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TCC - Entrega Final Marcia
TCC - Entrega Final Marcia
TCC - Entrega Final Marcia
SÃO CARLOS
2020
MARCIA MARIA ZAGATO OLIVEIRA
SÃO CARLOS
2020
RESUMO
The present course conclusion work aims to understand and analyze the importance of
psychopedagogue in the teaching process learning, especially in the context of pandemic and
remote teaching. The pandemic situation we experienced in 2020 caused by the covid-19 virus
has caused many spaces and situations to be rethought and reorganized, for example, the
school. Through my experience, my work as a teacher and my internship experiences of the
graduate course of Institutional Psychopedagogy it was possible to perceive and highlight the
need of the psychopedagogue collaborating in teaching-learning, concluding that resilience is
one of the main tools to achieve quality work in this contexto.
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................6
1. PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL............................................................................8
2. CARACTERIZAÇÃO ........................................................................................................12
3. CONSCIENTIZAÇÃO DE COMO É UMA DISSEMINAÇÃO MUNDIAL
“PANDEMIA...............................................................................................................................16
4. RELATOS DOS PROFISSIONAIS SOBRE SEUS TRABALHOS DURANTE A
PANDEMIA.................................................................................................................................18
4.1. Relato Pessoal........................................................................................................................20
5. O TRABALHO E A RESILIÊNCIA DO PSICOPEDAGOGO FRENTE A
PANDEMIA.................................................................................................................................23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................25
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho deveria ser realizado num primeiro momento, avaliando uma
instituição a fim de colocar em prática tudo o que foi estudado durante o curso de pós-graduação
de Psicopedagogia institucional. Projeto este que da minha parte seria realizado dentro de uma
unidade escolar, trabalhando diretamente com todos os funcionários da escola, principalmente
com os professores.
Teria como embasamento teórico a filosofia piagetiana, com a finalidade de levar aos
professores uma nova forma de realizar suas atividades profissionais e seriam capacitados, de uma
maneira muito integrada, onde os mesmos poderiam expor suas opiniões e ao mesmo tempo
usufruir de novas concepções para um desempenho melhor, focado nas necessidades do processo
de ensino aprendizagem, tendo como finalidade prevenir e/ou melhorar a qualidade de ensino e
reduzir as dificuldades relacionadas.
Infelizmente no finalizar do curso, momento em que seriam iniciados os estágios, o país
inteiro entrou num sistema de alerta para se prevenir de uma disseminação mundial sobre um
vírus chamado Covid-19. Essa pandemia nos deixou em sistema de total alerta, pois o vírus se
propagou de forma inesperada, muito rápida e letal. De frente a esta nova realidade nenhum
estágio mais poderia ser realizado para que não houvesse contato entre as pessoas, mesmo
também, porque todas as escolas fecharam e deram continuidade aos seus trabalhos à distância,
sendo em torno de 99% online, ou seja o ensino por conta da atual circunstância passou a ser
ofertado de maneira remota.
Enquanto observava diversas transformações tanto na sociedade quanto na escola, surgia-
me dúvidas sobre o meu estágio e o papel do psicopedagogo dentro deste contexto. Desta maneira
surgiu o questionamento: de que modo o psicopedagogo pode contribuir no processo de ensino-
aprendizagem dentro dessa fase de pandemia e ensino remoto?
Na tentativa de responder esta questão foi pensado a seguinte modo de análise: além do
acompanhamento da escola em que trabalho como professora, observando e compartilhando as
experiências por mim vividas, será feito também um questionário com a coordenação da escola e
com uma professora, dando subsídio a uma percepção ampla sobre o assunto proposto.
Por isso, o trabalho tem como objetivo entender de que maneira o psicopedagogo pode
colaborar no processo de ensino-aprendizagem durante o contexto de pandemia/ensino remoto.
A construção do trabalho desenvolvida em 5 partes: a primeira aborda questões sobre a
Pedagogia Institucional; a segunda seção elucida as características da escola selecionada para
desenvolver o estágio e o trabalho; a terceira parte traz luz ao contexto de pandemia que vivemos
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1. PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL
Utilização do Cone Invertido para a análise das observações. Mediante todo o histórico e
análise de tudo que foi visto e feito até agora o profissional pode começar a atuar.
Uma vez que esse recurso esteja embasado teoricamente ele pode ajudar muito as pessoas
que passam por tais situações. Ou seja, o psicopedagogo vai ao fundo da questão e mediante
diagnóstico pode intervir de forma que a instituição enxergue o que realmente está acontecendo e
insira determinado indivíduo no contesto correto. Dê a ele a oportunidade de se refazer dentro
daquele ambiente, se tornar o centro de sua aprendizagem, utilizando de recursos que lhe sejam
mais favoráveis à sua condição.
Algumas formas de realizar este trabalho são na releitura e reelaboração no
desenvolvimento das programações curriculares; Análise mais detalhada dos conceitos,
desenvolvendo atividades que ampliem as diferentes formas de trabalhar o conteúdo
programático que se complementa na prática o treinamento e desenvolvimento de projetos junto
aos professores; criação de materiais, textos e livros para o uso do próprio aluno, desenvolvendo
o seu raciocínio, construindo criativamente o conhecimento, integrando afeto e cognição no
diálogo com as informações.
Outros lugares em que o psicopedagogo pode realizar intervenções são nos hospitais e
empresas.
Nos hospitais o psicopedagogo vai utilizar de todo o seu conhecimento científico e aliá-lo à
dinâmicas que envolvam pacientes e todos os demais profissionais daquela unidade. É um
trabalho em grupo que visa o bem total do paciente, uma vez que além de todas as dificuldades
encontradas ele ainda está dentro de um ambiente hospitalar e não no conforto de sua casa.
Dentre as atividades que o psicopedagogo pode desenvolver estão observação dos setores e
a dinâmica hospitalar; rotinas, procedimentos, hora das refeições e visitas; anotar todos os setores
do hospital e suas atribuições (desde a portaria até a direção); estudar sobre as doenças das quais
você poderá estar sempre em contato; utilizar equipamentos de segurança em setores especiais
(luvas, jalecos, propés, etc) No que se refere ao tratamento com as crianças deve-se em primeiro
momento trabalhar o eu (sujeito) para identificar como está em relação ao outro; analisar o que
gosta de fazer, brincar, com quem brinca ou convive buscando caminhos para resgatar a
autoestima; criar um vínculo de amizade, e como o período de relação entre ambos é curto,
dependendo de cada situação e trabalhar com a linha de faixa etária utilizando como recurso a
Brinquedoteca.
Neste ambiente o foco é promover um ambiente acolhedor, limpo, organizado, onde a
criança poderá brincar e se desenvolver enquanto socializa e aprende, para tanto é preciso
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respeitar as condições em que essa criança se encontra, sua idade, personalidade. É um trabalho
que exige muita sensibilidade do profissional para um olhar único e voltado para o bem-estar do
pequeno paciente.
Nas empresas será desenvolvido um trabalho de desenvolvimento e treinamento do
indivíduo de forma que seja respeitado o individualismo de cada um, uma vez que somo todos
seres únicos que aprendem e assimilam cada um de uma forma diferente, Desta forma cada um
será direcionado e estimulado a desenvolver sua capacidade e habilidade para a realização de
seu trabalho através de projetos de cunho educativo, treinamentos internos e externos e
programa de treineiros e estagiários, utilizando de fluxogramas e realizando um trabalho
sistêmico e a longo prazo.
O segundo tipo de trabalho é voltado para a equipe de professores e orientadores, num
trabalho de consultoria e orientação onde serão focadas as questões de fortalecimento de
vínculos entre professor e aluno, bem como novos direcionamentos no processo de ensino
aprendizagem da criança. Ainda, segundo Gasparian (2012)
A prática psicopedagógica em todos os setores onde ela atua tem um olhar e uma escuta
diferenciada de outros profissionais, portanto, deve estar apto a desenvolver e liderar
essas atividades. Olhar a prática psicopedagógica sob o prisma transformador significa
obter uma visão multifacetada da escola, da família e da sociedade e que ao transformar
os outros também nos transformamos. É intervir, sabendo que simultaneamente estamos
sofrendo intervenções externas e sendo modificados pelos nossos atos. Esse ponto de
vista nos permite desenvolver uma consciência grupo que, através da reflexão sincera e
profunda individual e coletiva, poderá nos dar essa condição de agente transformador.
(GASPARIAN, 2012, p. 4)
- trabalhar nos estritos limites das atividades que lhe são reservadas;
- reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de especialização, encaminhando-
os a profissionais habilitados e qualificados para o atendimento. (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA, 2019. p.5)
2. CARACTERIZAÇÃO
Devido a uma situação inesperada e emergencial, a educação brasileira, os estágios
para a conclusão dos cursos de psicopedagogia, no ano de 2020, não puderam ser feitos
presencialmente. Este tema será melhor abordado na seção 3 “conscientização de como é uma
disseminação mundial ‘pandemia’”.
Nesta seção de caracterização será apresentada a instituição que serviu de base para os
demais capítulos, abordando como se deu a realização de tal trabalho, uma vez que fomos
acometidos por uma pandemia global, não sendo assim possível, realizar de forma presencial
o estágio de concussão do curso de psicopedagogia institucional.
Neste caso foi feita uma coleta de dados da instituição escolar abaixo referida, usando
uma boa parte dos dados por esta autora, uma vez que, sou professora desta instituição e a
outra parte foi um questionamento respondido via e-mail pela coordenadora da mesma
unidade.
São dados de suma importância para a psicopedagogia terapêutica, uma vez que o
psicopedagogo deve estar familiarizado com o meio em que o indivíduo está inserido.
Identificação da instituição (preservando-se o anonimato, por exemplo, omitindo-se o nome
da instituição e apenas colocando a sua localização e tipo de instituição - Ensino Fundamental
- Ensino Médio, etc.); Clientela atendida (quantidade de alunos, faixa etária, perfil
socioeconômico e outros dados relevantes); Estrutura física (estado e conservação geral das
instalações físicas e se as mesmas são adequadas à quantidade de alunos; espaços além da
sala de aula); Composição do corpo docente (quantidade de docentes, formação mínima,
especializações, etc); Composição da equipe dirigente; Principais características do Projeto
Político Pedagógico;
Uma vez que todas as decisões e intervenções aplicadas a qualquer que seja a
instituição deva ser pautada nas informações desta, a caracterização da instituição é o pilar
para que este trabalho seja efetivamente desenvolvido com intencionalidade e eficácia. Ele
será a base para a construção de uma de um projeto que envolverá muitas discussões e planos
que podem melhoram em muitos sentidos a qualidade de vida dos envolvidos no caso de
estudo. Deste modo quão maior for a gama de informações obtidas, maiores serão as chances
de assertividade, é necessário então que este formulário seja o mais completo possível:
por contato próximo por meio de: toque do aperto de mão contaminadas; gotículas
de saliva; espirro; tosse; catarro; objetos ou superfícies contaminadas, como
celulares, mesas, talheres, maçanetas, brinquedos, teclados de computador etc. [...].
As recomendações de prevenção à COVID-19 são as seguintes: lave com
frequência as mãos até a altura dos punhos, com água e sabão, ou então higienize
com álcool em gel 70%. Essa frequência deve ser ampliada quando estiver em
algum ambiente público (ambientes de trabalho, prédios e instalações comerciais,
etc), quando utilizar estrutura de transporte público ou tocar superfícies e objetos de
uso compartilhado, ao tossir ou espirrar, cubra nariz e boca com lenço ou com a
parte interna do cotovelo; não tocar olhos, nariz, boca ou a máscara de proteção
fácil com as mãos não higienizadas; se tocar olhos, nariz, boca ou a máscara,
higienize sempre as mãos como já indicado, mantenha distância mínima de 1 (um)
metro entre pessoas em lugares públicos e de convívio social. Evite abraços, beijos
e apertos de mãos. Adote um comportamento amigável sem contato físico, mas
sempre com um sorriso no rosto; higienize com frequência o celular, brinquedos das
crianças e outros objetos que são utilizados com frequência; não compartilhe
objetos de uso pessoal como talheres, toalhas, pratos e copos, mantenha os
ambientes limpos e bem ventilados; evite circulação desnecessária nas ruas,
estádios, teatros, shoppings, shows, cinemas e igrejas; recomenda-se a utilização de
máscaras em todos os ambientes. As máscaras de tecido (caseiras/artesanais), não
são Equipamentos de Proteção Individual (EPI), mas podem funcionar como uma
barreira física, em especial contra a saída de gotículas potencialmente
contaminadas. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020. online)
Como não poderíamos mais trabalhar com os estágios nas escolas a segunda opção foi a
de relatar aqui como nossos gestores, coordenadores e professores estão trabalhando desde o
início da referida pandemia. Uma vez que esta entrevista não pode ser feita presencialmente
devido ao isolamento social, utilizamos das ferramentas virtuais para fazê-la. Com o recurso de
áudio de whatsapp conversei bastante com os meus entrevistados e para mim não foi muito
difícil porque eles fazem parte do meu grupo de trabalho e nós já vínhamos discutindo muito
sobre o assunto. Como concordaram em participar da minha experiência de trabalho de
conclusão do meu curso enviei via e-mail o roteiro de questões a serem respondidas e fomo
debatendo via whatsapp os pontos mais relevantes sobre o assunto.
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Aqui, destina-se a relatar a visão que o diretor da instituição (que já foi apresentada
durante o trabalho, mais especificamente na seção 2 “características”), sobre como se deu a
relação escola-educação-alunos-conteúdos, durante este momento de pandemia. Utilizando
como título para esta entrevista “adaptação dos processos ensino–aprendizagem para o
trabalho durante a pandemia”, o referido diretor discorre explicando a necessidade de criar
estratégias emergências para dar continuidade ao processo de ensino-aprendizagem visando
uma comunicação clara e eficaz entre escola e família e o engajamento dos alunos nas
plataformas digitais foi desenvolvido um “Manual Para Familiares”, além de comunicados e
vídeos explicativos mantendo os responsáveis inteirados das ações do Colégio.
As estratégias e recursos são registrados pelos professores e acompanhados pelos
coordenadores através de Relatórios Diários de aulas Remotas e planilhas compartilhadas no
Google Drive.
O Colégio conta com equipamentos que permitiram a montagem rápida de estúdios de
gravação disponibilizados (com agendamento) aos professores, ferramentas e serviços
especializados que já faziam parte do cotidiano foram enriquecidos durante a pandemia,
como: Agenda Edu, Google Classroom, Google forms, Plurall, Class Dojo, Matific.
O horário foi adaptado mantendo a rotina de estudos dos alunos dentro do período que ele
cursa, sendo disponibilizadas as gravações das aulas online para revisões e contemplando aqueles
que por algum motivo não participaram em tempo real.
Na semana de 23/03/2020 à 27/03/2020, foram inseridas, diariamente, atividades no
aplicativo de agenda que o colégio já disponibilizava, o que facilitou a comunicação e entrega
de atividades, porém sem expectativa de retorno presencial, o corpo docente foi orientado a
produzir vídeo aulas de 7 à 10 minutos e apresentá-las diariamente seguindo novo horário
semanal criado pela coordenação e enviado aos pais já na segunda semana de isolamento.
As vídeo-aulas eram enviadas juntamente com os gabaritos das atividades propostas e
foi aberto uma aba de mensagens diretas com o professor no aplicativo de agenda, pois antes
o canal de mensagens era aberto apenas para a coordenação e direção. Após a criação de
estratégia emergencial, foi elaborada estratégias intencionais, o colégio adiantou o período de
férias para abril e se organizou para trabalhar com lives, logo no início de maio, retorno das
férias. Foi criada nova programação semanal, na primeira semana com uma live semanal,
respeitando um tempo de adaptação tanto dos responsáveis quanto dos alunos e docentes e
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como o feedback foi extremamente positivo em relação ás lives, prosseguimos com o mesmo
tipo de material online diariamente. Também foram disponibilizadas lives em formato de
plantões diários e individualizados para alunos com dificuldades.
Este mesmo roteiro de questionamento foi feito com uma das professoras da instituição,
onde ela apresenta como foi o seu trabalho dentro da escola durante este processo até o
presente momento. A referida professora leciona as matérias de Geografia, História,
Português e Habilidades Sócioemocionais para o Ensino Fundamental e relata que no início
foram gravados vídeo-aulas com duração de aproximadamente 10 minutos cada, para
transmitir os conteúdos das aulas e aos poucos, as aulas ao vivo (lives) foram inseridas, assim
como plantões de dúvidas.
Atualmente, todo o conteúdo é trabalhado por meio de aulas ao vivo.
As principais dificuldades encontradas foram no início, pois com vídeos curtos não era
possível abordar todo o conteúdo da maneira desejada, o que causava muitos transtornos aos
familiares que deveriam dedicar muito tempo acompanhando os alunos e muitas dúvidas
sobre os conteúdos
A solução encontrada foi inserir as aulas ao vivo, pois assim teria um contato direto
entre as professoras e os alunos, a abordagem do tema ficou mais clara e o próprio professor
consegue acompanhar o processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Mas ao longo deste
processo houve muitas dificuldades de adaptação, o que gerou muitas críticas.
Como as aulas ao vivo foram sendo inseridas pouco a pouco, os alunos foram se
adaptando e hoje a escola conta com aproximadamente 99% de frequência nas aulas e o
rendimento está ótimo.
Em meio a esta trajetória toda escolar, o mais importante, foi a troca de experiências
entre as professoras que acabaram por se ajudar muito. Cada uma com a sua visão. Neste
capítulo ainda gostaria de inserir um relato de uma professora da rede municipal de ensino,
pois apresenta uma realidade um pouco diferente daquela vivida pela escola privada.
Na sua experiência vivida durante a pandemia a professora do Ensino Fundamental I de
uma escola pública relata que a prefeitura municipal foi a última instituição a apresentar um
formato oficial para que as atividades semanais fossem disponibilizadas. No entanto, as
escolas criaram diferentes meios virtuais de manter contato com as famílias, inicialmente as
atividades eram disponibilizadas, porém a realização pelo aluno era facultativa.
O município retornou as aulas na modalidade “não presencial” em 01/06/2020, de
acordo com o decreto nº 213 de 28/05/2020. Em 30 de junho saiu no diário oficial do
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Vale acrescentar que a nossa coordenadora do fundamental I foi durante todo este
processo muito parceira em todas as atividades, sempre disposta e buscando novas formas de
no orientar. Já a instituição num todo poderia ter nos proporcionado uma melhor forma de
trabalhar e assim evitar tantos questionamentos dos pais. Digo isto porque ela conta com uma
rede de informática muito grande e com pessoas especializadas no assunto, que acredito
claramente que poderiam ter criado um canal para nos dar suporte principalmente num
primeiro momento onde tínhamos que começar as gravações das aulas remotas em nossas
casas, e a maioria das professoras se viram diante de um novo modo de ministrar aula
totalmente avesso do que já trabalhamos em nossas carreiras. Uma vez que não só bastava
fazer as gravações, tínhamos que editá-las e postá-las.
Um processo que hoje temos mais conhecimento, mas que de início gerou um tumulto
absurdo, da nossa parte porque tínhamos um tempo muito curto (cerca de 10 minutos) para
passar o conteúdo. E também porque eu particularmente, tinha uma casa em reforma do lado
da minha que atrapalhava bastante com o barulho da obra durante as gravações das aulas,
também tenho gatos e cachorro que a todo momento entravam onde eu estava gravando ou a
cachorrinha que latia. Sem contar a timidez e a exposição de ter um vídeo gravado, que para
mim era e ainda é um assunto bem difícil de lidar, pois sou uma pessoa extremamente tímida.
Com todo o tumulto deste princípio de aulas remotas, não só eu estava esgotada
emocionalmente principalmente, como os pais faziam muitos questionamentos, não
conseguiam auxiliar seus filhos com as tarefas porque ou estavam trabalhando e não tinham
tempo ou ainda não conseguiam ensinar o conteúdo, pois não tinham visto da forma que
ensinávamos em sala e as crianças não conseguiam aprender, tinha a questão da internet que
sempre falhava, de ambos os lados, afinal muita gente estava trabalhando em casa e houve um
congestionamento bem desgastante para todos os que precisavam de internet.
Para mim especialmente houve um desgaste tremendo, eu gravava os vídeos e eles
ficavam cerca de oitos a dez horas para fazerem o download, e se tivesse um erro eu teria
que refazê-lo e demoraria novamente o mesmo tempo para ficar pronto de novo, mesmo
ficando difícil financeiramente, tive que contar uma operadora e colocar uma internet mais
potente para eu poder trabalhar.
Diante de tantas dificuldades encontradas por ambos os lados, a escola resolver
adiantar o recesso de julho para o mês de abril, talvez até torcendo para que tudo voltasse
ao normal, mas infelizmente não aconteceu assim.
Na verdade, nem considerei como férias, pois fui informada que voltaria a ministrar
as aulas à distância e que agora faríamos algumas aulas online. Fiquei muito nervosa pois
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teria que dar aula através de um aparelho de computador e a preocupação só não era maior
com a minha exposição do que em como eu conseguiria atingir o meu aluno, e tirar as
dúvidas e como seria passar o conteúdo, enfim, me sentia muito cobrada. O pior foi que na
volta das férias algumas mães estavam muito insatisfeitas com o sistema, e eu estava muito
ansiosa com a situação e certo dia cheguei a marcar uma reunião com a minha
coordenadora e dizer todo o meu sofrimento em relação a tudo que estava acontecendo e
como me sentia uma má professora naquele momento. Ela foi extremamente humana e me
relatou que esta era a situação de toda a escola, pois os pais estavam resistindo à nova
maneira de como estavam acontecendo as aulas, e que3 eu estava fazendo um bom
trabalho e que com algumas aulas online as coisas iriam melhorar.
Felizmente tanto os alunos como algumas professoras passaram a gostar do sistema
online e logo a seguir passamos a ministrar todas as aulas em tempo real, as gravamos e
depois disponibilizamos por uma agenda virtual, então ao aluno pode assistia as aulas em
outros momentos também, as avaliações são feitas pelo google forms e disponibilizadas na
agenda também, juntamente com as demais tarefas e outras atividades.
Fui me acostumando com a ideia e, com o tempo também me acostumei a estar na frente
de um computador dando aulas. É muito bom pode olhar para os alunos, me dá coragem
porque amo o meu trabalho em sala de aula. Só que não as gravo na minha casa, vou até a
escola que a internet é melhor, lá eu fico numa sala sozinha e não tenho contato com ninguém,
e também gosto do ambiente escolar, me ajuda a ver a lousa e as carteiras. E foi assimilando
as novidades e encarando novos desafios e medos e cultivando uma grande dose de esperança
que tudo logo vai melhorar, que estou conseguindo trabalhar da melhor maneira possível estas
aulas a distância, mesmo porque imagino que como eu, meus alunos também possuem muitos
entraves juntos as suas famílias.
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REFERÊNCIAS
PIAGET, J. Para onde vai a educação. Ed. 15a edição. Rio de Janeiro: José Olympio, 2000.