Poids et Mesures, em Sèvres, perto de Paris.
Os principais múltiplos e submúltiplos do quilograma são apresentados na tabela
a seguir.
Tabela 2 - Múltiplos e submúltiplos do quilograma
Grama g 1 g = 10-3 kg
Miligrama mg 1 = 10-6 kg
Fonte: o autor.
Como foi explicado, o peso de um corpo (P) é a força com que a Terra ou outro astro
atrai o corpo. Tratando-se de uma força, sua medida é dada em newton, por meio
de um dinamômetro.
A massa (m) de um corpo, que é a quantidade de matéria do corpo, e sua medida é
obtida em uma balança. Vamos imaginar que sejam levados diferentes corpos, arbitraria-
mente escolhidos, para dado local da Terra. Com auxílio de uma balança, são determina-
das as massas desses corpos e, com um dinamômetro, são determinados os seus pesos.
Os resultados obtidos para a massa, em kg, e o peso, em N, estão na tabela a se-
guir e permitem concluir que o quociente da intensidade do peso pela massa é uma
constante que não depende nem de m nem de P.
UNIDADE 3 75
A resultante de um sistema de forças
é uma força que substitui o sistema,
produzindo o mesmo efeito.
Forças opostas
Considerações Experimentais
O primeiro a ter a ideia de obter uma força equivalente a um sistema de forças foi
Simon Stevin, engenheiro, físico e matemático flamengo, nascido em Bruges. Na
Figura 8, a seguir, é mostrada uma versão moderna da mesa de forças utilizada por
Stevin para estudar o problema. Pesos conhecidos são pendurados e os fios que os
sustentam são presos a um anel. Na Figura 8, está ilustrada uma situação com três
pesos, mas podemos utilizar quantos pesos quisermos. Um transferidor permite
determinar os ângulos entre as forças. O anel é mantido em equilíbrio por um outro
fio, no qual se intercala um dinamômetro preso a um ponto fixo.
A leitura do dinamômetro indica a intensidade da força equivalente ao sistema.
Sistema de forças
Intensidade da
força equivalente K
ao sistema
F
Figura (a) Figura (b)
UNIDADE 3 77
O método da linha poligonal
O método da linha poligonal consiste em representar cada força que age no corpo
com a origem na extremidade de uma anterior. A resultante tem a origem na origem
da primeira e extremidade coincidindo com a extremidade da última. Observe que
a soma vetorial é comutativa.
Sistema de Linha
Resultante
forças poligonal
G
K
F
K
G R R
R
F
F
K
G
Figura 9 - Método da linha poligonal
Fonte: o autor.
A B
B A C
C S
S = 14u
Observe que uma força que tenha as componentes Sx = 14 unidades para a direita e
Sy = 0 coincide com a soma vetorial obtida pela linha poligonal
UNIDADE 3 79
O problema do Referencial
Suponha que um veículo esteja se movimentando e que sua velocidade sofra redução
rápida, causada por uma freada ou por uma colisão. Constitui grave erro de Física
dizer que, nessas condições, o passageiro é lançado para a frente. A explicação correta
UNIDADE 3 81
Aumentando a Velocidade de um Corpo
Sentido do Movimento
N
fat F R
H
P
O Efeito da Massa
É claro que frear um caminhão é mais difícil do que frear um carro. Entenda-se por
mais difícil o que exige uma força de maior intensidade. Isto se deve à massa do
veículo. Portanto, a massa, que foi apresentada como uma medida da quantidade de
matéria, tem um outro significado: é uma medida da dificuldade que o corpo oferece
para ser acelerado. Daí se dizer que a massa é a medida da inércia, ou seja, é a medida
da tendência do corpo em se manter em repouso ou MRU.
Toda essa discussão a respeito das forças que agem sobre o corpo e o movimento que
ele realiza pode ser resumida do seguinte modo:
A resultante das forças que agem sobre um corpo em movimento retilíneo apresenta
as seguintes características:
Intensidade: R = m|a|
Direção: a mesma da trajetória
Sentido: o mesmo do movimento, no caso deste ser acelerado.
Contrário ao movimento, no caso deste ser retardado.
UNIDADE 3 85
Definição da Unidade de Força no Sistema
Internacional
01 EXEMPLO Um corpo de massa 3,0 kg, apoiado, inicialmente, em repouso em uma superfície
plana horizontal, recebe, a partir do instante t = 0, a ação de força F horizontal para
a direita de intensidade 6,0 N. Sabendo-se que o atrito entre o corpo e o apoio tem
intensidade f = 2,4 N, determinar o instante em que a velocidade do corpo é 3 m/s.
N
f = 2,4 N F = 6,0 N
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. Volume 1 - Mecânica. 10. ed. Rio de Ja-
neiro: LTC, 2016.
SERWAY, R. A.; JEWETT, J. W. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica. São Paulo: Cengage
Larning, 2012.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica e Ondas, Termodi-
nâmica. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
93
1. D.
De acordo com a teoria apresentada, força é uma grandeza vetorial que caracteriza a ação de um corpo
sobre outro e que tem como efeito a deformação do corpo ou a alteração da velocidade do corpo sobre
o qual ela está sendo aplicada.
2. A.
A resultante das forças que agem em um corpo é uma força equivalente ao sistema e, matematicamente,
é obtida pela soma vetorial das forças que agem sobre o corpo.
3. E.
A massa de um corpo é uma propriedade do corpo relacionada à quantidade de matéria do corpo. O peso
é uma característica do corpo e do local.
4. B.
Se o dirigível está se movimentando em trajetória retilínea com velocidade constante V, de acordo com o
Princípio da Inércia, a resultante é nula.
5. C.
P
O deslocamento do corpo é horizontal. Em consequência,
as forças N e P se equilibram. Portanto, a
resultante das forças que agem no corpo é F .
R=F
Como essa força é constante, a aceleração também será e, portanto, o movimento do corpo é uniforme-
mente variado. Podemos, então, escrever que:
∆S = V0t + ½ at2
R = F = ma
F=8N
94
97
98
99
100
Figura 1 - A presença dos movimentos rotacionais em situações diversas
Período e Frequência
UNIDADE 4 103
A frequência (f) de um corpo em rotação uniforme é o número de voltas na unidade
de tempo.
}
frequência é o número de voltas na unidade de tempo (1 s), podemos estabelecer a
seguinte relação de proporcionalidade:
1 volta → T(s)
f = 1/T
f voltas → 1 s
P(t) P’ (t’>t)
∆S
Vm =
∆t ∆S
UNIDADE 4 105
Aplicando a definição de velocidade escalar para
o caso do corpo em MCU
P (t)
ΔS
ΔS
r
P’ (t’ >t) Vm =
Δt
∆ S 2πr r
V = =
∆t T ΔS = 2πr
2πrA
∆ S 2πrA ∆ S 2πrB
VA = = VB = =
∆t T ∆t T
2πrB
2π
V = . r = ( 2π f ) r
T
UNIDADE 4 107
Velocidade Angular
2p
ω= = 2p f
T
V = ωr
Essa expressão tem especial importância por relacionar uma grandeza angular com
uma grandeza linear, ou seja, que lida com comprimentos. Só pode ser utilizada se
a velocidade angular estiver expressa em radianos por unidade de tempo.
01 EXEMPLO
a = 12cm
b = 4 cm
a
b
Simplificando: fa . a = fb . b
Efetuando-se as operações algébricas devidas, obtemos:
fb= 2,4 Hz
UNIDADE 4 109
Se o movimento for acelerado ou retardado, as
V3
setas seriam proporcionais ao valor da velocidade
V2
em cada instante:
V1 V2 V3
V1
Figura 10 - Velocidade em um movimento retilíneo acelerado
Fonte: o autor.
Velocidade Vetorial ( V )
Em resumo, a velocidade vetorial ( V ) é uma grandeza com as seguintes características:
Se o movimento é retilínio,
a velocidade tem a direção da
V Direção
trajetória. Se o movimento é
curvilíneo, a velocidade tem, a
cada ponto, direção tangente
a trajetória.
Sentido Do movimento
Um corpo percorre uma trajetória circular de raio r com velocidade escalar constante
V. Nessas condições, como foi explicado, a velocidade angular também é constante.
Quanto à velocidade vetorial, a situação é inusitada: ela não aumenta, não diminui,
mas também não é constante, pois varia em direção. Julgou-se necessário criar uma
taxa de variação da velocidade em virtude da mudança de direção. Essa taxa de varia-
ção da velocidade devido à variação da direção é denominada aceleração centrípeta
e apresenta as seguintes características, que serão oportunamente demonstradas.
Intensidade ac = V² = ω²r
r
ac Direção
Perpendicular à
velocidade
V1
V2
ac1 ac2
ω
ac3
Raio (r) V3
Considerações Experimentais
O curling é um esporte coletivo, presente nas Olimpíadas de Inverno, no qual são lan-
çadas, em uma pista de gelo, pedras de granito - que muitos imaginam ser uma chaleira
por causa do aspecto (ver Figura
16). Essas pedras têm uma base
muito lisa, o que diminui mui-
tíssimo o atrito com a superfície D
de gelo e se constitui no princi-
pal atrativo do esporte. Imagine
V0
que uma delas seja presa a uma
haste fixa no gelo por meio de
Figura 16 - Peça de granito com superfície polida
um fio muito flexível no qual Fonte: o autor.
se intercala um dinamômetro e
que seja lançada com uma velo-
cidade inicial V0, de modo a per-
correr uma trajetória circular.
N
Na Figura 17, estão mostra-
T
das as forças que agem na peça
de granito. O peso é a força com
que a Terra a atrai, a normal é a V0
força que impede a penetração
no apoio, que é a pista de gelo, e
a tração é a força que impede a P
separação entre a peça de grani-
to e o ponto fixo. Figura 17 - Forças que agem na peça de granito (chaleirinha)
Fonte: o autor.
V0
A Resultante – Intensidade
Resumindo, a resultante das forças que agem em um corpo de massa m que percorre
uma trajetória circular de raio r com uma velocidade V, com velocidade angular ω,
apresenta as seguintes características
R
ω TRAJETÓRIA
Raio
UNIDADE 4 117
01 EXEMPLO
C
N
V
A
P
Figura 20 - Representação da força normal aplicada pelo globo no instante em que a moto passa pelo
ponto A
R = N – P = mac
N = m(g + V2/r)
N = 120 (10 + 152/10)
N = 3 900 N
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. Volume 1 - Mecânica. 10. ed. Rio de Ja-
neiro: LTC, 2016.
SERWAY, R. A.; JEWETT, J. W. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica. São Paulo: Cengage
Larning, 2012.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica e Ondas, Termodi-
nâmica. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física. 12. ed. São Paulo: Addison Wesley, 2009.
124
1. A
voltas voltas
f = 1740 rpm = 1740 = 1740
min 60 s
f = 29 Hz.
2. E
ω = ∆φ/∆t
∆t = 10 min = 600 s
ω = (p/15) rad/s
3. B
I) Correta. Por definição, o movimento circular uniforme tem trajetória circular e velocidade escalar constante.
II) Correta. ω = V/r = constante.
III) Incorreta. Varia em direção.
IV) Incorreta. Aceleração de um corpo em MCU é a centrípeta.
4. B
22
b) Correta. R = mV2/r = 0,5. = 5N
0, 4
125
128
129
130
A finalidade deste capítulo é conceituar energia, apresentar uma classificação das
diferentes modalidades de energia, estudar as transformações de energia e, além disso,
apresentar um outro método de resolução de problemas de Dinâmica.
P
D He
P
P
Conceito de energia
Como já foi explicado, definir uma grandeza física é relacioná-la com outras já conhecidas.
Daí se conclui que não se pode definir tudo. Não definimos massa e tempo por exemplo.
Também já foi explicado que, na ausência
de uma definição, temos de estabelecer um
conceito, o que implica descrever as con-
dições de existência da grandeza e um ou
mais processos de medida. Um corpo (ou um conjunto de corpos)
Em resumo, não se define energia, tem energia quando está em movimento
mas podemos apresentar um conceito a ou quando está numa situação da qual
partir do qual se pode identificar se um se pode obter movimento.
corpo ou conjunto de corpos têm energia.
UNIDADE 5 133
Acompanhe os exemplos a seguir.
Energia cinética
1 V
Ec � m � V 2
2
Figura 2 - Uma bola de massa m se movimenta com um uma velocidade V possui energia cinética
que vale Ec = ½ mV2
Fonte: o autor.
Energia potencial
Basicamente, nossa sociedade é dependente de dois tipos de energia: uma, que está
na forma de energia química, armazenada no petróleo; a outra é energia elétrica, que
não está disponível diretamente na natureza de maneira economicamente viável e
precisa ser obtida a partir de outras formas de energia.
A descrição, propriedades e característica da energia elétrica serão apresentadas
em capítulo posterior. Por enquanto, basta saber que é a forma de energia associada
ao movimento de cargas elétricas, em geral.
UNIDADE 5 135
Usinas Hidrelétricas
Linhas de
Energia
Luzes da
Casa Barragem
Casa de Força
Reservatório Transformador
Gerador
Imagine um carro sendo rebocado (ver Figura 8) em uma rua retilínea, e que a força
F exercida pelo guincho sobre o carro seja constante, horizontal para a direita. Se o
operador do guincho quiser calcular o custo de sua operação, ele deve levar em con-
ta não apenas a intensidade da força F , mas também o deslocamento realizado.
Quanto maior for o seu percurso, mais combustível ele vai gastar. De uma maneira
informal, o custo estaria relacionado com o produto F ⋅ d da intensidade da força
pelo deslocamento.
Figura 8: Uma força ( F ) horizontal causa o movimento do carro
Fonte: o autor.
Imagine, agora, que o carro esteja sendo guinchado em uma rua retilínea e que a
força F , exercida pelo guincho sobre o carro, seja constante, inclinada de um ângu-
lo θ, como indicado na Figura 9.
F θ
Figura 9 - O guincho aplica uma força ( F ) inclinada
Fonte: o autor.
UNIDADE 5 139
Para analisar esse caso, podemos substituir F por suas componentes Ft e Fn . (Ver
Figura 10). A componente Fn�mantém as rodas dianteiras suspensas para facilitar o
deslocamento, enquanto a componente Ft� causa o movimento. Portanto, ao calcular a
energia gasta no transporte, devemos levar em conta apenas a componente na direção
do deslocamento ( Ft) ).
Agora, o custo estaria relacionado com o produto da componente Ft pelo deslo-
camento.
Fn
F
θ
Ft
Figura 10 - Decompondo a força F .
Fonte: o autor.
Fn
F
θ
Ft d
Posição Posição
Inicial Final
Figura 11 - Definição de trabalho de uma força constante F em um deslocamento retilíneo d
Fonte: o autor.
De acordo com o exposto, trabalho é a grandeza escalar que pode ser calculado por
meio da expressão: t f Ft d
τ F F d cosθ
UNIDADE 5 141
Será que essa regra vale para qualquer força? Ou seja, se um corpo vai de um ponto
A para um ponto B e uma determinada força atrapalha o movimento, ela vai ajudar
a movimentarmos de B para A?
A resposta é não. Por exemplo, quando arrastamos um corpo que está em um
piso horizontal de um ponto A para um ponto B, o atrito se opõe ao movimento; se
movimentarmos de B para A, o atrito continua atrapalhando.
Isto levou os físicos a classificar as forças em duas classes.
As forças conservativas são aquelas cujo trabalho só depende das posições inicial e
final, não dependendo do caminho escolhido. São exemplos de forças conservativa
o peso, a força elástica e a força elétrica. Todas as outras forças são denominadas
não conservativas.
UNIDADE 5 145
O trabalho da força peso, quando o corpo se desloca de A até B pelo caminho es-
colhido, é a soma do trabalho no deslocamento de A até C, com o trabalho de C até B.
t AP B � t APC tCP B
O trabalho no trecho CB pode ser obtido pela definição de trabalho de uma força
constante:
tCP B intensidade � da
� força deslocamento mg hA hB
Logo:
P
t A B mg hA hB
Ep grav m g h
Portanto:
t AP B Ep A Ep B
Vamos calcular o trabalho da força elástica que age em um corpo de massa m, preso
a uma mola de constante elástica k, que se desloca do ponto A, no qual a mola apre-
senta uma deformação x, ao ponto O, no qual a mola não apresenta deformação.
Fela = kx
O
Fela = 0
O: Posição final. A mola não
apresenta deformação
O gráfico que representa a força que atua na mola passa pelos pontos x, portanto:
1 1 2
t AFela
O k x x kx
2 2
UNIDADE 5 147
De modo geral, sobre o corpo atuam forças que favorecem seu movimento, enquanto
outras se opõem a ele, havendo, ainda, aquelas que nem favorecem nem se opõem. No
uur
exemplo, a força que ajuda o movimento é a força T , enquanto que o atrito ( f a ) se
opõe. As forças P e N não ajudam nem atrapalham.
Quando queremos obter a variação de velocidade do corpo, utilizamos a resultante,
que representa o saldo das forças. As forças que favorecem o movimento realizam
trabalhos positivos; as que se opõem a ele, trabalhos negativos; as que nem favorecem
nem se opõem não realizam trabalho.
Portanto, o saldo desses trabalhos causa a variação de velocidade, ou seja, variação
da energia cinética. Como o saldo desses trabalhos é o trabalho da resultante, pode-
mos concluir que a variação da velocidade e, portanto, a variação da energia cinética
pode ser obtida pelo trabalho da resultante. Em resumo:
t A→ B causa a variação da energia cinética.
R
R=T-f
A B
Figura 20 - A velocidade de um corpo que, sob ação de várias forças, desloca-se ∆S, e a velocidade
passa de V0 para V
Fonte: o autor.
Obtemos a aceleração: a =
R
m
UNIDADE 5 149
Substituindo-se essa última expressão na equação de Torricelli
R
V 2 V02 2 S
m
Multiplicando-se a expressão por m e dividindo-se por 2, vem:
1 1
m V 2 m V02 RS
2 2
Lembrando-se que:
Observações a Respeito do
Teorema da Energia Cinética
01 EXEMPLO
T
300
Se a força T transmitida pela corda tem intensidade 10 N, o trabalho realizado
por essa força ao longo de um deslocamento 10 m, vale, aproximadamente,
em joules:
a) 10 b) 50 c) 70 d)86 e) 100
Dado sen30° = 0,5 e cos30° ≈ 0,86
Resolução:
tT = T ⋅ d ⋅ cosθ = 10 ⋅ 10 ⋅ 0,86 = 86 J
Resposta D.
2. Um bloco de massa 4 kg é
A
abandonado em repouso
em um ponto A de um pla-
no inclinado, como mostra 0,8 m
a figura. B
Se o atrito entre o corpo
e o plano inclinado é des-
prezível e adotando-se g = 10 m/s2, o corpo atinge o ponto B com ve-
locidade, em m/s:
a) 2 b) 3 c) 4 d) 5 e) 6
UNIDADE 5 151
Resolução: Vamos aplicar o teorema da energia cinética:
τ R εc εCB εCA (1)
Como o corpo está sob ação exclusivamente das forças peso e normal:
t R � t P t N
t R = 32� J (2)
1 2 1 2
Por outro lado: eCB mVB mVA
2 2
1
eCB mVB2 0 (3)
2
Substituindo-se (2) e (3) em (1) e lembrando-se que a massa do corpo é 4 kg, vem:
32 = 4VB2
1
2
Obtemos VB = 4 m / s
Resposta C.
Resolução:
O trabalho da resultante é obtido pela área sob o gráfico:
1 1
10 0, 2 mV 2 0
2 2
Daí, obtemos: V = 2 m s
Resposta B.
UNIDADE 5 153
FEYNMANN, R.; LEIGHTON, R.; SANDS, M. Lições de Física de Feynman. Porto Alegre: Artmed, 2008.
Volume 3.
GUIMARÃES, O.; CARRON, W. As faces da Física. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2006.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. Volume 1 - Mecânica. 10. ed. Rio de Ja-
neiro: LTC, 2016.
SERWAY, R. A.; JEWETT, J. W. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica. São Paulo: Cengage
Larning, 2012.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica e Ondas, Termodi-
nâmica. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física. 12. ed. São Paulo: Addison Wesley, 2009.
161
1. B.
A energia química dos combustíveis é transformada em energia térmica dos gases resultantes da combustão
que é transformada em energia mecânica no interior dos cilindros do motor.
2. E.
Na turbina, a energia cinética da água é transformada em energia cinética de rotação. A turbina causa
rotação do gerador. No gerador, a energia cinética de rotação é transformada em energia elétrica.
3. A.
VA2
EA/EB = = 25/49
VB2
4. D.
tT = 3 000 J
tA = - 3 000 J
5. E.
tR = ½ 3 . 16 = 24 J
Portanto
tR= ∆EC
24 = ½ m(V2 - 0)
V = 4 m/s
162
165
166
167
168
minuição de energia potencial corresponde – ou não – a um aumento de energia
cinética. Uma primeira ideia é estudar a soma desses dois tipos de energia e verificar
se mantém constante ou não. Começamos por definir energia mecânica.
A resultante das forças que agem sobre um corpo é a soma vetorial das forças que
agem sobre ele. Em símbolos:
R � F
Dentre as forças que agem sobre um corpo, algumas são conservativas e outras não
conservativas. Logo, chamando as forças conservativas de Fc e as não conservativas
de Fnc , podemos escrever que:
R � Fc Fnc
UNIDADE 6 171
De acordo com o critério apresentado, o peso é uma força conservativa, enquanto a
normal ( N ) e o atrito ( f ) são forças não conservativas. Vamos calcular o trabalho
de cada uma delas e a variação da energia mecânica.
O trabalho da resultante pode ser obtido tanto pela definição de trabalho de uma
força constante como pela soma algébrica dos trabalhos realizados por cada uma das
forças que agem no corpo.
t R t P t N t f (1)
τ R εc (2)
t N = 0 (3)
O peso é uma força conservativa. Portanto, seu trabalho pode ser calculado pela
variação da energia potencial (cuidado com a ordem)
τP εp in ε p fin ε p (4)
Substituindo-se (2), (3) e (4) por (1) e, lembrando que a energia mecânica é a soma
da energia potencial com a cinética, temos:
εc ε p 0 τ f
τ f εc ε p
τ f εmec fin εmec in
UNIDADE 6 173
01 EXEMPLO
A B
C VD
Vc D
Figura 2 - A energia mecânica se conserva quando apenas forças conservativas realizam trabalho
Fonte: o autor.
Resolução
Considerando-se que, nos dois casos, o trabalho das forças não conservativas é nulo,
os sistemas são conservativos. Portanto VC = VD).
Resposta A.
Potência: Unidades
É muito comum usarmos, também, a unidade quilowatt (kW), equivalente a mil watts.
1 kW = 103 W
Quando a máquina a vapor foi criada, as comparações com seu ilustre antecessor, o
cavalo, eram inevitáveis. Qual a potência de um cavalo? Experiências realizadas na
França mostraram que um cavalo conseguia levantar 75 kg à altura de 1 m em 1 s.
Essa medida deu origem a uma unidade de medida de potência, hoje quase em total
desuso, denominada cheval-vapeur (CV), traduzida no Brasil por cavalo-vapor.
Na Inglaterra, dizem, mas não há confirmação, que o próprio Watt realizou a mesma
medida e chegou à conclusão de que o cavalo inglês conseguia levantar 76 kg à altura
de 1 m em um segundo. Com esses dados, foi possível criar a unidade de potência
denominada horse-power (HP), utilizada, ainda hoje, em áreas mais conservadoras
da engenharia.
Relação entre W, CV e HP
Lembrando que:
ε m⋅ g ⋅h
Pm = =
∆t ∆t
UNIDADE 6 177
Basta fazer as devidas substituições numéricas:
a) m = 75 kg
e 75 9, 8 1
Pm �
735W
t 1
b) m = 76 kg
e 76 9, 8 1
Pm �
746W
t 1
t
Pm
t
Vamos supor que um corpo percorra uma trajetória retilínea com velocidade cons-
tante V, sob a ação de várias forças. A potência média de uma dessas forças ( F ) será:
F S
Pm F Vm
t
Rendimento
h=
Pu P
ou h u 100%
Pt Pt
02 EXEMPLO
O rendimento do guincho é:
a) 100% b) 90% c) 80% d) 70% e) 60%
Resolução:
Para que o corpo adquira movimento retilíneo uniforme, o guincho tem de aplicar
ao corpo uma força ( T ) de intensidade igual ao peso do corpo, portanto T = P.
A potência P , fornecida pelo guincho, vale:
P T V
P 500 4
P = 2 000 W
De acordo com o enunciado, para obter o efeito desejado, foi necessário a utilização
de um motor de 2.500 W. Logo, o rendimento do guincho será:
h =�
Pu
PT
h =�
2000
2500
η = 0, 8 = 80%
UNIDADE 6 179
Cabe a pergunta: mas é importante estudar o movimento causado por uma criança
brincando com uma corda ou atirando pedra nas águas de um lago?
Claro que não. A finalidade da ondulatória é criar uma teoria que se aplique à pro-
dução e propagação de todos os tipos de ondas, tanto as mecânicas, que exigem um
meio para se propagar – por exemplo as ondas sonoras – como as eletromagnéticas,
que é o caso da luz e das ondas de rádio, cujas importâncias dispensam comentários.
Quando ouvimos um som emitido por uma pessoa ou por um alto-falante, há trans-
missão da energia, que denominamos energia sonora, mas não há transporte de
matéria. As moléculas de ar em contato com o alto-falante não chegam até o ouvinte.
Portanto, generalizando:
UNIDADE 6 181
Considerações Gerais de um Movimento
Harmônico Simples
x
b
F = kx c
Figura 7 - Corpo preso a uma mola: a) corpo apoiado, em repouso, mola na posição natural; b) a mola
está sendo comprimida; c) a mola atinge a deformação máxima
Fonte: o autor.
a a
O
A1 F = ka A2
F = ka
O
A1
UNIDADE 6 183
F (N)
X (m)
-a a
Figura 10 - Gráfico da força em função da deformação. Quando a mola está esticada, a força é contra
o eixo adotado e foi convencionado ser negativa
Fonte: o autor.
F (N)
Energia Mecânica
Energia Potencial
Elástica
Energia Cinética
X (m)
Mola comprimida Mola esticada
o
A1
Figura 12 - Um MHS
Fonte: o autor.
Vamos aceitar, sem demonstração, por enquanto, que o período do sistema massa-
-mola vale:
T = 2p
m
k
A frequência é o número de vezes que o fenômeno se repete na unidade de tempo. Por
exemplo, é o número de vezes que o corpo passa pela posição A1 em um segundo. Como
a frequência é o inverso do período, pode ser facilmente obtida da expressão anterior.
f =
1 k
2p m
UNIDADE 6 185
Pulso
Propagação
Vamos imaginar um pulso em uma corda homogênea e flexível. Para que seja ho-
mogênea tem de ser de um mesmo material, um fio de aço, por exemplo, e de seção
constante. Satisfeitas essas condições, podemos definir a densidade linear da corda,
que é o quociente da massa pelo comprimento. Sendo m a massa da corda e L seu
comprimento, a densidade linear (µ ) vale:
µ =m L
T
V=
µ
Note que, nesse caso, o que propaga é a energia, tanto na modalidade cinética
quanto na modalidade potencial, pois, à medida que o pulso se movimenta, há
uma variação na velocidade na direção transversal à corda, mas há, também, trans-
missão de energia potencial elástica associada à deformação e à restituição da corda
à medida que o pulso se propaga.
UNIDADE 6 187
Ondas Periódicas
V =�
l
T
Onda Estacionária
λ/2
N1 N2 N3 N4
Fonte:
(MHS)
V1 V2 V3 V4
λ/4 λ/2
Figura 17 - l é o comprimento de onda; N1, N2, N3 e N4 são os nós; V1, V2, V3 e V4 são os ventres.
Fonte: o autor.
Ondas Sonoras
As ondas sonoras são ondas mecânicas e, portanto, não se propagam no vácuo. São
ondas longitudinais que podem se propagar em meios gasosos, líquidos ou sólidos.
As frequências das ondas sonoras, ou seja, as que podem ser percebidas por um
ser humano, estão compreendidas entre 20 Hz e 20.000 Hz. Abaixo de 20 Hz, são
denominadas infrassônicas, e acima de 20.000 Hz, ultrassônicas.
Podemos criar ondas sonoras a partir de cordas de instrumentos musicais e cordas
vocais humanas, ou não. Podemos também criá-las a partir de membranas vibrantes
como instrumentos de percussão. Apesar das diferenças, todos esses processos têm
alguma coisa em comum: a alternância entre a compressão e a descompressão do ar,
gerando ondas periódicas ou aproximadamente periódicas que são transmitidas pela
atmosfera até os ouvidos dos que estão próximos, causando uma sensação agradável.
As ondas não periódicas são atribuídas a barulhos.
Podemos criar uma onda sonora comprimindo e descomprimindo o ar no interior
de um tubo com auxílio de um êmbolo. As camadas próximas ao êmbolo sofrem um
aumento de pressão. Por conta desse aumento de pressão, o ar do interior do tubo
desloca-se para frente comprimindo as camadas que estão à frente, assim, um pulso
de pressão propaga-se ao longo do tubo.
UNIDADE 6 189
Pressão do ar
Uma onda sonora é uma onda de pressão. Os tímpanos são sensíveis às variações de
pressão, produzindo a sensação sonora.
Diferentes fontes de som, como alto-falantes, instrumentos de cordas e diapasões,
conseguem, por meios diferentes, causar as alternativas entre alta e baixa pressão que
interpretamos como sons agradáveis ou ruídos.
A velocidade de propagação do som depende do meio e da temperatura. No ar, a
15 °C é de 340 m/s, enquanto que na água é de 1.450 m/s.
Qualidades do Som
b = log
I
I0
10−10
β = lo = 2 bel
10−12
1 dB = 0 1 B
b = 20� dB
102
β = 10 lo = 140 dB
10−12
Uma pessoa submetida continuamente a intensidades sonoras superiores a 80 dB
poderá ter perda irrecuperável da audição. Em vista disso, os funcionários dos ae-
roportos que trabalham na pista e, portanto, nas proximidades dos aviões, têm de
utilizar protetores para os ouvidos.
UNIDADE 6 191
O nome bel foi dado em homenagem a Alexander Graham Bell que, supostamente,
teria sido o inventor do telefone. No entanto, em 2002, o italiano Antonio Meucci
foi reconhecido como o verdadeiro inventor do telefone.
Esta unidade pode ser dividida em duas partes aparentemente distintas, mas que
apresentam muitos pontos em comum.
A primeira foi uma continuação da teoria de trabalho e energia na qual apresen-
tamos a definição e as propriedades da energia mecânica, que é a soma da energia
potencial com a cinética. Demonstramos que, se em um dado sistema, o trabalho das
forças não conservativas é nulo, a energia mecânica é constante ou, o que vem a dar
na mesma, a soma dos trabalhos das forças não conservativas é igual à variação da
energia mecânica do sistema.
Além disso, apresentamos dois conceitos importantíssimos para o estudo das
máquinas: os conceitos de potência e de rendimento.
Daí passamos para o estudo das ondas. Pode parecer que não há relação entre os
dois assuntos, mas não é nada disso. A onda é justamente o transporte de energia
sem transporte de massa. As aplicações da teoria ondulatória na era em que vivemos
é impossível de ser ignorada.
Até a próxima unidade.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. Volume 1 - Mecânica. 10. ed. Rio de Ja-
neiro: LTC, 2016.
SERWAY, R. A.; JEWETT, J. W. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica. São Paulo: Cengage
Larning, 2012.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica e Ondas, Termodi-
nâmica. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física. 12. ed. São Paulo: Addison Wesley, 2009.
202
1. B
B
hA
2m
Logo,
(ep +ec)A = (ep +ec)B
2. D.
Nos três casos, a emec é constante. Nos casos A e B, a velocidade no ponto mais alto é nula. Logo,
hA = hB .
Entretanto, no caso do corpo C, a velocidade no ponto mais alto não é nula. Portanto, hC < hB
Em resumo: hA = hB > hC
203
209
210
Se o solo aplica uma força normal que impede a penetração da pedra no solo, o que
acontece com o solo? Se a Terra atrai um corpo aplicando sobre ela uma força que
denominamos peso, o que acontece com a Terra?
O princípio da ação-reação responde a essas questões.
Antes de prosseguir, uma questão de notação: sempre que necessário, vamos em-
pregar o símbolo F A/ B , que deve ser entendido como a força que A exerce em B.
Analogamente, o símbolo FTERRA/ CORPO � indica a força que a Terra exerce sobre
um corpo e assim por diante.
Considerações Físicas
São colocados próximos um do outro um ímã e uma esfera de aço, presos a um suporte
pelos fios 1 e 2, conforme mostrado na figura a seguir. Se os corpos são abandonados
do repouso com os fios na vertical, observa-se que o sistema evolui para uma nova
situação, na qual os fios ficam inclinados. A inclinação do fio 1 é causada pela ação
magnética do ímã sobre a esfera; a inclinação do fio 2 é causada pela ação magnética
da esfera sobre o ímã.
Conclui-se, então, que, em uma interação magnética, a esfera e o ímã se atraem.
É de se esperar que o mesmo aconteça com a interação gravitacional, embora, nesse
caso, a verificação experimental seja
mais difícil. Se um corpo é colocado
nas proximidades da Terra, é atraído
por ela. Isso pode ser observado em Fio 1 Fio 2
vários experimentos, por exemplo, a
queda livre. Se a interação é mútua, o
corpo atrai a Terra, mas o efeito dessa F mag(ímã/esfera) F mag(esfera/ímã)
força é muito difícil de ser verificado, Figura 2 - Se o ímã atrai o prego, o prego atrai o ímã
pois a massa da Terra é muito grande. Fonte: o autor.
UNIDADE 7 213
F grav.(Terra/corpo)
F grav.(Corpo/terra)
Empurrando e puxando corpos, verificamos que, também nesses casos, as ações são
mútuas. Se A empurra B, B empurra A. Se o trator puxa a pedra, a pedra puxa o
trator e assim por diante.
N -T
T
Fat
Figura 4 - Se o trator puxa a pedra ( T ), a pedra puxa o trator ( −T )
Fonte: o autor.
F B / A F A/ B
UNIDADE 7 215
Observações e Exemplos
As forças que constituem um par ação-reação não se equilibram, pois estão sempre apli-
cadas em corpos diferentes. Observe pelo enunciado que, se A age sobre B, B age sobre A.
Tome como exemplo uma pessoa (p) caminhando. Ela aplica, no solo (s), uma
r
força F ( p / s ) em um dado sentido, para a esquerda, por exemplo. Pelo Princípio da
r
Ação-Reação, o solo aplica na pessoa uma força F ( s / p ) de mesma direção – horizon-
tal, no exemplo – mas em sentido contrário que causa o movimento, como mostra a
r r
Figura 5. Observe que essas forças F ( s / p ) e F ( p / s ) são forças de atrito. Daí se conclui
que pessoas e inúmeros animais movem-se à custa do atrito.
F (p/s)
F (s/v)
F (v/s)
F (a/n)
F (n/a)
UNIDADE 7 217
Em resumo, o Princípio Fundamental da Dinâmica relaciona o sistema de forças que
agem em um corpo com o movimento que ele adquire. O Princípio da Ação-Reação
regulamenta as ações mútuas entre os corpos. Para estudar o movimento de um
sistema de corpos interagindo, temos de utilizar esses dois princípios.
01 EXEMPLO
F
B A
Figura 9 - Sistema constituído por dois corpos interligados apoiados em um plano horizontal sem
atrito e sob ação de uma força horizontal para a direita
Fonte: o autor.
Resolução
O primeiro passo é a marcação das forças. Não precisamos nos preocupar em desenhar
as forças em escala. Recomendamos começar pelas forças de campo. Só recordando,
há três tipos de força de campo que interessam nos problemas de Dinâmica: força
gravitacional, força elétrica e força magnética. No caso, como a questão não faz refe-
rência a forças elétricas e magnéticas, só há forças de campo gravitacional (pesos). As
reações aos pesos estão aplicadas ao centro da Terra. Na grande maioria dos casos,
não precisam ser indicadas, não interferem na solução da questão.
UNIDADE 7 219
NB NA
-T T F
B A
PB PA
Figura 10 - Forças que agem nos corpos que constituem o sistema
Fonte: o autor.
Agora, passamos para as forças de contato, lembrando que a cada contato só pode
corresponder um par de forças, ou seja, um par ação-reação. O corpo A só tem con-
tato com o apoio e com o fio. Está sujeito a duas forças de contato: a normal, aplicada
pelo apoio N A � e a tração aplicada pelo fio ( T ). O corpo B está sob ação de duas
forças: a normal � N B� e a tração � T .
Na grande maioria dos casos, a notação vetorial pode ser dispensada. Observe que
as direções e sentidos estão mostrados na figura. Basta uma indicação da intensidade
ao lado de cada uma das forças.
NB NA
T T F
B A
PB PA
Figura 11 - Forças que agem nos corpos que constituem o sistema sem a notação vetorial
Fonte: o autor.
F T m A a (1)
T mB a (2)
Note que essa expressão é a mesma que seria obtida imaginando um corpo só, de
massa m A mB , sob ação de uma força F .
Da equação ( 3 ), obtemos a aceleração a:
F
a
m A mB
mB
T F
m A mB
02 EXEMPLO
A
C
Figura 12 - Sistema constituído por três corpos A, B e C, sendo que A e B estão interligados por um
fio ideal. O corpo C está encostado em A
Fonte: o autor.
UNIDADE 7 221
Resolução
a)
A
C
b)
NA NC
T
f T
A f
C B
PB
PC
PA
Figura 13 - (a) Sistema constituído por três corpos A, B e C; (b) forças que agem em cada um dos
corpos que constituem o sistema
Fonte: o autor.
PB T mB a (3)
PB m A mB mC � a
Daí obtemos:
PB
a
m A mB mC
mB g
a (4)
m A mB mC
Substituindo-se esse valor da aceleração (4) nas expressões (1) e (2) e realizando as
devidas transformações algébricas, obtemos:
mB g mB g
T f mA f mC
m A mB mC m A mB mC
m A + mC )mB g mC mB g
T= f
m A + mB + mC m A mB mC
UNIDADE 7 223
Figura 14 - Interações Rápidas
Os Problemas Fundamentais
da Dinâmica Impulsiva
A quantidade de movimento leva em conta tanto a massa do corpo como sua veloci-
dade. Se um corpo de massa m está a uma velocidade V , em determinado instante t,
define-se quantidade de movimento Q no instante considerado como a grandeza
vetorial a seguir: r r
Q = m ⋅V
UNIDADE 7 225
Como a quantidade de movimento é definida pelo produto de uma grandeza vetorial
por uma escalar positiva, ela apresenta as seguintes características:
Intensidade Q = mV
Direção
r r Mesma de V
Q = m ⋅V
Sentido
Mesmo de V
Unidade no SI kg ⋅ m/s.
V
m Q
m
(a) (b)
Figura 15 - (a) um corpo de massa m percorre uma trajetória qualquer. v é a velocidade em um dado
ponto (b) q é a quantidade de movimento do corpo no mesmo ponto
Fonte: o autor.
r r r r r
∆ Q = Q’ − Q = mV ′ = m ∆ V
Para determinar a variação de quantidade de movimento ∆ Q na colisão mostrada
na figura a seguir, vamos representar Q e Q ’ com uma origem comum. A variação
da quantidade de movimento ∆ Q é o que falta para a quantidade de movimento Q
r
transformar-se na quantidade de movimento Q ’ .
Q Q’ Q
∆Q
V’
Q’
Equação Fundamental da
Dinâmica para Valores Médios
R = mg
Sendo m a massa e g a aceleração vetorial do corpo em um dado instante. Se a
expressão vale em qualquer instante, vale também em um dado intervalo de tempo.
Em símbolos, sendo Rm a resultante média e g m a aceleração vetorial média:
Rm = mg m
uuur r
A aceleração vetorial média em um dado intervalo de tempo é definida pela relação entre a
variação da velocidade vetorial e o tempo gasto para acontecer essa variação. Em símbolos:
uuur
r V
Rm m
t
r
Como m . ∆V é a variação da quantidade de movimento, então:
uuur
r ∆Q
Rm =
∆t
UNIDADE 7 227
Uma Aplicação da Equação Fundamental da
Dinâmica para Valores Médios
A tacada inicial de um determinado golfista fez com que a bolinha, de massa aproxi-
madamente 50 g, atingisse a velocidade de 288 km/h. Sabendo que o contato entre o
taco e a bolinha teve a duração de 1 milésimo de segundo, determinar a intensidade
da força média aplicada pelo taco na bolinha.
Aplicando-se a equação fundamental da dinâmica para valores médios para o
fenômeno descrito vem: uuur
r ∆Q
Rm =
∆t
Teorema do Impulso
É imediato constatar que o impulso da resultante das forças que agem em um dado
intervalo de tempo é igual à variação da quantidade de movimento neste intervalo:
r uuur
I Q
Observe que o Teorema do Impulso é equivalente ao Princípio Fundamental da
Dinâmica para valores médios. A rigor, é dispensável.
Sistema de Corpos
Quantidade de Movimento
de um Sistema de Corpos
Qsis � m1V1 m2V2 m3V3
UNIDADE 7 231
Considerações Informais a Respeito da
Quantidade de Movimento de um Sistema Isolado
Um sistema é denominado isolado quando a soma das forças externas que agem
sobre os corpos pertencentes ao sistema é nula.
Vamos tomar como exemplo o caso de dois astronautas em repouso em relação
a um referencial qualquer – o Sol, por exemplo. Se estão muito distantes de Terra,
bem como de qualquer outro corpo, este sistema é isolado. Não há ações externas
atuando sobre os astronautas.
Seria possível aumentar a quantidade de movimento do sistema assim constituído
sem a participação de um corpo não pertencente ao sistema? Digamos que A aplique
em B uma força F durante um intervalo de tempo ∆t. B vai aplicar em A uma força
r r
=Σ 2
r r r r Q
)1 =Σ 1 )2
Q
( Σ Fint + Σ Fext ( Σ F int + Σ Fext ∆t
∆t
r r
r r r
=Σ n
Q
=Σ i
r Q
( Σ Fint + Σ Fext )i ( Σ Fint + Σ Fext )n ∆t
∆t
Vamos somar essas equações lembrando que a soma das forças internas é nula, pois,
pelo princípio da ação-reação, as forças internas aparecem aos pares de mesma in-
tensidade, mesma direção e sentidos contrários. Logo:
r
r
( ΣF )sist = ΣQsist
∆t
UNIDADE 7 233
A quantidade de movimento de um sistema só pode ser alterada pela ação de forças
externas ao sistema, as forças internas não alteram a quantidade de movimento
do sistema.
03 EXEMPLO
VA VB
A B A B
V VA = 2m/s
Vrel = 5m/s
VB = -3m/s
Figura 21 - Comportamento da velocidade em função do tempo dos movimentos dos dois patinadores
Fonte: o autor.
UNIDADE 7 235
Como não há atritos, a força F é a própria resultante, e podemos escrever:
F = m� a
V
F m�
t
Portanto, se ocorre uma variação de velocidade, pode ser aumento, diminuição ou,
como veremos, uma mudança de direção, em um intervalo de tempo muito pequeno,
a força é grande. Por essa razão, as colisões entre veículos são acompanhadas de de-
formações; o choque de uma bola de bilhar contra a tabelada mesa é acompanhado
de força de grande intensidade e assim por diante.
A teoria de choques é baseada nas Leis da Dinâmica estudadas até aqui, levando-se
em conta o fato de acontecerem em um curto intervalo de tempo.
Um corpo colide com outro corpo quando há uma aproximação, seguida de uma in-
teração de contato muito rápida e, depois, um afastamento. Pode acontecer, também,
de os corpos permanecerem unidos após a interação. Em todos os choques, há uma
deformação dos corpos seguida de uma restituição, que pode ser maior ou menor,
dependendo dos materiais de
que são feitos.
Choque frontal
O choque é denominado contra obstáculo
U2
fixo V3
frontal quando não apre- U1
Choque oblíquo
senta mudança na direção do entre esferas V2
V1
movimento e é denominado Choque oblíquo
contra obstáculo
oblíquo quando a direção do fixo
UNIDADE 7 237
O choque se inicia no instante t1 em que os corpos entram em contato, que é o
instante no qual se inicia a interação. O choque termina no instante t2 � em que cessa
a interação. O tempo decorrido entre esses dois instantes é a duração do choque.
A primeira fase do choque é a deformação. Corpos que se chocam se deformam.
As deformações dependem da velocidade, da massa e da natureza dos corpos que se
chocam. Por exemplo, uma bola de borracha chocando-se contra a parede apresenta
deformação diferente de uma outra de aço, de mesma massa, que se choca à mesma
velocidade contra a mesma parede. De modo geral, os corpos, quando deformados,
tendem a ter restituída a sua forma original.
A figura ilustra a colisão de uma bola de futebol contra o solo. A bola atinge o solo
com uma velocidade Vap (� velocidade de aproximação) e inicia um processo de defor-
mação. Durante a deformação, o corpo se comporta como se fosse uma mola. À medi-
da que a deformação aumenta, aumenta também a força elástica trocada com o solo.
Durante esse processo,
a velocidade diminui
até se anular (momento
em que a deformação Vap Vaf
atinge o valor máximo).
Quando o corpo
Defomação
atinge a deformação máxima
t
máxima, inicia-se a se- Velocidade
gunda fase do choque: Vap
a restituição, que de- Vaf
pende da natureza dos
corpos que se chocam. t
Quanto maior a elas-
Figura 24 - Colisão contra obstáculo fixo:
ticidade dos materiais, deformação e restituição
maior a restituição. Fonte: o autor.
Coeficiente de Restituição de um
Choque Frontal Contra um Obstáculo Fixo
Vaf Vap e 1
Ainda que seja uma das aplicações do teorema dos sistemas isolados, dada a sua
importância, o fenômeno choque, em que nenhum dos corpos é fixo, é estudado em
capítulo à parte. Nos choques há aproximação dos corpos, seguida de uma interação
de curta duração e de posterior separação entre eles. Os corpos podem permanecer
unidos após a interação.
Na maioria dos casos, as forças devidas aos choques, que são internas, são tão
grandes que as forças externas podem ser desprezadas. Portanto, o sistema constituído
pelos dois corpos que se chocam é sempre isolado durante o choque.
Logo, para qualquer choque em que os corpos não são fixos, temos:
� choque = Qdepois � do
Qantes � do � choque
Choques Frontais
UNIDADE 7 239
Considere como exemplo o choque frontal esquematizado na figura a seguir.
VA VB V’A V’B
A adoção do eixo orientado é indispensável para que a expressão seja válida, inde-
pendentemente do sentido dos movimentos. Se, por exemplo, a velocidade VB da
esfera B aponta, antes do choque, para a esquerda, a expressão continuará a mesma,
mas VB será negativa.
Contudo, um problema ainda persiste para a determinação das velocidades das
esferas imediatamente após o choque: só temos uma equação e duas incógnitas.
Vap VA VB
O gráfico a seguir é válido para todo e qualquer choque sem mudança de direção e
mostra todas as informações apresentadas até aqui sobre o choque frontal.
• VA e VB são as velocidades imediatamente antes do choque.
Velocidade
VA
V’B
Vap
Vig Vaf
VB V’A
Tempo
ti t ig tf
UNIDADE 7 241
• V ' A e V 'B são as velocidades imediatamente depois do choque.
Entre ti � e tig , temos a fase da deformação. Nesse intervalo de tempo, os corpos estão
em contato e a velocidade do corpo A é maior do que a velocidade do corpo B. O
resultado é a rápida deformação dos corpos. No instante tig , os corpos atingem a
deformação máxima.
No instante tig , a velocidade do corpo A se iguala à velocidade do corpo B, e
chamamos a velocidade nesse instante de Vig .
A deformação é acompanhada de um armazenamento de energia potencial elás-
tica. No instante tig , a energia potencial elástica do sistema de corpos é máxima e,
portanto, a energia cinética desse sistema é mínima.
Entre tig e t f , temos a fase da restauração. A energia potencial elástica do sistema
de corpos é transformada em energia cinética.
Coeficiente de Restituição
0 < e <1
Aplicando-se a equação de conservação de quantidade de movimento e conhecen-
do-se o coeficiente de restituição, temos as duas equações necessárias para resolver
situações-problema que envolvem o choque frontal.
Neste capítulo, estudamos os sistemas de corpos, que deve ser entendido como
conjunto de corpos.
Um sistema de corpos pode ser constituído por corpos arbitrariamente escolhidos;
mas, é claro, só há interesse em sistemas em que há ação mútua entre eles.
Para estudar estes sistemas, devemos lembrar que a Equação Fundamental da Di-
nâmica, que relaciona a resultante das forças que agem sobre cada corpo e aceleração
que ele adquire, pode ser aplicada a cada corpo que constitui o sistema. Muitas vezes,
pode acontecer de um grupo de corpos apresentar uma mesma aceleração. Neste
caso, a Equação Fundamental da Dinâmica pode ser aplicada ao conjunto de corpos.
Outro ponto importante é o Princípio da Ação-Reação, que regula as forças entre
corpos. De acordo com esse Princípio, não há ação isolada. Se A age sobre B, B age
sobre A. De acordo com esse princípio, as forças que constituem um par ação-reação
apresentam a mesma inten-
sidade, mesma direção, mas Velocidade
sentidos contrários. Lembrar
que não se equilibram por VA
estar em sentidos contrários. V’B
Aplicamos essas leis em Vap
duas situações distintas. A Vaf
Vig
primeira é quando há vín-
culos entre os corpos que os VB V’A
obrigam a movimentarem- Tempo
ti t ig tf
-se juntos. A segunda acon-
tece em casos de choques,
V V’ V’
explosões e outras situações e = af = B - A
Vap VA - VB
em que os corpo apresentam
movimentos independentes Figura 29 - Coeficiente de restituição
após a ação mútua. Fonte: o autor.
UNIDADE 7 243
GUIMARÃES, O.; PIQUEIRA, J. R. C.; CARRON, W. Física - Projeto múltiplo 3V. São Paulo: Ática, 2014.
GUIMARÃES, O.; CARRON, W. As faces da Física. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2006.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. Volume 1 - Mecânica. 10. ed. Rio de Ja-
neiro: LTC, 2016.
SERWAY, R. A.; JEWETT, J. W. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica. São Paulo: Cengage
Larning, 2012.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica e Ondas, Termodi-
nâmica. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física. 12. ed. São Paulo: Addison Wesley, 2009.
255
1. C.
Dados: ∆S = 2 m; t = 1 s; m = 3 kg; g = 10 m/s2.
O elevador está subindo em movimento retilíneo acelerado, partindo do repouso, percorrendo
2,0 m em 1 s. Aplicando-se a equação horária do MUV, vem:
1
S at 2
2
1 2
2 a 1
2
a = 4 m s2
Na figura, estão indicadas as forças que agem no corpo:
T P ma
T 30 3 4
T = 42� N
256
268
269
270
Portanto, para garantir o Rotação
F
equilíbrio, temos de ter cer-
F F
teza de que o corpo não ad-
F
quira rotação. Resta desco- Permanece
em repouso
brir a condição para que isso
a b
aconteça.
Figura 1 - a) corpo permanece em equilíbrio; b) o corpo
adquire movimento de rotação em torno de um ponto
Fonte: o autor.
UNIDADE 8 273
Vamos analisar as três forças F5, F4 , F3 que agem na extremidade da porta. As três
estão a uma mesma distância da dobradiça, mas as rotações por elas produzidas são
diferentes. F5, não causa rotação. F4 e F3 causam rotação, mas F3 é mais eficiente,
ou seja, é mais fácil abrir a porta aplicando uma força perpendicular a ela do que em
outra direção qualquer.
Para constatar essa afirmação, amarre um barbante na maçaneta e tente abrir a
porta puxando o barbante em diferentes direções. Você vai verificar que, se o ângulo
α vale zero ou 180°, a força não causa rotação. E vai perceber, também, que é mais
fácil abrir se α for igual de 90°.
Em resumo, quando aplicamos uma força a um corpo com finalidade de causar
rotação em torno de um eixo, além da intensidade, da direção e do sentido da força,
temos de levar em consideração o ponto de aplicação dessa força.
Eixo de
Rotação
Nomenclatura
Causando rotação
Desapertando Parafuso
UNIDADE 8 275
Momento da força F em relação ponto O, que se representa por ( M F )o , é uma
( M F )O = F ⋅ b
b F
O P
F -
+
O P O P
UNIDADE 8 277
POLO
F G
Linha de ação
Linha de ação
da força F
da força G
Figura 7 - Se a linha de ação da força passa pelo polo, o momento é nulo, e não causa rotação
em torno do eixo que passa pelo polo
Fonte: o autor.
3. O momento de uma força não se altera se ela é deslocada ao longo de sua linha
de ação, pois nem a intensidade da força, nem o braço do momento se alteram.
P F P’ F
G
b
polo
Figura 8 - Aplicação de F na mesma linha de ação
Fonte: o autor.
Aplicando-se F em P ou em P’, o efeito é o mesmo, pois P e P’ estão na mesma
linha de ação LA.
4. Há outra forma de obter o momento de uma força. Vamos considerar nova-
mente o caso de uma força F aplicada a um ponto P de um corpo.
Sendo F X a componente de F na direção OP, e F y a componente perpen-
dicular a OP, o momento da força F em relação ao ponto O pode ser cal-
culado de dois modos:
• Módulo do momento: ( M F )o = F . b
• Módulo do momento:
F Fy
O
P
Fx
Figura 9 - Dois modos de se calcular o momento de uma força
Fonte: o autor.
Se o momento do sistema (que é a soma dos momentos das forças que agem sobre
ele) é nulo, o corpo não adquire movimento de rotação.
UNIDADE 8 279
01 EXEMPLO
Resolução:
O momento da força F em re-
lação ao centro do parafuso é
M = F 0, 30 . A
O valor mínimo de M é 150 N m
Logo:
150 = F 0, 3 F
F = 500� N
30 cm
Resolução:
Vamos começar pela interpretação do enunciado.
De acordo com o enunciado, a barra é homogênea. Conclui-se que o ponto de
aplicação do peso é o centro geométrico.
Quando se diz que a barra é articulada em uma das extremidades, isso significa que
ela pode girar em torno de um eixo que está nessa extremidade. A dobradiça da porta
é uma articulação. Joelhos, cotovelos e tornozelos são articulações. Observe que o eixo
pode ser imaginário. O eixo de rotação da Terra não é uma coisa, é imaginário. Em
resumo, a barra pode girar em torno do ponto O como mostrado na figura a seguir.
Como o peso da barra está aplicado no centro dela, causa uma rotação no sentido horário.
O
A função do fio é impedir a rotação. Para isso acontecer, aplica à barra uma força de
tração, como a indicada na figura.
O T
L/2 L/2
P
Para que não haja rotação, o momento da força peso tem de ser igual ao momento
da força de tração:
L
T⋅ L = P⋅
2
T =�
P
2
UNIDADE 8 281
Os líquidos estão em um estado intermediário; as forças de ligação são suficientes
para que apresentem volume constante, mas não conseguem determinar a forma; os
líquidos têm a forma dos recipientes que os contêm.
Gasoso
Sólido
Líquido
UNIDADE 8 283
A densidade é, também, o quociente da massa pelo volume. A diferença é que a
densidade é uma característica do corpo em uma dada temperatura. Se o corpo é
constituído de apenas uma substância, a densidade é igual a massa específica da
substância de que é feito. Mas, se for constituído de diferentes materiais, de dife-
rentes massas específicas, a densidade deve ser calculada pela expressão:
Líquidos em Equilíbrio
só Transmitem Forças Normais
As diferenças entre sólidos e líquidos que vamos mencionar são tão óbvias que, a
primeira vista, não precisariam ser mencionadas; mas, às vezes, o óbvio tem de ser dito.
A Figura 11 a) mostra uma situação impossível: um líquido pendurado. É im-
possível porque líquidos e gases não transmitem forças de tração. Na Figura 11 b),
verificamos a impossibilidade de manter um líquido em equilíbrio em um plano
inclinado. Para que isso fosse possível, o líquido teria de transmitir força de atrito.
Quando nos referimos a transmitir a força de atrito, estamos nos referindo a transmitir
internamente, de uma camada para outra do corpo. Líquidos não transmitem força de
atrito. A Figura 11 c) mostra uma tentativa de manter o líquido em equilíbrio aplican-
do forças normais. A Figura 11 d) mostra como é possível em função do recipiente.
N
f
T
a) b) c) d)
Figura 11 - O líquido não exerce e não transmite força de tração nem de atrito
Fonte: o autor.
Conceito de Pressão
Considere o caso de um
corpo 1 empurrando o cor- N
po 2. Nesse caso, dizemos 1 2
A
que 1 exerce sobre 2 uma
força normal N distribuí-
da pela área de contato, que
vamos chamar de A.
Figura 12 - Um corpo age sobre outro aplicando uma força
distribuída em uma superfície A
Fonte: o autor.
N
pm =
A
A unidade de pressão no SI é N/m2 que é denominada pascal (Pa) em
homenagem a Blaise Pascal, físico francês que viveu no século XVII.
Pressão Atmosférica
UNIDADE 8 285
1 2
Para comparar as pressões nos pontos 1 e 2, vamos imaginar um cilindro de eixo ho-
rizontal, como mostrado na figura que segue. O líquido exerce, nas bases do cilindro,
forças normais N1 e N2. Se o cilindro está em equilíbrio:
N1 = N2
=
N1 N2
A A
p1 = p2
1 2
N1 N2
UNIDADE 8 287
Agora, vamos comparar as pressões nos pontos 1 e 3, sabendo que entre esses pontos
existe um desnível h. Vamos imaginar um cilindro de eixo vertical, como mostrado
na Figura 15, a seguir. O líquido exerce nas bases do cilindro forças normais N1 e N3.
O peso do líquido contido do cilindro imaginário é:
P = mg (1)
m d Vol (2)
Vol = A ⋅ h
P = mg = d ( A ⋅ h ) g
O líquido exerce, nas bases desse cilindro imaginário, forças normais N1 e N2. Se o
cilindro está em equilíbrio:
N3 N1 P
N3 N1 d ( A ⋅ h )
= +
A A A
p3 p1 dgh
N2
p pat dgh
pat
Figura 16 - A pressão na superfície livre de um líquido em contato com a atmosfera é igual à pressão
atmosférica local
Fonte: o autor.
UNIDADE 8 289
com um canudinho. Segundo a teoria do horror ao vácuo, quando o ar do interior do
canudinho é retirado, o líquido sobe para impedir a formação do vácuo. Entretanto,
construtores de bombas aspirantes perceberam que não era possível aspirar a uma
altura maior que 10,3 m, ou seja, o horror ao vácuo tinha um limite. O problema foi
passado para um discípulo de Galileu chamado Evangelista Torricelli, que imaginou
a experiência que leva o seu nome.
Torricelli optou por utilizar mercúrio em lugar da água, o que traz duas vantagens.
A primeira é que, por ser mais denso do que a água, necessita menos altura e, portanto,
facilita os trabalhos. A segunda é que a evaporação do mercúrio na temperatura am-
biente é desprezível, o que também contribuiu para que ele obtivesse bons resultados.
Para compreender a experiência, imagine um recipiente parcialmente cheio de
mercúrio e um tubo de aproximadamente 1 m, totalmente cheio de mercúrio.
Mercúrio
~
~1 m
Figura 17 - Para medir a pressão atmosférica, Torricelli precisou de um tubo com mercúrio e de um
recipiente com mercúrio
Fonte: o autor.
Vácuo
Ponto 2
h = 760 mm
Ponto 1
Figura 18 - Para realizar a experiência, o tubo foi imerso no mercúrio com a boca para baixo
Fonte: o autor.
pat = dgh
Sendo:
d = 13 6 ⋅103 kg / m3 (densidade do mercúrio); h = 0 76 m ; g = 9 8 m / s 2 .
Obtemos a pressão atmosférica ao nível do mar: pat = 1 013 ⋅ 105 Pa .
03 EXEMPLO
Como a pressão atmosférica é a mesma nos três casos, a densidade também é nos
três casos, pois se o líquido é o mesmo, a pressão será a mesma.
Embora o argumento teórico seja perfeito, pois é baseado num teorema da hi-
drostática, sempre surge a dúvida, pois no recipiente (a) contém um volume maior
de líquido, no caso c um valor menor e no caso b um valor intermediário. Então,
como pode a pressão ser a mesma?
UNIDADE 8 291
Para responder a essa pergunta, basta observar que na situação (b), o fundo do
recipiente sustenta o peso do líquido. Na situação (a), as paredes laterais ajudam na
sustentação do peso; enquanto na situação (c), comprimem o fundo do recipiente.
h
(a) (b) (c)
h1
P
h2
h
F2
Sendo: F2 = p2 ⋅ A e F1 = p1 ⋅ A
UNIDADE 8 295
Uma Discussão a Respeito
do Corpo Completamente Imerso
E E
T E
T P
P P
Corpo Flutuando
Vi : Volume Imerso
Pc = dc . V . g
Logo: E = d L ⋅ Vi ⋅ g
Duas conclusões:
1. O corpo só flutua se sua densidade for menor que a densidade do líquido
2. Se está em equilíbrio: E = Pc → d L ⋅ Vi ⋅ g = dc ⋅ Vc ⋅ g
=
Vi dc
Vc d L
UNIDADE 8 297
FEYNMANN, R.; LEIGHTON, R.; SANDS, M. Lições de Física de Feynman. Porto Alegre: Artmed, 2008.
Volume 3.
GUIMARÃES, O.; PIQUEIRA, J. R. C.; CARRON, W. Física - Projeto múltiplo 3V. São Paulo: Ática, 2014.
GUIMARÃES, O.; CARRON, W. As faces da Física. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2006.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. Volume 1 - Mecânica. 10. ed. Rio de Ja-
neiro: LTC, 2016.
SERWAY, R. A.; JEWETT, J. W. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica. São Paulo: Cengage
Larning, 2012.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica e Ondas, Termodi-
nâmica. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
308
1. A.
C D
mentos em relação ao ponto A e conven-
cionando anti-horário positivo, vem: PC PD
0,8 m 0,8 m 0,8 m
-6.0X0,8 – 20X1,2 -12X1,6 + NB· 2,4 = 0
NA NB
Da expressão, vem NB= 20 N
A B
Como: NA + NB = NC + P + ND
NA+20=6+20+12
NC P ND
NA=38-20=18N
Da expressão, obtemos NA = 18 N
2. D.
Dados: mc = 0,5 kg a = 4 cm e b = 10 cm
Condição de equilíbrio: a soma dos momentos no sentido horário é igual à soma dos momentos no sentido
anti-horário.
X = 24 cm.
3. D.
A soma dos momentos no sentido horário é igual à soma dos momentos no sentido anti-horário:
mg . y + mg2 = 3mg . x
m . y +2m = 3m . x → y + 2 = 3x (equação 1)
No entanto, da figura:
y = 5 – x (equação 2)
309
314
315
316
O que há de diferente em cada uma das situações descritas? No caso do fruto
caindo da árvore, pelo fato da velocidade durante a queda ser pequena, a resistência
do ar pode ser desprezada. No caso de uma bola chutada, nem sempre podemos des-
prezar a ação da atmosfera. O famoso efeito que alguns jogadores conseguem dar na
bola depende da ação da atmosfera. No caso do satélite, há duas diferenças: o campo
gravitacional varia em direção e, dependendo do caso, também varia em intensidade.
V0
V0
x V0
UNIDADE 9 319
Energia Mecânica de um Corpo
em Movimento Balístico
Como a única força que age em um corpo em movimento balístico é o peso, que é
uma força conservativa, a energia mecânica é constante.
Vamos considerar dois exemplos:
1. Um corpo é abandonado em um ponto A que está a uma altura H em relação a
uma superfície horizontal e cai em queda livre a partir do repouso. Tomando-se
como referencial de energia potencial essa superfície, podemos escrever que:
Quadro 1 - Energia potencial, cinética e mecânica em um lançamento vertical
O
(posição E Op = mgH EcO = 0 O = mgH
Emec
inicial)
M
E px = mgh Ecx = ½ m Vx2
X
Emec = mgh + ½ m Vs2
(durante
a queda)
A
E Sp = 0 E Sp
S = ½m V2
(chega = ½ m Vs2
Emec s
ao solo)
Fonte: o autor.
H
1 2 1 2
mgH = mgh + 2m Vx = 2m Vs
Vx
No instante do lançamento No ponto mais alto
h Durante o movimento
S
O
Vs
O 2
(Ponto de E Op = 0 EcO = ½ m V0 O = ½m
Emec V02
Lançamento)
M 2
E px = mgh EcM = ½ m V M2
A
Emec = mgh + ½ m V M
(durante
a queda)
A
(mais alto) EA
p = mgH EcA = ½ m V A2 A
Emec = mgH + ½ m VA2
Fonte: o autor.
UNIDADE 9 321
Daí obtemos as equações de um corpo em queda livre a partir do repouso:
MUV QUEDA LIVRE
Aceleração: a a=g
S=
1 1 2
S S0 V0t at 2 gt
2 2
V V0 at V = gt
V 2 = V02 + 2a ∆S V 2 = 2g ∆ S
De acordo com a tradição, Galileu teria abandonado esferas de diferentes pesos do alto
da Torre de Pisa para demonstrar que o tempo de queda não depende da massa do
corpo. Contudo, é quase certo que isso não tenha acontecido, sendo que o mais provável
é que essa lenda tenha sido criada pelo primeiro biógrafo de Galileu, Vicente Viviani.
Segundo o próprio Galileu, as experiências sobre o movimento de queda livre fo-
ram realizadas com esferas que rolavam em canaletas de inclinação variável. Embora
o movimento de um corpo descendo um plano inclinado seja de mesma natureza
que o de um corpo em queda livre – nos dois casos o movimento é uniformemente
variado –, as acelerações e velocidades são menores, o que facilitava as medidas.
Essas experiências teriam levado Galileu a concluir que um corpo em queda livre
ou descendo um plano inclinado adquire aceleração constante. Como veremos, po-
demos chegar à mesma conclusão aplicando o Princípio Fundamental da Dinâmica,
enunciado por Newton cerca de 45 anos após a morte de Galileu.
De acordo com texto, Galileu preferiu estudar o movimento de um corpo descendo
um plano inclinado por apresentar uma aceleração menor do que em queda livre,
facilitando as medidas. Usando nossos conhecimentos de Física atuais, podemos
verificar se o raciocínio de Galileu estava certo ou não.
UNIDADE 9 323
01 EXEMPLO
Para responder a essa questão, vamos imaginar dois corpos abandonados, a partir
do repouso, de uma mesma altura, sendo que o corpo A, de peso P, cai em queda
livre, e B, que também tem um peso P, desliza em um plano inclinado que forma um
ângulo θ com a horizontal, como mostra a figura. Vamos imaginar que para diminuir
o atrito com o apoio, o corpo B seja um carrinho – Galileu realizou as experiências
com esferas – e comparar os tempos de queda em cada um dos casos. Desprezar atri-
tos e resistência do ar admiti que a aceleração local da gravidade seja conhecida (g)
A B
N
ΔS
Px
h P Py
P θ
Queda livre:
Como foi deduzido, o movimento de queda livre pode ser descrito pela expressão:
S = ½ gt2
No caso, como S é a altura h, obtemos, da expressão:
2h
t=
g
Px = R
Py =
2 ΔS
P h
θ 1
θ
2h
t’ =
gsen2q
Observe que o tempo para um corpo cair em queda livre a partir do repouso pode ser
obtido pela expressão anterior, fazendo θ = 900. Entretanto, certamente, Galileu não
fez essa dedução, mesmo porque ele não conhecia a equação Fundamental da Dinâmica.
Seu mérito foi verificar experimentalmente que o tempo (t’) para um corpo
descer um plano inclinado não depende da massa, e concluir que este deveria valer
para a queda livre.
A velocidade de um corpo em queda livre varia com o tempo de acordo com a expres-
são V = gt. Portanto, o gráfico de V em função de t é uma reta, passando pela origem.
Pelo gráfico, é imediato verificar que, em tempos iguais, os deslocamentos de um
corpo em queda livre são proporcionais à sequência dos números ímpares. Sendo d o
deslocamento entre o instante 0 e o instante 1 s; o deslocamento entre os instantes 1 s e
2 s será 3 d; o deslocamento entre os instantes 2 s e 3 s será 5 d e assim sucessivamente.
UNIDADE 9 325
V = gt V = gt
4gt
3gt d
t d 2d
2gt
d 2d 2d
gt
d 2d 2d 2d
t t
Figura 5 - Gráficos da velocidade
Fonte: o autor.
S ( m)
80 Origem
70
60 S (t)
50
40
30
20
10
0
0 1 2 3 4 t (s)
Para estudar o lançamento vertical com velocidade inicial V0, vamos adotar um eixo
vertical, orientado para cima com origem no ponto de lançamento. Portanto, V0 é
positivo e o espaço inicial é nulo: S0 = 0. A aceleração do movimento é, em módulo,
igual a g, vertical para baixo. Considerando que o eixo foi orientado para cima, a
aceleração será negativa: a = -g.
Como um lançamento vertical é um movimento uniformemente variado, são
aplicáveis todas as equações desse tipo de movimento. Daí obtemos as equações de
um corpo lançado verticalmente para cima.
Aceleração: a a=-g
1 1
S S0 V0t at 2 S V0 gt 2
2 2
V V0 at V V0 gt
V 2 = V02 + 2a ∆ S V 2 = V02 − 2 g ∆ S
V0
Origem ( Ponto de Lançamento)
Tempo de Subida e
Altura Máxima de um
Lançamento Vertical
ts
UNIDADE 9 327
Gráficos de um Lançamento Vertical para Cima
V ( m/s)
h max
t (s)
ts
h (m)
h max
t (s)
ts
Decomposição de um
Lançamento Horizontal
Velocidade inicial V0 0
Aceleração Nula g
V0 x
MRU COM
VELOCIDADE
y
P
QUEDA LIVRE
Figura 10 - A posição do corpo em cada instante pode ser determinada pelas coordenadas x e y
V = Vx + V y =
2 2
V02 + ( gt )2
02 EXEMPLO
80 m
UNIDADE 9 331
V0
x
x = V0t → x = 40 t
y = ½ gt2 → y = 5 t2
O Lançamento Oblíquo
y
V
V0
P
V0 senθ
θ
θ
V0 cosθ
x
Considere um corpo de massa m lançado com velocidade inicial V0, que forma com
o eixo x um ângulo θ (0 < θ < 90º).
Vx = V0 cosθ = constante.
Na direção do eixo y, a velocidade inicial é V0 senθ e a resultante das forças que agem
sobre o corpo é o peso. Seguindo a convenção habitual, o que tem sentido contrário
ao eixo adotado é negativo. Portanto, a aceleração no eixo y vale
ay = - g.
Note que um MRUV na vertical com velocidade inicial V0 senθ e aceleração igual
a -g é o movimento de lançamento vertical. Portanto: se um corpo é lançado com
velocidade V0 que forma um ângulo q com a horizontal, seu movimento, denominado
lançamento oblíquo, pode ser descrito como a composição de um MRU horizontal
com velocidade V0 cos θ e um lançamento vertical com velocidade inicial V0 senθ.
Vy = V0 sen θ - gt (2)
Vy = V0 sen θ - gts = 0
UNIDADE 9 333
Da expressão, vem o tempo de subida:
V0� senq
ts = (3)
g
ymax H �
V0 senq
2
2g
Alcance
(T = 2 V0 sen θ/g)
V02
Fazendo-se as devidas transformações algébricas, vem D= 2sen θ cos θ.
g
V02
Logo D = sen2θ .
g
ts = V0 senθ /g
Vy = 0
Vx = V00 cosθ
T = 2V00 senθ /g
ymax = H = (V0 senθ)²/2g
0
V²
0
D= sen2θ
g
Alcance máximo
Vamos estudar o alcance (D) de um projétil lançado com uma velocidade inicial
conhecida (V0) em um local onde a aceleração local seja g. Lembrando que o alcance
horizontal (D) é dado pela expressão:
D=
V02
sen2q
g
UNIDADE 9 335
A partir da lei de Newton, podemos deduzir as leis de Kepler e justificar o formato
esférico (ou quase) dos astros, a existência ou não de atmosfera em diferentes planetas,
o movimento das estrelas duplas ou triplas, os movimentos balísticos. O problema é
que, para aplicá-la a situações mais complexas, surgem obstáculos matemáticos que
só foram resolvidos quando foi criado, pelo próprio Newton, o cálculo das fluxões,
hoje denominado cálculo integral e diferencial.
Enunciado da Lei
da Atração Gravitacional de Newton
m1. m2
F1 = F2 = G
r2
m1
m2
F1 F2
UNIDADE 9 337
A Experiência de Cavendish e a Determinação da
Constante Universal da Gravitação (G)
Newton nunca mediu a constante universal da gravitação. Setenta anos após a sua
morte, Henry Cavendish percebeu que realizar a experiência com dois corpos apoia-
dos sobre um plano horizontal era inviável. Além disso, se utilizar um dinamômetro
de mola sensível a forças da ordem de milionésimos de newtons é impensável nos
dias de hoje, imagine naquela época. Sua ideia foi criar um aparelho, denominado por
muitos, incorretamente, como balança de torção – o nome correto é dinamômetro
de torção – em um experimento considerado, assim como o do pêndulo de Foucault,
entre os dez mais belos da Física. Para compreendê-lo, observe o esquema a seguir.
Espelho
F
Anteparo
d
graduado
x’
F
A primeira ideia foi prender os corpos a uma haste que estava pendurada, por meio
de um fio de aço, ao teto de uma sala. Assim, o primeiro problema resolvido foi elimi-
nar o atrito com o apoio. A aproximação de duas outras esferas (x e x’) causa, como
estabelece a lei de Newton da atração gravitacional, uma atração das esferas presas
à haste, o que produz uma torção no fio. O próximo passo seria medir o diminuto
ângulo da torção do fio causada pela atração.
Aí vem o toque do gênio. Cavendish prendeu ao fio um espelho, fazendo incidir
nele um raio de luz – lembre-se, isso aconteceu 200 anos antes da invenção do laser –,
sendo que o raio refletido incidia em um anteparo graduado. A rotação era diminuta,
mas causava um pequeno desvio da luz que era detectada no anteparo.
Pelo desvio detectado, mediu o ângulo de torção e, por meio da medida desse
ângulo, determinou a intensidade da força e, conhecendo a distância d e as massas
Campo Gravitacional
M. m
Peso do corpo de massa m na altura h: Ph = G (1)
( R + h )2
GM
Campo gravitacional neste ponto será: gh = (2)
R h 2
M.m
Peso do corpo de massa m na superfície do planeta: P0 = G (3)
R2
G.m
Campo gravitacional na superfície do planeta: g0 = (4)
R2
R2
( R + h )2
Comparando as expressões (2) e (4), vem: gh = g0 (5)
UNIDADE 9 339
m
Ph gh R²
ggh = g
h 00 ( R + h )²
h h
r r
R P0 R g = G .m
00 R²
M M
10
9
8
Campo Gravitacional (N/Kg)
7
6
5
4
3
2
1
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
Distância ao centro da Terra
(raios terrestres)
Mm
= P =G
r2
Aplicando o princípio fundamental da Di-
nâmica, verificamos que o corpo em órbita A V
v
adquire uma aceleração γ, que vale:
P
P GM
γ= =g= 2 r
m r
Para que a órbita seja circular, a aceleração é
M
de natureza centrípeta. Portanto, a condição
para que a órbita seja circular é que: ac = g.
A aceleração centrípeta vale V2/r. Logo,
a condição para que a órbita seja circular
Figura 17 - Órbita circular
é que: Fonte: o autor.
V2
ac = g = → V = r ⋅g
r
Outra Forma de
Caracterizar uma
Órbita Circular A
V= r.g
A aceleração centrípeta também
2
pode ser escrita na forma ac = ω ⋅ r ,
sendo ω a velocidade angular do ω = GM
corpo em órbita. Igualando essa ex- r³
c
pressão com a expressão de
GM
g = 2 , obtemos:
R
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. Volume 1 - Mecânica. 10. ed. Rio de Ja-
neiro: LTC, 2016.
SERWAY, R. A.; JEWETT, J. W. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica. São Paulo: Cengage
Larning, 2012.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica e Ondas, Termodi-
nâmica. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física. 12. ed. São Paulo: Addison Wesley, 2009.
351
1. C.
S = 4t + ½ g t2 = 4t + 5t2
57 = 4t + 5t2 5t2 + 4t – 57 = 0
t = 3 s e t’= - 3,8 s
Resposta t = 3s.
2. D.
3. B.
∆S = ½ gt2
44 =4,9 ⋅ t2 → t ≈ 3 s
4. B.
V2 = 2g∆S
5. E.
V2 = V02 + 2(-g)∆S
V2 = 202 + 2(-10)(-25)
V = - 30 m/s
|V| = 30 m/s
352
356
357
358
359
CONCLUSÃO
A Física é uma Ciência Natural e, assim sendo, seu propósito é descrever a Natureza. A di-
ferença entre a Física e outras ciências naturais é que a descrição dos fenômenos segue um
modelo matemático. Não é suficiente dizer que uma pedra abandonada a uma certa altura
cai. Precisamos dizer que cai a uma certa aceleração que causa um aumento de velocidade,
seguindo uma determinada regra. Disso decorre a primeira dificuldade. O aprendizado de
Física passa pelo conhecimento de Matemática.
Nosso propósito é descrever os fenômenos físicos da forma mais simples possível. Con-
tudo, não mais simples do que ele é. Por outro lado, não podemos nos esquecer que o autor
escreve para um aluno médio. No entanto, a realidade é que há alguns alunos acima e outros
abaixo desta média. Portanto, cabe a cada um expor ao seu professor a sua dificuldade ou
a sua necessidade de um maior aprofundamento. Não leve dúvida de uma aula para outra.
Só como exemplo, para enfrentar a Unidade 1, que trata do movimento de um corpo
em uma trajetória conhecida, você precisa saber equação de primeiro grau, áreas de figuras
planas e construir e interpretar gráficos.
Para enfrentar a Unidade 2, que trata do movimento uniformemente variado, você precisa
saber equação de segundo grau e fazer interpretações de gráficos mais complicados. Veja
o risco: se você não procurou tirar suas dificuldades na Unidade 1, na Unidade 2 você terá
mais dificuldades.
Na Unidade 3, começa a Dinâmica, que é a parte da Física que estuda as causas do mo-
vimento. Você é apresentado ao conceito de força, de resultante, de massa e ao Princípio da
inércia. Além das dificuldades da matéria, há outras ligadas à Geometria, principalmente
quando lidamos com o conceito de Resultante.
O importante, como se pode perceber, é não levar as dificuldades de uma aula para ou-
tra. Lembre-se que a matéria vai sendo apresentada paulatinamente, mas inexoravelmente.
Quando chega à Unidade 4, você já terá visto, além dos temas citados, o estudo da rotação
da dinâmica do movimento circular de trabalho e energia de potência de rendimento, os
diferentes tipos de lançamento de um corpo e, para encerrar o curso, o estudo das órbitas
dos planetas e satélites.
Depende de você, desde a primeira aula.
Bom trabalho!